De Zero a Sessenta: Introdução ao Rails
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- Elza Campos Caires
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1 CAPÍTULO 1 De Zero a Sessenta: Introdução ao Rails Quando escrevemos a primeira versão deste livro, Rails estava apenas começando a se conceituar como framework. Agora, esta excepcional plataforma de desenvolvimento da web caminha na passarela. Companhias como a Twitter apostaram no Rails e acertaram em cheio, outras, no entanto, experimentaram o Rails e se deram mal. Você deve sentir-se confortável caso esteja adentrando neste sistema, não como um pioneiro, e sim como parte desta grande onda que está varrendo toda a profissão computacional. Se você ler a primeira edição, irá perceber que não apresentamos o rails como algo tão difícil. E com toda franqueza, não temos que fazer isso. Vamos lançar os alicerces principais e, assim, poderemos começar o trabalho. Rails é um framework para desenvolver sites orientados por banco de dados de apoio. Baseado na linguagem de programação Ruby, Rails é a melhor escolha para aplicações que precisam ser desenvolvidas rapidamente, sem, no entanto, sacrificar uma estrutura limpa que também pode ser mantida. Ruby é interpretável, mas nem por isso deixa de ser rápido o suficiente para acessar websites com todas as características mais exigentes de desempenho. E é tremendamente popular. Esta popularidade indica que você vai achar o que precisa para construir projetos com o Rails. Desde que a primeira edição deste livro foi lançada, a equipe central do Rails lançou versões de enorme sucesso como a 1.1, 1.2, 2.0 e agora 2.1. Hoje, é possível encontrar excelentes hosts em dezenas de locais, dependendo de quanto empreendimento você está disposto a fazer. Funcionários e técnicos como eu (Bruce Tate) estão levando Rails ao posto de carro chefe da empresa para executar os negócios principais. O Rails framework tem sido submetido a um rápido investimento na programação de linguagem Ruby, ademais, incluindo a evolução das implementações sobre a máquina virtual do Java, a Microsoft Common Language Runtime, e duas máquinas virtuais emergentes do Ruby. Rails também está redefinindo o desenvolvimento de sites através de frameworks em outras línguas. Java, PHP, Python, Lisp, Groovy e Pearl, cada um deles tem mais do que um framework Rails. A abordagem de convenção-base do Rails està ultrapassando os padrões de abordagem tipo configuração-base em todos os lugares. Neste livro, nós iremos passar por todas as etapas necessárias para que você tenha uma aplicação simples instalada e rodando. Nós prometemos dar passos lentos o suficiente para que você tenha uma aplicação funcionando em poucas horas. Então, vamos começar. Coloque o Rails em Ação Nós iremos ver algo a respeito da instalação rapidamente, pois detalhes de instalação mudam de Rails para Rails e depende da plataforma que você utiliza. O melhor lugar para informações 1
2 a esse respeito esta em Por agora, apenas instale o Ruby, e nós iremos passar para o próximo passo. Uma vez que o Ruby esteja instalado, você pode manualmente instalar todos os seus componentes para o Rails, mas o Ruby tem um pacote e um recurso de implantação chamado gems. O instalador do gem acessa um repositório central e uma unidade de downloads e aplicativos, chamando a gem e todos os seus dependentes. Se você ainda não fez isso, instale Rails com este comando*: sudo gem instalar rails incluir dependentes -v 2.1 O comando para instalar os componentes do Ruby é o mesmo para todas as plataformas: gem install. As permissões requeridas vão variar de plataforma para plataforma. No OS X, sudo eleva suas permissões para este comando para o status de superusuário. No Windows, o melhor que você faz é omitir esse comando (sudo). Se as coisas correrem bem, você verá uma lista de gems "voarem" pela tela. Estes são os Rails com todos os dependentes que ele exige. É isso aí, o Rails está instalado. Só existe uma advertência: você vai precisar também instalar o suporte para o seu banco de dados. Neste livro, nós usaremos SQLite, mas você também pode usar qualquer outro programa de banco de dados suportado pelo Rails. No Unix, as chances são de que o SQLite já esteja instalado. No Windows, você vai precisar baixar o SQLite DLL e a linha de comando do cliente. Para mais detalhes, veja em Com o Ruby, Rails e um banco de dados, você já estará apto para criar um projeto. > rails chapter-1 create create app/controllers create app/helpers create app/models create app/views/layouts create config/environments create components create db create doc create lib... create test/mocks/development create test/mocks/test create test/unit create vendor... create app/controllers/application.rb create app/helpers/application_helper.rb create test/test_helper.rb create config/database.yml... * Se você quiser nos acompanhar na codificação, instale o Ruby e os gems. O apêndice A contém instruções de instalação detalhadas. 2 Capítulo 1: De Zero a Sessenta: Introdução ao Rails
3 MVC e Model2 Na metade dos anos 70, a estratégia MVC (modelo-visualização-controlador) evoluiu na comunidade SmallTalk para reduzir a ligação entre a lógica do negócio e a lógica da apresentação. Com ela, você coloca sua lógica do negócio em objetos do domínio separados e isola sua lógica de apresentação em uma visualização, que apresenta os dados dos objetos do domínio. O controlador gerencia a navegação entre as visualizações, processa as entradas do usuário e ordena os objetos do domínio corretos entre o modelo e a visualização. Bons programadores utilizaram MVC desde então, implementando aplicações MVC usando frameworks escritos em muitas linguagens diferentes, incluindo Ruby. Desenvolvedores web utilizam uma variante do MVC que possui uma sutil diferença, chamada Model2. A Model2 usa os mesmos princípios do MVC, mas os ajusta às aplicações web sem estado. Nas aplicações de Model2, um browser chama um controlador por meio de padrões web. O controlador interage com o modelo para obter dados e validar entradas de usuário, e então disponibiliza os objetos do domínio para que a visualização os exiba. Em seguida, ele chama o gerador de visualizações baseando-se nos resultados da validação ou nos dados recuperados. A camada de visualização gera uma página web usando os dados fornecidos pelo controlador. O framework retorna então essa página para o usuário. Na comunidade Rails, quando alguém diz MVC, na verdade está se referindo à variante Model2. Ela foi utilizada em muitos projetos de sucesso em muitas linguagens de programação. Na comunidade Java, Struts, é o framework de Model2 mais comum. No Python, o principal framework de desenvolvimento para web, Zope, utiliza o Model2. Você pode ler mais sobre a estratégia modelo-visualização-controlador no site en.wikipedia.org/wiki/model-view-controller. A lista é incompleta, mas você tem a imagem. Rails cria pastas que você irá usar para segurar o model, a visualização e as porções de controlador do seu código de aplicação, diferentes tipos de testes case, configurações do banco de dados, configuração e a terceira parte da biblioteca que você deve escolher para instalar depois. Todos os projetos do Rails serão utilizados nesta mesma organização com algumas pequenas variações. Vá para seu projeto com o cd capítulo-1 em mãos. Na próxima seção, nós iremos dar uma olhada na organização do seu projeto em maiores detalhes. Organização Os diretórios criados durante a instalação oferecem um local para o seu código, scripts para ajudá-lo a gerenciar e criar sua aplicação e muitas outras coisas. Mais adiante, examinaremos os diretórios mais interessantes com mais detalhes. Por ora, vamos dar uma passada rápida pela árvore de diretórios do projeto que criamos: Organização 3
4 app Essa aplicação organiza os componentes da sua aplicação. Possui subdiretórios que armazenam a visualização (views e helpers), o controlador (controllers) e a lógica do negócio (models). config Esse diretório contém um pouco de código de configuração de que a sua aplicação precisará, incluindo a configuração do seu banco de dados (em database.yml), a estrutura do seu ambiente Rails (environment.rb) e o roteamento das solicitações recebidas da web (routes.rb). As suas configurações do banco de dados irão para bancodedados.yml. Configurações ambientais comuns, tais como as configurações de qualquer servidor de correio, devem ir em ambiente.rb. As regras para suas URLs que transitam nas solicitações da web vão para rotas.rb. Você também pode ajustar o comportamento dos três ambientes Rail para teste (ambiente/teste.rb), desenvolvimento (ambientes/desenvolvimentot.rb)e produção (ambiente/produção. rb) com arquivos que podem ser encontrados no diretório ambientes. db As suas aplicações do Rails vão ter objetos modelos que acessam tabelas de banco de dados relacional. Você pode gerenciar o banco de dados relacional com scripts criados e colocados nesse diretório. doc O Ruby possui um framework chamado RubyDoc que pode gerar automaticamente a documentação do código criado. Você poderá ajudá-lo com comentários em seu código. Esse diretório armazena toda a documentação da aplicação e a gerada pelo RubyDoc. lib Você colocará as bibliotecas comuns do Rails aqui, exceto aquelas que explicitamente pertencem à algum outro lugar (como uma biblioteca de vendedor). Por exemplo, autenticações comuns das bibliotecas podem ir neste diretório. log Aqui é o local dos logs de erro. O Rails cria scripts que ajudam você a gerenciar vários logs de erros. Você encontrará logs separados para o servidor (server.log) e para cada ambiente do Rails (development.log, test.log e production.log). public Assim como o diretório public de um servidor web, esse diretório possui arquivos web que não mudam, como arquivos JavaScript (public/javascripts), imagens (public/images), folhas de estilo (public/stylesheets) e arquivos HTML (public). Algumas soluções do Rails sobre caché também criam arquivos.html que vão no diretório pùublico. 4 Capítulo 1: De Zero a Sessenta: Introdução ao Rails
5 script Esse diretório armazena scripts para a execução e o gerenciamento de várias ferramentas utilizadas com o Rails. Por exemplo, há scripts para gerar código (generate) e deletar (destruir) códigos e lançar o servidor da web (servidor). Outra tarefa lança um suporte (console) para gerenciar seus aplicativos e depurar ou instalar e remover os plug-ins (plugin). Você aprenderá muito mais sobre o uso desses scripts neste livro. test Os testes escritos por você e aqueles criados pelo Rails ficarão aqui. Você verá um subdiretório para simulados (mocks), testes de unidade (unit), testes de integração (integração), fixtures (fixtures) e testes funcionais (functional). Nós iremos abordar brevemente como fazer os testes no Capítulo 7. tmp O Rails utiliza esse diretório para armazenar arquivos temporários para o processamento imediato. vendor As bibliotecas fornecidas por terceiros (assim como bibliotecas seguras, plug ins... ou utilitários de banco de dados que estão além da distribuição básica do Rails) ficam aqui. Exceto por algumas poucas mudanças entre versões, todos os projetos Rails terão a mesma estrutura, com as mesmas convenções de nomenclatura. Essa consistência oferece a você uma tremenda vantagem; é possível se movimentar entre projetos Rails sem termos de reaprender a organização do projeto. O próprio framework Rails se baseia nessa consistência porque os frameworks Rails diferentes quase sempre descobrirão arquivos, simplesmente pelas convenções de nomenclatura e pela estrutura de diretórios. Por exemplo, mais adiante você verá o controlador chamar visualizações sem qualquer código personalizado. O Servidor Web Agora que temos um projeto, vamos iniciar um servidor. Se você ainda não fez isso, veja no cd capítulo-1 como alternar para o diretório do seu projeto. Utilize o script script/server para iniciar uma instância do servidor do Mongrel configurado para desenvolvimento. Se você estiver executando o Windows, toda vez que vir um comando que está prefaciado com a tarefa do diretório, execute a chamada com ruby em vez de tarefa/servidor, usando barras de frente (/) ou barras invertidas (\). Se você estiver executando alguma outra plataforma, pode omitir ruby como palavra-chave. Daqui por diante, iremos pular a parte do comando ruby. Digite tarefa/servidor agora: > script/server => Booting Mongrel (use 'script/server webrick' to force WEBrick) => Rails application starting on => Chamada com d para desanexar => Ctrl-C to shutdown server O Servidor Web 5
6 ** Iniciando Mongrel escuta a :3000 ** Iniciando Rails com desenvolvimento ambiente ** Rails carregado ** Aguardando qualquer Rails especifico GemPlugins ** Sinais prontos. TERM => parar. USR2 =? Reiniciar. INT => parar (não reiniciar) ** Rails sinais registrados. HUP => recarregar (sem reiniciar). Pode não funcionar bem. ** Mongrel avaliável em :3000 ** Use CTRL-C para parar Note os seguintes detalhes: O servidor foi iniciado na porta Você pode mudar o número de porta e outros detalhes de inicialização com as opções de linha-comando. Consulte a seção "Configuração do servidor" para obter mais opções de configuração. Nós começamos uma instância do Mongrel, com o servidor da web padrão. Você pode configurar o Rails para iniciar vários tipos diferentes de servidores da web. O Ruby também permite que você utilize a barra invertida como delimitador de caminho na linha de comando, mas, no Unix você precisará usar a barra. Algumas pessoas preferem a barra invertida porque ela permite o uso do recurso de conclusão por tabulação do prompt de comando do DOS. Configuração do Servidor Caso seja necessário, você poderá configurar a porta, o diretório dos arquivos públicos e outras opções do servidor, basta modificar o script script/server. Você pode ver as opções acrescentando a chave - - ajuda. Aqui estão as opções padrão: > tarefa/sevidor - - ajuda Iniciando Mongrel (use tarefa/servidot webrick para forçar WEBrick) Utilização: servidor [opções] -p, - - porta = porta -b, --vinculando=ip -d, -- demo -u, --depurador -e, --ambiente= nome -h, --ajuda Executar Rails na porta especifica Padrão: 3000 Ligar Rails no ip específico Padrão: Fazer servidor executar como demo Habilitar depurador-ruby para o servidor Especificar o ambiente para executar este servidor abaixo (teste/ desenvolvimento/procução) Padrão: desenvolvimento Mostrar a mensagem ajudar Você não precisa customizar esta tarefa diretamente. A linha-comando de interruptores deverá dar tudo que você precisa. 6 Capítulo 1: De Zero a Sessenta: Introdução ao Rails
7 Aponte seu browser para ou Você verá a tela de boas-vindas do Rails, mostrada na Figura 1-1. Não se preocupe com os detalhes da solicitação; por ora, saiba que o Rails está em execução e funcionando corretamente. Até aqui, você só digitou algumas poucas palavras, e já configurou o ambiente de criação e o servidor web, além de verificar se o servidor está em execução. No ambiente de desenvolvimento, normalmente você deixará o servidor em execução, reiniciando somente para alterar a configuração do banco de dados. Figura 1-1. A tela de boas-vindas do Rails Escolha um Servidor O Rails pode ser executado em vários servidores web diferentes. A maior parte do seu desenvolvimento será feito utilizando o Mongrel, mas é provável que você queira executar código de produção em um dos servidores alternativos. Vamos examinar rapidamente os servidores que estão disponíveis. WEBrick WEBrick, o servidor padrão do Rails, é totalmente escrito em Ruby. Ele suporta os padrões de que você precisará HTTP para comunicações, HTML para páginas web e RHTML para a incorporação do código Ruby em páginas web para obtenção do conteúdo dinâmico. O WEBrick possui algumas vantagens importantes: Ele vem com o Ruby, portanto é gratuito e estará sempre disponível para o uso ou para o empacotamento de seus projetos. O Servidor Web 7
8 É criado no Rails, portanto você não precisa realizar nenhum esforço especial para integrá-lo. Ele pode fazer chamadas diretas às suas aplicações Rails porque ambos são escritos em Ruby. É simples de usar. Apache Embora o WEBrick seja a escolha mais conveniente, ele não é a opção mais escalável e flexível. O Apache é o servidor web mais implementado do mundo. Você tem uma incrível gama de opções de plug-ins para executar dezenas de linguagens de programação ou oferecer outros tipos de conteúdo dinâmico. O Apache é bem escalável, com incríveis plug-ins de cache e possui um bom suporte para balanceadores de carga e sprayers (máquinas que espalham com eficiência solicitações por vários servidores web). Se você estiver procurando por uma solução segura, escolha o servidor web Apache. lighttpd O Apache é um bom servidor web para uso geral, mas não é o servidor mais especializado. O lighttpd é um servidor web leve que foi criado para um propósito: velocidade. Ele oferece conteúdo estático como páginas web em HTML e imagens com muita rapidez e suporta aplicações por meio de uma interface de aplicações chamada FastCGI. O lighttpd não possui tantos plug-ins flexíveis ou o poder do marketing do servidor web Apache, mas se você estiver procurando por um servidor especializado em conteúdo estático e aplicações Rails mostrados com rapidez, ele pode ser a solução. É bem recente, mas possui uma ótima reputação entre os entusiastas de Rails por causa de sua velocidade. nginx Apache é um bom servidor web de uso geral, mas não é o mais especializado. nginx substituiu lighttpd na comunidade Rails por apenas um motivo: velocidade. Ele exibe conteúdo estático, como páginas HTML e imagens, muito rapidamente, e suporta aplicações através do Mongrel e Mongrel Cluster. nginx não chega nem perto de ter tantos plug-ins flexíveis ou de ter o marketing acirrado de um servidor web como o Apache, mas se você está procurando por um servidor especializado em servir conteúdo estático e aplicações do Rails rapidamente, nginx pode ser sua resposta. É extremamente novo no mercado, mas já tem uma grande reputação entre os entusiastas do Rails. Mongrel Embora o Apache e o lighttpd sejam servidores de produção muito rápidos e escaláveis, sua configuração para a utilização com Rails, algumas vezes, pode ser desafiadora, e nunca 8 Capítulo 1: De Zero a Sessenta: Introdução ao Rails
9 será tão simples como a do WEBrick. Mongrel muda tudo isso. O Mongrel combina as vantagens do WEBrick (porque é escrito em Ruby) e nginx (porque está escrito para velocidade e segmento). Essa combinação pode fazer com que o Mongrel seja uma excelente opção para desenvolvimento e produção. Você pode segmentar rapidamente Mongrel com Mongrel Cluster. Tenha cuidado, apesar de tudo, Mongrel não exibe conteúdo estático muito rapidamente. Para implantações exigentes, você pode combinar o Mongrel com um dos servidores mencionados acima, como, por exemplo, o Apache ou nginx. Outros servidores web Teoricamente, qualquer servidor web que suporte CGI pode oferecer uma aplicação Rails. Infelizmente, o CGI com Rails é muito lento, portanto não é apropriado para produção. Entretanto, se você estiver executando em um ambiente que possua seu próprio servidor web, provavelmente poderá oferecer sua aplicação Rails usando as interfaces do FastCGI ou SCGI. Faça uma pesquisa na web primeiro, porque é muito provável que alguém já tenha feito isso e publicado instruções. Por exemplo, se você tiver que implementar sua aplicação Rails no IIS da Microsoft, verá que muitos desenvolvedores já fizeram isso, e as instruções serão fáceis de achar. Você também pode achar uma abundância de informação no lighttpd com FastCGI. Como implantar as aplicações do Rails está muito além do objetivo deste livro. Agora que o seu servidor está funcionando, é hora de escrevermos um pouco de código. Nós nos concentraremos em controladores simples e visualizações no restante do capítulo. Criação de um Controlador Você já viu que o Rails organiza aplicações em partes com um modelo, visualização e controlador. Começaremos pelo controlador. Use o script generate (consulte a seção "script/ generate") para criar um controlador. Especificaremos o tipo de objeto a ser criado primeiro e então o nome do novo controlador. Digite: > ruby script/generate controller Greeting exists app/controllers/ exists app/helpers/ create app/views/greeting exists test/functional/ create app/controllers/greeting_controller.rb create test/functional/greeting_controller_test.rb create app/helpers/greeting_helper.rb Talvez você não esperasse tanta atividade. O Rails criou seu controlador, como esperado greeting_controller.rb, mas também criou outros arquivos: application.rb Ainda não há um controlador para toda a aplicação, portanto o Rails criou esse. Ele será útil mais adiante, como um local para colocarmos preocupações gerais da aplicação, como segurança. A Criação de um Controlador 9
10 views/greeting O Rails sabe que os controladores e as visualizações geralmente vêm em pares, portanto criou um diretório chamado views/greeting. greeting_controller_test.rb O Rails também criou um teste para o seu novo controlador porque a maioria dos desenvolvedores Rails cria testes automáticos de unidades para facilitar a criação e a manutenção da qualidade. greeting_helper.rb Os ajudantes (helpers) do Rails oferecem um local conveniente para evitar que a repetição ou a codificação tediosa desorganizem suas visualizações. Ao separar este código, você pode manter a sua visão clara e simples. Os criadores do Rails construíram a framework para primeiramente resolver seus próprios problemas. Como resultado, você vê uma abundante gama de experiências práticas na framework. Os geradores são um grande exemplo desta experiência prática em ação. Você tem uma combinação de todas essas aplicações de arquivos que terá de construir no controlador. Traçando params Vamos reanalisar o que aconteceu até aqui. Quando o servidor da web chama pelo Rails, o roteador encontra um URL para a rota. Antes de invocar um controlador, o Rails constrói um hash de params baseado na rota escolhida. O roteador também adiciona qualquer parâmetro adicional de uma URL para fazer o params no hash. Você pode facilmente ver o que está no params do hash executando diretamente algum texto. Adicione o seguinte código para app/ controladores/saudando_controlador.rb para ver o params: class GreetingController < ApplicationController def index end def show render :text => params.inspect end end Agora, direcione seu navegador para Você deverá ver o texto {"ação"=> "mostrar", "controlador" => "recebendo"}. O roteador do Rails define as chaves ação e controlador. Tente uma URL mais complicada, como mostra o Exemplo 1-1. Exemplo 1-1. Rails constrói um hash de uma URL For URL: key=value 10 Capítulo 1: De Zero a Sessenta: Introdução ao Rails
11 The hash is: {"action"=>"show", "id"=>"1", "controller"=>"greeting", "another_key"=>"value", "key"=>"value"} Na maior parte do tempo, com o Rails, você estará lidando com URLs que não valem nada mais do que um monte de chaves/pares de valor. Na URL, estas são questões engandoras. No Ruby, elas são um hash. Não permita que estes hashes sejam um mistério. As rotas de tabela encontradas em config/rotass.rb irão te dizer exatamente como Rails irá esculpir o URL dentro de uma conveniente lista de parâmetros. Você verá muito mais no próximo capítulo, mas por agora, está na hora de construir uma exibição. Criação de uma Visualização Agora há um controlador que recupera texto, mas esse design só pode levar você até aqui. O ideal é que você separe o HTML da exibição da sua lógica de negócios nos seus controladores e modelos. O design malfeito é muito fácil de corrigir. Se você quiser seguir as convenções MVC do Rails, você deverá exibir textos em uma exibição separada em vez de exibi-las no seu controlador. Em vez de usar o comando exibir no controlador saudando, você pode exibir o texto em uma exibição do Rails. Em vez de exibir texto puro em um controlador, recupere-o em uma visualização. Assim como muitos frameworks para web, o Rails pode usar uma estratégia de modelo para a visualização. Um template é uma simples página HTML que possui o código Ruby mixado nela. Um mecanismo Ruby chamado Erb interpreta o template no servidor, adicionando conteúdo dinâmico para sua página. Esta página será casualmente escrita em HTML, mas você pode projetar templates para páginas XML ou s também. Figura 1-2. Documentação do Rails para o controlador Criação de uma Visualização 11
12 Documentação Ao contrário de muitos projetos open source, o Rails possui uma documentação excelente. É possível encontrá-la em Você encontrará visões gerais, tutoriais e até filmes. Sempre é possível encontrar o documento da API para a versão mais recente do Ruby on Rails no site, com um conjunto completo de documentos para todas as classes da API do Rails. Também é possível encontrá-los na instalação do Rails. A excelente documentação do Rails não é por acaso. Assim como Java, o Ruby vem com um utilitário chamado RubyDoc, que gera documentação a partir do código-fonte e de comentários feitos por você no código-fonte. Quando você instalar o Ruby Gems, ele também instala sua própria documentação. A Figura 1-2 mostra a documentação para um controlador. Com Rails, você pode gerar uma exibição vazia e alguns ajustes que a visualização vai precisar junto ao seu controlador. Digite o comando tarefa/destruir controlador saudando para destruir o controlador anterior. $ ruby script/destroy controller greeting rm app/helpers/greeting_helper.rb rm test/functional/greeting_controller_test.rb rm app/controllers/greeting_controller.rb rmdir test/functional notempty test rmdir app/views/greeting notempty app/views notempty app notempty app/helpers notempty app notempty app/controllers notempty app Depois, digite tarefa/gerar controlador saudando index para gerar um controlador com a ação do index e a visualização do index. $ ruby script/generate controller greeting index exists app/controllers/ exists app/helpers/ create app/views/greeting create test/functional/ create app/controllers/greeting_controller.rb create test/functional/greeting_controller_test.rb create app/helpers/greeting_helper.rb create app/views/greeting/index.html.erb Veja também Figura Capítulo 1: De Zero a Sessenta: Introdução ao Rails
13 Figura 1-3. Recuperação de texto de um controlador O gerador cria a visualização, index.html.er, com arquivos auxiliadores e arquivos de teste. A partir da saída, você poderá ver que o gerador criou alguns diretórios, um controlador chamado saudando_controlador_teste.rb, um ajudante de nome saudando_helper.rb, e um teste chamado saudando_controlador_teste.rb. Dê uma olhada para o novo método index no controlador, chamado app/controlador/saudando_controlador.rb: class GreetingController < ApplicationController def index end end Este exemplo de controlador usa o Action Pack, o framework do Rails responsável por implementar a visualização e partes do controlador do Rails. Contrariamente, a maioria dos frameworks MVC, não tem uma visualização específica em seu método index. Se o seu controlador não especificar a chamada exibir, o Rails usa convenções nomeadas para decidir qual visualização exibir. O nome do controlador determina o nome da visualização. Uma "ação" é um método ou um controlador. Neste caso, Action Pack manda a visualização para app/ visualização/saudando/index.html.erb. Você não tem que editar nenhum tipo de arquivo XML ou digitar qualquer código adicional para conectar o controlador à visualização. Você apenas dá ao Rails a permissão para fornecer nomeações consistentes para as convenções e inferir na sua intenção ali. Agora edite a visualização. Você achará o seguinte dado: <h1>greeting#index</h1> <p>find me in app/views/greeting/index.html.erb</p> Direcione seu navegador para para ver a mensagem anterior em HTML. O Rails te diz onde encontrar o arquivo, se você estiver exibindo uma visualização implementar. Este arquivo vazio aguarda uma implementação. Criação de uma Visualização 13
14 Associe o Controlador à Visualização No MVC, a visualização precisa exibir qualquer dado que o controlador forneça. Este dado pode vir como um modelo lógico, como seção ou de alguma outra fonte. Independente de onde o dado possa vir, no Rails, instâncias variáveis no controlador estão disponíveis na visualização. Vamos tentar ajustar uma chamada no controlador: classe RecebendoControlador < AplicaçãoControlador def = "Bem vindo à sua primeira aplicação Rails" fim fim Agora, exiba a nova mensagem na visualização adicionando uma expressão Ruby entre as tags <%= e %>. O Rails recupera o valor da expressão que está nessas tags, como se o valor da expressão tivesse sido exibido no local. Aqui está uma visualização que exibe sua mensagem de boas-vindas como um título de nível um: %></h1> Recarregue. Você verá a saída na visualização, com a mensagem que você criou no método index. No exemplo 1-1, você exibiu a sua visualização junto com o controlador. Aqui, você construiu um template HTML.ERB. Suas tags HTML ofereceram a estrutura estática e o estilo, e o código Ruby ofereceu o conteúdo dinâmico; nesse caso, uma variável definida no controlador. Expressões e Scriptlets Quando você está encaixando um código Ruby com uma visualização template, você tem duas opiniões. Scriptlets são códigos Ruby colocados entre tags <%= e %>. Scriptlets executam o código Ruby sem imprimir os resultados. Você irá frequentemente usar um scriptlet para saltar através dos elementos de um vetor do Ruby, por exemplo. Expressões são expressões do Ruby localizadas entre as tags <%=and%>. Uma expressão apresenta o valor devolvido pelo código Ruby. Você irá usar uma expressão para aplicar o resultado de qualquer código Ruby numa página da web: é como se você estivesse imprimindo o código ali. Você pode fazer experiências com a interação entre o controlador e a visualização. Nós mudamos o controlador e a visualização de boas-vindas para mostrarmos alguns exemplos de expressões e scriptlets em ação. Primeiro, definiremos alguns valores no controlador: class GreetingController < ApplicationController => ['addend', 'addend', 'sum'], "body" => [[1, 1, 2], [1, 2, 3], [ 1, 3, 4]] } end end 14 Capítulo 1: De Zero a Sessenta: Introdução ao Rails
15 Em seguida, aqui está a visualização mostrando expressões e scriptlets, e ambos estão interagindo com valores definidos no controlador: <h1>simple expression</h1> <p>tommy is %> years old.</p> Agora, o valor da variável de definido no controlador, é exibido: <h1>iteration using scriptlets</h1> <% for i in 1..5 %> <p>heading number <%= i %> </p> <% end %> Repita um scriptlet e mostre a contagem atual com uma expressão: <h1>a simple table</h1> <table> <tr> do head %> <td> <b><%= head %></b> </td> <% end %> </tr> do row %> <tr> <% row.each do col %> <td> <%= col %> </td> <% end %> </tr> <% end %> </table> Finalmente, utilize ambas as técnicas para exibir o conteúdo Você terá os resultados que mostra a Figura 1-4. Associe o Controlador à Visualização 15
16 Figura 1-4. Resultados de scriptlets e expressões Sob o Andaime Como mostrado anteriormente, sempre que você envia uma URL, está criando uma solicitação HTTP, que dispara uma ação de controlador. Qualquer projetista de framework MVC precisa decidir entre a reutilização do mesmo controlador para cada solicitação e a criação de uma nova cópia do controlador por solicitação. O Rails executa a última estratégia, chamada de escopo de solicitação. Cada solicitação de HTTP resulta em uma nova instância do controlador, o que significa que você também obterá um novo conjunto de variáveis de instância para cada solicitação de HTTP. Isso afetará você de pelo menos duas maneiras diferentes: No lado positivo, você não precisará se preocupar com o encadeamento de seus controladores porque cada solicitação obtém uma cópia particular dos dados da instância do controlador. No lado negativo, será mais difícil compartilhar dados de instância entre solicitações. Especificamente, se você definir variáveis de instância em um método de ação de controlador, não espere ser capaz de usá-lo em futuras solicitações de HTTP. Será preciso compartilhá-los em uma sessão, um cookie ou a URL. E Agora? Você criou um projeto em Rails. Você criou um controlador e o chamou a partir de um browser. Também criou uma visualização e aprendeu como elas podem interagir com controladores e com a linguagem Ruby. Essa é uma boa fundamentação, mas você só viu duas partes do padrão de projeto modelo-visualização-controlador. No próximo capítulo, você aprenderá como os modelos funcionam. Criaremos um esquema de banco de dados e deixaremos que o Rails utilize esse esquema para gerar o modelo para nós. Usaremos então um framework Rails para nos auxiliar a gerenciar relacionamentos entre partes diferentes da aplicação. 16 Capítulo 1: De Zero a Sessenta: Introdução ao Rails
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