CONTRIBUIÇAO DO MODELO DE DIVISÃO CELULAR MEIOSE PARA O ENSINO MEDIO
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- José Veiga Azeredo
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1 CONTRIBUIÇAO DO MODELO DE DIVISÃO CELULAR MEIOSE PARA O ENSINO MEDIO Samira Polegario de Oliveira 1, Lucas Mendes Barreto 1, Jheniffer Abeldt Christ¹, Marcela Moraes de Oliveira 1, Maressa Albuquerque Cortelete 1, João Ricardo de Almeida Ferreira 1, Érika Aparecida Silva de Freitas², Carolina Demetrio Ferreira³ 1 Graduando em Ciências Biológicas Licenciatura, Universidade Federal do Espírito Santo/Departamento de Biologia/ Alto Universitário S/N Caixa postal 16, CEP: Alegre-ES, Brasil/ samirapolegario@hotmail.com ² Secretaria do estado da Educação, EEEFM Aristeu Aguiar, Rua Dr. Wanderley S/N, erikasfbr@yahoo.com.br ³Universidade Federal do Espírito Santo/Departamento de Biologia/ Alto Universitário S/N Caixa postal 16, CEP: Alegre-ES, Brasil/ carolina.ferreira@ufes.br Resumo- O processo de divisão celular é um conteúdo dentro da Biologia que se torna indispensável para o entendimento da formação a nível celular pelo aluno. Entretanto este processo não e de fácil compreensão e interesse dos alunos, uma vez que o classificam como em difícil compreensão, pelos vários termos como a Meiose onde a célula mãe se divide e forma novas células que apresentam metade do numero de cromossomos. O estudo aborda essa temática visando melhorar a assimilação e compreensão por meio de confecção de modelos de divisão celular feito pelos alunos, ajudando-os a fixar o conhecimento teórico. A atividade prática será realizada pelos alunos do 1º do ensino médio da E.E.E.F. M Aristeu Aguiar no município de Alegre, ES, sendo que após a atividade feita os mesmo deveram por meio de o questionário opinar se a pratica contribui para o conhecimento. Os resultados foram positivos, pois os alunos confeccionaram corretamente os seus modelos em todas as fases, pode se concluir que este conteúdo é abstrato nas escolas atualmente, a pratica possibilitou a construção do conhecimento dos termos científicos. Palavras-chave: Divisão celular, Produção material, Ensino-aprendizagem. Área do Conhecimento: Biologia, Ciências Biológicas. Introdução Na literatura acerca do ensino e a aprendizagem da divisão celular são encontradas com maior frequência, pesquisas relacionadas às dificuldades de se aprender e ensinar os conteúdos de genética, havendo uma escassez de trabalhos que tratem especificamente da divisão celular. As dificuldades dos aprendizes a respeito dos conteúdos da genética são atribuídas ao caráter abstrato de seus conceitos (BUGALLO, 1995). Conhecimento sobre conteúdos como a genética, a evolução, a diversidade dos seres vivos e a reprodução, estão entre as muitas disciplinas que de alguma forma buscam ancoragem na aprendizagem significativa dessa forma de divisão celular. Tal processo tem, no entanto, sua aprendizagem prejudicada pela fragmentação do conteúdo promovida, entre outros fatores, pela distribuição curricular dos conteúdos da Biologia ao longo dos três anos do Ensino Médio, pela forma descontextualizada com que ela é abordada nos livros didáticos e pela maneira inadequada que o professor possa ministrar suas aulas (AUSUBEL et. al, 1980). A fragmentação do conteúdo ocorre quando os processos de divisão celular são ensinados no primeiro ano do ensino médio como parte dos programas de Citologia e Biologia Molecular, enquanto a genética mendeliana é tratada somente no terceiro ano. A escola tradicional enfatiza a aprendizagem de definições de conceitos e a relações entre eles e os níveis de organização são desconhecidos (PAULA, 2007). Atualmente, poucos artigos foram publicados com propostas de aplicações de sequencias didáticas alternativas para o ensino dos processos de divisão celular e genética (PAULA, 2007). A diferenciação e compreensão clara do que vem a ser cromossomo, DNA e gene, bem como de uma série de fenômenos e nomenclaturas pertinentes, são exemplos de conhecimentos cuja ausência dificulta a compreensão dos processos de divisão celular e que, consequentemente, se fazem presentes entre as dificuldades relacionadas ao ensino de genética 1
2 (LEWIS e WOOD-ROBISON, 2000; KNIPPELS, et al, 2005; PAULA, 2007;BANET e AYUSO, 2000). O trabalho tem como objetivo elaborar produção de material confeccionado pelo próprio aluno a fim de auxiliar na assimilação do conteúdo de divisão celular, permitindo o aluno a desenvolver um conhecimento mais próximo com a realidade. Metodologia A atividade foi realizada com 84 alunos do 1 ano da escola E.E.E.F.M Aristeu Aguiar, no laboratório de biologia em Alegre ES. Um roteiro (anexo I) da pratica foi elaborado para ser seguido em laboratório. Foi elaborado um roteiro da atividade prática que constou de 5 etapas para ser seguido por grupos de 5 alunos: 1- foi dada uma cartolina e pedido que fosse escrito na parte superior a palavra " Mitose e no restante da cartolina deixado espaço para as outras fases, (interfase, prófase, metáfase, anáfase, telófase, citocinese); que foram esquematizados em círculos simulando uma célula. 2- Cada grupo terá que esquematizar uma célula 2n=2. Recortando as cromátides que serão representadas por um pedaço de fio de lã. Usando fios de cores diferentes para as cromátides de origem materna e a de origem paterna. Durante a montagem os fios serão fixados na cartolina por cola branca. 3- No espaço referente à interfase, esquematize os pares de cromossomos homólogos antes da duplicação do DNA, desenhe o centríolo e o contorno da carioteca. 4- Simule a prófase, com os cromossomos duplicados. Faça um esquema dos centríolos, já duplicados, e das fibras do fuso. Simule a desintegração da carioteca. Com um pedaço de fita adesiva para esquematizar os centrômeros. 5- Em seguida, simule as imagens típicas de cada fase, nos espaços correspondentes. 6- Nas outras cartolinas, delimite uma faixa para o titulo (meiose) e divida o restante em seis espaços equivalentes. Em uma delas, represente as 5 subfases da prófase I (leptóteno, zigóteno, paquíteno, diplóteno, diacinese) e a metáfase I da meiose, Suponha que cada uma dessas células filhas do cartaz da mitose entrara em meiose. 7- Repita os passos para simular as imagens de cada fase. No paquíteno, cruze um fio sobre o outro para representar um evento de permutação em cada cromossomo. 8- Após o paquíteno, simule os cromossomos recombinantes, cortando pedaços de lã das duas cores e unindo-os com fita adesiva. 9- Na ultima folha de cartolina, esquematize as duas etapas subsequentes da meiose I: anáfase telófase. Indique nos quatros espaços remanescentes, as fases da meiose II, considerando apenas uma das células-filhas da meiose I. Ao final da pratica os alunos irão expor seus trabalhos e explica-los para a turma Para finalizar a atividade foi aplicado um questionário com 5 perguntas de marcar e para justificar, objetivando verificar se houve construção do conhecimento sobre divisão celular a partir do modelo elaborado. Resultados Dos alunos que responderam ao questionário, seguem as questões: 1 Você considera importante aprender o processo de divisão celular? Explique. Sim 84%, Não 4%. Respostas dos alunos: Sim, para futuras provas, por causa do vestibular. Sim por que ajudara no Enem. Sim, para sabemos como funciona o nosso corpo. 2 Você considera a divisão celular um conteúdo difícil? Explique. Sim 64%, Não 17%. Respostas dos alunos: Sim, por que as palavras são difíceis de entender. Sim por que o conteúdo e muito extenso. Sim, pelos nomes complicados e suas divisões complicadas. 3- Você acha que a atividade realizada ajudou você a entender melhor o conteúdo de divisão celular? Justifique. Sim 79%, Não 3%. Respostas dos alunos: Sim, por que vendo as figura e fazendo fica bem mais fácil. Sim, por que eu fiz o que ajudou mais. Sim, por que é mais fácil á aprendizagem com a aula pratica. Sim, pois a atividade pratica ajuda á compreender a matéria dado pelo professor. 4 - Você aprova modelos para aprender conteúdos de ciências? Sim, são de fácil compreensão 54%. Sim, mais atrativo foge do monótono 26%. Não, não gosto dessas atividades 2%. Partindo dos resultados, demostrou-se que a maioria dos alunos considera a divisão celular um conteúdo importante para se aplicar em provas e Enem, entretanto o consideram difícil pela nomenclatura, pelo conteúdo ser extenso e pela complexidade das fases da divisão celular. De acordo com os alunos a atividade ajudou a entender o conteúdo, pois é mais facil visualizar e relacionar com o conteúdo teorico. A aprovação de modelos pelos alunos foi alta, porém alguns concordam que foge do monótono das aulas teóricas. E valido ressaltar que nem todos os alunos responderam a todas as questões do questionário assim ocorre uma diferença na porcentagem das respostas. Os resultados referentes às ilustrações realizadas em cartolina (fig 1, 2, 3, 4, 5) demonstraram que a 2
3 pratica foi 100% proveitosa ja que todos os grupos confecçionarm os modelos de forma correta como mostra nas ilustrações, aumentando o aprendizado dos alunos. As figuras mostram que os modelos contribuiram para o aprendizados dos mesmo. Figura 3. Alunos do 1 ano da escola EEEFM Figura 1. Alunos do 1 ano da escola EEEFM Figura 2. Alunos do 1 ano da escola EEEFM. Figura 4. Alunos do 1 ano da escola EEEFM 3
4 Figura 5. Alunos do 1 ano da escola EEEFM As perguntas feitas no questionário foram: 1- Você considera importante aprender o processo de divisão celular? Justifique. 2. Você considera a divisão celular um conteúdo difícil? Por quê? 3. Você acha que a atividade realizada ajudou você a entender melhor o conteúdo de divisão celular? Justifique. 4. Você aprova a utilização de modelos para aprender conteúdos de ciências? ( ) Sim, são de fácil compreensão. ( ) Sim, mais atrativo, foge do monótono. ( ) Não, não gosto dessas atividades. Discussão Para aprender sobre divisão celular ou qualquer outro objeto de conhecimento, o aluno precisa adquirir informações, vivenciar situações em que esses conceitos estejam em jogo para poder construir generalizações parciais que, ao longo de suas experiências, possibilitarão atingir conceitos cada vez mais abrangentes (BRASIL, 1998). Neste trabalho os alunos não tiveram ou tiveram pouca dificuldade em contruir e entender seus modelos de divisão, pois 79% de acordo com os dados do questionário aplicados afirmaram que á pratica ajudou na contrução do conheçimento possibilitando a visualização do processo mesmo que de forma didática. No trabalho de Cunha (2008), foi observado que houve uma grande discussão a respeito do uso do livro didatico, pois os mesmos relataram à clareza e o objetivo da atividade, ou seja, conseguiram compreender mais facilmente as imagens/esquemas do livro didático, visto que na maior parte das vezes os conteúdos apresentados pelos livros não são suficientes para levar o aluno a compreender o processo de divisão celular pois são complexos e pouco explicativo. O atual estudo 84% dos alunos considera importante aprender a divisão celular, sendo que, 64% dos mesmos considera este conteúdo difícil de aprender, uma vez que possui muitos termos cientificos difíceis e processos nunca vistos antes, porém o livro utilizado pelos alunos é bastante completo para esse tema além do contato com o tema através de aulas expositivas que antecederam a atividade. Quando ocorre simulações permitindo aos estudantes visualizarem os processos é construindo modelos mentais, que englobariam o entendimento destes sistemas e seu uso aplicando e explicando cada etapa, determina assim os processos relacionados futuramente (PHILLIPS & JENKINS, 1997). Este estudo corrobora com a afirmação dos autores, os alunos aprovam a utilização de modelos para a comprensão, 56% afirmam ser mais facil, e 28% concordam que torna o assunto mais atrativo, fugindo da monotomia dos esquemas de livros didaticos unicamente. Conclusão Contudo, sendo a divisão celular um processo de enorme importância para a formação da célula, esta vem sendo abordada de uma forma muito abstrata no ensino médio, e é de total importância aplicá-la de uma forma lúdica e prática. Neste trabalho a confecção dos modelos contribuiu para o entendimento dos processos de divisão, ocorrendo uma maior assimilação e aceitação por partes dos alunos. Agradecimentos A CAPES, pelo apoio financeiro. Referências - AUSUBEL, D. P.; NOVAK, J.D. & HANESIAN, H. (1980). Psicologia educacional, Rio de Janeiro, Interamericana. Tradução de Eva Nick et. al. Do original Educational psychology, New York, Holt, Rinehart and Winston, BANET, E.; AYUSO, G.E. (2000). Teaching genetics at Secondary School: A strategy for teaching about de location of inheritance information. Science Education, 84(3): BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais. Brasília: MEC/SEF, BUGALLO, R. A. La Didáctila de La Genética: revision bibliográfica. Enseñanza de las Ciencias, 1995, 13(3), CUNHA, E. S. Divisão celular: uma forma lúdica para abordar o tema no ensino médio. Ciência em tela. Instituto de Bioquímica Médica. Universidade Federal do Rio de Janeiro v.8, n.1, LEWIS, J., WOOD-ROBISON, C. (2000). Genes, Chromosomes, cell division and inheritance-do students see any relationship?. International Journal of Science Education, 22(2): PAULA; S.R. Ensino e aprendizagem dos processos de divisão celular no ensino fundamental f. Dissertação (Mestrado) 4
5 Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. Departamento de Genética e Biologia Evolutiva. São Paulo PHILLIPS, R. & JENKINS, N. Interactive multimedia development In: The developer s handbook to interactive multimedia A pratical guide for educational applications. London;Kogan Page, P KNIPPELS, M. C. P. J.; WAARLO, A. J.; BOERSMA K. T. (2005).Design criteria for learning and teaching genetics. Journal of Biological Education, 39(3):
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