ESTUDO DE UMA FLORA HERBÁCEA EM JUCURUTÚ NO SERIDÓ DO ESTADO DO RN.
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- Sophia Cavalheiro Viveiros
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1 ESTUDO DE UMA FLORA HERBÁCEA EM JUCURUTÚ NO SERIDÓ DO ESTADO DO RN. Luis Carlos dos Santos GVAA Grupo Verde de Agricultura Alternativa Km 47 da BR 110 Mossoró RN Valdivan Cândido de Moura GVAA Grupo Verde de Agricultura Alternativa Km 47 da BR 110 Mossoró RN Francisco Aires Sizenando Filho GVAA Grupo Verde de Agricultura Alternativa Km 47 da BR 110 Mossoró RN Luciene Xavier de Mesquita GVAA Grupo Verde de Agricultura Alternativa Km 47 da BR 110 Mossoró RN Yvana Christine da Silva Costa GVAA Grupo Verde de Agricultura Alternativa Km 47 da BR 110 Mossoró RN RESUMO Realizouse um levantamento da flora herbácea em dois ambientes, sendo o primeiro denomidado de Ambiente A (Caatinga mais preservada ou seja mais fechada) e o segundo de ambiente B (Caatinga antropisada para criar pastagens e retirada de madeira para fins energéticos e etc). Foram coletados 12 parcelas de 10x20 m, sendo que cada parcela foram coletadas 10 subparcelas de 1x1m, totalizando 120 subparcelas por ambiente e 240 subparcelas nos dois ambientes. Os dados analisados apresentaram 22 famílias e 41 espécies no ambiente A e 18 famílias e 37 espécies no ambiente B. Os parâmetros florísticos e fitossociológicos foram (densidade e freqüência). As espécies, Digiteria sanguinalis e Stylosanthes angustifolia Vog. apresentaram e maiores quantidades de indivíduos nos ambientes estudados. Tendo um destaque a Digiteria sanguinalis por apresentar elevadas quantidades de indivíduos nos dois ambientes. Palavras Chaves: Flora da caatinga, Jucurutú, cobertura vegetal I STUDY OF A HERBACEOUS FLORA IN JUCURUTÚ IN THE SERIDÓ OF THE STATE OF THE RN. ABSTRACT It took place a rising of the herbaceous flora in two atmospheres, being the first presents of Atmosphere THE (Savanna more preserved or be more closed) and the second of atmosphere B (Savanna antropisada to create pastures and wood retreat for energy ends and etc). 12 portions of 10x20 m were collected, and each portion was collected 10 subparts of 1x1m, totaling 120 subparts for atmosphere and 240 subparts in the two atmospheres. The analyzed data presented 22 families and 41 species in the atmosphere THE and 18 families and 37 species in the atmosphere B. The parameters floristic and
2 fitossociológicos were (density and frequency). The species, Digiteria sanguinalis and Stylosanthes angustifolia Vog. they presented and larger amounts of individuals in the studied atmospheres. Tends a prominence the Digiteria sanguinalis for presenting high amounts of individuals in the two atmospheres. Key words: It blooms of the savanna, Jucurutú, vegetable covering INTRODUÇÃO A caatinga compreende um número elevado de comunidades vegetais tipicamente compostas por espécies xerófilas possuindo um baixo nível de endemismo animal e pobreza no número de espécies. Sendo também, conhecida como sertão, possui uma fauna pouco numerosa, em decorrência das condições edafoclimáticas da região e mais ainda, pelo modelo de ocupação e exploração adotadas desde o século XVI pelos seus colonizadores e atuais moradores (ALCÂNTARA NETO 1998). A caatinga possui uma certa perturbações antrópica, como os processos de corte e de queima, sistematicamente aí aplicados. Estudos têm revelado que a queima provoca redução drástica do volume de copa, bem como da densidade das espécies nas áreas assim exploradas. Sampaio et. al., (1993); Leite, (1999). Nas regiões semiáridas crescem os índices de devastação e degradação dos recursos naturais, como tem acontecido no semiárido nordestino, que apresenta grande parte da sua área com alto risco de desertificação devido à degradação da cobertura vegetal e do solo (MMA, 1998; PEREIRA, 2000). Diagnóstico sobre a cobertura florestal, os solos e as tendências de desertificação no semiárido brasileiro apontam a pequena produção agropecuária como uma das possiveis causas de impactos ambientais negativos, tendo como origens o alto índice de desmatamento nas pequenas unidades produtivas, seguidos de uso de tecnologias inapropiadas para a região que passam a provocar o desgaste de solos, além da alta pressão antrópicas no uso de recursos florestais para finalidades diversas (FETARN, 1995). Considerados a extensão e a importância econômicoecológica da caatinga para a população do nordeste, bem como o nível de alteração a que o bioma já está submetido, justificase a preocupação com a biodiversidade desse ecossistema, tornando necessário a realização de estudos que fornecem subsídios para a conservação e o uso racional dos recursos naturais nele existentes (PEREIRA, 2000). É notório que a degradação paisagística rural resulta, além do avanço da fronteira agropecuária (ocorrido durante séculos de ocupação humana) objetivando atender a crescente demanda populacional por mais alimentos, também da exigência cada vez maior por habitação e energéticos florestais ( carvão vegetal e lenha), esse último componente para atender a indústria (cerâmicas), o comércio( pizzarias, churrascarias e padarias) e o setor doméstico ( residências, casas de farinha e olarias) (CAVALCANTE, 2000). A fitossociologia pode ser conceituada como a ecologia quantitativa de comunidades vegetais. Envolvendo as interrelações de espécies vegetais no espaço e, de certa forma, no tempo. Seus objetivos referemse ao estudo quantitativo da composição florística, estrutura, funcionamento, dinâmica, distribuição e relações ambientais da comunidade vegetal.
3 A fitossociologia apoiase sobre a taxonomia vegetal, mantendo relações estreitas com a fitogeografia e as ciências florestais. Visto isto, a fitossociologia é o estudo das comunidades vegetais no que se refere à origem, estrutura, classificação e relações com o meio. Ocupase da identificação dos diferentes tipos de vegetação e comunidades de plantas. Através da aplicação de um método fitossociológico podese fazer uma avaliação momentânea da estrutura da vegetação, através da frequência e densidade ocorrentes numa dada comunidade ( PEREIRA, 2000). Este estudo teve como objetivo verificar o comportamento da flora herbácea frente o processo de antropisação ocorrido na região do seridó no Estado do Rio Grande do Norte. MATERIAIS E MÉTODOS O presente trabalho foi desenvolvido na propriedade do Sr. Aluízio Queiroz no sítio Várzea Comprida, próximo a Vila Camilo, localizada no município de Jucurutu no Seridó do Estado do Rio Grande do Norte, com aproximadamente 100 ha de área. Localizada à 5 km da margem esquerda da RN 118, há 20 km no sentido Jucurutu São Rafael/RN, limitandose ao Norte pela propriedade do senhor Francisco Cândido de Souza; ao Sul pela propriedade do senhor Renato Luiz de Moura; ao Leste pelo Riacho Oiti e a Oeste pela Vila Camilo. Tendo uma posição geográfica determinada pelo paralelo de Longitude (Oeste) de 36º e Latitude (Sul) 05º e uma elevação média em torno de 75 m. De acordo com os dados do IDEMA (1999) as Condições climáticas da microregião há predominância do clima subúmido, com período chuvosos variando de fevereiro a junho, precipitação pluviométrica média anual de 860,1 mm, com máximas de 1984,9 mm e mínima de 81,0 mm, umidade média relativa do ar anual de 70% e temperatura média anual de 28,1ºC. Apresentando um Relevo, com altitude de 63 m na sede, vando de 100 a 200 metros, na serra de João do Vale. Possuindo uma Formação vegetal, caatinga Hiperxerófila com vegetação de caráter mais seco, com plantas de porte mais baixas e espalhadas. Entre outras espécies destacase as: juremas, marmeleiro, catingueiro, pereiro e angico, xiquexique, cardeiro e facheiro. Estando na sua grande maioria, bastante degradada devido à retirada de madeira para construção de secas e fabricação de carvão ou lenha. Os solos são predominantes Brumo não cálcio vértico, com fertilidade natural alta, textura arenosa / argilosa e média / argilosa, relevo suave ondulado, raso susceptível a erosão e moderadamente drenado. Aluviais Eutróficos, com fertilidade natural alta; textura argilosa / arenosa, argilosa ou arenosa, mediamente profundos, imperfeitamente a moderadamente drenado e relevo plano. Suas aptidão agrícola são regular e restrita para lavouras, aptas para culturas especiais de ciclo curto nas áreas de várzeas, na parte norte. Aptidão regular para pastagens natural e apta para culturas especiais de ciclo longo, tais como: Algodão arbóreo, sisal, caju e coco; pequenas áreas isoladas a oeste e sudoeste, indicadas para preservação da flora e da fauna ou para recreação. Geologicamente o município abrange terrenos permanentes ao embasamento cristalino, caracterizados por rochas do tipo gnaisses cinza fino laminados, com epidoto e anfibolitos, tactitos, lentes de calcários e quartzitos da formação Jucurutu, com idade précambriano médio (aproximadamente 1000 milhões de ano). Além de xistos de filitos da formação seridó, cortados por
4 granitos, veios de quartzo e pegmatitos. Há ocorrência dos seguintes: Minerais não metálicos mármore, calcário e barita. E minerais metálicos ferro. Na sua hidrogeologia é formada pelo Rio Piranhas Açu, apresentando: Aqüífero cristalino engloba todas as rochas cristalinas, onde o armazenamento de águas subterrâneas somente se torna possível em áreas que a geologia local apresentar fraturas associadas a uma cobertura de solos residuais significativas. Os poços perfurados apresenta um vazão média baixa de 3,05 m 3 /h e uma profundidade ate 60 m com água comumente apresentando alto teor salino de 480 a 1400 mg/l com restrição para o consumo humano e uso agrícola. Aqüífero aluvião apresentase disperso, sendo constituído pelos sedimentos depositados nos leitos e terraços dos rios e riachos de maior parte. Estes depósitos caracterizamse pela alta permeabilidade, boas condições de realimentação e uma profundidade média em torno de 7 m. A qualidade da água geralmente é boa e pouca explorada. As unidades amostrais foram constituídas de parcelas permanentes medindo 10x 12 m, sendo 12 parcelas por ambientes em áreas mais conservadas (ambiente A) e área raleada e rebaixada (ambiente B), distribuídas aleatoriamente e 10 sub parcelas medindo 1 m 2 em cada parcela dos dois ambientes. O material foi identificado pelo curador do Herbário da UFERSA o Professor Odaci Fernandes de Oliveira. Para os cálculos utilizouse o software Microsoft Excel 2000 versão 9.0. Foram calculados os seguintes parâmetros fitossociológicos: freqüência, dominância, índices de valor de importância e cobertura através das fórmulas ampregadas por (CASTRO,2000; RODAL, 1992). E a densidade por (KREBS, 1986; RODAL,1992). RESULTADOS E DISCUSSÃO O presente trabalho de levantamento da flora no município de Jucurutú no seridó do Rio Grande do Norte, em dois ambientes (preservado e antropizado), foram amostrados de indivíduos com altura inferior a 1m. Os mesmos foram considerados como pertencentes ao extrato herbáceo, enquanto aqueles com altura superior foram considerados como parte na regeneração natural. O quadro I apresenta um resumo dos dados coletados. QUADRO I Resumo dos dados levantados no sítio várzea comprida; município de jucurutu (seridó): Ambiente A e ambiente B Ambientes Nº de Parc N de subparc Área das Parc (Há) Área das subparc(há) Nº de Ind. Nº de Amostradas Ind./ha A ,24 0, B ,24 0, O Ambiente A referese às áreas da caatinga em melhor estado de conservação e que apresentam menor número de indivíduos pertencentes à categoria herbácea, pois com a dificuldade de penetração dos raios solares fica difícil seu desenvolvimento. O Ambiente B referese às áreas de caatinga mais antropizadas e, portanto possui o maior número de indivíduos, pois sendo áreas mais abertas as plantas conseguem se desenvolver melhor e realizar sua fotossíntese.
5 Expressando o Ambiente A melhor estado de conservação e a acentuada degradação constatada no Ambiente B em função da sua utilização dos moradores locais. O quadro à seguir apresenta a distribuição das famílias e das espécies botânicas identificadas nos dois ambientes estudados. Observase que a caatinga mais conservada (Ambiente A) apresenta maior diversidade do que a caatinga antropisada (Ambiente B), uma vez que na primeira foram amostradas 22 famílias e 41 espécies botânicas, enquanto que no Ambiente B (antropizada), foram encontradas 18 famílias e 37 espécies. Quadro II Demonstrativo do número de espécies e de famílias presentes nas áreas estudadas: Caatinga Conservada (Ambiente A) e Caatinga Antropisada (Ambiente B). Ambiente A Ambiente B Ambiente A e B Famílias Espécies No quadro II, observase que as famílias Gramineae e Compositae apresentamse com o maior número no Ambiente A, com 2262 e 1371 indivíduos, enquanto que Gramineae e Leg. Faboideae apresentase em maior número no Ambiente B, com 3294 e 2283 indivíduos, onde a família Gramineae está bem representada nos dois ambientes. As famílias que mais se destacaram com maior freqüência nos ambientes A e B foi a Gramineae com 22,80% no Ambiente A e 22,54% no Ambiente B, representando um total de 45,34% para os dois ambientes, enquanto que as famílias Compositae no ambiente A apresentou13,82% e a Leg. Faboideae com 15,62% no ambiente B, representando um total de 29,44%, para estas famíliase nos dois ambientes. Observase ainda as famílias Loasaceae, Oxalidaceae, Selaginellaceae e Verbenaceae foram encontradas apenas no ambiente A (preservado) e a família Portulacaceae no ambiente B. No próximo quadro, está a relação das espécies identificadas, bem como o número de indivíduos adultos pertencentes a cada uma dela. Observandose o quadro III, vericase nas duas amostras que duas de cada amostra detêm uma percentagem elevada em relação às outras com 22,70% de plantas, onde o ambiente preservado apresenta 11,78% representado pela espécie (Digiteria sanguinalis) com 1168 indivíduos e o ambiente antropisado apresenta 15,53% representrado pela mesma espécie. Enquanto que a espécie (Croton glandulosus Muell. Arg.) apresenta 7,11% no ambiente A e a espécie (Stylosanthes angustifolia Vog.) apresenta 14,47% no ambiente B. QUADRO III Listagem das famílias Amostradas, no Sítio Várzea comprida, município de Jucurutu/RN FAMÍLIAS AMBIENTE A AMBIENTE B ANÁLISE CONJUNTA Nº DE % IND. Nº DE % Nº DE % IND. IND. IND. IND. IND. Aizoaceae 252 2, , ,09 Amaranthaceae 522 5, , ,57 Commelinaceae , , ,12 Compositae , , ,08
6 Cyperaceae 11 0, , ,37 Convovulaceae 488 4, , ,60 Gramínea , , ,66 Euphorbiaceae 922 9, , ,28 Labiatae 324 3, , ,94 Loasaceae Leg.Caesalpinioideae Leg. Faboideae Malvaceae Nyctagynaceae Oxalidaceae Portulacaceae Rhamnaceae Rubiaceae Selaginellaceae Solanaceae Spigeliaceae Verbenaceae NI ,12 0,77 3,36 4,51 1,01 5,03 2,53 0,07 0,77 0,07 0,32 0,05 7, ,55 15,62 5,64 3,84 5,90 6,47 0,01 0,08 1, ,05 4,81 10,66 5,18 2,69 2,03 3,52 1,02 3,88 0,31 0,04 0,18 0,02 3,90 TOTAL , , ,00 Podese constatar também no mesmo quadro que as espécies (Portulaca sp., Aniseia gracilima Choisy, Evolvulus exilis Mart., Aeschynomene sp. e Chamaecrista sp.), só foram identificados no ambiente B, enquanto que as espécies (Crumenaria decumbens Mart., Oxalis sp., Mentzelia fragilis Hub., Stachytarpheta sanguinea Schauer & Mart. E Selaginella convoluta L. ) só foram identificadas no ambiente A. QUADRO IV Relações das espécies estudadas apresentando o número de indivíduos por ambiente, percentagem de indivíduos na área total e o número de parcelas em que os mesmos ocorram. Nome Científico Nº de indivíduos Amostrados % ind. Ambiente A Ambiente B Ambiente A e B A Total NI ,52 11 Richardia grabdiflora (Cham. & Schltdl.) Steud ,88 13 Evolvulus exilis Mart ,16 04 Centrosema pascuorum Mart. Ex Benth ,44 07 Marsypinuthes chamaedrys Kuntze ,89 10 Sida sp ,34 17 Croton glandulosus Muell. Arg ,05 16 Alternanthera ficoidea (L.) R. Br ,57 16 Thianthema portulacastrum L ,09 05 Portulaca sp ,52 10 Dactyloctenium aegyptium (L.)Beauv ,24 10 Digiteria sanguinalis ,01 3 Aristida setifolia ,07 12 Sida sp ,84 18 Centratherum punetatum ,12 17 Nº de Parc.
7 Aniseia gracilima Choisy ,21 03 Crumenaria decumbens Mart ,02 08 Jacquemontia evoluloides Meissn ,86 22 Evolvulus ovatus Fern ,85 11 NI ,39 05 Oxalis sp ,03 10 Bidens sp ,79 11 NI ,29 13 Aeschynomene sp ,60 09 Chamaecrista sp ,13 02 Merremia aegyptia (L.) Urb ,61 11 NI ,91 19 Elvira biflora (L.) DC ,25 13 NI ,26 04 Desmodium sp ,94 12 Ipomeae sp ,91 16 Euphorbia hyssopifobia L ,23 14 Chamaecrista sp ,69 08 Stylosantes angustifolia Vog ,69 17 Boehavia coccinea Mill ,69 14 Mentzelia fragilis Hub ,05 01 Stachytarpheta sanguinea Schauer & Mart ,02 01 Spigelia sp ,18 04 Commelina sp ,60 10 Panicum trichoides Swartz ,32 01 Cyperus sp ,37 06 NI ,06 02 NI ,29 13 Physalis angulata L ,04 04 Hyptis suaveolens L ,05 14 Senna uniflora (Mill.)H.S.Irwin et Barneby ,59 14 Selaginella convulata L ,31 02 TOTAL ,00 É facilmente observado a ocorrência de poucas espécies e indivíduos presentes no ambiente extremamente conservado, pois o ambiente por ter sua vegetação fechada, dificulta a penetração dos raios solares alterando assim o seu desenvolvimento e pela difícil penetração de animais, tornando o acesso complicado. Para os parâmetros de uso corrente foi analisado o Índice de Diversidade de Shannon Weaver, sendo a determinação destes índices realizada separadamente por ambiente, obedecendo à metodologia utilizada por LEITE, (1999). Para o Ambiente A, foi encontrado o seguinte resultado: Índice de Diversidade de Shannon Weaver (H ): 2,3927. Para o Ambiente B: Foi encontrado o seguinte valor: Índice de Diversidade de Shannon Weaver (H ): 2,4441. Considerando estes índices como baixo, se pode fazer referência sobre a baixa diversidade florística, pois quanto maior for o valor de H, maior será a diversidade florística da comunidade. Pois obtemos valores de 2,3927 e 2,4441 para os ambientes A e B se aproximando dos resultados conseguidos por Benevides (2003) com 2,4070 no ambiente A e para o ambiente B 2,4567 no municipio de Caraubas em nosso estado. Sendo superiores aos 0,8841 e 1,7784 para os ambientes A e B encontrados por Miranda (2003) na FLONA de Assu RN. O uso desta equação induz a um resultado tendencioso, entretanto, na prática, este desvio raramente é significativo. Como uma fonte substancial de erro podemos citar
8 a falha de incluir todas as espécies da comunidade na amostra. Erro que cresce na produção que diminui as espécies representadas na amostra. Existe uma tendência da padronização para o calculo de SHANNON usando o log natural, porém qualquer base pode ser usada. Atenção deve ser dada quando se deseja fazer comparação entre amostras. Esse índice atribui maior valor ás espécies raras e é um dos melhores índices para seres usados em comparações caso não haja interesse em abundancia de raridade, FELFILI e VENTUROLI (2000). Quadro V Demonstrativos de densidades absoluta e relativa das espécies por ambiente estudado. Nome Científico Ambiente A Ambiente B Dens. Rel. Dens. Abs. Dens. Rel. Dens. Abs NI 5, ,33 0,77 466,6 Richardia grabdiflora (Cham. & Schltdl.) 0,07 29,17 6, ,67 Evolvulus exilis Mart 0,27 166,67 Centrosema pascuorum Mart. Ex Benth 0,89 366,67 0,14 83,33 Marsypinuthes chamaedrys Kuntze 1,34 554,17 0,59 358,33 Sida sp. 2,35 975,00 2, ,83 Croton glandulosus Muell. Arg. 7, ,50 1, ,17 Alternanthera ficoidea (L.) R. Br 5, ,00 0,75 454,17 Thianthema portulacastrum L. 2, ,00 0,11 66,67 Portulaca sp. 5, ,83 Dactyloctenium aegyptium (L.)Beauv. 4, ,33 2, ,00 Digiteria sanguinalis 11, ,67 15, ,33 Aristida setifolia 2, ,83 4, ,67 Sida sp. 2,14 887,50 3, ,50 Centratherum punetatum 0,95 391,67 1,25 758,33 Aniseia gracilima Choisy 0,35 212,50 Crumenaria decumbens Mart 2, ,83 Jacquemontia evoluloides Meissn 1,94 804,17 3, ,67 Evolvulus ovatus Fern. 0,22 91,67 1,28 779,17 NI 0,42 175,00 0,37 225,00 Oxalis sp. 5, ,17 Bidens sp. 4, ,00 0,05 33,33 NI 5, ,67 0,09 54,17 Aeschynomene sp. 1,00 608,36 Chamaecrista sp. 0,23 137,50 Merremia aegyptia (L.) Urb. 1,31 541,67 0,14 83,33
9 NI 5, ,33 1,01 616,67 Elvira biflora (L.) DC. 2, ,50 5, ,33 NI 0,44 266,67 Desmodium sp. 2,29 950,00 0,01 8,33 Epomeae sp. 1,44 595,83 0,55 337,50 Euphorbia hyssopifobia L. 2,18 904,17 8, ,50 Chamaecrista sp. 4, ,17 Stylosantes angustifolia Vog. 0,17 70,83 14, ,50 Boehavia coccinea Mill. 1,01 416,67 3, ,50 Mentzelia fragilis Hub. 0,12 50,00 Stachytarpheta sanguinea Schauer & Mart. 0,05 20,83 Spigelia sp. 0,32 133,33 0,08 50,00 Commelina sp. 6, ,50 Panicum trichoides Swartz 3, ,17 Cyperus sp. 0,11 45,83 0,54 329,17 NI 0,18 75,00 0,10 62,50 NI 2,29 945,83 0,60 362,50 Physalis angulata L. 0,07 29,17 0,01 8,33 Hyptis suaveolens L. 1,92 795,83 3, ,83 Senna uniflora (Mill.)H.S.Irwin et Barneby 0,34 141,67 2, ,17 Selaginella convulata L. 0,76 316,67 TOTAL 100, ,18 100, ,87 No quadro V verificase que a densidade relativa esta representada por Digiteria sanguinalis, em ambos os ambientes A e B, com isso podemos concluir que os dois ambientes estudados são homogênios em se tratando de composição florística, embora se encontre outras espécies no ambiente com melhor estado de conservação. As espécies que apresentaram maior densidade relativa no ambiente A foram: Digiteria sanguinalis (11,75%) e Croton glandulosus Muell. Arg. (7,09%), enquanto no ambiente B, Digiteria sanguinalis ( 15.53%) e Stylosanthes angustifolia Vog. (14,47%), sendo que a Digiteria sanguinalis apresenta a maior diversidade em ambos ambientes e a Croton glandulosus Muell. Arg. foi o décimo sexto colocado no ambiente B e Stylosanthes angustifolia Vog. foi o vigésimo sexto colocado no ambiente A. Isto mostra que teve uma continuidade de espécies entre os ambientes com maior densidade relativa. Quadro VI apresenta dados referentes às freqüências relativas absolutas paracada ambiente estudado. Sendo as espécies Desmodium sp., Epomea sp. e Jacquemontia evolvuloides Meissn. às que apresentaram maior frequência relativa no ambiente A sendo que teve duas espécies com índices elevados que não foram identificados, enquanto que as espécies Richardia grandiflora (Cham. & Schltdl.) Steud., Dactylotenium aegyptium (L.) Beauv., Digiteria sanguinalis, Stylosanthes angustifolia Vog. e Euphorbia hyssopifobia L., as que apresentaram maiores frequências relativas no ambiente B. Observase que teve uma espécie que não foi identificada, sendo ela que mais apresentouse uniformemente distribuída em toda a área de estudo, ou seja, nos dois ambientes A e B. Ainda no quadro VI constatouse que a soma das espécies no ambiente A é 23,62%, e no ambiente B é 22,90%, demonstrando que são importantes
10 ecologicamente para manutenção do ecossistema. Quadro VI Demonstrativos de frequências absoluta e relativa das espécies por ambiente estudado. Nome Científico Ambiente A Ambiente B Freq. Rel. Freq. Abs. Freq. Rel. Freq. Abs NI 3,38 66,67 1,15 25,00 Richardia grabdiflora (Cham. & Schltdl.) Steud. 0,84 16,67 4,58 100,00 Evolvulus exilis Mart 1,53 33,33 Centrosema pascuorum Mart. Ex Benth 2,11 41,67 0,76 16,67 Marsypinuthes chamaedrys Kuntze 2,53 50,00 1,91 41,67 Sida sp. 3,38 66,67 3,44 75,00 Croton glandulosus Muell. Arg. 3,38 66,67 3,82 83,33 Alternanthera ficoidea (L.) R. Br 1,69 33,33 3,05 66,67 Thianthema portulacastrum L. 2,11 41,67 3,82 83,33 Portulaca sp. 1,53 33,33 Dactyloctenium aegyptium (L.)Beauv. 2,11 41,67 4,58 100,00 Digiteria sanguinalis 4,22 83,33 4,58 100,00 Aristida setifolia 2,11 41,67 3,05 66,67 Sida sp. 3,80 75,00 3,44 75,00 Centratherum punetatum 2,95 58,33 3,82 83,33 Aniseia gracilima Choisy 1,15 25,00 Crumenaria decumbens Mart 3,38 66,67 Jacquemontia evoluloides Meissn 4,64 91,67 4,20 91,67 Evolvulus ovatus Fern. 1,69 33,33 2,67 58,33 NI 0,84 16,67 1,15 25,00 Oxalis sp. 4,22 83,33 Bidens sp. 4,22 83,33 0,76 16,67 NI 5,06 100,00 0,38 8,33 Aeschynomene sp. 3,44 75,00 Chamaecrista sp. 0,76 16,67 Merremia aegyptia (L.) Urb. 3,80 75,00 0,76 16,67 NI 4,64 91,67 3,05 66,67 Elvira biflora (L.) DC. 1,27 25,00 3,44 75,00 NI 1,53 33,33 Desmodium sp. 4,64 91,67 0,38 8,33 Epomeae sp. 4,64 91,67 1,91 41,67 Euphorbia hyssopifobia L. 1,27 25,00 4,58 100,00 Chamaecrista sp. 3,05 66,67 Stylosantes angustifolia Vog. 2,11 41,17 4,58 100,00
11 Boehavia coccinea Mill. 1,27 25,00 4,20 91,67 Mentzelia fragilis Hub. 0,42 8,33 Stachytarpheta sanguinea Schauer & Mart. 0,42 8,33 Spigelia sp. 0,84 16,67 0,76 16,67 Commelina sp. 4,22 83,33 Panicum trichoides Swartz 0,42 8,33 Cyperus sp. 0,84 16,67 1,53 33,33 NI 1,69 33,33 0,76 16,67 NI 2,95 58,33 2,26 50,00 Physalis angulata L. 0,84 16,67 0,38 8,33 Hyptis suaveolens L. 2,11 41,67 3,82 83,33 Senna uniflora (Mill.)H.S.Irwin et Barneby 2,11 41,67 3,44 75,00 Selaginella convulata L. 0,84 16,67 TOTAL 100, ,03 100, ,34 CONCLUSÕES As áreas de caatinga Antropisada apresentam um estado, de devastação bastante acentuada,mesmo assim na flora herbácea apresenta um maior número de famílias e de espécies identificadas em relação a área de caatinga mais preservada. Sendo as famílias Graminea e Leg. Faboideae são as que apresentam o maior número de indivíduos entre dois ambientes entudaods. Além da família Euphorbiacea apresentou um número de indivíduos bastante expressivo no ambiente antropisado, algumas famílias como: Loasaceae, Selaginellaceae e Verbenaceae só apareceram no ambiente preservado, enquanto que a família Portulataceae só apareceu no ambiente antropisado, sendo a fmília Gramineae bastante representativa nos dois ambientes. As espécies Digiteria sanguinalis e Stylosanthes angustifoliavog., apresentaram maiores quantidades de indivíduos nos ambientes estudados, tendo a Digiteria sanguinalis um destaque nos dois ambientes. Os ambientes estudados (preservados e antropisados) apresentaram um estado de conservação diferente de um para outro. Sendo o ambiente Antropisado apresentando um estado de degradação mais elevado. A eliminação de algumas espécies no ambiente antropisado é ocasionado ela exploração sem controle dos proprietários da terra ou por moradores da região. Na eliminação de algumas espécies ou família é muita vez devido a falta de informação do que pode ocasional o impacto ambiental para o solo ou até mesmo para região. Observase que é impossível obter um desenvolvimento de impactos ambientais sem um estudo e/ou planejamento menos prejudicial de exploração para garantir a sustentabilidade dos ecossistemas naturais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALCÂNTARA NETO, ÂNTONIO QUEIROZ. Antropismo, Biodeversidade e Barragens: O caso da Barragem Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves AssúRN. Universidade Estado do Rio Grande do Norte UERN, MossoróRN, Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente). Pg. 12. CAVALCANTE, A. de M.B.; LIMA, L.C. Paisagens rurais antrópica do Baixo Jaguaribe, II SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE MEIO AMBIENTE E
12 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO SEMIÁRIDO, UERN/CEMAD, MossoróRN, 2000, Anais., p ASSIS, E., M. de. Levantamento florístico e fitossociológico do estrato arbustivoarbóreo de dois ambientes do Assentamento Cabelo de Negro. (Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação) ESAM Escola Superior de Agricultura de Mossoró RN, 2001,32p. BENEVIDES D. de S. Estudo florístico e fitossociologico da flora herbácea da Fazenda Xiquexique, município de CaraúbasRN (Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação) ESAM Escola Superior de Agricultura de Mossoró RN, 2003, 33p. Castro, A.A.J.F Cerrados do Brasil e do Nordeste: produção, hoje, deve também incluir manutenção da biodiversidade. Pp In: A.H. Benjamin & J.M.C. Sícoli (eds.). Agricultura e Meio Ambiente. São Paulo, IMESP. FELFILI, J.M.; VENTUROLI, F. Tópicos em análise de vegetação. Comunicações Teóricas Florestais. UNB/ Faculdade de Tecnologia/Departamento de Engenharia Florestal, Brasília, junho de v.2 n.2 pg. 2). FETARN. Federação dos trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Norte. Impactos ambientais da pequena produção agropecuária no semiárido nordestino. São José do Mipibu. Dezembro, p.10. Planejamento e Finanças, Natal RN. Informativo Municipal Jucurutu V. 05p LEITE V.T., Análise da Estrutura Fitossociológica do estrato Arbustivo Arbóreo de Duas Tipologias de Caatinga Ocorrentes no Município de Jucurutu de São João do CaririPB. AREIAPB, Marli 1999, Dissertação (Graduação) UFPB, pg e 35. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE DOS RECURSOS HÍDRICOS E DA AMAZÔNIA LEGAL MMA convenção das Nações Unidas de combate á Desertificação, Nos Países Afetas por Seca Grave e/ou Desertificação, particularmente na África. 2ª edição, Plano Nacional de Combate a desertificação, Brasília pg. 7 e 11. MIRANDA, M. A. da S. Estudo da Flora Herbácea de dois ambientes da FLONA Florestal Nacional de Açú RN. (Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação) ESAM Escola Superior de Agricultura de Mossoró RN, 2003, 36p PEREIRA, I.M. Levantamento Florístico do Estado Arbustivo Arbóreo e Análise da Estrutura Fitossociológica de Ecossistema de Caatinga sob diferentes níveis de Antropismo, UFPB AreiaPB Desertificação (Mestrado em Produção Vegetal). Pg. 1,3,6,7,11 e 26. RODAL, M.J.N.; SAMPAIO, E.V. de S.B.; FIGUEIREDO, M.A. Manual sobre métodos de estudo florístico e fitossociológico Ecossistema Caatinga SBB. Dezembro, p IDEMA Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte. Secretaria de RODAL, MARIA J. NOGUEIRA; SAMPAIO, EVERARDOV. De SÀ BARRETO; FIGUEIREDO, MARIA
13 ANGÉLICA. Manual Sobre Métodos de Estudo Florístico e Fitossociológico ECOSSISTEMA CAATINGA SBZ Dezembro/1992. Pg KREBS, C.J. Ecological Methodology. Harper Collins Publishers, Nova York, 654p., RODAL, MARIA J. NOGUEIRA; SAMPAIO, EVERARDOV. De SÀ BARRETO; FIGUEIREDO, MARIA ANGÉLICA. Manual Sobre Métodos de Estudo Florístico e Fitossociológico ECOSSISTEMA CAATINGA SBZ Dezembro/1992. Pg SAMPAIO, E.V.S.B.; SALCEDO, I.H. & KAUFFMAN, J.B. Effect of diferent fire severities on coppicing of caatinga vegetation in Serra Talhada, PE, Brazil, Blotropica, Lawrence, v. 25, n.4, p , 1993.
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