UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ DOUGLAS PROENCIO FLUXO DE CAIXA PARA O RESTAURANTE E PIZZARIA LA NONNA LTDA ME.
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- Pedro Nunes Domingues
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1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ DOUGLAS PROENCIO FLUXO DE CAIXA PARA O RESTAURANTE E PIZZARIA LA NONNA LTDA ME. Biguaçu 2010
2 2 DOUGLAS PROENCIO FLUXO DE CAIXA PARA O RESTAURANTE E PIZZARIA LA NONNA LTDA ME. Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado ao curso de Administração do Centro de Educação da UNIVALI Biguaçu, como requisito para obtenção do Título de Bacharel em Administração. Professora Orientadora: M.Sc. Cláudia Catarina Pereira Biguaçu 2010
3 3 DOUGLAS PROENCIO FLUXO DE CAIXA PARA O RESTAURANTE E PIZZARIA LA NONNA LTDA ME. Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi considerado adequado para a obtenção do título de Bacharel em Administração e aprovado pelo Curso de Administração, da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Biguaçu. Área de Concentração: Biguaçu, 24 de maio de Prof. M.Sc.... Cláudia Catarina Pereira UNIVALI CE de Biguaçu Orientadora Prof. M.Sc.... Maria Albertina Schmitz Bonin UNIVALI CE de Biguaçu Prof. M.Sc.... Crisanto Soares Ribeiro UNIVALI CE de Biguaçu
4 4 Dedico este Trabalho de Conclusão de Estágio à minha esposa e minha família, que sempre me apoiaram e que de certa forma se sacrificaram para proporcionar mais esta vitória em minha vida.
5 5 AGRADECIMENTOS À Deus primeiramente, o autor da minha vida que desde ontem, hoje e amanhã sempre estará comigo. Agradeço aos meus maravilhosos pais, que me apoiaram, que sempre incentivaram ao longo desta caminhada, para o cumprimento de mais um objetivo pessoal. Minha eterna gratidão, a minha linda e maravilhosa esposa, que de maneira igual me apoiou, incentivou e dedicou sua paciência na conclusão desta conquista. Agradeço a minha orientadora e professora Cláudia Catarina Pereira, sem o qual este relatório não estaria concluído.
6 6 Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. Direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei. Porque tu, ó Senhor, és o meu refúgio, o Altíssimo é a tua habitação. Salmos 91: 1-3, 9.
7 7 RESUMO PROENCIO, Douglas. Fluxo de Caixa Para o Restaurante e Pizzaria La Nonna Ltda ME f. Trabalho de Conclusão de Estágio Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu, O presente trabalho tem por objetivo propor um fluxo de caixa para o Restaurante e Pizzaria La Nonna, para dar suporte no processo de decisões proporcionando uma melhor visualização dos recursos, para melhor controle financeiro. O procedimento metodológico foi feito através da pesquisa bibliografia, documental e análise dos dados. Foram analisados aspectos fundamentais para a elaboração do modelo proposto, como caracterizar o atual método de controle financeiro, identificar as rotinas financeiras, definir itens importantes para estruturação do fluxo de caixa, estruturar os instrumentos de coleta de dados e levantar os dados mensais. A estruturação do fluxo de caixa fornece o atual diagnóstico para projetar as atividades futuras. Com a elaboração do fluxo de caixa a empresa pode verificar a utilização de uma ferramenta que a auxiliara no planejamento de suas futuras ações. Destaca-se ainda a importância da realização deste estudo tanto para a empresa quanto para o acadêmico. Palavras-Chave: Planejamento; Controle Financeiro; Fluxo de Caixa.
8 8 ABSTRACT PROENCIO, Douglas. Fluxo de Caixa Para o Restaurante e Pizzaria La Nonna Ltda ME f. Trabalho de Conclusão de Estágio Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu, The work hás as its main objecive to propose a model of cash flow for the restaurant and, providing a beter view of resouces, for a better financial control. We analyzed the fundamental aspets for the development of the proposed model, and characterize the current method of financial control, setting itens for determining the structure of the of the model of cash flows, identify the financial routines, build the instruments for data colletion andraise the monthly data. The structuring of cash flow provides the current diagnosis for designing future activities. The methodological procedure was done through the literature search, document and analyze the data. With the development of cash flow the company will have a tool that help plan their future actions. It is also the importance of this study for both the company and for the academic. Key Words: Planning, Financial Control, Cash Flow.
9 9 LISTAS DE TABELAS Tabela 1 Modelo de Fluxo de Caixa de Zdanowicz...27 Tabela 2 Modelo de Fluxo de Caixa de Longo...28 Tabela 3 Tabela das Alíquotas do Simples Nacional...43 Tabela 4 Tabela das Alíquotas do ICMS...43 Tabela 5 Fluxo de Caixa Projetado...50 Tabela 6 Diferença Orçado X Realizado...52
10 10 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Quadro 1 Objetivos do Fluxo de Caixa...21 Quadro 2 Fatores que afetam o fluxo de caixa...25 Figura 1 Composição dos Ingressos...34 Figura 2 Desempenho dos Ingressos Realizados...35 Figura 3 Composição dos Desembolsos Administrativos...36 Figura 4 Desempenho dos Desembolsos Administrativos...37 Figura 5 Composição dos Desembolsos com Pessoal...38 Figura 6 Desempenho dos Desembolsos com Pessoal...39 Figura 7 Composição dos Desembolsos com Fornecedores...40 Figura 8 Desempenho dos Desembolsos com Fornecedores...41 Figura 9 Composição dos Desembolsos Tributários...42 Figura 10 Desempenho dos Desembolsos Tributários...46 Figura 11 Composição dos Desembolsos Financeiros...45 Figura 12 Desempenho dos Desembolsos Financeiros...46 Figura 13 Composição dos desembolsos realizados...47 Figura 14 Desempenho dos desembolsos realizados...48 Figura 15 Ingressos X Desembolsos...49 Figura 16 Ingressos X Desembolsos com Projeção...51
11 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO OBJETIVOS OBJETIVO GERAL Objetivos específicos JUSTIFICATIVA FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA FINANÇAS Administração financeira Funções do administrador financeiro PLANEJAMENTO FINANCEIRO Planejamento financeiro a longo prazo Planejamento financeiro a curto prazo FLUXO DE CAIXA Objetivos do fluxo de caixa Elaboração do fluxo de caixa Requisitos para implantação do Fluxo de Caixa Fatores que afetam o fluxo de caixa Modelos de fluxo de caixa ANÁLISE HORIZONTAL ANÁLISE VERTICAL PROCEDIMENTO METODOLÓGICO ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS HISTÓRICO DA ORGANIZAÇÃO INGRESSOS DESEMBOLSOS Desembolsos administrativos Desembolsos com pessoal Desembolsos com fornecedores Desembolsos tributários...41
12 Desembolsos financeiros Composição e desempenho dos desembolsos realizados INGRESSOS E DESEMBOLSOS PROJEÇÃO DO FLUXO DE CAIXA ANÁLISE DAS VARIAÇÕES ENTRE O ORÇADO E REALIZADO CONSIDERAÇÕES FINAIS...54 REFERÊNCIAS...56 APÊNDICES...58
13 13 1 INTRODUÇÃO Nos dias atuais, as empresas, para se manterem competitivas, buscam estratégias para que possam apresentar ao mercado suas vantagens. Com isso, o fluxo de caixa desempenha um papel importantíssimo dentro da organização, que determina como a mesma deve agir em relação a metas de motivação, a avaliações de seus desempenhos, suas decisões de investimento, orçamento de caixa, entre outros papéis. O Restaurante e Pizzaria La Nonna.LTDA ME. atua no mercado alimentício há onze anos, na região de São José-SC. é administrada pelo proprietário e pela sóciaproprietária. A empresa possue um controle muito simples, fazendo suas anotações apenas no papel e caneta, sobre as entradas e saídas diárias, diferente de um fluxo de caixa, necessitando assim, aperfeiçoar seus controles financeiros através do estudo realizado. A proposta do fluxo de caixa irá permitir à empresa uma análise geral de todas as decisões financeiras com mais entendimento, pois a construção do fluxo de caixa é justamente para total registro das entradas, saídas, desembolsos. Assim, nota-se a importância do fluxo de caixa para a organização. Dessa forma, o presente estudo procura responder a seguinte questão problema: Qual a estrutura adequada de caixa para a Pizzaria La Nonna LTDA ME?
14 OBJETIVOS Objetivo geral Propor ou desenvolver um fluxo de caixa para o Restaurante e Pizzaria La Nonna.LTDA ME, para dar suporte no processo de decisões, para o período de janeiro a dezembro de Objetivos específicos Investigar itens relevantes para a elaboração do fluxo de caixa, entradas e saídas do Restaurante e Pizzaria La Nonna LTDA ME.; Elaborar o de fluxo de caixa para o Restaurante e Pizzaria La Nonna LTDA ME.; Desenvolver a análise horizontal e vertical do fluxo de caixa; Elaborar um fluxo de caixa projetado; Analisar as variações entre o orçado e o realizado; 1.2 JUSTIFICATIVA No Brasil, nota-se que o número de empreendedores cresce a cada dia, pois buscam ter seu próprio negócio, alguns por necessidades, outros por nascerem com o dom de ser empreendedor. Mas nem todos estão preparados para assumir essa responsabilidade, com isso, as empresas acabam abrindo falência rapidamente e na maioria das vezes, a causa disso são problemas financeiros. A importância do presente estudo está em propor um fluxo de caixa para suprir as necessidades da organização, para que se conheçam melhor suas receitas, seus custos, entradas e saídas, visando minimizar seus problemas. O momento é oportuno, pois o proprietário e a sócia-proprietária visam um melhoramento em suas receitas, seus custos, buscando um crescimento e a necessidade de se ter um fluxo de caixa adequado.
15 15 O estudo é viável, pois o proprietário e a sócia-proprietária sentem a necessidade de renovação visando um crescimento na organização. O acesso às informações foi concedido, facilitando o estudo, pelo fato dos proprietários terem o interesse de implantar o projeto do fluxo de caixa, duração que vai do período de janeiro a dezembro de FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Na fundamentação teórica buscou-se analisar os conceitos de finanças; administração; financeira; as funções do administrador financeiro; planejamento financeiro, incluindo a longo e a curto prazo; abordando os conceitos de fluxo de caixa; objetivos do fluxo de caixa; a elaboração do fluxo de caixa; considerando os requisitos para implantação do fluxo de caixa; fatores que afetam e os modelos da análise horizontal e vertical. 2.1 FINANÇAS Para Gitman (2002, p. 4), finanças é a arte e a ciência de administrar fundos. De acordo com o autor o ramo das finanças está envolvido nas transferências de fundos entre pessoas, empresas e governo. Mais especificamente, maximizar a riqueza obtendo lucro elevado com o menor risco. Groppelli e Nikbakht (2001, p. 3) destacam que finanças são aplicações de uma série de princípios econômicos e financeiros objetivando a maximização da riqueza da empresa e do valor de suas ações. No entanto, Brigham (1999, p. 3) mostra que as principais áreas de finanças podem ser visualizadas por meio de uma revisão das oportunidades de carreira, essas revisões resultam em uma divisão da área financeira em duas partes: serviços financeiros e administração financeira. Os serviços financeiros, para Groppelli e Nikbakht (2001, p. 4), são áreas de finanças voltadas à percepção e à prestação de assessoria, tanto quanto a entrega de produtos financeiros a indivíduos, empresas e governo. A área de administração financeira será detalhada na próxima seção.
16 Administração Financeira Os estudos sobre administração financeira estão crescendo a cada dia, tornando-se uma área muito importante para as empresas. Para Gitman (2002, p.10), a administração financeira relaciona-se estreitamente com economia e contabilidade, mas difere bastante dessas áreas; a maioria das decisões empresariais são medidas em termos financeiros, e o administrador financeiro desempenha um papel crucial na operação da empresa. Longenecker, Morre e Petty (1997, p.420) salientam que administrar os recursos financeiros de uma empresa é uma das mais importantes atividades que o empresário tem no seu dia-a-dia. O objetivo dessa função é a obtenção de lucro nas atividades das empresas, pois se isso não ocorrer todas as outras funções estarão comprometidas. Para Brigham (1999, p.4), a administração financeira é importante em todos os tipos de negócios sejam públicos ou privados. Groppelli e Nikbakht (2001, p. 4) comentam que nos últimos anos, as mudanças no ambiente econômico elevaram a importância e a complexidade das responsabilidades do administrador financeiro; essas mudanças criaram necessidades de administradores capazes de administrar fluxos de caixa apoiados em diferentes moedas, além de protegê-los dos riscos políticos e cambiais que naturalmente emergem das transações internacionais. Em linha distinta, destaca-se que: A administração financeira tem por finalidade não somente manter a empresa em permanente situação de liquidez, como também propiciar condições para a obtenção de lucros que compensem os riscos dos investimentos e a capacidade empresarial, a fim de evitar prejuízo no caixa da organização (HOJI, 1999, p.24). Dessa forma, pode-se inferir que os administradores financeiros são de suma importância para o crescimento e desenvolvimento de uma organização, uma vez que as decisões de investimentos, planejamento financeiro, dentre outras atividades, são de sua responsabilidade.
17 Funções do administrador financeiro As funções do administrador financeiro são amplas e relacionam-se com diversas áreas. Veremos um resumo das funções básicas do administrador financeiro segundo concepção de alguns autores da literatura financeira. Para Hoji (2000, p. 23), as funções do administrador financeiro se baseiam em: análise, planejamentos, controle financeiro, tomada de decisões e investimentos e tomada de decisões de investimentos. Na mesma concepção, Zdanowicz (2004, p. 29) sustenta que o administrador financeiro deve manter a empresa em uma permanente situação de liquidez, maximizar o retorno sobre o capital investido, administrar o capital de giro, avaliar investimentos feitos sobre itens do ativo permanente, estimar o custo da captação de recursos de terceiros, analisar as aplicações financeiras melhores para a empresa, informar as condições atuais e futuras econômico-financeiras da empresa e manterse sempre atualizado em relação as linhas de crédito oferecidas e ao mercado. Sanvicente (1987, p ) afirma que o administrador financeiro preocupa-se com a obtenção de recursos financeiros monetários, analisa a eficiência com a qual os recursos obtidos serão utilizados nos diversos setores da empresa, faz análise de registro e informações contábeis, realiza uma projeção sobre o movimento de fundos, aplica os fundos excedentes, fornece à alta administração informações sobre as perspectivas financeiras futuras da empresa e realiza uma elaboração de planos para fontes e uso de fundos, a curto e a longo prazo. Essas são as funções básicas do administrador financeiro. Sabe-se que existem muitas outras, porém as citadas anteriormente são de extrema importância para o administrador desenvolver suas funções, seu plano de ação na organização. 2.2 PLANEJAMENTO FINANCEIRO O processo de planejamento começa com projeções das receitas de vendas e dos custos de produção. Em um término padrão de negócios, o orçamento é um plano que estabelece os gastos para certa atividade e mostra de onde virão os recursos (BRIGHAM e WESTON, 2000, p. 344).
18 18 Frezatti (2000, p.128) mostra que o planejamento financeiro sustenta o planejamento operacional, tático e estratégico, pois estes são dependentes para dar andamento a seus processos. Que o planejamento financeiro corresponde ao processo de elaboração do orçamento onde todas as decisões são traduzidas para a linguagem monetária, gerando assim demonstrações de fluxo de caixa e balanço patrimonial. Figueiredo e Caggiano (1997, p.27) argumentam que o planejamento não é apenas uma técnica, o planejamento financeiro tem por objetivo manter o plano integrado para operações consistentes como os objetivos e metas da companhia a curto e a longo prazo, que devem ser analisados e revisados constantemente. Contudo, Groppelli e Nikbaht (2001, p.365) defendem e asseguram que planejamento financeiro é o processo de avaliar a quantia, estimar as necessidades de financiamento e como os fundos anteriores foram financiados e por quais propósitos eles foram gastos. Pode-se entender que através do planejamento financeiro, a administração da empresa pode identificar se seus padrões de financiamento e os fundos gastos se estão de acordo com suas metas, tanto em seus prazos como nas quantias de recursos lhe exigirá técnicas de planejamento Planejamento financeiro a longo prazo O planejamento financeiro a longo prazo procura entender o impacto das ações projetadas sobre a situação financeira da empresa, indicando se haverá excesso ou falta de recursos. Segundo Zdanowicz (2004, p. 128) tem por objetivo demonstrar à possibilidade de serem geradas as disponibilidades de caixa, ou obtidos os recursos financeiros necessários à manutenção das atividades planejadas para um dado período. Para Sanvicente (1987, p. 208), o planejamento de longo prazo implica em previsões sobre o comportamento esperado do meio em que a empresa, fixação de objetivos amplos, a elaboração dos documentos que formalizam o processo de planejamento. Gitman (2002, p. 588), assegura que a elaboração dos planos financeiros à longo prazo são os que ditam os parâmetros gerais refletidos nos planos e
19 19 orçamentos a curto prazo. Os planos financeiros à longo prazo de maneira geral, refletem antecipadamente o impacto da implementação de ações planejadas sobre a situação financeira da empresa. Hoji (2000, p. 360), define o planejamento de longo prazo como responsabilidade dos níveis mais altos da administração, que se antecipam os fatores externos e internos da empresa, isso implica em tomadas de decisões complexas, pois envolve um grande volume de recursos. Assim, conclui-se que o planejamento financeiro à longo prazo busca conhecer antecipadamente o impacto das ações projetadas sobre a situação financeira da empresa, além de indicar as fontes e aplicações de recursos para concretização das metas de longo prazo Planejamento financeiro a curto prazo Nesta secção será abordado o planejamento a curto prazo, entendendo seus indicadores de controle e suas disponibilidades, com objetivo de melhorias nos processos financeiros da empresa. Para Gitman (2002, p. 588), planejamento financeiro a curto prazo, são ações planejadas para um curto período, acompanhadas da previsão de seus reflexos financeiros. No entanto, para Ross, Westerfild e Jaffe (1995, p. 534) salientam que o planejamento financeiro a curto prazo envolve uma análise de decisões que afetam os ativos e passivos circulantes exercendo na empresa um impacto a curto prazo. Hoji (2000, p. 361), destaca que o planejamento a curto prazo tem por objetivo aperfeiçoar o que foi planejado a longo prazo. Longenecker, Moore e Petty (1997, p. 426) afirmam que o planejamento financeiro a curto prazo como plano de ações que governam as atividades na produção, marketing e outras áreas em momento específico por um período de tempo. Para Ross et al. (1998, p. 336), as decisões financeiras em curto prazo tipicamente envolvem entradas e saídas de caixa que ocorrem no prazo de um ano, ou menos.
20 20 Então, desse modo o planejamento financeiro a curto prazo reflete a preocupação de estimar detalhadamente as entradas e saídas de capital geradas pela própria atividade da empresa. 2.3 FLUXO DE CAIXA De acordo com as citações dos autores abaixo, vemos que é de extrema importância que a empresa mantenha seu fluxo de caixa atualizado, pois com isso a empresa poderá estimar com facilidade sua quantidade de ingressos e desembolsos financeiros. Para Gitman (2002, p.81), o fluxo de caixa possibilita ao gestor programar e acompanhar as entradas e as saídas de recursos financeiros, onde a empresa poderá operar com objetivo as suas metas, a curto e à longo prazo. Fluxo de caixa é um instrumento que relaciona os ingressos e saídas (desembolsos) de recursos monetários no âmbito de uma empresa em determinado intervalo de tempo. A partir da elaboração do fluxo de caixa é possível prognosticar eventuais excedentes ou escassez de caixa, determinando-se mediadas saneadoras a serem tomadas (ASSAF NETO, 1997, p. 39). Zdanowicz (2004, p.19), afirma que o fluxo de caixa é o instrumento que permite ao administrador financeiro planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros de sua empresa para um determinado período. Para Frezatti (1997, p.27), o fluxo de caixa é fundamental na organização em seu estágio inicial, no desenvolvimento e na sua extinção. Longenecker, Moore e Petty (1997, p.528) afirmam que o fluxo de caixa é o demonstrativo que apresenta variações ocorridas na posição de caixa da empresa ao longo de um determinado período. Na mesma perspectiva Ross, Westerfild e Jaffe (1995, p.46) o fluxo de caixa ajuda a explicar a variação ocorrida nas contas de disponibilidade Objetivos do fluxo de caixa
21 21 De acordo com Zdanowicz (2004, p.41), o principal objetivo do fluxo de caixa é dar uma visão das atividades desenvolvidas, bem como as operações financeiras que são realizadas na empresa. Na mesma linha, Assaf Neto (1997, p. 123) sustenta que um dos principais objetivos do fluxo de caixa é aperfeiçoar a aplicação de recursos próprios e de terceiros nas atividades mais rentáveis pela empresa. O fluxo de caixa tem como objetivo avaliar as alternativas de investimento e controlar ao longo do tempo as decisões importantes que são tomadas na empresa, que tenham reflexos monetários. Usando também como instrumento de verificação das situações presentes e futuras do fluxo de caixa na empresa, posicionando-a para que não chegue a situações de não-liquidez, com a precisão de que não haja excessos monetários de caixa, e, se houver serão devidamente aplicados. (SILVA, 2000, p.8). No quadro 1 é apresentado os principais objetivos do fluxo de caixa. Zdanowicz Facilitar à análise e cálculo na seleção das linhas de crédito a serem obtidas juntas as instituições financeiras; Proporcionar o intercâmbio dos diversos departamentos da empresa com a área financeira; Desenvolver o uso eficiente e racional do disponível; Financiar as necessidades sazonais ou cíclicas da empresa; Providenciar os recursos para atender aos projetos de implantação, expansão, modernização ou relocalização industrial ou comercial. Fixar o nível de caixa, e termos de capital de giro; Auxiliar na análise dos valores a receber e estoques, para que se possa julgar a conveniência em aplicar nesses itens ou não; Verificar a possibilidade de aplicar possíveis excedentes de caixa; Estudar um programa saudável de empréstimo ou financiamentos; Projetar um plano efetivo de pagamento de débitos; Analisar a viabilidade de serem comprometidos os recursos pela empresa; Participar e integrar todas as atividades da empresa, facilitando assim os controles financeiros. Matarazzo Avaliar alternativas de investimentos; Avaliar e controlar ao longo do tempo as decisões importantes que são tomadas na empresa, com reflexos monetários; Avaliar as situações presente e futura do caixa na empresa, posicionando-a para que não chegue à situação de liquidez; Certificar que os excessos momentâneos de caixa estão sendo devidamente aplicados.
22 22 Quadro 1 Objetivos do Fluxo de Caixa Fonte: Zdanowicz (2004, p. 41) e Matarazzo (2007, p. 364). A partir do quadro 1, constata-se que o fluxo de caixa tem por objetivo principal fornecer uma ferramenta para o diagnóstico da empresa, através do acompanhamento dos fluxos monetários em um determinado período, bem como através do planejamento e controle de seus recursos, o que capacita a empresa a saudar suas obrigações e manter o equilíbrio das suas contas (ZDANOWICZ, 2004, p. 41) Elaboração do fluxo de caixa Segundo Assef (1999, p. 1-2) na elaboração do fluxo de caixa é necessário ter duas contas básicas: contas a receber, que são os direitos da empresa, provenientes da venda de mercadorias, prestação de serviços ou venda de itens do ativo permanente. E as contas a pagar, que são as obrigações assumidas pela empresa, derivadas de compras de mercadorias para revenda ou industrialização, impostos e outros custos, despesas e investimentos. O fluxo de caixa de uma organização deve conter um detalhamento que permitam a adequada análise das informações contidas. Um fluxo de caixa não adequadamente estruturado leva a empresa a não entender, não alisar e não decidir adequadamente sobre a sua liquidez (FREZATTI, 1997, p. 35) Zdanowicz (2004, p. 132) menciona que a empresa precisa ter alguns cuidados para obter um resultado positivo através do fluxo de caixa, para isso, é necessário que o administrador financeiro saiba alguns itens para elaboração do fluxo de caixa, que são os relacionados a seguir: Buscar a maximização do lucro, possuindo certos padrões de segurança, previamente fixados; Assegurar ao caixa um nível desejado, a partir da constituição de reservas necessárias à empresa; Obter maior liquidez nas aplicações dos excedentes de caixa no mercado financeiro;
23 23 Determinar o nível desejado de caixa, a partir das contas que compõem o disponível da empresa; Fixar limites mínimos, mediante as experiências adquiridas pela empresa, permitindo realizar os ajustes quando for necessário; Na elaboração de um fluxo de caixa os dados deverão ser os mais corretos possíveis, onde os seus responsáveis estejam conscientes da rigorosidade, clareza e garantia dos dados prestados Requisitos para implantação do Fluxo de Caixa Segundo Zdanowicz (2004, p. 132), os principais requisitos para implantação do fluxo de caixa são: Apoio de cúpula diretiva da empresa; Organização da estrutura funcional da empresa com definição clara dos níveis de responsabilidades de cada área; Integração dos diversos setores e/ou departamento da empresa ao sistema do fluxo de caixa; Definição do sistema de informações quanto á qualidade e aos funcionários a serem utilizados, calendário de entrega dos dados (periodicidade) e os responsáveis pela elaboração das diversas projeções; Treinamento do pessoal envolvido para implantar o fluxo de caixa na empresa; Criação de um manual de operações financeiras; Comprometimento dos responsáveis pelas diversas áreas, no sentido de alcançar os objetivos e as metas propostas no fluxo de caixa; Utilização do fluxo de caixa para avaliar com antecedência os efeitos da tomada de decisões que tenham impacto financeiro na empresa; Fluxograma das atividades na empresa, ou seja, definir as atividades meio e as atividades fins. Estes requisitos são de grande importância para a elaboração do fluxo de caixa, pois os dados coletados serão utilizados pelo administrador financeiro, por
24 24 isso, os dados deverão ser mais corretos possível, adaptados no plano de operações da empresa. Em complemento, Frezatti (1997, p. 66) ressalta que antes de iniciar o processo de montagem do fluxo de caixa é necessário que o gestor, tenha uma visão geral do que espera. Nesse sentido, a primeira coisa a ser definida é o enfoque, uma vez definido, pode se discutir o plano de contas. Enfoque: é de grande utilidade, pois ajudará no processo de tomada de decisões, ele deve trazer benefícios, para facilitar, agilizar e suportar todo o processo decisório; Plano de contas: é um importante motivo para os desvios encontrados nas empresas. Zdanowicz (2004, p.133) afirma que implantar o fluxo de caixa consiste em apropriar os valores fornecidos pelas varias áreas da empresa segundo regime de caixa, isto é de acordo com os períodos que efetivamente deverão acontecer as entradas e as saídas do caixa. Para implantação do fluxo de caixa deve ser considerado a apropriação dos valores, conforme o período em que irá acontecer às entradas e às saídas da empresa, o importante é considerar todos os itens que alterará a posição do caixa da empresa. Frezatti (1997, p. 118) argumenta que algo que foi aprovado significa que foi discutido e comprometido em termos de metas a ser alcançada de maneira transparente, no momento em que se analisa o desempenho e avaliam as metas estabelecidas o diálogo se transforma em maneira profissional. Zdanowicz (2004, p. 55) descreve que a implantação do fluxo de caixa consiste em aproximar os valores fornecidos pelas diversas áreas da empresa. A empresa deve planejar os ingressos e os desembolsos Fatores que afetam o fluxo de caixa Segundo Marion (1997, p. 382), as transações que afetam o fluxo de caixa estão divididas em dois grupos: transações que aumentam o fluxo de caixa e transações que diminuem o fluxo de caixa. No quadro 2 é apresentado as transações que afetam o fluxo de caixa.
25 25 Transações que aumentam o fluxo de caixa Integralização do capital pelos sócios ou acionistas; Empréstimos bancários e financiamentos; Venda de itens do ativo permanente; Venda à vista e recebimento de duplicatas a receber; Outras entradas (juros, dividendos, indenizações). Transações que diminuem o fluxo de caixa Pagamentos de dividendos aos acionistas; Pagamentos de juros, correção monetária da divida e amortização da dívida; Aquisição de itens do ativo permanente; Compra à vista e pagamentos de fornecedores; Pagamentos de despesas (custos, contas a pagar). Quadro 2 Fatores que afetam o fluxo de caixa Fonte: Marion (1997, p.382). Quando a empresa pretende honrar uma obrigação com terceiros, ela precisa saber, se na data do vencimento terá o dinheiro disponível para saldar o compromisso. Nestes termos, o centro de interesse estará voltado para o disponível, ou seja, os saldos de caixa, bancos e aplicações financeiras da empresa. (ZDANOWICZ, 2004, p. 35). Silva (2000, p. 27) descreve o que poderá acarretar as principais faltas de caixa nas empresas, são os fatores que mais preocupam os gestores financeiros. E, dentre eles, pode-se exemplificar os seguintes: Expansão descontrolada das vendas, acima de sua capacidade de comercialização; Insuficiência de capital próprio e utilização do capital de terceiros em proporção excessiva; Aumento exagerado do prazo de faturamento; Necessidade de compras em grande volume; Aumento da inadimplência; Aumento da necessidade de capital de giro em proporção maior do que o aumento do capital circulante líquido; Aumento exagerado do ciclo financeiro; Baixa velocidade da rotação dos estoques;
26 26 Excessiva distribuição de dividendos. Todos os fatores apontados pelos autores podem interferir nas decisões na maioria dos setores da empresa, podendo ocasionar um impacto no fluxo de caixa, obrigando o administrador financeiro a reconhecer as consequências dessas alterações nas políticas de produção, vendas, distribuição, compras, pessoal, entre outras Modelos de fluxo de caixa Frezatti (1997, p. 77) observa que quando se fala em modelo de fluxo de caixa, uma maneira de facilitar o entendimento é separar o fluxo de caixa dos quadros auxiliares que o compõem, e detalham as informações. O autor ainda menciona que só é possível entender e gerenciar o fluxo de caixa de uma empresa se ela dispuser do fluxo de caixa propriamente dito e dos saldos que estão ligados ao fluxo financeiro. O modelo de fluxo de caixa adotado por uma empresa mostra todo o dinheiro que flui para dentro e fora da empresa em determinado período. É um suplemento útil para a demonstração de resultado, uma vez que focaliza a atenção a atenção para o que está acontecendo com a posição de caixa da empresa ao longo de um determinado período, e também porque evita julgamentos sobre o recolhimento de receitas e despesas que fazem parte da demonstração do resultado (BODIE e MERTON, 1999, p. 84). Os modelos de fluxo de caixa podem variar segundo alguns autores. Serão apresentados aqui os modelos de Zdanowicz (2004) e Longo (2001). Para Zdanowicz (2004), é de extrema importância que o fluxo de caixa demonstre as entradas e saídas ou os ingressos e desembolsos financeiros, ocorridos num determinado período. O modelo proposto por Zdanowicz (2004) é apresentado na tabela 1. Tabela 1 Modelo de Fluxo de Caixa
27 27 Modelo de Fluxo de Caixa Períodos Jan... Total Itens P R D P R D P R D 1. INGRESSOS Vendas a vista Cobranças em carteira Desconto de duplicatas Vendas ativo permanente Aluguéis recebidos Aumentos do capital social Receitas financeiras Outros SOMA 2. DESEMBOLSOS Compras a vista Fornecedores Salários Compras ativo permanente Energia elétrica Telefone Manutenção de máquinas Despesas administrativas Despesas com vendas Despesas tributárias Despesas financeiras Outros SOMA 3. DIFERENÇA PERÍODO (1-2) 4. SALDO INICIAL DE CAIXA 5. DISPONIBILIDADE ACUMULADA (-+3+4)
28 28 6. NÍVEL DESEJADO DE CAIXA PROJETADO 7. EMPRÉSTIMOS Á CAPTAR 8. APLICAÇÕES NO MERCADO FINANCEIRO 9. AMORTIZAÇÕES DE EMPRÉSTIMOS 10. RESGATE DE APLICAÇÕES DE FINANCEIRAS 11. SALDO FINAL DE CAIXA PROJETADO Legenda: P = Projetado R = Realizado D = Defasagem Fonte: Zdanowicz (2004, p. 145). Já o modelo proposto por Longo (2001), tem uma apresentação diferente. Esse autor também enfatiza a importância da empresa manter controles financeiros básicos tanto para controle administrativo quanto para servirem como base nos instrumentos de planejamento. 2. O modelo de fluxo de caixa proposto por Longo (2001) está descrito na tabela Tabela 2 Modelo de Fluxo de Caixa FLUXO DE CAIXA REALIZADO N PERÍODOS PROJETADOS 1. ENTRADAS 1.1 Recebimento de vendas/serviços á vista 1.2 Duplicatas á receber 1.3 Resgate aplicações 1.4 Empréstimos 1.5 Outros: venda de imobilizado 1.6 Seguro recebidos A- Total dos Recebimentos 2. SAÍDAS 2.1 Pagamento de fornecedores 2.2 Outros gastos com mercadoria 2. 3 Pagamento de tributos 2.4 Despesas com vendas 2.5 Despesas administrativas
29 Despesas com pessoal e encargos 2.7 Outros impostos e taxas 2.8 Despesas financeiras B - Total dos Pagamentos C VARIAÇÃO D - SALDO ANTERIOR E SALDO ANTERIOR (A-B) (C+/-D) Fonte: Longo (2001, p. 48). Os modelos apresentados por Zdanowicz (2004) e Longo (2001), demonstram que não é difícil elaborar um fluxo de caixa para uma empresa. Os modelos são simples, necessitando, no entanto, que as informações que alimentam o fluxo de caixa sejam as mais corretas possíveis e que retratem muito bem a realidade da empresa, pois será com base nestas informações que serão tomadas as decisões futuras. As mesmas informações também ajudarão a identificar o ponto de equilíbrio financeiro da empresa e será através dele poderá ser avaliada a lucratividade da empresa. 2.4 ANÁLISE HORIZONTAL A Análise horizontal consiste na comparação entre os valores de uma mesma conta ou grupo de contas, em diversos exercícios sociais. Na qual, representa um processo de análise temporal, desenvolvida, através de número-índice. (ASSAF, Neto, 2002, p. 100). Hoji (1999, p. 273) menciona que a análise horizontal tem a finalidade de evidenciar a evolução dos itens das demonstrações contábeis, por períodos. De forma mais abrangente Matarazzo (2007, p. 245) destaca que a análise horizontal baseia-se na evolução de cada conta e uma série de demonstrações financeiras em relação à demonstração anterior.
30 ANÁLISE VERTICAL Hoji (1999, p. 273) mostra que a análise vertical facilita a avaliação da estrutura do ativo e do passivo, bem como a participação de cada item da demonstração de resultado na formação do lucro ou prejuízo. Para Matarazzo (2007, p. 243) afirma que a análise vertical baseia-se em valores percentuais das demonstrações financeiras, sendo que o percentual de cada conta mostra sua real importância no conjunto. Segundo Assaf Neto (2002, p. 108) a análise vertical é um processo comparativo, demonstrando em porcentagem, que se aplica ao se relacionar com uma conta ou grupo de contas com um valor afim ou relacionável, identificando no mesmo demonstrativo.
31 31 3. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO O estudo foi realizado na empresa Restaurante e Pizzaria La Nonna, atua no mercado alimentício, na região de São José-SC, bairro Barreiros, durante o período de janeiro de 2009 a dezembro de Este capítulo tem por função descrever os procedimentos metodológicos necessários para construção do Trabalho de Conclusão de Estágio (TCE). Sendo estes procedimentos distribuídos em duas partes: pesquisa bibliográfica e documental. A coleta de dados foi desenvolvida através de pesquisa documental e histórica, ou seja, através de controles já existentes na empresa e que nunca foram analisados, tais como: contas a pagar, vendas, movimento do caixa, custos fixos e variáveis, contas bancárias, livro caixa e outras operações financeiras. A pesquisa bibliográfica dos dados foi alicerçada pela consulta às fontes pertinentes para o desenvolvimento deste trabalho, o que permitiu a elaboração de uma estrutura de controle financeiro. Para Gil (1999, p. 65), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, consistindo principalmente em livros e artigos científicos. Após essas informações, foram elaborados relatórios que mostraram de forma evolutiva os resultados financeiros obtidos pela empresa através de fluxos informativos que permitiu a elaboração do fluxo de caixa proposto. Posteriormente, para a análise dos demais dados obtidos foram elaboradas planilhas e gráficos desenvolvidos no software Excel. A análise envolveu também a comparação das informações sobre os ingressos e desembolsos identificados no presente estudo, sendo assim, desenvolveu-se a estrutura de um fluxo de caixa para o Restaurante e Pizzaria La Nonna. Como premissas para elaboração do fluxo de caixa foram utilizados a analise horizontal e a sazonalidade incidente sobre o ramo de negócio da empresa estudada.
32 32 4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS Para a realização deste trabalho identificou-se a necessidade da utilização de um instrumento que facilitasse a administração dos ingressos e desembolsos da empresa, otimizando a administração financeira. Esta necessidade deu-se ao fato de que apesar de a empresa registrar todos seus ingressos e desembolsos, não possuía um instrumento que pudesse identificar todos os seus grupos de contas bem como seus componentes formando o plano de contas. O plano de contas elaborado para o Restaurante e Pizzaria La Nonna é composto da seguinte forma: ingressos, desembolsos administrativos, desembolsos com pessoal, parcelamento de dívidas, desembolsos com fornecedores, desembolsos tributários e desembolsos financeiros, os quais serão apresentados de forma detalhada no decorrer deste trabalho. A seguir nas próximas seções, serão apresentados os seguintes temas: um breve histórico da empresa, as análises de cada grupo de contas, dos ingressos e desembolsos, bem como seus componentes e seu desempenho nos períodos, além de um comparativo entre os mesmos ingressos e desembolsos realizados e os projetados. 4.1 HISTÓRICO DA ORGANIZAÇÃO O Restaurante e Pizzaria La Nonna vive hoje, dentro dos parâmetros normais de uma empresa que zela pelo seu nome no mercado. A organização tem um fundo de reserva e suas contas em dia e um bom crédito, possui um considerável estoque de mercadorias. A organização situa-se na região de São José-SC, na Avenida Leoberto Leal, número 1235, bairro Barreiros. É uma organização familiar (pai, mãe e uma filha), contando também com funcionários para serviços de garçom, copeiro, cozinheiro e limpeza em geral, formando o quadro da organização com total de doze colaboradores. Atuando no mercado há onze anos, sempre com os mesmos fornecedores, dentre eles destacam-se: Supermercado Copal, Makro, Imperatriz, Big, Direto do
33 33 Campo. Os principais concorrentes são: Restaurante Grillos Pizzaria, Espetinho de Ouro, Cantina Zabot, Tropical Lanches e Porções. Há onze anos no mercado, com principal atividade no ramo alimentício (alimentos e bebidas), comprando e vendendo produtos com qualidade, com preços acessíveis devido à concorrência do mercado. A empresa possui um controle muito simples, fazendo suas anotações apenas no papel, sobre as entradas e saídas diárias. Dessa forma, as entradas e saídas são controladas por uma assistente administrativa de fato, este controle está diferente de um fluxo de caixa, necessitando assim, aperfeiçoar seus controles financeiros INGRESSOS Os ingressos da empresa são compostos por vendas à vista e vendas à prazo. Os recebimentos de vendas são compostos por pagamentos efetuados com dinheiro, cheques à vista e à prazo e cartões de crédito e débito. Devido à falta de um registro mais eficiente destes ingressos, não foi possível identificar qual a participação de cada forma de recebimento. Sendo assim, os ingressos foram classificados apenas em vendas à vista e à prazo. Na figura 1, é apresentado a composição dos ingressos da empresa.
34 34 Composição dos Ingressos 39% 61% Vendas A Vista Vendas A Prazo Figura 1 Composição dos Ingressos Fonte: Dados primários Os ingressos vindos das vendas à vista são formados apenas pelos recebimentos efetuados em dinheiro, e as vendas a prazo, por todas as outras formas de recebimentos que a empresa trabalha, são elas: cheques e cartões de crédito ou débito e convênio com empresas da região. Nota-se que do total dos ingressos da empresa no período, a parte mais significativa refere-se às vendas a prazo, constituindo 61% do total. Situação que pode ser explicada pelo número de empresas que tem convênio de alimentação que é pago no final de todo mês. Apesar deste contexto, as vendas à vista participam dos ingressos da empresa de forma significativa, 39% do total, fato ainda mais ressaltado, pois esta se constitui apenas de pagamentos feitos em dinheiro. Na figura 2 é apresentado o desempenho dos ingressos realizados no período em análise.
35 35 Desempenho dos Ingressos Realizados , , , , , , , , ,00 0,00 jan-09 fev-09 mar-09 abr-09 mai-09 jun-09 jul-09 ago-09 set-09 out-09 nov-09 dez-09 Vendas A Vista Vendas A Prazo Figura 2 Desempenho dos Ingressos Realizados Fonte: Dados primários Nota-se que durante o intervalo entre os meses de fevereiro, março, abril, julho agosto, setembro e outubro de 2009, houve sequências de pequenas oscilações no volume dos ingressos da empresa, variando entre altas e baixas nos limites entre R$ ,19 e R$ ,09. A partir deste período, nos meses de janeiro, maio junho, novembro e dezembro de 2009, houve um crescimento significativo devido as datas comemorativas como no mês de maio, o dia das mães e junho dia dos namorados DESEMBOLSOS Os desembolsos da empresa foram divididos da seguinte forma: desembolsos administrativos, desembolsos com pessoal, parcelamento de dívidas, desembolsos com fornecedores, desembolsos tributários, e por fim, os desembolsos financeiros. As próximas seções apresentam de forma mais especificada as composições e os desempenhos de cada uma das formas de desembolsos ocorridos na empresa Desembolsos administrativos
36 36 Os desembolsos administrativos são compostos pelos seguintes itens: aluguel; contas de telefone; contas de luz, água e gás; Sindicato de bares e restaurantes, contabilidade; e diversos. Na figura 3, é representado de forma gráfica a composição dos desembolsos administrativos. Composição dos Desembolsos Administrativos 7% 23% 42% 20% 8% Aluquel Contas De Telefone Contas De Luz / Água / Gás Contabilidade Diversos Figura 3 Composição dos Desembolsos Administrativos Fonte: Dados primários Das contas que compõem os desembolsos administrativos, a que teve maior participação foi o aluguel estabelecimento, com 42% do total, seguida pela conta contabilidade com 23% e com grande significância as contas de luz água e gás com 20% do total que equivale, ao valor de R$ 523,55 mensais. Todas as outras contas tiveram participações não muito significativas no montante dos desembolsos administrativos. As contas de telefone participaram com 8% e finalmente a conta diversos que constitui-se de desembolsos esporádicos que a empresa obteve, como por exemplo, pagamento para manutenção dos sanitários, participando com 7%. Na figura 4 pode-se observar o desempenho dos desembolsos administrativos no período em análise.
37 37 Desempenho dos Desembolsos Administrativos 3.000, , , , ,00 500,00 0,00 jan-09 fev-09 mar-09 abr-09 mai-09 jun-09 jul-09 ago-09 set-09 out-09 nov-09 dez-09 Aluquel Contas De Telefone Contas De Luz / Água / Gás Contabilidade Diversos Figura 4 Desempenho dos Desembolsos Administrativos Fonte: Dados primários No que se refere ao desempenho dos desembolsos administrativos, a conta mais significativa, e que mais influência diretamente nas variações no desempenho dos desembolsos administrativos, é a do aluguel. Esta situação deve-se ao fato da localidade do estabelecimento, que fica num dos grandes e movimentados bairros de São José, que é Barreiros causando desequilíbrio nas contas da empresa e prejudicando o andamento financeiro da mesma. A conta contabilidade que possui um valor fixo contratado de R$ 600,00 é outra conta tem valor significativo no desempenho dos desembolsos administrativos. As outras contas mantiveram-se equilibradas no período, não sofrendo significantes alterações Desembolsos com pessoal Os desembolsos com pessoal são formados pelas contas a seguir relacionadas: salário dos funcionários; férias; décimo terceiro salário; e encargos trabalhistas como INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e sindicatos (Sindicato dos Empregados no Comércio de Florianópolis). Na figura 5 é apresentado a composição dos desembolsos com pessoal da empresa Criativa.
38 38 5% 6% 2% 5% 1% 81% Salários Férias 13. Salário Inss Fgts Sindicatos Figura 5 Composição dos Desembolsos com Pessoal Fonte: Dados primários Pode-se perceber que a conta mais significativa é a dos salários, participando com 81% do total. Seguida pelas contas do décimo terceiro salário, com 6% de participação, FGTS e férias com 5%, INSS com 2% e finalmente a conta dos sindicatos com 1% na formação dos desembolsos com pessoal no período examinado. Na figura 6, a seguir, é representado o desempenho dos desembolsos com pessoal no período em análise.
39 39 Desempenho dos Desembolsos com Pessoal , , , , , , , , , , , , , , , , , ,00 0,00 jan-09 fev-09 mar-09 abr-09 mai-09 jun-09 jul-09 ago-09 set-09 out-09 nov-09 dez-09 Salários Férias 13. Salário Inss Fgts Sindicatos Figura 6 Desempenho dos Desembolsos com Pessoal Fonte: Dados primários A partir figura 6 observou-se que os meses de novembro e dezembro de 2009 são os mais representativos e atípicos do período, bem como os que mais contribuíram com as variações no desempenho dos desembolsos com pessoal. Este fato ocorreu principalmente devido ao pagamento do décimo terceiro salário aos funcionários. No período em análise a empresa possuía em seu quadro de pessoal, doze funcionários. As contas de férias e FGTS também contribuíram consideravelmente para as variações no desempenho dos desembolsos com pessoal, tem seu valor mensal formado pelo equivalente a 11% do valor dos salários. As contas de INSS e Sindicatos mantiveram-se estáveis em todo o período e sua influência sobre o desempenho dos desembolsos com pessoal não é significativa Desembolsos com fornecedores
40 40 A empresa possue algumas obrigações com o supermercado que compõe 58% dos desembolsos, que é o parcelamento dos valores das compras efetuadas no decorrer de cada mês, seguido pela conta do frigorífico com 34% e não menos importante a conta da coleta especial de orgânicos com 8% de participação nos fornecedores. A figura 7 representa a seguir, apresenta a composição dos desembolsos com fornecedores. Composição dos Desembolsos com Fornecedores 34% 8% 58% Supermercado Copal Coleta Especial de Organicos Frigorfico Figura 7 Composição dos Desembolsos com Fornecedores Fonte: Dados primários O parcelamento de dívidas tem seu montante total, R$ ,57, composto por três contas com o supermercado que compõe 58% dos desembolsos no parcelamento de dívidas, seguido pela conta do frigorífico com 34% e não menos importante a conta da coleta especial de orgânicos com 8% de participação com fornecedores. Na sequência, a figura 8 apresenta o desempenho dos desembolsos com fornrcedores.
41 41 Desempenho dos Desembolsos com Fornecedores jan-09 fev-09 mar-09 abr-09 mai-09 jun-09 jul-09 ago-09 set-09 out-09 nov-09 dez-09 Supermercado Copal Coleta Especial de Organicos Frigorfico Figura 8 Desempenho dos Desembolsos com Fornecedores Fonte: Dados primários De acordo com a figura 8, a maior discrepância do gráfico apresentado é a conta com o supermercado Copal. Este fato ocorre, pois é o principal lugar utilizado pelo restaurante na compra de matéria prima, e no decorrer do período analisado as oscilações são mínimas. A conta com o frigorífico também apresentou poucas oscilações em valores exceto, nos meses de janeiro e maio decorrentes de festas de final de ano e dos dias das mães. E por fim, a conta com a coleta especial de orgânicos que possue um valor contratado de R$ 700,00 reais e somente nos meses de janeiro e dezembro tem um reajuste de R$ 100, Desembolsos tributários A empresa é participante do SIMPLES NACIONAL (Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte) como empresa de pequeno porte, tanto em âmbito federal quanto estadual. Em âmbito federal, este sistema permite a empresa pagar seus tributos de forma unificada, IR (Imposto de Renda), CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), PIS (Programa de Integração Social), COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) convertidos em um único tributo com uma alíquota que resulta em um menor valor
42 42 monetário se comparados a soma de todos os valores desembolsados caso fossem pagos todos os tributos citados de forma individual. Em âmbito estadual, o sistema simples beneficia a empresa na forma da redução da alíquota tributária referente ao ICMS (Imposto Sobre Mercadorias e Serviços). Portanto, a empresa possui na composição dos desembolsos tributários a conta simples federal, ICMS e outros. Na figura 9, é apresentado à composição dos desembolsos tributários. Composição dos Desembolsos Tributários 14% 41% 45% Icms Estadual Simples Federal Outros Figura 9 Composição dos Desembolsos com Fornecedores Fonte: Dados primários Com 45% do montante desembolsado com tributos, a conta Simples Federal é a que mais participa da composição dos desembolsos tributários no período estudado, em a conta ICMS estadual com 41% de participação sobre o total dos desembolsos e por fim conta outros com 14%, esta que será melhor detalhada a seguir. As alíquotas tributárias para empresas optantes pelo Simples Nacional variam conforme o porte da empresa (este definido pelo seu faturamento anual bruto) e seu faturamento mensal bruto. Para o governo federal, empresas com faturamento anual bruto entre R$ 0,00 e R$ ,00 são consideradas microempresas, a partir daí, empresas com faturamento anual bruto entre R$ ,01 e R$ ,00 são consideradas EPP (Empresa de Pequeno Porte), e suas alíquotas variam conforme é apresentado na tabela 3.
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