Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing. Escola Superior de Design. Licenciatura em Design. História da Arte e da Técnica CASA DA CASCATA
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- Isadora Ferreira Gabeira
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1 Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing Escola Superior de Design Licenciatura em Design História da Arte e da Técnica CASA DA CASCATA FRANK LLOYD WRIGHT Discente: Sandra Rosa Ano: 1º D1 2010/2011 2º Semestre Lisboa, 23 de Maio,
2 ÍNDICE 1. Introdução 3 2. Génese a. Organicismo 4 b. Frank Lloyd Wright 4 c. Projecto 5 3. Fallingwater House a. O modo característico 5 b. Problemas estruturais 7 c. Soluções 8 d. O espaço circundante 8 4. Conclusão Bibliografia 11 2
3 Introdução O presente trabalho tem como objectivo abordar uma obra arquitectónica contemporânea, nomeadamente, a Casa da Cascata, também conhecida como Fallingwater House, da autoria de Frank Lloyd Wright que apostou a sua carreira na corrente do organicismo. Notar-se-á que a informação exposta é frequentemente mais descritiva, factual e interpretativa, no entanto, será devidamente apoiada por imagens, representativas do diálogo. Esta variedade decorre na necessidade de pôr ao alcance uma vasta pluralidade de factos não estão totalmente reconhecidos. Daí o constante apelo às fontes para as páginas de Donald Hoffmann, onde se encontra, não toda, mas a grande parte de informação e cujo seu conhecimento é imprescindível para o entendimento da obra. Aqui não se pretende escrever a História da Casa da Cascata, com toda a sistematização que o título até pressupõe, mas alinhar uma série de estudos sobre o assunto, que ora representam um compêndio do estado actual das questões, ora expõem reflexões próprias sobre as mesmas. Neste contexto, assume-se as suas particularidades, quer seja as características arquitectónicas da casa em si, quer seja o espaço circundante, fundamental pela corrente que a abrange e quais foram as falhas neste sistema de construção, aliadas a uma análise de correcções que poderiam ser urgentemente tomadas a fim de evitar um futuro colapso da mesma. É ainda importante salientar o fenómeno a que se assiste: o organicismo. Partir daqui significa um conjunto de combinações que põem em causa, não o terreno em que se insere, se ele for acidentado mantém-se no seu estado natural, mas o projecto de construção, ou seja, contrariamente a todas as obras deste desta categoria o que está em causa é o encaixe da edificação ao mesmo. 3
4 1. Génese 1.1. Organicismo O organicismo é uma corrente funcionalista que nasceu na década de 30 em oposição ao mecanismo. É a doutrina que concebe a realidade como um organismo vivo e critica o geometrismo e universalismo dos racionalistas, olhando para a pluralidade das formas oblíquas, desprezando, assim, o emprego de standarts. Numa visão mais pessoal e com abordagens particulares, passou a preocupar-se mais com o espaço interno das edificações, assim como as condicionantes psicológicas das formas. Um dos pontos importantes desta corrente era a implementação das mais recentes investigações sobre a ciência das estruturas e o controle ambiental, bem como com a acústica das habitações. A sua arquitectura tem de resultar das múltiplas circunstâncias e condições de toda a ordem, deve ser o resultado de uma problemática e solucionar o seu correcto enquadramento económico, cultural, ambiental, técnico e estético. Esta preocupação em colocar os edifícios em sintonia com a Natureza, mostra um cuidado com a escala humana, liberdade na organização do espaço de maneira a conseguir uma estreita articulação do interior com o meio envolvente e no recurso intenso aos valores plásticos dos materiais. Esta arquitectura mostra o predomínio das linhas horizontais, um suave pendente das coberturas e uma assimetria involuntária. Deste modo, a casa não é apenas um espaço de acolhimento, mas sim elementos privilegiados de interacção com o meio envolvente. A Casa da Cascata é a obra que melhor evidencia este espírito. Ao erguer-se sobre uma cascata, o seu todo parece emergir naturalmente do próprio meio físico no qual se implanta. A textura e cor dos materiais são os da própria região e os blocos de betão horizontais dos terraços estabelecem relação com os grandes blocos de pedra sobre os quais corre a cascata Frank Lloyd Wright Figura 1 - Frank Lloyd Wright Frank Lloyd Wright é uma referência na arquitectura do século XX. Desenvolveu um trabalho contínuo na arquitectura orgânica direccionada para o entendimento entre o espaço interior e a forma exterior que abrange a natureza envolvente e o ambiente. Nos seus projectos, a atenção estava centrada no Homem, por isso, aliava a este, a Natureza, aumentando assim o seu bem-estar pessoal, espiritual e físico, inserindo os edifícios na própria paisagem. A sua 4
5 paixão pela arquitectura japonesa fê-lo transportar algumas características no se desenho para este projecto, sobretudo quanto à interpenetração dos espaços interiores e exteriores e, mais uma vez, na harmonia entendida entre o Homem e a Natureza. O seu maior contributo foi antecipar as preocupações actuais do planeamento local e estudo ambiental. Entre as várias obras encontra-se a Casa da Cascata, uma das suas obras mais bem-sucedidas O projecto Este projecto foi encomendado pela família Kaufmann. A sua construção decorreu entre 1936 e 1939, está localizada em Mill Run, na Pensilvânea, nos E.U.A. No seu total, a casa ocupa cerca de metros quadrados: a casa principal ocupa m 2, divididos em em espaços interiores e em terraços e mais m 2 na casa de hóspedes. Frank Lloyd Wright foi reconhecido como o melhor arquitecto americano de sempre no ao de 1991 e esta obra, o melhor trabalho de todos os tempos da arquitectura americana. Em 1964 a casa foi convertida para museu, tendo recebido desde então mais de quatro milhões de visitantes. A sua preservação tem sido feita desde 1963, com sucessivos reparos estruturais. Figure 2 - A construção da casa em Fallingwater House 2.1. O modo característico A Casa da Cascata é o edifício emblemático da corrente do organicismo. Numa perspectiva de integração, esta apresenta um cuidado acrescido na sua relação com a natureza. Há, de facto, um potencial na utilização da rocha natural que é harmonizada com os diferentes e variados materiais que a constitui. A assimetria foi conseguida através da diferenciação entre várias partes do edifício, ou seja, foi permitida através da rotação dos planos horizontais, um relativamente ao outro. É notável a concretização dos princípios defendidos em habitações unifamiliares, a casa serve de refúgio, contrariamente à máquina de habitar proposta pelo pensamento funcionalista. 5
6 Em termos técnicos, a sua estrutura desdobra-se geometricamente no sentido longitudinal, resultado das fronteiras existentes: o rio como elemento natural e as estradas e atalhos como elementos artificiais. Esta é uma habitação com três andares. Cada piso tem uma função específica. O R/C está destinado a envolver a cascata, sendo também nele a localização da lareira sobre a pedra; o primeiro piso resguarda o quarto principal e nele existe um terraço; o segundo e último piso abarca os restantes quartos com terraços, igualmente, e desenvolvimento octogonal de menores dimensões. Toda esta construção é constituída por pilares e vigas que servem para definir os espaços, criar as unidades e articular a circulação com a organização da sua composição. A iluminação é umas das particularidades, na medida em que, as paredes são predominantemente compostas por janelas, aproveitando as vantagens da luz natural, contendo assim, gastos de energia maiores. A sua parte integrante é composta por massa de pedra. Os elementos verticais são construídos com pedras suavemente predispostas para dar um olhar mais estrutural e os elementos horizontais são feitos, todos eles, em betão armado. Os pavimentos são em pedra e madeira de nogueira, elementos que predominam na natureza, no espaço que a circunda. É visível, ainda, uma concentração dos espaços comuns em torno da sala-de-estar e uma redução, ainda significante, no tamanho dos dormitórios. Neste sentido, a sala torna-se no espaço primordial, tornando os restantes em apenas espaços residuais. Por fim, os terraços existentes, funcionam como cantileveres, servindo para o transporte de cargas deste nível ao nível da sala através de secções encerradas em batentes na maior janela da ala Sul. Figure 3.: Planta Primeiro Andar: Entrada principal 6
7 Figure 4.: Planta - Segundo andar Figure 5.: Planta - Terceiro Andar 2.2. Problemas estruturais De tempos a tempos, a Casa da Cascata é remodelada a fim de evitar um possível colapso no futuro. Frank Lloyd Wright fez desta habitação a melhor da sua geração em toda a América, mas não evitou determinados erros que levam ao seu constante desgaste. É o caso do cantilever do terraço mestre, assim como o da sala que não são suportados independentemente como os reforços existentes nos dias de hoje. Não se tratam de omissões na sua geometria 7
8 base ou são falhas da estrutura em si, mas existem, de factos colapsos na concepção e detalhamento do reforço. Outra questão que se nota é a instabilidade nesta estrutura, ou seja, refere-se ao seu balanço. Por último, há uma crescente penetração de humidade, causa de portas empenadas, desgaste da pintura, manchas e fendas nas paredes, resultado de uma impermeabilização deficiente nos telhados, terraços e janelas, que não são suficientemente apertados em relação à estrutura Soluções possíveis Para os problemas encontrados no tópico acima, existem soluções que provavelmente agora nem todas poderão ser tomadas, mas que poderiam ter sido pensadas à partida no plano do projecto. Quanto ao cantileveres, haveria uma intervenção necessária com o sistema de póstensão para impedir desvios maiores na sala e no quarto principal, no segundo andar, pois trata-se de uma questão quanto à aderência dos batentes. Para a estabilização da casa, é importante, o reforço o terraço com fibra de carbono, e depois um restauro e reparação da corrosão, que em alguns casos é mais inatingível, como nos caixilhos de aço nas janelas e portas de todo o edifício e uma restauração dos suportes de aço corroído. Quanto à questão da entrada de humidade, é possível uma limpeza e cerramento das paredes de pedra exterior e uma nova impermeabilização do edifício. É também aconselhável a substituição do telhado existente, por outra de cobertura invertida (telhado IRMA) O espaço circundante Mais uma vez, casa da cascata está situada em Mill Run, área maioritariamente formada por água e rocha. É uma zona que havia sido coberta pelo rio Inland, por camadas de sedimentos que endureceram até se tornarem rochas sedimentares. Esta rocha, por sua vez, é composta por xisto e pedra calcária que foi levantada em cumes paralelos após uma colisão entre as placas continentais da América do Sul e África. A queda de água que a casa cobre, corroeu esta pedra calcária, tornando, assim, o xisto mais macio. O seu terreno é acidentado e circundado por cumes, planaltos, e desfiladeiros, pelo que é um 8
9 terreno bastante inclinado. Os solos nos quais assenta esta habitação são, ainda assim, relativamente rasos e em conjunto com o clima da região, causaram dois tipos de floresta no local: uma primeira que pode ser encontrada tanto em solos ricos com pobres em ácido, situada em planaltos, terras altas e inclinadas para Sul de onde surgem árvores como o carvalho branco, vermelho e preto, violetas hepáticas ou azáleas; e uma segunda que surge em torno do riacho em ravinas rochosas cujo ambiente se torna mais húmido comparativamente à anterior. Fora destas florestas, este é um ambiente igualmente natural, envolvido por magnólias, túlipas, violetas e árvores maple. As cascatas desenvolvem-se no cruzamento de dois riachos com as bordas das rochas numa interacção entre a geologia e Bear Run. A sua formação é similar devido à forma das camadas, pois quer sejam mais resistentes ou erosivas, são finas, fazendo as quedas de água desenvolverem-se num perfil característico que corre rio acima sem perder a sua altura. 9
10 3. Conclusão Considerar o tempo em que o projecto Fallingwater House foi construída, torna-a numa obra espantosa, com grandes inovações em todas as áreas. É visível a imensa dificuldade na correspondência desta planta com o meio envolvente, por este ser tão acidentado, daí que não seja possível uma crítica tão profunda embora os colapsos existentes, neste ponto de vista. A sua projecção através do núcleo central através do qual as lajes de betão armado se projectam em balanço acima da cascata, expressa uma horizontalidade dos planos que é raramente vista. O conceito de aglomeração está adaptado à obra e, visto que, há uma localização próxima dos terraços os conceitos aqui utilizados são o de adição de terraços e volume da chaminé, e o de translação, as lajes transladaram a partir do volume central. A configuração tridimensional do edifício está vinculada aos conceitos de agrupamento, onde a massa principal são os terraços e o volume da chaminé e a massa secundária é a restante residência. 10
11 4. Bibliografia 4.1. Monografia - HOFFMAN, Donald, Frank Lloyd Wright's Fallingwater, the house and its history, Dover Publications inc., Londres, MCCARTER, Robert, Fallingwater, Frank Lloyd Wright, Phaidon Press ltd., Londres, WILKINSON, Philip, Frank Lloyd wright 50 great buildings, Quercus Publishing plc., Londres, Netografia Iconografia
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