COMISSÃO TEMPORÁRIA - RISCO AMBIENTAL EM MUNIcíPIOS RELACIONADOS PELO INPE PROPOSTA DE PLANO DE TRABALHO
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1 MlROVPOO E 1051 COMISSÃO TEMPORÁRIA - RISCO AMBIENTAL EM MUNIcíPIOS RELACIONADOS PELO INPE PROPOSTA DE PLANO DE TRABALHO Presidente: Vice-Presidente: Relator: SENADOR JAYME CAMPOS (DEM-MT) SENADOR JOÃO PEDRO (PT-AM) SENADOR FLEXA RIBEIRO (PSDB-PA) 1. APRESENTAÇÃO Em janeiro de 2008, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgaram dados preliminares que indicam um desmatamento na região amazônica de quilômetros quadrados, entre agosto e dezembro de Apesar de serem considerados alannantes, os números não podem ser comparados aos de anos anteriores, pois estas estatísticas não estão disponíveis. Segundo esses dados, parcela significativa desses desmatamentos ocorreu em: Mato Grosso (MT), 53,7%; Pará (PA), 17,8%: e Rondônia (RO), 16%. A Ministra do Meio Ambiente apontou como provável causa desse fenômeno o avanço das fronteiras de produção de soja e carne, tendo em vista o aumento dos preços internacionais dessas commodities. Em 21 de dezembro de 2007, o Poder Executivo já havia editado o Decreto n 6.321, que estabelece ações relativas à prevençã "-""''''''' COMISs.;O, ',- -P. 'n, ",65 ~ N o l<'i ~ ~,~- ~~(f~l;ifi~ -,.
2 2 monitoramento e controle de desmatamento no Bioma Amazônia. Tais ações incidirão sobre municípios identiticados pelo INPE segundo critérios relacionados à dinâmica histórica de desmatamento: (i) área total de floresta desmatada; (ii) área total de floresta desmatada nos últimos três anos; e (iii) aumento da taxa de desmatamento em pelo menos três, dos últimos cinco anos. Para o ano de 2008, os municípios selecionados são os constantes da Portaria MMA n" 28, de 24 de janeiro de 2008 (ver Quadro I). Quadro 1 - Municípios relacionados na Portaria MMA n 28. de Estado Municípios I Amazonas Lábrea. Mato Grosso Altl Florestl, Aripuanã, Brasnorte, Colniza, Confresa. Cotriguaçu, Gaúcha do Norte, Juara, Juína, Marcelândia, Nova Bandeirantes, Nova Maringá, Nova Ubiralã, Paranaíta, Peixoto de Azevedo, Porto dos Gaúchos, Querência, São Félix do Araguaia c Vila Rica. Pam I Rondônia Altamira. Brasil Novo, Cumam do Norte, Dom Eliseu. Novo Progresso. Novo Repartimento, Paragominas, Rondon do Pará, Santa Maria das Barreiras, Santana do Araguaia, São Félix do Xingu c Ulianópolis. Nova Mamoré, Porto Velho, Machadinha D'Oeste e Pimenta Bueno,.. o Decreto n" 6.321, de 21 de dezembro de 2007, prevê as seguintes ações prioritárias para prevenir, monitorar e controlar o desmatamento ilegal nesses municípios: l. Recadastramento dos imóveis rurais junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (lncra), de acordo com o 3" do dezembro de 1972; art. 2" da Lei n" 5.868, de 12.,,0 Ir ~ ~5A.O 1?1s. I" <'0." tji \!}! '3 "",o ~ a:. '. "" ~,,,'.,. ~\o ~ - <r.\.~,).,."'1 ",'15-'" so-n'
3 ] 2. Suspensão da emissão de autorizações para novos desmatamentos em extensão superior a cinco hectares por ano nos imóveis com área superior a quatro módulos fiscais que não possuam certificação do georreferenciamento expedida pelo Incra; 3. Cancelamento dos Certificados de Cadastro de Imóveis Rurais (CCIR) das propriedades que não efetuarem o recadastramento; 4. Promoção do georreferenciamento dos imóveis rurais de até quatro módulos fiscais, no prazo de dois anos, prorrogável por mais um ano, sem qualquer ônus aos detentores; 5. Restrição total ao crédito de qualquer espécie para (i) atividade agropecuária ou florestal realizada em imóvel rural que descumpra embargo de atividade nos termos dos 11 e 12 do art. 2' do Decreto n' 3.179, de 21 de setembro de 1999; e (ii) serviço ou atividade comercial ou industrial de empreendimento que incorra na infração prevista no art. 39-A do Decreto n' 3.179, de No entanto, os dados reunidos pelo INPE sào contestados por autoridades estaduais. De acordo com relatório elaborado pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Mato Grosso, o Sistema DETER (Detecçào do Desmatamento em Tempo Real) não é "um instrumento confiável para a detecção e mesmo a fonnulação de dados estatísticos com vistas a comparar dados de desmatamento". Além da análise de imagens de satélite, o estudo verificou in loco 662 pontos identificados por aquele Sistema em 51 municipios, dos quais 19 constam da lista do MMA. A conclusão do trabalho é que "a quase totali s o~ th b /~ <ç~ ~ "" ~o 3:,,,!~\,""~!!?..:',,\\,)!;',';;' I\'.\?>...."j,...\'.C,,~ 'J{J S'l:')'l:\ "'.J
4 4 dos pontos DETER (89,98%) averiguados em campo não se referem a desmatamento corte raso. Grande parte dos pontos do DETER (46,53%) apresentam vestígios de queimada o que corrobora a tese de íntima ligação entre a estiagem, as queimadas e os incêndios florestais como fator limitante para a detecção de desmatamentos no Estado de Mato Grosso no período de setembro a outubro de 2007". Para frear o desmatamento ilegal na região, foi lançada a Operação Arco de Fogo, que mobiliza esforços conjuntos da Policia Federal, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (lbama), da Força Nacional, das Policias Militares e Civis dos Estados abrangidos e das respectivas Secretarias de Meio Ambiente. A iniciativa já detectou grandes estoques de madeira extraida ilegalmente e aplicou mais de R$ 3 milhões em multas desde o dia 26 de fevereiro de Impõe-se à Comissão a tarefa de avaliar o risco ambiental a que estão sujeitos os 36 municípios listados pelo MMA, mas também analisar se os dados levantados pelo INPE constituem fundamento suficientemente seguro para a imposição das severas restrições à atividade produtiva previstas no Decreto n' 6.321, de 2007, sob pena de gerar insegurançajuridica para os produtores da região. 2. ATIVIDADES PROPOSTAS Funciona no âmbito da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) uma Subcomissâo (temporária) para Acompanhar a Crise Ambiental na Amazônia (CMACAA). O tema tratado por essa subcomissão apresenta importantes pontos de contato com o objeto da Comissão Temporária Externa de Risco Ambiental na Amazônia. Por esse motivo e no intuito de evitar a duplicação de esforços e o gasto
5 desnecessário de recursos públicos, os dois colegiados promoverão, sempre que possível. atividades conjuntas. Nesse contexto, as atividades propostas para a CTE - Ambiental são as seguintes: Risco 2.1. AUDIÊNCIAS PÚBLICAS Serão realizadas audiências públicas com autoridades governamentais (federais, estaduais e municipais), representantes do setor produtivo, da sociedade civil organizada e da academia. O objetivo dessas audiências é colher subsídios para o entendimento da questão, da forma mais abrangente possível. Entre outros, os temas a serem abordados em tais reuniões versarão sobre: O papel de cada um dos sistemas de detecção e monitoramento do desmatamento na Amazônia: DETER (Detecção de Desmatamento em Tempo Real) e PRODES (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal); Estatísticas recentes e padrão hístórico dos desmatamentos na região; Perfil socioeconômico dos municípios afetados; Papel das atividades econômicas no impulso ao desmatamento e na manutenção da qualidade de vida e do nivel de renda das populaçôes; Modelo de desenvolvimento implementado na região; Zoneamento ecológico-econômico dos Estados municípios estudados;
6 6 Conseqüências das medidas restritivas impostas pelo Decreto no de Serão convidadas a enviar representantes para serem ouvidos pela Comissão, entre outras, as seguintes entidades e instituições: Ministério do Meio Ambiente (MMA); Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); Ministério da Justiça (MJ); Departamento de Polícia Federal (DPF) - Operação Arco de Fogo; Governos dos Estados da Amazônia, em especial Mato Grosso, Pará e Rondônia; Prefeitos de municípios afetados; Secretarias de Meio Ambiente dos Estados da Amazônia, em especial Mato Grosso, Pará e Rondônia; Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE); Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA); Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Instituto Nacional de Colonização e Refonna Agrária (!NeRA); Fundação Nacional do índio (FUNAI); Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAP AJ~'-=","-. (,01'l155Ao ~. io,!", \;gif\s'~o~ ~ \:2, ~P2 ~/.Y<:.,ÚI\O,,$:'
7 7 Forças Armadas; Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM); Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON); Setor produtivo: Madeireiros, Agricultores e Pecuaristas~ Representantes dos Assentados pelo INCRA; 2.2. ATIVIDADES EXTERNAS Em um primeiro momento. a CTE - Risco Ambiental acompanhará as atividades externas da CMACAA, em suas visitas aos estados do PA, RO e MT. No PA, serão visitados os municípios de Tailândia, Paragominas, Breves e Belém; em RO, Cujubim, Machadinha d'oeste e Porto Velho; em MT, Alta Floresta, Sinop e Cuiabá. Tais atividades, logo no início dos trabalhos da Comissão, terão como objetivo observar os efeitos agudos da condução da Operação Arco de Fogo, no momento em que ela é levada a cabo. Acreditamos que postergar essas visitas pode significar a perda de uma oportunidade única para que os Parlamentares compreendam algumas das variáveis deste problema complexo, em especial no que se refere ao aspecto social. Além disso, visitas serão realizadas em órgãos e entidades com sede não só em Brasília, mas também em outras localidades. Entendemos que
8 8 se mostra imprescindível uma inspeção in loco das instalações da sede do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos, São Paulo, órgão responsável pelo monitoramento por satélite dos desmatamentos na Amazônia. Após a coleta de subsídios - tanto nas audiências públicas em Brasília como nas demais atividades previstas -, a Comissão deverá visitar novamente a Amazônia, a fim de avaliar a evolução do quadro econômico, social e ambiental na região. Essas atividades deverão ocorrer após a divulgação das estatísticas de desmatamento calculadas pelo Sistema Prodes, o que historicamente ocorre no mês de agosto. Consideramos, portanto, oportunas novas inspeções locais nos meses de setembro e outubro. - " Presidente, Relator
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