Transformações da Família no Contexto Brasileiro: Uma Perspectiva das Relações de Gênero 1. Sônia Vieira Coelho

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1 Transformações da Família no Contexto Brasileiro: Uma Perspectiva das Relações de Gênero 1 Sônia Vieira Coelho O processo de construção social é um processo interativo que inclui uma rede de relações sociais, na qual as trocas interacionais entre o indivíduo, a família e a sociedade ocorrerão em um processo contínuo e recursivo (não linear) Se a família é considerada uma matriz social, na qual as representações e práticas de seus membros se constituem, ela é um espaço em que as relações de gênero são confrontadas, quando esses membros exercem suas funções, desempenham seus papéis e se relacionam afetivo-sexualmente. Neste texto, procurarei conceituar a família como uma instituição social, sem reduzi-la ao seu funcionamento social, ou à sua rede de relações psicológicas, considerando-a produtora e produto de mudanças. Compreendê-la no contexto interacional social implica dar significado às mudanças ocorridas em sua organização relativas às suas regras relacionadas, aos seus valores e, consequentemente, às relações entre seus membros e suas identidades. Família: uma instituição social Muitas são as maneiras de se conceituar a família: do ponto de vista histórico, das relações de produção e de funcionamento, das relações interpessoais, como um grupo que tem determinadas características de relação e finalidade etc. O conceito depende de diferentes pontos de vista teóricos e de diferentes epistemologias, como também apresenta mudanças que refletem a própria mudança sócio-histórica da família (Canevacci, 1984). Definir a família como uma instituição é escolher um conceito que integre os níveis de realidade, concreto e abstrato, e que seja dinâmico. Instituição é não só um conjunto de relações concretas ligadas ao real-funcional, como também uma rede simbólica que contém representações de seus membros, representações consequentes das relações entre eles, dos lugares que deverão ocupar, dos limites que deverão respeitar, das práticas que devem desenvolver ( Afonso, 1981, p30). Assim, a família como instituição implica a consideração das regras de funcionamento entre os elementos constitutivos de interação, perpassada por ideias, valores, preconceitos, por uma ideologia. Articula-se com as outras instituições da sociedade, tanto no que diz respeito às suas representações quanto às suas práticas. Nas diferentes sociedades, em seus momentos históricos e em suas mudanças, a família passa por modificações que refletem, em sua própria organização e em sua dinâmica como grupo, as ideologias que permeiam as instituições (políticas, econômicas, sócio-históricas). Essas ideologias se concretizam, portanto, nas representações que interpenetram as relações sexuais, afetivas e de parentesco (Afonso, 1981, Lapassade, 1989, Baremblit, 1992). 1 Texto retirado da minha dissertação de Mestrado e Psicologia, intitulada Além de Dois: Representações de Gênero na Comunicação do Casal, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Cedido pela Revista Psique, ano 10, n. 16, maio de 2000, Belo Horizonte, Centro Universitário Newton Paiva.

2 Os sistemas de valores de uma sociedade estão inscritos nas instituições e em constante movimento. Daí a necessidade de se ver a família como uma instituição social em diferentes níveis lógicos. No nível universal e abstrato, a instituição teria como conteúdo, valores, normas e padrões ideológicos da sociedade, que orientam a socialização. A família seria um sistema de referência para organizar as relações entre seus membros, no que diz respeito ao parentesco, à relação entre os sexos, à interação com outros grupos de pertinência. Um exemplo seria a ideologia que considera normal a família constituída por pai-mãe-filhos, vivendo de forma monogâmica na mesma casa. No nível particular, concreto, a instituição se relaciona ao contexto e às circunstâncias específicas nas quais as normas gerais são concretizadas, aplicadas em condições particulares, em diferentes condições sociais, em determinado lugar e tempo. No singular, a instituição assume uma forma individual. Ao se constituírem dentro das condições particulares de um tempo e lugar, as famílias tomam a forma do seu grupo social, de um modo individual, singular (Afonso, 1981). Como as práticas sociais expressam ideologias, elas se manifestam nos componentes funcionais e simbólicos da instituição. O componente funcional da família se apresenta quando ela se organiza para atender às várias necessidades socioeconômicas: reflete as ideias, valores e representações que o grupo apresenta. O simbólico aparece na atribuição de significados a símbolos, no inventado, no novo sentido dado ao significado que já existia, produzindo uma consciência diferente, colocando uma coisa no lugar da outra; cria expectativas em relação a uma ação ou a formas de interação diferentes. É o imaginário (Castoriadis, 1989). Assim, considera-se que a família, como instituição, no nível funcional, é um grupo social que contém regras de relação que o mantêm e o modificam: como o grupo se compõe e como estabelece as relações cotidianas, experimentadas e vividas pelos seus elementos, na organização das relações sociais. No nível simbólico da instituição, a família existe nas ideias, no imaginário social, ou seja, há formas diferentes de se pensar e representar a família, de se ter um modelo cultural. Desse modo, ao definir a família, estes dois aspectos, o da família pensada e o da família vivida, são dimensões de uma mesma realidade (AMAS, 1995; Durham, 1983; Figueira, 1987). Considere-se, por exemplo, que, na forma como a família é constituída e como são definidas suas regras de relação, lugares, atividades e funções são designados a seus membros. Os significados atribuídos a esses lugares e funções são construídos e representados nas relações sociais, no processo de interação. A mudança em um elemento muda os outros elementos e suas relações. Considerar as mudanças nas formas de constituição da família e na organização de suas regras é considerar que há modificações nas relações entre seus elementos, ao mesmo tempo que na relação da família com a sociedade, que podem ser vistas tanto como contestação, na procura de uma diferença, como adaptação às situações variadas de um contexto sociocultural específico (Durham, 1983). Mudanças de posição de um membro em relação a outro acarretam mudanças nas relações e nos simbolismos dessas relações. O confronto entre os diferentes processos sociais que geram os sistemas simbólicos cria descontinuidade no processo da socialização. Essa descontinuidade explica as crises e as mudanças tanto na construção da identidade, na percepção do sujeito, como nas relações familiares, quando o indivíduo se depara com outras instituições.

3 No caso da família, ela apresenta contradições em seus diferentes níveis, entre as representações e as práticas dos sujeitos. As contradições são decorrentes de pressões externas, exercidas, por exemplo, pelo sistemas político e econômico (conquista do voto feminino, entrada da mulher no mercado de trabalho) e por pressões internas ao grupo familiar (controle da natalidade). Provocam conflitos que geram mudanças nas relações dos sujeitos e constroem uma história da instituição em relação com outras instituições sociais, fazendo parte do movimento de transformações sociais (AMAS, 1995). Formas de Família. Tomando a constituição do modelo hegemônico de família das sociedades ocidentais, considero neste trabalho o da família conjugal, definido como uma unidade constituída pelo marido, a mulher e seus filhos, que formam um grupo doméstico (Durham, 1983, p 32). Esse modelo, que considera o grupo conjugal a forma básica e universal da família, é instituído por uma visão naturalizante da família, que regulamenta socialmente as atividades de base biológica: a reprodução e o sexo. Abandonando essa postura, os teóricos tendem a ver a família não como um processo que faz parte da natureza humana, que se manifesta em todas as sociedades, mas como uma criação humana que se apresenta com diferentes formas e organizações, em diferentes épocas e sociedades (Durham, 1983). As variações em torno do modelo hegemônico são decorrentes das mudanças no contexto social mais amplo e das formas particulares de adaptação às condições de classe, etnia, bem como às singularidades que cada família estabelece de acordo com suas necessidades, projetos individuais de seus membros e projetos comuns do grupo social ser uma família. Também há variações estruturais, relativas ao momento do ciclo de desenvolvimento do grupo familiar, no caso, o grupo doméstico. Ele apresenta modificações no curso de sua vida, desde a constituição do casal conjugal, à integração de novos elementos os filhos até a fragmentação, pela saída dos filhos de casa, ou por separação do casal pelo divórcio, constituindo-se outras formas de arranjos familiares. Do ponto de vista antropológico, algumas regras gerais são observadas nas sociedades, em suas formas de organização, que estão presentes na estruturação e organização das famílias::... a proteção dos membros da família, em especial dos mais jovens (...); a divisão do trabalho e a divisão interna de papéis, que facilitem a sobrevivência do grupo e a manutenção do domicílio (...); a vivência da sexualidade e da afetividade: proibição do incesto, como norma fundamental da cultura; (...)as definições de gênero; (...) as variações em torno do casal (...) as relações entre parentes (AMAS, 1995, p. 17). Dessas regras observadas na organização social e familiar, Durham (1983) assinala algumas que estão sempre presentes: - A divisão sexual do trabalho estabelece uma diferenciação entre papéis masculinos e femininos, no exercício das atividades para sobrevivência e proteção de seus membros. Há variações em torno do que é considerado próprio do mundo masculino atividades ligadas ao exterior, ao que é público e o que é considerado próprio do mundo feminino atividades ligadas ao mundo doméstico, privado, variações na própria concepção de masculino e feminino nas diferentes sociedades. Essa divisão dicotômica aparece nas relações de poder do homem sobre a mulher, dos pais sobre os filhos, como também na busca de autonomia dos membros familiares. Uma análise da diversidade cultural poderá mostrar maior ou menor flexibilidade na combinação de áreas de controle dos sexos.

4 - O tabu do incesto regula a natureza do casamento e os sistemas de parentesco. Proíbe relações sexuais e o casamento entre homens e mulheres ligados por determinados vínculos de parentesco. É a imposição de uma norma quanto à natureza da escolha dos parceiros sexuais. - O controle da sexualidade no que se refere à função do prazer, muitas vezes ligada à reprodução, é uma outra elaboração cultural no estabelecimento dos vínculos sociais, que afeta a representação que se tem da família. Sexo é possibilidade de vínculos interpessoais duradouros e de transgressão de normas. Essas normas mais gerais, presentes no funcionamento e na representação da família, servem de referência para a análise de suas transformações, principalmente no que diz respeito à divisão sexual do trabalho e às relações afetivo-sexuais entre homens e mulheres, que são o viés pelo qual a relação entre homem e mulher, na família, é examinada neste trabalho. Mudanças relacionais acarretam mudanças nos diferentes sistemas sociais que se interligam. Levam a mudanças no nível da sociedade e do indivíduo e no nível dos valores atribuídos a esse indivíduo, tanto em suas práticas como em suas representações. As transformações da família no contexto brasileiro A família brasileira do final do século XIX recebeu grande influência da família burguesa europeia, com a vinda da família real para o Brasil, principalmente nas elites urbanas, em um contexto agrícola e escravagista. Com o capitalismo europeu, os processos de industrialização e urbanização determinaram profundas modificações na família, na modernização da sociedade. A família conjugal moderna, a família burguesa, caracterizava-se por uma ênfase na dicotomia público/privada, relativa às atividades do homem e da mulher, distinguindo o trabalho produtivo remunerado do improdutivo, não remunerado, doméstico, invisível. Essa família intimista excluía a mulher da produção e reforçava-a no papel de esposa e mãe, centrado na esfera doméstica, valorizava a esfera privada e os papéis femininos. A figura do pai era enaltecida, figura mais importante nas decisões da casa e no aspecto jurídico. Salientava-se assim, nos segmentos de classe média urbana, o modelo de família ideal, na qual ao homem cabia o sustento da família, e à mulher, o cuidado da casa e das crianças. Esse modelo determinava também uma hierarquia, na qual o homem tinha poder sobre a mulher e os filhos. Status e renda familiar eram atribuições do trabalho remunerado, em torno do qual se construíram as representações de papéis ligados à natureza dos sexos. O desenvolvimento do individualismo, com o ideal da igualdade e liberdade contestava a desigualdade de direitos, baseada no exercício de papéis segundo o gênero, trazendo conflitos na divisão sexual do trabalho e nos valores da família burguesa (Vaitsman, 1994; Durham, 1983). A instituição do amor como valor moral no casamento colocava, no indivíduo, a responsabilidade pela escolha acertada do cônjuge, pela satisfação das expectativas e pela indissolubilidade da família. O casamento passou a ter um valor moral (Vaitsman, 1994). Esses valores modernos da família conjugal burguesa européia atingiram os extratos da elite urbana brasileira, que os assimilou na base dos padrões patriarcais: poder superior do homem pater-familias, a dupla moral sexual no casamento, a desvalorização do trabalho

5 manual e a integração da escravidão, surgindo a imagem da mulher negra como objeto sexual, e a da mulher branca como casta, fiel, responsável pela honra do pai e do marido (Almeida, 1987). Com o avanço do Capitalismo e a industrialização incipiente, as mulheres começaram a participar do trabalho, principalmente na indústria fabril, participação instável, uma vez que dependia da disponibilidade de mão de obra masculina, ou seja, se houvesse homem para executar o serviço, a mulher era restituída à vida doméstica, onde sua presença era considerada imprescindível à família. Seu trabalho permaneceu invisível do ponto de vista econômico, mais valorizado do ponto de vista moral e afetivo, tanto no exercício das tarefas domésticas como no trabalho informal. Nesses moldes, a família pensada como modelo ideológico de relação de autoridade do homem sobre a mulher, dos mais velhos sobre os mais novos, era o da família patriarcal: a família hierárquica, em que as diferenças entre homem e mulher, adulto e crianças, eram consideradas intrínsecas, naturais, próprias de cada um. O poder público do homem, legitimado pelo trabalho externo, colocava-o numa posição de superioridade, com direitos civis e morais diferentes. Sua posição garantia sua autoridade (Figueira, 1987). Assim, as representações de família e das relações de gênero confirmavam esse modelo de domínio-submissão, do público e do privado, formando as representações de identidades feminina e masculina: para a mulher, as características de fragilidades, delicadeza, sentimentalismo e emocionalidade; para o homem, as características de fortaleza, dominação, racionalidade, como mantenedor da moral da família (Vaitsman, 1994, Almeida, 1987). Com a maios ênfase no ideal igualitário, na orientação social, tentativas de mudanças se apresentaram conflitivas, alterando o cotidiano das famílias, renegociando novos papéis. No ideal igualitário, a identidade é idiossincrática: homem e mulher se percebem como diferentes pessoas e idiossincraticamente, mas como iguais, porque indivíduos. As diferenças pessoais subordinam (e são percebidas como mais importantes que) as diferenças sexuais, etárias e posicionais (Figueira, 1987, p. 16). No âmbito político, a lei criava obstáculos para o acesso das mulheres ao mundo público, reafirmando-se as funções e papéis tradicionais de cada sexo, presentes no imaginário social, e portanto, nas instituições como o estado, a igreja, a família e o casamento (Vaitsman, 1994). Ao mesmo tempo em que os ideais da livre escolha e da igualdade abriam caminho para mudanças nas relações de gênero e ameaçavam as relações de poder, no nível das práticas políticas, educacionais e sociais, travaram-se lutas para manter e conservar os padrões tradicionais dessas relações na família. Vaitsman (1994) considera que, no Brasil, o modernismo atingiu o auge a partir de 1995, com a internacionalização do Capitalismo. A classe média urbana surgiu com uma nova fase a da sociedade de consumo, que investiu no estudo dos filhos. Com a expansão dos estudos universitários e o aumento dos empregos, houve possibilidade de maior penetração das mulheres da classe média no mercado de trabalho, enquanto as da classe baixa se convertiam em empregadas domésticas. A nova classe média, além de consumista, incorporou elementos da classe mais baixa, que conseguiu ascensão social. Os valores da classe média mudaram: há uma redefinição da divisão sexual do trabalho, com a saída da mulher do mundo doméstico, privado para o mundo público: participação no trabalho, na política, na cultura. Os anos foram marcados não só por mudanças político-econômicas, como também comportamentais. Com o regime militar, continuou a escalada desenvolvimentista, com

6 expansão de empregos, tanto no setor público quanto no privado, mais diferenciação de ocupações no mercado de trabalho, trazendo, como consequência, maior desigualdade entre as classes sociais e, também, importantes transformações nas relações de gênero. As mudanças nos códigos de comportamento foram fortemente influenciadas pela participação política dos jovens, que pregavam a transformação da sociedade, a luta pelo direito da minoria, a melhoria da qualidade de vida, o desafio à ordem estabelecida, a psicologização da família e a crítica aos valores burgueses. Novas formas de expressão da subjetividade, de visão de mundo eram contrapostas aos valores tradicionais e autoritários, por movimentos sociais, como o movimento hippie e o feminista (Vaitsman, 1994; Heilborn, 1992). O movimento feminista, como movimento social, na década de 1970, iniciou-se com o questionamento sobre a divisão de papéis com base nas diferenças entre os sexos, na opressão constante e universal da mulher, sobre a condição da natureza feminina, reivindicando um lugar de direito de cidadã lugar na política, autonomia da sexualidade, direito de gerir sua própria vida, de lutar pela igualdade, reivindicações que questionaram o fato de a mulher ficar restrita ao domínio privado e à hierarquização da família nuclear. O feminismo incidiu sobre a família, a sexualidade e a reprodução. A busca do prazer corporal e do sexo desligou a sexualidade da reprodução, com as novas técnicas de controle da natalidade. Poder evitar a maternidade, até de modo permanente, sem prejuízo da sexualidade, desnaturalizou o mito da maternidade e da passividade da condição feminina, abriu caminho para a liberdade de uma vida íntima, não ligada à relação conjugal (Durham, 1983, Badinter, 1980/1985). Com as novas práticas trazidas por essa reviravolta nos costumes, as relações no casamento se modificaram, visando à maior valorização da subjetividade: ocorreram mudanças tanto na identidade feminina como na masculina. Com a possibilidade de igualdade para ambos, o casamento ficou mais vulnerável em sua estabilidade, pois as contradições entre os interesses individuais dos cônjuges se sobrepuseram ao interesse social investido na união conjugal e na formação da família. Família e casamento passaram a ser submetidos à satisfação pessoal, tanto no que se referia ao lugar da criança (filhos), sujeitos de direitos, quanto ao lugar da mulher. Outro aspecto foi o declínio do casamento como projeto principal das mulheres, dando lugar a projetos individuais diferentes e complementares ao casamento (carreira, estudo) Assim, as insatisfações no casamento não eram mais toleradas apenas para fazer cumprir uma norma social; manter o casamento passou a ser uma escolha individual. As separações conjugais aumentaram, principalmente com a lei do divórcio, mudando a tradição do casamento para sempre e criando possibilidade de mais alternativas de satisfação nas relações afetivo-sexuais e pessoais (quebra do tabu da virgindade para as mulheres, por exemplo). O casal, ao ter espaço para se expressar, teve possibilidades de confrontar seus conflitos. Crises conjugais terminavam, em grande parte, com separações ou divórcio, acarretando consequências não só para os próprios cônjuges, como também para a rede de parentes e amigos. Cada cônjuge partia à procura de novos espaços e novos contatos, facilitados pela livre expressão do individualismo na sociedade moderna (Velho, 1983). Embora a ênfase fosse na liberdade de escolha, a importância dada à família de origem, seja no sentido de aproximação ou de afastamento, ainda permanecera nos casais modernos. Houve a formação de novas alianças, com os parentes dos dois cônjuges e com os amigos de cada um, ampliando-se a rede de sociabilidade. Com a ampliação dessa rede, emergiram novos papéis, valores e laços. Atualmente nos casamentos e nas famílias que se mantêm ou se reconstroem com outros parceiros e em outras formas de organização, os casais

7 tentam uma redefinição dos papéis de gênero, intercambiando os mundos públicos e privado e redefinindo o valor do indivíduo. Assim, os grandes eixos de mudança dessas últimas décadas, no que diz respeito à modernização da família, foram, segundo Figueira (1987), a mudança do ideal de família do ideal hierárquico para o ideal igualitário, a flexibilização das fronteiras entre as categorias de idade e de sexo, cujas diferenças antes delimitavam os espaços de forma rígida, e a psicologização da família, em que o papel da psicanálise, como discurso universalizante da valorização do indivíduo, foi importante, principalmente na classe média urbana. Com o aprofundamento da modernização da sociedade brasileira, houve a explosão demográfica dos grandes centros urbanos, a melhoria no desenvolvimento tecnológico e nos meios de comunicação, o aumento acelerado da inflação, trazendo rápidas mudanças nos hábitos urbanos (expansão da ideia consumista na classe média). A redemocratização política, com a recessão do regime militar, vigente desde 1964, tem lugar. Nos grandes centros urbanos, o espaço e o tempo são redimensionados, e a convivência com amigos e famílias de origem passa a ser restringida pelo pouco tempo disponível e pelo espaço aglomerado das grandes cidades. Numa análise demográfica das estruturas das unidades domésticas nos anos 1980, Goldani (1993) observa que há mudanças nos arranjos conjugais: crescente importância do modelo monoparental feminino, explicado não só pelo aumento do número de divórcios, como pelo aumento do número de mães solteiras com filhos, mulheres chefes de família, crescimento de arranjos unipessoais, com propensão à opção de casais separados, de jovens solteiros (principalmente homens) e de mulheres viúvas viverem sozinhos (aumento da longevidade para as mulheres mais do que para os homens). Ribeiro e Ribeiro (1994) estudam mudanças de valores na família, no contexto brasileiro, no período , encontrando áreas de mudanças e permanências no eixo casamentomulher-criação de filhos. A existência de consensos e conflitos, expressos na reconstrução institucional, indica a presença contraditória de alteração e permanência de valores em relação à família, nas variedades de formas de famílias, inscritos em modelos culturais, que coexistem e expressam valores de diferentes épocas da formação social. Identificam consensos quanto à preservação de valores normativos que orientam os princípios da socialização, ainda que os conflitos exstentes em sua prática sejam estimuladores à transformação dessas normas. Encontram-se aí: aborto, homossexualidade, elementos da dissolubilidade do casamento e a relação de casal sem coabitação. A família constituída de mulher e homem, vivendo na mesma casa e criando seus filhos juntos, ainda é o padrão normativo que orienta as ações. Quanto às mudanças de valores, identificam alterações, ainda que em conflito explícito, mudanças tidas como desejáveis por segmentos da sociedade. Situam-se aí: aborto e planejamento familiar. Em relação às práticas, Ribeiro e Ribeiro (1994) reconhecem a presença de novos formatos familiares, com base nas relações afetivas e de igualdade entre os indivíduos um novo desenho da família, embora com conflitos bem marcados em valores presentes nas práticas. Especificamente em relação à instituição do casamento, afirma-se um ideal de igualdade nas relações entre os cônjuges, segundo o qual tanto o indivíduo como o casal são soberanos. Nessa área de valores, encontram-se a sexualidade independentizada da reprodução, a presença da mulher na esfera pública e a possibilidade de separação em caso de conflito no casamento. São mudanças verificadas em práticas e princípios orientadores da socialização,

8 ainda não institucionalizados, em confronto com orientações tradicionais. Por isso, a presença de conflitos entre permanência, preservação de valores e mudanças, aparecendo ambivalências em relação às práticas, muitas vezes inconsistentes, indicando uma instabilidade própria do processo de mudança. Quando estas começam a se instalar, ainda que ocorram no nível funcional, concreto, no nível das crenças, do simbólico, são mais lentas, havendo assim um descompasso entre elas, entre o novo, que está emergindo e o antigo, que permanece. Alteração com consensos que ocultam conflitos, nos confrontos de opiniões e atitudes, referem-se às mudanças no casamento e em normas institucionalizadas da família, em direção a uma regulamentação. São mudanças em relação à maternidade solteira, a divisão igualitária das tarefas domésticas entre homem e mulher e ao menor tempo dispensado à criação de filhos. Os consensos encobrem o conflito dos custos sociais dessas mudanças, em direção à institucionalização. No início dos anos 1990, com o intercâmbio de papéis na família, a participação tanto do homem quanto da mulher no mundo público e privado não é mais coercitiva. Há um pouco mais de flexibilização, tanto nos papéis como nas identidades masculina e feminina. Os projetos individuais são variados e complementares ao projeto do casamento (coletivo), apresentando-se multidimensionados. As diferenças e desigualdades de gênero não foram abolidas, e sim estão sendo redefinidas e ressignificadas. A ruptura da dicotomia de papéis propiciou uma flexibilização e fragmentação, mas as responsabilidades domésticas continuam sendo da mulher, ainda que ela participe do sustento da família. A heterogeneidade de comportamentos em relação às práticas afetivo-sexuais no casamento, assim como as diferenças entre os indivíduos, entendidas como diversidade, são ressignificadas e incorporadas à visão de mundo desses atores sociais. A instabilidade também faz parte dessa visão de mundo. Permanece a tentativa de resolver o conflito entre o individual e o coletivo (Vaitsman, 1994). Goldani (1993) faz considerações que nos permitem observar a importância da interdependência dos processos sociais, familiares e individuais. As mudanças político-sociais se apresentam, como vimos, nas lutas pelos direitos de cidadania, pela igualdade e liberdade, pela sobrevivência do indivíduo, ao mesmo tempo em que essas próprias mudanças se revertem à família, que muda seu funcionamento e suas representações. Neste movimento recursivo entre estrutura social e indivíduo, a interdependência dos processos conflui para o aparecimento de novos estilos de vida e redefinições de identidade. Na sociedade brasileira atual, como em toda sociedade complexa, há a exigência de diversidade e flexibilidade nas soluções dos problemas familiares e sociais. Há uma reciprocidade entre o valor da força do trabalho, valor da família e valor do indivíduo, articulados nas trajetórias individuais dos seus membros, que interagem, constroem-se e se reproduzem num contexto de relações de classe e gênero, exigindo novos paradigmas (Goldani, 1993). As transformações nas famílias brasileiras, trazidas pelas modificações das condições de trabalho; pela redistribuição dos papéis de gênero, conjugais e parentais, pela indefinição, mudança e permanência de valores; pelo prolongamento da vida e pela existência de desigualdades sociais e étnicas, suscitam negociações nos novos estilos e arranjos familiares e nas redefinições de identidade.

9 A família contemporânea encontra-se num processo de crise de institucionalização de novos princípios em formação, na busca de objetivos coletivos, que integrem valores antigos e novos como referências (Ribeiro, Ribeiro, 1994). Nos processos de mudanças, há a coexistência de continuidades e descontinuidades de comportamento, valores e padrões de relação. Com relação ao casamento, por exemplo, desde o que é visto como unidade familiar doméstica até o casamento em que os indivíduos não constituem uma unidade familiar, quando não há complementaridade nos papéis e individualidades, mas se apresentam como unidades independentes e flexíveis (Ribeiro, Ribeiro, 1994; Vaitsman, 1994). Dos inúmeros arranjos e formatos familiares, modificações da organização da família brasileira atual conviver com o novo e o tradicional constitui um processo característico da não-linearidade e da complexidade dos processos sociais. A Família e as famílias que se nos apresentam nos anos 1990, ou seja, a família pensada e a família vivida são produto e produtora, ao mesmo tempo, de transformações nos níveis simbólico e funcional das relações institucionais. A família inventa cultura. Figueira (1987), ao falar sobre os efeitos da modernização da sociedade brasileira, discute seus reflexos no nível das mudanças de identidade e das vivências subjetivas. A aceleração das mudanças externas, promovidas pela modernização entra em contradição com uma inércia subjetiva, com o tempo mais lento em que as mudanças são integradas pelos sujeitos. A convivência com o arcaico valores nos quais o indivíduo foi criado, e com o novo valores recentes que emergem na sociedade, é simultânea e traz conflitos internos. Essas contradições são vividas pelos sujeitos como contradições entre ideais, identidades e normas emergentes é o desmapeamento do sujeito: convivência, no sujeito, em níveis diferentes, de dois ou mais conjuntos de valores (ou mapas) internalizados em algum momento de sua formação (Nicolacci-da-Costa, 1985, p 159). Assim, valores invisíveis, não perceptíveis nem pela sociedade nem pelo sujeito, convivem com os visíveis, perceptíveis pelo sujeito e a sociedade no momento presente. Nesse processo recursivo de construção de identidades, em que se dão as trocas da família com as outras instituições sociais, este desmapeamento em nível de sujeito provoca inseguranças nas relações e transmissão de valores, desestabilizando as relações familiares. Os valores sociais, sendo do domínio coletivo, encontram-se presentes nos princípios e nas práticas, nas representações, nos consensos compartilhados intersubjetivamente por grande número de pessoas, no seu cotidiano: latentes ou aceitos. É a família o principal agente socializador, pois o sujeito só internaliza o sistema simbólico por meio da identificação afetiva com os agentes significativos, isto é, aprende como eles se inserem na sociedade e como a reproduzem, como são, como exercem seus papéis etc.. No entanto, no processo de desenvolvimento dos indivíduos, no contexto de mudanças sociais, essas socialização se apresenta de forma descontínua, quando há confronto e incoerência entre os sistemas simbólicos internalizados, não só em momentos diferentes do processo de socialização, como entre os processos de socialização primária e secundária. É a descontinuidade socializatória (Nicolacci-da-Costa, 1985). Ela ocorre quando o sujeito passa a ocupar posições institucionais (por exemplo, esposa, marido), nas quais o sistema simbólico

10 internalizado é confrontado com os processos secundários, no momento em que passa a ocupar essas posições, isto é, no momento histórico desta sociedade e, portanto, diferente do momento em que internalizou seus valores. Esses conceitos são importantes para a compreensão das crises do sujeito, quando instado a definir uma direção em seu projeto individual, em que esses valores são vividos como conflitantes, incoerentes e contraditórios. Também, para se compreender que uma crise reflete as transformações sociais que são apreendidas pela instituição. Como a família é um agente socializador, os valores sociais são apreendidos, mantidos e reproduzidos por ela, apresentando-se, portanto, simultaneamente como contínuos e descontínuos. Como instituição social, as famílias podem variar nos diferentes momentos de sua história e da história social, nas diferentes condições socioculturais. As regras da instituição familiar dizem respeito às formas como os membros da família organizam sua vida privada relações afetivo-sexuais, relações intergeracionais, divisão de papéis no grupo e divisão sexual do trabalho, bem como suas relações com outras instituições sociais. Conclusão Conceituar a familiar como uma instituição social permite-nos vê-la em processo de interação social. Assim, as transformações nela ocorridas refletem as mudanças no contexto social mais amplo que ela. Podemos concluir, então, com relação a essas transformações, que: O núcleo original da família dissolve-se como grupo de residência, mas perduram as relações familiares. Os laços afetivos, de amizade, de aliança e até de cumplicidade nem sempre se rompem: redesenham-se [...] a família não acaba ao dissolver-se seu núcleo original. Ela muda de lugar, desloca seus significados, reconstitui seus conteúdos, rearranja suas formas e flexivelmente, redefine suas fronteiras (Vaitsman, 1994, p 168). Esse processo interacional entre sociedade, família e indivíduo é marcado, sobretudo, pelas mudanças nas relações homem-mulher. Apresenta-se não de forma linear, mas de uma forma recursiva entre mudanças sociais, familiares e individuais, evidentes nos costumes, nos valores sociais, nas mudanças das leis, nas regras de relação familiar, nos comportamentos dos indivíduos, ressignificando-os e trazendo novas mudanças nas práticas cotidianas. Um processo mais amplo, enredado por processos particulares e singulares. Mudanças que geram mudanças, consideradas em diferentes níveis da instituição, nos níveis universal, particular e singular. Referências AMAS. Famílias de crianças e adolescente: diversidade e movimento. Belo Horizonte, Associação Municipal de Assistência Social, AFONSO, M. Lucia M. A face íntima de uma instituição. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social)- Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1991.

11 ALMEIDA, Ângela Mendes. Notas sobre a Família no Brasil. In: ALMEIDA, Ângela M. et. Al. Pensando a família no Brasil da colônia à modernidade. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo, p BADINTER, Elizabeth. Um amor conquistado: o mito do amor materno. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, Original francês, BAREMBLIT, Gregório. Compêndio de análise institucional e outras correntes teoria e prática. Rio de Janeiro: Zahar, CANEVACCI, M. Dialética da família. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, CASTORIADIS, Cornelius, La Institución Imaginaria de la sociedade: In: COLOMBO, Eduardo. El imaginario social. Buenos Aires: Tupac 1989, p COELHO. Sônia Vieira. Além de dois: representações de gênero na comunicação do casal. Dissertação (Mestrado em Psicologia área de concentração, Psicologia social). Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Digitada. DURHAM, Eunice R. Família e Reprodução Humana. In: DURHAM, Eunice R. et al. Perspectiva antropológica da Mulher, 3. Rio de Janeiro: Zahar, FIGUEIRA, Sérvulo A. O Moderno e o Arcaico na Nova Família Brasileira notas sobre a dimensão invisível da mudança social. In: FIGUEIRA, Sérvulo A (Org). Uma nova família? Rio de Janeiro, Zahar, 1987 GOLDANI, Ana Maria. As Famílias no Brasil Contemporâneo e o Mito da Desestruturação. In: De Trajetórias e Sentimento. N 1 Cadernos Pagu. Campinas IFCH, UNICAMP, HEILBORN, M Luiza. Dois é par: Conjugalidade, Gênero e Identidade Social em Contexto Igualitário. Tese (Doutorado do Museu Nacional) Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, LAPASSADE, Georges. Grupo, organizações e instituições. Rio de Janeiro: Francisco Alves, NICOLACI DA COSTA, Ana Maria. Mal-estar na Família: descontinuidade e conflito entre sistemas simbólicos. In: FIGUEIRA, Sérvulo A. (Org). Cultura da Psicanálise. Rio de Janeiro: Brasiliense, RIBEIRO, Ivete; RIBEIRO, Ana Clara Torres. Famílias e desafios na sociedade brasileira valores como um ângulo de análise. Rio de Janeiro: Loyola, Centro João XXIII, VAITSMAN, Jeni. Flexíveis e plurais identidade, casamento e família em circunstâncias pós modernas. Rio de Janeiro: Rocco, VELHO, Gilberto. Alianças e casamento na sociedade moderna: separação e amizade em camadas médias urbanas. Rio de Janeiro: Boletim do Museu Nacional v 39, p 1 11, ago (Nova Série, Antropologia)

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