ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL ANÁLISE DA CONJUNTURA AGROPECUÁRIA SAFRA 2011/12 FEIJÃO
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- Beatriz Mascarenhas Lage
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1 ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL ANÁLISE DA CONJUNTURA AGROPECUÁRIA SAFRA 2011/12 FEIJÃO Engenheiro Agrônomo Carlos Alberto Salvador Outubro de INTRODUÇÃO O feijão é um alimento tradicional e muito consumido pelos brasileiros, é um dos principais componentes da dieta alimentar brasileira. Os grãos desta leguminosa representam uma importante fonte de proteína, ferro e carboidratos na dieta humana dos países em desenvolvimento das regiões tropicais e subtropicais. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o consumo alimentar da população brasileira combina a tradicional dieta à base de arroz e feijão com alimentos com poucos nutrientes e muitas calorias. Estudos encomendado pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde - Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) , indicam um consumo alimentar médio de feijão per capita de 182,9 g/dia. Esta leguminosa apresenta ampla adaptação edafoclimática, o que permite seu cultivo durante todo o ano, em quase todas as unidades da federação brasileira, nas diferentes épocas e safras. Para White (1993), o feijoeiro é considerado uma espécie com pouca tolerância a estresses hídricos severos, sendo que 60% da produção mundial está submetida a este fator, tornando a seca o segundo maior redutor da produtividade, a - (41)
2 qual é superada apenas pela ocorrência de doenças. O fornecimento de quantidades adequadas de água é um dos fatores fundamentais para garantir uma produtividade adequada na cultura da leguminosa. As espécies de feijão cultivadas são a Phaseolus vulgaris, feijão comum, cultivado em todo o território e Vigna unguiculata, vulgarmente chamado de feijão de corda, feijão macassar ou caupi, com predominância de plantio na Região Amazônica e Nordeste. A FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), em sua metodologia, separa as estatísticas de feijão seco e de feijãocaupi seco. O objetivo deste trabalho é apresentar, de uma forma breve, considerações e dados relativos ao produto feijão, demonstrando sua importância na economia agrícola nos aspectos da produção e comercialização. 2 MUNDO Conforme os dados registrados pela FAO, tabela 1, em 2009, a produção mundial de feijão seco situou-se em torno de 20,6 milhões de toneladas. A produção mundial média no período de 2006 a 2009 foi 20,9 milhões de toneladas. Os seis principais países produtores de feijões secos, que juntos são responsáveis por cerca de 61% da produção mundial, são: Brasil, Índia, Mianmar, China, EUA e México. TABELA 01 FEIJÃO SECO - PRODUÇÃO MUNDIAL a 2009 (em toneladas) Países Brasil Índia Mianmar China EUA México Outros Total Fonte: FAO De acordo com a FAO, a produção brasileira em 2009 foi de 3,5 milhões de toneladas. O Brasil é o maior produtor mundial de feijões (está incluída a produção de feijão-caupi), responde por 17% da produção mundial. Na 2ª posição está - (41)
3 Mianmar 14% e na 3ª colocação está Índia 12%. Considerando-se a metodologia da FAO, tabela 2, a produção mundial de feijão-caupi em 2009 foi de 5,2 milhões de toneladas. O principal país produtor de caupi é a Nigéria, que responde por 45% da produção mundial. Em seguida vem o Níger, com 30% do volume total médio produzido. TABELA 02 FEIJÃO CAUPI SECO - PRODUÇÃO MUNDIAL a 2009 (em toneladas) Países Nigéria Níger Burkina Faso Mianmar Camarões Outros Fonte: FAO Total As exportações mundiais de feijão em 2009, tabela 3, corresponderam a 3,6 milhões de toneladas, gerando uma receita de US$ 2,73 bilhões. A China foi o principal pais exportador, com 29% do total. De acordo com a FAO, em 2009 apenas cinco países responderam por 80% do comércio mundial da leguminosa. São eles: China, Mianmar, EUA, Canadá e Argentina. TABELA 03 FEIJÃO SECO: EXPORTAÇÕES MUNDIAIS 2006 a 2009 Países mil t milhões US$ US$/t mil t milhões US$ US$/t mil t milhões US$ US$/t mil t milhões US$ US$/t China Mianmar EUA Canadá Argentina Outros Mundo Fonte: FAO A tabela 4 apresenta a relação da produção e da exportação mundial de feijão - (41)
4 no período de 1998 a A exportação média no período foi de 15%. Em 2007 e 2009 ocorreram as maiores exportações e os índices atingiram 17%. TABELA 04 FEIJÃO SECO - PRODUÇÃO E EXPORTAÇÃO MUNDIAL 1998 a 2009 (em mil toneladas) Período Produção Exportação Relação (%) Média Fonte: FAO A característica do comércio internacional de feijões apresenta destaque por ser utilizado basicamente como alimento humano. A tabela 5 apresenta os principais países importadores de feijão. A importação média mundial de feijão seco no período 2006 a 2009 foi 2,25 milhões de toneladas. TABELA 05 FEIJÃO SECO - IMPORTAÇÕES MUNDIAIS 2006 a 2009 Países Índia Brasil EUA Reino Unido Japão Itália China México Cuba Africa do Sul Venezuela Outros TOTAL Fonte: FAO - (41)
5 Os seis maiores importadores de feijão foram Índia, México, EUA, Reino Unido, Brasil e Japão. Juntos importaram em torno de 1,7 milhão de toneladas e representam 66% das importações mundiais. 3 BRASIL De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o plantio de feijão é estendido a todos os estados brasileiros, no sistema solteiro ou consorciado com outras culturas. Considerada uma cultura de subsistência em pequenas propriedades, mas adotada também em sistemas de produção que requerem o uso de tecnologias intensivas como a irrigação, controle fitossanitário e colheita mecanizada. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), não há uma divisão entre os dados estatísticos do feijão comum e os do caupi. Para fins de preços mínimos de garantia, a CONAB classifica em duas tipificações: feijão anão (Phaseolus vulgaris) e feijão macassar (Vigna unguiculata). O feijão anão é cultivado em todo o território nacional. O cultivo do feijão macassar, ou caupi, está localizado principalmente nas regiões Nordeste e Norte. O cultivo dessa leguminosa é realizado em três safras, sendo a primeira denominada safra das águas, a segunda safra da seca e a terceira safra de outono/inverno : a 1ª safra é plantada no período de agosto a dezembro, se concentra em maior proporção nos Estados da Região Centro-Sul, e a colheita se dá entre novembro e abril; o plantio da 2ª safra abrange todos os Estados brasileiros, ocorre de dezembro a março, e a colheita está distribuída entre março a julho; o cultivo da 3ª safra é realizado de abril até julho, e colhido de julho a outubro. Segundo a CONAB, o Brasil colheu no período de 2007 a 2011 (tabela 06) em média 3,5 milhões de toneladas por ano. Conforme dados de outubro de 2011 da CONAB, a produção nacional na safra 2010/11 é superior às quatro safras anteriores, o Brasil poderá colher em torno de 3,7 milhões de toneladas, aproximadamente 14% superior a safra passada. - (41)
6 Na safra 2010/11, os três maiores produtores dessa leguminosa são o Paraná, Minas Gerais e São Paulo que, juntos, respondem em média por 47% da produção nacional, com destaque para o Paraná que participa em torno de 22% do total nacional. TABELA 06 FEIJÃO TOTAL - BRASIL - ESTADOS PRODUTORES 2006/07 a 2010/11 (em mil toneladas) ESTADOS 2006/ / / / /11 Partic. (%) Bahia 322,6 352,4 336,4 390,4 262,9 6,9 Ceará 124,6 253,0 159,3 84,5 259,6 6,9 Goiás 271,4 217,6 263,8 288,8 260,1 6,9 Mato Grosso 67,1 144,7 151,2 120,9 234,8 6,2 Minas Gerais 503,5 566,1 599,3 623,7 601,9 15,9 Paraná 795,3 763,8 723,2 794,2 821,2 21,7 Pernambuco 114,2 154,6 136,7 88,5 161,5 4,3 Rio Grande do Sul 146,3 103,3 125,4 115,3 123,9 3,3 Santa Catarina 208,9 180,9 178,5 167,7 160,5 4,2 São Paulo 313,9 277,1 324,8 318,6 348,0 9,2 Outros 471,9 507,4 492,0 329,9 552,6 14,6 BRASIL 3.339, , , , ,0 100,0 FONTE: CONAB (out / 2011) O potencial produtivo das regiões é apresentado por importância na tabela 7. A região Sul é a maior produtora brasileira de feijão total. Na última safra, a produção chegou a 1,1 milhão de toneladas e responde aproximadamente por 29% da produção nacional. TABELA 07 FEIJÃO TOTAL BRASIL REGIÕES PRODUTORAS 2006/07 a 2010/11 (em mil toneladas) REGIÕES 2006/ / / / /11 Partic. (%) Norte 136,6 123,4 141,1 81,9 176,4 4,7 Nordeste 801, ,9 901,3 698,1 961,1 25,4 Centro-Oeste 411,4 424,7 473,4 493,2 575,8 15,2 Sudeste 839,8 865,6 947,7 972,1 968,1 25,6 Sul 1.150, , , , ,6 29,2 BRASIL 3.339, , , , ,0 100,0 FONTE: CONAB (out/2011) Em 2º lugar vem o Sudeste com 25,6% e uma produção de toneladas. Na 3ª colocação está o Nordeste com mil toneladas de feijão e 25,4% da produção brasileira. A Tabela 08 apresenta a produção das três safras nacionais. Em média para o - (41)
7 período de 2007 a 2011, respectivamente, a 1ª safra representa 41,8% do total, a 2ª safra 35,7% e a 3ª safra 22,5%. TABELA 08 - FEIJÃO TOTAL - BRASIL - PRODUÇÃO POR SAFRA /07 A 2010/11 (em mil toneladas) SAFRAS 2006/ / / / /11 Média (%) 1ª Safra 1.567, , , , ,3 41,8 2ª Safra 996,6 1445, , , ,1 35,7 3ª Safra 775,2 832,3 774,5 836,6 708,7 22,5 BRASIL 3.339, , , , ,1 100,0 FONTE: CONAB (out/11) De acordo com os dados da CONAB (tabela 09), apresenta-se estável o consumo de feijão no período de 2007 a Neste período a demanda média nacional está em torno de 3,49 milhões de toneladas. Houve um sensível aumento nos estoques públicos de feijão nas duas ultimas safras. TABELA 09 FEIJÃO BRASIL - OFERTA E DEMANDA 2005/06 A 2010/11 ( mil toneladas) Safra Estoque Estoque Produção Importação Consumo Inicial Final 2006/07 176, ,7 96, ,0 81,4 2007/08 81, ,9 209, ,0 230,0 2008/09 230, ,7 110, ,0 317,7 2009/10 317, ,5 181, ,0 366,9 2010/11 366, ,0 120, ,0 665,9 2011/12 665, ,0 100, ,0 600,9 Fonte: CONAB (Out/11) Conforme os dados do IBGE (tabela 10), foram selecionados os trinta maiores municípios produtores de feijão do país que, juntos, totalizaram 600 mil toneladas, cerca de 16% da produção total brasileira no referido ano. Os sete maiores produtores de feijão foram: Prudentópolis/PR, Unaí/MG, Euclides da Cunha//BA, Quijingue/BA, Reserva/PR, Cristalina/GO e Castro/PR. O Paraná, que é o maior Estado produtor de feijão, tem nove municípios dentro desse ranking: Prudentópolis, Reserva, Castro, Irati, Lapa, Cruz Machado, São Mateus do Sul, Ivaí e Tibagi, os quais responderam por 5,2%, com uma produção de toneladas. - (41)
8 TABELA 10 FEIJÃO (TOTAL) BRASIL PRINCIPAIS MUNICÍPIOS Posição Município/Estado Produção (t) Partic. (%) 1 Unaí - MG ,21 2 Cristalina - GO ,69 3 Castro - PR ,47 4 Paracatu - MG ,34 5 Euclides da Cunha - BA ,26 6 Prudentópolis - PR ,26 7 Brasília - DF ,18 8 Luziânia - GO ,12 9 Buritizeiro - MG ,94 10 Reserva - PR ,73 11 Ituiutaba - MG ,68 12 Buritis - MG ,62 13 Irati - PR ,61 14 Centralina - MG ,60 15 Campos Novos - SC ,60 16 São Mateus do Sul - PR ,54 17 Planura - MG ,51 18 Tibagi - PR ,48 19 Lapa - PR ,48 20 Frutal - MG ,46 21 Rio Verde - GO ,42 22 Ibiá - MG ,42 23 Sapezal - MT ,39 24 Pato Branco - PR ,38 25 Cruz Machado - PR ,38 26 Água Fria de Goiás - GO ,37 27 Vitorino - PR ,36 28 Corbélia - PR ,36 29 Ivaí - PR ,36 30 Primavera do Leste - MT ,35 Outros ,42 Total Brasil ,00 Fonte: IBGE - (41)
9 De acordo com a CONAB, a tabela 11 apresenta a evolução e o histórico dos preços mínimos aos produtores. No período de vigência, novembro 2011 a outubro de 2012, o preço minimo do feijão sofrerá redução de 10%, e o valor estabelecido pelo governo federal para a saca de 60 kg tipo 2 será de R$ 72,00. TABELA 11 - FEIJÃO (1) - PREÇO MINIMO 1994 a 2012 ANO MÊS MOEDA PREÇO 1994 Janeiro CR$ 7.786, Fevereiro CR$ , Março CR$ , Abril CR$ , Maio CR$ , Junho CR$ , Julho / Dezem bro R$ 22, Janeiro / Outubro R$ 22, Novem bro / Dezem bro R$ 24, Janeiro / Outubro R$ 24, Novem bro / Dezem bro R$ 25, Janeiro / Outubro R$ 25, Novem bro / Dezem bro R$ 26, Janeiro / Dezem bro R$ 26, Janeiro / Outubro R$ 26, Novem bro / Dezem bro R$ 28, Janeiro / Dezem bro R$ 28, Janeiro / Dezem bro R$ 28, Janeiro / Outubro R$ 28, Novem bro / Dezem bro R$ 30, Janeiro / Outubro R$ 30, Novem bro / Dezem bro R$ 47, Janeiro / Dezem bro R$ 47, Janeiro / Dezem bro R$ 47, Janeiro / Dezem bro R$ 47, Janeiro / Outubro R$ 47, Novem bro / Dezem bro R$ 48, Janeiro / Outubro R$ 48, Novem bro / Dezem bro R$ 80, Janeiro / Dezem bro R$ 80, Janeiro / Dezem bro R$ 80, Janeiro / Dezem bro R$ 80, Novem bro / Dezem bro R$ 72, Janeiro / Outubro R$ 72,00 Fonte: CONAB (1) Saca de 60 kg Tipo 2 4 PARANÁ O feijão ocupa lugar de destaque na agricultura paranaense. É a quarta cultura em área plantada, sendo cultivada principalmente em pequenos e médios estabelecimentos, sendo uma das principais alternativas para o pequeno produtor e também uma grande demandadora de mão-de-obra tanto familiar como contratada. A cultura do feijão sempre teve um papel importante para a economia - (41)
10 paranaense como geradora de emprego e renda no campo. O Valor Bruto da Produção Agropecuária Paranaense (VBP), que representa toda a receita bruta gerada pelo setor agropecuário, situou-se entre 2005 e 2010, em torno de R$ 34,6 bilhões anuais. O VBP do Paraná em 2010 foi de R$ 44,2 bilhões, a primeira maior cifra alcançada, desde A renda bruta do feijão no período 2005/10 apresenta uma média de R$ 954 milhões anuais, o que representou, em média, 2,8% do VBP do Paraná. Em comparação com outros grãos, o produto tem se mantido na 4ª colocação, ficando atrás da soja, do milho e do trigo. TABELA 12 - VALOR BRUTO PRODUÇÃO (1) - PARANÁ - CULTURAS SELECIONADAS A 2010 (em bilhões R$) Culturas Feijão 0,657 0,802 0,543 1,598 1,075 1,046 Milho 2,077 2,496 4,090 4,920 2,893 3,738 Soja 4,382 3,917 5,936 8,293 6,832 8,102 Trigo (3) 0,894 0,542 1,098 1,520 1,082 1,466 Outros (2) 17,690 18,046 18,025 20,879 25,060 29,943 Total 26,016 25,779 32,510 41,376 37,421 44,295 Fonte: SEAB/DERAL (1) Valores Nominais (2) Demais produtos: produção animal, outros grãos, outras culturas, produtos florestais, frutas, hortaliças, etc (3) Inclui triticale O plantio está distribuído, ao longo do ano, em três safras. Conforme tabela 13, a produção média estadual de feijão total (três safras) para o período de 2008 a 2011 é toneladas. Observa-se para o período, uma tendência de crescimento na ordem de 6% na produção, levando o Paraná a um aumento na produção em toneladas. TABELA 13 FEIJÃO (TOTAL) PARANÁ PRODUÇÃO POR SAFRA 2007/08 a 2010/11 (em toneladas) SAFRA 2007/ / / /11 (1) 1ª ª ª Total Fonte: IBGE; SEAB/DERAL (set/2011) (1) Estimativa - (41)
11 A 1ª safra é a mais importante, com plantio compreendido entre agosto e novembro. De acordo com a tabela 13, a produção média de feijão no período 2008 a 2011 situa-se em toneladas anuais, o que representa cerca de 59% da produção total paranaense de feijão. A produção média da 2ª safra estadual de feijão, com época de plantio recomendada para os meses de dezembro a fevereiro, tem se situado em torno de toneladas, o que representa cerca de 40% da produção total do estado. A 3ª safra está concentrada na região Norte e no Noroeste do Estado e o plantio compreendido entre 11 de fevereiro e 10 de abril. É a menor safra, com uma produção média de toneladas e corresponde a aproximadamente 1% do total produzido no Estado. A tabela 14 apresenta a evolução da área e da produção da cultura do feijão no período de 1995 a A área média estadual de feijão total no período é ha, enquanto a evolução da produção dobrou neste mesmo período, em função dos investimentos em tecnologia. TABELA 14 FEIJÃO TOTAL PARANA EVOLUÇÃO DA ÁREA E PRODUÇÃO 1994 a 2011 Safra ÁREA (ha) Produção (ton.) 1994/ / / / / / / / / / / / / / / / /11(1) Fonte: IBGE; SEAB/DERAL Nota: (1) Estimativa - (41)
12 O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), por meio de Instrução Normativa estabelece o Regulamento Técnico do feijão. De acordo com a coloração do tegumento (película) do grão o Feijão Comum é classificada em quatro classes definidas: branco, preto, cores e misturado. As duas principais classes são: preto e cores. TABELA 15 - FEIJÃO PARANÁ PRODUÇÃO POR CLASSE 2010/11 Safra Classe (em %) Cor Preto 1ª ª ª Fonte: SEAB/DERAL A tabela 15 apresenta a produção por classe no Estado na safra 2010/11. No plantio do feijão das águas, cerca de 35% da produção é de feijão cores e 65% de feijão preto. No feijão da seca predomina o plantio de feijão de cor com cerca de 59% contra 41% de feijão preto. Na safra de inverno praticamente a totalidade da produção é de feijão de cor. 4.1 Preços do Feijão Os preços nominais médios recebidos pelos agricultores no período de 2006/11, feijão da classe cor e preto, estão apresentados nas tabelas 16 e 17. TABELA 16 FEIJÃO (CORES) PARANÁ -PREÇOS MÉDIOS RECEBIDOS PELOS AGRICULTORES 2006 A 2011 (R$/saca de 60 kg) Ano Janeiro 61,53 43,77 177,23 96,15 55,86 65,25 Fevereiro 73,61 40,63 153,70 72,28 54,71 55,82 Março 85,52 40,43 144,65 63,44 74,63 67,37 Abril 76,94 42,09 108,34 66,79 104,97 74,41 Maio 57,21 52,77 112,34 64,75 104,66 75,89 Junho 47,69 59,12 153,46 68,12 99,76 81,86 Julho 43,19 57,75 134,78 74,45 88,74 79,92 Agosto 40,53 65,89 132,50 68,68 83,10 80,33 Setembro 49,30 76,20 157,03 66,64 116,84 83,96 Outubro 57,41 89,22 158,37 65,24 127,55 0 Novembro 57,60 97,38 99,81 60,52 110,12 0 Dezembro 52,66 168,59 93,70 54,42 78,25 0 Média 58,60 69,49 135,49 68,46 91,60 73,87 Fonte: SEAB/DERAL - (41)
13 O preço médio recebido pelos agricultores (tabela 16) para o feijão cores foi de R$ 73,87/sc de 60 kg, período de janeiro a setembro de 2011, cerca de 15% abaixo dos praticados no mesmo período em Em 2011 ocorreu uma valorização nos preços no montante de 29%. TABELA 17 FEIJÃO (PRETO) PARANÁ - PREÇOS MÉDIOS RECEBIDOS PELOS AGRICULTORES A 2011 (R$/saca de 60 kg) Ano/Mês Janeiro 67,91 33,48 98,66 131,22 57,45 62,41 Fevereiro 64,31 32,34 111,57 100,23 56,86 60,11 Março 62,16 34,71 111,00 71,22 65,23 68,17 Abril 46,81 33,35 99,53 67,81 73,44 67,21 Maio 45,17 34,38 120,78 61,87 71,21 64,19 Junho 43,85 39,41 135,25 63,49 69,87 65,51 Julho 41,49 41,53 119,31 67,17 68,17 64,25 Agosto 40,40 45,51 120,17 62,85 66,27 61,81 Setembro 40,92 53,30 134,73 61,67 75,53 62,14 Outubro 44,50 62,95 155,86 61,84 88,09 0 Novembro 40,34 67,15 114,32 60,49 76,94 0 Dezembro 35,23 82,00 110,77 52,69 65,78 0 Média 47,76 46,68 119,33 71,88 69,57 63,98 Fonte: SEAB/DERAL Para o período de janeiro a setembro de 2011, os preços médios recebidos pelos agricultores (tabela 17) foram de R$ 63,98/sc de 60 kg de feijão preto, cerca de 4,6% abaixo dos praticados em 2010 para o mesmo período. 5 IMPORTAÇÃO De acordo com a tabela 18, as importações brasileira de feijão total são originárias principalmente da Argentina, Bolívia e China. A importação média brasileira para o período (2006 a 2011) é de aproximadamente toneladas. A maior importação ocorreu em 2008, quando entraram no Brasil cerca de toneladas. Nas importações da leguminosa em 2011, a Argentina é responsável por 48%, China 42% e em terceiro a Bolívia com 11% do total importado. - (41)
14 TABELA 18 BRASIL: IMPORTAÇÃO DE FEIJÃO TOTAL a 2011 (em toneladas) Ano Argentina % BR Bolivia % BR China % BR Total (1) Fonte: MDIC/ALICE Nota: (1) Set/2011 A tabela 19 apresenta a relação nas importações de feijão total entre Paraná e Brasil no período de 2006 a Segundo o Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio Exterior (MDIC//Alice), em torno de 61% do feijão total importado é destinado ao Estado do Paraná. TABELA 19 IMPORTAÇÃO DE FEIJÃO TOTAL - RELAÇÃO PR / BRASIL 2006 a 2011 (em toneladas) ANO Brasil Parana PR (%) (1) Total Fonte: MDIC/ALICE Nota (1): jan a set/2011 O Brasil importou em média no período toneladas, sendo que toneladas foram foram destinadas ao Estado. - (41)
15 6 Perspectivas para a safra 2011/12 A decisão do agricultor na opção por um produto agrícola envolve variáveis que passam pelo plantio, desenvolvimento da cultura, colheita, armazenagem e comercialização da produção. A estimativa da nova área de plantio passa necessariamente pela análise da comercialização da safra anterior (2010/11), custo de produção, disponibilidade dos recursos governamentais, preços recebidos pelos agricultores, estoques públicos, valorização dos demais produtos da safra e riscos climáticos. O cenário positivo de culturas como soja e milho com maior estabilidade e liquidez, desestimularam os agricultores no plantio do feijão. A implantação das lavouras de feijão ficou mais cara. O custo total de produção em agosto de 2011 foi estimado em R$ 90,63 a saca de 60 kg, aumento de 6,8% em comparação à safra 2010, quando o gasto médio por saca foi de R$ 84,85. A redução de 28,67% nos preços recebidos pelos agricultores de feijão cores é demonstrada no comparativo entre os meses de setembro. Em 2011 a cotação foi R$ 83,96 a saca de 60 kg e 2010 o valor de R$ 116,84. O preço do feijão preto também segue em baixa de 17,73% para o mesmo período, em setembro de 2011 é R$ 62,14 e setembro/10 estava R$ 75, Brasil Safra 2011/12 De acordo com o primeiro levantamento da intenção de plantio da primeira safra 2011/12, CONAB (outubro/2011), a área de feijão está estimada entre 1,31 milhão e 1,35 milhão de hectares, o que configura um decréscimo entre 8,0% e 5,0% em relação à safra passada. Todos os principais Estados produtores indicam plantios de áreas menores do que as cultivadas na safra anterior. A produção brasileira de feijão está estimada entre 1,31 milhão e 1,37 milhão de toneladas, redução entre 22 e 18% em comparação ao ano passado. - (41)
16 6.2 Paraná Primeira Safra 2011/12 As últimas informações levantadas pelos técnicos do DERAL/SEAB confirmam a redução de área na 1ª safra de feijão no Paraná. A área total a ser cultiva tende a ser de aproximadamente hectares, 21% menor que a da 1ª safra 2010/11. TABELA 20 FEIJÃO - 1ª SAFRA - PARANÁ - COMPARATIVO DE SAFRAS 2010/11 e 2011/12(¹) Núcleo Área (ha) Produção (t) Regional 2010/ /12 Partic. (%) Var. (%) 2010/ /12 Partic. (%) Var. (%) Apucarana ,7-17, ,7-9,2 Campo Mourão ,7-33, ,6-32,1 Cascavel ,4-28, ,4-12,0 Cornélio Procópio ,2 0, ,1-14,4 Curitiba ,4-25, ,6-19,2 Francisco Beltrão ,6-24, ,8-11,6 Guarapuava ,9-25, ,0-5,6 Irati ,6-27, ,7-28,4 Ivaiporã ,2-5, ,5 11,3 Jacarezinho ,4-20, ,6-33,2 Laranjeiras do Sul ,5-23, ,3-17,8 Londrina ,3-0, ,2-24,4 Maringá ,0 0, ,0-8,1 Paranaguá ,0-45, ,0-39,5 Paranavaí ,1-3, ,0-4,4 Pato Branco ,4-30, ,2-15,8 Ponta Grossa ,2-17, ,9-6,7 Toledo ,4-31, ,4-14,8 Umuarama ,2 0, ,1 68,4 União da Vitória ,7-17, ,9-17,1 Total ,0-21, ,0-14,0 NORTE , ,8 NOROESTE , ,8 OESTE , ,3 C. OESTE , ,1 SUDOESTE , ,8 SUL , ,2 Fonte: SEAB/DERAL (¹) Estimativa Out / 2011 Ocorrendo condições climáticas normais, a expectativa é de que a produção possa atingir toneladas, cerca de 14% abaixo do obtido na safra passada ( toneladas). A região Sul e o Norte são as principais produtoras de feijão das águas e respondem respectivamente por 71% e 16% do total da produção. Nas seis regiões do Estado verifica-se, com exceção da Noroeste, aumento na produção da leguminosa. - (41)
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