Curso Online - Economia em Exercícios Fiscal de Rendas do Estado do Rio de Janeiro ICMS/RJ. Prof. Alexandre Candido
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- Nicholas Beppler Barreto
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1 Caro(a) concursando(a), Inicialmente, peço licença para me apresentar, haja vista que é meu primeiro contato com os alunos do Ponto os Concursos. Meu nome é Alexandre Candido, sou Auditor Federal de Controle Externo, do Tribunal de Contas da União. Ministro aulas de Economia em cursos preparatórios em Brasília e no Rio, já tendo logrado êxito em alguns concursos públicos, dos quais destaco Analista de Finanças e Controle da Secretaria do Tesouro Nacional e Papiloscopista da Policial Federal, além do TCU. Vamos dar início à aula zero do curso de Economia que faz parte do conteúdo programático do concurso de Fiscal de Rendas do Estado do Rio de Janeiro, ICMS- RJ. As provas de economia da FGV, banca selecionada para organizar o concurso, são bastante pragmáticas, privilegiando aqueles que têm bom raciocínio lógicoquantitativo. Estejam, portanto, preparados para isto. As provas para o ICMS-RJ não são diferentes. É necessário que o candidato tome cuidado com o estudo desta matéria. O estudo por meio de manuais acadêmicos de Economia pode ser perigoso, em razão do diferente enfoque do ensino, voltado para estudantes universitários. Além disso, estes livros são, em sua maioria, tradução de publicações estrangeiras que trazem assuntos tratados de forma distinta da realidade brasileira. Em nossas aulas faremos uma abordagem com profundidade adequada e em conformidade com a economia brasileira, sempre focando a forma como a banca cobra. O curso será composto de questoes de concursos anteriores, ou seja, estudaremos a matéria por meio de exercícios comentados e resolvidos. Utilizarei, em todas as aulas, preferencialmente, questões da FGV, banca examinadora do concurso. Minha intenção nesta aula demonstrativa é apresentar, de maneira sucinta, um assunto recorrentemente cobrado nas provas para este cargo, que pode garantir preciosos pontos ao candidato. Apresentarei questões de conceitos básicos de contabilidade nacional e formas práticas de solucioná-las. Ao final, o aluno se sentirá seguro para responder questões que envolvem este assunto. Conteúdo Programático (uma aula por semana): Aula Conteúdo 0 Conceitos Fundamentais de Economia. Conceitos básicos de contabilidade nacional. Deflacionamento do produto. Contas Nacionais do Brasil. Balanço de Pagamentos e relações com o 1 (11/03) resto do mundo. Políticas de comércio internacional: instrumentos tarifários e não-tarifários. Teoria elementar de determinação da renda. Renda nacional de equilíbrio. Políticas fiscal, monetária e cambial. 2 Noções sobre as teorias da inflação. Inflação de demanda. Inflação de custos. Políticas fiscal, monetária e cambial. Conceito de déficit (18/03) público: a dívida pública no Brasil. Política fiscal: equilíbrio orçamentário; estabilização da dívida. Formação Econômica do 1
2 3 (25/03) 4 (01/04) 5 (08/04) 6 (15/04) Curso Online - Economia em Exercícios Brasil. Noções básicas de microeconomia. Teoria elementar de equilíbrio do mercado. Fatores que influenciam a oferta e a procura por bens e serviços. Efeitos de deslocamentos das curvas de procura e oferta. Elasticidades preço da procura e da oferta. Elasticidade renda da procura. Teoria do Consumidor. Preferências. Curvas de Indiferença. Limitação orçamentária. Equilíbrio do consumidor. Classificação de bens: normais, inferiores, bens de Giffen, substitutos e complementares. Excedente do consumidor. Fatores de produção. Função de produção e suas propriedades isoquantas. Elasticidade de substituição. Rendimentos de fator, rendimentos de escala. Curvas de isocusto. Teoria elementar da produção. Custos de produção. Equilíbrio da firma nas estruturas de mercado, no curto prazo, em concorrência perfeita, concorrência monopolística, oligopólio e monopólio. Função de custo: curto e longo prazo, custo fixo e variável. Custo marginal e custo médio. Curva de oferta. Por que o curso será neste formato? Porque, como em todas as outras disciplinas de concursos, a maneira mais eficaz de aprender é fazendo exercícios anteriores, sobretudo da banca examinadora. E é deste modo que iremos trabalhar para alcançar uma maior efetividade no estudo e sucesso na solução das questões. Além disso, entre o edital e a prova, você precisa estudar de forma objetiva, com foco no concurso, tendo em vista que dispomos de pouco tempo para as várias disciplinas. Portanto, este curso será desta maneira: objetivo e focado no concurso. Espero que este curso seja bastante útil a você e que possa, efetivamente, auxiliá-lo na preparação para o concurso público de Fiscal de Rendas do Estado do Rio de Janeiro ICMS/RJ e na consequente conquista da tão sonhada vaga. As dúvidas serão sanadas por meio do fórum do curso, a que todos os matriculados terão acesso, que ficará disponível até a véspera da prova. As críticas ou sugestões poderão ser enviadas para: alexandre-candido@bol.com.br Finalmente, gostaria de salientar a você, concursando(a): NUNCA DESISTA DOS SEUS SONHOS. Deus nos deu o livre arbítrio para que possamos determinar nosso destino. Se você deseja ser aprovado em um concurso público, lute por isso, faça com dedicação, com sacrifício, sempre visando ao seu objetivo. Desta forma, você conseguirá ser aprovado! Alexandre Candido Março/2010 2
3 Aula 00: Conceitos básicos de contabilidade nacional. Deflacionamento do produto. Contas nacionais do Brasil. Questões Comentadas e Resolvidas Nesta aula demonstrativa, vamos resolver 2 (duas) questões de Economia de concursos anteriores de, para que você tenha uma ideia de como será o curso, mais uma questão de um concurso de mesmo nível, organizado pela banca, o de Auditor do TCE-RJ. (Sefaz-RJ 2008/FGV) Uma economia hipotética com governo é caracterizada da seguinte forma: Valor bruto da produção Insumos Minério R$ Aço R$ 300 R$ 150 de minério Carro R$ 600 R$ 200 de aço Valores em milhões de reais O total de salários pagos é igual a R$ 200 milhões. O total gasto com o pagamento de juros e aluguéis é igual a R$ 250 milhões. O consumo total das famílias é igual a R$ 600 milhões. Com base nos dados acima, assinale a alternativa correta. (A) A renda total dessa economia é igual a R$ 500 milhões. (B) O lucro dessa economia é igual a R$ 550 milhões. (C) O PIB dessa economia é igual a R$ 700 milhões. (D) O consumo do governo é igual a zero. (E) O PIB dessa economia é igual a R$ 950 milhões. Resolução Inicialmente, vamos dar um mergulho na teoria, identificando as formas de mensuração do produto de uma economia. No capitalismo moderno, os países produzem uma diversidade de bens e serviços. Uma forma de avaliar o desempenho da economia de um país é por meio da mensuração da produção agregada destes bens e serviços. Na teoria econômica, supondo a existência de dois setores, famílias e empresas, dizemos que as famílias são detentoras dos fatores de produção, que serão disponibilizados às empresas para empregarem no processo produtivo, obtendo seu produto. As empresas remunerarão as famílias pela disponibilidade dos fatores de produção. Os fatores de produção são os recursos básicos empregados na produção de bens e serviços para transformar as matérias-primas (insumos) em produto. Estão tradicionalmente divididos em três categorias: Terra são os recursos naturais. Não se restringe ao solo, englobam as dádivas naturais em geral, como minerais, florestas, água, luz solar etc. 3
4 Capital são as instalações, equipamentos, edificações e outros materiais utilizados no processo produtivo. Como se vê, não está se falando em capital financeiro especificamente, mas em capital real, que, no entanto, está associado ao capital de risco do empresário ou capital de empréstimo. Trabalho são os recursos humanos aplicados na produção de bens e serviços. Numa definição pontual, pode-se afirmar que é a população economicamente ativa. Para iniciarmos nosso estudo da mensuração do produto, apresentaremos os conceitos de produto, renda e despesa agregados, essenciais para a compreensão do tema. Produto Agregado é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos na economia durante determinado período de tempo. Atente-se para as seguintes observações: 1. Diante da dificuldade de se somar a quantidade produzida de todos os bens e serviços da economia (banana+carro+petróleo+...), o produto de um país será calculado, portanto, em unidades monetárias; 2. O produto é uma variável-fluxo, ou seja, medida ao longo de um período de tempo, normalmente um ano civil; 3. Somente serão considerados, para fins de cálculo, os bens finais, ou seja, destinados ao consumo final, de modo a evitar a dupla contagem. Os insumos, que serão utilizados na produção de outros bens, terão seus valores embutidos nos preços dos bens que compõe. Além da soma dos bens e serviços finais, é possível ainda efetuar a contagem do produto utilizando-se o valor adicionado, isto é, produto final menos o custo dos produtos intermediários (insumos) adquiridos pela empresa de seus fornecedores. O valor adicionado de cada etapa do processo produtivo é usado para remunerar os fatores de produção, ou seja, pagamento de salários, juros, lucros e aluguéis. Dessa forma, a soma do valor adicionado nos permite chegar à medida da renda agregada da economia. Salários remuneração do fator trabalho Juros remuneração do fator capital (financeiro) Lucros remuneração do fator capital (de risco) Aluguéis remuneração do fator terra Logo, renda agregada = salários+juros+lucros+aluguéis. Vamos a um exemplo. Numa economia que só tem o pão como produto final, considere que há várias transações etapas da cadeia produtiva - até se chegar ao produto final (pão): produção de farinha, produção de trigo e, por fim, produção de pão. Em cada etapa, o produtor irá adquirir insumos e transformá-lo, sendo que a produção de trigo e de farinha será utilizada na etapa seguinte como insumo, enquanto que a produção de pão será vendida ao consumidor final. Na primeira etapa, está o 4
5 produtor de trigo que, por suposição, não fez uso de nenhum insumo. Ele venderá sua colheita ao produtor de trigo por R$ 200,00. Na segunda etapa, está o produtor de trigo, que beneficiará o cereal, transformando-o em farinha, que será vendida ao padeiro por R$ 400,00. O padeiro transforma a farinha em pão e vende para o consumidor final por R$ 1.000,00. Se somarmos todos os bens produzidos na economia (trigo, farinha e pão), teremos R$ 1.600,00. Mas, para se evitar a dupla contagem no cálculo do produto, considera-se somente o produto final, conforme conceituamos anteriormente. Entretanto, agora, vamos estudar uma forma alternativa de calcular o produto, pela soma dos valores adicionados em cada etapa da produção. Entenda como valor adicionado, os custos que a empresa tem para transforma o insumo num bem ou serviço: pagamento de salário, aluguel de edifícios ou máquinas, lucro dos sócios e juros sobre o capital financeiro. Portanto, o valor adicionado é a diferença entre o valor de venda (ou valor bruto da produção) e o valor dos insumos. Vamos sistematizar as transações no quadro abaixo. Etapa da produção Valor das vendas Custo dos produtos Valor intermediários adicionado Trigo Farinha Pão Soma do valor adicionado 1000 Do exemplo acima, observam-se duas maneiras de calcular o produto: a) Pela soma dos bens e serviços finais da economia, que no caso é só pão: R$ 1.000,00. Chamamos de produto agregado. b) Pela soma do valor adicionado das diversas etapas produtivas: = R$ 1.000,00. Chamamos de renda agregada. Há um terceiro conceito, a Despesa Agregada, que é o total de gastos dos agentes econômicos na aquisição de bens e serviços finais produzidos na economia. No exemplo dado, levando em conta que as famílias não poupam e que compram toda produção final de economia, a despesa agregada seria R$ 1.000,00. Considerando uma economia simples (onde não há governo nem transações com outros países fechada e sem governo), constituída apenas pelas empresas e famílias, teríamos o fluxo circular abaixo: 5
6 O diagrama acima demonstra que as famílias disponibilizam os fatores de produção para as empresas, sendo remuneradas por isso. As empresas fazem uso dos fatores de produção para obter bens e serviços finais e vendê-los para as famílias. Daí, pode-se estabelecer a identidade básica da macroeconomia: Produto agregado = Despesa agregada = Renda agregada Na economia em estudo, a igualdade acima demonstrada corresponderá ao PIB da economia. No exemplo dado, levando-se em conta que toda a produção é vendida, não havendo, assim, variação nos estoques das empresas nem poupança das famílias, chegaremos aos seguintes demonstrativos simplificados das empresas: Se agregarmos os demonstrativos de todas as empresas da economia, teremos: 6
7 Ao eliminarmos fornecedores e vendas às empresas, tendo em vista que constituem bens intermediários comprados e vendidos pelas empresas, levando-nos a dupla contagem no produto final, teremos: Caso as famílias tivessem demonstrativos de resultado e estes fossem agregados, seria o inverso do das empresas: A par desses conhecimentos teóricos, vamos solucionar a questão proposta. Valor bruto da produção Insumos Minério R$ Aço R$ 300 R$ 150 de minério Carro R$ 600 R$ 200 de aço Como se observa, trata-se de uma economia parecida com a do nosso exemplo, sendo que neste caso, o produto final é carro. Calculemos o valor adicionado em cada etapa da cadeia produtiva, por meio da diferença entre valor bruto da produção e o custo dos insumos. Minério: o valor adicionado foi de R$ 150,00 (150 0). Aço: o valor adicionado foi de R$ 150,00 ( ). 7
8 Carro: o valor adicionado foi de R$ 400,00 ( ). A soma do valor adicionado será R$ 700,00 ( ) Observe que o produtor de aço não vendeu toda a sua produção, constituindo estoque, o que não interferirá no valor do seu produto adicionado. Ou seja, ele pagou pelos fatores de produção para transformar minério em aço, não importando se essa produção de aço foi toda vendida ou não. Portanto, a renda agregada dessa economia, que corresponde ao PIB, é igual a R$ 700,00 (alternativa C). (Auditor TCM-RJ /FGV) Uma economia hipotética com governo é caracterizada da seguinte forma: Valor bruto da produção Insumos Minério R$ Aço R$ 300 R$ 100 de minério Carro R$ 500 R$ 200 de aço Valores em milhões de reais I. O total de salários pagos é igual a R$ 200 milhões. II. O total gasto com o pagamento de juros e aluguéis é igual a R$ 300 milhões. III. O consumo total das famílias é igual a R$ 500 milhões. Com base nos dados da tabela, assinale a alternativa correta. (A) A renda total dessa economia é igual a R$ 500 milhões. (B) O lucro dessa economia é igual a R$ 200 milhões. (C) O PIB dessa economia é igual a R$ 600 milhões. (D) O consumo do governo é igual a zero. (E) O PIB dessa economia é igual a R$ 900 milhões. Resolução Como vocês podem observar, a banca gosta deste tipo de questão, a ponto de ter repetido, no mesmo ano, alternado apenas os valores. A solução é a mesma. Parte-se do cálculo do valor adicionado das diversas etapas da produção para, ao final, somá-los. Minério: o valor adicionado foi de R$ 100,00 (100 0). Aço: o valor adicionado foi de R$ 200,00 ( ). Carro: o valor adicionado foi de R$ 300,00 ( ). A soma do valor adicionado será R$ 600,00 ( ) Como na questão anterior, o produtor de aço não vendeu toda a sua produção, constituindo estoque, o que não interferirá no valor do seu produto adicionado. Portanto, a renda agregada dessa economia, que corresponde ao PIB, é igual a R$ 600,00 (alternativa C). (Sefaz-RJ 2009/FGV) Numa economia, apenas dois bens são produzidos: azeitonas e sorvete. Em 2006, foram vendidos um milhão de latas de azeitonas a R$ 0,40 cada e litros de sorvete a R$ 0,60 cada. 8
9 De 2006 a 2007, o preço da lata de azeitonas subiu 25% e a quantidade de latas vendidas caiu 10%. No mesmo período, o preço do litro de sorvete caiu 10% e o número de litros vendidos aumentou 5%. A respeito do texto acima, analise as afirmativas a seguir: I. O PIB nominal em 2006 equivale a R$ ,00 e em 2007 a R$ ,00. II. O PIB real de 2007, usando ano-base de 2006, foi de R$ ,00. III. O uso da série de PIB nominal dessa economia para os anos 2006 e 2007 pode induzir o analista a subestimar seu crescimento econômico. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. (C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas. Resolução Trata-se de uma questão de PIB real e nominal. Como afirmamos anteriormente, o produto da economia, a fim de facilitar sua contabilidade, deve ser expresso em unidades monetárias. Entretanto, ao compararmos o PIB de um ano com outro, como vamos saber se houve aumento da produção ou mero aumento de preços, isto é, inflação? Assim, o PIB expresso em unidades monetárias, que denominaremos PIB nominal, pode sofrer um acréscimo (ou diminuição) por conta de aumento nas quantidades dos bens e serviços produzidos por um país ou por aumento de preços. PIB = (preço da banana x quantidade de bananas) + (preço do carro x quantidade de carros) + (preço do petróleo x quantidade de petróleo) +... Calculando dessa forma, se todos os preços tivessem dobrado, sem qualquer alteração na quantidade produzida dos bens e serviços, o PIB duplicaria, sem que pudéssemos concluir que a capacidade da economia para satisfazer as demanda tivesse dobrado. Por essa razão, o PIB não pode ser considerado uma boa medida de bem estar da economia. Os economistas chamam de PIB nominal o valor de bens e serviços medidos a preços correntes. Uma medida de bem estar econômico da sociedade mais fidedigna deveria levar em conta a produção total de bens e serviços, sem ser influenciada por preços. O PIB real é a medida com essa finalidade, que consiste no valor dos bens e serviços medidos a preços constantes. Para calcular o PIB real, escolhe-se um anobase, digamos Os bens e serviços, então, são somados usando-se os preços de 2000, para calcular o valor das mercadorias produzidas. Na nossa hipótese, o valor do PIB seria calculado da seguinte forma: PIB 2008 = (preço da banana 2000 x quantidade de bananas 2008 ) + (preço do carro 2000 x quantidade de carros 2008 ) + (preço do petróleo 2000 x quantidade de petróleo 2008 )
10 PIB 2009 = (preço da bananas 2000 x quantidade de bananas 2009 ) + (preço do carros 2000 x quantidade de carros 2009 ) + (preço do petróleo 2000 x quantidade de petróleo 2009 ) +... Como os preços são constantes, o PIB real somente irá variar de um ano para outro se houver variação de quantidades. ******* Ainda que o conhecimento apresentado seja suficiente para resolver a questão, vamos estudar deflacionamento do produto, para fins de cumprimento do programa do concurso. A partir do PIB real e nominal, é possível calcular uma terceira variável, o deflator do PIB, que se define como: Deflator do PIB = PIB nominal/pib real Consideremos aquela economia do início da aula que só produz pão. O PIB nominal equivale à soma de reais gastos com pão num determinado ano; o PIB real é o número de unidades de pão produzidas no ano multiplicado pelo preço do pão em um determinado ano-base; enquanto que o deflator do PIB é o preço do pão naquele ano relativamente ao preço do pão no ano-base. Na prática, as economias produzem um sem-número de mercadorias e essas três variáveis agregarão quantidades e preços de todas essas mercadorias. Consideremos, agora, a economia que produz bananas, carros e petróleo, onde P é o preço de uma mercadoria, Q, a quantidade e 2000 é a referência ao ano-base, que representaremos na fórmula por 00. Deflator do PIB = (P banana x Q banana ) + (P carro x Q carro ) + (P petróleo x Q petróleo ) (P 00 banana x Q banana ) + (P 00 carro x Q carro ) + (P 00 petróleo x Q petróleo ) Onde o numerador é o PIB nominal, o denominador é o PIB real. Para melhor compreensão, tomem essas duas medidas como o preço de uma cesta de bens que consiste, nesse caso, nas quantidades de bananas, carros e petróleo produzidas. O deflator do PIB compara o preço corrente desta cesta com o preço da mesma cesta no ano-base. A partir da definição de deflator, é possível dividir o PIB nominal em duas partes: uma delas mede as quantidades e a outra, os preços. Assim: PIB nominal = PIB real x Deflator do PIB Portanto, o PIB nominal mede o valor em reais da produção da economia, ao passo que o PIB real mede a quantidade de produto, ou seja, a produção avaliada 10
11 em preços constantes (do ano-base). O deflator do PIB mede o preço da unidade típica de produto em comparação com seu preço no ano-base. ******* Voltemos à questão apresentada. A fim de facilitar sua solução, utilizando as informações do enunciado, vamos construir um quadro com a quantidade e o preço dos produtos, em cada ano. Numa economia, apenas dois bens são produzidos: azeitonas e sorvete. Em 2006, foram vendidos um milhão de latas de azeitonas a R$ 0,40 cada e litros de sorvete a R$ 0,60 cada. De 2006 a 2007, o preço da lata de azeitonas subiu 25% e a quantidade de latas vendidas caiu 10%. No mesmo período, o preço do litro de sorvete caiu 10% e o número de litros vendidos aumentou 5%. Por meio de um cálculo simples de percentagem, conclui-se que: 1. o preço da lata de azeitonas, em 2007, passou a custar R$ 0,50, e a quantidade vendida foi de ; e 2. o preço do litro de sorvete passou a custar R$ 0,54, enquanto que a quantidade vendida, em 2007, foi Preço Quantidade Preço Quantidade Azeitonas (latas) 0, , Sorvete (litros) 0, , A partir do quadro acima, calculemos os PIB nominais dos respectivos anos: PIB = (preço das azeitonas x quantidade de azeitonas) + (preço do sorvete x quantidade de sorvete) PIB 2006 = 0,40 x ,60 x = PIB 2006 = PIB 2007 = 0,50 x ,54 x = PIB 2007 = Calculemos, agora, o PIB real de 2007, ano-base Para tanto, vamos multiplicar as quantidades de 2007 aos preços de 2006 de cada mercadoria e, em seguida, somar os valores obtidos. PIB 2007/2006 = 0,40 x ,60 x = PIB 2007/2006 = Obtidos os valores, julguemos as proposições: 11
12 I. O PIB nominal em 2006 equivale a R$ ,00 e em 2007 a R$ ,00. Verdadeira. II. O PIB real de 2007, usando ano-base de 2006, foi de R$ ,00. Verdadeira. III. O uso da série de PIB nominal dessa economia para os anos 2006 e 2007 pode induzir o analista a subestimar seu crescimento econômico. Falsa. Pois, pela mera análise dos valores nominais, o analista poderia ser induzido a crer que houve crescimento econômico, mas não a subestimá-lo. Entretanto, o aluno astuto observa que, ao comparar o PIB real de 2007 (base 2006) ao do ano anterior (que está em sua própria base), houve queda do PIB: PIB 2007/2006 < PIB Portanto, a alternativa que responde a questão é a alternativa C. Ficamos por aqui nesta exposição introdutória. Foi uma satisfação compartilhar estes conhecimentos com vocês. Espero encontrá-los breve. Bons estudos e sucesso! Professor Alexandre Candido 12
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