DEFESA CIVIL - ES. Recomendações Técnicas de Procedimentos Escavações. Facilitador: Roney Gomes Nascimento Eng.º Civil Subcoordenador de Operações
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- Ana Laura Maria das Neves Quintão Santarém
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1 DEFESA CIVIL - ES Recomendações Técnicas de Procedimentos Escavações Facilitador: Roney Gomes Nascimento Eng.º Civil Subcoordenador de Operações
2 NR- 18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Objetivo e Campo de Aplicação: - Esta Recomendação Técnica de Procedimentos RTP dispõe de medidas técnicas de segurança relativas à proteção do trabalhador em atividades que envolvam Escavações, Fundações e Desmonte de Rochas, em atendimento ao item 18.6 da NR Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção.
3 SEGURANÇA EM SERVIÇOS DE ESCAVAÇÃO DE VALAS Marcelo Tacitano, Lie Tjiap Liung 1. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS Nos trabalhos realizados em valas ocorrem, com freqüência, acidentes graves e fatais devido, principalmente, a deslizamentos de terra com conseqüentes soterramentos. Por isto, é necessário adotar medidas que garantam a segurança dos trabalhadores, levando em conta, principalmente, o conjunto de esforços sobre as contenções. Este trabalho tem como objetivo discutir e propor soluções seguras para o dimensionamento e a execução de contenções em valas destinadas à instalação de redes subterrâneas de utilidades (abastecimento de água, telefonia, gás, esgoto, água pluvial entre outros).
4 Casos de soterramento são observados em várias companhias de saneamento do país. O principal motivo para a ocorrência de tais acidentes é a ausência dos sistemas de contenção do solo. A principal alegação das empreiteiras é que a instalação do escoramento é demorada, atravancando a continuidade da obra e atrasando o cronograma. Evidentemente, isto não procede, pois não se deve justificar a ausência ou precariedade das medidas de segurança em função de fatores econômicos e/ou de produção.
5 2. ALGUNS DADOS SOBRE A CASUÍSTICA DE ACIDENTES NO SETOR Desmoronamento e soterramento são os riscos principais e mais evidentes em obras de abertura de valas. Observe-se, por exemplo, o citado por Pfeil (1987) acerca de um grave acidente ocorrido na construção do metrô de Berlim na Alemanha. Neste caso as escavações foram levadas a uma profundidade maior que a programada, a chamada sobrescavação, chegando próximas à base de perfis verticais que sustentavam internamente as estroncas (escoras) - a vala tinha largura de 21m. Assim, as bases dos perfis verticais ficaram praticamente livres, permitindo seu deslocamento vertical no sentido ascendente, causando a desestabilização das estroncas (escoras) e o consequente colapso do escoramento causando a morte de 19 operários.
6 Mais recentemente, o trabalho de Gawryszewski, Mantovanini e Liung (1998) acerca dos acidentes fatais do trabalho ocorridos em 1995 no Estado de São Paulo, aponta que 8,2% daqueles do setor da Construção Civil referem-se a soterramentos. Os Ministérios da Previdência e Assistência Social (MPAS) e do Trabalho e Emprego (MTE) apresentaram o Anuário Estatístico dos Acidentes de Trabalho 2000 (Portaria MPAS nº01, de 09/05/02), um documento específico para o setor de Segurança e Saúde no Trabalho. Conhecer aonde é que está o perigo é uma importante ferramenta para planejar e fiscalizar os ambientes de trabalho, embora não se possa esquecer que os dados colhidos não abrangem o universo total de trabalhadores, e sim, apenas aqueles cobertos pelo Seguro Acidente do Trabalho e com os devidos vínculos de empregos registrados em suas respectivas empresas, como apontado em Proteção (2002).
7 Sistemas de Proteção em Escavações Riscos Comuns Ruptura ou desprendimento de solo e rochas devido a: - Operação de máquinas; - Sobrecargas nas bordas dos taludes; - Execução de talude inadequado; - Aumento da umidade do solo; - Falta de estabelecimento de fluxo; - Vibrações na obra e adjacências; - Realização de escavações abaixo do lençol freático; -Realização de trabalhos de escavações sob condições meteorológicas adversas; - Interferência de cabos elétricos, cabos de telefone e de redes de água potável e de sistema de esgoto; - Obstrução de vias públicas; - Recalque e bombeamento de lençóis freáticos; - Falta de espaço suficiente para a operação e movimentação de máquinas.
8 Medidas Preventivas O projeto executivo de escavações deve levar em conta as condições geológicas e os parâmetros geotécnicos específicos do local da obra, tais como coesão e ângulo de atrito. Variações paramétricas em função de alterações do nível da água e as condições geoclimáticas devem ser consideradas. O responsável técnico deverá encaminhar ao CREA e aos proprietários das edificações vizinhas cópias dos projetos executivos, incluindo as técnicas e o horário de escavações a serem adotados. Recomenda-se o monitoramento de todo o processo de escavação, objetivando observar zonas de instabilização global ou localizada, a formação de trincas, o surgimento de deformações em edificações e instalações vizinhas e vias públicas.
9 Nos casos de risco de queda de árvores, linhas de transmissão, deslizamento de rochas e objetos de qualquer natureza, é necessário o escoramento, a amarração ou a retirada dos mesmos, devendo ser feita de maneira a não acarretar obstruções no fluxo de ações emergenciais.
10 Escavação com riscos de queda de árvores, deslizamento de rochas
11 As escavações com mais de 1,25 m (um metro e vinte e cinco centímetros) de profundidade devem dispor de escadas de acesso em locais estratégicos, que permitam a saída rápida e segura dos trabalhadores em caso de emergência.
12 Instalação de escadas em escavação de vala com mais de 1,25 m de altura
13 As cargas e sobrecargas ocasionais, bem como possíveis vibrações, devem ser levadas em consideração para a determinação das paredes do talude, a construção do escoramento e o cálculo dos seus elementos estruturais. O material retirado das escavações deve ser depositado a uma distância mínima que assegure a segurança dos taludes.
14 Observação: As medidas ao lado não se aplicam em determinadas situações, as quais dependem da avaliação do responsável técnico. Medidas de afastamento mínimo comumente adotadas
15 Medidas de afastamento mínimo comumente adotadas
16 Devem ser construídas passarelas de largura mínima de 0,80 m (oitenta centímetros), protegidas por guardacorpos com altura mínima de 1,20 m (um metro e vinte centímetros), quando houver necessidade de circulação de pessoas sobre as escavações. Passarela em escavação para circulação de pessoas
17 Devem ser construídas passarelas fixas para o tráfego de veículos sobre as escavações, com capacidade de carga e largura mínima de 4 m (quatro metros), protegidas por meio de guarda corpo. A estabilidade dos taludes deve ser garantida por meio das seguintes medidas de segurança: O responsável técnico deverá buscar a adoção de técnicas de estabilização que garantam a completa estabilidade dos taludes, tais como retaludamento, escoramento, atirantamento, grampeamento e impermeabilização. As três próximas figuras a seguir apresentam exemplos de técnicas de estabilização.
18 Escavação taludada (escavação com paredes em taludes)
19 Escavação protegidas com estruturas denominadas cortinas
20 Escavação mista com paredes em taludes e paredes protegidas por cortinas
21 Devem ser evitados trabalhos nos pés de taludes sem uma avaliação prévia pelo responsável técnico, pelos riscos de instabilidade que possam apresentar. A existência de riscos constitui impedimento à execução dos trabalhos, até que estes sejam eliminados. Deve ser evitada a execução de trabalho manual ou a permanência de observadores dentro do raio de ação das máquinas em atividade de movimentação de terra. Quando for necessário rebaixar o lençol d água (freático), os serviços devem ser executados por pessoas ou empresas qualificadas.
22 Sinalização em Escavações Nas escavações em vias públicas ou em canteiros, é obrigatória a utilização de sinalizações de advertência e barreiras de isolamento. Alguns tipos de sinalização usados: Cones Fitas Cavaletes Pedestal com iluminação Placas de advertência Bandeirolas Grades de proteção Tapumes Sinalizadores luminosos
23 O tráfego próximo às escavações deve ser desviado e, na sua impossibilidade, a velocidade dos veículos deve ser reduzida. Devem ser construídas, no mínimo, duas vias de acesso, uma para pedestres e outra para máquinas, veículos e equipamentos pesados. No estreitamento de pistas em vias públicas, deve ser adotado o sistema de sinalização luminosa (utilizar como referencial para consulta o Código Brasileiro de Trânsito). As escavações devem ser sinalizadas e isoladas de maneira a evitar queda de pessoas e/ou equipamentos.
24 Tipos de Sinalização Silveirão Cone Sinalização Luminosa
25 Cavalete
26 Obrigado pela atenção e boa sorte no desempenho de suas funções! Eng.º Civil Roney Gomes Nascimento roney.nascimento@bombeiros.es.gov.br engroney@yahoo.com.br engroney@gmail.com Tels: (27) / (27) (CEPDEC/ES) / (27) (Part) / (27)
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