Diversidade e Políticas Públicas. Implementação da Lei /14 Política afirmativa de reserva de vagas aos negros em concursos públicos

Transcrição

1 Diversidade e Políticas Públicas Implementação da Lei /14 Política afirmativa de reserva de vagas aos negros em concursos públicos

2 PROGRAMAÇÃO Introdução Identidade racial Legitimidade das ações afirmativas para a população negra e a Lei /14 Casos O que vocês podem fazer?

3 Nome: Handemba Mutana Kwame Yonatan Tetembua Dandara Husani Kamau Mafoane Odara

4 Nome: Handemba Mutana guerreiro forte que nasceu ao alvorecer Kwame Yonatan nascido no sábado seja bem vindo Tetembua Dandara estrela da liberdade Husani Kamau guerreiro gentil Mafoane Odara joia rara

5 Handemba Mutana é um nome angolano da província de Moxico.

6 Movimento negro da década de 70/80 Igualdade racial experiências pessoais vivência familiar trabalho voluntário Política de cotas (UnB e serviço público)

7 Construção da identidade racial De qual lugar estamos falando? Identidade racial; Somos iguais?; Campanhas que defendem que somos todos iguais, que só existe uma raça ou que não existem diferenças de raças contribuem para...?

8 Vídeo SCHUCMAN, Lia Vainer. Entre o encardido, o branco e o branquíssimo : Raça, hierarquia e poder na construção da branquitude paulistana. São Paulo, USP; [...] Entretanto, o racismo em que fui criada não se dava pelo ódio aos negros, mas também racista, foi a forma como os brancos de minhas relações sociais e eu representávamos os outros negros: com pena, com dó, com ausência. Quer dizer: nosso racismo nunca impediu que convivêssemos com os negros ou que tivéssemos relações de amizades e/ou amorosas com eles. No entanto, muitas vezes essas eram relações em que os brancos se sentiam quase como fazendo caridade ou favor de relacionar-se com os negros, como se com a nossa branquitude fizéssemos um favor de agregar valor a eles, porque, afinal, estávamos permitindo aos negros compartilhar o mundo de superioridade branca. Ou seja, mesmo tendo crescido em um ambiente onde a luta contra opressão, discriminação e desigualdades era a pauta de discussões na família, na escola e nas relações de amizade, fui socializada e constituída como branca com um sentimento de superioridade racial tão maléfico quanto o racismo daqueles que acham que os negros são inferiores biológica e moralmente. FOLDY, Erica Gabrielle; BUCKLEY, Tamara R. Color bind: (Not) Talking about Race. Desde 1960, o modelo dominante para a promoção da diversidade e inclusão nos Estados Unidos tem sido a abordagem "color blind", que enfatiza as semelhanças e assimilação e insiste em que as pessoas devem ser entendidos como indivíduos, e não como membros de grupos raciais ou culturais. Esta abordagem é especialmente prevalente no local de trabalho, onde as discussões sobre raça e etnia são considerados tabu. No entanto, tão generalizada, color blindness tornou-se, muitos estudos mostram que a prática tem repercussões prejudiciais, incluindo o reforço da hierarquia racial existente ignorando o significado do racismo e da discriminação. No color Bind, especialistas no local de trabalho Erica Foldy e Tamara Buckley investigar as relações raciais nos ambientes de escritório, olhando como tanto daltonismo e que eles chamam de "conhecimento cor" ter efeitos profundos sobre as maneiras colegas pensam e interagem uns com os outros.

9 Legitimidade das ações afirmativas para a população negra Lei /14

10 cotas raciais violam o princípio constitucional da proporcionalidade, por ofensa ao subprincípio da adequação, no que concerne à utilização da raça como critério diferenciador de direitos entre indivíduos, uma vez que é a pobreza que impede o acesso ao ensino superior. Sugere que um modelo que levasse em conta a renda em vez da cor da pele seria menos lesivo aos direitos fundamentais e também atingiria a finalidade pretendida de integrar os negros.

11 A aparência de uma pessoa diz muito pouco sobre a sua ancestralidade. Refere, com isso, que a teoria compensatória, que visa à reparação do dano causado pela escravidão, não pode ser aplicada num país miscigenado como o Brasil. [...] nos últimos 30 anos, estabeleceu-se um consenso entre os geneticistas segundo o qual os seres humanos são todos iguais e que as características fenotípicas representam apenas 0,035% do genoma humano.

12 estipular a criação da reserva de vagas para negros é instituir um Tribunal Racial, composto por pessoas não-identificadas e por meio do qual os direitos dos indivíduos ficariam, sorrateiramente, à mercê da discricionariedade dos componentes.

13 MED. CAUT. EM ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL DISTRITO FEDERAL. ARGÜENTE(S) : DEMOCRATAS - DEM ADVOGADO(A/S) ROBERTA FRAGOSO MENEZES KAUFMANN ARGÜIDO(A/S) : CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - CEPE ARGÜIDO(A/S) : REITOR DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA ARGÜIDO(A/S) : CENTRO DE SELEÇÃO E DE PROMOÇÃO DE EVENTOS DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - CESPE/UNB

14 Votos Ricardo Lewandowski, afirmou que as políticas de ação afirmativa adotadas pela UnB estabelecem um ambiente acadêmico plural e diversificado, e têm o objetivo de superar distorções sociais historicamente consolidadas. Luiz Fux, a Constituição Federal impõe uma reparação de danos pretéritos do país em relação aos negros, com base no artigo 3º, inciso I, da Constituição Federal, que preconiza, entre os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária. Rosa Weber, cabe ao Estado adentrar no mundo das relações sociais e corrigir a desigualdade concreta para que a igualdade formal volte a ter o seu papel benéfico. Cármen Lúcia Antunes Rocha As ações afirmativas não são a melhor opção, mas são uma etapa. O melhor seria que todos fossem iguais e livres, apontou, salientando que as políticas compensatórias devem ser acompanhadas de outras medidas para não reforçar o preconceito Joaquim Barbosa não se deve perder de vista o fato de que a história universal não registra, na era contemporânea, nenhum exemplo de nação que tenha se erguido de uma condição periférica à condição de potência econômica e política, digna de respeito na cena política internacional, mantendo, no plano doméstico, uma política de exclusão em relação a uma parcela expressiva da sua população. Cezar Peluso, um dever, não apenas ético, mas também jurídico, da sociedade e do Estado perante tamanha desigualdade, à luz dos objetivos fundamentais da Constituição e da República, por conta do artigo 3º da Constituição Federal Gilmar Mendes, o reduzido número de negros nas universidades é resultado de um processo histórico, decorrente do modelo escravocrata de desenvolvimento, e da baixa qualidade da escola pública, somados à dificuldade quase lotérica de acesso à universidade por meio do vestibular Marco Aurélio, disse que as ações afirmativas devem ser utilizadas na correção de desigualdades, com a ressalva de que o sistema de cotas deve ser extinto tão logo essas diferenças sejam eliminadas. Celso de Mello, O desafio não é apenas a mera proclamação formal de reconhecer o compromisso em matéria dos direitos básicos da pessoa humana, mas a efetivação concreta no plano das realizações materiais dos encargos assumidos. Ayres Britto, a Constituição legitimou todas as políticas públicas para promover os setores sociais histórica e culturalmente desfavorecidos O ministro Dias Toffoli se declarou impedido e não participou do julgamento.

15 Quais etapas vocês visualizam na implementação da Lei /14?

16 Processo de verificação da autodeclaração

17 O que vocês podem fazer? Autocrítica Conversar e estar aberto a conversas sobre questões raciais Propor eventos sobre a temática racial Promover a diversidade racial

18 Bibliografia SANTOS, Ivair Augusto Alves. Direitos Humanos e as Práticas do Racismo. SCHUCMAN, Lia Vainer. Entre o encardido, o branco e o branquíssimo : Raça, hierarquia e poder na construção da branquitude paulistana. São Paulo, USP; FOLDY, Erica Gabrielle; BUCKLEY, Tamara R. Color bind: (Not) Talking about Race. NYU, Vídeos O Riso dos Outros. Documentário, Pedro Arantes. Olhos Azuis. Documentário, Jane Elliot. Formação em Direitos Humanos - Identidades, branquitude e pertencimento, Maria Lúcia da Silva.