PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mestrado em Urbanismo

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mestrado em Urbanismo"

Transcrição

1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mestrado em Urbanismo V SEMINÁRIO DE HISTÓRIA DA CIDADE E DO URBANISMO Cidades: temporalidades em confronto Uma perspectiva comparada da história da cidade, do projeto urbanístico e da forma urbana. SESSÃO TEMÁTICA 1: MEMÓRIAS E PATRIMÔNIO CULTURAL PATRIMÔNIO: CONCEITOS E EXPERIÊNCIAS DE PRESERVAÇÃO Coordenador: AMARAL LAPA (UNICAMP) OS VALORES CULTURAIS DA PAISAGEM URBANA EM OURO PRETO 1 Marcelo Almeida Oliveira* Ao analisar a paisagem de Ouro Preto, tendo como objeto de estudo as áreas verdes intraurbanas, é necessário compreender os valores institucionais que embasaram a atuação do IPHAN, na preservação do patrimônio cultural no Brasil. Esse entendimento permite esclarecer os procedimentos utilizados na proteção dos conjuntos urbanos tombados em geral e, em específico, os dessa cidade. A partir daí, interessa perceber que a maioria das ações institucionais voltadas a esse propósito, ainda continuam centradas no objetivo de garantir somente a permanência das edificações, sem estabelecer referência à preservação do entorno não edificado, que também é responsável pela contextualização dos lugares, como é o caso das áreas verdes dos quintais. O estudo dessas áreas em particular fornece importantes indicações para o conhecimento do processo histórico de estruturação do espaço urbano dessa cidade. 1. Da conceituação das palavras ao entendimento das ações Como o estudo do verde urbano não acontece desvinculado da realidade da qual faz parte, é importante tratar desse assunto a partir de alguns termos que estão associados ao fato de a cidade de Ouro Preto ser considerada como patrimônio tombado. Isso facilita o entendimento dos valores atribuídos à questão das áreas verdes e da sua paisagem. Nesse sentido, são identificadas três palavras, cujos conceitos estão intrinsecamente interligados, a saber: patrimônio, cultura e preservação. Antes de entrar na discussão desses três termos, convém salientar que os respectivos conceitos apresentam variações de conteúdo, que dependem das interpretações estabelecidas ao longo do tempo. Com relação ao termo patrimônio, foi comumente assimilado como conjunto de bens 2 móveis e imóveis produzidos no período colonial, identificados à luz da cultura luso-brasileira e que foram apropriados pela classe dominante como símbolo de nacionalidade.

2 2 Numa interpretação mais abrangente, esse termo tem sido compreendido como um dado cultural, resultante da atitude do homem na atribuição de significados às coisas, definindo dessa maneira uma escala hierarquizada de valores 3. A Constituição de 1988, em seu artigo 216, incorporou esse modo de pensar: Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais incluem: I II III IV V - as formas de expressão; - os modos de criar, fazer e viver; - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontólogo, ecológico e científico [...]. Em decorrência dessa concepção, a noção de patrimônio não deve ficar restrita a determinados estilos e fatos históricos marcantes, estritamente vinculados à existência cultural de algumas classes sociais em particular, como foi outrora determinada através dos valores histórico e artístico, fundamentados a partir do próprio SPHAN (CASTRO, 1991:84). Atualmente, tem ocorrido a valorização do patrimônio enquanto testemunho da relação entre o homem e o seu meio, que, no caso de uma paisagem construída, também pode ser percebido através dos elementos não edificados, como as áreas verdes cultivadas, o traçado viário, as praças e os largos. Diante desse entendimento, deve ser avaliada uma outra questão: a da preservação do patrimônio cultural. A preservação no Brasil, está associada à [...] qualquer ação do Estado que vise conservar a memória de fatos ou valores culturais de uma nação [...], não se restringindo a uma única lei, ou forma de preservação específica (CASTRO, 1991:5). Por sua vez, um bem cultural é percebido como a materialização de um valor simbólico, decorrente do interesse coletivo, caracterizado por ser inapropriável enquanto valor não econômico (CASTRO, 1991:33-4). Mas por que preservar? Essa pergunta, respondida por RUSSIO (1984:66), permite refletir a finalidade dessa ação, o que está diretamente relacionado à afirmação da identidade cultural de um povo, com o intuito de estabelecer referências às suas próprias ações, inclusive dar continuidade ao processo de construção do ambiente do qual faz parte. Na discussão desse assunto, são identificadas três posturas ideológicas, que induzem a condutas diferenciadas na maneira de proteger os bens culturais. Preserva-se simplesmente por saudosismo; preserva-se em função dos interesses de uma determinada classe social, o que é passível de críticas ou, então, tem-se o objetivo de registrar informações, que irão permitir o desenvolvimento de uma consciência crítica nas pessoas. Essa consciência crítica é que leva o homem a perceber melhor o seu mundo, a perceber as relações com os outros homens e a se perceber como projeto inacabado (RUSSIO, 1984:66).

3 3 No campo do planejamento paisagístico, esse tipo de formação é fundamental, pois, ao lidar com a paisagem urbana, o especialista nessa área de atuação deve procurar interpretar as suas diversas variáveis, para adequar a sua proposta de intervenção ao contexto trabalhado. 4 A adoção desse procedimento, em sítios históricos como Ouro Preto, possibilita manter o processo histórico e social que caracteriza a sua paisagem, apesar de já ter sofrido alguma descaracterização ao longo do tempo, como a perda gradativa da sua legibilidade urbana e a ocupação clandestina nas áreas dos quintais. No entanto, para a conservação das particularidades ambientais de Ouro Preto é necessário, além da capacitação técnica dos profissionais envolvidos com o planejamento urbano, a elaboração de instrumentos legislativos que devem ser utilizados para disciplinar o uso e a ocupação do solo urbano. Esses instrumentos devem ter o intuito de fazer prevalecer o direito coletivo sobre o individual, restringindo-se com isso o direito de propriedade, trazendo como conseqüência a preservação do bem cultural. Para cumprir essa finalidade existe uma variedade de formas jurídicas semelhantes, cujos procedimentos administrativos e motivos dos atos são diferenciados, conforme encontram-se exemplificados em CASTRO (1991:6-8). Na instância da administração pública municipal, cita-se a proteção das áreas de interesse cultural e ambiental através da elaboração de lei de uso e ocupação do solo urbano, ou então, o estabelecimento de decreto do executivo. O próprio Código Florestal pode ser tomado como importante regulador do direito de propriedade, beneficiando a preservação de recursos físico-naturais de um determinado lugar, apesar de CASTRO (1991:7) dizer que o objetivo imediato dessa lei não é a proteção do patrimônio cultural. Neste ponto, cabe um comentário quanto ao entendimento sobre natureza, que deve ser também considerada como dado cultural, pois, se ela é protegida, isso é decorrência dos valores e dos significados que lhe são atribuídos pelo homem. Além dessas formas jurídicas de preservação, existe o Decreto-lei 25, de 15 de novembro de 1937, tido como o instrumento legislativo mais conhecido na proteção dos bens culturais no Brasil. Essa lei instituiu o tombamento como ato administrativo, atribuindo a competência desse ato ao Conselho Consultivo do IPHAN, tendo como finalidade garantir a conservação dos bens, selecionados a partir dos critérios de valor genericamente previstos na norma. 5 Segundo Hely Lopes Meirelles, as expressões Livro do Tombo e tombamento provêm do Direito Português e significam inventariar, arrolar, ou inscrever nos Arquivos do Reino, guardados na Torre do Tombo. 6 É através do Decreto-lei 25/37, que estão previstas quatro categorias de proteção aos bens culturais, sendo efetivada a preservação a partir da inscrição dos bens nos Livros do Tombo, a saber: Arqueológico, Etnográfico, Paisagístico; Histórico; das Belas Artes e das Artes Aplicadas. A lei é genérica e abstrata no que se refere às hipóteses de seleção, de inscrição e de preservação dos bens. Cada categoria, em particular, deveria ser regulamentada através de estudos técnicos, com o objetivo de orientar os procedimentos a serem adotados de acordo com o motivo do tombamento. 7 A elaboração desse tipo de estudo é de fundamental importância, como registro da compreensão dos fatos de determinada época, pois o modo como são percebidos varia de acordo com o tempo e conseqüentemente com a noção de valor cultural. Assim, os valores discriminados no Decreto-lei 25/37, como artístico, histórico, arqueológico, etnográfico, bibliográfico e paisagístico, devem ser considerados como exemplificativos, pelo fato de o valor cultural de um bem não se restringir somente a algumas categorias

4 4 enumeradas pela lei ordinária, que, ao ser interpretada dessa maneira, vai se adequar à finalidade constitucional maior. 8 Com relação à transformação da noção de patrimônio cultural no Brasil, podem ser citados dois períodos distintos da atuação institucional nessa área. 9 O primeiro deles, denominado como momento fundador, aconteceu entre os anos 30 e 40 deste século. Foi caracterizado pela intenção de reavaliação da noção de nacionalidade, fundamentada em critérios formulados por arquitetos e intelectuais modernistas, sendo materializada através da formação do acervo de bens tombados, principalmente do período colonial. 10 O outro momento, tratado como renovador, trouxe como fato marcante a atuação e as contribuições conceituais de Aloísio Magalhães, frente ao sistema federal de preservação SPHAN/Pró-Memória, uma fusão entre o IPHAN, o CNRC (Centro Nacional de Referência Cultural) e o PCH (Programa Integrado de Reconstrução das Cidades Históricas). Desde o final dos anos 70 e início dos 80, a sociedade brasileira passou a ser percebida por sua diversidade sócio-cultural e em conseqüência a noção de bem cultural foi ampliada e modernizada. Nesse contexto, a interdisciplinaridade foi tida como uma alternativa à compreensão da questão cultural. A partir desse novo enfoque, foram incorporados aos quadros da mencionada instituição outras categorias profissionais, além de arquitetos, como: museólogos, historiadores, sociólogos, antropólogos, economistas, que contribuíram com novos conceitos e procedimentos metodológicos. 11 Esse aspecto associado a outros fatos marcantes da época, como: a divulgação de documentos internacionais para a preservação de bens culturais; a elaboração de críticas aos paradigmas da arquitetura e do urbanismo modernos e a maior participação de alguns setores da comunidade no encaminhamento dos processos de tombamentos de seus respectivos interesses, principalmente, a partir dos anos 60 (FONSECA, 1994:223), influenciaram na revisão dos valores culturais discriminados no Decreto-lei 25/37. Nesse sentido, pode-se dizer que essas mudanças foram reflexo da nova maneira de perceber a realidade, colaborando com novos entendimentos sobre a preservação patrimonial no Brasil, tornando mais abrangente a sua representação simbólica, em função do reconhecimento da pluralidade cultural, não ficando restrita somente aos valores artístico e histórico (FONSECA,1994:223). 2. Uma análise conceitual dos valores culturais tratados pelo Decreto-lei 25/37 Essa avaliação permite contextualizar a questão da paisagem na evolução do pensamento sobre a proteção dos bens culturais no Brasil, o que traz respaldo à discussão do problema da diminuição das áreas verdes cultivadas em Ouro Preto. Deste modo, tem-se: 2.1 Valor nacional Essa concepção surge num período em que o Estado foi tomado como [...] protagonista do desenvolvimento nacional e porta voz exclusivo dos anseios da Nação, justificando com isso a preocupação em consolidar a sua imagem, através da representação simbólica da idéia de Estado-Nação (FONSECA, 1994:234). Para materializar esse objetivo, foi constituído um grupo de notório saber, formado por intelectuais e arquitetos modernistas, sob a coordenação de Rodrigo Melo Franco de Andrade que, à frente do SPHAN, soube conduzir esse processo, época conhecida como a

5 5 fase heróica da Instituição. Nesse período, os critérios tradicionais da seleção de bens estavam fundamentados na noção da excepcionalidade (FONSECA, 1994:208) e na valorização da dimensão estética, considerada através da ótica desse grupo de profissionais (SANT ANNA, 1995:123). A partir das décadas de 70 e 80, a concepção de valor nacional tem se modificado, tornando-se mais ampla em função de novos entendimentos sobre a questão da preservação do patrimônio no Brasil, pela compreensão da diversidade sócio-cultural da nossa sociedade. Conceitualmente, isso pode ser identificado através da definição de patrimônio cultural contida na Constituição de 1988, que inclui no seu artigo 216, item V, referência aos conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, ecológico e científico [...]. Atualmente, têm ocorrido questionamentos por parte de diversos setores da sociedade quanto ao papel designado à Instituição (IPHAN) como único porta-voz dos grupos sociais, tendo a responsabilidade de construir o referencial simbólico da concepção de nação, materializada no conjunto de bens móveis e imóveis que constitui o patrimônio nacional (FONSECA, 1994:208). 2.2 Valor excepcional Essa noção que se encontra ressaltada no texto legislativo, pode ser assimilada através das idéias de genialidade atribuídas pelo movimento romântico ao ato de criação, que põem em destaque o sujeito da criação ou o herói, ator do fato memorável (FONSECA, 1994:207). Desse modo, foi incorporada essa idéia à prática da preservação de bens culturais no Brasil que, no caso dos tombamentos de bens imóveis, efetivados nas primeiras décadas de existência do SPHAN, demonstram a preferência por edificações religiosas e por prédios de função pública do período colonial, caracterizados por possuírem aspecto grandioso, monumental, ou por terem uma feição singular. 12 A atribuição desse tipo de valor aos bens, intrinsecamente relacionado à concepção estética defendida pelo grupo de intelectuais modernistas que atuavam no SPHAN, estava baseada no entendimento subjetivo da noção de excepcionalidade, motivo de impugnações de vários processos de tombamentos ao longo dos anos, o que levou a Instituição a repensar nessas duas últimas décadas esse critério de seleção. 13 Atualmente, o critério de valor tem sido compreendido no sentido da exemplaridade ou da representatividade 14 que os bens possam ter enquanto significativos de determinados estilos, épocas ou culturas, o que colabora com a ambiência dos conjuntos urbanos preservados, tornando mais significativa a leitura do processo de construção dos seus respetivos espaços. Contudo, observa-se que o termo notável é ainda utilizado em textos legislativos, como o da Constituição de 1988, no seu artigo 23, item III, que trata da competência comum das diversas instâncias do poder público, com relação a [...] proteger os documentos, as obras e os outros bens de valor histórico, artístico e cultural, as paisagens naturais notáveis e os seus sítios arqueológicos [...] (grifo nosso). 15 Isso vem reforçar a necessidade de o órgão executivo federal criar critérios para melhor definir o que preservar e como preservar, uma vez que o emprego inadequado desse tipo de termo pode levar à repetição do mesmo tipo de procedimento anteriormente criticado.

6 6 2.3 Valor histórico e artístico A importância atribuída a essas duas categorias de valor está implícita nas próprias siglas institucionais, que têm designado o órgão do executivo federal responsável pela preservação do patrimônio cultural no Brasil. Isso pode ser observado através da primeira denominação utilizada, SPHAN (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), a partir da Lei n o 378 de 13 de janeiro de 1937, e a mais recente delas, IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), do princípio da década de Nesse intervalo de tempo, durante a existência dessa Instituição, têm ocorrido, a partir do final dos anos 70, novas interpretações e entendimentos a respeito da questão do histórico e do artístico. Antes desse período, o valor artístico de um bem, era definido basicamente em função de um julgamento especializado do seu aspecto formal e estético, segundo regras pré-estabelecidas, relacionadas, dentre outros critérios, ao estilo e ao porte da obra, ao emprego de determinados materiais e técnicas construtivas, ao apuro no acabamento da edificação, ao seu estado de conservação, além da originalidade do seu aspecto e do seu caráter de excepcionalidade (FONSECA, 1994:213). O valor histórico, por sua vez, foi considerado como critério secundário, com o objetivo de justificar os tombamentos de bens desprovidos das qualidades estéticas pretendidas, os quais podiam ser enquadrados nos preceitos estabelecidos pelo Decreto-lei 25/37. Esse fato levou à proteção de um patrimônio associado à história fatual do país, relacionado principalmente aos eventos políticos e aos feitos das classes dirigentes. 17 A compreensão do mencionado valor, como critério de seleção secundário, repercutiu na formação de um quadro de profissionais, composto em sua maioria por arquitetos, trazendo como conseqüência a utilização de procedimentos metodológicos inadequados ao tratamento da categoria de valor histórico, durante as primeiras décadas de atuação do SPHAN. 18 Somente no final da década de 70 e nos anos 80, os valores histórico e artístico foram assimilados a partir de uma outra perspectiva, com o sentido de argumentar a contextualização dos bens culturais, percebidos enquanto objetos estéticos que fazem parte do processo produtivo e evolutivo da sociedade, relacionados à preexistência do homem. 19 Segundo FONSECA (1994:205), o desenvolvimento dessa postura, frente à preservação do patrimônio cultural, é decorrência da influência das concepções da nova historiografia, que tem contribuído com a ampliação da noção de tombamento histórico, favorecendo a proteção de [...] testemunhos da ocupação do território brasileiro, da evolução das cidades, dos diferentes grupos étnicos, da história da ciência e da tecnologia no Brasil [...]. Além das questões levantadas, é importante compreender os motivos que orientaram a prática dos tombamentos de cidades, como Ouro Preto, inscritas no Livro do Tombo das Belas Artes, o que fornece subsídios para discutir a proteção das paisagens urbanas, enquanto bens culturais, tema que será tratado no próximo item, a respeito do valor paisagístico.

7 7 Mesmo antes da institucionalização do SPHAN, Ouro Preto já tinha sido considerada como objeto de preservação, fato que merece ser analisado a partir da preocupação dos intelectuais modernistas com a afirmação da nacionalidade. Isso ocorreu durante os anos 20, diante da europeização crescente nos hábitos das elites nacionais, refletida dentre outras coisas na produção de uma arquitetura eclética, alheia à herança artística luso-brasileira. 20 Este fato certamente motivou um reencontro com as raízes da cultura nacional, através do reconhecimento das velhas cidades mineiras como resultante artística [genuinamente] brasileira, ou seja, como síntese das diversas contribuições culturais, materializadas sob a feição do barroco mineiro. 21 Essas descobertas proporcionadas através das excursões realizadas a Minas Gerais pelos intelectuais modernistas, que mais tarde iriam participar do SPHAN, resultaram na elaboração da concepção estética de cidade, baseada na idéia de uma obra de arte, representante das verdadeiras tradições arquitetônicas, como foi dito por Lúcio Costa. 22 Refletindo esse modo de pensar, os decretos municipais, elaborados no início da década de 30, chamam a atenção por dois motivos: o interesse em manter a feição da cidade a partir da ótica do turista e a ênfase dada à necessidade de conservar principalmente as fachadas das antigas edificações. 23 Desse modo, tem-se o Decreto n o 13, de 19 de setembro de Considerando que a cidade de Ouro Preto, escrínio das tradições mineiras, deve conservar o seu aspecto colonial, transmitido dos nossos antepassados. Considerando que esta feição colonial de seus edifícios, de seus prédios, das ruas e praças, desperta grande interesse por parte dos turistas, que, freqüentemente vêm visitar a cidade e suas cercanias. Considerando que ferem dolorosamente a sensibilidade dos turistas os prédios que destoam do tipo colonial, DECRETA Art. 1 - Não é permitida, no perímetro urbano, a construção de prédios e de edifícios em desacordo com o estilo colonial da cidade; Art. 2 - Os atuais prédios, existentes no perímetro urbano, em desacordo com o artigo antecedente, deverão ser modificados nas respectivas fachadas, quando estas tenham que receber reparos; [...]. 2 4 Importa notar que essas mesmas determinações foram reeditadas em outro Decreto Municipal o de n o 25, de 03 de setembro de 1932, que contou com o reforço de outros artigos para proteger a facies colonial de Ouro Preto, a saber: Art.3 o - Nos reparos, consertos, reconstruções e limpezas, não é permitida a modificação externa do estilo antigo, quer nos telhados, quer nas fachadas ou cimalhas, em qualquer detalhe; Art. 4 o - Não poderão receber pintura: portais, peitoris, colunas e outros quaisquer trabalhos em pedras existentes externamente em qualquer edifício, e em construções históricas ou artísticas, retirando-se a pintura, que já existia, ao serem reparados ou limpos [...]. 2 5

8 8 Além desses dispositivos legais, a cidade de Ouro Preto foi reconhecida como Monumento Nacional através do Decreto n o , de 12 de julho de Interessa observar que a justificativa que embasou tal decisão, encontra-se respaldada na seguinte argumentação: [...] considerando que a cidade de Ouro Preto, antiga capital do Estado de Minas, foi teatro de acontecimentos de alto relevo histórico na formação da nossa nacionalidade e que possui velhos monumentos, edifícios e templos de arquitetura colonial, verdadeiras obras de arte, que merecem defesa e conservação [...] (grifo nosso). 2 6 A partir dessas considerações, observa-se que está implícita a noção de paisagem percebida como teatro, relacionada a uma proposta de valorização da fantasia e da busca de mundos ideais (NASELLI,1992:28), tendo como suporte da cena urbana os monumentos de valor histórico e artístico, exemplares da arquitetura colonial, representantes da verdadeira nacionalidade. Esse modo de forjar a noção de nacionalidade a partir da busca de uma identidade estética, levou em 1938 o grupo do SPHAN, empenhado na construção do patrimônio histórico e artístico nacional, a sugerir o tombamento de seis cidades mineiras, que foram inscritas no Livro do Tombo das Belas Artes, pela importância atribuída aos seus respectivos conjuntos arquitetônicos e urbanísticos, a saber: Ouro Preto, Diamantina, Mariana, Tiradentes, São João del Rei e Serro. 27 No caso, essas cidades, assim como outras inscritas, até o final da década de 60, no Livro do Tombo das Belas Artes possuíam entre si aspectos característicos: a homogeneidade e a integridade em seus conjuntos arquitetônicos, constituídos a partir do modo de urbanização produzido na América portuguesa, durante o período colonial (SANT ANNA, 1995:130). Considerando a presente análise, outro fato deve ser avaliado: esses assentamentos urbanos foram vistos como obras de arte ou cidades monumento, resultando daí a maneira como foram preservados, como objetos estéticos idealizados, tratados a partir de critérios estilísticos. 28 Para entender o significado da cidade como obra de arte, cita-se a carta de Lúcio Costa dirigida a Rodrigo Melo Franco de Andrade, diretor do então Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), onde forneceu parecer sobre a construção do Grande Hotel de Ouro Preto, cujo projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer foi tido como uma obra de arte num conjunto de outras obras de arte. 29 A noção de arte transposta para a escala urbana estava associada à idéia de composição pictórica, obra pronta, cujas lacunas deveriam ser preenchidas a partir de retoques, ou de pequenas intervenções, que mantivessem a harmonia do conjunto arquitetônico tombado. 30 Na referida correspondência de Lúcio Costa, do início dos anos 40, estavam implícitos os critérios considerados pelo SPHAN para o preenchimento das lacunas urbanas, visando à preservação da imagem das cidades-monumento. Um desses critérios, foi empregado na aprovação de projetos de edificação de maior porte, geralmente construções de localização privilegiada no contexto da cidade, embasado segundo parâmetros da boa arquitetura, identificada com os preceitos modernistas. Nesse caso, o parecer favorável à

9 9 Construção do Grande Hotel de Ouro Preto foi justificado a partir da prerrogativa concedida à arquitetura moderna. O outro critério adotado tinha por objetivo manter o aspecto homogêneo das cidades coloniais e estava orientado para a realização de pequenas obras de reforma e de edificações, situadas no interior do conjunto urbano. 31 O segundo critério, em específico, prevaleceu na proteção das áreas urbanas tombadas, devido à grande demanda existente de pequenas obras, que em sua maioria correspondiam àquelas que deveriam estar integradas visualmente no contexto arquitetônico da cidade. A maneira como esse critério foi interpretado pela Instituição, resultou numa prática equivocada, baseada na reprodução de um modelo fachadista, a partir da utilização indiscriminada de alguns elementos da arquitetura tradicional. Mesmo as novas edificações foram obrigadas a atender as exigências impostas pelo SPHAN, as quais deveriam seguir a feição colonial das antigas construções. Isso trouxe como conseqüência a implantação de uma rotina de trabalho que determinou a produção do que mais tarde viria a ser tratado como estilo patrimônio. 32 Além dessas questões, a compreensão da cidade como obra de arte repercutiu no desenvolvimento de alguns procedimentos adotados pelo SPHAN, tendo como exemplos: a) A prática de análise de projetos Diz respeito ao modo como foram e ainda são analisados os projetos de arquitetura em Ouro Preto, o que é passível de críticas, uma vez que a elaboração desses projetos não está fundamentada numa intenção de planejamento do todo arquitetônico, baseado num plano diretor regulamentado. Essa atitude pode ser explicada a partir da ótica dos arquitetos modernistas que concebiam as cidades coloniais tombadas como obras prontas, o que é aceitável pela própria contingência da época. O crescimento urbano lento nas áreas protegidas, durante as décadas de 30 e 40, não trouxe motivações a esses técnicos para criar instrumentos administrativos com a finalidade de resguardar a estrutura da cidade como conjunto. No entanto, essa atitude que caracterizou a atuação da Instituição nas primeiras décadas se manteve, mesmo depois dos anos 50, período no qual as cidades sofreram diretamente o impacto das transformações urbanas, ocorridas a partir do fenômeno da industrialização, que aconteceu de uma maneira mais intensa na região sudeste. Isso resultou em prejuízo à conservação da imagem idealizada para as cidades-monumento, por uma série de motivos decorrentes do rápido desenvolvimento econômico no país. Dentre eles, são citados os seguintes: a instalação de indústrias nos seus arredores; a ampliação da malha rodoviária que passou a interligar essas cidades às outras; o aumento da população urbana; a influência das metrópoles no entorno; o desenvolvimento significativo das atividades de turismo pelas facilidades de acesso; a intensificação do processo de especulação imobiliária, em função da maior demanda por moradias e, por conseqüência, o comprometimento da paisagem urbana. 33 A gravidade dessa situação, aliada ao despreparo técnico da DPHAN 34 para enfrentá-la, levou Rodrigo Melo Franco de Andrade em 1965 a solicitar auxílio externo a essa Instituição, o que foi obtido através da UNESCO, contando com a participação ativa de Michel Parent, inspetor chefe dos monumentos franceses, enviado ao Brasil para realizar um estudo sobre a preservação do patrimônio cultural. Esse estudo contribuiu para reforçar a proposta de preservação baseada no planejamento urbano e no

10 10 desenvolvimento das atividades de turismo, de acordo com o discurso internacional da época. 35 A aceitação desses pressupostos, visando à proteção das cidades tombadas, induziu à manutenção da concepção da cidade como obra de arte, percebida também nas propostas dos planos urbanos elaborados pelos consultores da UNESCO, no final dos anos 60 e início dos Esses planos estavam baseados na idéia de separação física entre o velho e o novo, ou seja, de segregação espacial das áreas mais antigas. [...] No caso das cidades médias ou pequenas, a segregação se dá pela proposição de zonas de expansão, nitidamente separadas por áreas verdes, formando um cinturão de proteção. Nas cidades maiores, por esquemas viários e de zoneamento, que colocavam o setor histórico à parte da vida e da circulação normal da cidade, como uma área de uso predominantemente turístico e cultural [...] (SANT ANNA, 1995:174). b) A segregação espacial através dos planos urbanos O primeiro plano foi elaborado pelo arquiteto português Viana de Lima, entre os anos de 1968 e de 1970, prevendo a preservação do núcleo antigo da cidade através da criação de uma área de expansão urbana. Dessa maneira, o centro histórico foi considerado como objeto idealizado, independente da sua própria dinâmica de crescimento interno (MOTTA, 1987:118). Dentre as medidas apresentadas por esse plano para restituir a essa parte da cidade a imagem de um conjunto setecentista, são citadas as seguintes: a eliminação dos ecletismos das edificações, identificados através dos frontões e das platibandas; a demolição de obras desprovidas de qualidades estéticas e o preenchimento dos vazios urbanos com a finalidade de obter melhor composição do conjunto arquitetônico da cidade (MOTTA, 1987:118). Além desses aspectos, as chamadas zonas verdes foram valorizadas como elementos de separação entre os espaços antigos e os novos, sendo ainda percebidas como cortinas vegetais com a finalidade de diluir a visão dos elementos negativos da paisagem urbana. 37 Por sua vez, no lugar denominado Cabeças, não houve a preocupação de estabelecer controle estético-estilístico da arquitetura, como foi proposto à área antiga de Ouro Preto. O que importava a essa área de expansão era o resultado que se pretendia para o seu todo arquitetônico, uma ocupação do solo mais esparsa e integrada com o verde existente, orientada a partir de parâmetros básicos construtivos, como: gabaritos, materiais de acabamento e cores, ou seja, um procedimento distinto do habitual, do cada caso é um caso, utilizado institucionalmente para o controle individual das construções na área urbana mais antiga da cidade. 38 Posteriormente, a essa tentativa, foi realizado o Plano de Conservação, Valorização e Desenvolvimento de Ouro Preto e Mariana pela Fundação João Pinheiro, no período de 1973 a Esse plano, de caráter mais abrangente do que o anterior, também foi desenvolvido segundo a proposta de estabelecer a preservação do centro histórico, a partir da criação de áreas de expansão. Nesse sentido, foram consideradas as localidades de Passagem de Mariana, no município de Mariana, e o lugar denominado Buraco Quente, próximo a Ouro Preto. Com o mesmo enfoque do estudo feito por Viana de Lima, o núcleo antigo da cidade foi tratado como objeto idealizado, justificando com isso a preocupação de conservar os aspectos formais do seu conjunto barroco, além das medidas propostas para conter o

11 11 crescimento urbano nessa área da cidade, sem contudo resolver os problemas causados pelas novas ocupações (MOTTA, 1987:118-9). Essas questões, inclusive, podem embasar a crítica ao estudo de paisagismo elaborado para o centro histórico, estritamente vinculado ao resgate das qualidades formais, segundo os valores estéticos aceitos pelo SPHAN, priorizando sempre a harmonia visual da arquitetura setecentista. Em outras palavras, as ações sugeridas estavam orientadas para corrigir as intervenções do homem, que descaracterizaram, durante o tempo, a imagem idealizada da cidade-monumento 39. Quanto às diretrizes estabelecidas para a ocupação das áreas de expansão urbana, estavam baseadas em critérios menos detalhistas, visando à integração visual com o núcleo antigo preexistente a partir da utilização de soluções típicas do traçado urbano e de elementos característicos da arquitetura tradicional. No entanto, nenhum desses dois planos urbanos, realizados para Ouro Preto, chegou a ser implantado, tendo como um dos motivos a dificuldade de entrosamento entre as instâncias administrativas do poder público. As decisões políticas que determinaram a execução desses estudos tiveram origem no âmbito federal, estabelecidas sem a cooperação do poder municipal, situação que foi mantida durante todo o desenvolvimento dessas propostas, provocando com isso desentendimentos entre essas duas instâncias administrativas. 2.4 Valor paisagístico A compreensão dessa categoria de valor tratada pelo Decreto-lei 25/37, assim como das outras, relacionadas ao desenvolvimento da política de proteção das áreas urbanas, pode ser assimilada através de três períodos distintos da atuação administrativa no âmbito federal. Essa divisão temporal permite situar a evolução do pensamento institucional com relação à questão da paisagem e conseqüentemente do valor paisagístico, atribuído aos conjuntos arquitetônicos e urbanísticos. 40 Além disso, a realização de uma análise nesse âmbito contribuiu para respaldar a opinião sobre a preservação dos elementos não edificados nas cidades tombadas, como é o caso do verde dos quintais em Ouro Preto, o que, de acordo com a atual interpretação sobre o tombamento paisagístico estabelecido pelo IPHAN, pode ser considerado como uma característica cultural de ocupação do sítio, que merece ser mantida. Para avançar no entendimento desse assunto, procede-se à avaliação dos seguintes períodos, definidos em função da prática de seleção das áreas urbanas e o modo como foram inscritas nos Livros do Tombo (SANT ANNA, 1995:226) Fase de consolidação da idéia de nacionalidade (de 1938 à década de 60) A partir da noção estética vigente nessa época, baseada nos pressupostos dos intelectuais modernistas, que influenciaram de maneira decisiva a constituição do patrimônio nacional, foram escolhidos como protótipos da cultura brasileira tanto os bens produzidos no período colonial, quanto aqueles representativos da arte moderna.

12 12 Nesse período, foram tombados, como objetos de preservação, cidades e centros históricos, cuja arquitetura típica dos séculos XVII e XVIII conseguia expressar a imagem idealizada do nacional, do notável, do autêntico e do original (SANT ANNA, 1995:239). Foi uma fase marcada pela concepção da cidade-monumento, ou seja, da cidade percebida como obra de arte, pronta e acabada, valorizada principalmente pelo componente estético visual. A maioria dos tombamentos das áreas urbanas que faziam juz à noção de arte da época, foram inscritos no Livro do Tombo das Belas Artes. Com relação às cidades coloniais, que não se enquadraram nos quesitos da homogeneidade arquitetônica e da integridade da função original dos seus conjuntos, necessários para serem conservadas como obras de arte, foram valorizadas e protegidas por outros critérios de seleção, tidos como secundários, como o paisagístico e o histórico. Dessa maneira, conjuntos urbanos descaracterizados como o de Congonhas do Campo (Minas Gerais) e de São Cristóvão (Sergipe) foram inscritos no Livro Arquitetônico, Etnográfico e Paisagístico. 41 Desse período, também, podem ser citados os tombamentos de áreas dotadas de recursos naturais situadas no entorno ou no interior das cidades maiores, ameaçadas pelo processo de especulação imobiliária, tais como as do Conjunto Paisagístico da Serra do Curral, de Belo Horizonte, e do Parque Nacional da Tijuca, do Rio de Janeiro. Além do tombamento, outro expediente legal foi utilizado com mais freqüência na fase seguinte da atuação institucional, com a mesma finalidade de facilitar a proteção das áreas urbanas que corriam riscos de serem ocupadas. No caso, as portarias de entorno tornaram-se instrumentos da política urbana, que garantiam a ambiência dos monumentos tombados Fase das contribuições conceituais à questão patrimonial no Brasil (entre os anos 60 e 80) Nesse contexto, foi marcante a influência do pensamento europeu no discurso preservacionista da época, basicamente, em relação a dois aspectos: a) A ampliação da noção de paisagem, a partir das mudanças conceituais ocorridas no significado dos termos visibilidade, vizinhança e entorno, contidos no Decreto-lei 25/37, que passaram a ser interpretados como ambiência. Isso poder ser atribuído à divulgação da Carta de Veneza, elaborada em 1964, tida como uma das principais fontes documentais a respeito da proteção do entorno das áreas de interesse cultural. Esse documento, em particular, considerou o monumento histórico. não só a criação arquitetônica isolada, mas também a moldura em que ela é inserida. O monumento é inseparável do meio onde se encontra situado e, bem assim, da história da qual é testemunho. Reconhece-se, conseqüentemente, um valor monumental tanto aos grandes conjuntos arquitetônicos, quanto às obras modestas que adquiriram, no decorrer do tempo, significação cultural e humana. 4 3 A partir dessa nova configuração, a proteção do entorno do bem tombado, prevista no artigo 8 o do Decreto-lei 25/37, baseada na garantia da visibilidade da obra protegida,

13 13 passa a ser definida como ambiência. No caso, esse termo se refere à harmonia visual do conjunto arquitetônico, com o sentido de contextualizar o monumento valorizado. Desse modo, com a finalidade de estabelecer a integração do todo com as partes e vice-versa, foram tomados como parâmetros de avaliação: a volumetria das edificações, o ritmo das fachadas, a altura dos prédios, a existência de espaços não edificados, as cores entre os elementos arquitetônicos, dentre outros aspectos. 44 Diante da necessidade de lidar com tantas variáveis, a tarefa de preservar a harmonia visual de um ambiente tornou-se bastante complexa, exigindo a adoção de novos procedimentos, como a realização de estudos técnicos e o estabelecimento de critérios específicos de tombamentos, que ainda não tinham sido previstos pela legislação federal. 45 Mesmo levando-se em conta essas demandas, a Instituição manteve o conteúdo do Decreto-lei 25/37 fiel às suas origens, tal como em 1937, época em que os critérios de seleção dos bens tombados não eram tão questionados pela sociedade nem a especulação imobiliária era tão intensa, como passou a ser depois da década de 50, nas cidades, devido ao fenômeno de urbanização. A adaptação do IPHAN a essa nova realidade fez com que outro expediente legal de proteção aos bens culturais fosse criado. A utilização desse novo instrumento permitiu, nos anos 80, a essa Instituição intervir sobre o uso do solo, caso a legislação urbanística do município não atendesse aos interesses preservacionistas da união. Com as denominadas portarias de entorno, empregadas basicamente no Rio de Janeiro, foram feitos estudos de caráter mais amplo, tratando da ambiência das áreas urbanas, mas, apesar das intenções de preservar as suas características arquitetônicas, ou mesmo estabelecer critérios de projetação para essas áreas, prevaleceu a concepção estética característica das primeiras décadas de atuação do SPHAN. 46 Nesse sentido, a idéia de paisagem foi tomada como composição pictória, onde a figura do monumento detinha o centro das atenções, sendo observada a partir de alguns ângulos visuais, embora, nessa fase, outras preocupações estivessem presentes na discussão da proteção à ambiência do lugar. Essa tendência é percebida através das palavras comumente empregadas nos documentos da época, tais como moldura e cenário, para designar o entorno das edificações tombadas. b) O outro aspecto desse período, que permite compreender o modo como foram percebidas as paisagens das áreas urbanas patrimônio, pode ser assimilado através do que SANT ANNA (1995:236) chamou de estratégias de valorização econômica desses bens culturais. Essas estratégias, elaboradas principalmente pela UNESCO, nos anos 70 e 80, tinham por finalidade promover a conservação das cidades de importância histórica através do uso econômico, o que foi defendido através do desenvolvimento das atividades de turismo, como fonte de renda. Nesse contexto, foram elaborados vários documentos internacionais que divulgaram essa idéia e outras, como: da conservação integrada (Declaração de Amsterdã. COMITÊ DOS MINISTROS DO CONSELHO DA EUROPA:1975) 47, da salvaguarda dos conjuntos históricos (Declaração de Nairobi. UNESCO:1976) 48 ; de centro histórico (Declaração de Quito. UNESCO/PNUD:1977) 49 e da salvaguarda das cidades e dos bairros históricos (Carta de Washington. ICOMOS:1986). 50 Certamente, a maneira como esses conceitos foram interpretados variou de acordo com a realidade sócio-cultural de cada país, onde foram divulgados e assimilados. No Brasil, em função da realidade cultural da época, fortemente influenciada pelo ideal estético dos

14 14 modernistas, as áreas urbanas tombadas foram consideradas como mercadorias culturais, prontas para satisfazer aos apelos econômicos do turismo (SANT ANNA, 1995:236). A aceitação e a defesa desse modelo preservacionista proposto pelo IPHAN, reforçou a concepção do objeto patrimonial como obra de arte, trazendo como conseqüência a manutenção da prática de seleção e de conservação dos bens culturais, defendidos nas primeiras décadas de atuação dessa instituição. Nesse sentido, importava sobretudo a conservação da imagem idealizada da cidade colonial do período setecentista, permitindo a realização de propostas de intervenção urbana fundamentadas na manutenção do aspecto colonial, mesmo em áreas de ocupação recente nas cidades tombadas, segundo critérios estéticos admitidos institucionalmente. No entanto, na década de 80 e início dos anos 90, esse tipo de procedimento foi questionado, propiciando o surgimento de novos conceitos, que influenciaram a prática do tombamento de cidades, marcando o início de um novo período Fase de valorização da paisagem urbana como documento histórico A adoção de um novo referencial estético baseado no valor histórico do bem cultural, possibilitou o entendimento da cidade como processo de organização social e econômico sobre determinado território. Nessa perspectiva, os fatos históricos são analisados através da interdisciplinaridade, permitindo a realização de leituras mais abrangentes e críticas do processo de construção da paisagem urbana, compreendida a partir da sua antropogeografia, ou seja, da interação entre os grupos humanos e o meio geográfico do qual fazem parte. 51 Essa proposta já estava presente desde o anteprojeto elaborado por Mário de Andrade em 1936, que definiu o termo paisagem considerando os princípios básicos das artes arqueológica e ameríndia e da arte popular, como produto da indústria humana dos brasis, que poderia ser identificado através das cidades lacustres, dos canais, dos aldeamentos, das grutas trabalhadas, dos morro(s) do Rio de Janeiro e dos mocambos no Recife. 52 No Decreto-lei n o 25, de 30/11/37, essa concepção de paisagem ficou implícita na denominação concedida ao Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico. No final da década de 60, a noção de antropogeografia é percebida através do conceito de sítio histórico, defendido por Rodrigo Melo Franco de Andrade, como criação notável e representativa da vida e da organização de um povo, em uma determinada fase de sua evolução. 53 Além disso, no início dos anos 80, Aloísio Magalhães contribuiu com a difusão dessa idéia de paisagem através de outro conceito, o de bem cultural. Nesse sentido, a área urbana patrimônio foi assimilada como trajetória histórica viva, ou mesmo como objeto de uso social, de importância existencial para as comunidades locais, devido aos significados que lhe foram atribuídos ao longo do tempo. Diante desse entendimento, a cidade deixa de ser considerada como obra de arte, pronta e acabada, para ser tratada com algo passível de transformações e que representa uma síntese das relações sociais, culturais e econômicas, responsáveis pela construção e ocupação do espaço urbano. De acordo com essa tendência, algumas cidades, que anteriormente não tinham sido selecionadas pelo SPHAN, para constituírem o patrimônio nacional, foram inscritas em sua maioria nos Livros do Tombo Histórico e do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico (SANT ANNA, 1995:212-3). Desse modo, foram protegidos os seguintes sítios históricos: o centro histórico de Laguna, Santa Catarina, 1984; o conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico da cidade de Natividade, Tocantins, 1984; o centro turístico e paisagístico de São Francisco do Sul, Santa Catarina,

15 ; o conjunto arquitetônico e urbanístico de Antônio Prado, Rio Grande do Sul, 1987, dentre outros. 54 Levando-se em conta que os tombamentos dessas cidades são representativos de uma nova concepção estética, que considera a paisagem urbana a partir da sua antropogeografia, procedeu-se a uma análise comparativa entre eles, o que permitiu verificar a ocorrência de três aspectos comuns, diretamente associados à questão da proteção das áreas verdes em Ouro Preto, a saber: 55 a) A preservação de um sítio histórico tem a finalidade de informar sobre o processo de estruturação do seu território Isso traz a possibilidade de realizar diferentes leituras do fato urbano, à medida que são estabelecidos questionamentos a seu respeito, permitindo com isso descobrir valores e características ambientais, que particularizam a realidade do lugar. Nessa circunstância, o verde dos quintais em Ouro Preto pode ser tomado como uma das características arquitetônicas das áreas mais antigas da cidade, relacionada ao modo primitivo de ocupação urbana, resultante da adaptação da cultura portuguesa às condições físicas locais. Além disso, esse elemento paisagístico é tido como uma construção não edificada do espaço urbano, que faz parte da imagem dessa cidade, sendo significativo tanto para os seus moradores, quanto para aqueles que desejam aprender com os elementos próprios desse contexto. b) A compreensão da dinâmica de produção, de uso e de transformação de um território permite adquirir novas bases de conhecimento da sua paisagem Diante dessa percepção, os fatos arquitetônicos, originados das relações econômicas, sociais e culturais de uma época, devem ser avaliados a partir da dimensão temporal. Através desse procedimento, adquire-se uma noção do processo de construção da forma urbana, que para os profissionais que trabalham com o urbanismo é de fundamental importância, pois podem dirigir ações mais conscientes ao lidarem com a preservação da imagem da cidade. c) A avaliação da paisagem urbana como documento histórico pressupõe a valorização da noção de conjunto Existe uma diferença conceitual e prática entre considerar a estrutura urbana como um todo arquitetônico e considerar somente alguns aspectos da sua realidade. No caso particular da atuação do SPHAN, foram eleitos como prioritários somente alguns valores que comandaram a seleção dos bens culturais, responsáveis pela constituição do patrimônio nacional. No entanto, o que chamou a atenção nesse fato foi a prioridade concedida ao aspecto formal e em específico aos elementos edificados do espaço arquitetônico, restringindo-se com isso o sentido de preservação das áreas urbanas patrimônio. Recentemente, tem ocorrido a preocupação da instituição em avaliar outros aspectos pertencentes à estrutura da cidade os quais ajudam a conformar a imagem e o caráter dos conjuntos paisagísticos. Levando-se em conta a tendência de conceber a paisagem dos sítios históricos tombados através da antropogeografia, os elementos não edificados do contexto urbano começaram a ser percebidos também como construções arquitetônicas, decorrentes do processo de

16 16 produção, de uso e de transformação do espaço das cidades. Nessa perspectiva, as áreas verdes, assim como os largos, as praças, as ruas e os caminhos devem ser analisados como objetos de preservação. Notas * Arquiteto do Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais com Mestrado em Desenho Urbano OLIVEIRA, Marcelo Almeida. Os valores culturais da paisagem urbana em Ouro Preto. Um Estudo de Caso das Áreas Verdes na Ladeira Santa Efigênia e Entorno Próximo. Salvador: Mestrado em Arquitetura e Urbanismo da UFBA, Dissertação de Mestrado. Uma coisa, objeto ou um artefato se constitui num bem à medida que incorpora um determinado valor que justifica a partir de então a sua preservação, o que interessa a toda uma coletividade. CASTRO, Sônia Rabello de. O Estado na preservação de bens culturais. Rio de Janeiro: Renovar, pp RUSSIO, Waldisa. Texto III. In: ARANTES, Antônio Augusto, (org.). Produzindo o passado. Estratégias de construção do patrimônio cultural. São Paulo: Brasiliense, p. 61. O termo paisagem pode ser entendido através da atribuição de um valor a uma determinada realidade o que está diretamente relacionado a uma [...] imagem ou interpretação que um observador tem de um território que o rodeia [...]. A assimilação desse termo pode ser compreendida a partir de dois aspectos, o cultural e o espacial. O primeiro aspecto diz respeito à [...] ideologia, situação sócio -econômica, estudos, formação profissional de quem percebe a realidade. O segundo, está vinculado ao modo como o observador se posiciona em relação ao território observado, se está perto ou longe; se está acima ou no plano do terreno; se está fixo ou não em relação ao objeto de interesse. Isso induz a um [...] compromisso intelectual, existencial e ideológico com o [objeto] observado e por conseguinte, diferentes paisagens. NASELLI, Cesar A.. De ciudades, formas y paisagens. Assunção: Arquina, pp (Tradução do autor) CASTRO, Sônia Rabello de. Op. Cit., p. 8 e 35. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, p Apud: FONSECA, Maria Cecília Londres. Construções do passado: concepções sobre a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional (Brasil: anos 70-80). Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília, p No entanto, como lembra CASTRO (1991:44-5), o Decreto-lei 25/37 não prevê a obrigatoriedade da realização de estudos técnicos, o que tem ocorrido por força da portaria n o 11/SPHAN, de 11/09/86, respaldando com isso as deliberações do Conselho Consultivo. CASTRO, Sônia Rabello de. Op. Cit., p. 89. FONSECA, Maria Cecília Londres. Op. Cit., pp É desse período a noção de monumento: 1. Obra ou construção destinada a transmitir a posteridade a memória de fato ou pessoa notável. 2. Qualquer obra notável. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Minidicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, (c. 1977), p Convém observar que no texto do Decreto-lei 25/37, o termo monumento encontra-se associado com o valor

17 17 notável. 1 1 CASTRO, Sônia Rabello de. Op. Cit., p SANT ANNA, Márcia. Da cidade - monumento à cidade-documento: uma trajetória da norma de preservação de áreas urbanas no Brasil ( ). Salvador: Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia, Dissertação de mestrado. p MILET, Vera. A teimosia das pedras: um estudo sobre a preservação do patrimônio ambiental no Brasil. Olinda: Prefeitura de Olinda, Anexos, gráfico II. 1 3 Nesse âmbito, destacam-se os questionamentos e as contribuições conceituais elaboradas pelo arquiteto Luiz Fernando N. Franco (IPHAN), que estão registrados no conteúdo de alguns processos de tombamento dessa Instituição. Ver processo 1116-T-84. Museu Paranaense. Curitiba, PR. In FONSECA, Maria Cecília Londres. Op Cit., pp Ib. Ibid Esse fato pode ser interpretado como uma transposição, quase literal, do conteúdo expresso do Decreto-lei 25/37, do seu artigo 1 o, parágrafo 2 o, quanto à idéia de proteger as paisagens. Art. 1 o - Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto de bens móveis ou imóveis, existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico. 1 o [...] 2 o Equiparam-se aos bens a que se refere o presente artigo e são também sujeitos a tombamentos os monumentos naturais, bem como os sítios e paisagens que importe conservar e proteger pela feição notável, com que tenham sido dotados pela natureza ou agenciados pela indústria humana (grifo nosso). O texto da Emenda Constitucional de 1969, parágrafo único do artigo 180, também utiliza o termo notável na referência que estabelece ao papel do Estado na proteção aos bens de valor histórico ou artístico e às paisagens e sítios naturais notáveis (grifo nosso). 1 6 OLIVEIRA, Marcelo Almeida. Op. Cit. p. 98. Com relação às siglas empregadas na denominação da instituição responsável pelo patrimônio cultural no Brasil, conferir nota 8 do capítulo 4: O FIM DA CIDADE COMO OBRA DE ARTE E O SURGIMENTO DA CIDADE REAL. 1 7 FONSECA, Maria Cecília Londres. Op. Cit., pp e Id. Ibid. 1 9 OLIVEIRA, Marcelo Almeida. Op. Cit. p. 28. Conferir no Capítulo 1 desse trabalho, o item que trata sobre o conceito da paisagem antropogeográfica. 2 0 SANT ANNA, Márcia: Op. Cit., p SANTOS, Mariza Veloso Mota. O Tecido do Tempo: a idéia do patrimônio cultural no Brasil ( ). Brasília: Instituto de Ciência Humanas/UnB, 1992, (tese de doutorado). p.429 e 440.Apud.SANT ANNA,Márcia.Op.Cit., p ALCÂNTARA, Antônio Pedro Gomes de. Sobre Lúcio Costa. In: IBPC/DEPROM, Ideólogos do Patrimônio Cultural. Rio de Janeiro: IBPC, 1991, p. 42. Apud. SANT ANNA, Márcia. Op. Cit., p Esse procedimento mais tarde iria se consumar numa prática adotada pelo próprio SPHAN, trazendo a partir daí outras derivações, como a utilização do fachadismo colonial no tratamento arquitetônico das novas edificações, o que passaria a ser conhecido como estilo patrimônio. Conferir: MOTTA, Lia. A SPHAN em Ouro Preto: uma história de conceitos e critérios. In: Revista de Patrimônio Histórico e

18 18 Artístico Nacional, n o 22, 1987, p OURO PRETO. Decreto n o 13, de 19 de setembro de Ouro Preto OURO PRETO. Decreto n o 25, de 03 de setembro de Ouro Preto MINC/SPHAN/FNPM. Proteção e Revitalização do Patrimônio Cultural no Brasil: uma trajetória. Brasília: MINC/SPHAN/FNPM, 1980, p. 89. Anexo V. 2 7 MINC/IPHAN. Bens móveis e imóveis inscritos nos Livros do Tombo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 4 a ed., rev. e ampl.. Rio de Janeiro: IPHAN, p MOTTA, Lia. A SPHAN em Ouro Preto: uma história de conceitos e critérios. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Rio de Janeiro: MEC. SPHAN. FNPM, n o 22, p Carta transcrita na íntegra, contida em MOTTA, Lia. Op. Cit., pp SANT ANNA, Márcia. Op. Cit., pp Id. Ibid OLIVEIRA, Marcelo Almeida. Op. Cit. p. 121.Ver nota 22 do capítulo V. 3 3 TELLES, Augusto C. da Silva. Centro Históricos: notas sobre a política brasileira de preservação, Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, n o 19, 1984, p Apud. SANT ANNA, Márcia. Op. Cit., p OLIVEIRA, Marcelo Almeida. Op. Cit. p. 98. Conforme nota 8 do Capítulo 4, o SPHAN passou a ser denominado como DPHAN a partir de SANT ANNA, Márcia. Op. Cit., p As cidades de Parati, Salvador, Ouro Preto, São Luis e Alcântara tiveram nesse período os seus planos urbanos elaborados por consultores da UNESCO. Esses planos estavam fundamentados na idéia da segregação espacial das áreas mais antigas dessas cidades. No caso, Viana de Lima, um desses consultores, além de ser o responsável pelo plano de Ouro Preto (1968 e 1970), também elaborou os planos de São Luis e Alcântara, no Maranhão (1973), e os de São Cristóvão e Laranjeiras, em Sergipe (1978). SANT ANNA, Márcia. Op. Cit., p LIMA, A. Viana de. Rapport et Propositions pour la Conservation, Récupération et expansion. Ouro Preto UNESCO, nov. 1969, 3 volumes. LIMA, A. Viana de. Rénovation et mise em valeur d Ouro Preto (Second rapport, setembre-novembre 1970). Paris: UNESCO, Février MOTTA, Lia. Op. Cit., p MEC. IPHAN. IEPHA. FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Plano de conservação, valorização e desenvolvimento de Ouro Preto e Mariana. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, pp O entendimento da noção de paisagem e do valor paisagístico, considerados para as áreas urbanas patrimônio, levou em conta a análise estabelecida por SANT ANNA (1995:226) a respeito da atuação institucional do IPHAN, quanto à prática de seleção e de inscrição dessas áreas nos Livros do Tombo. Nesse trabalho foi reconhecida a existência de três momentos marcantes da política de proteção aos conjuntos arquitetônicos e urbanísticos brasileiros, a saber: 1 o momento ( ), da hegemonia do valor artístico, como critério básico de seleção das áreas urbanas; 2 momento ( ), da hegemonia do valor paisagístico, a partir da influência da

19 19 Carta de Veneza; e 3 o momento ( ), quando a cidade passa a ser percebida como documento histórico. 4 1 SANT ANNA, Márcia. Op. Cit., p Id. Ibid., p. 128 e Anexo IV. 4 3 ICOMOS. Carta de Veneza - carta internacional sobre conservação e restauro de monumentos e sítios, Patrimônio cultural. Documentos internacionais e nacionais sobre preservação de bens culturais. São Leopoldo: Universidade do Vale do Rio dos Sinos, n o 1, [198?]. p CASTRO, Sônia Rabello de. Op. Cit., pp Somente na década de 80, foi criada a portaria administrativa n o 11 de 11/09/86, que estabeleceu a obrigatoriedade da realização de estudos técnicos para subsidiar os tombamentos de bens imóveis. Entretanto, juridicamente, esse expediente legal foi questionado, pelo fato de esse instrumento não oferecer garantias da sua permanência, podendo ser substituído, ou mesmo anulado a qualquer momento. SANT ANNA, Márcia. Op. Cit., pp Id. Idib., pp O conceito de conservação integrada propõe mudanças nas práticas do planejamento urbano e no enfrentamento dos problemas sociais. Nesse sentido, os antigos tecidos urbanos das áreas históricas protegidas são tidos como fonte de reaprendizado da escala humana e dos benefícios sugeridos pela diversidade sócio-cultural e funcional, que caracterizam os seus espaços. Daí a opção feita a partir desse documento pela defesa de uma política de reabilitação do patrimônio arquitetônico, ao invés da sua demolição ou renovação urbana. 4 8 Entende-se por salvaguarda a identificação, a proteção, a conservação, a restauração, a reabilitação, a manutenção e a revitalização dos conjuntos históricos ou tradicionais e de seu entorno. Nesse sentido, os planos de salvaguarda defendidos pela Recomendação de Nairobi (1976), visando à proteção das áreas e dos elementos de interesse coletivo, levaram em conta a importância de trabalhar esses bens a partir do levantamento de dados arqueológicos, históricos, arquitetônicos, técnicos, econômicos, assim como dos espaços abertos, públicos e privados, como também [da] vegetação (UNESCO, 1976:255-8). Aliado a isso, vários aspectos são percebidos como conformadores da identidade de um conjunto histórico, como: textura, volumetria, cor, características funcionais, tanto de áreas não edificadas, quanto daquelas edificadas. 4 9 Por centros históricos, são compreendidos os assentamentos humanos vivos, dotados de valor cultural social e econômico, representativos do processo de evolução de um povo. São considerados através das aldeias, das cidades, ou da(s) parte(s) de uma estrutura física maior (UNESCO/PNUD, 1977: 89). Nesse conceito, está implícita a idéia de conjunto, pois a área de valor histórico é percebida como parte de um todo. A tônica de Declaração de Quito (1977) é a divulgação de uma proposta para a revitalização dos centros históricos, tendo como objetivo a busca da qualidade de vida para os seus habitantes, baseada no reordenamento do uso do solo, a partir da combinação do uso multifuncional com o habitacional, juntamente com a potencialização das áreas de valor cultural. 5 0 Quanto à Carta de Washington (1986), a proposta sugerida para a "salvaguarda das cidades e dos bairros históricos estabelece um resgate das propostas feitas anteriormente, principalmente, da Recomendação de Nairobi (1976). É tida como referência documental pouco atenta à realidade dos países do terceiro mundo, não considerando os efeitos da rápida urbanização, da falta de habitação, da infraestrutura deficiente, da baixa qualidade de vida nas cidades, dentre outros problemas que afetam diretamente as áreas históricas. 5 1 Conferir proposta do arquiteto Luis Fernando Franco, apresentada na inf. n o 135/86,

20 20 para a transcrição dos Centros Históricos inscritos nos Livros Histórico e de Belas Artes para o Livro Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, apresentada na inf. n o 135/86.FONSECA, Maria Cecília Londres. Op.Cit., p Com relação ao conceito de antropogeografia tratado, é entendido a partir do processo de interação entre o homem e o seu meio, o que traz como resultante a materialização de formas significativas, impregnadas de valores atribuídos a esse meio, ao longo do tempo. 5 2 Conferir ANDRADE, Mário de. Anteprojeto elaborado a pedido do Ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema, de 24 de março de 1936; Capítulo II; Determinações Preliminares; Das Artes Arqueológica e Ameríndia, item c (sobre paisagens) e Da Arte Popular, item c (sobre paisagens). In: MINC. SPHAN. FNPM. Op. Cit., p Conferir MOTTA, Lia Op. Cit., p FONSECA, Maria Cecília Londres. Op. Cit., p. 209 e Anexo VI - 2 a Conferir: Estudos de Tombamento. Ministério da Cultura. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Departamento de Promoção. Rio de Janeiro: IPHAN, p.

PATRIMÔNIO. Antonio Castelnou

PATRIMÔNIO. Antonio Castelnou PATRIMÔNIO Antonio Castelnou CASTELNOU Introdução Uma das áreas de crescente interesse da arquitetura e urbanismo, no Brasil e no mundo, tem sido a PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO histórico, artístico e cultural.

Leia mais

Área de CONSTRUÇÃO CIVIL RESULTADOS ADEQUAÇÃO DE PROCESSOS NORMA DE DESEMPENHO GRUPO MINAS GERAIS S E N A I C I M A T E C REALIZAÇÃO

Área de CONSTRUÇÃO CIVIL RESULTADOS ADEQUAÇÃO DE PROCESSOS NORMA DE DESEMPENHO GRUPO MINAS GERAIS S E N A I C I M A T E C REALIZAÇÃO Palestra - NBR 15575 Desempenho das Edificações RESULTADOS ADEQUAÇÃO DE PROCESSOS NORMA DE DESEMPENHO GRUPO MINAS GERAIS REALIZAÇÃO APRESENTAÇÃO DA EMPRESA APRESENTAÇÃO A Construtora Lage foi fundada em

Leia mais

Patrimônio em questão

Patrimônio em questão Patrimônio em questão Nova lei? Não, não estou sabendo. Ou: Ah, sim, estou sabendo por alto. Foi assim que alguns dos especialistas consultados pelo Vida & Arte responderam quando o assunto era a nova

Leia mais

INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO AO ACERVO CULTURAL

INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO AO ACERVO CULTURAL I INVENTÁRIO DE P PROTEÇÃO AO A ACERVO C CULTURAL O presente trabalho faz parte das atividades desenvolvidas pelo município de Ouro Preto/MG para registrar e proteger o seu patrimônio cultural, além de

Leia mais

Plano Integrado de Capacitação de Recursos Humanos para a Área da Assistência Social CAPACITAÇÃO CONSELHEIROS MUNICIPAIS.

Plano Integrado de Capacitação de Recursos Humanos para a Área da Assistência Social CAPACITAÇÃO CONSELHEIROS MUNICIPAIS. CAPACITAÇÃO CONSELHEIROS MUNICIPAIS Maio/2010 1º Dia PROGRAMAÇÃO 08h00 às 09h00 - Credenciamento 09h00 às 09h30 Abertura Boas vindas! 09h30 às 10h15 Exposição dialogada: Retrospectiva Luta por Direitos

Leia mais

FUNDO ESTADUAL DE CULTURA EDITAL DE CONVOCAÇÃO DAS CÂMARAS SETORIAIS PARITÁRIAS EDITAL CSP 01/2012

FUNDO ESTADUAL DE CULTURA EDITAL DE CONVOCAÇÃO DAS CÂMARAS SETORIAIS PARITÁRIAS EDITAL CSP 01/2012 FUNDO ESTADUAL DE CULTURA EDITAL DE CONVOCAÇÃO DAS CÂMARAS SETORIAIS PARITÁRIAS EDITAL CSP 01/2012 O Secretário de Estado de Cultura, no uso de suas atribuições legais e em consonância com a Lei nº 15.975/2006,

Leia mais

SÍNTESE DO LEVANTAMENTO DE DEMANDAS DE PROJETOS DO TERRITÓRIO

SÍNTESE DO LEVANTAMENTO DE DEMANDAS DE PROJETOS DO TERRITÓRIO SÍNTESE DO LEVANTAMENTO DE DEMANDAS DE PROJETOS DO TERRITÓRIO Ministério do Meio Ambiente O Projeto de Elaboração do Plano de Desenvolvimento Territorial Sustentável Socioambientais Prioritários/Vale do

Leia mais

Manual do Processo de Planejamento da UFSC. Departamento de Planejamento SEPLAN/UFSC

Manual do Processo de Planejamento da UFSC. Departamento de Planejamento SEPLAN/UFSC Manual do Processo de Planejamento da UFSC 2010 Departamento de Planejamento SEPLAN/UFSC Apresentação Este documento descreve o processo de planejamento que vem sendo implantado na Universidade Federal

Leia mais

REFLEXÕES SOBRE A INTERPRETAÇÃO DO LIVRO RARO EM EXPOSIÇÕES E VISITAS ORIENTADAS

REFLEXÕES SOBRE A INTERPRETAÇÃO DO LIVRO RARO EM EXPOSIÇÕES E VISITAS ORIENTADAS REFLEXÕES SOBRE A INTERPRETAÇÃO DO LIVRO RARO EM EXPOSIÇÕES E VISITAS ORIENTADAS Diná Marques Pereira Araújo 1 1 Bibliotecária, Biblioteca Universitária da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte,

Leia mais

Ações para a preservação e acesso à memória brasileira de arquitetura e urbanismo - projeto de digitalização da revista acrópole

Ações para a preservação e acesso à memória brasileira de arquitetura e urbanismo - projeto de digitalização da revista acrópole Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) Ações para a preservação e acesso à memória brasileira de arquitetura e urbanismo - projeto de digitalização da revista acrópole Marcia Rosetto (USP) - mrosetto@usp.br

Leia mais

desenvolvimento sócioeconômico, interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana.

desenvolvimento sócioeconômico, interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE: Uma visão crítica A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar,

Leia mais

Trabalho 001- Estratégias oficiais de reorientação da formação profissional em saúde: contribuições ao debate. 1.Introdução

Trabalho 001- Estratégias oficiais de reorientação da formação profissional em saúde: contribuições ao debate. 1.Introdução Trabalho 001- Estratégias oficiais de reorientação da formação profissional em saúde: contribuições ao debate. 1.Introdução As pesquisas e os investimentos que influenciaram as mudanças nas propostas para

Leia mais

Dispõe sobre a criação do Sistema Municipal de Cultura SMCRio e dá outras providências. Capítulo I. Das Definições e Princípios

Dispõe sobre a criação do Sistema Municipal de Cultura SMCRio e dá outras providências. Capítulo I. Das Definições e Princípios MINUTA de Projeto de Lei Municipal n º.../ 2014. Dispõe sobre a criação do Sistema Municipal de Cultura SMCRio e dá outras providências. Capítulo I Das Definições e Princípios Art. 1.º Fica instituído

Leia mais

01 de Agosto Inicio das Aulas. 10 a 26 Setembro - Avaliação Oficial do 1 Bimestre (data no calendário oficial)

01 de Agosto Inicio das Aulas. 10 a 26 Setembro - Avaliação Oficial do 1 Bimestre (data no calendário oficial) ATELIÊ DE PROJETO DE ARQUITETURA 1 01 de Agosto Inicio das Aulas. 10 a 26 Setembro - Avaliação Oficial do 1 Bimestre (data no calendário oficial) 6 aulas até 19 de Setembro data da entrega dos trabalhos

Leia mais

Este caderno, com oito páginas numeradas sequencialmente, contém cinco questões de Geografia. Não abra o caderno antes de receber autorização.

Este caderno, com oito páginas numeradas sequencialmente, contém cinco questões de Geografia. Não abra o caderno antes de receber autorização. 04/07/2010 Caderno de prova Este caderno, com oito páginas numeradas sequencialmente, contém cinco questões de Geografia. Não abra o caderno antes de receber autorização. Instruções 1. Verifique se você

Leia mais

O currículo do Ensino Religioso: formação do ser humano a partir da diversidade cultural

O currículo do Ensino Religioso: formação do ser humano a partir da diversidade cultural O currículo do Ensino Religioso: formação do ser humano a partir da diversidade cultural Prof. Ms. Henri Luiz Fuchs Pedagogo e teólogo. Professor no Centro Universitário La Salle, Canoas, RS. Integrante

Leia mais

Elaboração do Plano de Gestão de Logística Sustentável do Senado Federal - PGLS

Elaboração do Plano de Gestão de Logística Sustentável do Senado Federal - PGLS Elaboração do Plano de Gestão de Logística Sustentável do Senado Federal - PGLS Sustentabilidade Contexto Aumento no número de pessoas Maior quantidade de recursos explorados Produção e consumo: compras

Leia mais

Organização do Centro de Triagem da CPAD - TRT13 Análise e preservação dos processos findos

Organização do Centro de Triagem da CPAD - TRT13 Análise e preservação dos processos findos 1 PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 13ª REGIÃO Organização do Centro de Triagem da CPAD - TRT13 Análise e preservação dos processos findos Preservação e acesso à memória

Leia mais

Bases fundamentais. Convenção Relativa à Luta contra a Discriminação no Campo do Ensino

Bases fundamentais. Convenção Relativa à Luta contra a Discriminação no Campo do Ensino Bases fundamentais Lei 10.639/2003 Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana O sucesso das políticas

Leia mais

ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO FLORESTAL 30/08/2013

ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO FLORESTAL 30/08/2013 ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO FLORESTAL 30/08/2013 Objetivos da disciplina Visão de Administração e Planejamento Tomar decisões Fazer Planejamento Conhecimento para planejar e administrar Postura crítica

Leia mais

III Pré-Conferência de Cultura do Município de São Paulo

III Pré-Conferência de Cultura do Município de São Paulo III Pré-Conferência de Cultura do Município de São Paulo Zona Oeste 28 de julho de 2013 PROPOSTAS Eixo 1 1. Definição de, no mínimo, 2% do orçamento da PMSP para a Cultura; 2. Criação do Fundo Municipal

Leia mais

Rincão da Cebola - Porto Velho Cidade do Rio Grande (RS): dinâmica urbana (espaço-tempo) numa reflexão sobre o pensamento urbanístico contemporâneo.

Rincão da Cebola - Porto Velho Cidade do Rio Grande (RS): dinâmica urbana (espaço-tempo) numa reflexão sobre o pensamento urbanístico contemporâneo. Rincão da Cebola - Porto Velho Cidade do Rio Grande (RS): dinâmica urbana (espaço-tempo) numa reflexão sobre o pensamento urbanístico contemporâneo. Couto; do Perla; Martins, Fraga Solismar Mestranda do

Leia mais

governo do estado do paraná secretaria de estado da cultura ESPIRAIS Bens Tombados do Paraná

governo do estado do paraná secretaria de estado da cultura ESPIRAIS Bens Tombados do Paraná governo do estado do paraná secretaria de estado da cultura ESPIRAIS do Tempo Bens Tombados do Paraná curitiba paraná brasil 2006 ESPIRAIS DO TEMPO ESPIRAIS do Tempo Bens Tombados do Paraná 6 ESPIRAIS

Leia mais

DECRETO No- 7.559, DE 1o- DE SETEMBRO DE 2011

DECRETO No- 7.559, DE 1o- DE SETEMBRO DE 2011 DECRETO No- 7.559, DE 1o- DE SETEMBRO DE 2011 Dispõe sobre o Plano Nacional do Livro e Leitura - PNLL e dá outras providências. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art.

Leia mais

CONTEÚDOS DE FILOSOFIA POR BIMESTRE PARA O ENSINO MÉDIO COM BASE NOS PARÂMETROS CURRICULARES DO ESTADO DE PERNAMBUCO

CONTEÚDOS DE FILOSOFIA POR BIMESTRE PARA O ENSINO MÉDIO COM BASE NOS PARÂMETROS CURRICULARES DO ESTADO DE PERNAMBUCO DE FILOSOFIA POR BIMESTRE PARA O ENSINO MÉDIO COM BASE NOS PARÂMETROS CURRICULARES DO ESTADO DE PERNAMBUCO GOVERNADOR DE PERNAMBUCO João Lyra Neto SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO E ESPORTES Ricardo Dantas SECRETÁRIA

Leia mais

FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO. Número de aulas semanais 1ª 2. Apresentação da Disciplina

FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO. Número de aulas semanais 1ª 2. Apresentação da Disciplina FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO Série Número de aulas semanais 1ª 2 Apresentação da Disciplina Uma das principais características que distinguem o ser humano das outras espécies animais é a sua capacidade

Leia mais

Universidade Estadual do Centro-Oeste Reconhecida pelo Decreto Estadual nº 3.444, de 8 de agosto de 1997

Universidade Estadual do Centro-Oeste Reconhecida pelo Decreto Estadual nº 3.444, de 8 de agosto de 1997 RESOLUÇÃO Nº 3-CEPE/UNICENTRO, DE 5 DE JANEIRO DE 2011. Aprova o Curso de Especialização em Educação e Diversidade, modalidade regular, a ser ministrado no Campus de Irati, da UNICENTRO. O VICE-REITOR,

Leia mais

TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA

TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA Graduação 1 UNIDADE 5 A ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA Esta unidade aborda o processo de construção de um importante instrumento da pesquisa: o projeto. Algumas unidades

Leia mais

RESOLUÇÃO Nº 07 / CONPRESP / 2016

RESOLUÇÃO Nº 07 / CONPRESP / 2016 RESOLUÇÃO Nº 07 / CONPRESP / 2016 O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo - CONPRESP, no uso de suas atribuições legais, e conforme decisão

Leia mais

2 Método. 2.1. Tipo de Pesquisa

2 Método. 2.1. Tipo de Pesquisa 2 Método 2.1. Tipo de Pesquisa Segundo Kotler (2000), a natureza da pesquisa pode ser classificada como exploratória, descritiva ou casual. A primeira, busca aprofundar conceitos preliminares. De acordo

Leia mais

DIRETRIZES PARA ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE GRADUAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

DIRETRIZES PARA ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE GRADUAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DIRETRIZES PARA ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE GRADUAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO INTRODUÇÃO O curso de Engenharia de Produção da Escola Superior de Tecnologia e Educação de

Leia mais

Seção de Arquivo Histórico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul: preservação e acessibilidade da memória institucional

Seção de Arquivo Histórico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul: preservação e acessibilidade da memória institucional Disponível em www.bad.pt/publicacoes Abstracts - Posters Seção de Arquivo Histórico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul: preservação e acessibilidade da memória institucional Lisandra Rosa de

Leia mais

COLÉGIO SANTA TERESINHA

COLÉGIO SANTA TERESINHA EU CONFIO COLÉGIO SANTA TERESINHA R. Madre Beatriz 135 centro Tel. (33) 3341-1244 www.colegiosantateresinha.com.br PLANEJAMENTO DE AÇÕES DA 1ª ETAPA 2016 PROFESSOR (A):JulianaSilva Cordeiro PERÍODO DA

Leia mais

PATRIMÓNIO DO TEJO. ARH TEJO SOC. GEOGRAFIA DE LISBOA Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território. Vila Velha de Ródão 1 de Julho 2010

PATRIMÓNIO DO TEJO. ARH TEJO SOC. GEOGRAFIA DE LISBOA Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território. Vila Velha de Ródão 1 de Julho 2010 PATRIMÓNIO DO TEJO ARH TEJO SOC. GEOGRAFIA DE LISBOA Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território Vila Velha de Ródão 1 de Julho 2010 PATRIMÓNIO PAISAGÍSTICO Alexandre Cancela d Abreu (Universidade

Leia mais

Concurso Natal Ecológico. Regulamento

Concurso Natal Ecológico. Regulamento Concurso Natal Ecológico Regulamento Dos Objetivos 1.1 O Concurso Natal Ecológico, realizado pelo Serviço Colatinense de Meio Ambiente e Saneamento Ambiental SANEAR, tem por objetivos: a) Sensibilizar

Leia mais

Levantamento Documental e Análise Histórica e Artística do Acervo Permanente do Museu de Arte Contemporânea de Jataí.

Levantamento Documental e Análise Histórica e Artística do Acervo Permanente do Museu de Arte Contemporânea de Jataí. Levantamento Documental e Análise Histórica e Artística do Acervo Permanente do Museu de Arte Contemporânea de Jataí. Flávio Ferreira Moraes Orientadora: Cleusa Gomes. Em 1995 houve a fundação do Museu

Leia mais

SISTEMÁTICA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

SISTEMÁTICA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO SISTEMÁTICA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JÚLIO MÜLLER DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO OUTUBRO DE 2013 SUMÁRIO MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO... 1 1. Núcleo de Informações

Leia mais

Após anos 70: aumento significativo de recursos para restauração. Não se observa um aumento proporcional de

Após anos 70: aumento significativo de recursos para restauração. Não se observa um aumento proporcional de Aspectos sociais em projetos de restauração de áreas degradadas Maria Castellano CTR Campinas Gestão de recursos naturais Os recursos naturais são passíveis de serem utilizados por muitos indivíduos; É

Leia mais

A Nação é uma sociedade política e o autor do nosso livro-texto, em sua doutrina, dispõe que a Nação se compõe de dois elementos essenciais:

A Nação é uma sociedade política e o autor do nosso livro-texto, em sua doutrina, dispõe que a Nação se compõe de dois elementos essenciais: Resumo Aula-tema 02: Teoria Geral do Estado. A Teoria do Estado foi construída pela nossa história, é uma disciplina nova, embora já existissem resquícios desde a Antiguidade, mas faz pouco tempo que ela

Leia mais

TERMO DE REFERÊNCIA. INSTRUMENTO: ( x ) Chamada Pública ( x) Encomenda ( x ) Convite

TERMO DE REFERÊNCIA. INSTRUMENTO: ( x ) Chamada Pública ( x) Encomenda ( x ) Convite TERMO DE REFERÊNCIA AÇÃO: ( X ) Transversal ( ) Vertical - CT INSTRUMENTO: ( x ) Chamada Pública ( x) Encomenda ( x ) Convite Objeto EXPANSÃO E CONSOLIDAÇÃO DO SISTEMA NACIONAL DE C,T&I Linha de Ação Infraestrutura

Leia mais

Orientações Para o Preenchimento do Formulário de Inscrição Preliminar dos Projetos

Orientações Para o Preenchimento do Formulário de Inscrição Preliminar dos Projetos Orientações Para o Preenchimento do Formulário de Inscrição Preliminar dos Projetos O presente documento tem como objetivo apresentar as diretrizes e orientar no preenchimento do formulário de inscrição

Leia mais

ARTIGO CIENTÍFICO. Metodologia Científica. Graduação Tecnológica. Prof. Éder Clementino dos Santos. Prof. Éder Clementino dos Santos

ARTIGO CIENTÍFICO. Metodologia Científica. Graduação Tecnológica. Prof. Éder Clementino dos Santos. Prof. Éder Clementino dos Santos ARTIGO CIENTÍFICO Metodologia Científica Graduação Tecnológica O conhecimento é público Uma grande descoberta científica não passa a existir apenas por força da autoridade moral ou do talento literário

Leia mais

Vertentes do paisagismo contemporâneo

Vertentes do paisagismo contemporâneo Paisagem Paisagem equivale à expressão configuração territorial (...)conjunto de elementos naturais e artificiais que fisicamente constituem uma área. (...) O espaço resulta da intrusão da sociedade nessas

Leia mais

REVISÃO DA LITERATURA

REVISÃO DA LITERATURA OBJETIVO O objetivo deste artigo é o de descrever e analisar o grau de implementação de políticas tributárias extrafiscais para promover a sustentabilidade ambiental. Na descrição do objeto do estudo está

Leia mais

Profa. Dra. Marília Xavier Cury Museóloga e educadora Museu de Arqueologia e Etnologia / USP

Profa. Dra. Marília Xavier Cury Museóloga e educadora Museu de Arqueologia e Etnologia / USP Oficina Expografia e Comunicação Profa. Dra. Marília Xavier Cury Museóloga e educadora Museu de Arqueologia e Etnologia / USP Contato maxavier@usp.br Av. Prof. Almeida Prado, 1466 CEP.: 05508-070 Cidade

Leia mais

EDITAL DE SELEÇÃO DE VOLUNTÁRIOS PARA DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES NO NÚCLEO DE PROJETOS COMUNITÁRIOS DA PUCPR

EDITAL DE SELEÇÃO DE VOLUNTÁRIOS PARA DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES NO NÚCLEO DE PROJETOS COMUNITÁRIOS DA PUCPR EDITAL DE SELEÇÃO DE VOLUNTÁRIOS PARA DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES NO NÚCLEO DE PROJETOS COMUNITÁRIOS DA PUCPR O Núcleo de Projetos comunitários (NPC) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR),

Leia mais

HABILIDADES. Compreender a formação da população brasileira. Perceber as influências presentes na cultura brasileira.

HABILIDADES. Compreender a formação da população brasileira. Perceber as influências presentes na cultura brasileira. l COLÉGIO LA SALLE BRASILIA Associação Brasileira de Educadores Lassalistas ABEL SGAS Q. 906 Conj. E C.P. 320 Fone: (061) 3443-7878 CEP: 70390-060 - BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL Disciplina: Geografia Período:

Leia mais

CONTEÚDOS DE ARTE POR BIMESTRE PARA O ENSINO MÉDIO COM BASE NOS PARÂMETROS CURRICULARES DO ESTADO DE PERNAMBUCO

CONTEÚDOS DE ARTE POR BIMESTRE PARA O ENSINO MÉDIO COM BASE NOS PARÂMETROS CURRICULARES DO ESTADO DE PERNAMBUCO CONTEÚDOS DE ARTE POR BIMESTRE PARA O ENSINO MÉDIO COM BASE NOS PARÂMETROS CURRICULARES DO ESTADO DE PERNAMBUCO GOVERNADOR DE PERNAMBUCO João Lyra Neto SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO E ESPORTES Ricardo Dantas

Leia mais

XXI Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas e XIX Workshop ANPROTEC. Conhecimento em ação

XXI Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas e XIX Workshop ANPROTEC. Conhecimento em ação TERRITÓRIO E INOVAÇÃO: POR UMA POLÍTICA DE INCUBAÇÃO DE EMPRESAS DE DESIGN NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO XXI Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas e XIX Workshop ANPROTEC OUTUBRO

Leia mais

Infraestrutura Turística Principais Pontos para Captação de Recursos

Infraestrutura Turística Principais Pontos para Captação de Recursos Infraestrutura Turística Principais Pontos para Captação de Recursos Poderão Receber Recursos do Ministério do Turismo: Órgãos e entidades da administração pública federal, estadual e municipal, direta

Leia mais

Aula 10 CAMINHOS DO PATRIMÔNIO EM SERGIPE. Verônica Maria Meneses Nunes Luís Eduardo Pina Lima

Aula 10 CAMINHOS DO PATRIMÔNIO EM SERGIPE. Verônica Maria Meneses Nunes Luís Eduardo Pina Lima Aula 10 CAMINHOS DO PATRIMÔNIO EM SERGIPE META Evidenciar a constituição do patrimônio cultural sergipano. OBJETIVOS Ao final desta aula, o aluno deverá: conhecer que o patrimônio é uma narrativa construída;

Leia mais

Prêmio Planeta Casa 2012 Regulamento categoria empreendimento imobiliário

Prêmio Planeta Casa 2012 Regulamento categoria empreendimento imobiliário Prêmio Planeta Casa 2012 Regulamento categoria empreendimento imobiliário O Prêmio Planeta Casa 2012 busca valorizar empresas, organizações da sociedade civil e profissionais das áreas de arquitetura,

Leia mais

A CARTOGRAFIA NO ESTUDO DA HISTÓRIA URBANA

A CARTOGRAFIA NO ESTUDO DA HISTÓRIA URBANA A CARTOGRAFIA NO ESTUDO DA HISTÓRIA URBANA MANUEL C. TEIXEIRA Centro de Estudos de Urbanismo e de Arquitectura ISCTE Av. Forças Armadas Lisboa A cartografia constitui uma fonte documental privilegiada

Leia mais

A RELEVÂNCIA DAS FONTES DOCUMENTAIS DOS SÉCULOS XVII E XVIII NA PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA REGIONAL DO SUL E EXTREMO SUL DA BAHIA. ¹

A RELEVÂNCIA DAS FONTES DOCUMENTAIS DOS SÉCULOS XVII E XVIII NA PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA REGIONAL DO SUL E EXTREMO SUL DA BAHIA. ¹ A RELEVÂNCIA DAS FONTES DOCUMENTAIS DOS SÉCULOS XVII E XVIII NA PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA REGIONAL DO SUL E EXTREMO SUL DA BAHIA. ¹ NUNES, Angélica Rejane da Silva. ² Orientadora: Stela Dalva Teixeira. ³

Leia mais

Currículo Referência em Artes Visuais

Currículo Referência em Artes Visuais Currículo Referência em Artes Visuais Bimestre Objetivos 6º ANO- ENSINO FUNDAMENTAL Conteúdos Conceitos Modalidades Expectativas Sugestão de Atividades em diferentes Modalidades 1º Bimestre Ressignificar

Leia mais

O PLANEJAMENTO DOS TEMAS DE GEOGRAFIA NA ORGANIZAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA

O PLANEJAMENTO DOS TEMAS DE GEOGRAFIA NA ORGANIZAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA O PLANEJAMENTO DOS TEMAS DE GEOGRAFIA NA ORGANIZAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA Aula 9 META Apresentar as diferentes possibilidades de trabalhar os temas da geografia na realidade local. OBJETIVOS Ao fi nal

Leia mais

CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO DOS ALUNOS DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS VERGÍLIO FERREIRA

CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO DOS ALUNOS DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS VERGÍLIO FERREIRA AGRUPAMENTO DE ESCOLAS VERGÍLIO FERREIRA CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO DOS ALUNOS DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS VERGÍLIO FERREIRA Este documento contempla as linhas gerais de orientação, para uniformização

Leia mais

GOVERNANÇA METROPOLITANA DA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

GOVERNANÇA METROPOLITANA DA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO GOVERNANÇA METROPOLITANA DA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO A RMRJ NO CONTEXTO NACIONAL: ATUALMENTE EXISTEM 41 REGIÕES METROPOLITANAS NO BRASIL, SENDO QUE 21 POSSUEM MAIS DE 1 MILHÃO DE HABITANTES,

Leia mais

PROJETO BÁSICO DE CURSO EM EaD. JUSTIFICATIVA (análise de cenário / análise das características da Instituição):

PROJETO BÁSICO DE CURSO EM EaD. JUSTIFICATIVA (análise de cenário / análise das características da Instituição): PROJETO BÁSICO DE CURSO EM EaD JUSTIFICATIVA (análise de cenário / análise das características da Instituição): - Objetivos da Instituição; - Programas da Instituição (citar, indicar em que fase estão

Leia mais

REABILITAÇÃO URBANA. a prioridade das políticas urbanas para a cidade

REABILITAÇÃO URBANA. a prioridade das políticas urbanas para a cidade REABILITAÇÃO URBANA a prioridade das políticas urbanas para a cidade DIMINUIÇÃO E ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO RESIDENTE EM LISBOA 700.000 680.000 660.000 663.394 60% 50% 640.000 40% 620.000 600.000 30%

Leia mais

GERÊNCIA DE ENSINO Coordenação do Curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês CONCURSO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO PPP III CIRCUITO 9

GERÊNCIA DE ENSINO Coordenação do Curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês CONCURSO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO PPP III CIRCUITO 9 GERÊNCIA DE ENSINO Coordenação do Curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês CONCURSO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO PPP III CIRCUITO 9 SALVADOR - BAHIA - BRASIL 2009 CONCURSO PARA ESCOLHA DO MELHOR PROJETO

Leia mais

Avaliação Ambiental Estratégica REGIÃO COSTA NORTE. - Identificação e Consulta Atores Sociais Relevantes -

Avaliação Ambiental Estratégica REGIÃO COSTA NORTE. - Identificação e Consulta Atores Sociais Relevantes - Avaliação Ambiental Estratégica REGIÃO COSTA NORTE - Identificação e Consulta Atores Sociais Relevantes - Julho / 2007 Sumário 1. Planejamento... 30 2. Estratégia de Participação dos Atores da CN Proposta...

Leia mais

MEMÓRIA DESCRITIVA. PROJECTO DE ARQUITECTURA Equipamento com função de apoio de praia

MEMÓRIA DESCRITIVA. PROJECTO DE ARQUITECTURA Equipamento com função de apoio de praia REMODELAÇÃO E ALTERAÇÃO DO EDIFÍCIO A ONDA Praia da Nazaré - Nazaré. MEMÓRIA DESCRITIVA PROJECTO DE ARQUITECTURA Equipamento com função de apoio de praia 1. DESCRIÇÃO E JUSTIFICAÇÃO DA PROPOSTA Refere-se

Leia mais

PGH 04 - TÓPICOS EM HISTÓRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL

PGH 04 - TÓPICOS EM HISTÓRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL DISCIPLINAS DO CURSO DE MESTRADO EM HISTÓRIA PGH 01 - METODOLOGIA DA PESQUISA EM HISTÓRIA O conhecimento histórico e sua produção em diferentes tradições historiográficas. Estratégias de construção dos

Leia mais

CONCURSO NACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS IMAGENS CONTRA A CORRUPÇÃO

CONCURSO NACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS IMAGENS CONTRA A CORRUPÇÃO CONCURSO NACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS IMAGENS CONTRA A CORRUPÇÃO Organização Destinatários: Turmas de alunos do 4º ano - do1º ciclo das redes pública e privada do Inscrições até 31 de Outubro de 2013 Entrega

Leia mais

HISTÓRIA E PATRIMÔNIO CULTURAL

HISTÓRIA E PATRIMÔNIO CULTURAL Ensino Fundamental 2 Nome N o 5 a série História Prof. Caco Data / / Estudo do Meio nº 1 HISTÓRIA E PATRIMÔNIO CULTURAL A sua família guarda algum objeto muito especial que já pertenceu a seus parentes

Leia mais

CURSO DE APERFEIÇOAMENTO EM LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS CONSÓRCIOS PÚBLICOS

CURSO DE APERFEIÇOAMENTO EM LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS CONSÓRCIOS PÚBLICOS CURSO DE APERFEIÇOAMENTO EM LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS CONSÓRCIOS PÚBLICOS Constituição Federal: Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

Leia mais

4. Conversando um pouco mais sobre o conselho escolar

4. Conversando um pouco mais sobre o conselho escolar 4. Conversando um pouco mais sobre o conselho escolar João Ferreira de Oliveira UFG Karine Nunes de Moraes UFG Luiz Fernandes Dourado UFG É fundamental que o conselho escolar, no processo de sua construção

Leia mais

GEOGRAFIA. PRINCIPAIS CONCEITOS: espaço geográfico, território, paisagem e lugar.

GEOGRAFIA. PRINCIPAIS CONCEITOS: espaço geográfico, território, paisagem e lugar. GEOGRAFIA { PRINCIPAIS CONCEITOS: espaço geográfico, território, paisagem e lugar. A importância dos conceitos da geografia para a aprendizagem de conteúdos geográficos escolares Os conceitos são fundamentais

Leia mais

EDITAL DO PROCESSO DE ADESÃO VOLUNTÁRIA À PARTICIPAÇÃO NO PROJETO DE CONSULTORIA PARA CERTIFICAÇÃO ISSO 9001 NA APAC DE NOVA LIMA

EDITAL DO PROCESSO DE ADESÃO VOLUNTÁRIA À PARTICIPAÇÃO NO PROJETO DE CONSULTORIA PARA CERTIFICAÇÃO ISSO 9001 NA APAC DE NOVA LIMA EDITAL DO PROCESSO DE ADESÃO VOLUNTÁRIA À PARTICIPAÇÃO NO PROJETO DE CONSULTORIA PARA CERTIFICAÇÃO ISSO 9001 NA APAC DE NOVA LIMA De ordem do Professor Paulo Henrique Sousa Leite, Diretor da Faculdade

Leia mais

1.1.1 SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE

1.1.1 SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE BINETE DO SECRETÁRIO REPUBLICADA EM 04-06-09 SEÇÃO I PÁG. 44 RESOLUÇÃO SMA Nº 31, DE 19 DE MAIO DE 2009 Dispõe sobre os procedimentos para análise dos pedidos de supressão de vegetação nativa para parcelamento

Leia mais

OFICINA 3 IGM Indicadores de Governança Municipal Projeto SEP: PLANEJAMENTO E FORMAS ORGANIZACIONAIS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS MUNICIPAIS / REGIONAIS

OFICINA 3 IGM Indicadores de Governança Municipal Projeto SEP: PLANEJAMENTO E FORMAS ORGANIZACIONAIS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS MUNICIPAIS / REGIONAIS Objetivo: OFICINA 3 IGM Projeto SEP: PLANEJAMENTO E FORMAS ORGANIZACIONAIS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS MUNICIPAIS / REGIONAIS Contribuir com a SEP, analisando o processo de planejamento nos municípios, por

Leia mais

DIAGNÓSTICO À SITUAÇÃO DO SISTEMA

DIAGNÓSTICO À SITUAÇÃO DO SISTEMA DIAGNÓSTICO À SITUAÇÃO DO SISTEMA DEARQUIVODASHSC Ana Clarisse Martins Cardoso Centro de Estudos de História Religiosa UCP 16 de Abril de 2013 PERGUNTA DE PARTIDA «Como se define uma estratégia de intervenção

Leia mais

Curso de Capacitação para Museus Módulo IV Ação Educativa 1/73

Curso de Capacitação para Museus Módulo IV Ação Educativa 1/73 Curso de Capacitação para Museus Módulo IV Ação Educativa 1/73 Exposições 2/73 Longa duração maior tempo para pesquisar e conhecer o acervo, pensar a comunicação e as ações, desenvolver estratégias, avaliar

Leia mais

O direito à participação juvenil

O direito à participação juvenil O direito à participação juvenil Quem nunca ouviu dizer que os jovens são o futuro do país? Quase todo mundo, não é verdade? Porém a afirmativa merece uma reflexão: se os jovens são o futuro do país, qual

Leia mais

I - METOLOGIA PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO

I - METOLOGIA PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO I - METOLOGIA PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO O conceito de Plano de Manejo, segundo a Lei n 9.985, de 18 de julho de 2000 (institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza), e referendado

Leia mais

Urbanização Brasileira. Professora: Jordana Costa

Urbanização Brasileira. Professora: Jordana Costa Urbanização Brasileira Professora: Jordana Costa As cidades e a urbanização brasileira. Até os anos 1950 População predominantemente rural. Entre as décadas de 1950 e 1980, milhões de pessoas migraram

Leia mais

ATELIÊ DE PROJETO 1 SEMINÁRIO 1 ARQUITETURA RESIDENCIAL

ATELIÊ DE PROJETO 1 SEMINÁRIO 1 ARQUITETURA RESIDENCIAL SEMINÁRIO 1 ARQUITETURA RESIDENCIAL O que é uma casa? O que é uma casa? O que é uma casa? O que é uma casa? OBRA ARQUITETÔNICA BELEZA TÉCNICA FUNÇÃO COMPOSIÇÃO ESTÉTICA APARÊNCIA CONSTRUÇÃO MATERIAIS REALIZAÇÃO

Leia mais

I - METOLOGIA PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO

I - METOLOGIA PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO I - METOLOGIA PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO O conceito de Plano de Manejo, segundo a Lei n 9.985, de 18 de julho de 2000 (institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza), e referendado

Leia mais

SEMINÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO POPULAR

SEMINÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO POPULAR SEMINÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE: ESPAÇO DEMOCRÁTICO E PARTICIPATIVO PARA CONSTRUÇÃO DA POLÍTICA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE JULIANA DANTAS TORRES RIBEIRO JAILSON CORREIA DE

Leia mais

Resumo da Lei nº8080

Resumo da Lei nº8080 Resumo da Lei nº8080 Lei n. 8.080, 19 de setembro de 1990 Sancionada pelo Presidente da República, Sr. Fernando Collor, e decretada pelo Congresso Nacional, foi publicada no Diário Oficial da União em

Leia mais

PLANO DE AÇÃO - EQUIPE PEDAGÓGICA

PLANO DE AÇÃO - EQUIPE PEDAGÓGICA PLANO DE AÇÃO - EQUIPE PEDAGÓGICA JUSTIFICATIVA O ato de planejar faz parte da história do ser humano, pois o desejo de transformar sonhos em realidade objetiva é uma preocupação marcante de toda pessoa.

Leia mais

Ação do Saúde da Família para o Fortalecimento do Controle Social e da Participação Comunitária no SUS

Ação do Saúde da Família para o Fortalecimento do Controle Social e da Participação Comunitária no SUS Ação do Saúde da Família para o Fortalecimento do Controle Social e da Participação Comunitária no SUS Enfermeiro Acadêmico de Direito Justificativa: Saúde como responsabilidade do Estado - Participação

Leia mais

Aula 7 Projeto integrador e laboratório.

Aula 7 Projeto integrador e laboratório. Projeto integrador e laboratório Conteúdos da aula 2. Laboratório 2 O Projeto integrador: uma forma de evidenciar o saber Ao ingressar no ensino técnico, os alunos se deparam com a questão da formatação

Leia mais

santa maria da feira espaço público, espaço de liberdade regulamento

santa maria da feira espaço público, espaço de liberdade regulamento regulamento teatro dança música circo performance 2 5 regulamento 1. Âmbito O Mais Imaginarius visa incentivar os artistas a encontrar representações contemporâneas que sejam capazes de confrontar e integrar

Leia mais

Na década de 1920 nossos primeiros Arquitetos tinham essa visão futurística na Construção Civil

Na década de 1920 nossos primeiros Arquitetos tinham essa visão futurística na Construção Civil MUITO BOA TARDE Na década de 1920 nossos primeiros Arquitetos tinham essa visão futurística na Construção Civil Primeiro Edifícios na cidade de São Paulo Situado a Rua Direita no centro Teve sua construção

Leia mais

ATIVIDADES EXTRAS GEOGRAFIA 1OS ANOS

ATIVIDADES EXTRAS GEOGRAFIA 1OS ANOS ATIVIDADES EXTRAS GEOGRAFIA 1OS ANOS 01. OS QUATRO BRASIS Poderíamos, grosseiramente, reconhecer a existência de quatro Brasis, ou seja, regiões específicas dentro do país. Num desses Brasis, verifica-se

Leia mais

Boas situações de Aprendizagens. Atividades. Livro Didático. Currículo oficial de São Paulo

Boas situações de Aprendizagens. Atividades. Livro Didático. Currículo oficial de São Paulo Atividades Boas situações de Aprendizagens Livro Didático Currículo oficial de São Paulo LÓGICA NUMA CONCEPÇÃO QUE SE APOIA EXCLUSIVAMENTE EM CONTEÚDOS E ATIVIDADES Enfoque fragmentado, centrado na transmissão

Leia mais

PESQUISA QUALITATIVA. Teoria e Análise das Organizações Comportamento Organizacional. Prof. Dr. Onofre R. de Miranda

PESQUISA QUALITATIVA. Teoria e Análise das Organizações Comportamento Organizacional. Prof. Dr. Onofre R. de Miranda PESQUISA QUALITATIVA Teoria e Análise das Organizações Comportamento Organizacional Prof. Dr. Onofre R. de Miranda OBJETIVOS OBJETIVO GERAL Apresentar conceitos básicos sobre pesquisa qualitativa; OBJETIVOS

Leia mais

COMO ORGANIZAÇÃO SOCIAL. Caracterização e Desafios

COMO ORGANIZAÇÃO SOCIAL. Caracterização e Desafios O PAPEL DO INSTITUTO AGROPOLOS COMO ORGANIZAÇÃO SOCIAL Caracterização e Desafios leodilma@institutoagropolos.org.br Abril de 2012 Objetivos da Apresentação Constituição da Organização Social - Instituto

Leia mais

O LIVRO DIDÁTICO DE GEOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL: PROPOSTA DE CRITÉRIOS PARA ANÁLISE DO CONTEÚDO GEOGRAFIA FÍSICA DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

O LIVRO DIDÁTICO DE GEOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL: PROPOSTA DE CRITÉRIOS PARA ANÁLISE DO CONTEÚDO GEOGRAFIA FÍSICA DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO O LIVRO DIDÁTICO DE GEOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL: PROPOSTA DE CRITÉRIOS PARA ANÁLISE DO CONTEÚDO GEOGRAFIA FÍSICA DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO ALVES, Joselma Ferreira Universidade Estadual da Paraíba Joselmaferreira133@hotmail.com

Leia mais

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos DECRETO Nº 6.555, DE 8 DE SETEMBRO DE 2008. Dispõe sobre as ações de comunicação do Poder Executivo Federal e dá outras providências.

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO SECRETARIA DOS ÓRGÃOS COLEGIADOS

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO SECRETARIA DOS ÓRGÃOS COLEGIADOS DELIBERAÇÃO Nº 99, DE 23 DE JULHO DE 2013 O DA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO, tendo em vista a decisão tomada em sua 316ª Reunião Ordinária, realizada em 23 de julho de 2013, e o que consta

Leia mais

Normas de Funcionamento II EDIÇÃO DO ORÇAMENTO PARTICIPATIVO DO MUNICÍPIO DE GONDOMAR NOTA JUSTIFICATIVA

Normas de Funcionamento II EDIÇÃO DO ORÇAMENTO PARTICIPATIVO DO MUNICÍPIO DE GONDOMAR NOTA JUSTIFICATIVA Normas de Funcionamento II EDIÇÃO DO ORÇAMENTO PARTICIPATIVO DO MUNICÍPIO DE GONDOMAR NOTA JUSTIFICATIVA Considerando que, nos termos do artigo 48º da Constituição da República Portuguesa, todos os cidadãos

Leia mais

Chamada para Multiplicadores Eurodesk Portugal

Chamada para Multiplicadores Eurodesk Portugal Braga, 01 de Julho de 2016 Chamada para Multiplicadores Eurodesk Portugal Eurodesk, o que é? A Agência Erasmus + Juventude em Ação cumpre, para além da sua missão cumprir as responsabilidades delegadas

Leia mais

EDITAL. Prêmio Promoção da Equidade em Saúde: Saúde da População Negra

EDITAL. Prêmio Promoção da Equidade em Saúde: Saúde da População Negra Do objetivo EDITAL Prêmio Promoção da Equidade em Saúde: Saúde da População Negra Art.1º - O Prêmio Promoção da Equidade em Saúde: Saúde da População Negra tem por objetivo incentivar a implementação da

Leia mais

PURP 46 PLANILHA DE PARÂMETROS URBANÍSTICOS E DE PRESERVAÇÃO AP8 UP7 ÁREA VERDE DE PROTEÇÃO E RESERVA - AVPR ESCALA PREDOMINANTE: BUCÓLICA

PURP 46 PLANILHA DE PARÂMETROS URBANÍSTICOS E DE PRESERVAÇÃO AP8 UP7 ÁREA VERDE DE PROTEÇÃO E RESERVA - AVPR ESCALA PREDOMINANTE: BUCÓLICA AP8 UP7 Folha 1 / 5 AP8 UP7 Folha 2 / 5 VALOR PATRIMONIAL A ATRIBUTOS DE CONFIGURAÇÃO URBANA: TECIDO (MALHA / PARCELAMENTO DO SOLO / CHEIOS E VAZIOS) Corresponde à parte inferior da Praça dos Três Poderes,

Leia mais

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009 1. CONTEXTO OPERACIONAL O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) foi criado pelo Decreto-Lei nº 9.295/46, com alterações,

Leia mais

SENADO FEDERAL INSTITUTO LEGISLATIVO BRASILEIRO SUBSECRETARIA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR PROGRAMA

SENADO FEDERAL INSTITUTO LEGISLATIVO BRASILEIRO SUBSECRETARIA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR PROGRAMA SENADO FEDERAL INSTITUTO LEGISLATIVO BRASILEIRO SUBSECRETARIA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR PROGRAMA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM DIREITO LEGISLATIVO 1. OBJETIVO DO CURSO O Curso de Direito Legislativo tem como

Leia mais