Desafios da Escola Digital. QUAis são e como enfrentá-los?

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1 Desafios da Escola Digital QUAis são e como enfrentá-los?

2 Colaboradores O e-book Desafios da Escola Digital Quais são e como enfrentá-los foi elaborado para o blog Painel de Educação, plataforma de conteúdos administrada pelo Sistema ETAPA que integra o Grupo Educacional ETAPA, e parceiros especialistas em diversos assuntos do setor educacional. No blog Painel de Educação, você encontra conteúdos sobre aprendizagem e gestão escolar nos formatos de vídeo, e-book e podcast para aprofundar ainda mais seus conhecimentos. Além do Painel de Educação, o Sistema ETAPA desenvolve material didático com uma metodologia própria que atende desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, reunindo a experiência e a qualidade de quem se dedica 100% à Educação, há quase 50 anos, sendo reconhecido por seus resultados e eficiência. Nesta edição, contamos com a colaboração da advogada, consultora jurídica e pedagoga Cristina Sleiman, professora de pós-graduação, presidente da Comissão Especial de Educação Digital e Vice-Presidente da Comissão de Direito Digital e Compliance. 2

3 Índice 1. Introdução... pg Tecnologia em sala de aula... pg O papel das mídias sociais dentro do ambiente escolar... pg Mas afinal, o que é cyberbullying?...pg Normas e deveres da escola sobre o uso da tecnologia... pg Conclusão... pg. 14 3

4 1. Introdução Não há como negar que, atualmente, a tecnologia faz parte integral da rotina da sociedade e impacta também na relação entre aluno e professor. Pensando nisso, será que sua escola está preparada para lidar com esse novo cenário? A tecnologia tornou-se grande aliada do professor em sala de aula e os estudantes estão mais receptivos e motivados com esse recurso que vem sendo visto como um apoio que consolida o aprendizado do aluno. Com o suporte da advogada Dra. Cristina Sleiman, nós elaboramos um guia objetivo e prático com recomendações fundamentais sobre os desafios da escola digital. Com essas informações, você terá conhecimento para melhorar suas práticas atuais e aperfeiçoar a presença da tecnologia no ambiente educacional de maneira saudável e enriquecedora. Aproveite e faça uma boa leitura! 4

5 2. Tecnologia em sala de aula Não há dúvidas que o uso de tecnologia em sala de aula traz vantagens tanto para alunos quanto para professores. O fácil acesso à internet através de celulares e notebooks se reflete dentro do âmbito escolar. Por isso, conhecer as tecnologias educacionais e saber como utilizá-las deve ser tema da pauta dos gestores. Essas mudanças na aprendizagem obrigam o professor a elaborar diferentes estruturas de aula, contemplando atividades que não apenas prendam a atenção do aluno, mas que os motivem a estudar mais. Com a combinação das atividades diárias aos recursos tecnológicos, as aulas não se tornarão maçantes e rotineiras e despertarão interesse, ajudando o estudante a ter mais prazer nos estudos, facilitando seu aprendizado. 5

6 Muito mais do que atrair e motivar, os recursos tecnológicos também garantem a acessibilidade ao ensino, aproxima alunos e professores através de um assunto em comum e a sala de aula passa a ser um ambiente de troca de experiências. É importante ressaltar que, para a tecnologia agregar valor e ser aliada ao processo de aprendizagem, é fundamental que a instituição de ensino estabeleça políticas de coerência entre a gestão das tecnologias e práticas adotadas em classe, atentar-se aos objetivos a serem alcançados e garantir a segurança. Educadores, alunos, pais e escola precisam conhecer quais serão os métodos tecnológicos adotados e devem ser alertados de suas responsabilidades, tais como: Serão usados smartphones, notebooks, tablets ou computadores?; Os aparelhos serão oferecidos pela escola?; Cada aluno deverá ter o seu próprio equipamento?. 6

7 Se houver planejamento e tudo for previamente estabelecido entre todos que terão acesso a essas ferramentas, o surgimento de possíveis problemas pode ser minimizado, como: Falta de informação Incômodo entre professores que não usam essas ferramentas Diminuição de alunos sem os aparatos Uso incorreto ou inadequado da ferramenta Deslocamento em sala de aula 7

8 3. O papel das mídias sociais dentro do ambiente escolar Com o aparecimento da tecnologia, surgiram também as mídias sociais que, cada vez mais cedo, fazem parte do cotidiano dos alunos. Mais do que entreter, elas podem se tornar ferramentas valiosas durante o processo de aprendizagem, desde que utilizadas da maneira correta. O uso de redes sociais para interação professor e aluno traz consigo grande risco para a escola, motivo pela qual a capacitação e conscientização do corpo docente tornam-se essenciais. Aplicativos como o WhatsApp, por exemplo, dão a opção de trabalhar em grupos. Já utilizados em algumas escolas, o app permite que o educador, através da plataforma, tenha um contato mais direto e dinâmico com pais e alunos. Mas seu uso deve partir de um posicionamento oficial da escola em permitir ou não. Em caso positivo, regras deverão ser estabelecidas para professores e também para alunos. IMPORTANTE: : A escola nunca deve incentivar a utilização de aplicativos/ferramentas que não sejam permitidos para a idade de seus alunos. Quando usado fora do ambiente escolar, o WhatsApp, assim como as mídias sociais, pode trazer facilidades no compartilhamento de materiais multimídia como sites de notícias e e-books, por exemplo. Esses conteúdos de apoio podem ser disponibilizados pelos educadores em grupos de WhatsApp ou até mesmo em um da sala, contudo, exige cuidado redobrado na forma de comunicação. Ao compartilhar essas informações, deve-se ter atenção com questões como direitos autorais, uso de imagem, liberdade de expressão e fake News, garantindo a veracidade das informações repassadas. 8

9 Se a escola optar por incluir tais recursos no ambiente escolar, com pais e alunos, algumas práticas básicas são aconselháveis: Estabelecer as regras para todas as partes; Informar e solicitar autorização do responsável quando o aluno for menor de dezoito anos; Separar os alunos por grupos de séries ou idades; Alinhar as rotinas de interações; Utilizar uma linguagem formal e entendida por todos. É muito comum que, nesses grupos, sejam debatidos assuntos do dia a dia escolar, já que a mídia social permite respostas rápidas. Entretanto, se usada de forma inadequada, essa plataforma pode trazer muita dor de cabeça para gestores, professores e pais. É comum também as pessoas confundirem a liberdade de expressão, de forma a extrapolar seu direito e invadir o direito do próximo. Portanto, qualquer uso de redes sociais deverá estar diretamente vinculado a um processo de sensibilização de professores e alunos e capacitação de todos os seus profissionais. Algumas palavras, frases e termos devem ser muito bem pensados antes de serem escritos ou ditos nesses grupos. 9

10 Evitar frases e termos Qual o horário do nosso encontro? Beijos, Lindinha Louca, Surtada Procedimento correto Qual o horário da nossa aula? Evitar termos com intimidade Não utilizar termos que ofendam É recomendado que, através dos canais oficiais da instituição, as regras para o uso dessas plataformas sejam estabelecidas e informadas aos pais, alunos e colaboradores, incluindo os educadores. Os limites e os deveres de cada um devem ser deixados claros desde o início do relacionamento online. Como na internet não existem muros e as possibilidades são infinitas, antecipar riscos é fundamental. Mesmo assim, há escolas que já tiveram que lidar com problemas como exclusão de alunos ou situações envolvendo bullying e o cyberbullying. Por isso, lembre-se: A instituição de ensino pode ser responsabilizada pelo mau uso da tecnologia que disponibiliza a seus usuários. Portanto, todo cuidado é pouco. Dra. Cristina Sleiman 10

11 3.1 Mas afinal, o que é cyberbullying? O cyberbullying corresponde às práticas de agressão verbal, moral, social e sexual contra uma determinada pessoa ou grupo, alimentada via internet. Por isso, é recomendado que o gestor tenha alguns conhecimentos legais sobre essas situações e tenha ciência de seus deveres. Por isso, saiba que: Em vigor desde fevereiro de 2016, a Lei /2015 institui institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying) incluindo também o Cyberbullying. No Artigo 5º constam os deveres das Instituições de Ensino com relação ao cyberbullying: É dever do estabelecimento de ensino, dos clubes e das agremiações recreativas assegurar medidas de: Conscientização; Prevenção; Diagnose; Combate à violência e à intimidação sistemática (bullying); Reporte dos casos de maus tratos ao conselho tutelar. Esse assunto sempre gera muitas dúvidas, principalmente sobre como evitá-las ou, se for necessário, sobre como lidar com os casos. Como gestor, criar ações de combate, prevenção e conscientização com o intuito de promover um ambiente escolar harmonioso e cordial são ótimas alternativas de resguardo. 11

12 Vale lembrar que, além da Lei /15, em 2008 foi sancionada a Lei , que altera a LDB Lei de Diretrizes e Bases, que através do art. 12, acrescenta às Instituições de ensino a incumbência de: IX - promover medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violência, especialmente a intimidação sistemática (bullying), no âmbito das escolas; X - estabelecer ações destinadas a promover a cultura de paz nas escolas. 12

13 4. Normas e deveres da escola sobre o uso da tecnologia Diante de uma realidade na qual o uso da tecnologia é cada vez maior, seja no dia a dia profissional, pessoal ou em sala de aula como apoio pedagógico, quais os riscos que as escolas podem encontrar neste universo? E como se prevenir? A instituição de ensino é responsável pelos recursos que ela disponibiliza e precisa ter controle sobre todo conteúdo acessado. Assim, para que gestores protejam suas escolas, questões como essas precisam ser pensadas e algumas estratégias precisam ser criadas. Como: - Sua instituição possui um site? Hospeda Termos de Uso e Política de Privacidade? - A instituição promove a guarda dos dados de acesso à internet, inclusive dos visitantes? Se sim, como é feita? Em caso de dúvidas, confira o Marco Civil da Internet e Regulamento nº 8.771/ No regimento interno, há previsão da responsabilidade dos pais e dos professores acerca do uso ético, legal e seguro dos recursos tecnológicos? - Há um código de boa conduta para as redes sociais? - Há normas internas discorrendo sobre o uso dos s (pessoal e/ou profissional) e dos recursos tecnológicos? - Há cláusulas ou termos de confidencialidade nos contratos com terceirizados? - Existe um aviso legal de ambiente monitorado (placas nas entradas da escola, laboratórios e salas de aula, aviso no contrato de matrícula, contrato com funcionários)? 13

14 5. Conclusão Diante das constantes mudanças que a sociedade vem sofrendo é necessário que as instituições de ensino permaneçam atualizadas. Ao incluir as plataformas tecnológicas no ambiente escolar, os alunos são beneficiados com aulas mais didáticas, objetivas e dinâmicas. O que é considerado um diferencial na oferta de serviços na captação de novas matrículas. Contudo, para que essa inclusão ocorra de maneira tranquila, a escola deve promover um conjunto de ações, como: Padrões mínimos de Segurança da Informação; Monitoramento; Regras claras com relação ao uso das tecnologias; Capacitação de suas equipes administrativas e professores; Um programa de Educação Digital para os alunos. Por isso, criar políticas e normas de uso é mais que necessário, é obrigação dos gestores que desejam ter uma escola segura e prevenida de riscos como: bullying, cyberbullying, imagens de nudez entre seus alunos, vazamento de informações, postura inadequada de professores em redes sociais ou grupos de comunicadores instantâneos, entre outros. Planejar e prevenir são atitudes recomendadas para as escolas que pretendem ter um ambiente escolar seguro. 14

15 Gostaria de ampliar ainda mais os seus conhecimentos sobre escola digital, gestão administrativa, entre outros assuntos importantes para o seu colégio? Inscreva-se no Painel de Educação e não perca nenhum conteúdo.

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