SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO DO VALE DO IPOJUCA LTDA. FACULDADE DO VALE DO IPOJUCA - FAVIP COORDENAÇÃO DE PSICOLOGIA CURSO DE GRADUAÇÃO DE PSICOLOGIA

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1 SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO DO VALE DO IPOJUCA LTDA. FACULDADE DO VALE DO IPOJUCA - FAVIP COORDENAÇÃO DE PSICOLOGIA CURSO DE GRADUAÇÃO DE PSICOLOGIA DOENÇA DE ALZHEIMER: ESTUDO SOBRE OS ASPECTOS PSÍQUICOS E A RELAÇÃO DO PORTADOR COM O CUIDADOR AMANDA MÉLO XAVIER DE CARVALHO ANA MARIA GOMES DE LIMA CARUARU 2011

2 Prof. Vicente Jorge Espíndola Rodrigues Diretor Presidente da Faculdade do Vale do Ipojuca FAVIP Prof. Ma. Mauricélia Bezerra Vidal Diretora Executiva da Faculdade do Vale do Ipojuca FAVIP Prof. Ma. Raffaela Medeiros e Morais Coordenadora do curso de Psicologia

3 AMANDA MÉLO XAVIER DE CARVALHO ANA MARIA GOMES DE LIMA DOENÇA DE ALZHEIMER: ESTUDO SOBRE OS ASPECTOS PSÍQUICOS E A RELAÇÃO DO PORTADOR COM O CUIDADOR Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Psicologia da Faculdade do Vale do Ipojuca - FAVIP, como exigência parcial para a obtenção do título de formação em Psicologia. Orientadora: Profª. Ma. Fabiana Josefa do Nascimento Sousa. CARUARU 2011

4 Catalogação na fonte - Biblioteca da Faculdade do Vale do Ipojuca, Caruaru/PE C331d Carvalho, Amanda Mélo Xavier de. Doença de Alzheimer: estudo sobre os aspectos psíquicos e a relação do portador com o cuidador / Amanda Mélo Xavier de Carvalho e Ana Maria Gomes de Lima. -- Caruaru : FAVIP, f. Orientador(a) : Fabiana Josefa do Nascimento Sousa. Trabalho de Conclusão de Curso (Psicologia) -- Faculdade do Vale do Ipojuca. 1. Doença de Alzheimer. 2. Portador e cuidador. 3. Aspectos psíquicos. I. Lima, Ana Maria Gomes de. II. Título. CDU 159.9[11.2] Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário: Jadinilson Afonso CRB-4/1367

5 AMANDA MÉLO XAVIER DE CARVALHO ANA MARIA GOMES DE LIMA DOENÇA DE ALZHEIMER: ESTUDO SOBRE OS ASPECTOS PSÍQUICOS E A RELAÇÃO DO PORTADOR COM O CUIDADOR Trabalho de Conclusão de Curso defendido no Curso de Psicologia da Faculdade do Vale do Ipojuca FAVIP, para obtenção do título de formação em Psicologia, aprovada em 20 de junho de 2011, pela Banca Examinadora constituída pelos seguintes professores: Profª. Ma. Fabiana Josefa do Nascimento Sousa (Orientadora) FAVIP Profª. Esp. Andresa Ventura Marques - FAVIP Profª. Ma. Geórgia Menezes - FAVIP CARUARU 2011

6 A Deus, luz do nosso caminho.

7 AGRADECIMENTOS Agradecemos a todos da Faculdade do Vale do Ipojuca-FAVIP, à coordenadora do curso de psicologia, Rafaela Medeiros. Ao Sr. Charles, pela sua paciência e dedicação; aos verdinhos da FAVIP que nos servem com alegria. Ao corpo docente do curso, especialmente à Ma.Fabiana Nascimento, Ângelo Xavier, Valeriana Porto, Karynna Nóbrega, Maura Lima, Orlando Campello, Jane Palmeira, Magna, Aline Brandão, Getulio Amaral, Marisa, Antonio e demais professores que, embora não citados, colaboraram muito para que chegássemos até aqui. A todos da casa FAVIP, da Policlínica Batista e da Unidade de Saúde Mental, que nos acolheram de braços abertos no estágio da atuação especifica supervisionado I e II. Agradecemos especialmente a nossa Orientadora a Profª Ma. Fabiana Nascimento, pelo seu saber acadêmico e estímulo para a conclusão deste trabalho. Em particular, eu, Ana Maria Gomes de Lima, agradeço a toda minha família, aos meus pais, Elias Gomes e Maria do Rosário Alves. Ao meu esposo Francisco das Chagas Silva, que sempre me incentivou e me incentiva. Ao meu filho Francisco Vinicius das Chagas Lima, que desde o momento que eu estava a sua espera, todo o meu esforço e luta é só e meramente dedicado a ele. Aos meus irmãos, Elisa e Erickson Gomes. Ao meu sobrinho Jefferson Alexandrino. Eu, Amanda Mélo Xavier de Carvalho, agradeço a Deus, pois é quem guia o meu caminho. A minha família, por em qualquer situação estar ao meu lado me apoiando e me incentivando. Aos meus pais Onildo Xavier de Carvalho e Maria de Fátima de Mélo Xavier. A minha irmã, Andressa Mélo Xavier de Carvalho. A minha sobrinha Mariane Mélo. Ao meu noivo, Diógenes Eugênio Ferreira, que tanto me ajudou. Aos nossos amigos formandos, pela amizade recíproca, pelo carinho e por fazerem parte desse grande momento de nossas vidas.

8 O ego é dotado de um poder, de uma força criativa, conquista tardia da humanidade, a que chamamos vontade. Carl Jung

9 8 RESUMO Diante do crescente número de idosos no Brasil, surgem também, problemas sociais advindos de um suporte e estrutura sociais, pois o Brasil ainda não está preparado. Algumas demências surgem na senilidade; no caso da doença de Alzheimer, tem crescido o número de portadores e a assistência básica parece ser ineficaz. A orientação dada a familiares e a cuidadores parece ser incipiente, pois muitos conflitos surgem por não saberem lidar com as alterações de comportamento que influenciam o cotidiano do portador, bem como suas atividades básicas da vida diária. Os cuidadores precisariam de uma atenção especial por serem os responsáveis por esses cuidados, por terem maior probabilidade de adquirirem alguns problemas físicos e psicológicos devido a sobrecarga de demandas que são geradas pelos portadores da doença de Alzheimer. Dessa forma, essa pesquisa de revisão bibliográfica visa estudar os fatores psíquicos do portador da DA e do seu cuidador, como se estrutura essa relação e pretende ressaltar os aspectos gerais da Doença de Alzheimer. Palavras- chave: Doença de Alzheimer, Portador e cuidador, Aspectos Psíquico.

10 9 ABSTRACT Because of the growing number of elderly people in Brazil, there are also problems arising from social support and social structure, in which Brazil is not yet prepared. Some appear in senile dementia and in the case of Alzheimer's disease, has increased the number of patients with this disease and primary care has been ineffective. The guidance to families and caregivers are weak, since many conflicts arise from not knowing how to deal with the behavior changes that affect the daily life of the bearer as well as their basic activities of daily living. Caregivers need specific attention because they are responsible for this care, by having more likely to acquire some physical and psychological problems due to overload of demands that are generated by patients with Alzheimer's disease. Thus, this research review aims to study the psychological factors of the bearer of AD and their caregivers, how to structure this relationship and to emphasize the general aspects of AD. Key-words: Alzheimer s Disease, Patient and Caregiver, Psychological Aspects.

11 10 SUMÁRIO RESUMO ABSTRACT INTRODUÇÃO CAPÍTULO I ASPECTOS GERAIS DA DOENÇA DE ALZHEIMER Conceito Causas da doença de Alzheimer Fases da doença de Alzheimer Diagnóstico As Perspectivas Terapêuticas para o Tratamento da Doença de Alzheimer Tratamento Tratamentos psicossociais Terapia comportamental Tratamento medicamentoso Algumas medicamentações usadas para o tratamento de Alzheimer Processos Mnemônicos Tipos e Características da Memória Memória Episódica Memória Semântica Memória de Procedimento Memória Sensorial Memória de Curto Prazo ou Duração Memória de Longo Prazo ou Duração A memória na DA CAPÍTULO II A RELAÇÃO ENTRE O PORTADOR DE ALZHEIMER E O CUIDADOR O cuidador O cuidador surge Os fatores e impactos da Doença de Alzheimer no cuidador Conceito da sobrecarga nos cuidadores Intervenções com cuidadores

12 11 CAPÍTULO III ASPECTOS PSÍQUICOS DA DOENÇA DE ALZHEIMER O portador da DA Mudanças de humor e afetividade Depressão, ansiedade, agitação, irritabilidade, agressividade Alucinações e Delírios Insônia Incontinência emocional Labilidade afetiva Suporte Psicológico ao Idoso Orientações sobre os cuidados dos familiares ou cuidadores ao portador Higiene, aparência e sentimento Agitação, irritabilidade e agressão Comunicação entre ambos Suportes de assistência de cuidados domésticos e recreação Aspectos psicossociais CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS

13 12 INTRODUÇÃO O Alzheimer é uma doença degenerativa que destrói progressivamente as células do cérebro do idoso. O tipo mais comum da doença de Alzheimer é a demência, não se manifesta por si só, porém gera um conjunto de alterações, que modificam o funcionamento das capacidades intelectuais que acompanham a dificuldade de raciocínio, habilidades matemáticas, linguagem e alterações de comportamento. A população idosa no Brasil apresenta um crescimento considerável do número de idosos demenciados, o que demonstra ser alarmante e preocupante. Os ambulatórios de neurologia de hospitais têm notificado os diferentes casos que tem chegado às clínicas e os desconfortos dos familiares por não saberem lidar com a demanda emergida dessa doença. De todas as demências, a doença de Alzheimer é a mais freqüente, caracterizada por um declínio cognitivo considerável, no qual o portador perde algumas atividades volitivas, psicomotoras como apraxias. O paciente sente dificuldades para realizar atividades diárias como higiene e refeições. A memória é a função psíquica mais comprometida, repercutindo em outras funções e favorecendo o comprometimento no comportamento geral do portador. O cuidador é a pessoa que está diretamente ligada ao portador, auxiliando-o em suas tarefas que é impossibilitado de realizar. Com isso, a necessidade de se pensar e olhar a relação entre o portador de Alzheimer e o cuidador, visando destacar os aspectos emocionais e psicológicos dos familiares cuidadores. O cuidador precisa ter conhecimento da doença que acomete seu parente, já que quase sempre o cuidador é alguém da família, a fim de compreender como a doença se manifesta, quais são os seus sintomas, como será a sua evolução e saber como agir em determinadas situações. Os aspectos psíquicos e suas mudanças precisam ser entendidos para melhor compreensão das alterações de comportamento. A inserção do portador em trabalhos grupais impossibilita a exclusão social, além de os grupos de apoio e intervenções terapêuticas só favorecem um prognóstico menos sofrido. Nesses momentos existe, também, a oportunidade de esclarecer a importância de planejar o trabalho diário do cuidador. Esse deve ser entendido como sendo alguém que tem o pleno direito de receber ajuda de todos os familiares, de descansar, de receber afeto e carinho, podendo compartilhar seus problemas e sobrecargas com todos. Mostrar a importância da qualidade de vida do cuidador é primordial para a qualidade de vida do idoso, portador da doença de Alzheimer.

14 13 Desse modo, esta pesquisa traz contribuições acadêmicas para que, no acervo bibliográfico, a sociedade tenha acesso às informações concernentes a doença de Alzheimer, desmistificando tabus e se conscientizando de princípios que serão norteadores e facilitadores para a convivência e o tratamento do portador dessa doença. A relevância social dessa leitura justifica-se mediante o crescente número de idosos na sociedade brasileira e, conseqüentemente, o aumento das demências com prevalência, Alzheimer. Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica que se deu mediante investigação em livros e artigos científicos acerca da temática sugerida (GIL, 2002). O principal objetivo dessa pesquisa foi realizar um estudo bibliográfico da doença de Alzheimer, destacando os fatores psíquicos da relação portador e cuidador. Dentre outros objetivos estão identificar os aspectos gerais da doença de Alzheimer, pontuar a relação entre portador de Alzheimer e o cuidador e destacar os aspectos psíquicos da doença de Alzheimer.

15 14 CAPITULO I ASPECTOS GERAIS DA DOENÇA DE ALZHEIMER 1.1 Conceito A Doença de Alzheimer (DA) está enquadrada nas síndromes demenciais que são caracterizadas pela presença de déficit progressivo na função cognitiva. A função psíquica mais comprometida, possivelmente, é a memória, interferindo nas atividades sociais e ocupacionais. O diagnóstico diferencial deve, primeiramente, identificar alterações metabólicas, intoxicações, infecções e deficiências nutricionais, por exemplo. (SOUSA, 2007). Segundo a Classificação Internacional das Doenças (2003, p. 45), Demência é uma síndrome decorrente de uma doença cerebral, usualmente progressiva, na qual há perturbação, incluindo memória e compreensão. Os comprometimentos na função cognitiva são comumente acompanhados e percebidos por deterioração no controle emocional e comportamento social. Esta síndrome ocorre na doença de Alzheimer. Demência, palavra de origem latina, cujos significados são mente distante ou estar fora da própria mente, é também compreendida como a ausência das funções cognitivas, com comprometimento suficiente para interferir nas atividades sociais e ocupacionais da vida diária do portador (FALCÃO E DIAS, 2006). Para os referidos autores a demência não se manifesta por si só, a síndrome gera um conjunto de alterações que ocorrem no cérebro modificando o funcionamento das capacidades intelectuais. Sintomas como dificuldade de raciocínio, habilidades matemáticas, linguagens e alterações de comportamento, podem acompanhar certas síndromes demenciais. Segundo Cruz e Hamdan (2008), a incidência mais frequente das demências é a DA, com perceptível perda progressiva da memória; além do declínio cognitivo, o comprometimento da consciência interfere na vida social. Segundo Sousa (2007) na doença de Alzheimer o cérebro do paciente, quando observado macroscopicamente, após a morte, encontra-se atrofiado difusamente, mais acentuado em regiões temporais, frontais e parietais. Já na observação microscópica, a perda de neurônios e degeneração sináptica cortical é perceptível (CAPOVILLA, 2004). A DA se caracteriza pela presença de placas senil e emaranhada neurofibrilares nas regiões do hipocampo e córtex cerebral. Atualmente, o

16 diagnóstico definitivo da doença só é possível mediante exame anatomopatológico. Desta forma, a definição de critérios clínicos para o seu diagnóstico provável torna-se fundamental. Alzheimer supõe ser uma doença degenerativa que destrói lenta e progressivamente as células do cérebro, caracteriza-se por início gradual e declínio contínuo da cognição. O nome Alzheimer presume-se ser uma homenagem feita ao médico alemão, psiquiatra e neuropatologista Dr. Alois Alzheimer ( ), que no ano de 1906 foi o primeiro especialista a descrever os sintomas da doença (LUZARDO E CAYTON, 2006). Para os referidos autores, no passado usava-se o nome da doença de Alzheimer em referência a forma da demência pré-senil, oposta a demência senil. Fazia-se uma distinção baseada na idade dos pacientes. Os pacientes idosos eram citados como tendo demência senil, enquanto os mais jovens eram considerados portadores de demência pré-senil. Atualmente, há uma melhor compreensão de que a doença de Alzheimer afeta pessoas com idade inferior e ou superior aos 65 anos de idade. São raros os casos em que a doença ocorre acontece antes dos 50 anos de idade, geralmente acomete pacientes acima dos 65 anos de idade e a partir dessa idade a prevalência duplica a cada cinco anos. (CRUZ E HAMDAN, 2008). Segundo Costa (1998 apud SOUSA 2007), alguns aspectos como custo financeiro, adaptações e conflitos familiares são relevantes para serem pontuados na vida do portador de Alzheimer. Anualmente os Estados Unidos da América, EUA, investem 20 bilhões de dólares nos serviços de enfermagem destinados aos portadores de DA e 50 bilhões em pesquisas sobre demências e tratamento farmacoterapêutico. Toda esse investimento visa minimizar as consequências sintomatológicas da doença. É importante ressaltar que alterações de funções psíquicas como linguagem, psicomotricidade e memória, afetam o cotidiano do portador. Segundo Dalgalarrondo (2008), a afasia é uma perturbação da linguagem e da escrita. Uma pessoa que apresenta afasia tem dificuldade na compreensão, na emissão da fala e da linguagem, adquirida por consequência de lesão na área neuronal. Essa lesão poderá ter diferentes causas tais como: acidente vascular cerebral, traumatismo craniano ou aneurisma. A linguagem de um paciente com afasia é reduzida e simplificada ao máximo; além do portador apresentar dificuldades a sua volta, terá limitações na compreensão, sendo necessárias repetições para serem percebidas. Para o referido autor as apraxias caracterizam-se pelo prejuízo das atividades motoras,com sãs quais o paciente apresenta dificuldades para vestir-se, pentear-se e acenar, por exemplo. É importante ressaltar que a compreensão do movimento que o paciente deseja realizar está preservada, contudo o ato volitivo está fora do seu controle. As apraxias ideativas caracterizam-se como se todos os esquemas de programação motora estivessem 15

17 16 comprometidos. As apraxias ideomotoras fazem movimentos espontâneos, contudo sem ser ordenados. As apraxias construncionais não fazem nenhum tipo de figuras ou jogos. E nas apraxias de vestimenta o paciente é totalmente incapaz de vestir-se, como foi dito anteriormente. Dalgalarrondo (2008) destaca a agnosia como a incapacidade de reconhecer ou identificar objetos e fenômenos. O portador da agnosia pode confundir uma pessoa desconhecida com alguém de sua família ou velho conhecido. Como também o paciente pode desconhecer pessoas muito familiares como filhos, netos, cônjuge, irmãos, afirmando, com propriedade, o não reconhecimento (DALGALARRONDO, 2008). O Alzheimer gera momentos de desestruturação tanto para o paciente como para os seus familiares, que são as pessoas mais próximas e envolvidas com o paciente. A DA exige que o portador se adapte as suas novas fases, funções, limitações e as suas condições, estabelecendo uma relação razoável com a sua nova etapa da vida (LUZARDO E CAYTON, 2006). Numa leitura sobre as vivências do portador de Alzheimer, partindo da perspectiva psicanalítica, a memória destaca-se num campo no qual as memórias esquecidas estão, na verdade, guardadas no inconsciente por serem lembranças que trariam sofrimento para o sujeito, conhecidas como lapsos de memória. Na Psicologia, segundo Goldfarb (2004 apud AULAGNIER, 2004), a DA faz emergir, um estranho, no paciente portador. O indivíduo é remetido às lembranças de sua história e do tempo, no qual está esquecido inconscientemente na sua vida e memória, surgindo conflitos. Na medida em que esse estranho avança o sujeito psíquico se constitui, por efeito de ligações e vai cedendo ao processo regressivo em seu espaço. Na DA à pré-consciência e a consciência geram um indivíduo de modo regressivo, fazendo-o confundir as suas relações objetais. Para Freud (1925), o recalque ingressa as barreiras entre o sistema psíquico, é nesse momento que se funda o estranho como algo de tudo que foi rejeitado na construção do eu. Esse estranho não é algo novo ou repentino, é algo que há muito foi estabelecido na mente. A cada regressão, o estranho interno encoberto pelo recalque, aflora. Algo é encontrado se procurar, intensidades perdidas ressurgem o condensado de representações que compõem, os alicerces identificatórios cedem. Um sujeito desconhecido se mostra movido por intensas agressividades. O horizonte do ser se esmaece, a tarefa de se perde a ancora interditaria, o sujeito perde o continuum da esperança, perde-se de si mesmo e de sua morada não mais habitada em si. (MARIO FUNKS E SILVIA LEONOS AFONSO 2004)

18 17 O estranho é secretamente familiar, que foi guardado na mente, ou seja, recalcado e retornou. Definimos o recalque como uma tentativa de esquecer algo desagradável ocorrendo inconscientemente. Recalcamos ideias, fantasias, lembranças, etc., que não se ajustam a imagem que se tem do mundo e de nós, do eu. (GOLDFARB, 2004). 1.2 Causas da doença de Alzheimer Segundo Fuentes e Consenza (2008), há várias teorias que tentam explicar as causas da doença de Alzheimer, entretanto nenhuma dessas causas foi comprovada como a idade avançada ou a idade materna. No caso de idade avançada, à medida que a idade avança maior a probabilidade de desenvolver a doença. No caso de idade materna, filhos de mães com mais de 40 anos de idade podem ter tendência a desenvolver demência na terceira idade e a ter herança genética, que não é necessariamente hereditária, contudo é uma doença geneticamente determinada. Segundo Allegri et al (2001), o Alzheimer caracteriza-se como uma doença degenerativa de origem predominantemente cortical, ou seja, de lesão nessa área. A academia por meio de estudos não conseguiu, ainda, atingir uma compreensão científica acerca das causas dessa demência, entretanto parece ser claro que a doença pode se desenvolver por causa de uma série de eventos que ocorrem no cérebro durante um longo período de tempo. Parece ser provável que as causas incluam fatores ambientais e de estilo de vida, uma vez que as pessoas variam de estilo de vida. Alguns fatores no estilo de vida podem minimizar a proximidade de um diagnóstico de Alzheimer, como: dieta nutritiva, exercícios físicos, contatos sociais, e objetivos mentalmente estimulantes podem ajudar a pessoa a manter-se saudável. Possivelmente esses fatores também ajudariam a diminuir o risco de comprometimento cognitivo na fase senil. As causas mais estudadas frequentemente é a relação entre o declínio cognitivo e doenças cardíacas, pressão alta, diabetes, e obesidade. Entender essas relações ajudará a compreender como reduzir fatores de risco para essas doenças e que poderia ajudar, também, a evitar a doença de Alzheimer (FUENTES E CONSENZA, 2008).

19 Fases da doença de Alzheimer Luginger e Fuentes (2008) destacam que a doença de Alzheimer supõe ser dividida em três fases: inicial, intermediária e fase final. Essas fases serão melhor explicitadas a seguir. A fase inicial caracteriza-se por apresentar no início pequenos esquecimentos, que geralmente são aceitos pelos seus familiares como parte normal do envelhecimento, como saber dia, mês, hora, percebendo desorientação alo psíquica. Nessa fase os pacientes apresentam boa qualidade de vida social, permanecendo alerta. Com o agravamento desses esquecimentos os indivíduos tornam-se confusos e agressivos, causando mudanças de humor e personalidade, distúrbio de conduta desencadeando até o não reconhecimento de si mesmo diante do espelho (prosopagnosia), gerando um quadro de ansiedade e depressão. Desse modo, o portador começa a ficar dependente de um cuidador. Esta fase sem dúvidas é a mais crítica por haver correlação entre senilidade e esquecimentos, os sintomas iniciais devem ser valorizados, no intuito de ter uma probabilidade de intervenção o mais cedo possível, para não ter um prognóstico comprometedor. A fase intermediária apresenta-se com apresentação de dificuldades motoras, incapacidade na aprendizagem e armazenamento de informações. O portador apresenta ainda, comprometimento no sono, ecopraxias e ecolalias (alterações de volição, movimentos em eco, respectivamente, movimentos curtos repetitivos e falas repetitivas, alterações na marcha com lentificação psicomotora (DALGALARRONDO, 2008). O paciente torna-se cada vez mais dependente de uma pessoa, iniciando assim as dificuldades de locomoção, a comunicação se inviabiliza e passa a necessitar de cuidados e supervisão integral de um cuidador, até mesmo para as atividades elementares do seu cotidiano como alimentação, higiene e vestuário. Nessa fase as repetições das frases e palavras sem nexo são constantes, bem como falar sozinho. O paciente se encontra em total estado de dependência, sendo incapaz de sobreviver sem ajuda. Na fase final o paciente já está totalmente incapaz de reconhecer familiares, amigos, andar, falar e comer. Encontra-se restrito ao leito, freqüentemente com várias escaras, por passar todo o tempo deitado, com a imunidade muito baixa, correndo o risco de pneumonia e infecções. Depara-se também num quadro de desnutrição, pois o paciente não engole facilmente a alimentação, por esse motivo os cuidadores recorrem à sonda enteral ou gastrostomia (sonda no estômago). Apresenta ainda nessa fase a perda do controle da bexiga e do intestino (incontinência) vindo a usar fraldas geriátricas. A duração desse período depende muito de cada paciente. Na fase final, a memória antiga do portador de Alzheimer está muito

20 prejudicada e comprometida. A sua capacidade intelectual e a sua iniciativa esta totalmente deteriorada. (FUENTES 2008) Diagnóstico O diagnóstico da maioria das síndromes demenciais depende do exame neuropatológico. Para tanto, é necessário uma avaliação clínica cuidadosa incluindo anamnese detalhada, exames físicos e neurológicos, associados às contribuições da bioquímica e da neuroimagem, a fim de possibilitar um diagnóstico diferencial mais apurado. (SOUSA, 2007). Para Luginger (2005), a doença de Alzheimer caracteriza-se como uma categoria da demência, porém não é necessariamente originária pelos mesmos fatores que dão surgimento a outras formas de demência. Apesar de várias pesquisas, a causa real da doença ainda permanece desconhecida. Até o momento não existe nenhum teste que determine se o indivíduo tem a doença de Alzheimer. Só será possível diagnosticar, por meio de vários processos de eliminação, com exames de estado físico e mental do paciente. Segundo o referido autor, para o diagnóstico deve-se fazer também a exclusão de outras doenças como depressão, problemas de tireóide, diabetes, tumores cerebrais, síndrome de Korsakoff e arteriosclerose, que podem evoluir com o quadro demências. A depressão gera no paciente déficit cognitivo derivável da alteração de humor, déficit de atenção, concentração e motivação. Os problemas de tireóide junto com as alterações psíquicas são muito comuns nos portadores da doença. Isso ocorre porque a tireóide interfere no psiquismo ou se o psiquismo interfere na tireóide, a sintomatologia é, predominantemente, dominada por um quadro depressivo, ao qual implicam na fala, causa fadiga e diminuição de apetite. O diabetes: tem um impacto importante na população idosa e levam alterações nas capacidades físicas e cognitivas nos idosos. Os tumores cerebrais por ter a probabilidade de deteorização da personalidade, não indicam que pode ser levado como a Doença de Alzheimer. A síndrome de Korsakoff é conhecida por encefalopatia alcoólica que geram confusão, confabulações, desorientações, aumentando a incapacidade de reter novas informações. Arteriosclerose: é uma doença degenerativa, as suas causas ocorrem pela idade avançada, o colesterol elevado. Surge em pessoas com idade acima de 50 anos e por isso geralmente é confundida com a doença de Alzheimer. Para Consenza e Luginger (2005) o diagnóstico da demência deve ser avaliado por exames clínicos e confirmado por avaliação neuropsicológica. Os portadores devem

21 20 apresentar deteorização progressiva da memória e algumas funções afetam o seu desempenho nas atividades diárias. A avaliação neuropsicológica tem a função de identificar as alterações cognitivas de forma direta e objetiva da demência em sua fase inicial, no entanto essa avaliação também parece ser uma estratégia de limites, pois só será válida, enfatizam os autores, se o paciente participar durante toda a sua avaliação. Essa avaliação é feita de forma que incluem as atividades da vida diária (AVD), exames físicos para observar a co-morbidade médica, alterações de humor e comportamento e exames de neuroimagem. A memória supõe ser uma das funções mais comprometidas na DA e por essa razão deve receber mais atenção no processo avaliativo das AVD, além de ser um componente importante e essencial para o diagnóstico (CONSENZA E LUGINGER 2005). Desse modo, a análise clínica e as avaliações neuropsicológicas realizadas por profissionais qualificados são fundamentais para diagnosticar a DA. A compreensão da hipótese diagnóstica se dá mediante a intervenção multidisciplinar, através do diálogo da medicina com a neuropsicologia e a terapia ocupacional, por exemplo, favorecendo êxito e competência no tratamento da demência (FUENTES E CONSENZA, 2008). 1.5 As Perspectivas Terapêuticas para o Tratamento da Doença de Alzheimer Abrisqueta (2004) supõe ser difícil comprovar a eficácia de intervenções psicológicas na doença de Alzheimer, todavia estudos recentes possibilitam um novo caminho para o profissional de psicologia. O mais recomendável seja que as pessoas com demência pratiquem atividades que estimule a mente e o corpo. Mesmo não havendo muitas evidências de que seus resultados sejam eficazes contra os declínios das funções mentais, servindo para provar a si mesmo que nem tudo está perdido e que ainda se pode fazer algo. A referida autora supõe ser preciso estar atento às novas estruturas do crescimento da população idosa, bem como saber quais as doenças que atingem essa etapa da vida e pôr em prática as estratégias já existentes para contribuir com a saúde mental e a qualidade de vida desse paciente. Essa reflexão serve de alerta à academia para que profissionais da psicologia pensem na possibilidade de se prepararem para atuar numa área vasta que diz da fase do idoso e das doenças neurodegenerativas.

22 Tratamento Para Fuentes e Nubibella (2009), não existe especificamente um tipo de tratamento, o que existem são intervenções que devem ser baseadas em abordagens como, tratamento psicossocial, terapia comportamental e tratamento medicamentoso. A intervenção ocupacional, também, melhorar a qualidade de vida do paciente e facilitar a vida do cuidador Tratamentos psicossociais Os tratamentos psicossociais têm o papel de avaliar as atividades do dia-a-dia promovendo a possibilidade para a sua auto manutenção física, higiene, nutrição e se vestir. Em seguida deve ser avaliada a comunicação, a locomoção e as tarefas domésticas. O cuidador do paciente é a pessoa mais indicada para relatar o seu comportamento. Quando o cuidador é um dos membros da família, a carga emocional evolui em um grande número de transtornos, aumentando o estresse, a depressão, a insônia, a perda de peso, o uso abusivo de álcool e de medicamentos psicotrópicos. Por isso é interessante a atenção com essas pessoas, cuidadoras, para que não venham a adoecer física e emocionalmente Terapia comportamental O paciente com Alzheimer tem a probabilidade de desencadear grandes variedades de transtorno comportamentais, que incluem depressão, alucinação, agitação, delírios, ansiedade, violência, insônia, que geram sofrimento para toda a família e o cuidador. As abordagens não farmacológicas devem ser buscadas antes da terapia medicamentosa. Na terapia comportamental devem ser encontradas atividades simples que preencham o tempo e bemestar de todos, como limpar o lar, usar o banheiro antes de deitar e manter o ambiente calmo evitando confronto com o portador. Todas essas atividades ajudam a promover um sono noturno tranquilo Tratamento medicamentoso:

23 22 O tratamento psicofarmacológico para pacientes com Alzheimer é indispensável, pelo fato de a doença responder a depressão. Nesse caso, o primeiro medicamento é o antidepressivo, mas com avaliação, pois ao lado dos benefícios dos antidepressivos muitos problemas da doença de Alzheimer podem ser mais bem dirigidos com um apoio de mudanças ambientais e sem esses medicamentos. Entre os tratamentos não farmacológicos para o paciente está à estimulação, a ocupação, elaboração de programas em seu cotidiano e atividades de rotinas. (LUGINGER, 2005) Algumas medicamentações usadas para o tratamento de Alzheimer Os inibidores seletivos de receptação de serotonina (ISRS) supõem ser o primeiro tratamento farmacológico. Esse tipo de medicamento deve ser bastante avaliado, pois agride ainda mais a depressão e inibe o apetite. Essa medicação melhora vários sintomas da DA como a irritabilidade, a ansiedade, o medo e a agitação. A Fluoxetina tem uma reação ativadora no ISRS, contudo tem a maior chance de causar a anorexia e perda de peso. Entretanto com essa medicação, ou não, a tendência da doença é perder peso. A Paroxetina caracteriza-se como um ansiolítico que deve ser usado em pacientes com ansiedade, como o paciente DA (LUGINGER, 2005). Os ansiolíticos são drogas sintéticas no qual possuem a capacidade de tranqüilizar e diminuir a ansiedade, mesmo que seja por um período pré-estabelecido. Essas substâncias são utilizadas em tratamentos de insônia, ansiedade, estresse ou em determinadas situações de pânico do indivíduo. Os ansiolíticos são ingeridos, geralmente, por via oral na forma de comprimidos, contudo também podem ser injetados diretamente na corrente sanguínea. Inibem o funcionamento exagerado da atividade cerebral, deixando o indivíduo em um estado mais tranqüilo, meio que desligado do meio ambiente e dos estímulos externos. Naturalmente essas drogas provocam sonolência, alterando as funções psicomotoras e prejudicando atividades que requerem atenção, como dirigir. Com o uso freqüente da droga, na ocasião da interrupção desse uso, o dependente passa a sentir irritabilidade, insônia, dores pelo corpo, e em alguns casos, convulsões. Assim, a tendência do indivíduo é de procurar novas doses dessas drogas para passar, mesmo que momentaneamente, esses efeitos indesejáveis, gerando assim a dependência química (LUGINGER, 2005).

24 Processos Mnemônicos Segundo Sousa (2007), estudiosos tem se dedicado às pesquisas que envolvem as atividades cognitivas. Em meados do século XX, duvidava-se que as funções da memória poderiam estar localizadas em regiões cerebrais específicas (KANDEL, et al, 1995). A localização da memória começou a ser pensada quando em 1861, Broca havia evidenciado que lesões na parte posterior do lobo frontal, no lado esquerdo do cérebro (área de Broca), produziam um defeito específico da linguagem. Após a contribuição de Broca, os estudiosos pensaram na possibilidade de que a função da memória estaria distribuída em toda a propriedade do córtex cerebral (KANDEL et al, 1995). Dessa forma, estudos recentes têm apontado a existência de vários tipos de memórias e que estariam localizadas em áreas específicas do cérebro. Para Sousa (2007), a memória caracteriza-se como uma função cerebral superior que está relacionada ao processo de retenção, armazenamento e evocação. Segundo Izquierdo (2002), a aquisição e a evocação se relacionam estreitamente, pois a aquisição é o processo de aprendizagem e a evocação a recuperação daquilo que se aprendeu. Corroborando com as informações trazidas anteriormente, Lent e Cardoso (2005) pontuam que a memória caracteriza-se na capacidade de focalizar e armazenar informações entre o cérebro e o corpo, é o alicerce dos nossos sentimentos em todo período da nossa vida, desde a gestação até a vida adulta. Está relacionada com o aprendizado, uma vez que aparenta ser a aquisição de conhecimentos e a memória é o resgate desses conhecimentos. A memória nos ajuda a tomar novas decisões em nossas vidas e a gerar novas idéias. O armazenamento da memória desenvolve e mantém um registro permanente das novas informações. A capacidade de memorizar, relacionar-se intimamente com o nível de consciência, como a atenção e com o interesse afetivo. Tudo o que uma pessoa aprende em sua vida depende intimamente da capacidade de memorização. (DALGALARRONDO, 2008) Para Dalgalarrondo (2008), atualmente a neurociência tem crescido e evoluído, favorecendo estudos na anatomia e funcionalidade do cérebro. No que diz respeito à memória, hoje não se expressam mais sobre memória, mas sim em memórias ou tipos específicos e características das memórias.

25 Tipos e Características da Memória Luginger (2005) ressalta que existem vários tipos e características de memória que se relacionam para formar a memória que o ser humano usa no dia-a-dia. Existe a possibilidade, com a perda de memória, da vida diária do portador comprometer-se com problemas de comunicação e comportamento. Por isso é importante checar os diferentes tipos de memória para compreender como a memória é prejudicada pela demência (LUNGINGER, 2005) Memória Episódica Caracteriza-se como a memória que o indivíduo tem de episódios da sua vida. Dentro da memória episódica apresentam memórias originárias de curto termo (as que ocorreram na última hora). Os portadores da doença de Alzheimer, no início da doença não apresentam ter dificuldades em lembrar-se de acontecimentos mais antigos, que se passaram há muito tempo até mesmo na sua infância e juventude, porém têm dificuldades para lembrar-se de fatos recentes como, por exemplo, o que comeu há cinco minutos ou relatar o que foi feito na noite anterior (DALGALARRONDO, 2008) Memória Semântica Essa forma de memória abrange a memória do significado das palavras, como por exemplo, um pão ou um cão. Opostamente da memória episódica, ela não é pessoal, contudo gradativamente comum a todos que falam a mesma língua. É interessante citar que as memórias episódicas e semânticas não estão situadas na mesma parte do cérebro, por isso que uma pode ser afetada enquanto outra não (DALGALARRONDO, 2008).

26 Memória de Procedimento Relacionada à memória de como o ser humano age nos seus atos físicos e mentalmente, por exemplo, como gesticular, sentar, comer, etc. A perda dessa memória pode ocasionar dificuldades em rotinas simples do paciente como lavar, cozinhar e vestir. Por essa razão, alguns portadores da doença de Alzheimer que têm dificuldade em lembrarem-se das suas palavras, ainda conseguem cantar razoavelmente. Pois a sua memória de procedimento ainda se percebe intacta, todavia sua memória semântica (o significado das palavras), já se deteriorou (LUGINGER, 2005). Fuentes e Cosenza (2008) destacam que a memória humana possui suas limitações, ou seja, a pessoa é capaz apenas de memorizar um limitado número de informações. A memória humana é geralmente aceita como sendo intercalada de três áreas conectadas e distintas, citadas a seguir Memória Sensorial Está relacionada às suas registradas percepções, uma memória ultra rápida. Tem a duração de segundos, parece ser baseada em sensações e tem capacidade de repetir algo que foi dito recentemente sendo totalmente esquecido após curto prazo. Este tipo de memória tem a maior possibilidade de codificar a percepção e não lembrar, dessa forma, sem muito tempo de manutenção na memória Memória de Curto Prazo ou Duração Conhecida como memória imediata ou primária, tem uma limitação em sua duração que variam de segundos a minutos. A sua informação pode ser lembrada até enquanto o sujeito é estimulado a ficar pensando nela.

27 Memória de Longo Prazo ou Duração Geralmente chamada de memória secundária, relacionada a uma memória antiga e recente as suas informações, mantida por um tempo significativo que variam de dias, semanas, meses e anos (FUENTES D. E CONSENZA R. M, 2008) A memória na DA: Para Luzardo (2006), a memória caracteriza-se como a função psíquica mais afetada na doença, sendo suficiente para comprometer o funcionamento social e comportamental do paciente. Para o referido autor, a doença de Alzheimer afeta principalmente a memória e o funcionamento mental do portador, seguindo com a perda gradativamente de alterações de funções psíquicas, como: desorientação de tempo, hora, espaço, fala pensamento, e mudanças de humor. Nos seus sintomas iniciais como dificuldade de memória, perdas de suas capacidades em resolver problemas diários, podem ser tão súbitas que podem passar por despercebidos para o paciente como também pela família e amigos. No entanto, a doença progride, os sintomas vão se tornando cada vez mais claros e percebidos, começa a interferir na rotina e em tarefas do dia-a-dia como vestir-se, tomar banho, alimentar-se, ir a lugares que antes eram acostumados a freqüentar. Com o passar do tempo, o portador fica completamente dependente do outro, ou seja, do cuidador. É bom ressaltar que a DA não é, portanto, uma doença contagiosa, infecciosa, e nem hereditária. Em alguns casos a doença ocorre em toda a família, mas isso não é comum. A probabilidade de membros próximos da família como irmãos, filhos, netos e sobrinhos, vir a desenvolver a doença é de um para dois casos. A DA é, sim, uma doença terminal que causa uma deterioração geral da saúde do paciente. A causa da morte do portador de DA mais freqüente parece ser a pneumonia, pois à medida que a doença progride, o sistema imunológico fica bastante baixo aumentando o risco de infecção de pulmão, de garganta e a excessiva perda de peso do paciente (LUZARDO, 2006).

28 27 CAPÍTULO II A RELAÇÃO ENTRE O PORTADOR DE ALZHEIMER E O CUIDADOR Cruz e Hamdan (2008) pontuam que a população idosa no mundo está tendo um aumento de expectativa de vida, esse crescimento da proporção de idosos na população parece ser um fenômeno mundial e tem recebido o nome de revolução demográfica. Esse fenômeno se dá juntamente com a longevidade, a redução das taxas de natalidade e o avanço da medicina, são os principais fatores que contribuem para que a população acima de 65 anos de idade represente uma boa e crescente população idosa. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no dia 6 de janeiro de 2011 foi feita uma pesquisa pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a qual comprova que até pouco tempo o Brasil era considerado um pais jovem, porém a nova pesquisa demonstra que a população idosa vem crescendo desde o início da década de 90. Estima-se que a população de idosos, no ano de 2020, chegará a 30 milhões de idosos e que a esperança de vida será de 70,3 anos de idade. Envelhecer é um grande privilégio principalmente em países onde crianças morrem antes de completar um ano de vida. Chegar à idade idosa é um ciclo natural da vida o qual há o nascimento, o crescimento, o amadurecimento, a chegada à idade idosa, ou seja, o envelhecimento e depois a morte. Para Nasri (2000), o processo de chegar à idade idosa resulta do declínio da fecundidade e não da mortalidade. A população torna-se mais idosa na medida em que aumenta a porção de pessoas idosas e diminui a proporção de pessoas mais jovens, ou seja, para que essa população continue a envelhecer é necessário que haja uma quebra na taxa de diminuição da fecundidade. Desde os anos de 1960, iniciou-se a diminuição da fecundidade nos grupos populacionais nas regiões mais desenvolvidas e privilegiadas. Dentro de alguns anos, o Brasil terá uma população mais idosa e com uma taxa muito baixa ou negativa de crescimento. Essa população idosa será mais feminina, no ano de 2050 haverá, provavelmente, em torno de 76 idosos para 100 idosas. Nos grupos de mais de 80 anos terá por volta de duas idosas para cada um idoso. Sobretudo, o envelhecimento da população em meio às condições de vida ainda é desfavorável. Os idosos não são uma prioridade, pois uma pessoa idosa requer cuidados de saúde não só por dias ou semanas, mas por anos (NASRI, 2000). O envelhecimento faz parte das experiências do ser humano. O Brasil, atualmente, passa por um acelerado crescimento da população idosa, com elevação e ocorrência de

29 28 doenças crônico-degenerativas, sendo a mais comum à demência pré senil ou Alzheimer. A DA está aproximadamente dentro dos 65% de todos os casos de demência em adultos, seu nível de gravidade parece ser comum à medida que os estágios vão se progredindo. Há uma enorme necessidade de um cuidador, que é essencial na vida do portador da doença de Alzheimer (FALCÃO E DIAS, 2006). 2.1 O cuidador O cuidador supõe ser aquele que de uma forma especial tem o ato de cuidar do doente, pois é quem dá o acolhimento, carinho e amor, quem passa a maior parte do tempo com o doente. Geralmente esse cuidador é algum membro da família, a maioria é do sexo feminino, em alguns casos são esposas e filhas do portador. A função do cuidador parece ser bastante complexa, deve ser desempenhada com bastante dedicação, carinho, respeito e amor, exigindo total preparo emocional (FALCÃO E DIAS, 2006). O cuidado humano ou o cuidar de si, representa o viver do ser humano, assim, o cuidar do outro que está impossibilitado de auto cuidar-se é uma condição temporária e circunstancial. Este ato, o cuidar, é servir e oferecer ao outro os nossos talentos, preparos e escolhas. Servir e simultaneamente ajudar ao outro e manifestar o que há de melhor em si. (CRUZ E HAMDAN 2008, p.05). O cuidador desempenha papel relevante, que compreende desde a administração de medicamentos até a execução das atividades diárias, tais como à higiene do paciente e a alimentação. À medida que a DA progride o cuidador depara-se com uma sobrecarga e com inúmeros fatores como lidar com o estresse cada vez maior e problemas para administrar os conflitos familiares. Os cuidadores têm maior probabilidade de adquirir sintomas físicos e psicológicos. Os sintomas físicos são problemas como pressão arterial, doenças respiratórias, infecções, perda de peso, já os sintomas psicológicos são insônia, depressão, ansiedade, etc. (LUZARDO, 2006) O cuidador surge O cuidador surge de diversas maneiras. Por instinto quando motivado por impulsos inconscientes que ajudam nas necessidades do portador. Por vontade, sendo motivado por necessidade de satisfação da relação com o outro. Por capacidade, no caso daqueles que já

30 vêm se preparando teoricamente. Por conjuntura quando na ausência de opção, nessa situação, não é por afeto é por falta de outro cuidador adequado (LUZARDO, 2006) Os fatores e impactos da Doença de Alzheimer no cuidador No início da doença percebe-se que os cuidadores têm reações diversas como susto, preocupação e insegurança. Geralmente esses sintomas se dão pelo fato de o cuidador temer ser despreparado para o cuidado com os avanços das fases (LUZARDO, 2006). Para o referido autor, talvez o impacto que atinge o cuidador do paciente da doença de Alzheimer, não seja proveniente do seu diagnóstico. Poderá ser das dificuldades que a família encontrará em lidar com as várias mudanças que, gradativamente, vão se instalando no portador. Essas mudanças permitem que a família torne-se impotente e com o sentimento de despreparo para lidar com a situação. O extremo em que se encontram os cuidadores de Alzheimer é de entregar-se inteiramente a dor, daí a importância de um suporte para esses cuidadores, pois os cuidadores têm que reconhecer essa dor para reestruturar as mudanças que promovam o bem estar. Para Cruz e Hamdan (2008), o impacto dos cuidadores de Alzheimer é bem maior do que o dos cuidadores de pacientes com outras sintomatologias como, por exemplo, depressão, Acidente Vascular Cerebral (AVC), entre outros. À medida que a doença progride, o cuidador também passa por várias fases e etapas, cada membro da família reage de uma maneira diferente, alguns no início da doença não aceitam e tem uma negação, na esperança de recuperar o paciente antes que se deteriore por completo. Outros enfrentam a doença juntamente com o portador. Os membros que, na verdade, negam a doença são os que mais sofrem, pois já de início demonstram-se despreparados para cuidar do portador. Aqueles que assumem o papel de cuidador se prontificam nas atividades e nos cuidados com o membro doente, terminam como uma pessoa heróica e, muitas vezes, estressada. Cuidar de uma pessoa idosa, com demência durante horas parece não ser tarefa fácil. O cuidador é um ser humano, que procura manter o seu equilíbrio emocional, mas cuidar de um doente de Alzheimer é desgastante. O cuidador e a família precisam se organizar, dividir algumas tarefas e obrigações para o cuidador não vir a adoecer com a sobrecarga de trabalho (CRUZ E HAMDAN, 2008). Para os referidos autores, é necessário que o cuidador consiga atuar e comandar essa situação, tendo consciência de seus talentos e de suas fraquezas, dando o melhor de si ao

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