Anatomia do SNC e SNP
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- Estela Ferretti Marroquim
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1 Anatomia do SNC e SNP
2 Dr. J. Eduardo F Fernandes
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14 Dr. J. Eduardo F Fernandes
15 Dr. J. Eduardo F Fernandes
16 DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR DA CRIANÇA
17 NEUROPLASTICIDADE Dr. J. Eduardo F Fernandes
18 A neuroplasticidade dentre suas muitas definições pode ser a capacidade de adaptação do sistema nervoso, especialmente a dos neurônios, às mudanças nas condições do ambiente que ocorrem diariamente na vida dos indivíduos. Dr. J. Eduardo F Fernandes
19 Um consenso na literatura sobre a plasticidade cerebral é que o aprendizado de determinada atividade ou a somente prática da mesma, desde que não seja simples repetição de movimentos, induza mudanças plásticas e dinâmicas no sistema nervoso central (SNC). Isto porque o treinamento motor pode promover neurogênese, sinaptogênese, angiogênese, modulação pré e pós sináptica entre outros, e todos esses podem contribuir para resultados positivos na recuperação em resposta a esse treinamento. Dr. J. Eduardo F Fernandes
20 FATORES DE RISCO
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26 DESENVOLVIMENTO MOTOR AS HABILIDADES MOTORAS NA INFÂNCIA SE APERFEIÇOAM COM RAPIDEZ.
27 HABILIDADES MOTORAS SE DIVIDEM EM TRÊS GRUPOS: 1- PADRÕES LOCOMOTORES andar, correr, saltar, pular 2- PADRÕES NÃO-LOCOMOTORES empurrar, puxar, inclinar. 3- PADRÕES MANIPULATÓRIOS agarrar, arremessar, pegar, chutar, movimentar objetos.
28 Marcos do desenvolvimento Idade Habilidade locomotora Habilidade não- locomotora Habilidade manipulativa 1 mês Reflexo de marcha Levanta a cabeça, acompanha objetos com os olhos 2-3 meses Eleva a cabeça até 90 graus deitado de bruços 4-6 meses Vira-se, senta- Mantém se com cabeça ereta auxilio, quando engatinha sentado Segura objetos colocados na mão Começa a bater em objetos ao alcance Alcança e segura objetos
29 7-9 meses Senta sem ajuda, engatinha meses Ficar de pé, anda segurando nos objetos, anda sem ajuda meses Caminha para trás, para os lados, corre Agacha-se e inclina-se Rola bola. Transfere objetos de uma mão para outra Sinais de preferência de mão, segura colher, não leva alimento à boca. Empilha blocos, coloca objetos em pequenos recipientes
30 Cada criança varia na sua taxa de desenvolvimento, contudo a sequência é similar para todas as crianças. Mesmo crianças com problemas neurológicos seguem um padrão de desenvolvimento similar, embora mais lento.
31 Efeitos ambientais no desenvolvimento: Em relação à formação cerebral (dendritos e sinapses) este desenvolvimento dá-se em torno dos três a cinco meses finais da gravidez e nos primeiros dois a três anos após o nascimento. A deficiência nutricional nessa fase possui graves consequências.
32 Exercitar as habilidades favorece um desenvolvimento mais autônomo e com maior habilidade. Contudo sem esquecer-se do processo de maturação.
33 Desenvolvimento Motor Anormal É qualquer interferência dentro do processo de desenvolvimento motor normal. Uma criança com atraso no desenvolvimento motor terá como conseqüência algum déficit neurológico.
34 Objetivo A Fisioterapia trabalha com a facilitação do aprendizado motor, ou seja, o fisioterapeuta começa a dar suporte para que a criança possa aprender o movimento. O fisioterapeuta funciona como uma extensão do SNC da criança, pois trabalha com pontos chaves para que ela consiga adquirir o movimento. Já com o adulto se trabalha com o reaprendizado, ou seja, com a memória.
35 Quanto mais nova for a criança, mais difícil de se identificar o atraso motor que ela tem, e mais difícil ainda é saber o que esta faltando para essa criança.
36 Provas de Atividades Reflexas e Avaliação Funcional A criança difere do adulto porque ela ainda não tem adquirido A criança difere do adulto porque ela ainda não tem adquirido algumas habilidades motoras, simplesmente porque a criança não tem a maturação do SNC.
37 A criança nasce sem a integração dos sistemas; os engramas ainda estão se formando, e com a maturação do SNC (a partir do momento em que os sistemas vão aumentando) é que ela vai adquirindo novas habilidades motoras.
38 Muitas vezes a criança nasce com algumas atitudes típicas de organismos mais primitivos como a medula e o mesencéfalo. A partir do seu desenvolvimento os sistemas vão se integrando e esses sistemas mais baixos vão ficando, de uma certa forma, mais deprimidos. Surgem sistemas mais superiores, mais desenvolvidos que, obviamente interagem com os sistemas medular e mesencefálico.
39 Com o SNC maturado, desenvolvido, quem começa a prevalecer sobre os outros sistemas é o córtex, mas interagindo ao mesmo tempo.
40 Teoria dos Sistemas: Os sistemas interagem o tempo inteiro, cada um tem a sua função, a sua informação e a sua importância. O que estabelece a maturação é a integração de O que estabelece a maturação é a integração de todos os sistemas com o córtex e vice-versa.
41 Ao nascer, a criança vai apresentar alguns reflexos típicos de um recém-nascido; e a partir de uma faixa etária deixa de ser reflexo, o que a criança apresenta é muito mais uma reação.
42 Chama-se reflexo quando é uma atitude involuntária primitiva, ou seja, quando parte de um sistema mais inferior ao córtex (medular, mesencefálico).
43 Chamam-se reações quando são ditadas de estruturas mais superiores (córtex). Obs: Ao nascer a criança não tem nenhuma Obs: Ao nascer a criança não tem nenhuma reação ainda, pois as reações são caracterizadas pela maturação do sistema nervoso.
44 Reflexos: Ao nível de Tronco Encefálico:
45 Reflexo de Liberação de Vias Aéreas: Quando colocado em DV, o recém-nascido é capaz de realizar uma lateralização da cabeça para um dos lados (mesmo sem conseguir retificar o pescoço) para liberar as vias aéreas. Obs: A nível de ponte, bulbo. â Ocorre no 1 o mês, pois depois a criança já vai adquirir força, ou seja, vai lateralizar a cabeça usando força.
46 Reflexo de Fuga: Ao fazer um estímulo na planta do pé da criança em DD, ela puxa a perna (tríplice retirada) numa tentativa de fugir desse estímulo mais doloroso. â Ocorre no 1 o mês. Obs: Este reflexo é ao nível de MEDULA.
47 Reflexo de sucção: Ao encostar o bico do peito na criança ela suga. â Ocorre a partir do 6 o mês intrauterino. Quando a criança chega ao 22 o dia de vida e ainda não faz sucção, é indício de que é uma criança patológica grave e que ela não será mais capaz de faze-lo.
48 Reflexo de Morder: Esse reflexo é o esboço do reflexo de sucção, é um abrir e fechar da boca. â Ocorre até ± a 3 a semana.
49 Reflexo dos Pontos Cardiais (teste de procura): Ao tocar nos pontos da boca da criança ela Ao tocar nos pontos da boca da criança ela procura.
50 Reflexo de Gallant: Colocando a criança em DV e estimulando a musculatura paravertebral de um dos lados, ela se curvará para o mesmo lado do estímulo. â Observado até ± 2 o mês.
51 Reflexo de Marcha automática: Quando colocado em pé numa mesa, com anteriorização de tronco, a criança é capaz de desencadear a marcha automática (flexão de uma perna e extensão da outra). â ± 2 o mês.
52 Reflexo de Vômito: Ao introduzir o V dedo um pouco mais dentro da boca da criança, ela reage com vômito (reflexo de defesa para que ela não engasgue). â Ocorre ± no 3 o /4 o mês.
53 â ± no 6 o mês começa a introdução de papinha para a criança, e com isso, ela perde esse reflexo (perde essa sensibilidade nos primeiros 1/3 da língua para o vômito) â ± no 7 o /8 o mês esse reflexo é visto durante o sono (na parte mais interna da língua).
54 Reflexo de Positiva de Suporte: Quando a criança é colocada com os pés apoiados num suporte, visualiza-se uma co-contração dos MMII como uma resposta tátil proprioceptiva do próprio contato, dando uma aparência de pilar. Obs: A resposta tátil proprioceptiva desencadeia uma isometria. Esse reflexo é inibido quando a criança começa a ser capaz de apoiar em calcanhar (5 o /6 o mês).
55 Reflexo de Negativa de Suporte: Ao tirar os pés da criança de um suporte, ela faz flexão.
56 Reflexo de Preensão Palmar: Ao colocar a sua mão na mão da criança, ela reage com preensão. â Esse reflexo é perdido quando a flexão fisiológica já diminuiu e a criança consegue descarregar peso na postura de PUPPY, ± no 6 o mês.
57 â É um reflexo tátil proprioceptivo. (extremamente primitivo). Quando ocorre o amadurecimento do SNC e a criança começa a conseguir vencer a gravidade e sustentar peso sobre o braço ela começa a soltar os objetos (em torno do 6 o mês). Obs: Começa no recém-nascido, mas não é um reflexo típico de recém-nascido (bulbo, ponte). No 6 o mês já é mesencefálico.
58 Reflexo de Preensão Plantar: Ao colocar o dedo em baixo dos dedos da criança, ela reage com preensão. â Esse reflexo é perdido ± no 5 o /6 o mês (apoio total de calcanhar) â É um reflexo tátil proprioceptivo.
59 Reflexo Cutâneo Plantar: Ao fazer um estímulo na lateral da planta do pé da criança, até 1 ano ela responde com abdução e extensão de hálux. Com 2 anos ela responde com flexão de hálux.
60 Postura de Opstótomo: Obs: Nos casos mais graves, a extensão é tão grande que a criança chega a formar um arco. Apoio em um dos calcanhares e occipital, pernas em tesoura (cruzada), flexão de punho e cúbito, rotação interna de úmero e boca aberta.
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62 Algumas crianças fazem aumento de tônus em tesoura também em MMSS, ou seja, flexão de punho, extensão de cúbito, rotação interna de úmero e braços cruzados. Obs: A criança engasga, pois não consegue engolir saliva.
63 RTL Reflexo Tônico Labiríntico: É desencadeado pelo posicionamento da cabeça (labirinto) no espaço. Obs: Característica marcante do recém-nascido até ± o 2 o mês, onde predomina o plano sagital. Ao posicionar a criança na postura genopeitoral (quase DL) com a cabeça mais em extensão, ocorre um ligeiro aumento do tônus para extensão de todo o corpo da criança. â Até ± 2 o mês.
64 Obs: O posicionamento do labirinto no espaço dita o aumento ou não do tônus. Posicionar o labirinto no espaço é de extrema importância para controlar um tônus patológico (criança ou adulto). Numa criança com espasticidade, se você jogar o labirinto para trás, ela vai entrar numa espasticidade incontrolável. O kique na bola aumenta o tônus eretor, ou seja, normaliza o tônus mantendo uma maior retificação do tronco pelo labirinto.
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66 Qualquer reflexo labiríntico é desencadeado pela musculatura nucal, ou seja, pelo posicionamento da cabeça no espaço. Eles vão mudar a distribuição tonal de todo o corpo da criança, pois o labirinto é um órgão totalmente ligado a distribuição de tônus muscular. NUNCA se deve estimular reflexo numa criança patológica.
67 RTCA Reflexo Tônico Cervical Assimétrico (reflexo do esgrimista): Ao rodar (lateralizar) a cabeça da criança para um dos lados, observa-se uma maior extensão do MS e MI do lado do olhar e para o lado occipital, uma flexão do MS e MI. â Observado desde o recém-nascido até ± 4 a 6 meses. Obs: Numa criança normal o RTCA vai diminuindo gradativamente, e mesmo no recém-nascido, dificilmente esta criança permanece no RTCA por muito tempo.
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69 O RTCA é a primeira noção que a criança tem dos lados direito e esquerdo, noção de transferência de peso. olhar Estímulo ao RTCA Estimular a criança pelo RTCA patológico Quando ocorre de forma abrupta ou permanece depois do 6 o mês. Obs: O recém-nascido e a criança patológica que entram em RTCA, também fazem uma curvatura na coluna (forma um C), uma flexão lateral do tronco.
70 RTCS Reflexo Tônico Cervical Simétrico: Quando se tem uma extensão da cabeça é desencadeado aumento do tônus extensor dos MMSS e aumento do tônus flexor dos MMII (gato olhando a lua) Quando se tem ema flexão da cabeça é desencadeado aumento do tônus flexor dos MMSS e aumento do tônus extensor dos MMII (gato bebendo água). â Observado até 4 a 6 meses (extremamente sutil). Obs: Padrão total Criança patológica grave
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72 As crianças mal trabalhadas usam esse padrão para se locomover (padrão coelho usa a flexão e extensão da cabeça para se locomover, algumas crianças chegam a saltar).
73 Reações Associadas: As reações associadas são observadas em crianças hemiplégicas (não é o movimento normal), que ao tentar realizar um movimento do lado são, aumentam o tônus do lado hemiplégico. Obs: Reação associada é quando ocorre aumento de tônus, ou seja, é um movimento anormal, como se o lado lesado tentasse auxiliar o movimento. Ocorre principalmente quando a criança tenta realizar um grau de força que represente uma maior dificuldade para ela.
74 Ao nível Mesencefálico:
75 Reação Cervical de Retificação: Quando a cabeça da criança é rodada para um dos lados (ativo ou passivo), segue-se a rotação com o corpo como um todo em direção ao lado onde a criança foi virada. É a criança virar em bloco, também desencadeado pelos músculos cervicais. â Observado do nascimento até no máximo 6 meses.
76 Reação Corporal Agindo sobre o Corpo: Ela modifica a reação cervical de retificação, introduzindo uma rotação no tronco entre os ombros e o quadril. A criança pode iniciar o virar pelo ombro, o corpo agora dissocia, o quadril segue mais tarde ou ao inverso. É o rolar dissociado. â Observado do 6 o ao 8 o mês (experimento do plano rotacional).
77 Reação Labiríntica de Retificação: Ela serve para manter a cabeça em posição normal no espaço. É fraca no recém-nascido e realmente presente no 4 o ao 6 o mês. â Começa do 4 o ao 6 o mês. Obs: Persiste por toda a vida.
78 Quando se esta de pé e transfere-se peso para um dos lados, a cabeça lateraliza, o tempo inteiro o labirinto tenta manter a retificação. Quando você sai do seu eixo de gravidade, o corpo tenta retificar, e isso sempre começa pela cabeça.
79 A criança que não sustenta a cabeça nunca vai conseguir uma marcha biomecanicamente correta, não vai conseguir os outros movimentos normais, e também não vai normalizar tônus. O controle de cabeça é o primeiro passo que tem que ganhar, principalmente em crianças até 1 ano.
80 Reação de Retificação Corporal Agindo sobre a Cabeça: Estimulando-se simetricamente a superfície do corpo e colocando em contato com uma superfície de apoio, a cabeça também se apoia nessa superfície. Obs: Paciente parkinsoniano ao deitar não apóia a cabeça (encaixa o queixo).
81 Reação de Anfíbio: Quando a criança é colocada em prono (DV) e levantamos um lado da pelve, o MI e MS do lado do estímulo se fletem. â Observado do 4 o ao 6 o mês. Obs: Estímulo ao arrastar.
82 Reações de Movimentos Automáticos:
83 Reação de Moro: Obs: É uma das maneiras da criança experimentar a extensão total do corpo. Pode ser desencadeado por movimentos bruscos, sons, luz. Ex: Apoiar a cabeça da criança, elevar o corpo e soltar (movimento brusco), bater palma na frente da criança.
84 Com a queda, a criança desencadeia uma extensão e abdução de caráter global dos 4 membros, seguida de uma flexão e adução. â Observa-se extensão total até 4 meses, mas pode ter resquícios até 1 ano. Obs: A ausência do Moro é sinal de lesão.
85 Reação de Landau: Colocando a criança em suspensão ventral, ela responde com um movimento de extensão da cabeça e quadril. â Inicia-se por volta do 5 o ao 6 o mês e mais pronunciado do 7 o ao 12 o mês. Obs: Do 7 o ao 12 o mês é comum observar extensão também dos MMII.
86 É uma reação que começa a ser desencadeada pela cabeça; uma criança sem controle de cabeça e com pouca força de tronco não consegue fazer isso.
87 Extensão Protetora dos Braços ou Reação de Para-Quedas: Colocar a criança em DV na bola e levar para frente, para os lados e para trás ou segurando a criança pela cintura, no ar, levar de encontro ao chão. â Normal de 5 o ao 6 o mês para frente, 8 o mês para os lados e 10 o mês para trás. Obs: A reação protetora para o lado esta totalmente ligada a melhora da reação de retificação.
88 Ao nível Cortical:
89 Reações de Equilíbrio: Ao colocar uma criança de 6 meses em DV numa prancha, já se consegue identificar a reação de equilíbrio. A criança realiza uma contração lateral, e mantém essa contração quando se desloca ou lateraliza a prancha. Obs: Em DD a criança rola, ou seja, ainda não consegue manter o equilíbrio ao deslocar a prancha.
90 *Com 8 meses a criança consegue responder ao equilíbrio quando colada em DD. *Com 12 meses a criança consegue responder ao equilíbrio quando colada na postura sentada. *Com 18 meses a criança consegue responder ao equilíbrio quando colada de pé.
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Atualmente = o objetivo é conseguir, durante a sessão e fora dela, a funcionalidade do paciente (o tônus se adequa como consequência).
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