Curativo Aluminizado X Gaze de Algodão e Curativo Telfa* para a Limpeza de Feridas Cirúrgicas

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Arthur Tomé Cipriano
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1 Curativo Aluminizado X Gaze de Algodão e Curativo Telfa* para a Limpeza de Feridas Cirúrgicas Sheryl Garton, B. S, Anthony J. Comerota, M. D, Kenneth R. Cundy Ph. D. TempleUniversity, Philadelphia As características físicas e bacteriológicas do curativo de rayon impregnado com alumínio foram comparadas com a gaze de algodão e o curativo Telfa, rotineiramente usados na limpeza de feridas cirúrgicas; o curativo de alumínio se mostrou significantemente menos aderente à ferida. Uma tendência na inibição bacteriana na superfície da pele também foi notada. Não foram observadas diferenças na umidade ou reações na pele. Fatores técnicos tem um importante papel na prevenção da contaminação e na promoção de uma cicatrização rápida e descomplicada após procedimentos cirúrgicos. No entanto o uso de anestesia local, a preparação pré-cirúrgica, as profilaxias bacteriológicas, técnicas de fechamento de feridas e técnicas de drenagem tem sido reconhecidas como importantes elementos no fechamento de uma ferida, os curativos tem recebido menos atenção. As técnicas usadas são normalmente baseadas no que é de costume e na disponibilidade dos curativos. Há também poucas avaliações objetivas sobre as vantagens e desvantagens dos curativos que costumeiramente são usados. O curativo ideal é poroso, absorvente, não aderente e inibe o crescimento bacteriano na superfície da ferida sem criar reações alérgicas cutâneas. O estudo a seguir foi instituído para avaliar as características físicas e bacteriológicas de um curativo de rayon de viscoseimpregnado com alumínio (Metalline), comparado com os curativos rotineiramente usados em cirurgias (gaze e Telfa). O propósito do estudo foi para determinar se havia diferença na absorção das secreções entre o curativo de alumínio e os curativos comuns; se o curativo de alumínio tinha alguma vantagem bacteriostática sobre os curativos comuns; e se o curativo de alumínio mostrou uma vantagem mecânica (aderência) durante as trocas dos curativos quando comparados com as coberturas comuns. No momento de cobrir a ferida, uma haste de plástico estéril com 1x1cm foi colocada no meio da ferida e foi obtida uma cultura. A ferida foi então fechada aplicando a cobertura de alumínio em uma metade e o curativo rotineiro (gaze ou Telfa) na outra metade (Fig.1). Os curativos foram fixados na pele com o curativo adesivo ventilado Selofix. Foram inspecionados em intervalos rotineiros de pelo menos 24 horas. Vinte e quatro à 48h depois da operação, os curativos foram removidos. A aderência dos curativos na ferida, a umidade da pele e a reação da pele sobre os curativos foram observados e documentados. Foi colhida uma nova cultura da superfície da pele como de costume.

2 Os curativos rotineiros iros eram os preferidos pelos cirurgiões. Durante a análise a gaze de algodão era o curativo usado em 69 casos e Telfa em 10 casos. O curativo Metalline era relativamente um curativo novo que a FDA (FoodandDrugAdministration), classificou como sendo 510-K Classe 01. Ele é feito de rayon de viscose não tecido e algodão e se consiste de um acolchoado pra feridas com três camadas. A primeiraé constituída de viscosealuminizada com 60mg Al/m²; a segunda camada é constituída 4 de viscose com 6 de algodão; e a terceira camada é composta de 85% de viscose com 15% de algodão. Por causa da alta porosidade do acolchoado, o sangue e as secreções são absorvidos para dentro da camada, com o ar circulando pelaferida, provido pelas perfurações do curativo. Os dados foram analisados alisados e a estatística calculada usando exata probabilidade para ambas as partes da experiência.

3 Resultados Cento e um (101) pacientes foram incluídos no estudo. Em 22 pacientes, ocorreu uma violação no protocolo; 79 pacientes permaneceram para análise das características físicas da cobertura da ferida (Tabela I). Em 5 desses79 pacientes a técnica de cultura foi violada, deixando 74 feridas para serem avaliadas bacteriologicamente (Tabela II). A aderência foi julgada em graus de 1 a 3: Grau 1, nenhuma/pontuado; grau 2, moderadamente aderente; e grau 3, altamente aderente. As feridas de 38 pacientes demonstraram mais aderência (pelos menos 1 grau) dos curativos rotineiros comparados com o curativo aluminizado (P<0.001). Apenas 02 pacientes mostraram maior aderência do Metalline na ferida do que os curativos comuns. Não houve diferença significante no exsudato da ferida nas trocas dos curativos. Nenhuma ferida teve mais do que 10³ colônias de cultura na sala de cirurgia. Comparados com os curativos rotineiros houveram menos feridas, cobertas com Metalline, com contagem de colônia maior do que 10³ identificadas após as cirurgias. No entanto houve uma positiva tendência na inibição do crescimento bacteriano na superfície da pele dos curativos que foram feitos com o Metalline, em comparação com os curativos feitos com a gaze. A diferença não atingiu uma significante estatística (P=0.083). Nenhuma ferida coberta com Telfa teve uma cultura de colônia bacteriana maior do que 10³. Oitenta por cento (8/10) das culturas positivas colhidas nesse estudo eram de Staphylococcus epidermidis.todas as 3 culturas positivas colhidas do curativo aluminizado eram S. epidermidis, ao passo que 5 das 7 feridas cobertas com gaze cresceram S. epidermidis, e 2 dos 7 cresceram espécies estreptocócicas (1 Streptococcus alpha grupo D e 1 Streptococcus não hemolítico grupo D). Nenhuma ferida desenvolveu uma infecção clínica. Resumo Esse estudo mostra que o Metalline é menos aderente à ferida do que a gaze (P<0.001) e menos aderente que o Telfa (P<0.017). Esta característica é importante para o conforto do paciente durante as trocas das coberturas e pode ser um benefício significante na cobertura de feridas onde um curativo não aderente é necessário, como áreas de enxerto. A camada de alumínio do curativo Metalline é aplicada através de um processo de vaporização de alta pressão de vácuo que envolve cada fibra com uma fina camada, por esta razão, permite a passagem de ar e exsudato sem obstáculos, enquanto proporciona uma superfície lisa metalizada. Há evidências que sugerem que o alumínio tem propriedades bacteriostáticas. Gristina e associados¹ testaram o crescimento bacteriano e a inibição do seu crescimento, in vitro, na presença de vários metais, incluindo uma mistura de alumínio. Eles perceberam que o alumínio, com sua alta reatividade nuclear, causou uma toxidade bacteriana seletiva. Os sais do alumíniopodem também atuar como antimicrobianos e pesquisadores os tem usado no tratamento de pé de atleta², acne³, foliculite crônica4 e no auxilio da inibição do crescimento bacteriano5.

4 As propriedades bacteriostáticas da cobertura paraferidas Metalline mostroucerta inibição do crescimento bacteriano comparado com a gaze de algodão, mas os resultados não foram estatisticamente significantes. Não houve vantagem antibacteriana quando comparado com Telfa, no entanto,o número de feridas cobertas com a cobertura Telfa foi pequeno. Estudos adicionais nesta área são necessários, especialmente usando feridas contaminadas. Outros benefícios no uso da cobertura Metalline são aparentemente a facilidade do corte para que se adapte no tamanho apropriado da ferida, maior conforto e uma maior absorção. Comentário editorial A escolha do curativo por um cirurgião, normalmente irrelevante no caso, é um assunto de grande importância econômica. Incontáveis tipos de curativos são manufaturados e vendidos, o custo varia de acordo com vários níveis de magnitude. Estudos de eficácia comparativa são raros. Coberturas para feridas fechadas irão provavelmente permanecer imutáveis, mas aqueles para feridas abertas irão mudar rapidamente, e testes comparativos irão se tornar mais significantes. Thomas K. Hunt, M. D. * Telfa -(Kendall)Tecido de algodão altamente absorvente coladas em ambos os lados com película não aderente perfurado

5 Tabela I Características Físicas de uma Cobertura para Feridas* Nenhuma em O mesmo em Maior na ambas as ambas cobertura coberturas ascoberturas rotineira Maior na cobertura aluminizada Características Cobertura aluminizada X todas as coberturas rotineiras (N=79) Aderência 37% (29/79) 12% (10/79) 48% (38/79)** 3% (2/79) Umidade 96% (77/79) 3% (2/79) Reação da pele 95% (75/79) 1% (1/79) 4% (3/79) Gaze como cobertura rotineira Aderência 41%(28/69) 9% (6/69) 48% (33/69)** 3% (2/69) Umidade 98%(68/69) 2% (1/69) Reação da pele 94%(65/69) 2% (1/69) 4% (3/69) Telfa como cobertura rotineira Aderência 1 (1/10) 4 (4/10) 5(5/10)t t Umidade 9 (9/10) 1 (1/10) Reação da pele 10 (10/10) *Observado durante a primeira troca da cobertura, 24 a 48horas pós-operatório. Consideramos que não há diferença entre as coberturas na umidade e na reação da pele. Há uma vantagens significante para a cobertura aluminizada em termos de aderência, comparada om a gaze ou Telfa. ** p<0.001 (valor P one-tailed teste). t p<0.082 (valor P one-tailed teste). Cobertura aluminizada X todas as coberturas rotineiras (N=74) Gaze (N=74) Telfa Tabela II Características Bacteriológicas das Feridas* Nenhuma Ambas as Cobertura Coberturas 10³ 10³ 87% (64/74) 84% (54/64) 10 (10/10) 1% (1/74) 2% (1/64) Cobertura Rotineira 10³ 9% (7/74) 11% (7/64) Cobertura Aluminizada 10³ 3% (2/74)** 3% (2/64)t * Cultura feita na primeira troca da cobertura. O número de feridas crescendo 10³ bactérias não foi significantemente diferente comparando a cobertura aluminizada X a gaze de algodão. Não houve diferença quando comparado com o Telfa. ** p=0.083 (valor P one-tailed teste) T p <0.082 (valor P one-tailed teste)

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