Programa de Analise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos. Relatório Anual 04/06/ /06/2002
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- Rachel Carreiro Amarante
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1 Programa de Analise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos Relatório Anual 04/06/ /06/2002 Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde Instituto Nacional de Controle da Qualidade em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz do Ministério da Saúde Secretária de Estado da Saúde do Paraná 1
2 Apresentação O desenvolvimento em nível nacional de um programa para avaliar a qualidade dos alimentos, frente ao uso de agrotóxicos é antigo anseio das autoridades sanitárias, nas esferas Federal, Estadual e Municipal. No Brasil, têm sido realizados esforços isolados, tanto por parte dos órgãos Estaduais de saúde e agricultura, quanto por parte das instituições acadêmicas, no desenvolvimento de serviços, estudos e pesquisas voltados ao monitoramento dos agrotóxicos nos alimentos in natura. Atenta a este fato, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde (ANVISA/MS), ciente de seu papel institucional e provida de condições técnicas e administrativas, iniciou em 2001, o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA). A ANVISA, em articulação com as Vigilâncias Sanitárias e Laboratórios, elaborou o desenho do Programa e definiu uma agenda de trabalho, objetivando principalmente garantir a segurança do consumidor em relação aos níveis de resíduos de agrotóxicos em alimentos. Como resultado desta articulação alcançou-se, entre junho de 2001 e junho de 2003, a efetivação da metodologia que conduziu aos resultados e às propostas de mitigação dos problemas apresentados neste relatório. 2
3 PARTICIPANTES DO PRIMEIRO ANO DO PROGRAMA COORDENAÇÃO ADMINISTRATIVA AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA DIRETORIA DE ALIMENTOS E TOXICOLOGIA GERÊNCIA GERAL DE TOXICOLOGIA Endereço: SEPN 515, Bloco B ed. Ômega 3º andar Sala Brasília DF Brasil Fone: (0XX61) Fax: (0XX61) mailto:toxicologia@anvisa.gov.br Internet home page: COORDENAÇÃO TÉCNICA FUNDAÇÃO INSTITUTO OSWALDO CRUZ - FIOCRUZ INSTITUTO NACIONAL DE CONTROLE DE QUALIDADE EM SAÚDE INCQS Endereço: Av. Brasil, Manguinhos Rio de Janeiro RJ Brasil Tel.: (0xx21) FAX Mail to: gab@incqs.fiocruz..br Internet home page: COORDENAÇÃO DE AMOSTRAGEM SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE INSTITUTO DE SAÚDE DO PARANÁ CENTRO DE SAÚDE AMBIENTAL DIVISÃO DE ALIMENTOS Endereço: Rua Piquiri, 170 Rebouças Curitiba - PR Fone: (41) e Fax: (41) mailto:alimento@pr.gov.br Internet home page: VIGILÂNCIA SANITÁRIA DOS ESTADOS SECRETÁRIA DE ESTADO DA SAÚDE DE MINAS GERAIS SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA Endereço: Av. Afonso Pena, 2300 Funcionários Belo Horizonte - MG - Brasil Telefone: (0XX31) Fax: (0XX31) mailto:ses@saude.mg.gov.br Internet home page: SECRETÁRIA DE ESTADO DA SAÚDE DE PERNAMBUCO DIRETORIA EXECUTIVA DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA Endereço: Praça Oswaldo Cruz, s/nº - Boa Vista Recife - PE - Brasil 3
4 Fone: (0XX81) / Fax: (0XX81) mailto:imprensa@saude.pe.gov.br Internet home page: SECRETÁRIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SÃO PAULO CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA Endereço: Avenida São Luiz, 99 - Centro São Paulo SP- Brasil Fone: (0XX11) Fax: (0XX11) mailto:dircvs@cvs.saude.sp.gov.br Internet home page: LABORATÓRIOS ESTADUAIS PARTICIPANTES FUNDAÇÃO EZEQUIEL DIAS - FUNED INSTITUTO OCTAVIO MAGALHÃES Endereço: Rua Conde Pereira Carneiro, 80 Gameleira Belo Horizonte - MG Fone: (0XX31) Fax: (0XX31) mailto:iomlacen@funed.mg.gov.br Internet home page: INSTITUTO ADOLFO LUTZ SEÇÃO DE ADITIVOS E PESTICIDAS RESIDUAIS Endereço: Av. Dr. Arnaldo, 355 Cerqueira César São Paulo - SP Fone: (0XX11) Fax: (0XX11) mailto:ialdg@ial.sp.gov.br Internet home page: INSTITUTO TECNOLÓGICO DE PERNAMBUCO/LABTOX Endereço: Av. Prof Luiz Freire, Cidade Universitária , Recife PE - Brasil Fone: (0XX81) FAX: (0XX81) mailto:itep@itep.br Internet home page: LABORATÓRIO CENTRAL DO ESTADO DO PARANÁ(Lacen PR) Rua Ubaldino do Amaral Alto da XV CEP: / Curitiba - PR Tel.:(41) / Fax: (41) lacen@pr.gov.br 4
5 1. INTRODUÇÃO O uso de agrotóxicos no processo de produção agrícola e a conseqüente contaminação dos alimentos, têm sido alvo de constante preocupação no âmbito da saúde pública, gerando a necessidade de realização da avaliação toxicológica e do estabelecimento de parâmetros de segurança relativos à sua utilização, bem como de programas e ações de controle, cientificamente embasados e tecnicamente aplicáveis. A exposição de pessoas aos agrotóxicos pode ser atribuída tanto ao consumo de alimentos oriundos da produção agropecuária onde estes são usados, quanto ao contato direto, no caso dos aplicadores rurais e ou manipuladores, ou ainda ao contato indireto, como no caso das populações que estão sujeitas à aplicação de agrotóxicos para controle de vetores das endemias. Por este motivo a viabilização de um programa nacional de monitoramento de resíduos de agrotóxicos em alimentos é imprescindível para que ações de vigilância sanitária, com foco na prevenção e controle dos riscos à saúde humana decorrentes do consumo de alimentos contaminados, possam ser desenvolvidas. Os dados obtidos no programa possibilitarão avaliar a qualidade e a segurança dos alimentos consumidos pela população, caracterizar as fontes de contaminação, proporcionar uma avaliação quanto ao uso inadequado e não autorizado de agrotóxicos, estimular a adoção de Boas Práticas Agrícolas (BPA), além de fornecer subsídios para uma possível reavaliação dos agrotóxicos. Diversos países como, Estados Unidos, Holanda, Suécia e Inglaterra, têm estabelecido programas de monitoramento de resíduos de agrotóxicos, com análises contínuas e programadas. Pode-se afirmar que, atualmente, é freqüente a identificação de resíduos de agrotóxicos nos alimentos e, em muitos casos, se detectam concentrações acima dos limites máximos de resíduos permitidos além dos não autorizados. Segundo dados fornecidos pelo Sindicato Nacional da Indústria de Defensivos Agrícolas (SINDAG), em 2001 o Brasil consumiu toneladas de produtos formulados, correspondendo a toneladas de ingredientes ativos. Desta forma, considerando-se o consumo em dez países que representam 70% do mercado mundial de agrotóxicos, o Brasil aparece em 7º lugar no ranking. O emprego de agrotóxicos nos Estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais representa atualmente 50% do total utilizado no País. 5
6 A ANVISA, como um dos órgãos reguladores do setor saúde é responsável pela avaliação toxicológica dos agrotóxicos componentes e afins, definindo normas relativas ao estabelecimento de Limite Máximo de Resíduo (LMR). O LMR é legalmente estabelecido partindo-se do pressuposto de que é a concentração máxima de resíduo de um certo agrotóxico que pode estar presente em um determinado alimento sem trazer danos à saúde do consumidor. O presente relatório retrata os objetivos estabelecidos, as instituições participantes, a metodologia adotada, e os resultados analíticos obtidos, relativos ao período 04/06/ /06/2002 DO PARA. 2. OBJETIVO O Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, tem como objetivo geral avaliar continuamente os níveis de resíduos de agrotóxicos nos alimentos in natura que chegam à mesa do consumidor, fortalecendo a capacidade do Governo em atender a segurança alimentar, evitando, assim, possíveis agravos à saúde da população. 3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1. Identificar os níveis de resíduos de agrotóxicos nos alimentos in natura produzidos, comercializados e consumidos no país; 2. Verificar se os resíduos de agrotóxicos excedem os LMR autorizados pela legislação em vigor; 3. Verificar a presença de resíduos de agrotóxicos não autorizados pela legislação em vigor; 4. Rastrear possíveis problemas e subsidiar ações de fiscalização de vigilância sanitária; 5. Melhorar a estimativa de exposição através da dieta, como parte da reavaliação dos agrotóxicos já registrados; 6. Monitorar o uso de produtos agrotóxicos realizando um mapeamento de risco; 7. Subsidiar com base cientifica e informações laboratoriais concretas as negociações internacionais, principalmente, no âmbito do CODEX ALIMENTARIUS e do MERCOSUL; 8. Fornecer subsídios ao Ministério da Agricultura que permitam orientar e fiscalizar os produtores na utilização dos agrotóxicos; 9. Disponibilizar informações à sociedade. 6
7 4. METODOLOGIA Para o efetivo desenvolvimento do Programa, gerando os resultados esperados, mostrou-se indispensável assegurar que todas as atividades a serem executadas fossem desenvolvidas de forma articulada entre as instituições envolvidas, principalmente no que diz respeito à transparência e a capacidade de criar instrumentos futuros de intervenção no risco à saúde. Portanto, o PARA está sendo implantado gradualmente, contemplando ações de estruturação e agregação de conhecimento, baseadas em análises sistemáticas de dados, de forma a aprimorar e ajustar constantemente as suas ações DEFINIÇÃO DE CULTURAS PARA MONITORAMENTO Na elaboração dos critérios para a escolha dos alimentos a serem amostrados e analisados pelos Laboratórios no primeiro ano do PARA, foram utilizados dados de consumo anual per capta em Kg, fornecidos pela cesta básica utilizada para cálculo da Ingestão Diária Aceitável (IDA) de agrotóxicos, os sistemas de cultivo e de manejo de pragas das diferentes culturas e a disponibilidade destes alimentos no comércio dos diferentes Estados engajados no Programa. Desta forma, foram selecionadas as seguintes culturas: Alface (AL), Banana (BN), Batata (BT), Cenoura (CE), Laranja (LA), Maçã (MA), Mamão (MM), Morango (MO), Tomate (TO) DEFINIÇÃO DOS INGREDIENTES ATIVOS A SEREM MONITORADOS A escolha dos 91 diferentes ingredientes ativos pesquisados no Programa, baseou-se em dados coletados quanto à utilização de agrotóxicos no país, nas informações existentes nos laboratórios quanto aos resíduos de agrotóxicos usualmente determinados nos alimentos a serem monitorados e na disponibilidade, naqueles laboratórios e/ou nomercado, de padrões analíticos indispensáveis à determinação dos mesmos AMOSTRAGEM As amostras, num total de 1295, foram coletadas de acordo com o planejamento realizado pela Coordenação de Amostragem do PARA, tomando-se como base a escolha de locais de coleta situados em pontos de venda das grandes redes de supermercados das 7
8 cidades de Belo Horizonte (MG) (8), Curitiba (PR) (9), Recife (PE) (3) e São Paulo(SP)(3), no período compreendido entre 04 de junho de 2001 e 30 de junho de Foram coletadas 165 amostras de alface, 96 de banana, 183 de batata, 138 de cenoura, 143 de laranja, 99 de maçã, 144 de mamão, 144 de morango e 186 de tomate. A opção por coletar as amostras em supermercados vinculouse ao fato de que, por se tratarem de empresas, estas deveriam possuir os dados cadastrais dos distribuidores e dos produtores, o que possibilitaria a rastreabilidade das amostras e a adoção das medidas de orientação e controle. A capacidade analítica dos laboratórios e o envio das amostras até estes, foram fatores determinantes na rotina da coleta de amostras. Desta forma optou-se por realizar coletas de três culturas a cada trimestre. As Figuras de 1 a 5 mostram o desenvolvimento das ações de coleta de amostras, por cultura e por Estado, em relação ao respectivo planejamento. 8
9 Coleta Paraná 160% 140% 120% 100% 80% 60% 40% Alface Banana Batata Cenoura Laranja Maçã Mamão Morango Tomate 20% 0% 1 Culturas Figura 1 - Percentual de amostras coletadas, por cultura, em relação à programação, no período de 04/06/2001 a 30/06/2002, para o Estado do Paraná. 9
10 Coleta Pernambuco 120% 100% 80% 60% 40% 20% Alface Banana Batata Cenoura Laranja Maçã Mamão Morango Tomate 0% 1 Culturas Figura 2 - Percentual de amostras coletadas,por cultura, em relação à programação, no período de 04/06/2001 a 30/06/2002, para o Estado de Pernambuco. 10
11 Coleta Minas Gerais 200% 180% 160% 140% 120% 100% 80% 60% 40% Alface Banana Batata Cenoura Laranja Maçã Mamão Morango Tomate 20% 0% 1 Culturas Figura 3 Percentual de amostras coletadas, por cultura, em relação à programação, no período de 04/06/2001 a 30/06/2002, para o Estado de Minas Gerais. 11
12 Coleta São Paulo 250% 200% 150% 100% 50% Alface Banana Batata Cenoura Laranja Maçã Mamão Morango Tomate 0% 1 Culturas Figura 4 Percentual de amostras coletadas, por cultura, em relação à programação, no período de 04/06/2001 a 30/06/2002, para o Estado de São Paulo. Obs: Problemas internos impossibilitaram as coletas de Banana e Maçã no Estado de São Paulo 12
13 Coleta Total 160% 140% 120% 100% 80% 60% 40% Alface Banana Batata Cenoura Laranja Maçã Mamão Morango Tomate 20% 0% 1 Culturas Figura 5 Comparação entre a programação de coleta e amostras coletadas, para todas as culturas HABILITAÇÃO DE LABORATÓRIOS A escolha dos laboratórios participantes do PARA, foi realizada a partir de uma avaliação nacional dos laboratórios que fazem parte do Sistema Único de Saúde (SUS), no que concerne à capacitação analítica instalada (recursos humanos e materiais) para a determinação 13
14 de resíduos de agrotóxicos em alimentos, objetivando o início imediato do Programa. O LABTOX do Instituto Tecnológico de Pernambuco (ITEP), único laboratório não pertencente à rede SUS, foi chamado a participar do Programa, frente à capacitação analítica demonstrada na avaliação nacional realizada, bem como frente ao fato de tratar-se do único laboratório situado no norte e nordeste brasileiro plenamente capacitado para a realização, em grande escala, de análises de frutas e verduras para resíduos de agrotóxicos As seguintes Instituições/Laboratórios participaram desta etapa do PARA: Instituto Octávio Magalhães (IOM/FUNED-MG) Instituto Tecnológico de Pernambuco (ITEP-PE) Instituto Adolfo Lutz (IAL-SP) Laboratório Central do Paraná (LACEN-PR) Visando consolidar as ações do Programa buscou-se realizar treinamento de recursos humanos, aquisição de equipamentos e, quando necessário, fornecimento de padrões e reagentes. As análises de resíduos dos ingredientes ativos selecionados vêm sendo realizadas através do método multiresíduos. Ditiocarbamatos tem sido determinados por conversão em Dissulfeto de Carbono (CS2) e determinação espectrofotométrica. Visando garantir a qualidade analítica e a confiabilidade dos resultados os laboratórios participam do Sub-Programa da Qualidade coordenado pelo INCQS, é descrito a seguir Sub-Programa da Qualidade do PARA No contexto das atividades do PARA, Sub-Programa da Qualidade, o Instituto Nacional de Controle da Qualidade em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (INCQS/FIOCRUZ) realizou em 2002 dois estudos interlaboratoriais voltados para a determinação de resíduos de agrotóxicos em alimentos. Nos estudos interlaboratoriais realizados, utilizou-se como matriz purê de tomate. No primeiro estudo, foram adicionados oito agrotóxicos do grupo químico dos organofosforados (INCQS.1.AG.1, Fevereiro de 2002), enquanto no segundo interlaboratorial (INCQS.1.AG.2, Julho de 2002) foram adicionados dez agrotóxicos 14
15 pertencentes aos grupos químicos dos organofosforados, organoclorados, benzimidazóis e dicarboximidas. No primeiro estudo participaram exclusivamente os laboratórios que já realizavam, rotineiramente, análises de amostras coletadas no âmbito do PARA,itoe é, quatro laboratórios. No segundo estudo, no entanto, dezessete laboratórios nacionais participaram do interlaboratorial. As amostras foram avaliadas quanto à concentração dos diferentes agrotóxicos nas mesmas, bem como quanto à sua homogeneidade, através de análises realizadas por André De Kok do Pesticide Analysis Group, Food Inspection Service, Amsterdam, Holanda, um dos pricipais laboratórios de análises de resíduos de agrotóxicos em alimentos da Comunidade Européia. Nos estudos realizados, prevaleceu o princípio de que, o objetivo básico de se realizar estudos interlaboratoriais, não é evidenciar as por demais conhecidas diferenças estatisticamente significativas entre resultados supridos por diferentes laboratórios, porém tornar possível a troca de resultados analíticos entre aqueles laboratórios. Os resultados obtidos, por um lado, sugerem que esforços devem ser realizados pelos laboratórios participantes no sentido de ampliar o universo de compostos determinados nas pesquisas de resíduos de agrotóxicos em alimentos. Por outro lado, os resultados obtidos no segundo estudo interlaboratorial realizado, particularmente, demonstram que os laboratórios que presentemente realizam análises de amostras PARA (Laboratórios 002, 004, 009 e 011, ANEXO I) obtiveram entre 80% e 90% de escores satisfatórios, frente ao total de compostos analisados. 5. DISCUSSÃO E PONTOS CRÍTICOS Integração ANVISA, Vigilâncias Sanitárias e Laboratórios Mostrou-se fundamental para a operacionalização do Programa; foi viabilizada através de reuniões, realizadas com razoável freqüência, objetivando a padronização de procedimentos operacionais, avaliação conjunta dos problemas de logística e laboratoriais surgidos e das alternativas para a sua solução, treinamento e capacitação de recursos humanos envolvidos na coleta e envio das de amostras etc. Rastreabilidade dos alimentos analisados Dificuldades consideráveis foram encontradas ao se procurar rastrear as amostras coletadas junto aos supermercados aos respectivos produtores. Freqüentemente, as dificuldades encontradas na procura das informações necessárias, levou ao preenchimento de forma inadequada de Termos de Coleta de Amostras (TCAs), apesar das instruções transmitidas aos coletores de amostras através de Procedimentos Operacionais Padrão (POPs), estabelecidos no âmbito do Sub-Programa da Qualidade do PARA. 15
16 Análises laboratoriais - Em relação ao analise laboratorial das amostras, alguns fatores representaram pontos de estrangulamento do Programa: - Diferenças entre os quatro laboratórios no que concerne a capacitação analítica, dificultaram a realização das analises das amostras para um mesmo número de princípios ativos. - Dificuldades na aquisição dos padrões de referência, devido ao processo burocrático enfrentado para sua importação. - Deficiencia na quantidade de recursos humanos capacitados para atender as demandas do Programa. Sistema de Gerenciamento de Amostras do PARA A introdução do Sistema de Gerenciamento de Amostras em sua versão PARA (SGA/PARA), experimentou um considerável atraso em sua implementação nos laboratórios selecionados para a execução das análises. Desta forma, o envio eletrônico ao INCQS de resultados consolidados das análises realizadas pelos laboratórios, bem como a rápida emissão de laudos analíticos em uma forma padronizada para envio às VISAS, não puderam ser atingidos nesta etapa do PARA. 6. RESULTADOS Das 1295 amostras coletadas, 1278 (98,68%) foram analisadas e 17 (1,32%) foram rejeitadas por estarem em condições que impossibilitavam a realização das análises, seja em virtude de problemas operacionais da coleta ou dos próprios laboratórios. No ANEXO II estão relacionados todos os dados relativos aos resultados alcançados nas analises laboratoriais. 7. ENCAMINHAMENTOS Visando o constante aprimoramento da operacionalização do Programa, a Coordenação, em conjunto com as demais Instituições, vem discutindo as seguintes medidas para solucionar os problemas identificados no decorrer deste primeiro ano: 7.1. RASTREABILIDADE DAS AMOSTRAS 16
17 A Coordenação de Amostragem em conjunto com os representantes dos Estados, vêm estudando propostas de forma a permitir que os dados referentes à identificação dos distribuidores e produtores sejam preenchidos satisfatoriamente nos TCAs. Uma nova avaliação será realizada em fevereiro de AS ANALISES LABORATORIAIS Visando a uniformização dos procedimentos laboratoriais, a Coordenação do Programa esta providenciando a aquisição de novos padrões de referência e o treinamento de pessoal para a alimentação do Sistema de Gerenciamento de Amostras (SGA/PARA) junto aos laboratórios AÇÕES NOS ESTADOS Os índices de contaminação observados nas analises de vários tipos de produtos, motivaram a realização de reuniões envolvendo diversos órgãos públicos, sociedade civil organizada e empresas privadas. Os resultados encontrados nas amostras de mamão coletadas em Pernambuco, na primeira etapa do Programa, por exemplo, alertaram as autoridades daquele Estado para esta questão. Em decorrência, o Ministério Público decretou que a Secretaria de Estado da Agricultura, instruísse os produtores na correta utilização dos agrotóxicos nas lavouras e ainda que um programa de monitoramento estadual fosse realizado pela Vigilância Sanitária INGREDIENTES ATIVOS DITIOCARBAMATOS O método espectrofotométrico presentemente empregado na determinação de resíduos de ditiocarbamatos em hortifrutícolas inclui a conversão de todos os resíduos de ditiocarbamatos a dissulfeto de carbono (CS 2 ), isto é, permite apenas a determinação de resíduos totais de ditiocarbamatos, não possibilitando identificar qual agrotóxico foi empregado pelo agricultor. Com exceção da cultura de alface, onde o emprego dos ditiocarbamatos não é permitido, este fato impossibilita aos laboratórios verificar se um determinado resultado encontrado nas análises, poderia corresponder ou não a uma situação de irregularidade. Para tentar resolver esta questão, a ANVISA em colaboração com a Coordenação do PARA determinou que o assunto fosse estudado por um Grupo de Consultores, o qual se reuniu duas vezes durante o primeiro ano do programa e traçou diretrizes para a definição de metodologia de quantificação do CS 2. O Grupo de Consultores deverá apresentar uma proposta definitiva sobre este assunto ainda no 1º trimestre de
18 DICOFOL O Dicofol passou por uma reavaliação na ANVISA motivada por denuncias que acusavam o Ingrediente Ativo de conter impurezas de DDT acima do permitido em suas formulações, bem como frente à suspeita de ser carcinogênico, tendo em vista os ensaios laboratoriais toxicológicos avaliados. A urgência para a conclusão daquela avaliação foi reforçada pelos resultados analítico do PARA onde resíduos daquele agrotóxicos foram freqüentemente encontrados nos produtos analisados. Por exemplo, os resultados das analises do PARA apontaram uma incidência de 16,67% de dicofol no mamão, cultura para a qual não é autorizado CULTURAS MORANGO Dentre as culturas analisadas, a do morango se destaca devido ao alto índice de contaminação detectado nas amostras advindas dos quatro estados, muitas das quais apresentaram-se contaminadas com resíduos de até cinco distintos ingredientes ativos. A ANVISA levou a questão ao Comitê Técnico de Assessoramento para Agrotóxicos (CTA), atualmente sob sua gestão administrativa, para que em conjunto com os Ministérios da Agricultura, Abastecimento e Pecuária e do Meio Ambiente, através do IBAMA, fossem tomadas medidas de controle e prevenção. Como resultado deste foro, está a criação de um grupo técnico, que terá com objetivo orientar e monitorar os produtores e suas associações, no cultivo do morango. 18
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