ANÁLISE MICROBIOLÓGICA PARA PRODUTOS TERMINADOS: EXTRATO SECO DE GINKGO BILOBA

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1 ANÁLISE MICROBIOLÓGICA PARA PRODUTOS TERMINADOS: EXTRATO SECO DE GINKGO BILOBA LIMA, D.C.S.¹; COSTA, R.H.F.¹; RÊGO, I.D.A.¹; MORAIS, A.D.¹; PINHO, F.C.S.¹; DOURADO, M.A.¹; BASTOS, M.D.¹; BRITO, N.S.¹; SILVA, Y.A.¹; COÊLHO, M.L.² Graduando em Farmácia pela Faculdade Integral Diferencial FACID/DeVry¹ Doutorado em Biotecnologia Rede Nordeste de Biotecnologia UFPI² RESUMO Introdução: No processo de fabricação de medicamentos, cosméticos e fitoterápicos, busca-se atender as exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para garantir a qualidade de produtos bem como sua segurança e eficácia. Neste sentido, ações para minimizar a ocorrência de contaminação microbiológica asseguram a manutenção da integridade do produto e a proteção do usuário, desde a formulação ao produto acabado. O presente estudo teve por objetivo analisar a qualidade microbiológica de extratos secos de Ginko biloba, tanto para pesquisa de bactérias quanto para fungos. Metodologia: Trata-se de pesquisa quali-quantativa, do tipo experimental. Os extratos secos foram adquiridos em três farmácias de manipulação selecionadas aleatoriamente e localizadas em Teresina-PI, que foram identificadas como A, B e C para preservar o nome dos estabelecimentos. Inicialmente, as amostras foram diluídas em tampão fosfato (1:10), em seguida realizou-se o semeio em superfície de meio sólido em placa de, das amostras utilizando-se o meio de cultura Trypitic Soy Agar (TSA) e Ágar Sabouroud dextrose (SAB), incubando as amostras por 5 e 7 dias, respectivamente. Por fim, realizou-se a coloração de Gram, para a leitura e identificação de bactérias Gram-positivas e/ou Gram-negativas. O experimento foi realizado em triplicata. Resultados e Discussão: Na amostra A observouse crescimento bacteriano, 110 UFC/g e fúngico, 107 UFC/g. Enquanto na amostra B e C não houve crescimento nem de bactérias e nem de fungos. Após coloração de Gram, cepas provenientes da amostra A foram observadas em microscópio óptico, com aumento de 10x e 40x, caracterizando-as como bactérias Gram-Positivas. Conclusões: As amostras analisadas apresentaramse, parcialmente, dentro dos limites estabelecidos na USP 30, pois somente uma amostra, apresentou-se em desacordo com os parâmetros estabelecidos de 105 UFC/g ou ml e 103 UFC/g ou ml, para bactérias e fungos. Palavras-chave Droga vegetal; Controle de qualidade; Pureza microbiológica. _

2 ABSTRACT Introduction: In the process of manufacturing medicines, cosmetics and herbal medicines, we seek to meet the requirements of the National Agency of Sanitary Surveillance (ANVISA) to guarantee the quality of products as well as their safety and efficacy. In this sense, actions to minimize the occurrence of microbiological contamination ensure the maintenance of the integrity of the product and the protection of the user, from the formulation to the finished product. The present study aimed to analyze the microbiological quality of dried Ginko biloba extracts, both for bacterial and fungal research. Methodology: This is a qualitative research, of the experimental type. The dried extracts were purchased from three randomly selected manipulation pharmacies located in Teresina-PI, which were identified as A, B and C to preserve the name of the establishments. Initially, the samples were diluted in phosphate buffer (1:10), then seeded on a solid medium plate surface of the samples using Trypitic Soy Agar (TSA) and Sabouraud Agar Dextrose (SAB), incubating the samples for 5 and 7 days, respectively. Finally, Gram staining was performed for the reading and identification of Gram-positive and / or Gram-negative bacteria. The experiment was carried out in triplicate. Results and Discussion: In sample A bacterial growth was observed, 110 CFU / g and fungal, 107 CFU / g. While in sample B and C there was no growth of either bacteria or fungi. After staining of Gram, strains from sample A were observed under an optical microscope, with a 10x and 40x magnification, characterizing them as Gram-Positive bacteria. Conclusions: The samples analyzed were partially within the limits established in USP 30, because only one sample was in disagreement with the established parameters of 105 CFU / g or ml and 103 CFU / g or ml for bacteria and fungi. Keywords - Vegetable drug; Quality control; Microbiological purity. INTRODUÇÃO O Ginkgo biloba é um dos mais famosos fitoterápicos do mercado mundial, seu processo de produção é extremamente complexo e custoso, o que torna este extrato alvo comum de adulteração. Há uma quantidade enorme de fontes bibliográficas que descrevem a investigação científica relacionada com o efeito do Ginkgo biloba e foram documentadas várias atividades farmacológicas do extrato de suas folhas e/ou de seus componentes, que incluem seu efeito sobre a conduta, o aprendizado, a memória, a atividade cardiovascular, e seu efeito sobre a circulação sanguínea e sua atividade antioxidante (SINGH et al., 2008). Os efeitos farmacológicos do extrato do Ginkgo biloba e seus componentes são amplamente descritos, dados estes que comprovam evidências e apoiam o uso clínico moderno do extrato padronizado de suas folhas. Desde a aplicação de compressas das folhas, a ingestão de chás, tinturas, extratos espessos e secos, até a incorporação de produtos otimizados na obtenção de formas farmacêuticas sólidas, esse vegetal é um dos exemplos mais consistentes do aprimoramento do conceito de produto fitoterápico e de estratégia terapêutica (DEFEUDIS, 1991).

3 O controle de qualidade na manipulação do fitoterápico assegura que os produtos manipulados estejam de acordo com as boas práticas de manipulação, tendo em vista o aumento da procura e consumo dessa espécie de medicamento. Fraudes e adulterações de produtos vegetais são frequentes e ocorrem por diversos fatores, como por exemplo, a falta de conhecimento dos produtores, distribuidores e deficiência na fiscalização (HANSEL, 2002). Este trabalho teve por objetivo determinar o procedimento adequado para a análise microbiológica de produtos terminados em cápsulas a base de Ginkgo biloba, identificar e quantificar as possíveis bactérias e fungos, que são manipulados e comercializados em farmácias do município de Teresina, Piauí. METODOLOGIA Inicialmente, as amostras foram diluídas em tampão fosfato (1:10), em seguida realizou-se o semeio em superfície de meio sólido em placa de, das amostras utilizando-se o meio de cultura Trypitic Soy Agar (TSA) e Ágar Sabouroud dextrose (SAB), incubando as amostras por 5 e 7 dias, respectivamente. Por fim, realizou-se a coloração de Gram, para a leitura e identificação de bactérias Gram-positivas e/ou Gram-negativas. O experimento foi realizado em triplicata. Foram adquiridos os extratos secos do Ginko biloba de três farmácias de manipulação selecionadas aleatoriamente e localizadas em Teresina-PI, que foram identificadas como A, B e C para preservar o nome dos estabelecimentos. Tal estabelecimento foi codificado como: Farmácia A, farmácia B e farmácia C. Inicialmente os extratos secos foram macerados, e em seguida, pesado 1g desse extrato e 9 ml de tampão fosfato, respectivamente para cada farmácia. Logo depois, as amostras foram agitadas até homogeneizar. Em seguida, retirou-se 100 μl de cada diluição e distribuindo, cada uma, na superfície do meio de cultura Trypitic Soy Agar (TSA), para isolamento de bactérias, e Ágar Sabouroud Dextrose (SAB), para isolamento de fungos/leveduras, já solidificados previamente, espalhando as amostras com movimentos cuidadosos. Após os procedimentos de semeio, incubou-se as placas invertidas, em estufas bacteriológicas, o TSA por um período de 5 dias a C, e o SAB por 7 dias a C. Por fim foi feita a leitura macroscópica das placas, e em seguida aplicou-se as técnicas de coloração de gram para identificação das bactérias. RESULTADOS E DISCUSSÃO Após a realização do método de análise microbiológico, obtiveram-se os seguintes resultados. Na amostra da farmácia A, na placa do TSA, observou-se crescimento de bactérias, 110 UFC/g, e na placa do SAB, observou-se crescimento fúngico, 107 UFC/g. Logo depois, preparou-se as placas para observação no microscópio, observando-se que as bactérias são gram positivas. Nas amostras da farmácia B e C não houveram crescimento nem de bactérias e nem de fungos.

4 Figura 1: Amostra do extrato seco Ginkgo biloba Farmácia A Figura 2: Amostra do extrato seco Ginkgo biloba Farmácia B Figura 3: Amostra do extrato seco Ginkgo biloba Farmácia C Os medicamentos fitoterápicos estão susceptíveis a contaminação por microrganismos, durante todo o processo de fabricação. A falha nas medidas preventivas e processamento podem resultar em produtos inadequados ao consumo (BRAZ, 2010). Estes patógenos são provenientes da água, ar ou solo. Dentre os quais estão as bactérias e os fungos que levam a contaminação com consequente risco a saúde do usuário, havendo perda de estabilidade da formulação, levando a alteração ou inativação de princípios ativos e formação de substancias tóxicas (ALWAEEL, 2012). No entanto os produtos precisam de um controle de qualidade microbiológico das plantas medicinais, designadas a fabricação de fitoterápicos, evitando-se possível contaminação do produto final, garantindo sua qualidade microbiológica (SALOMON, 2009). Os resultados obtidos, nas farmácias B e C, foram satisfatórios no que

5 concerne ao controle microbiológico já que houve crescimento dentro dos limites microbianos permitidos de acordo com a USP 30. No entanto, há a necessidade de intensificar a vigilância quanto as Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais, instituída pela RDC 67/2007 (BRASIL, 2007), já que uma das farmácias estava em desacordo com os parâmetros preconizados. CONCLUSÕES Conclui-se com os resultados das análises microbiológicas realizadas nos extratos secos de Ginkgo biloba, que as amostras apresentaram-se, parcialmente, dentro dos limites estabelecidos, pois somente uma amostra, apresentou-se em desacordo com os parâmetros estabelecidos de 105 UFC/g ou ml e 103 UFC/g ou ml, para bactérias e fungos especificado pela United States Pharmacopeia (USP). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALWAEEL, S. S. Microbial and heavy metal contaminon. Res J Microbiol., p BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 67, de 8 de outubro de BRAZ, P. H. et al. Análise microbiológica de preparações medicinais adquiridas em raizeiro na cidade de Sanclerlandia, Goiás: Faculdade Montes Belos, DEFEUDIS, F.V. Ginkgo biloba extract (EGB 761). Pharmacological actives and clinical applications, Scientifiques Elsevier, p HANSEL, R.; TYLER, V. E.; SCHULZ, V. Fitoterapia racional. 4. ed. São Paulo: Manole; p. SALOMON, L. S. Contaminação microbiológica de produtos farmacêuticos. Instituto de Ciências Biológicas Universidade Federal de Minas Gerais, Minas Gerais, p. SINGH, B. et al. Biology and chemistry of Ginkgo biloba. Fitoterapia, v.79 p United States Pharmacopoeia. (USP) 30, NF 25 ed. Rockville: United States Pharmacopeia Convention, , 93, 586 e 935 p.