A INTERFERÊNCIA DO PORTUGUÊS (LM) NA PRODUÇÃO DE VOGAIS ORAIS POR APRENDIZES DE FRANCÊS (LE)
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- Lorena Molinari Desconhecida
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1 A INTERFERÊNCIA DO PORTUGUÊS (LM) NA PRODUÇÃO DE VOGAIS ORAIS POR APRENDIZES DE FRANCÊS (LE) Guilherme Rocha DURAN (G-UEM) Edson Carlos ROMUALDO (UEM) ISBN: REFERÊNCIA: DURAN, Guilherme Rocha; ROMUALDO, Edson Carlos. A interferência do português (LM) na produção de vogais orais por aprendizes de francês (LE). In: CELLI COLÓQUIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS E LITERÁRIOS. 3, 2007, Maringá. Anais... Maringá, 2009, p INTRODUÇÃO Os procedimentos de aplicação propostos para a realização da Análise Contrastiva (AC), feitos por estudiosos como Furnaletto (1988) e Vandressen (1988), entre outros, abordam essa subárea da Lingüística Geral como uma comparação de uma estrutura da Língua Materna (LM) com a estrutura correspondente em uma (ou mais) Língua(s) Estrangeira(s) (LE). A partir desse processo, teríamos uma lista de correspondência entre as línguas comparadas, sendo possível destacar as semelhanças e dessemelhanças entre elas. Desta maneira, podemos prever que os estudantes podem encontrar mais dificuldade para aprender as características que são muito diferentes de sua LM, aprendendo com mais facilidade os traços em comum entre sua língua nativa e a LE alvo. Os resultados da AC permitem que o professor elabore um material de aplicação voltado ao trabalho das estruturas diferentes, tidas como mais difíceis, ou seja, a partir da previsão do erro que o aluno pode cometer, as aulas são elaboradas de maneira a levá-lo a compreender essas estruturas sem que passe pelo erro previsto, tornando, assim, a aprendizagem mais eficaz. Em uma pesquisa realizada com 23 alunos que cursavam o final do primeiro ano do Curso de Letras da Universidade Estadual de Maringá, aplicamos o processo da AC, com o objetivo de compreender os erros tratados a partir de agora por desvios que eles cometiam ao substituírem fonemas vocálicos orais da Língua Francesa (LF) por outros da Língua Portuguesa (LP). O corpus de nossa pesquisa constituiu-se da gravação e transcrição da leitura de uma lista de 42 palavras isoladas, que continham fonemas passíveis de desvios pelos alunos. 1399
2 2. BASE TEÓRICA Apresentamos, agora, breves conceitos necessários para a compreensão da proposta deste artigo. Damos início pela definição de Fonologia, que, segundo Romualdo (2005), é a disciplina que está preocupada com as funções diferenciais e com a distribuição dos elementos do significante, ou seja, para que certo grupo de sons evoque determinado significado, é necessário que ele se diferencie pelo menos em um ponto de outro grupo. Essa unidade mínima distintiva é chamada fonema e é a partir dela que às imagens acústicas é atribuído este ou aquele valor semântico. Assim, podemos identificar um fonema através de oposições. Por exemplo, se opusermos os vocábulos pato e gato, identificamos os fonemas /p/ e /g/. Como a oposição entre /p/ e /g/ geram uma distinção entre os vocábulos, podemos classificá-los como fonemas da LP. Já a Fonética, segundo Cagliari (2002, p.17), preocupa-se principalmente com a descrição dos fatos físicos que caracterizam linguisticamente o som da fala. Descreve os sons da fala, dizendo quais mecanismos e processos de produção de fala estão envolvidos em um determinado segmento da cadeia sonora da fala. Podemos dizer, então, que a Fonética é o estudo dos sons da fala, enquanto a Fonologia se volta ao estudo dos sons da língua. Logo, entendemos que a Fonética estuda os sons da fala que dão substância aos fonemas. Outra teoria que devemos abordar é a AC. Para compreendê-la melhor, apoiamonos em Vandressen (1988), que defende que essa subárea da Lingüística Geral está interessada em apontar similaridades e diferenças estruturais entre a língua materna (de um grupo de alunos) e a língua estrangeira, objeto de estudos. (Vandressen, 1988: 75). Para Durão (1999, p. 45): A Lingüística Contrastiva se estabelece como ciência no final dos anos cinqüenta, associada à teoria da Lingüística Estrutural comportamentalista. Interessa-se pelos efeitos que as diferenças e semelhanças existentes entre a estrutura da língua materna e a língua alvo produzem na aprendizagem de língua estrangeira, estabelecendo uma relação de causalidade entre o grau de dificuldade de aprendizagem desta LE e o grau de divergência contrastiva com a LM. (Tradução nossa). Trata-se, portanto, de uma ciência que visa a, por meio da comparação entre duas estruturas de línguas diferentes, identificar os pontos que se assemelham e os pontos que se diferenciam entre elas, e, assim, fazer uma previsão de desvios que o aprendiz está sujeito. A semelhança entre as estruturas pode levar o aluno a fazer trocas entre as línguas, aplicando uma estrutura de sua LM na LE que quer aprender. A essa troca damos o nome de transferência. Segundo Gomes (2005), quando o elemento transferido não provoca uma construção errada, ou seja, quando coincide entre as línguas, dizemos que é uma transferência positiva. A transferência negativa, ou interferência, ocorre 1400
3 quando a estrutura transferida resulta em um desvio da LE. Para tratar destes desvios, utilizamos a teoria da Análise de Erros (AE), responsável por interpretar e classificar os tipos de desvios ocorrentes na produção do aprendiz na LE. Na perspectiva dessa disciplina, os desvios podem ser classificados em sistemáticos - derivados de fatores relacionados ao processo de aprendizagem da LE pelo aluno - e assistemáticos - ocasionados por motivos fora do processo de aprendizagem, geralmente por falta de atenção ou mesmo ignorância acerca da língua alvo. Os pressupostos teóricos colocados anteriormente embasam as análises apresentadas a seguir. 3. ANÁLISE DO CORPUS O primeiro passo para nossa análise foi a comparação entre o plano fonológico dos quadros das vogais orais da LP e da LF. Pudemos verificar que no quadro da LP encontramos um número inferior à quantidade de fonemas encontrados na LF, como vemos a seguir: Ao aplicar a teoria da AC, notamos que os fonemas / e pertencem somente ao plano vocálico da LF. Isso pode levar o aprendiz a encontrar dificuldades para perceber, diferenciar e produzir tais sons. Ainda apoiados na AC, é possível dizer também que essa diferença entre as estruturas poderá resultar em um desvio na produção do aluno. Tal desvio ocorrerá através da substituição daqueles fonemas por outros encontrados em sua LM. Nesse caso, o aprendiz eliminará uma das características fonéticas desse grupo: ele pode tanto realizá-los sem o arredondamento dos lábios, resultando em e respectivamente, como manter o arredondamento labial e não realizá-los em posição anteriorizada, o que resulta em o e, respectivamente. Para testar essa previsão de resultado, preparamos uma lista de palavras que apresentam fonemas passíveis de desvio. A leitura dos alunos, submetidos à pesquisa voluntariamente, foi gravada em fitas de áudio do tipo cassete e o trabalho com esse material obedeceu os seguintes passos: a) transcrição fonológica das palavras; b) transcrição fonética da leitura de cada aluno; c) verificação dos desvios cometidos durante a leitura; d) análise dos desvios; e) seleção dos desvios sistemáticos; 1401
4 f) comparação dos resultados esperados a partir da teoria da AC com os obtidos no experimento com os alunos. Para a realização dos procedimentos c, d, e e f, utilizamos a seguinte metodologia: primeiramente, estabelecemos a quantidade de fonemas que apareciam na lista e multiplicamos pelo total de alunos; em seguida, estabelecemos a soma das ocorrências fonéticas realizadas para cada fonema pelo total de alunos na leitura da lista de palavras, contabilizando inclusive as não-realizações, isto é, as palavras que continham o fonema e foram puladas na leitura dos alunos, pois implicavam em uma possibilidade de realização; depois, agrupamos as ocorrências pelas realizações fonéticas realizadas e, finalmente, levantamos os valores percentuais das realizações. Por exemplo, havia 9 palavras com a possibilidade de realização do fonema /y/: plus, amusant, puritain, salut, indulgence, bus, sujet, tumeur e musique. Essas palavras, multiplicadas pelo número de 23 alunos, resultam em 207 possibilidades de ocorrência do fonema. Desse total, encontramos apenas 45 (21,7%) 1 realizações corretas. Os desvios previstos pela AC aparecem com 136 (65,6%) ocorrências, sendo 125 (60,3%) para o fonema /u/ e 11 (5,3%) para o fonema /i/. Houve 3 (1,4%) não-realizações ( pulos ) e 23 (11,1%) erros assistemáticos. Observando os resultados de realização do fonema /y/, percebemos que a previsão da AC se efetivou, uma vez que apregoa a interferência do sistema da LM na LE. Os dados estatísticos mostram que houve o predomínio de realizações em /u/ (60,3%) em detrimento de /i/ (5,3%). Em nossa pesquisa, acreditamos ser possível levantar duas hipóteses para esse resultado: 1) os alunos percebem mais o traço de arredondamento dos lábios do que a anterioridade do fonema /y/, em função da visualização da articulação dos lábios ser muito mais perceptível; 2) por se tratar de leitura e o fonema /y/ ser representado pela letra u, os alunos ainda são influenciados pela grafia. Quanto ao fonema / /, colocamos na lista 5 palavras nas quais esperávamos sua pronúncia: jeu, nerveux, preneuse, precieuse, genereuse, que, multiplicadas por 23, totalizariam 115 realizações. Desse total houve 33 (28,6%) pronúncias corretas, 2 (1,7%) pulos e 34 (29,5%) erros assistemáticos. Considerando os traços do fonema / (médio-alto, anterior e arredondado), esperávamos que a interferência da LM dos alunos os levasse a substituí-lo por /e/ ou /o/ que mantém pelo menos dois traços iguais ao de / : médio-alto e anterior para /e/, e médio-alto e arredondado para /o/. Observamos no corpus 29 (25,2%) realizações de /e/ e 7 (6,0%) de /o/. No entanto, encontramos 10 (8,6%) de / /. Levantamos duas hipóteses para a o predomínio de realizações de fonemas anteriores: 1) os alunos percebem a anterioridade do fonema / e o substituem por uma vogal anterior e média da LP, ainda que aberta, no caso de / /; 2) os alunos são influenciados pela grafia que representa o fonema, identificando a primeira letra do dígrafo eu das palavras, lendo-a de acordo com a representação dos sons feita por essa letra na LP, por exemplo, dedo: /e/ e ferro: / /. Inserimos também 5 palavras na lista de leitura dos alunos nas quais esperávamos a pronúncia do fonema / /: coeur, professeur, empereur, tumeur e chauffeur. Assim como no fonema anteriormente analisado, o total é de 115 realizações. A análise aponta que a produção desse fonema pelos alunos ocorreu sem desvios apenas 8 (6,9%) vezes. Houve 4 (3,4%) pulos e 34 (29,5%) erros assistemáticos. 1 Na indicação percentual, mantivemos apenas uma casa decimal depois da vírgula. 1402
5 Considerando os traços do fonema / / (médio-baixo, anterior e arredondado), a previsão de desvios feita através da AC foi de que os alunos manteriam dois desses traços, podendo resultar em uma pronúncia com desvio para / / (médio-baixo e anterior) e para / / (médio-baixo e arredondado). O total de desvios para / / foi de 48 (41,7%) vezes, enquanto que o fonema / / não ocorreu nenhuma vez. No entanto, encontramos 18 (15,6%) vezes o fonema /e/ e 3 (2,6%) vezes o fonema /o/. As hipóteses levantadas desses dados são as mesmas apresentadas na análise do fonema / /, mutatis mutandis, ou seja: 1) os alunos percebem a anterioridade do fonema / e o substituem por uma vogal anterior e média da LP, ainda que fechada, no caso de /e/; 2) os alunos são influenciados pela grafia que representa o fonema, identificando a primeira letra do dígrafo eu das palavras, lendo-a de acordo com a representação dos sons feita por essa letra na LP. Escolhemos 7 palavras em que o fonema / / seria realizado (je, premier, preneuse, hemopathie, fenêtre, revoir e demain), totalizando 161 possíveis ocorrências no corpus. Desse total, foram identificadas 7 (4,3%) realizações sem interferência, 2 (1,2%) pulos e 12 (7,4%) erros assistemáticos. Os traços de / / são: médio, anterior e arredondado. Notamos, através das descrições das características desse fonema, que ele se assimila ao / /. A diferença entre eles se dá pelo traço altura, sendo / / levemente mais alto que / /, e a pronúncia deste último é também um pouco mais aberta que daquele. Assim, de acordo com a previsão feita através da AC, os alunos manteriam dois dos traços, médio e arredondado, resultando em /o/, e médio e anterior, resultando em /e/. Para /o/ não foram registradas ocorrências, enquanto que para /e/ totalizamos 138 (85,7%) realizações. Temos, ainda, o fonema / /, que foi realizado 2 (1,2%) vezes. Para tais dados, apresentamos duas hipóteses: 1) atribuímos a opção por /e/ devido à grafia do fonema ser a letra e, o que leva o aluno a realizá-lo como em sua LM, sem muitas pistas gráficas para a realização de / /, como temos em / / e / /, com o dígrafo eu; 2) justificamos o aparecimento do fonema / / justamente por sua distintividade ser muito tênue em relação a / / para aprendizes de Francês como LE. Confrontando os dados obtidos da análise dos quatro fonemas, em relação às interferências da LM, podemos depreender que os alunos optaram pela realização com os traços não arredondado e anterior nos fonemas / /, / / e / /, enquanto que para o fonema / / foram privilegiados os traços arredondado e posterior. Nossa hipótese para tal fato é que o traço altura do fonema na LE tenha contribuído para estes resultados, uma vez que o único fonema, dentre os analisados, com o traço alto é / / e foi o único que apresentou a combinação de arredondamento com posteriorização como predominância de interferência. Ao considerar a interferência da grafia na leitura dos fonemas da LE, esperávamos que os fonemas / / e / / apresentassem dados semelhantes, ou seja, que houvesse uma quantidade maior de realizações correspondentes à pronúncia da LM para as letras que representam esses sons na LE. Essa hipótese se confirmou, pois obtivemos 60,3% de realizações de / / para o fonema / /, representado pela letra u, e 85,7% de realizações de /e/ para o fonema / /, representado pela letra e. Quanto à interferência da grafia na leitura dos fonemas / / e / /, os dados são similares aos apresentados para / / e / /. O dígrafo eu fez resultar maior interferência da 1403
6 leitura de sua primeira letra (e), seja na realização /e/ ou / /. Se considerarmos a soma dessas interferências, vemos que, para o fonema / /, temos 41,7% de interferências de / / e 15,6% de interferências de /e/, que somam 57,3%, sobrepujando a realização em /o/ (2,6%). Para o fonema / /, temos 8,6% de / / e 25,2% de /e/, que totalizam 33,8%, enquanto que as realizações em /o/ somam apenas 6,0%. Outro fator observável é que não foi registrada ocorrência de interferência para / / em nenhum caso, o que corrobora a hipótese de interferência da grafia na leitura dos fonemas. Em relação aos erros assistemáticos, estes se mostraram mais freqüentes em / / e / / (29,5% em ambos os casos) do que em / / e / / (11,1% e 7,4%, respectivamente). A hipótese que levantamos para justificar este fenômeno é, novamente, a grafia, já que os primeiros apresentam maior possibilidade de desvio, uma vez que o aprendiz não se mostra familiarizado com os dígrafos da LE assim como ele está com as letras que representam / / e / /. Os resultados obtidos em nossa análise podem ser justificados a partir de algumas perspectivas teóricas de ensino aprendizagem de língua estrangeira. A partir das afirmações de Krashen (apud CARIONI, 1988, p. 56) sobre o filtro afetivo, consideramos que, devido ao fato de os alunos estarem participando de uma coleta de corpus para pesquisa, seu nervosismo e sua ansiedade podem tê-los intimidado, levando-os a não se arriscarem na produção do fonema da LF. Também, como explica Scliar-Cabral (1988), a necessidade de sobrevivência com a LF não acontece no ambiente de sala de aula, o que contribui para que não se faça necessária uma percepção mais afinada dos fonemas do Francês como LE, comprometendo sua distintividade. Ainda é preciso levar em consideração que os acadêmicos têm como interlocutores outros acadêmicos que, na maioria das vezes, estão no mesmo estágio de aprendizagem, momento no qual não possuem internalizada a necessidade de uma pronúncia mais aperfeiçoada. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste artigo, verificamos que a LP interfere na produção de vogais orais realizadas por aprendizes de LF. Os quatro fonemas apontados pela AC como passíveis de interferência foram analisados no corpus e, considerando o maior número de realizações, os seguintes dados foram obtidos: o fonema / / sofreu mais interferência para /u/ do que para /i/, o que nos indica uma predileção pelo traço posterior e pelo traço arredondamento dos lábios; o fonema / / apresentou predominância da interferência para o fonema /e/ em detrimento de /o/, o que nos mostra que o traço arredondamento dos lábios não foi realizado; o fonema / / manifestou também predominância de perda do arredondamento dos lábios, resultando em / /; quanto ao fonema / /, a interferência em sua produção fez com que a pronúncia se realizasse com elevação da língua e perda de arredondamento dos lábios, resultando em /e/. Pelo fato de analisarmos a leitura que os alunos efetuaram de uma lista de palavras, achamos relevante levantar a hipótese da possibilidade de interferência da grafia na produção fonética dos fonemas, uma vez que o fonema /y/ é representado pela letra u, os fonemas / e / são representados graficamente pelo dígrafo eu, iniciado pela letra e, que também representa o Cremos que nossa hipótese se confirmou, pois, ao verificarmos os dados, vemos que a realização predominante segue a letra com 1404
7 a qual o som é representado. Predominou a interferência de /u/ para /y/; de /e/ e / para / e / e de para Não queremos dizer, no entanto, que os aprendizes participantes da pesquisa têm uma exposição à língua com desvios estruturais. O input oferecido pelo professor contém elementos corretos e os materiais de apoio didático-pedagógicos (como filmes, fitas cassetes e músicas) também são boas fontes de uma pronúncia correta. Contudo, está em jogo, no momento, a imaturidade do aluno para perceber alguns fonemas e diferenciá-los. Portanto, nesses casos, a presença de um profissional que conheça o sistema fonético e fonológico da LE que ensina é fundamental, pois, assim, ele poderá oferecer ao aluno suporte suficiente para que este se desenvolva até finalmente conseguir diferenciar por si só os fonemas da LE que não estão presentes em sua LM. Sugerimos para esse desenvolvimento, exercícios que envolvam pares mínimos e também aqueles capazes de melhorar a percepção articulatória do som. Dessa maneira, acreditamos poder despertar no aprendiz a consciência das diferenças entre as vogais da LM e da LE. Também pudemos verificar que as teorias de ensino-aprendizagem não necessariamente anulam umas as outras, e sim se complementam, já que utilizamos desde conceitos behavioristas, como a própria AC, psicolingüísticos, como as hipóteses de Krashen, e até mesmo interacionistas, ao considerarmos a relevância do papel do interlocutor. Este emaranhado de possibilidades interpretativas de dados empíricos é construído por uma teia de teorias que servem uma de suporte para outra, ao entrelaçarem-se. REFERÊNCIAS CAGLIARI, L. C. Análise fonológica: introdução à teoria e prática com especial destaque para modelo fonêmico. Campinas. Mercado de Letras CARIONI, L. Aquisição de Segunda Língua: a teoria de Krashen. In: BOHN, H. I. ; VANDRESSEN, P. Tópicos de lingüística aplicada: o ensino de línguas estrangeiras. Florianópolis : Editora da UFSC, p DURÃO, A. B. A. B. Análisis de errores e interlengua de brasileños aprendices de español y de españoles aprendices de português. Londrina: Ed. UEL, FIALHO, V. R. Proximidade entre línguas: algumas considerações sobre a aquisição do espanhol por falantes nativos de português brasileiro. Disponível em < Acesso em 17/04/2007. FURNALETTO, M. M. Francês e português contraste e interferências no plano fonológico. In: BOHN, H. I. ; VANDRESSEN, P. (orgs.) Tópicos de lingüística aplicada: o ensino de línguas estrangeiras. Florianópolis : Editora da UFSC, p GOMES, E. J. A regência dos verbos falar, sonhar, agradecer, pensar, colaborar protestar do português e do francês sob a ótica da Lingüística Contrastiva
8 Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem) Universidade Estadual de Londrina. ROMUALDO, E. C. Elementos de fonética, fonologia e algumas questões relacionadas à alfabetização. In: SANTOS, A. R. ; RITTER, L. C. B. (orgs.). Alfabetização e linguagem. Maringá: Eduem, 2005, v. 17, p RIBAS, A. T. M ; CORSI, M. S., org., GOMES, E. J., org. Relação língua materna/língua estrangeira: historicidade e conceitualização de alternância de códigos lingüísticos e interlíngua. Maringá: Eduem, SCLIAR-CABRAL, L. Semelhanças e diferenças entre a aquisição das primeiras línguas e a aquisição sistemática das segundas línguas. In: BOHN, H. I. ; VANDRESSEN, P. (orgs.) Tópicos de lingüística aplicada: o ensino de línguas estrangeiras. Florianópolis : Editora da UFSC, p Lingüística Contrastiva e o ensino de Línguas Estrangeiras. In: BOHN, H. I. ; VANDRESSEN, P. (orgs.) Tópicos de lingüística aplicada: o ensino de línguas estrangeiras. Florianópolis : Editora da UFSC, p
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