O PAC do governo Lula e o processo de dependência e exploração da economia brasileira.

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "O PAC do governo Lula e o processo de dependência e exploração da economia brasileira."

Transcrição

1 O PAC do governo Lula e o processo de dependência e exploração da economia brasileira. Introdução Cristiano Silva O lançamento do PAC Programa de Aceleração do Crescimento do governo Lula despertou um debate no seio dos setores organizados da sociedade brasileira. Muitos textos já foram publicados. Os setores burgueses, com algumas ressalvas, dedicaram-se a defender o Plano. No campo da classe trabalhadora as conclusões são variadas: uns afirmam ser a recuperação do papel do Estado na linha desenvolvimentista, outros negam e defendem ser o aprofundamento do neoliberalismo no país. O texto que segue é uma contribuição ao debate. A obra de Marx fornece ensinamentos sobre como analisar o processo político das sociedades. Entende-se que para compreender a dinâmica da política de Estado em determinado momento histórico torna-se fundamental levar em consideração as verdadeiras condições estruturais da sociedade em questão. Não se trata de uma forma esquemática adequada a todas as sociedades e a todos os acontecimentos políticos, mas de um método complexo que possibilita captar a rica totalidade do processo social e suas influências na superestrutura. Qualquer análise sobre o PAC não pode ser limitada aos fatos superestruturais. O capitalismo mundial vive a sua época imperialista. O processo da economia política é marcado por relações internacionais de dependência e exploração comandadas pelos grandes capitalistas e seus governos. Então como entender as verdadeiras razões motivadoras do PAC, um plano de tal magnitude, apresentado no contexto da internacionalização do capital, sem antes recuperar e compreender o movimento atual do imperialismo? Esse é o nosso ponto de partida neste trabalho. Economista. Membro do ILAESE Instituto Latino-Americano de Estudos Socioeconômicos. 1

2 1. A fase imperialista e as condições estruturais da economia brasileira. No campo marxista há uma ampla literatura sobre a época imperialista do capitalismo. O trabalho mais discutido sem dúvida é o de Lênin, denominado Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo. A lição básica é que os grandes capitalistas e seus governos procuram dominar os países semicoloniais e coloniais. A economia brasileira é essencialmente semicolonial. Ao longo de sua história os interesses do grande capital monopolista vêm comandando o sentido do desenvolvimento nacional. A extração de riquezas através de mecanismos tais como a dívida, remessa de lucros, relações comerciais dependentes, sempre predominou em nosso país e atualmente é crescente. Na fase inicial do processo de industrialização da economia brasileira coube ao Estado a formação de muitos setores produtivos. A forma intervencionista do Estado alimentou esperanças sobre as possibilidades de um desenvolvimento nacional sem rompimentos, porém, ao final, descobriuse que as relações imperialistas ainda determinavam o sentido do processo socioeconômico. De acordo com alguns estudos divulgados nos últimos anos parece predominar uma expansão do processo de internacionalização do capital. Os grandes capitalistas imperialistas buscam ampliar o controle sobre as riquezas nacionais, inclusive a brasileira. De que modo? Essencialmente centralizando as forças produtivas antes controladas pelo Estado e capitais privados nacionais. No Brasil, sob o governo de FHC e agora o de LULA, a economia vem sendo adaptada ao projeto de acumulação internacional do capital. Nota-se um processo combinado entre medidas que visam permitir a centralização dos grandes capitalistas, que resulta em desnacionalização de muitos setores econômicos, com outras dedicadas a aumentar a competitividade externa do grande capital, via favorecimentos às exportações de capitais e mercadorias. Esse é o sentido do processo de liberalização que favorece o capital, das remessas de lucros, da expansão comercial externa do país, e 2

3 mais recentemente da busca de reformas institucionais ligadas ao trabalho, tal como a reforma trabalhista. È preciso entender que são medidas diversas, que não mudam somente as formas superestruturais da sociedade brasileira, em outras palavras, mais ou menos Estado na economia, mas que avança na construção de uma estrutura social dominada pelos interesses dos grandes capitalistas. Neste contexto, qual o verdadeiro sentido do PAC? Como procuraremos demonstrar mais a frente trata-se de mais um plano para aprofundar a dependência e aumentar a extração de riquezas do país. 2 As principais medidas do PAC Podemos organizar o conjunto das medidas do PAC em torno dos seguintes objetivos: 1)aumentar o volume de investimentos em setores da chamada infra-estrutura; 2)Incentivar o investimento do capital privado mediante aumento da oferta de crédito; 3) Remover obstáculos ao crescimento, neste caso, leia-se promover mudanças nas leis a fim de favorecer o capital em detrimento das condições de vida da classe trabalhadora Investimentos em infra-estrutura Conforme a proposta oficial do governo Lula, prevê-se um volume de investimentos na ordem de 503 bilhões de reais para o período de 2007 a 2010, nas seguintes áreas: (A) Transportes (58,3 bilhões): Está previsto a expansão do sistema de ferrovias, aeroportos, hidrovias, rodovias, portos, etc. Não se pretende aqui detalhar informações sobre as obras, porém, cabe destacar que elas têm por objetivo principal melhorar o escoamento das mercadorias controladas por grandes empresas residentes na economia brasileira. 3

4 (B) Energia (274 bilhões): Investimentos voltados para geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, gás, energia renováveis... Neste campo, grande parte dos aportes serão realizados pela empresa estatal Petrobras S/A. (C) Infra-estrutura social urbana (171 bilhões): Nesta área busca favorecer o investimento privado. Importante notar que essas medidas permitirão a expansão do capital privado em setores antes controlados pelo Estado. (D) PPI - Projeto Piloto de Investimentos (52 bilhões): Volume de recursos a ser destinado principalmente para empreendimentos que reservam retorno financeiro, como por exemplo, as estradas através de pedágios... Em linhas gerais, conclui-se que as obras nos setores da infraestrutura previstas no PAC têm por finalidade principal reduzir os custos e acelerar o processo de circulação das mercadorias controladas por grandes empresas residentes no país, ou seja, atende a exigência dos grandes empresários que estão em busca de circular suas mercadorias de forma mais competitiva. E aprofunda o neoliberalismo, isto porque transfere ao capital privado a possibilidade de comercializar serviços básicos da sociedade, tais como: saneamento, habitação, transportes (estradas, metrô) etc. 2.2 Crédito e financiamento E o dinheiro necessário para as obras? Conforme dados oficiais, grande parte tem origem na empresa estatal Petrobrás S/A, outra será concedida por instituições financeiras do Estado na forma de empréstimos. A seguir algumas medidas previstas: A) O tesouro nacional concederá empréstimo de R$ 5,2 bilhões à Caixa Econômica Federal (CEF) que vai emprestar para obras em saneamento básico e habitação popular. 4

5 B) Criação de um fundo de investimento em infra-estrutura com recursos do FGTS. Terá um aporte inicial de R$ 5 bilhões, mas poderá alcançar a 80% do patrimônio líquido do FGTS. Em suma, transfere o dinheiro do trabalhador para capitalizar as empresas que pretendem investir e lucrar com obras de infra-estrutura previstas no PAC. C) O BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social vai reduzir o custo financeiro de seus empréstimos para obras em infraestrutura. Para tanto, prevê-se redução da TJLP (Taxa de juros de longo prazo) para 6,5%, e redução do spread do BNDES para financiamento em setores da infra-estrutura. Para financiar as obras, prevê-se a utilização das instituições financeiras do Estado, CEF e BNDES, por exemplo, para oferecer crédito barato ao capital privado. Aqui se apresentam dois instrumentos de extração de nossas riquezas. O dinheiro apropriado pelo Estado é concedido a um preço mais baixo para que o capitalista possa investir nas obras do setor de infra-estrutura. Além disso, incentiva-se a centralização pelo capital privado de serviços antes controlados pelo Estado. È o mesmo sentido das privatizações. 3. Mudanças nas leis a serviço da acumulação internacional do capital. As medidas do PAC anunciadas como formas de destravar o crescimento, na verdade, representam mudanças nas leis com o objetivo de ampliar a liberalização para o capital e aumentar as formas de exploração sobre os trabalhadores brasileiros. Elas estão divididas do seguinte modo: A) Marco regulatório : Visa, sobretudo, ampliar a liberalização para o capital. O marco institucional que se pretende busca essencialmente alterar a competência dos órgãos públicos de estabelecer limites aos investimentos do capital privado. Serve como exemplo o projeto da Super-Receita que, dentre várias 5

6 coisas, desautoriza o papel fiscalizador de órgãos do Estado nas relações de trabalho. Outro exemplo são as mudanças previstas nas leis ambientais, cujo objetivo é derrubar barreiras ao capital, mesmo que isso represente danos às condições naturais de nosso país. B) Desonerar as empresas de tributos: O PAC prevê uma forte desoneração tributária aos investimentos programados. Dentre algumas medidas pretende-se a suspensão da cobrança de PIS/Confins para investimentos em infra-estrutura, e do IRPF para o caso de fundos de investimentos com tal finalidade. Essas medidas fornecem enormes privilégios ao capitalista, tornando seus investimentos mais lucrativos. C) Ataque aos direitos dos trabalhadores: C.1- Correção salarial do funcionalismo: Prevê alteração na Lei de Responsabilidade Fiscal para definir que o gasto com o funcionalismo não poderá exceder a 1,5% de aumento real, pelos próximos dez anos. Um grande ataque ao nível de rendimento dos funcionários do Estado. C. 2 - Política de correção do salário mínimo: Define que nós próximos quatro anos a correção será baseada na inflação mais a variação real do PIB de dois anos atrás. Considerando o percentual de crescimento do PIB brasileiro dos últimos anos e as perspectivas futuras, pode-se concluir que a correção salarial ficará muito aquém das verdadeiras necessidades da classe trabalhadora brasileira. C.3 - Criação do Fórum Nacional da Previdência Social: Será composto por governo, empresários e centrais sindicais que apóiam o plano. A criação do Fórum Nacional da Previdência Social tem por finalidade preparar uma proposta de reforma do sistema de previdência social cujo objetivo estratégico é aprofundar o processo de privatização da previdência pública no país. 6

7 C. 4 - Lei da previdência complementar: Pretende dar continuidade a reforma da previdência iniciada em Essencialmente estimular o negócio da previdência privada. 3. As posições sobre o PAC O PAC sinaliza que o governo LULA quer retomar o papel do Estado como promotor do crescimento e desenvolvimento do país? Esse é o caso da CUT, PT e seus aliados. Esse setor reserva alguns comentários sobre as medidas ligadas aos trabalhadores, mas no geral aprovam e autorizam o plano. A posição central é que o PAC irá possibilitar a retomada do papel do Estado como condutor e promotor do crescimento econômico e desenvolvimento do país, através de investimentos estratégicos. Portanto, para esse setor, um plano com aspectos positivos porque procura combater a ciranda financeira que atualmente comanda a destinação da renda apropriada pelo Estado. Em suma, chegou à hora de mais produção e menos atividades especulativas. Não é verdade. Primeiro, é fácil perceber que o PAC não possibilitará aumento do controle do Estado sobre alguns setores porque as medidas incentivam o que podemos chamar de privatização dos serviços de infraestrutura do país. Em segundo lugar, é preciso notar que as medidas do PAC avançam no desmonte de todo arcabouço institucional em torno do trabalho, conquistado ao longo da história. È o caso da lei do Super Simples, da Super Receita, da Reforma da Previdência, do fundo envolvendo o FGTS, das formas de reajuste do funcionalismo e do salário mínimo, enfim. Nem tampouco vai significar uma redução nos pagamentos das dívidas, isto porque, grosso modo, as condições de financiamento da dívida pública estão consumindo grande parte da renda apropriada pelo Estado, portanto, a receita gerada da redução de gastos nas áreas sociais certamente terá como destino o pagamento dos compromissos financeiros já programados e a rolagem da dívida, principalmente a interna, que 7

8 atualmente já ultrapassou a casa de R$ 1 trilhão de reais e consome bilhões na forma de juros todos os anos. Além disso, o argumento de que o PAC vai trazer crescimento econômico e melhores condições de vida à classe trabalhadora brasileira também é uma falácia. O PAC aprofunda as contradições inerentes às inversões de capitais. Sabe-se que o capital se valoriza mediante a extração da mais-valia dos trabalhadores. Esse é o conhecimento teórico e prático que acumulamos. O PAC cria formas de aumentar a exploração, uma vez que pretende reduzir a renda dos trabalhadores e avançar na retirada de direitos. Sendo assim, qualquer crescimento econômico será consolidado sobre bases de exploração maiores, o que certamente imporá péssimas condições de vida à classe trabalhadora brasileira. 3.2 O PAC é um plano econômico que visa essencialmente garantir o pagamento da dívida pública? Alguns setores da esquerda política do país convergem para a idéia de que o PAC tem por objetivo principal reduzir gastos públicos nas áreas sociais a fim de garantir o pagamento das dívidas interna e externa. Em suma, é um plano para sustentar a ciranda financeira. Essa forma de análise é limitada porque não possibilita entender o processo na sua totalidade. É muito concentrada nas manifestações superestruturais do problema, não capta o movimento das relações estruturais da sociedade. Mesmo no que toca ao papel do Estado, não é correto analisar somente a sua movimentação financeira. A questão é mais ampla e carece levar em consideração aspectos da fase imperialista e as diversas formas de extração das riquezas nacionais. A dívida não é a única forma de extração da mais-valia produzida na economia brasileira, existem outras. O PAC reúne medidas que aprofundam as relações comerciais dependentes, as formas institucionais que liberalizam o movimento do capital, a exploração sobre a classe trabalhadora, enfim. O governo Lula, através do PAC, pretende promover mudanças nas condições estruturais da economia brasileira que servem para aprofundar a 8

9 dependência em benefício dos grandes capitalistas imperialistas. Essa totalidade deve ser analisada. Os argumentos que sustentam essa opinião são desenvolvidos nas linhas seguintes O PAC e as mudanças nas condições estruturais a serviço do processo de acumulação internacional do grande capital A posição seguinte expressa um ponto de vista, não pretende esgotar o assunto, é uma contribuição ao debate. Antes de cuidar das questões inerentes ao PAC, julga-se importante recuperar algumas categorias do marxismo que, nos últimos anos, cumpre dizer, foram retiradas enquanto referencial teórico para análises das diversas organizações políticas da classe trabalhadora brasileira. O capitalismo, em sua dimensão mundial, chegou a um nível de desenvolvimento onde os grandes capitalistas passaram a exercer domínios sobre o processo produtivo de muitas sociedades. Esse é o traço comum a todos os países. Vivemos na fase monopolista do sistema, marcada por relações internacionais de caráter imperialista. Neste contexto, evidentemente, as distintas manifestações da realidade nacional não devem ser desprezadas, longe disso, mas para analisá-las e entende-las deve-se ao menos levar em consideração a rica totalidade do processo socioeconômico mundial. Esse deve ser o método dos marxistas, especialmente quando buscam analisar criticamente as relações da economia política na atualidade. As relações na época imperialista são contraditórias e expressam um processo de dependência e exploração. As formas de dominância e extração de riquezas entre os países são diversas. Quanto a primeira, pode variar desde o emprego de força militar, como no caso atual do Iraque, até o exercício das instituições democráticas, como se observa em países latinoamericanos. A forma de extração de riquezas depende em ultima instância da determinação histórica da sociedade dominada. No caso brasileiro, historicamente vem comprovando-se alguns instrumentos: 1) a dívida externa e a interna, segundo a qual se transfere a mais-valia produzida no 9

10 país aos capitalistas credores; 2) as relações comerciais externas dependentes que condicionam a produção nacional de acordo com os interesses das nações imperialistas; 3) as remessas de lucros ao exterior realizada pelo grande capital residente no país; 4) o controle sobre as forças produtivas dos países dependentes, especialmente o grau de exploração que se impõe aos trabalhadores a fim de aumentar a extração de mais-valia, enfim. De todo o exposto, cabe salientar que os grandes capitalistas imperialistas extraem o excedente econômico dos países dominados de diversas maneiras, não se limita a um instrumento. Outra questão importante é a compreensão sobre o verdadeiro papel do Estado capitalista. Antes de tudo ele representa a dominação da classe burguesa. No marco das relações sociais capitalistas, as variadas formas de regimes e governos servem para executar políticas favoráveis ao processo de acumulação do capital. O arsenal é amplo, reúne desde as pregações ideológicas incentivadas com o intuito de enganar que os interesses particulares da burguesia são interesses da nação, até as ações concretas que adaptam a estrutura social a serviço do lucro. Neste sentido, ora o Estado pode ter uma intervenção maior na economia, ora ser menos intervencionista, depende em última instância das condições socioeconômicas vigentes, mas a essência da coisa é o processo de dominação da classe burguesa. Portanto, não serve enxergar somente os acontecimentos localizados na superestrutura da sociedade analisada. Se pudéssemos definir numa frase: não basta o céu, temos que olhar a terra. A mesma analogia serve para o processo denominado neoliberalismo, por sinal muito discutido pelos setores da esquerda política. É importante saber que neoliberalismo não se resume as movimentações financeiras do Estado burguês, em outras palavras, reduzir gastos com políticas sociais para aumentar a transferência financeira aos capitalistas. Em síntese, o processo é constituído por um conjunto de políticas que visam gerar espaços de acumulação aos diversos setores da grande burguesia e assim sustentar a atual etapa da acumulação capitalista mundial. Com esse referencial vamos à análise do PAC. De nosso ponto de vista, não se trata de um plano feito exclusivamente para reduzir despesas financeiras do Estado e assim garantir os pagamentos das dívidas interna e 10

11 externa. No plano terrestre encontram-se outros problemas. Na verdade, é um plano econômico determinado pelo grande capital que carrega dois objetivos centrais: adaptar a economia brasileira a serviço do projeto de acumulação internacional e aprofundar as diversas formas de extração de riquezas nacionais, inclusive o mecanismo da dívida. As obras na área da infra-estrutura cumprem basicamente dois objetivos. Um deles é potencializar as relações comerciais externas de grandes empresas residentes na economia brasileira, ou seja, atende aos objetivos de acumulação internacional do grande capital. Há tempos a grande burguesia clama por obras para baratear o escoamento principalmente das exportações de suas mercadorias e o fornecimento de insumos importados de países vizinhos da América Latina. Somente por essa razão já é possível notar que os investimentos programados no PAC não têm por critério as aspirações da classe trabalhadora de nosso país. Ao invés de tais investimentos porque não se priorizou a reforma agrária e outros meios de fortalecer o mercado interno? Outro fato é que as obras na área da infra-estrutura servem para gerar espaços de acumulação ao capital privado, na medida em que possibilita investimentos em setores antes controlados pelo Estado. È o mesmo sentido das privatizações. Em função disso, amplia-se a comercialização dos serviços básicos da sociedade e a classe trabalhadora terá que comprá-los Aumento da exploração sobre a classe trabalhadora... Por que o PAC prevê tantas leis que flexibilizam os direitos dos trabalhadores, inclusive o salário? É importante perceber que não se trata de uma lei específica, proposta em determinada conjuntura, a fim de retirar um direito específico. A questão é mais ampla. Aqui se pretende afirmar a tese que o PAC tem por objetivo criar condições para o aumento da exploração sobre a classe trabalhadora brasileira e assim gerar melhores condições para a acumulação internacional dos grandes capitalistas. Antes de tratar a questão, notemos o conhecimento teórico a respeito. Marx, em seu livro O Capital, na passagem que propõe uma reflexão sobre a lei geral da acumulação capitalista, procura demonstrar que o processo de 11

12 acumulação infere sobre as condições materiais das classes postas na sociedade capitalista. Na primeira parte do referido texto, ele trata das ações dos capitalistas contra a realidade objetiva da classe trabalhadora, como maneira de elevar a mais-valia. Os recursos são diversos, inclui desde a incorporação de novos meios de produção, como de técnicas, até os ataques às condições de emprego e rendimentos da força de trabalho. Sabe-se que atualmente as grandes empresas, mais conhecidas como multinacionais ou transnacionais, estão organizadas em diversos países do mundo. Cabe a seguinte pergunta: qual a diferença fundamental entre a composição orgânica da produção de uma grande empresa residente no país capitalista desenvolvido, EUA, por exemplo, e a composição orgânica da produção da mesma empresa organizada num país semicolonial? A diferença essencial é o que se paga pelo capital variável, ou seja, o custo de reprodução da força de trabalho. Nos países semicoloniais ele é menor. Essa é a razão fundamental de tantas inversões capitalistas para a China no presente momento. Naquele país, em função de uma série de elementos, promove-se um grau de exploração sobre os trabalhadores sem precedentes, o que possibilita altas taxas de lucros aos grandes capitalistas. É isso que o governo Lula, através do PAC, pretende concretizar no Brasil. Busca-se o caminho da China. Em suma, visa instalar condições estruturais favoráveis ao processo de acumulação internacional do grande capital. Esse é o sentido das leis contrárias aos trabalhadores, algumas contidas outras associadas ao PAC, tais como: Super Simples, Super Receita e a máxima Reforma Trabalhista. As mudanças nas condições de rendimento da classe trabalhadora previstas no PAC reforçam essa tese. As formas de correção salarial, tanto do salário mínimo como a do funcionalismo público, pressionam para uma tendência de queda no nível de renda do mercado de trabalho brasileiro. Além disso, é importante notar que elas não se limitam à área de infraestrutura e nem tem como prazo o período de execução do PAC. Conclui-se então que o governo Lula tem por objetivo modificar as condições estruturais de exploração da classe trabalhadora com o intuito de favorecer ainda mais a acumulação capitalista no Brasil, organizada a partir da estratégia de internacionalização do capital. 12

13 brasileira O PAC aprofunda a dependência e exploração da economia Portanto, define-se que o PAC é um plano que aprofunda a dependência e aumenta as formas de extração de riquezas do país em favor dos grandes capitalistas, condenando as possibilidades de desenvolvimento nacional. Isto porque provoca a redução dos gastos do Estado para fins sociais com o objetivo de garantir o mecanismo das dívidas. Mas não apenas. Também aprofunda a dominância do grande capital no processo produtivo da nossa economia, instalando relações comerciais dependentes. Busca consolidar um novo patamar de exploração da classe trabalhadora, onde o grande capital encontrará melhores condições para o exercício da concorrência internacional e extração de lucros. Por tudo isso, não é verdade que o PAC vai representar desenvolvimento socioeconômico ao país, este só virá através do rompimento com o imperialismo, a partir de uma estratégia revolucionária, que deve nortear a luta política da classe trabalhadora. E como toda a caminhada começa com o primeiro passo, precisamos ser contra o PAC, mas tendo a seguinte certeza: derrotar o governo Lula e a proposta do PAC é também derrotar as forças imperialistas presentes em nosso país. 13

CONT A-CORRENTE. Campanhas salariais, inflação e produtividade do trabalho

CONT A-CORRENTE. Campanhas salariais, inflação e produtividade do trabalho CONT A-COENTE A análise da conjuntura econômica na visão e linguagem do sindicalismo classista e dos movimentos sociais Boletim quinzenal de conjuntura econômica do ILAESE Ano 01, N 05-15/julho/2011 Campanhas

Leia mais

Capitalismo Concorrencial, Estado e Regulação

Capitalismo Concorrencial, Estado e Regulação Capitalismo Concorrencial, Estado e Regulação Prof. Ricardo Dalthein UFRGS/PPGE Guilherme Reis Dutra Priscilla Elisalde Pontes Porto Alegre, outubro de 2011 Origem Criado no segundo mandato do governo

Leia mais

BRASIL. Paulo André de Oliveira. Conjuntura Econômica JUROS. Ciclos de expansão da Economia 1. Ciclos de expansão da Economia 2

BRASIL. Paulo André de Oliveira. Conjuntura Econômica JUROS. Ciclos de expansão da Economia 1. Ciclos de expansão da Economia 2 UNESP FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS Paulo André de Oliveira Pós Graduação Energia na Agricultura Economista DÓLAR Conjuntura Econômica JUROS BRASIL CRISE FINANCEIRA SETOR INTERNO E EXTERNO Ciclos de

Leia mais

FÓRUM NACIONAL PELA REDUÇÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL CAMPANHA PELA REDUÇÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL

FÓRUM NACIONAL PELA REDUÇÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL CAMPANHA PELA REDUÇÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL FÓRUM NACIONAL PELA REDUÇÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL CAMPANHA PELA REDUÇÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL FÓRUM NACIONAL PELA REDUÇÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL Entidades que já aderiram ao Fórum e à Campanha:.

Leia mais

Crescimento econômico e as Parceiras Público-Privadas

Crescimento econômico e as Parceiras Público-Privadas Crescimento econômico e as Parceiras Público-Privadas Setor Metroferroviário: quando e como? Fausto Morey Set/2012 Crescimento econômico no Brasil 5 9.3 7.6 PIB Inflação 7.5 Curva de tendência da inflação

Leia mais

Eleição presidencial e recessão econômica: presente e futuro

Eleição presidencial e recessão econômica: presente e futuro CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DA CONSTRUÇÃO E DO MOBILIÁRIO RECONHECIDA NOS TERMOS DA LEGISLAÇÃO VIGENTE EM 16 DE SETEMBRO DE 2010 Estudo técnico Edição nº 13 setembro de 2014

Leia mais

Publicado em: 07/03/2007

Publicado em: 07/03/2007 O Fórum Nacional de Reforma Urbana e o Programa de Aceleração do Crescimento: desafios na construção de um novo modelo de desenvolvimento sustentável com cidades Justas e democráticas* Publicado em: 07/03/2007

Leia mais

POLÍTICAS PÚBLICAS Aula 12. Prof. a Dr. a Maria das Graças Rua

POLÍTICAS PÚBLICAS Aula 12. Prof. a Dr. a Maria das Graças Rua POLÍTICAS PÚBLICAS Aula 12 Prof. a Dr. a Maria das Graças Rua PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO (PAC), criado pelo Decreto 6.025/2007 que define a estrutura formal da sua gestão. PAC medidas de estímulo

Leia mais

Barreiras à Competitividade e ao Crescimento da Indústria PESQUISA RUMOS DA INDÚSTRIA PAULISTA

Barreiras à Competitividade e ao Crescimento da Indústria PESQUISA RUMOS DA INDÚSTRIA PAULISTA Barreiras à Competitividade e ao Crescimento da Indústria PESQUISA RUMOS DA INDÚSTRIA PAULISTA 1 Principais barreiras à competitividade e ao crescimento Na opinião da Indústria Paulista, as principais

Leia mais

Luciano Coutinho Presidente

Luciano Coutinho Presidente O papel do BNDES no desenvolvimento brasileiro nos próximos anos ANEFAC São Paulo, 30 de julho de 2012 Luciano Coutinho Presidente Papel dos Bancos de Desenvolvimento no mundo Apoiar e financiar o desenvolvimento

Leia mais

FIESP: 8º Encontro de Logística e Transportes

FIESP: 8º Encontro de Logística e Transportes FIESP: 8º Encontro de Logística e Transportes Investimentos em Infraestrutura e Competitividade da Economia. Carlos Campos Neto carlos.campos@ipea.gov.br Maio de 2013 R$ bilhões 2 INVESTIMENTO RODOVIÁRIO

Leia mais

Agenda 2019 Expectativas do empresariado para o País e os seus negócios. Novembro, 2018

Agenda 2019 Expectativas do empresariado para o País e os seus negócios. Novembro, 2018 Headline Agenda 2019 Verdana Bold Expectativas do empresariado para o País e os seus negócios Novembro, 2018 Agenda 2019 Perfil da amostra 826 empresas Soma das receitas totaliza R$ 2,8 trilhões (2017)

Leia mais

Agenda 2019 Expectativas do empresariado para o País e os seus negócios. Novembro, 2018

Agenda 2019 Expectativas do empresariado para o País e os seus negócios. Novembro, 2018 Headline Agenda 2019 Verdana Bold Expectativas do empresariado para o País e os seus negócios Novembro, 2018 Agenda 2019 Perfil da amostra 826 empresas Soma das receitas totaliza R$ 2,8 trilhões (2017)

Leia mais

Boletim Econômico Edição nº 88 novembro de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

Boletim Econômico Edição nº 88 novembro de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico Boletim Econômico Edição nº 88 novembro de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico Lucros dos bancos: pequena síntese comparativa com três governos 1 Governo Dilma foi o que mais

Leia mais

GLOBALIZAÇÃO NO BRASIL CAPÍTULO 2 PROFESSOR LEONAM JUNIOR

GLOBALIZAÇÃO NO BRASIL CAPÍTULO 2 PROFESSOR LEONAM JUNIOR GLOBALIZAÇÃO NO BRASIL CAPÍTULO 2 PROFESSOR LEONAM JUNIOR CONCEITOS BÁSICOS DE GLOBALIZAÇÃO fenômeno que começou com as grandes navegações. ganhou grande destaque com a revolução industrial. sofreu grande

Leia mais

Crise, Lucratividade e Distribuição:

Crise, Lucratividade e Distribuição: Crise, Lucratividade e Distribuição: Uma Análise da Economia Política Brasileira Adalmir Marquetti PUCRS Setembro, 2017 1. Introdução Maior crise política e econômica desde a redemocratização Divisão de

Leia mais

18/05/2017. Gasto Público Total no Brasil. Carga Tributária % do PIB. GASTO FISCAL NO BRASIL: crescimento e dilemas

18/05/2017. Gasto Público Total no Brasil. Carga Tributária % do PIB. GASTO FISCAL NO BRASIL: crescimento e dilemas Gasto Público Total no Brasil Pelos dados do FMI, Brasil tem uma despesa pública total (inclusive juros) de 40% do PIB. GASTO FISCAL NO BRASIL: crescimento e dilemas Econ. Edilson Aguiais Material Disponível

Leia mais

O crescimento brasileiro é sustentável?

O crescimento brasileiro é sustentável? O crescimento brasileiro é sustentável? Adalmir Marquetti * RESUMO - O presente texto discute as condições necessárias para a continuidade da retomada do crescimento nos próximos anos. Aponta-se que há

Leia mais

Brasil perde fatia da riqueza mundial

Brasil perde fatia da riqueza mundial Boletim Econômico Edição nº 32 junho de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico Brasil perde fatia da riqueza mundial 1 Peso econômico menor no mundo Levantamento feito com base

Leia mais

Superávit primário e orçamento público

Superávit primário e orçamento público Superávit primário e orçamento público Hélio Rodrigues Paralelo ao escândalo que envolve uma das maiores empresas estatais do Brasil, a Petrobrás (Petróleo Brasileiro S/A), a disputa política no Brasil

Leia mais

Investimentos Públicos no Brasil: desafios e oportunidades para a melhoria do gasto público

Investimentos Públicos no Brasil: desafios e oportunidades para a melhoria do gasto público Investimentos Públicos no Brasil: desafios e oportunidades para a melhoria do gasto público Perspectivas sobre Avanços Recentes no Brasil Débora Nogueira Beserra SPI/MP Brasília, 16/06/11 AGENDA 1.O Brasil

Leia mais

DESENVOLVIMENTISMO X ORTODOXIA CONVERGÊNICAS ENTRE 2003/2011. Cézar Medeiros Dr. em Economia pelo IE-UFRJ

DESENVOLVIMENTISMO X ORTODOXIA CONVERGÊNICAS ENTRE 2003/2011. Cézar Medeiros Dr. em Economia pelo IE-UFRJ DESENVOLVIMENTISMO X ORTODOXIA CONVERGÊNICAS ENTRE 2003/2011 Cézar Medeiros Dr. em Economia pelo IE-UFRJ Abril/2011 2 Convergências entre a ortodoxia e o desenvolvimentismo vêm experimentando transformações

Leia mais

Valor Econômico. Política industrial e desenvolvimento

Valor Econômico. Política industrial e desenvolvimento Sexta feira, 23 de maio de 2008 Valor Econômico Política industrial e desenvolvimento Armando Castelar Pinheiro Poucos temas dividem tanto os economistas como política industrial. Em especial, a discussão

Leia mais

Gasto Fiscal em 2012: uma rápida análise

Gasto Fiscal em 2012: uma rápida análise Gasto Fiscal em 2012: uma rápida análise Mansueto Almeida Economista da Diretoria de Estudos Setoriais e Inovação do IPEA em Brasília O Tesouro Nacional publicou hoje as despesas do governo federal em

Leia mais

Finanças Públicas Resultado Primário DÍVIDA PÚBLICA ENTENDER PARA AGIR. Prof. Moisés Ferreira da Cunha Colaboração: Prof. Everton Sotto Tibiriçá Rosa

Finanças Públicas Resultado Primário DÍVIDA PÚBLICA ENTENDER PARA AGIR. Prof. Moisés Ferreira da Cunha Colaboração: Prof. Everton Sotto Tibiriçá Rosa Finanças Públicas Resultado Primário DÍVIDA PÚBLICA ENTENDER PARA AGIR Prof. Moisés Ferreira da Cunha Colaboração: Prof. Everton Sotto Tibiriçá Rosa Os números que traduzem as finanças públicas decorrem

Leia mais

BRASIL 5a. ECONOMIA DO MUNDO: CHEGAREMOS LÁ?

BRASIL 5a. ECONOMIA DO MUNDO: CHEGAREMOS LÁ? 1 Secretaria de Acompanhamento Econômico - SEAE BRASIL 5a. ECONOMIA DO MUNDO: CHEGAREMOS LÁ? Antonio Henrique P. Silveira Secretário de Acompanhamento Econômico 6 de fevereiro de 2010 1 Sumário A Estratégia

Leia mais

ILAESE. ANÁLISE ECONÔMICA Janeiro de 2015

ILAESE. ANÁLISE ECONÔMICA Janeiro de 2015 ILAESE ANÁLISE ECONÔMICA Janeiro de 2015 CONJUNTURA ECONÔMICA ECONOMIA MUNDIAL CONTINUA A DESACELERAR Todas as projeções econômicas realizadas por entidades burguesas até o presente momento apontam para

Leia mais

Melhorias no Marco Legal

Melhorias no Marco Legal Melhorias no Marco Legal OBJETIVO Sintetizar melhorias no marco legal que podem fazer avançar a agenda da inovação: Aprimoramento da legislação de incentivos fiscais (maior segurança jurídica e maior eficácia

Leia mais

Para além da política macroeconômica. Geraldo Biasoto Junior

Para além da política macroeconômica. Geraldo Biasoto Junior Para além da política macroeconômica Geraldo Biasoto Junior Agosto de 2010 Política econômica no Brasil Cisão entre a macro e a microeconomia Taxa de juros = instrumento exclusivo de política econômica

Leia mais

Variação do Produto Interno Bruto - PIB no ano de 2010

Variação do Produto Interno Bruto - PIB no ano de 2010 Variação do Produto Interno Bruto - PIB no ano de 2010 Em 2010, segundo divulgação do IBGE, o PIB brasileiro cresceu 7,5% em relação a 2009. O PIB atingiu R$ 3,675 trilhões (ou, à taxa de câmbio de R$

Leia mais

Transferência de renda é a principal marca da gestão Lula

Transferência de renda é a principal marca da gestão Lula Valor Econômico 27 de dezembro de 2010 Governo: Gasto adicional de 2,2% do PIB significa que foram transferidos R$ 75 bi a mais em relação a 2002 Transferência de renda é a principal marca da gestão Lula

Leia mais

Daniel Romero. Curitiba, 15/04/2014 ILAESE

Daniel Romero. Curitiba, 15/04/2014 ILAESE Daniel Romero Curitiba, 5/4/4 ILAESE A mais nova publicação do ILAESE Uma nova situação internacional Processos revolucionários desiguais e combinados Dinâmica da economia internacional Voo da galinha

Leia mais

Programa de Aceleração do Crescimento Ministro Guido Mantega Dezembro 2010

Programa de Aceleração do Crescimento Ministro Guido Mantega Dezembro 2010 Programa de Aceleração do Crescimento 2007-2010 Ministro Guido Mantega Dezembro 2010 2 Resultados do PAC Maior programa de desenvolvimento desde a década de 70 Consolidou a agenda de desenvolvimento econômico

Leia mais

Boletim Econômico Edição nº 23 abril de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

Boletim Econômico Edição nº 23 abril de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico Boletim Econômico Edição nº 23 abril de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico Perfil da economia brasileira nos governos Lula e Dilma 1 A economia brasileira no ciclo de governo

Leia mais

Programa de Aceleração do Crescimento em Rondônia

Programa de Aceleração do Crescimento em Rondônia 1 CAPÍTULO Programa de Aceleração do Crescimento em Rondônia Criado em 2007 pelo Governo Federal, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) promoveu a retomada do planejamento e da execução de grandes

Leia mais

Orçamento com a Dívida aumenta R$ 500 bilhões, 37,13% Restante do Orçamento aumenta R$ 81,9 bilhões, 5,11%

Orçamento com a Dívida aumenta R$ 500 bilhões, 37,13% Restante do Orçamento aumenta R$ 81,9 bilhões, 5,11% Da LOA de 2016 ao PLOA de 2018 Orçamento com a Dívida aumenta R$ 500 bilhões, 37,13% Restante do Orçamento aumenta R$ 81,9 bilhões, 5,11% Este texto tem o objetivo de comparar e analisar, os valores aprovados,

Leia mais

Planejamento Estratégico Análise: Externa, Variáveis Ambientais. Unidade 05 Material Complementar

Planejamento Estratégico Análise: Externa, Variáveis Ambientais. Unidade 05 Material Complementar O Ambiente Organizacional O ambiente organizacional é composto de fatores ou elementos externos e internos que lhe influencia, o funcionamento. Tipos de Ambiente Basicamente, há três subambientes que compõem

Leia mais

ECONOMIA BRASILEIRA RESUMINDO: 1º GOVERNO LULA

ECONOMIA BRASILEIRA RESUMINDO: 1º GOVERNO LULA RESUMINDO: 1º GOVERNO LULA Criação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, constituído por representantes dos trabalhadores, dos empresários, do governo e outros setores da sociedade. Rompimento

Leia mais

Governo Temer promove desmonte do BNDES, aponta economista

Governo Temer promove desmonte do BNDES, aponta economista Brasil de Fato, 6 de abril de 2017 Governo Temer promove desmonte do BNDES, aponta economista Em entrevista, Paulo Kliass analisa novo papel atribuído ao Banco de Desenvolvimento Por: Rafael Tatemoto Maria

Leia mais

Monitor Mercantil RJ 15/12/2009 1º Caderno 1

Monitor Mercantil RJ 15/12/2009 1º Caderno 1 Monitor Mercantil RJ 15/12/2009 1º Caderno 1 Jornal do Commercio RJ 15/12/2009 Economia A-2 Valor Econômico SP 15/12/2009 Especial Investimento A13 JB On Line RJ 15/12/2009 Economia Online Perspectiva

Leia mais

PROPOSTAS DA INDÚSTRIA PARA AS ELEIÇÕES 2014

PROPOSTAS DA INDÚSTRIA PARA AS ELEIÇÕES 2014 PROPOSTAS DA INDÚSTRIA PARA AS ELEIÇÕES 2014 Propostas para os candidatos Desde as eleições de 1994, a CNI apresenta à sociedade e aos candidatos sugestões para melhorar o desempenho da economia. Propostas

Leia mais

Os grandes números do Fundo de Garantia nos seus 50 anos

Os grandes números do Fundo de Garantia nos seus 50 anos Os grandes números do Fundo de Garantia nos seus 50 anos Os grandes números do Fundo de Garantia nos seus 50 anos de existência atualizados em 12/09/2016 no site do ministério do Trabalho www.trabalho.gov.br

Leia mais

INCENTIVOS FISCAIS PARA AS NOVAS TECNOLOGIAS JOZÉLIA NOGUEIRA

INCENTIVOS FISCAIS PARA AS NOVAS TECNOLOGIAS JOZÉLIA NOGUEIRA INCENTIVOS FISCAIS PARA AS NOVAS TECNOLOGIAS JOZÉLIA NOGUEIRA POLÍTICA FISCAL A Política Fiscal é um instrumento fundamental para alcançar um crescimento econômico inclusivo e com maior igualdade E com

Leia mais

HISTÓRICO FETQUIM-CUT/SP FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES DO RAMO QUÍMICO DA CUT NO ESTADO DE SÃO PAULO

HISTÓRICO FETQUIM-CUT/SP FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES DO RAMO QUÍMICO DA CUT NO ESTADO DE SÃO PAULO HISTÓRICO FETQUIM-CUT/SP FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES DO RAMO QUÍMICO DA CUT NO ESTADO DE SÃO PAULO SINDICATO DOS QUÍMICOS DO ABC Conferência Internacional A Indústria Química em 2020 Um Novo Rumo é Possível

Leia mais

Infraestrutura estagnada: o nó da economia brasileira

Infraestrutura estagnada: o nó da economia brasileira Boletim Econômico Edição nº 51 dezembro de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico Infraestrutura estagnada: o nó da economia brasileira 1 Situação atual da infraestrutura no

Leia mais

PROGRAMAS ECONÔMICOS. Foco de cada candidato

PROGRAMAS ECONÔMICOS. Foco de cada candidato PROGRAMAS ECONÔMICOS Foco de cada candidato HADDAD Aprova a ideia de um Estado maior e mais intervencionista. PREVIDENCIA COMÉRCIO EXTERNO Pouco importante no curto prazo. Baseado em aumento de impostos

Leia mais

INDUSTRIALIZAÇÃO DO BRASIL

INDUSTRIALIZAÇÃO DO BRASIL INDUSTRIALIZAÇÃO DO BRASIL DISTRIBUIÇÃO INDUSTRIAL NO BRASIL A Produção cafeeira promoveu a capitalização das Oligarquias. Período Colonial No período em que foi colônia de Portugal: O Brasil era proibido

Leia mais

Modelo de Desenvolvimento do Brasil: Oportunidades e Desafios. Nelson Barbosa 28 de novembro de 2011

Modelo de Desenvolvimento do Brasil: Oportunidades e Desafios. Nelson Barbosa 28 de novembro de 2011 Modelo de Desenvolvimento do Brasil: Oportunidades e Desafios Nelson Barbosa 28 de novembro de 2011 1 Oportunidades para o Brasil Comércio e financiamento externo: aumento nos termos de troca puxado pela

Leia mais

REFORMA SINDICAL E TRABALHISTA: EM ANÁLISE E DEBATE Rio de Janeiro, 11 de Maio de 2013

REFORMA SINDICAL E TRABALHISTA: EM ANÁLISE E DEBATE Rio de Janeiro, 11 de Maio de 2013 REFORMA SINDICAL E TRABALHISTA: EM ANÁLISE E DEBATE Rio de Janeiro, 11 de Maio de 2013 Helder Molina Historiador, mestre em Educação, Doutor em Políticas Públicas e Formação Humana, professor da Faculdade

Leia mais

Imperialismo. Estudo dos Capítulos 9 e 10 da obra Economia Política: uma introdução Crítica para o Curso de Economia Política

Imperialismo. Estudo dos Capítulos 9 e 10 da obra Economia Política: uma introdução Crítica para o Curso de Economia Política uma introdução Crítica para o Curso de Economia Política Rosa Luxemburgo Vladimir Lênin Nikolai Bukharin capitalismo mobilidade e transformação atividade econômica desenvolvimento das forças produtivas

Leia mais

SISTEMAS POLÍTICO- ECONÔMICOS E GLOBALIZAÇÃO

SISTEMAS POLÍTICO- ECONÔMICOS E GLOBALIZAÇÃO SISTEMAS POLÍTICO- ECONÔMICOS E GLOBALIZAÇÃO SISTEMA POLÍTICO ECONÔMICO É a maneira como uma sociedade organiza sua economia, envolvendo as relações de trabalho e a maneira como ocorrem a produção, a distribuição

Leia mais

Em defesa da manutenção do salário mínimo vinculado às aposentadorias

Em defesa da manutenção do salário mínimo vinculado às aposentadorias Boletim Econômico Edição nº 82 maio de 2016 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico Em defesa da manutenção do salário mínimo vinculado às aposentadorias (aumento real do salário mínimo

Leia mais

2.9 Tributação. Por que Tributação? Comparação Internacional

2.9 Tributação. Por que Tributação? Comparação Internacional 2.9 Tributação Por que Tributação? Um sistema tributário oneroso e complexo reduz a competitividade e desestimula investimentos. O Brasil tem uma das maiores cargas tributárias entre países em estágios

Leia mais

Aula 8 A crítica marxista e o paradigma da evolução contraditória. Profa. Dra. Eliana Tadeu Terci

Aula 8 A crítica marxista e o paradigma da evolução contraditória. Profa. Dra. Eliana Tadeu Terci Aula 8 A crítica marxista e o paradigma da Profa. Dra. Eliana Tadeu Terci Abstração-dedução e aproximações sucessivas não difere Marx dos clássicos e neoclássicos, porém Diferenciar essência de aparência

Leia mais

Elaboração: Economia Pesquisa & Mercado. Divulgada Pesquisa Mensal do Comércio Out.16

Elaboração: Economia Pesquisa & Mercado. Divulgada Pesquisa Mensal do Comércio Out.16 Elaboração: Economia Pesquisa & Mercado Ana Paula Bastos - Economista Sarah Ribeiro Estatística André Correia Analista de Economia Amanda Santos Analista de Pesquisa Luciana Marques - Analista de Pesquisa

Leia mais

Boletim Econômico Edição nº 69 setembro de 2015 Organização técnica: Maurício José Nunes Oliveira assessor econômico

Boletim Econômico Edição nº 69 setembro de 2015 Organização técnica: Maurício José Nunes Oliveira assessor econômico Boletim Econômico Edição nº 69 setembro de 2015 Organização técnica: Maurício José Nunes Oliveira assessor econômico Para entender o déficit orçamentário do Governo 1 Proposta de Orçamento para 2016 Diante

Leia mais

A sociedade e a história têm como base O TRABALHO HUMANO TRABALHO é o intercâmbio (relação) HOMEM E NATUREZA OBJETIVO: produzir e reproduzir as

A sociedade e a história têm como base O TRABALHO HUMANO TRABALHO é o intercâmbio (relação) HOMEM E NATUREZA OBJETIVO: produzir e reproduzir as A sociedade e a história têm como base O TRABALHO HUMANO TRABALHO é o intercâmbio (relação) HOMEM E NATUREZA OBJETIVO: produzir e reproduzir as condições materiais (econômicas) da vida social TODAS AS

Leia mais

Desenvolvimento às Avessas. Reinaldo Gonçalves Professor Titular Instituto de Economia - UFRJ

Desenvolvimento às Avessas. Reinaldo Gonçalves Professor Titular Instituto de Economia - UFRJ Desenvolvimento às Avessas Reinaldo Gonçalves Professor Titular Instituto de Economia - UFRJ 1 Sumário 1. Hipótese central 2. Fundamentos analíticos 3. Transformações estruturais fragilizantes 4. Fraco

Leia mais

TRANSNACIONAIS Origens e evolução H I N O N A C I O N A L D A P R O P A G A N D A

TRANSNACIONAIS Origens e evolução H I N O N A C I O N A L D A P R O P A G A N D A TRANSNACIONAIS Origens e evolução H I N O N A C I O N A L D A P R O P A G A N D A 1 O QUE É DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO >> Forma como a produção e comercialização de bens e serviços se organiza mundialmente,

Leia mais

APOSTILA DE MACROECONOMIA Cap. 1

APOSTILA DE MACROECONOMIA Cap. 1 1 APOSTILA DE MACROECONOMIA Cap. 1 PROF. Ms. Fábio José Esguícero MACROECONOMIA: Ramo da economia que estuda os grandes agregados da economia como PIB, inflação, renda, emprego, consumo, crescimento econômico,

Leia mais

Resenha de: BARAN, P. A. A economia política do desenvolvimento. São Paulo: Abril Cultural, 1984.

Resenha de: BARAN, P. A. A economia política do desenvolvimento. São Paulo: Abril Cultural, 1984. Resenha de: BARAN, P. A. A economia política do desenvolvimento. São Paulo: Abril Cultural, 1984. Rafael Unger 1 Paul Baran: O Pós-Guerra, o Imperialismo e a Economia Política do Desenvolvimento Paul Baran

Leia mais

Investimentos realizados na infraestrutura em 2011 (público e privado)

Investimentos realizados na infraestrutura em 2011 (público e privado) Investimentos realizados na infraestrutura em 2011 (público e privado) ENERGIA ELÉTRICA R$ 39,6 bi PETRÓLEO E GÁS (*) R$ 73,3 bi TRANSPORTES E LOGÍSTICA R$ 30,6 bi TELECOMUNICAÇÕES R$ 21,8 bi SANEAMENTO

Leia mais

Da Modernidade à Modernização. Prof. Benedito Silva Neto Teorias e experiências comparadas de desenvolvimento PPGDPP/UFFS

Da Modernidade à Modernização. Prof. Benedito Silva Neto Teorias e experiências comparadas de desenvolvimento PPGDPP/UFFS Da Modernidade à Modernização Prof. Benedito Silva Neto Teorias e experiências comparadas de desenvolvimento PPGDPP/UFFS Introdução Da Modernidade à Modernização: As transformações ideológicas das sociedades

Leia mais

Definição Compreende-se por o processo de integração e interdependência entre países em seus aspectos comerciais, financeiros, culturais e sociais. A

Definição Compreende-se por o processo de integração e interdependência entre países em seus aspectos comerciais, financeiros, culturais e sociais. A Definição Compreende-se por o processo de integração e interdependência entre países em seus aspectos comerciais, financeiros, culturais e sociais. A globalização surgiu por necessidade primária do e na

Leia mais

Apresentação preparada para o 15º Fórum de Economia da FGV Nelson Marconi FGV/EAESP 03/09/2018 COMO CONTROLAR A EVOLUÇÃO DA DÍVIDA PUBLICA?

Apresentação preparada para o 15º Fórum de Economia da FGV Nelson Marconi FGV/EAESP 03/09/2018 COMO CONTROLAR A EVOLUÇÃO DA DÍVIDA PUBLICA? Apresentação preparada para o 15º Fórum de Economia da FGV Nelson Marconi FGV/EAESP 03/09/2018 COMO CONTROLAR A EVOLUÇÃO DA DÍVIDA PUBLICA? RECENTE EVOLUÇÃO DA DÍVIDA BRUTA (DO GOVERNO GERAL, EM % DO PIB)

Leia mais

PANORAMA E DESAFIOS PARA A ECONOMIA BRASILEIRA. Bruno Leonardo

PANORAMA E DESAFIOS PARA A ECONOMIA BRASILEIRA. Bruno Leonardo PANORAMA E DESAFIOS PARA A ECONOMIA BRASILEIRA Bruno Leonardo PANORAMA E DESAFIOS PARA A ECONOMIA BRASILEIRA 1 Nível de atividade Econômica: Estamos saindo da recessão? Quais as perspectivas para os próximos

Leia mais

PAINEL 10 FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO EM INFRAESTRUTURA FAUSTO MOREY SECRETARIA TRANSPORTES METROPOLITANOS - STM

PAINEL 10 FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO EM INFRAESTRUTURA FAUSTO MOREY SECRETARIA TRANSPORTES METROPOLITANOS - STM PAINEL 10 FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO EM INFRAESTRUTURA FAUSTO MOREY SECRETARIA TRANSPORTES METROPOLITANOS - STM Brasil: Financiamento e investimento em infraestrutura Competitividade e prosperidade Fausto

Leia mais

Sumário. Introdução geral. 1. Objetivos e metodologia... 5

Sumário. Introdução geral. 1. Objetivos e metodologia... 5 Sumário Agradecimentos... 1 Introdução geral 1. Objetivos e metodologia... 5 2. Algumas características básicas do quadro analítico subjacente ao debate desenvolvimentista brasileiro... 11 2.1 Introdução...

Leia mais

CAPITALISMO BRASILEIRO EM CRISE. Eduardo Costa Pinto Professor do Instituto de Economia da UFRJ

CAPITALISMO BRASILEIRO EM CRISE. Eduardo Costa Pinto Professor do Instituto de Economia da UFRJ CAPITALISMO BRASILEIRO EM CRISE Eduardo Costa Pinto Professor do Instituto de Economia da UFRJ Salvador, 2016 Estrutura Parte I Fatos econômicos, políticos e institucionais do momento atual: CRISE, CRISE...

Leia mais

O Estado e as Empresas Estatais no Desenvolvimento Brasileiro

O Estado e as Empresas Estatais no Desenvolvimento Brasileiro O Estado e as Empresas Estatais no Desenvolvimento Brasileiro José Luis Oreiro Professor Associado do Departamento de Economia da UnB Pesquisador Nível IB do CNPq. Desenvolvimento Brasileiro Modelo de

Leia mais

PERSPECTIVAS PARA A ECONOMIA BRASILEIRA EM 2019

PERSPECTIVAS PARA A ECONOMIA BRASILEIRA EM 2019 PERSPECTIVAS PARA A ECONOMIA BRASILEIRA EM 2019 ROTEIRO A Situação Atual do País: Atividade e Inflação O Desempenho do Comércio e Serviços em 2018 As Perspectivas para 2019 2017-2018: recuperação lenta

Leia mais

Desmistificando o debate fiscal

Desmistificando o debate fiscal 25 jul 2006 Nº 6 Desmistificando o debate fiscal O equívoco de confundir gasto social com custeio da máquina Por Secretaria de Assuntos Econômicos O resultado das necessidades de financiamento do setor

Leia mais

DEMOCRACIA E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: A REGULAÇÃO DA UNIVERSALIZAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE INFRA-ESTRUTURA

DEMOCRACIA E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: A REGULAÇÃO DA UNIVERSALIZAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE INFRA-ESTRUTURA DEMOCRACIA E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: A REGULAÇÃO DA UNIVERSALIZAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE INFRA-ESTRUTURA Antenor Demeterco Neto 1 Introdução O Relatório de Desenvolvimento Humano do Programa das

Leia mais

O CAPITALISMO ESTÁ EM CRISE?

O CAPITALISMO ESTÁ EM CRISE? O CAPITALISMO ESTÁ EM CRISE? Nildo Viana Professor da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás; Doutor em Sociologia; Autor de diversos livros, entre os quais, O Capitalismo na Era

Leia mais

Congresso de Fundação da Força Sindical do Distrito Federal Mercado de trabalho e negociação coletiva no DF

Congresso de Fundação da Força Sindical do Distrito Federal Mercado de trabalho e negociação coletiva no DF Congresso de Fundação da Força Sindical do Distrito Federal Mercado de trabalho e negociação coletiva no DF 25 Março de 2009 Conjuntura marcada pela crise Produto Interno Bruto do país teve queda de 3,6%

Leia mais

PROVA DE SELEÇÃO DE TUTORES NA MODALIDADE À DISTÂNCIA

PROVA DE SELEÇÃO DE TUTORES NA MODALIDADE À DISTÂNCIA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI NÚCLEO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PROVA DE SELEÇÃO DE TUTORES NA MODALIDADE À DISTÂNCIA GRUPO: ECONOMIA DATA: HORÁRIO:

Leia mais

VICE-PRESIDENTE DA FIESP PRESIDENTE DO CONSIC CONSELHO SUPERIOR DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO PRESIDENTE DO SINPROCIM / SINAPROCIM

VICE-PRESIDENTE DA FIESP PRESIDENTE DO CONSIC CONSELHO SUPERIOR DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO PRESIDENTE DO SINPROCIM / SINAPROCIM PALESTRA: ENGº. JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA LIMA VICE-PRESIDENTE DA FIESP PRESIDENTE DO CONSIC CONSELHO SUPERIOR DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO PRESIDENTE DO SINPROCIM / SINAPROCIM 1 A FIESP REPRESENTA MAIS DE

Leia mais

Estratégia social-desenvolvimentista ( ) e o ano Brasília, Junho de 2015 Ricardo Bielschowsky, IE-UFRJ

Estratégia social-desenvolvimentista ( ) e o ano Brasília, Junho de 2015 Ricardo Bielschowsky, IE-UFRJ Estratégia social-desenvolvimentista (2003-2014) e o ano 2015. IV CONFERENCIA NACIONAL DO FONACATE Brasília, Junho de 2015 Ricardo Bielschowsky, IE-UFRJ Apresentação em três partes 1. Antecedentes históricos;

Leia mais

Reformas, Endividamento Externo e o Milagre Econômico ( ) GIAMBIAGI; VILLELA CASTRO; HERMANN (2011 cap. 3 e 4)

Reformas, Endividamento Externo e o Milagre Econômico ( ) GIAMBIAGI; VILLELA CASTRO; HERMANN (2011 cap. 3 e 4) Reformas, Endividamento Externo e o Milagre Econômico (1960-1973) GIAMBIAGI; VILLELA CASTRO; HERMANN (2011 cap. 3 e 4) Passagem de um sistema democrático para um regime militar autoritário. Entre 1964-73

Leia mais

A DISTRIBUIÇÃO FUNCIONAL DA RENDA E A ECONOMIA SOLIDÁRIA 1

A DISTRIBUIÇÃO FUNCIONAL DA RENDA E A ECONOMIA SOLIDÁRIA 1 A DISTRIBUIÇÃO FUNCIONAL DA RENDA E A ECONOMIA SOLIDÁRIA 1 1 - Introdução Edson Trajano Vieira 2 No Brasil, a década de 90, foi marcada pelo aumento do desemprego e mudanças nas relações trabalhistas provocando

Leia mais

Onde está o dinheiro arrecado pelo Brasil?

Onde está o dinheiro arrecado pelo Brasil? Onde está o dinheiro arrecado pelo Brasil? A cada ano a União e os estados arrecadam mais dinheiro da população. No entanto, os governos sempre usam o argumento de falta de dinheiro para não conceder aumento

Leia mais

2º Oficina: Concentração e Transnacionalização do Capitalismo: Impactos no Brasil

2º Oficina: Concentração e Transnacionalização do Capitalismo: Impactos no Brasil 2º Oficina: Concentração e Transnacionalização do Capitalismo: Impactos no Brasil A ECONOMIA POLÍTICA DO CAPITALISMO BRASILEIRO : BLOCO NO PODER, ESTADO E POLÍTICA ECONÔMICA Eduardo Costa Pinto Professor

Leia mais

ILAESE NÚMEROS DA CSN CAMPANHA SALARIAL SETEMBRO DE 2015

ILAESE NÚMEROS DA CSN CAMPANHA SALARIAL SETEMBRO DE 2015 ILAESE NÚMEROS DA CSN CAMPANHA SALARIAL SETEMBRO DE 2015 PREÇO DO MINÉRIO DE FERRO O preço do minério cai desde abriu de 2011. No início de 2015 o preço oscila em torno de 55 reais a tonelada. PREÇO DO

Leia mais

MATERIAL PREPARADO PELA PROFESSORA CAMILA BASEADO NO LIVRO ECONOMIA POLÍTICA, DE JOSÉ PAULO NETTO E MARCELO BRAZ CAPÍTULO 5 A ACUMULAÇÃO CAPITALISTA

MATERIAL PREPARADO PELA PROFESSORA CAMILA BASEADO NO LIVRO ECONOMIA POLÍTICA, DE JOSÉ PAULO NETTO E MARCELO BRAZ CAPÍTULO 5 A ACUMULAÇÃO CAPITALISTA Economia Política MATERIAL PREPARADO PELA PROFESSORA CAMILA BASEADO NO LIVRO ECONOMIA POLÍTICA, DE JOSÉ PAULO NETTO E MARCELO BRAZ CAPÍTULO 5 A ACUMULAÇÃO CAPITALISTA E MOVIMENTO DO CAPITAL Acumulação

Leia mais

3-O conceito associado à especialização de cada país na produção de alguns produtos e aquisição dos restantes ao Resto do Mundo intitula-se...

3-O conceito associado à especialização de cada país na produção de alguns produtos e aquisição dos restantes ao Resto do Mundo intitula-se... Para cada uma das questões, selecione a alternativa correta: 1-Um país detém uma vantagem absoluta na produção de um bem... (A) quando produz esse bem com um custo relativo inferior a outro país. (B) quando

Leia mais

Nova taxa de juros dá transparência ao BNDES

Nova taxa de juros dá transparência ao BNDES FOLHA 22jul17 Opinião Nova taxa de juros dá transparência ao BNDES MARCOS LISBOA COLUNISTA DA FOLHA VINICIUS CARRASCO ESPECIAL PARA A FOLHA A medida provisória 777, que altera as regras para concessão

Leia mais

Curso de Serviço Social. Política Social : Fundamentos e História

Curso de Serviço Social. Política Social : Fundamentos e História ECSA Escola de Ciências Sociais Aplicadas Curso de Serviço Social Política Social : Fundamentos e História Palestrante: Professora Patricia Nicola 1 OBJETIVO O livro é uma excelente introdução teórica

Leia mais

Brasil : Desenvolvimento econômico, social e institucional Uma análise comparativa

Brasil : Desenvolvimento econômico, social e institucional Uma análise comparativa Brasil 2011-14: Desenvolvimento econômico, social e institucional Uma análise comparativa Reinaldo Gonçalves Professor titular Instituto de Economia UFRJ 1 Sumário I. Desenvolvimento econômico 1. Renda

Leia mais

Fala do Conselheiro Sérgio Haddad na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) - 10 de novembro de 2004.

Fala do Conselheiro Sérgio Haddad na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) - 10 de novembro de 2004. Fala do Conselheiro Sérgio Haddad na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) - 10 de novembro de 2004. Excelentíssimo Senhor Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva,

Leia mais

Tema: Oportunidades no Ambiente de Contratação Regulada - ACR

Tema: Oportunidades no Ambiente de Contratação Regulada - ACR Fórum CanalEnergia: PCH Investimentos, Comercialização e Viabilidade Tema: Oportunidades no Ambiente de Contratação Regulada - ACR Eduardo Henrique Ellery Filho Sócio Rio de Janeiro, 16 de Maio de 2007

Leia mais

NOSSOS RECURSOS CONCENTRADOS NAS MÃOS DE TÃO POUCOS

NOSSOS RECURSOS CONCENTRADOS NAS MÃOS DE TÃO POUCOS NOSSOS RECURSOS CONCENTRADOS NAS MÃOS DE TÃO POUCOS O RIO ESTÁ CARO PARA O POVO VIVER, E TEM GENTE FELIZ COM ISSO O Rio de Janeiro completou um ciclo de dez anos de megaeventos, inaugurado em 007 com os

Leia mais

Estudo de caso No. 1. Negociações multilaterais no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC)

Estudo de caso No. 1. Negociações multilaterais no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) Estudo de caso No. 1 Negociações multilaterais no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) 1 Edição atualizada, 2016 Capítulo 6 2 Economia Política Internacional Fundamentos Teóricos e Experiência

Leia mais

Documento Unitário das Centrais Sindicais ao Presidente Lula, à Sociedade e aos Trabalhadores

Documento Unitário das Centrais Sindicais ao Presidente Lula, à Sociedade e aos Trabalhadores Documento Unitário das Centrais Sindicais ao Presidente Lula, à Sociedade e aos Trabalhadores No último qüinqüênio, o Brasil registrou a melhor trajetória de desenvolvimento dos últimos trinta anos. São

Leia mais

Capital Portador de Juros: Marx e Chesnais

Capital Portador de Juros: Marx e Chesnais Capital Portador de Juros: Marx e Chesnais Ref.: Capítulo XXI, vol. 3, de O Capital de Karl Marx e cap. 1 de A finança mundializada de François Chesnais 1 Economia Vulgar É bem conhecida a duplicidade

Leia mais

Seminário sobre a Previdência

Seminário sobre a Previdência Seminário sobre a Previdência Rodrigo Avila Curitiba, 4/3/2017 Orçamento Geral da União 2016 Executado (pago), por Função Total = R$ 2,572 TRILHÕES R$ 1,13 TRILHÃO Fonte: SIAFI Elaboração: AUDITORIA CIDADÃ

Leia mais

IMPERIALISMO E INTERESSES RECÍPROCOS

IMPERIALISMO E INTERESSES RECÍPROCOS IMPERIALISMO E INTERESSES RECÍPROCOS Luiz Carlos Bresser-Pereira Folha de S. Paulo, 20.06.1980 O Relatório Brandt, resultado dos trabalhos de uma Comissão Internacional presidida por Willy Brandt, sob

Leia mais

Avaliação e Evolução do Programa de Aceleração do Crescimento. (PAC 1 e PAC 2)

Avaliação e Evolução do Programa de Aceleração do Crescimento. (PAC 1 e PAC 2) PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RS FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E ECONOMIA SINDICATO DAS EMPRESAS DE SERVIÇOS CONTÁBEIS DO RS Convênio FACE/PUCRS e SESCON-RS Relatório 14 Avaliação e Evolução

Leia mais

COMENTÁRIO ECONÔMICO 100 mil pontos e captação em fundos de ações

COMENTÁRIO ECONÔMICO 100 mil pontos e captação em fundos de ações COMENTÁRIO ECONÔMICO 100 mil pontos e captação em fundos de ações Nesta carta de março/19 vamos fugir um pouco do tradicional e avaliar os dados da conjuntura e do mercado financeiro, sobretudo os do mercado

Leia mais

Os impactos da renúncia fiscal no financiamento das políticas sociais e o papel do controle social

Os impactos da renúncia fiscal no financiamento das políticas sociais e o papel do controle social Os impactos da renúncia fiscal no financiamento das políticas sociais e o papel do controle social Rodrigo Avila Economista da Auditoria Cidadã da Dívida www.auditoriacidada.org.br O Conceito de Renúncia

Leia mais

O Processo de Integração Energética e a Internacionalização da Eletrobras

O Processo de Integração Energética e a Internacionalização da Eletrobras O Processo de Integração Energética e a Internacionalização da Eletrobras Prof. Nivalde J. de Castro Coordenador do GESEL UFRJ 5 º SISEE Seminário Internacional do Setor de Energia Elétrica: Integração

Leia mais