ANÁLISE DA ROTULAGEM NUTRICIONAL DE BARRAS DE CEREAIS E GRANOLAS
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- Geovane Amado Ferrão
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1 ANÁLISE DA OULAGEM NUICIONAL DE BAS DE CEEAIS E GNOLAS C.. Storck 1, A. P. de Oliveira Curso de Nutrição - Centro Universitário Franciscano - CEP: Santa Maria - S - Brasil, elefone: ( Fax: ( (catia.sm@gmail.com 2 - Curso de Nutrição - Centro Universitário Franciscano - CEP: Santa Maria - S - Brasil, elefone: ( Fax: ( (catia.sm@gmail.com ESUMO - O presente trabalho teve como objetivo verificar se a informação nutricional rotulada apresenta-se de acordo com resultados obtidos em laboratório. Avaliaram-se cinco marcas de barras de cereais e de granola de três lotes diferentes, em relação à composição centesimal. Concluiu-se que os nutrientes com maior divergência nos valores rotulados e os encontrados em laboratório foram a fibra alimentar, mostrando valores superiores em duas marcas de barra de cereais e nas cinco marcas de granola, e lipídios, que mostraram valores inferiores aos rotulados em uma marca de barra de cereais e em três marcas de granola. ABSC - he present study aimed to verify if the nutritional information declared on the label is in accordance with results obtained in the laboratory. Five brands of cereal bars and five brands of granola of three different lots were evaluated in relation the centesimal composition. It was concluded that the nutrients which showed greatest divergence between the values expressed on the label with those found on laboratory, were the dietary fiber, showing higher values in two of the five brands of cereal bars and in the five brands of granola, and the lipids, which showed lower values that the labeled in one brand of cereal bar and in three brands of granola. PALAVS-CHAVES: otulagem de alimentos, Informação nutricional, otulagem nutricional. KEYWODS: Food labeling, nutritional information, nutrition labeling. 1. INODUÇÃO A rotulagem de alimentos embalados é regulamentada pela DC nº259/2002 (Brasil, 2002, a qual se aplica à rotulagem de todo alimento que seja comercializado, qualquer que seja sua origem, embalado na ausência do cliente, e pronto para oferta ao consumidor. De acordo com o item 3, do artigo 6º da Lei 8087/90 (Código de Proteção e Defesa do Consumidor é através da rotulagem de alimentos que se tem acesso a informações como características nutricionais, composição, quantidade, qualidade e riscos que os produtos podem apresentar (Brasil, No Brasil, apenas em 2001, com a DC nº40 (Brasil, 2001 a rotulagem nutricional de alimentos e bebidas tornou-se obrigatória. Em 2003 esta resolução foi revogada pela DC nº360/03, que considerou importante compatibilizar a legislação nacional com base nos instrumentos harmonizados no Mercosul relacionados à rotulagem nutricional de alimentos embalados (Brasil, 2003 a. A DC nº360/03 descreve como obrigatória a declaração do valor calórico, teor de carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans, fibra alimentar e sódio e define os critérios de arredondamento, e que a informação nutricional deve ser expressa por porção, incluindo a medida caseira correspondente, e em percentual de Valor Diário (%VD. A DC nº359/03 (Brasil, 2003 b estabelece as medidas e porções, definindo, inclusive, a medida caseira e sua relação ealização
2 com a porção correspondente em gramas ou mililitros, e detalha os utensílios que geralmente são utilizados. A obtenção dos dados dos nutrientes para o cálculo das informações nutricionais se dá a partir de análises físico-químicas ou através de cálculos baseados na fórmula do produto, utilizando os valores das tabelas de composição de alimentos ou os fornecidos pelos fabricantes das matérias primas (Brasil, 2003 a. endo em vista que barras de cereais e granolas são alimentos procurados pelos consumidores pela praticidade, aliada ao consumo de alimentos saudáveis, justamente por esses produtos serem conhecidos pela quantidade de fibras e por apresentar baixos valores de calorias, é importante verificar se as informações declaradas são fidedignas. O trabalho teve como objetivo verificar se as informações nutricionais apresentadas no rótulo de barras de cereais e granolas estão de acordo com resultados obtidos em laboratório. 2. MAEIAIS E MÉODOS As amostras foram compostas por cinco marcas de barras de cereais e cinco marcas de granolas, de três lotes diferentes, as mesmas foram adquiridas em mercados de grande porte no município de Santa Maria S, totalizando 30 amostras. As amostras de barra de cereal e granola foram levadas ao laboratório e identificadas com códigos. As embalagens foram guardadas e os alimentos levados à estufa com circulação forçada de ar a 50ºC para secagem. Após, foram moídas, peneiradas e armazenadas em temperatura ambiente e ao abrigo da luz até o momento das análises. Foram analisadas quanto a sua composição centesimal, através das análises de lipídeos, proteínas, carboidratos (por diferença e cinzas no laboratório, de acordo com os procedimentos descritos pelos Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos do Instituto Adolfo Lutz (Instituto Adolfo Lutz, O teor de fibra alimentar foi determinado conforme o método enzímico-gravimétrico nº e nº (AOAC, O valor energético foi calculado utilizando-se os seguintes fatores de conversão de Atwater: carboidratos 4 kcal/g, proteínas 4 kcal/g e lipídios 9 kcal/g (Mendez et al., Os resultados encontrados nas análises laboratoriais foram comparados com os declarados na informação nutricional do rótulo, verificando se os valores estão de acordo. 3. ESULADOS E DISCUSSÃO A abela 1 apresenta a comparação da informação nutricional declarada com o resultado analítico de diferentes marcas de barras de cereais e granolas para valor energético, carboidratos e proteína. Como se pode observar, em relação ao valor energético, 90% das marcas analisadas apresentaram valores adequados e dentro da tolerância de 20% para mais ou para menos dos valores rotulados. No que diz respeito aos carboidratos somente uma marca de granola (granola 3 apresentou valores fora dos limites de tolerância. Na granola 1 os valores de proteína apresentaram-se maiores que o rotulado e fora do limite de tolerância, enquanto na marca 2 de granola apresentaram-se elevados em relação a rotulagem, porém dentro da tolerância permitida. Em um estudo realizado por Silva e Ferreira (2010, no qual avaliaram 24 mostras de queijo minas frescal e ricota quanto à rotulagem nutricional, composição química e valor energético, pelo menos 50% das amostras analisadas em laboratório apresentaram valores de gordura e sódio superiores aos declarados na embalagem, podendo ser consideradas ricas nesses nutrientes. A tabela 2 apresenta a comparação da informação nutricional declarada com o resultado analítico para lipídios e fibra alimentar. ealização
3 As granolas 3, 4 e 5 mostraram valores de lipídios inferiores aos rotulados e com adequação menor que 20% do valor declarado no rótulo. abela 1 - Comparação do valor energético e teor de carboidrato e proteína declarado no rótulo com o resultado analítico, na porção de diferentes marcas de barras de cereal e granolas. Santa Maria, S, Amostra Valor energético (Kcal Carboidratos (g Proteína (g BC ± ±1 1,3 1-1,6 1,5±0 BC ± ,8-19,2 13±0 1,3 1-1,6 1,4±0,1 BC ± ,6-20,4 16±1 1,2 1-1,4 1,1±0,2 BC ± ,8-19,2 17±1 1,3 1-1,6 1,4±0,2 BC ± ,2-16,8 13±1 1,0 0,8-1,2 1,2±0,2 G ± ,2-34,8 25±4 3,0 2,4-3,6 4,0±0,2 G ± ,2-34,8 23±4 4,5 3,6-5,4 4,9±0,6 G ± ,2-34,8 22±1 4,2 3,4-5 4,0±0,7 G ± ,8-31,2 24±2 4,7 3,8-5,6 5,0±0,7 G ± ,2-34,8 25±4 4,5 3,6-5,4 4,4±0,7 BC = barra de cereais; G = granola; = rotulado; = tolerância (± 20%; = resultado analítico. abela 2 - Comparação do teor de lipídios e fibra alimentar declarado no rótulo com o resultado analítico, na porção de diferentes marcas de barras de cereal e granolas. Santa Maria, S, Amostra Lipídios (g Fibra alimentar (g BC1 2,3 1,8-2,7 1,8±0,2 1,8 1,4-2,2 2±0,4 BC2 3,2 1,6-3,8 2,7±0,1 0,5 0,4-0,6 2,6±0,1 BC3 1,5 1,2-1,8 1,3±0,3 0,6 0,5-0,7 1,0±0,1 BC4 2,3 1,8-2,7 1,3±0,6 3,3 2,6-4,0 2,6±0,2 BC5 1,9 1,5-2,3 1,6±0, ,5±0,2 G1 1,0 0,8-1,2 1,6±0,3 3,8 3,0-4,6 5,2±0,5 G2 3,6 2,0-4,3 3,2±0,6 3,0 2,4-3,6 5,9±0,2 ealização
4 G3 6,7 5,4-8,0 4,7±0,5 3,4 2,7-4,1 6,9±0,6 G4 3,2 2,6-3,8 2,5±0,3 4,5 3,6-5,4 5,7±1,0 G5 3,6 2,9-4,3 2,4±0,4 3,0 2,4-3,6 5,9±0,6 BC = barra de cereais; G = granola; = rotulado; = tolerância (± 20%; = resultado analítico. As marcas 2 e 3 de barras de cereais e as cinco marcas de granola analisadas apresentaram valores de fibra alimentar superiores aos declarados e acima da tolerância permitida, o que por um lado é um resultado positivo, tendo em vista que esses produtos são consumidos principalmente pelo teor desse nutriente, sendo assim em uma menor quantidade consumida haverá uma maior ingestão de fibra. Existem vários métodos para quantificar fibra e os resultados obtidos em cada um podem apresentar diferenças, o que pode explicar, em parte, as divergências encontradas, no entanto, a legislação não especifica nenhum método padrão para análise deste nutriente. A diferença entre os resultados declarados e os encontrados em laboratório preocupa, pois pode levar a erros na prescrição de dietas e planos alimentares, no caso do nutricionista usar os valores do rótulo como base para cálculos de um cardápio, como também o consumidor pode estar adquirindo um produto devido às propriedades declaradas, as quais não são fidedignas. 4. CONCLUSÃO No que diz respeito a composição centesimal dos produtos analisados, conclui-se que os nutrientes que mostraram maior divergência nos valores expressos no rótulo e os encontrados em laboratório, foram a fibra alimentar, mostrando valores superiores em duas das cinco marcas de barra de cereais e nas cinco marcas de granola, e os lipídios, que mostraram valores inferiores aos rotulados em uma marca de barra de cereais e em três marcas de granola. 5. EFEÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS AOAC. Official Methods of Analysis of the Association of Official Analytical Chemists. 16th 4h., Washington, DC, BSIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. esolução DC nº259, de 20 de setembro de Aprova o regulamento técnico para rotulagem de alimentos embalados. Diário Oficial da União da epública Federativa do Brasil; BSIL. Ministério da Justiça. SECEAIA DO DIEIO ECONÔMICO. Lei n. 3078, de 11 de setembro de Código de defesa do consumidor. Diário Oficial da União da epública Federativa do Brasil; BSIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância sanitária - ANVISA. esolução DC nº 40, de 21 de março de Aprova o regulamento técnico para rotulagem nutricional obrigatória de alimentos e bebidas embalados. Diário Oficial da União da epública Federativa do Brasil; BSIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. esolução DC nº 360, de 23 de dezembro de 2003, Aprova o regulamento técnico sobre rotulagem nutricional de alimentos embalados. evoga a DC nº 40 de 21 de março de Diário Oficial da União da epública Federativa do Brasil; 2003a. BSIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. esolução DC nº 359, de 23 de dezembro de Aprova o regulamento técnico de porções de alimentos embalados para fins de rotulagem nutricional. Diário Oficial da União da epública Federativa do Brasil; 2003b. INSIUO ADOLFO LUZ. Métodos físico-químicos para análise de alimentos. São Paulo: Instituto Adolfo Lutz, 2008, p ealização
5 MENDEZ, M. H. et al. abela de Composição de Alimentos. Niterói: Editora da Universidade Federal Fluminense, p. SILVA, F.M; FEEI, K.S. Avaliação da rotulagem nutricional, composição centesimal e valor energético de queijo minas frescal, queijo minas frescal ligth e ricota. ev. Alim. Nutr., Araraquara, v. 21, n. 3, p , jul./set ealização
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