CONVIVER COM A VARROA EM PORTUGAL

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1 A g r o / 0 1 A V A P I n t A P I C U L T U R A, V A R R O O S E, A M B I E N T E E P R O T E C Ç Ã O I N T E G R A D A CONVIVER COM A VARROA EM PORTUGAL - Um contributo para a adopção de boas práticas apícolas de convivência com a varroa - Universidade de Évora António Murilhas e João Casaca

2 Índice de conteúdos Introdução 1 Deveres dos apicultores 2 A varroa 3 Ciclo de vida 3 Esperança de vida 4 Como se dissemina 4 Sintomas que apresenta 4 Efeitos sobre as abelhas 4 Associação com vírus e com micose 5 Efeitos sobre as colónias 5 Sinais de morte eminente de colónias 5 Mecanismos de reinfestação 6 Dificuldades de detecção 6 Como procurar activamente 6 Conviver com a varroa 17 Monitorizando e vigiando 17 Objectivos do controlo 17 Tipos de luta 17 Métodos biotecnológicos 18 Tratamentos químicos 19 Varroacidas fortes, varroacidas fracos 20 Varroacidas homologados 20 Tratamentos alternativos 20 Varroacidas utilizados na União Europeia 22 Aplicação de tratamentos 23 Redução da pressão de reinfestação 23 Resíduos de tratamentos 23 O último recurso 24 Populações resistentes 24 Estaremos a seleccionar varroas resistentes? 24 Como atrasar o aparecimento de resistências? 25 Avaliação de resistências: o teste de Beltsville 25 Impacto da varroose 11 Mortalidade de colónias 11 População de varroas nas colónias 11 Taxas de mortalidade de varroas 13 Impacto sobre as colónias 14 Impacto sobre a produção de mel 16 A protecção integrada e a varroose 27 Protecção integrada: um modo de contar a história 27 Protecção integrada na luta contra a varroa 27 Benefícios da protecção integrada 28 Esquemas de protecção integrada 29 Opções para um esquema de protecção integrada 29 Pontos chave para a convivência com a varroa 30 Informação útil 31 Legislação 31 Endereços 32

3 Índice de figuras Figura 1. Varroa fêmea (adulta) 3 Figura 2. Varroa macho (adulto) 4 Figura 3. Varroas sobre larvas 4 Figura 4. Varroas sobre obreiras adultas 4 Figura 5. Obreira com varroas e asas deformadas 5 Figura 6.Criação afectada pela varroose 5 Figura 7. Introdução de Apistan para procura de varroas 10 Figura 8. Tabuleiro usado para a recolha de varroas 10 Figura 9. Varroas caídas sobre os tabuleiros 10 Figura 10. Colheita de amostras de criação de obreira 10 Figura 11. Colheita de amostras de abelhas 10 Figura 12. Procurando varroas na criação de zângão 10 Figura 13. Evolução do número de colónias que sobreviveram à varroose no Alentejo 12 Figura 14. Evolução da distribuição de varroas em colónias mantidas no Alentejo 12 Figura 15. Evolução das taxas diárias de queda de varroas em colónias mantidas no Alentejo 14 Figura 16. Evolução da população de abelhas adultas em colónias mantidas no Alentejo 15 Figura 17. Evolução da quantidade de criação operculada em colónias mantidas no Alentejo 15 Figura 18. Evolução da quantidade de mel operculado armazenado em colónias mantidas no Alentejo 16 Figura 19. Tabuleiro de recolha de varroas, sendo retirado de uma colónia em monitorização 17 Figura 20. Criação de zângão, usada na atracção e posterior remoção de varroas da colónia 19 Figura 21. Aplicação de ácido fórmico em bolachas Mitegone 21 Figura 22. Aplicação de ácido oxálico 21 Figura 23. Aplicação de timol, através de 2 produtos comerciais (Apiguard e Thymovar) 21 Figura 24. Desenvolvimento induzido de resistência ao varroacida X 24 Figura 25. Materiais e utensílios requeridos para a realização do teste de Beltsville 26 Figura 26. Recipiente ( kit ) usado em testes de campo para avaliação de resistências ao Apistan 26 Figura 27. Caixa de transporte de kits NBU usada na realização de testes de campo para avaliação de resistências ao Apistan e ao Apivar em Portugal 26

4 Capítulo Introdução A varroose é uma doença das abelhas (Apis mellifera L.), causada pelo ácaro Varroa destructor (varroa). Este parasita é actualmente considerado como o maior estrangulamento à actividade apícola em quase todo o mundo, causando elevada mortandade de colónias ou, pelo menos, graves prejuízos económicos. A informação constante neste documento pretende alertá-lo para a importância actual da varroa na economia das explorações e na viabilidade da actividade apícola em Portugal. Tentaremos mostrar como se desenvolvem as populações de varroa em Portugal continental, e como interferem com o normal desenvolvimento das colónias. Procuraremos informá-lo acerca dos principais métodos de combate à doença que melhor se poderão adaptar ao contexto apícola nacional, considerando simultaneamente métodos convencionais (que recorrem à utilização de acaricidas sintéticos) e novos métodos alternativos (que beneficiam da utilização de substâncias naturalmente presentes nas colónias, ou da manipulação destas). Por fim, tentaremos sensibilizá-lo para a conveniência em praticar, na sua exploração apícola, um esquema de controlo da varroose sustentado em várias práticas, diferentes tipos de medicamentos, e algumas manipulações passíveis de serem efectuadas em colónias infestadas com varroa. António Murilhas e João Casaca Página 1 de 32

5 Capítulo Deveres dos apicultores Uma necessidade e um imperativo de ética A varroose é uma doença impossível de erradicar no actual estado do conhecimento humano. Se o apicultor poderá aspirar a ter alguma certeza no âmbito da sua actividade apícola, essa será a de que, mais tarde ou mais cedo, terá de aplicar medidas para reduzir as populações de varroas hospedadas nas suas colónias. Acresce que o deverá fazer garantindo simultaneamente aspectos de ética e segurança animal, humana e ambiental. Esta luta contra a varroa será mais fácil de manter se nos conseguirmos organizar colectivamente, afastando-nos das medidas predominantemente individuais que temos privilegiado. Medidas de combate adoptadas individualmente em determinado período são frequentemente comprometidas pela ausência/insuficiência de semelhantes acções tomadas por outros apicultores. Por exemplo, um tratamento eficaz aplicado pelo apicultor A poderá ser rapidamente desperdiçado face a elevadas taxas de reinfestação com varroas originárias de colónias do apicultor B, que não tratou na mesma altura (ou fê-lo ineficazmente) as suas colónias. Importa assim, para o bem comum, que os apicultores se esforcem no sentido de se criarem condições para que, por exemplo: se conheçam genericamente as populações de varroa existentes nas colónias dos seus apiários, e nas dos apiários da sua região se consigam sincronizar a maioria dos tratamentos aplicados numa dada época e região, obviamente sem prejuízo para a aplicação de tratamentos isolados de emergência se decida, pelo menos a nível regional, por um esquema efectivo de alternância de princípios activos que reduza a frequência com que surgem populações de varroas resistentes a esses mesmos princípios se adopte a prática de avaliação dos resultados concretos obtidos com cada medida de luta contra a varroa se estabeleçam maiores trocas de informação entre apicultores, e entre estes e os serviços oficiais com responsabilidade nesta área A prática destas medidas permitiria enormes impactos positivos sobre as economias das explorações e a ética da produção. As muitas preocupações sobre temas dominantes da actualidade [como, por exemplo, o impacto das quantidades e tipos de acaricidas usados pela globalidade dos apicultores na economia das explorações apícolas, na saúde e bemestar das suas colónias, na qualidade e segurança dos produtos que estas originam, ou na poluição ambiental que a apicultura também ironicamente poderá gerar] seriam certamente reduzidas. António Murilhas e João Casaca Página 2 de 32

6 Capítulo A varroa Neste capítulo serão abordadas matérias relacionadas com a varroa, enquanto ser vivo individual, descrevendo e caracterizando o seu ciclo de vida e a forma como se movimenta entre as abelhas e se dissemina entre as colónias. Os principais sinais de infestação com varroa, visíveis nas abelhas e nas colónias, serão também apresentados. Nome científico Varroa destructor (antes designada por Varroa jacobsoni) Hospedeiro Principal problema Nome da infestação Abelha europeia (Apis mellifera L.), nas suas várias subespécies Insuficiência dos mecanismos naturais de defesa da abelha europeia. As colónias infestadas não (ou mal) tratadas pelo Homem acabam por morrer, vítimas (in)directas do ácaro Varroose Identificação em Portugal Comprovadamente identificada em 1986 Estatuto mundial Estatuto nacional Presente em todos os continentes Endémica em Portugal continental (presente em praticamente todos os apiários) Ciclodevida A varroa é um parasita externo que vive exclusivamente em abelhas, alimentando-se da sua hemolinfa ( sangue ). As varroas fêmeas adultas têm forma achatada e cor castanho - avermelhada, com corpos de forma oval de aproximadamente 1.6 x 1.1 mm. Para se reproduzir, a fêmea adulta penetra numa célula de criação (antes de esta começar a ser operculada), aí permanecendo até ao final do período de operculação. Durante este período, alimenta-se da hemolinfa da abelha imatura (prépupa/pupa), sobre ela iniciando a postura de ovos. Estes originarão ácaros que acasalarão (irmão com irmãs), durante o período de operculação, dentro do alvéolo. Figura 1. Varroa fêmea (adulta) António Murilhas e João Casaca Página 3 de 32

7 colónias não apresentam criação, poderão viver durante muito mais tempo. Contudo, isoladas das abelhas, não sobreviverão além de poucos dias. Figura 2. Varroa macho (adulto) As fêmeas adultas abandonam a célula quando a abelha nasce, enquanto os ácaros machos e as fêmeas imaturas morrerão pouco tempo depois. Quando estamos perante colónias muito infestadas, duas ou mais fêmeas adultas podem entrar em cada uma das células de criação para procriar. Neste caso, os acasalamentos entre ácaros poderão não envolver irmãos. Comosedissemina A varroa depende das abelhas adultas para se deslocar entre colónias, através dos fenómenos naturais de enxameação, e/ou de pilhagem, e/ou de deriva, e/ou livre-trânsito de zângões. Figura 4. Varroas sobre obreiras adultas Contudo, os apicultores muito têm também ajudado a espalhar a varroa, ao mover colónias infestadas de um local para outro, muitas vezes percorrendo longas distâncias. Figura 3. Varroas sobre larvas Os ácaros preferem reproduzir-se na criação de zângão, apesar de estarem perfeitamente adaptados à reprodução na criação de obreira das abelhas europeias. Durante o Inverno, período em que a rainha diminui (ou pára) a postura, as varroas encontram-se sobretudo (ou apenas) nos corpos das abelhas adultas, até ao reinicio da postura. Nalgumas regiões de Portugal continental, a rainha poderá também parar temporariamente a postura no pico do Verão. Esperançadevida Durante o Verão, as fêmeas de varroa podem viver por um período de 2 a 3 meses. No Inverno, ou durante os períodos em que as Sintomasqueapresenta Quando o número de ácaros é baixo, não há nenhum efeito óbvio na colónia, e a infestação é muitas vezes imperceptível. Contudo, nas colónias muito infestadas, podem-se observar grandes alterações aos níveis da população adulta e da criação. As populações de varroa aumentarão nos apiários mal conduzidos, até atingirem níveis que as colónias não conseguem tolerar. Estas começam então a apresentar sinais de perca da sua organização social, acabando por abandonar a colónia (acelerando o seu colapso). Efeitossobreasabelhas As abelhas muito infestadas com varroa são danificadas durante o seu desenvolvimento. Os efeitos mais prejudiciais incluem a diminuição da esperança de vida, a perda de António Murilhas e João Casaca Página 4 de 32

8 peso, deformidades nas asas e nas patas, e, possivelmente, a redução das resistências naturais às infecções. Figura 5. Obreira com varroas e asas deformadas Efeitossobreascolónias Regra geral, as colónias muito infestadas podem não mostrar sinais óbvios de infestação até final do verão, podendo inclusive obter-se boas produções. Contudo, um olhar mais atento mostrará ácaros nas abelhas adultas e uma grande infestação na criação de obreira e de zângão (se existente), muitas vezes com mais de uma varroa por célula. As infestações mais graves dificultam consideravelmente a substituição das abelhas mais velhas, por outras mais novas. O colapso de colónias pode ocorrer rapidamente (frequentemente num intervalo de 2 a 4 semanas), podendo surpreender alguns apicultores menos experientes. Muitas das colónias morrem durante o Outono, enquanto outras sucumbirão durante o Inverno. Associaçãocomvírusecommicose Nas colónias muito infestadas com varroa, alguns vírus (normalmente considerados inofensivos, ou cujos efeitos não se fazem facilmente notar), provocam estragos consideráveis. Actualmente pensa-se que muitos dos danos provocados pela varroose podem resultar destas viroses, mais do que dos danos directamente causados pela varroa através da espoliação efectuada sobre parte considerável dos indivíduos das colónias. Convém referir que não existe tratamento específico para os vírus das abelhas, mas sabemos que na ausência da varroa, normalmente não são causadores de grandes prejuízos económicos. Assim, se o apicultor tiver o cuidado de fazer tratamentos eficazes contra a varroa, não deverá sofrer grandes prejuízos devidos a viroses nas suas colónias. Em Portugal, a varroose favorece também o desenvolvimento de muitas micoses em colónias infestadas, o que contribui para acelerar o colapso dessas colónias. Sinaisdemorteeminentede colónias Nalgumas colónias bastante infestadas com varroa, o apicultor poderá cruzar-se com sinais evidentes de entrada na fase de colapso. Sendo eminente a sua morte, estas colónias apresentam alguns sintomas típicos desta situação, nomeadamente: um decréscimo muito acentuado (anormal, para a altura do ano) na população de abelhas adultas uma relação anormalmente pequena entre o número de abelhas e a área ocupada com criação muitas abelhas com asas e/ou abdómens deformados Figura 6.Criação afectada pela varroose a presença de numerosas varroas nas abelhas sobreviventes e nas células de criação António Murilhas e João Casaca Página 5 de 32

9 a observação de muitas anomalias na criação [pupas desoperculadas, criação muito salpicada, pedaços de criação negligenciada ou morta (não retirada pelas abelhas), etc.] Mecanismosdereinfestação A passagem, através das abelhas adultas, de varroas hospedadas em colónias muito infestadas (ou à beira da morte) para outras colónias, é uma das formas mais comuns de disseminação da varroose. Esta contaminação natural pode-se dar em qualquer altura do ano. Frequentemente, os fenómenos de pilhagem (assalto às reservas de mel de outras colónias) ocorrem entre colónias do mesmo apiário, aproveitando-se as colónias mais fortes do mel das colónias mais enfraquecidas. As varroas das colónias pilhadas acompanham as obreiras invasoras e instalam-se em colónias vizinhas, aumentando o número de varroas nas colónias pilhantes. Em áreas de grande densidade de colónias, e com focos importantes de varroose, a taxa de reinfestação com varroa pode ser muito elevada, pelo que as populações de ácaros podem crescer de forma preocupante durante determinados períodos do ano, mesmo em colónias recentemente tratadas (podendo inclusive nelas provocar estragos e prejuízos elevados). Por exemplo, no Alentejo são frequentes grandes picos de reinfestação (não raramente até 40 varroas por dia e por colónia) durante uma ou duas semanas dos meses de Dezembro/Janeiro. Também a deriva ( adopção, por uma colónia, de obreiras nascidas noutras colónias) e a livre circulação de zângãos entre colónias poderão contribuir relevantemente para, pouco a pouco, ir aumentando o número de varroas importadas por uma dada colónia. Dificuldadesdedetecção As varroas passam normalmente despercebidas ao olhar dos apicultores menos experientes, até ao ponto de provocarem infestações muito graves nas colónias. Por esta razão, devem-se inspeccionar regularmente as colónias à procura de varroas. Mesmo quando não se observam varroas sobre as abelhas adultas, poderão existir na colónia centenas a milhares delas escondidas na criação operculada. À medida que a quantidade de criação vier a diminuir na colónia, será então cada vez maior a probabilidade de observar varroas sobre as abelhas adultas. Infelizmente, a facilidade de observação de varroas sobre as abelhas surge associada ao início do colapso das colónias, que é um processo frequentemente irreversível. Nesta situação, o resultado final tenderá a ser a perda das colónias (mesmo que venham a ser tratadas com varroacidas eficazes), como consequência de infecções secundárias. Comoprocuraractivamente Existem vários tipos de métodos que poderão auxiliar o apicultor a ter uma noção do nível de infestação com varroa das suas colónias. Os mais frequentemente usados beneficiam do uso de produtos homologados para a luta contra a varroose, da avaliação dos níveis de infestação em abelhas adultas e/ou criação operculada, da preferência da varroa pela criação de zângão, ou do número de varroas que morrem naturalmente nas colónias. Infelizmente, qualquer um destes métodos deve ser usado em várias colónias de cada apiário, de modo a permitir uma avaliação representativa do estado geral do apiário, relativamente aos níveis de infestação com varroa. Acresce ainda a impossibilidade prática de definir valores indicativos genéricos a partir dos quais as colónias devam ser tratadas (estes valores dependem muito do contexto concreto inerente a cada colónia, o qual varia com o apicultor, apiário e ano). António Murilhas e João Casaca Página 6 de 32

10 Uso de Apistan/Apivar na procura activa de varroas Utilize estrados/tabuleiros especiais de recolha de varroa, desenhados para impedir as abelhas de removerem as varroas que venham a cair Introduza nas colónias as tiras de medicamento, segundo as indicações do fabricante. Retire-as 24 horas depois, procurando nesta altura por varroas mortas (ou moribundas) que possam existir no estrado/tabuleiro Se caírem mais de 50 (no inicio da Primavera) ou 250 (no início do verão), deverá tratar as suas colónias (mesmo se isto significar a impossibilidade de as vir a crestar nesse ano, ou de ter de antecipar a cresta) Estes medicamento são geralmente muito eficazes e rápidos no modo como matam as varroas. Contudo, se tiver populações de varroas resistentes aos princípios activos destes varroacidas, deverá substituí-los por outros igualmente eficazes (por exemplo, o timol), ou por um outro método de procura de varroas Prós e contras muito sensível, capaz de detectar a existência de poucas varroas nas colónias dá uma ideia geral do nível de infestação, ao mesmo tempo que poderá ser convertido num tratamento (mantendo as tiras nas colónias, se os níveis de infestação forem considerados elevados) utilização de químicos sintéticos, que poderá contribuir para a criação de resistências Nível de infestação em criação operculada na procura activa de varroas Prós e contras De um quadro com criação operculada, sacuda (para dentro da colmeia) as abelhas que se encontram sobre ele. Seleccione uma área com cerca de 30 cm 2 de criação operculada (preferencialmente de zângão) nos dois lados do favo. Tome nota da colmeia de onde foi retirada a amostra Com uma faca serrilhada corte, se possível evitando os arames do quadro, esse pedaço de criação e guarde-o de modo a não se amachucar durante o transporte Já fora do apiário, calcule (em cm 2 ) e anote a área efectivamente ocupada com criação operculada. Multiplique este valor por 4.2 (caso se trate de criação de obreira), ou 2.9 (caso se trate de criação de zângão), para obter o número de células operculadas da sua amostra Seguidamente, desopercule a criação (por exemplo, usando uma lâmina), colocando-a sobre um crivo superior (cuja malha deverá ter cerca de 5 mm), que deverá, por sua vez, ser previamente colocado sobre um outro crivo de malha bastante mais fina (0.5 mm, ou malha maior mas coberta por um pano branco e fino) Lave bem a criação contida no pedaço de favo com um chuveiro, até toda ela sair dos alvéolos. Deixe escorrer um pouco e, seguidamente, conte o número de varroas adultas (de cor castanho-escuro avermelhado) encontradas no crivo inferior O nível aproximado de infestação da sua amostra (em %) será igual a cem vezes o resultado do número de varroas adultas encontradas no crivo inferior, dividido pelo número de células operculadas da amostra Valores de infestação superiores a 15 % (na criação de obreira) ou 30 % (na criação de zângão) significam a necessidade de aplicar tratamentos bastante eficazes contra a varroa relativamente rápido de efectuar, particularmente se as amostras forem colhidas no âmbito de inspecções de rotina efectuadas às colónias fornece indicações aproximadas do nível de infestação das colónias, sugerindo (ou não) a necessidade de as tratar no curto/médio prazo (1 a 3 meses) não tem impacto significativo sobre o desenvolvimento das colónias, se efectuado até 6 vezes ao ano falível na identificação de níveis relativamente baixos de infestação a amostragem deverá ser efectuada em pelo menos um quarto das colónias de cada apiário (escolhidas ao acaso), de modo a se avaliar o nível médio de infestação do apiário com varroa António Murilhas e João Casaca Página 7 de 32

11 Nível de infestação em abelhas adultas na procura activa de varroas Encontre a rainha da colónia e certifique-se que não a inclui na amostra De um quadro com criação, recolha entre 100 a 200 abelhas (obreiras e/ou zângões) para dentro de um pequeno frasco de boca larga. Tape-o imediatamente com uma tampa segura e à prova de ar. Todas as abelhas deverão estar mortas antes de iniciar as análises Seguidamente, passe-as para um frasco maior (por exemplo, um frasco para embalar mel), onde deverá inserir cerca de 100 ml de uma solução de 1 litro de água com uma colher de sopa de detergente da loiça. Tape o frasco e agite-o durante cerca de 1 minuto Verta a solução e todas as abelhas sobre um crivo superior (cuja malha deverá ter cerca de 5 mm), que deverá, por sua vez, ser previamente colocado sobre um outro crivo de malha bastante mais fina (0.5 mm, ou malha maior mas coberta por um pano branco e fino) Certifique-se que não ficam varroas nos frascos (usados na colheita de amostras/lavagem das abelhas) ou, não sendo este o caso, não se esqueça de as adicionar ao número de varroas que irá contar no ponto seguinte Lave bem as abelhas com um chuveiro, pelo menos durante 1 minuto. Deixe escorrer um pouco e conte o número de varroas adultas (de cor castanho-escuro avermelhado) encontradas no crivo inferior Caso tenha encontrado alguma varroa adulta, conte também o número de abelhas (obreiras e zângões) existentes na amostra O nível aproximado de infestação da amostra (em %) será igual a cem vezes o resultado do número de varroas adultas encontradas no crivo inferior (eventualmente adicionado ao de varroas retidas nos frascos de colheita/lavagem), dividido pelo número de abelhas da amostra Valores de infestação superiores a 3 % significam a necessidade de aplicar tratamentos bastante eficazes contra a varroa Prós e contras fácil de efectuar se as amostras forem colhidas no âmbito de inspecções de rotina e as rainhas forem rapidamente encontradas pelo apicultor fornece alguma informação sobre o nível geral de infestação, podendo ajudar na decisão de tratar ou não as colónias contra a varroa não tem impacto significativo sobre o desenvolvimento das colónias, se efectuado até 6 vezes ao ano pouco fiável na identificação de níveis baixos/médios de infestação a amostragem deverá ser efectuada em pelo menos um quarto das colónias (escolhidas ao acaso) de cada apiário, de modo a se poder avaliar o nível médio de infestação do apiário com varroa Inspecção da criação de zângão na procura activa de varroas Prós e contras Seleccione uma região do favo, onde exista criação operculada de zângão Com um garfo desoperculador, espete e retire as pupas de zângão Caso estejam presentes, algumas varroas serão facilmente observadas sobre a cor pálida das pupas de zângão. Repita este procedimento até analisar pelo menos 100 células operculadas com pupas de zângão Estime a proporção de pupas que têm varroas sobre si. De uma forma geral, 5% da criação de zângão afectada representa uma infestação leve. Acima de 30% de pupas infestadas considera-se que a colónia está gravemente infestada rápido e fácil de utilizar pode ser feito durante inspecções de rotina dá uma indicação instantânea do nível de infestação dificilmente poderá indicar níveis baixos de infestação António Murilhas e João Casaca Página 8 de 32

12 Estimativa do número aproximado de varroas hospedadas numa colónia 1. Número aproximado de varroas alojadas em criação operculada Quadro a quadro, avalie e anote a área ocupada com criação de obreira e/ou zângão em cada uma das suas faces (por exemplo, usando os seguintes índices de ocupação: 0%, 20%, 40%, 60%, 80% ou 100%). Adicione todas as avaliações parciais (índice de ocupação em cada uma das faces) de modo a obter um único valor final de ocupação com criação para cada colónia. Caso existam na colónia quadros de meiaalça ocupados com criação operculada, deverá também considerá-los naquela adição, reduzindo primeiro a metade a soma dos índices de ocupação dos quadros de meia-alça Calcule o número total de células de criação operculada existentes na colónia, multiplicando o valor final de ocupação com criação por 20 (em colmeias reversível) ou 30 (em colmeias Langstroth) Multiplique o número total de células de criação operculada pelo nível aproximado de infestação na criação operculada de obreira (se a criação de zângão for maioritária na colónia, deverá usar o nível aproximado de infestação na criação de zângão). Divida o resultado dessa multiplicação por 100, de modo a ficar com uma noção sobre o número de varroas alojadas na criação operculada da colónia Exemplo: Colónia abrigada em colmeia de modelo Langstroth, ocupando bem (isto é, com índice médio de ocupação superior a 70%) 9 quadros de ninho e 4 quadros de meia-alça com abelhas adultas. A colónia apresenta sobretudo criação operculada de obreira, espalhada por 5 quadros de ninho e 2 quadros de meia-alça. Os níveis aproximados de infestação em abelhas adultas e em criação operculada de obreira foram calculados em 3% e 15%, respectivamente. A avaliação efectuada sobre cada uma das faces dos quadros de ninho conduziu aos seguintes índices de ocupação com criação: 20%; 40%; 60%; 60%; 80%; 100%; 80%; 80%; 40%; 40%. A avaliação efectuada sobre cada uma das faces dos quadros de meia-alça conduziu aos seguintes índices de ocupação com criação: 80%; 100%; 100%; 60%. Neste exemplo, o valor final de ocupação com criação desta colónia é de 770 [ou seja, ( )/2] o número total de células de criação operculada da colónia é de (ou seja, 770 x 30) o número de varroas alojadas na criação da colónia é de 3465 (ou seja x 15 /100) 2. Número aproximado de varroas alojadas sobre abelhas adultas Observe o número de quadros (de ninho e, eventualmente, de meia-alça) bem ocupados com abelhas (ou seja, índice médio de ocupação com obreiras/zângões superior a 70%) Calcule o número total de abelhas existentes no ninho da colónia, multiplicando o número de quadros de ninho bem ocupados com abelhas por 1500 (em colmeias reversível) ou por 2000 (em colmeias Langstroth). Calcule o número total de abelhas eventualmente existentes na(s) meia(s)-alça(s) da colónia, multiplicando por 1000 o número de quadros bem ocupados com abelhas (colmeias Langstroth) Adicione o número total de abelhas sobre quadros do ninho ao número total de abelhas sobre quadros de meia-alça, de modo a ter uma noção sobre o número total de abelhas existentes na colmeia. Multiplique este valor por 1.4, de modo a ter uma estimativa do número de abelhas existentes na colónia Multiplique o número de abelhas existentes na colónia pelo valor do nível aproximado de infestação em abelhas adultas. Divida o resultado dessa multiplicação por 100, de modo a estimar o número de varroas existentes sobre a população adulta da colónia Exemplo (continuação) Neste exemplo, o número total de abelhas existentes na colónia é de {ou seja, [(9 x 2000)+ (4 x 1000)] x 1.4} o número de varroas sobre a população adulta da colónia é de 924 (ou seja x 3 /100) 3. Número aproximado de varroas hospedadas na colónia Para ter uma noção do número de varroas hospedadas na colónia, adicione ao número de varroas alojadas na criação operculada, o número de varroas existentes sobre as abelhas adultas Exemplo (conclusão) Neste exemplo, o número total aproximado de varroas hospedadas na colónia é de 4389 (ou seja, ) António Murilhas e João Casaca Página 9 de 32

13 Monitorização da mortalidade natural das varroas Mantenha as colmeias com estrados/tabuleiros de recolha de varroas Quinzenalmente examine os estrados/tabuleiros. Conte as varroas e converta este resultado numa taxa diária de queda, dividindo-o pelos dias passados desde a última contagem (ou introdução dos tabuleiros) No caso de existir uma grande quantidade de detritos nos estrados/tabuleiros, poderá ser difícil a contagem de varroas. Neste caso, misture tudo com álcool, num recipiente largo. A maioria das varroas flutuarão, enquanto as partículas de cera e própolis se afundarão A queda natural de varroas adultas está parcialmente associada ao número de varroas existentes na colónia. Frequentemente, colónias que não são (eficazmente) tratadas morrem antes do fim da próxima época de produção (Agosto/Setembro) se a queda diária de varroas exceder os seguintes valores: Outubro/Novembro: 3 varroas; Dezembro /Janeiro: 10 varroas; Fevereiro/Abril: 15 varroas; Maio/Junho: 20 varroas Prós e contras capaz de detectar a presença de relativamente poucas varroas, sem praticamente perturbar as colónias implica a utilização de equipamento extra e requer a protecção das colmeias contra o acesso de formigas (que poderão remover as varroas) aos seus estrados requer dispêndio extra de tempo e maior frequência de deslocações ao(s) apiário(s) Figura 7. Introdução de Apistan para procura de varroas Figura 8. Tabuleiro usado para a recolha de varroas Figura 9. Varroas caídas sobre os tabuleiros Figura 10. Colheita de amostras de criação de obreira Figura 11. Colheita de amostras de abelhas Figura 12. Procurando varroas na criação de zângão António Murilhas e João Casaca Página 10 de 32

14 Capítulo Impacto da varroose Alguns dos resultados obtidos no âmbito da investigação efectuada neste projecto permitem agora, pela primeira vez, conhecer o padrão quantitativo de crescimento das populações de varroas hospedadas em colónias portuguesas, bem como quantificar alguns dos maiores prejuízos associados à varroose. Por outro lado, foram também criadas as condições necessárias para a implementação de esquemas de protecção integrada, eficazes na luta contra a varroose no nosso contexto apícola concreto (tipo de clima e flora, subespécie dominante de abelha utilizada, tipo de maneio praticado regionalmente, etc.) e mais respeitadores do ambiente e da segurança alimentar associada aos produtos das colónias. Mortalidadedecolónias Todos os apicultores experientes reconhecem que a sobrevivência das suas colónias está actualmente dependente da aplicação de tratamentos contra a varroa. Todavia, talvez seja surpreendente para alguns que, nas nossas condições, cerca de metade das colónias não tratadas tendam a morrer um ano após receberem as primeiras varroas (contrariamente a colónias eficazmente tratadas contra a varroa, onde a mortalidade anual tenderá a ser muito menor). Esta situação é ilustrada pelo gráfico da figura 13, onde se poderá também observar uma notável variabilidade nos períodos de vida de colónias infestadas com varroa (com semelhantes números iniciais de varroa, algumas colónias sobrevivem durante períodos de tempo muito mais dilatados do que outras). Contudo, todas as colónias em que, durante este projecto, se deixaram desenvolver naturalmente as populações de varroa, vieram a morrer nos primeiros 18 meses pós-infestação. Populaçãodevarroasnascolónias Na figura 14, representam-se os padrões médios de crescimento populacional da varroa em colónias nacionais, bem como o modo como esta tende a distribuir-se entre abelhas adultas, criação de obreira e criação de zângão. O aparente decréscimo que, a partir do mês de Abril, se observou nas populações médias de varroa hospedadas nas colónias não é - infelizmente para os apicultores - real. Resulta simplesmente da morte das colónias mais infestadas, que deixaram assim de contribuir com elevadas populações de varroa para a população média de varroas existentes nas colónias sobreviventes. Deste modo, os valores apresentados a partir de Abril de 2003 representam exclusivamente a situação observada em colónias que sobreviveram mais tempo à varroose, por hospedarem menores números de varroas. Se fosse possível manter artificialmente vivas as colónias mais infestadas, a população média de varroas continuaria a crescer, mês após mês... Ainda assim, foram observadas várias colónias que hospedavam entre vinte cinco mil a trinta mil varroas (nos meses de Abril/Maio 2003, pouco antes de morrerem). António Murilhas e João Casaca Página 11 de 32

15 Figura 13. Evolução do número de colónias que sobreviveram à varroose no Alentejo Figura 14. Evolução da distribuição de varroas em colónias mantidas no Alentejo António Murilhas e João Casaca Página 12 de 32

16 Este valor dá uma boa indicação do número de varroas que podem ser transferidas para outras colónias, a partir do colapso de uma única colónia negligenciada num dado apiário. Uma outra ilação que poderá também ser retirada da análise da figura 14, é a de que tratamentos efectuados, a colónias com criação, durante curtos períodos de tempo (uma/duas semanas) tenderão a ser muito pouco eficazes no nosso contexto apícola, dado o número de varroas sobre as abelhas representar, regra geral, apenas uma pequena proporção do numero total de varroas existentes nas colónias. Esta é também a razão pela qual só se torna relativamente fácil diagnosticar a varroose pela observação de varroas sobre as abelhas, quando as colónias se aproximam rapidamente da fase de colapso. Infelizmente, nesta fase, já não existem boas hipóteses de as salvar, mesmo se aplicando então métodos muito eficazes de luta contra a varroa. Taxasdemortalidadedevarroas As varroas que vão morrendo nas colónias que parasitam, resultam dos efeitos acumulados da eventual aplicação de uma medida de luta (por exemplo, um varroacida), de alguns fracos mecanismos de defesa da colónia contra as varroas (por exemplo, algumas acções bem sucedidas de limpeza mútua entre grupos de obreiras, que poderão causar danos fatais a algumas varroas), e da mortalidade natural a que todos os indivíduos de uma qualquer população estão sujeitos. No caso de colónias infestadas que não estão sob o efeito de medidas de luta contra a varroa, as taxas diárias médias de mortalidade da varroa (número médio de varroas que morrem por dia nas colónias) tendem a estar relacionadas com o número total de varroas vivas existentes nessas mesmas colónias (ainda que também dependentes do número de células de criação operculada que vai nascendo, dia após dia, nas colónias). Esta situação foi confirmada pela investigação efectuada neste projecto, onde os maiores aumentos nas taxas médias diárias de mortalidade natural da varroa sucedem (com um atraso médio aproximado de um mês) aos grandes acréscimos médios de populações de varroas hospedadas nas colónias. Compreende-se deste modo que o acompanhamento das taxas médias diárias de mortalidade natural nas colónias de um dado apiário possa ser utilizado para avaliar sobre a necessidade (ou não) de aplicar medidas de luta contra a varroa nesse mesmo apiário. Colónias onde surjam valores de mortalidade natural superiores a 10 varroas por dia devem ser tratadas a curto prazo (no máximo, até 2 meses). No caso de colónias praticamente mantidas livres de varroas pela aplicação permanente de varroacidas com elevada eficácia terapêutica, a maioria das poucas varroas que possam hospedar não sobrevivem por tempo suficiente para se tornarem reprodutivamente activas. Neste caso, as taxas diárias médias de mortalidade reflectem dominantemente o número de varroas importadas para dentro da colónia (por deriva, pilhagem ou livre trânsito de zângões). Por outras palavras, reflectem a dimensão dos níveis locais de reinfestação de colónias. Como se poderá deduzir da figura 15 (no caso de colónias sem varroa), no Sul do país o principal pico de reinfestação das colónias com varroa surge durante o mês de Dezembro, com valores médios aproximados de 8 novas varroas entradas em cada colónia por cada dia que passa (cerca de 250 varroas num mês, que, reproduzindo-se, originam rapidamente um ou dois milhares de varroas em poucos meses). Em alturas de elevadas pressões de reinfestação com varroa, as colónias deverão estar tratadas com varroacidas eficazes e com elevada persistência na colónia (5 a 8 semanas) ou, alternativamente, deverão estas ser ajudadas - no período de um a dois meses - com medidas eficazes de luta contra a varroa. Esta necessidade resulta de um crescimento, mais rápido do que o esperado, das populações de varroa, significando que a não observação António Murilhas e João Casaca Página 13 de 32

17 desses cuidados levará muitos apicultores menos empenhados a perderem uma grande percentagem de colónias antes da próxima inspecção de rotina que vierem a efectuar. Figura 15. Evolução das taxas diárias de queda de varroas em colónias mantidas no Alentejo Impacto sobreascolónias Na sua fase inicial de instalação nas colónias, a varroa passa facilmente despercebida, sendo, nesta fase, muito questionável se se trata efectivamente de uma doença (uma vez que não causa sintomas/prejuízos específicos e significativos às colónias que parasita). Contudo, e apenas alguns meses depois, os efeitos negativos do crescimento populacional da varroa tornam-se geralmente por demais evidentes, nomeadamente ao nível das populações adultas (obreiras e zângões) das colónias parasitadas. Esta situação é claramente revelada pela figura 16, onde se torna óbvio um impacto muito negativo sobre as colónias logo no início da Primavera seguinte a se terem infestado com varroa (o que aconteceu durante o verão anterior). Um ano após se terem infestado, as colónias com varroose tendem a apresentar apenas cerca de metade da população média de colónias não infestadas, não mais recuperando dos elevados níveis de infestação (que nesta altura se associam inequivocamente ao conceito de doença). Já quanto ao impacto da varroa sobre a quantidade total de criação operculada de obreira (figura 17), é notório o esforço que as colónias infestadas fazem para tentar recuperar as respectivas populações adultas que, conforme se referiu anteriormente, são bastante prejudicadas com o desenvolvimento da varroose. Contudo, este mérito é apenas aparente, uma vez que, em termos reais, muita da criação operculada existente em colónias muito infestadas não sobreviverá até à fase adulta [sucumbindo a insuficiências alimentares prévias, deficiente regulação dos valores ambientais, ou infecção com outros microorganismos que se aproveitam do estado de debilidade de colónias muito infestadas com varroa]. António Murilhas e João Casaca Página 14 de 32

18 Figura 16. Evolução da população de abelhas adultas em colónias mantidas no Alentejo O impacto negativo do desenvolvimento das populações de varroa sobre a criação de zângão que é produzida nas colónias manifesta-se claramente, sobretudo durante a principal época de acasalamento de rainhas (Abril a Junho, como é patente na figura 17). Figura 17. Evolução da quantidade de criação operculada em colónias mantidas no Alentejo António Murilhas e João Casaca Página 15 de 32

19 De facto, a maioria das colónias consideravelmente infestadas com varroa tendem a produzir menos de metade dos zângões gerados, em idêntico período, por colónias não (ou pouco) infestadas. Como consequência, em regiões globalmente muito infestadas com varroa, o sucesso final dos voos de acasalamento realizados por rainhas jovens poderá ser colocado em causa (pela insuficiência de zângões para a cópula, ou pelo menor número de espermatozóides produzidos por zângões oriundos de colónias muito infestadas), com acrescidas implicações negativas para a produtividade e/ou sobrevivência de colónias nessas regiões. Impactosobreaproduçãodemel Dados as severas implicações da varroa sobre as colónias que as hospedam, não é de estranhar que, também ao nível da capacidade de armazenamento de mel operculado, as colónias infestadas com varroa venham progressivamente a denotar menores aptidões, comparativamente a colónias não (ou muito pouco) infestadas, como é evidenciado na figura 18. A título meramente ilustrativo, poder-se-á referir que um núcleo produzido este ano, no qual não seja eficazmente controlado o desenvolvimento populacional da varroa, virá apenas a produzir até metade do mel que, de outro modo, produziria no próximo ano. Pior ainda, correrá o sério risco de vir a morrer pouco antes, ou pouco depois, da época de cresta. Figura 18. Evolução da quantidade de mel operculado armazenado em colónias mantidas no Alentejo António Murilhas e João Casaca Página 16 de 32

20 Capítulo Conviver com a varroa Introduzem-se nesta secção algumas situações/conceitos/métodos associados à inevitável convivência com a varroa. A ilusão inicial que sugeria que, com a ajuda Monitorizandoevigiando Ao longo do ano devem-se estimar periodicamente as populações de varroas existentes nas colónias, monitorizando desta forma a evolução da infestação. Esta evoluirá mais rapidamente nuns anos do que noutros, e certamente mais depressa nuns apiários, do que noutros. Figura 19. Tabuleiro de recolha de varroas, sendo retirado de uma colónia em monitorização Do mesmo modo, um programa concreto de controlo que foi eficaz num ano, poderá não o ser no seguinte. A vigilância apertada das populações de varroas nas colónias indica como a infestação está a evoluir, podendo e devendo esta informação ser utilizada para decidir qual a estratégia de tratamento a utilizar numa dada situação concreta. É aconselhável vigiar (monitorizar) cerca de 20 a 30 % das colónias que tiver em cada apiário, pois os níveis de infestação podem de eficazes varroacidas sintéticos, seríamos capazes de erradicar a varroa da generalidade dos nossos apiários, rapidamente se desvaneceu. A varroa chegou para ficar... variar muito entre colónias e apiários. Por isso, vigiar uma só colónia ou um só apiário (caso possua mais do que um) é manifestamente insuficiente. Objectivosdocontrolo O objectivo principal do controle das varroas é manter as populações de ácaros abaixo de um nível comprometedor para a sobrevivência das nossas colónias. Para o alcançar, não é necessário matar todas as varroas existentes nas colónias. Contudo, quantas mais varroas sobreviverem, mais rápido serão repostas as populações e mais depressa se atingirão, de novo, níveis de infestação considerados perigosos e capazes de provocar estragos graves nas colónias. Acresce que, para os apicultores comerciais, é ainda absolutamente relevante manter as populações de varroa aquém do nível em que começam a surgir impactos negativos consideráveis sobre a capacidade produtiva das colónias, com repercussões ao nível da economia da exploração apícola. Tiposdeluta Existem duas grandes classes de métodos de luta contra a varroa, geralmente designados por métodos biotecnológicos e por tratamentos químicos. Os métodos biotecnológicos servem-se de técnicas de António Murilhas e João Casaca Página 17 de 32

21 maneio que reduzem as populações de varroa nas colónias, tirando proveito das particularidades do ciclo de vida da varroa e/ou do comportamento das obreiras. Os tratamentos químicos utilizam substâncias acaricidas para matar as varroas. Estas substâncias podem ser veiculadas através dos alimentos, aplicadas directamente sobre as abelhas (por exemplo, por pulverização, gotejamento, fumigação, evaporação / sublimação), ou transferidas para as abelhas a partir de tiras de plástico (ou outras substâncias retardadoras da libertação dos princípios activos com que estão impregnadas). É obviamente na classe dos tratamentos químicos que se encontram quer os tratamentos homologados (testados, aprovados e autorizados pelas entidades competentes), quer outros não homologados (frequentemente implementados por alguns apicultores, mas sem suficientes garantias de eficácia terapêutica ou de segurança para o utilizador, para a colónia, para a qualidade alimentar dos seus produtos, ou para o ambiente). Vantagensedesvantagens Vantagens Métodos biotecnológicos Tratamentos químicos homologados Tratamentos químicos não homologados não requerem o uso de substâncias químicas podem ser combinados/integrados com as actividades de maneio normalmente baratos regra geral, são eficazes e seguros fáceis de aplicar nas colónias podem ser utilizados de forma exclusiva (sozinhos, mas de preferência alternando produtos de diferentes classes farmacológicas) podem ser bastante eficazes na eliminação de varroas frequentemente muito baratos poderão ser produtos naturais muitas vezes são produtos sintéticos usados no combate a pragas, noutras espécies animais e/ou vegetais Desvantagens geralmente são insuficientes para evitar os prejuízos causados pela varroa, se utilizados sozinhos (não integrados num esquema de protecção integrada) a sua aplicação requer muito tempo são necessários bons conhecimentos de apicultura e boas técnicas de maneio uma má utilização pode prejudicar consideravelmente as colónias são particularmente eficazes em infestações de nível baixo/médio as varroas podem desenvolver níveis crescentes de resistência poderão acarretar problemas de resíduos apícolas, se forem mal utilizados tendencialmente caros, em comparação com os outros tipos de luta risco acrescido de introdução de resíduos nos produtos apícolas as varroas podem desenvolver níveis acrescidos de resistências maior risco para o apicultor, para as abelhas, para o consumidor de produtos apícolas, ou para o ambiente nalguns casos, a eficácia terapêutica poderá ser muito variável Métodosbiotecnológicos São particularmente indicados para apicultores de pequena dimensão que queiram deixar de utilizar (ou reduzir a utilização de) tratamentos químicos nas suas colónias. Os métodos que geralmente garantem maior sucesso, são os que consistem em apanhar as varroas dentro da criação. Esta, depois de operculada, será retirada da colónia antes do nascimento das abelhas, que conduzirá à saída das varroas. António Murilhas e João Casaca Página 18 de 32

22 Alguns métodos biotecnológicos podem ser muito eficazes, atrasando consideravelmente o crescimento da população de varroas, e reduzindo significativamente a utilização de químicos por parte dos apicultores. Para a aplicação de alguns destes métodos é necessário que os apicultores sejam experientes, sob pena de não se obterem bons resultados. Todos os métodos deste tipo exigem muita disponibilidade da sua parte, e técnicas de maneio correctas. Se os seus apiários estiverem muito infestados, estes métodos não serão suficientes para que obtenha um controlo suficientemente eficaz, pelo que terá que utilizar produtos químicos. Figura 20. Criação de zângão, usada na atracção e posterior remoção de varroas da colónia Algunsmétodosbiotecnológicos Método O que fazer Principais aspectos Remoção de criação de zângão Bloqueio de postura No início da Primavera, coloque um ou dois quadros com tiras de cera moldada (cerca de 5 cm de largura) no ninho (junto aos quadros com criação), permitindo que, a partir delas, as abelhas construam células de criação de zângão. Alternativamente poderá usar também cera moldada estampada com células de zângão. Quando a maior parte da criação de zângão estiver operculada, separe-a do resto do quadro (antes da eclosão dos zângãos) e destrua-a. O quadro pode ser imediatamente reutilizado na colónia para outra fase de atracção e remoção de varroas em criação de zângão. Repita este processo várias vezes durante a Primavera (época de maior postura e de ocorrência natural de zângãos), de modo a aumentar a eficácia deste método. Mantenha a rainha confinada a um quadro de criação (A), através da utilização de caixas apropriadas (à venda nas casas da especialidade). Nove dias depois, confine a rainha a um outro quadro de criação (B), deixando o quadro A no ninho de forma a que a criação nele presente seja infestada por varroas. Após outros 9 dias, retire o quadro A (já operculado) e confine a rainha a um outro quadro de criação (C), deixando o quadro B no ninho. Após mais 9 dias, retire o quadro B (já operculado). Liberte ou substitua a rainha, deixando o quadro C no ninho. Após 9 dias, retire o quadro C. Nota: Os quadros removidos (A, B e C) poderão ser trocados com outros produzidos em colónias pouco infestadas e mantidas tratadas com acaricidas contra a varroa. fácil de utilizar não necessita de equipamento próprio não utiliza químicos bem tolerado pela colónia consome algum tempo e poderá implicar muito esforço útil, mas de eficácia limitada. Ajuda a atrasar o crescimento das populações de varroa pode ser muito eficaz na redução da população de varroas da colónia não utiliza químicos consome muito tempo, sobretudo na primeira vez (quadro A) e se as rainhas não forem facilmente identificáveis/identificadas requer muita experiência por parte do apicultor pode prejudicar ou enfraquecer a colónia, se utilizado de forma inapropriada Tratamentosquímicos Os acaricidas são produtos capazes de provocar a morte de ácaros. Os acaricidas mais eficazes utilizados no combate à varroose, ou seja os especialmente indicados para a destruição de varroas, são designados por varroacidas. António Murilhas e João Casaca Página 19 de 32

23 Varroacidas fortes,varroacidas fracos Alguns apicultores gostam de distinguir e separar os varroacidas em fortes e fracos. Os primeiros são aqueles cujas substâncias activas são substâncias químicas de síntese, enquanto por fracos se designam frequentemente os constituídos por outras substâncias químicas que podemos também encontrar espontaneamente na natureza. Por exemplo, alguns ácidos orgânicos (como os ácidos fórmico, láctico, oxálico, etc.) ou alguns óleos essenciais (como o timol, o eucaliptol, etc.). Contudo, esta divisão é incorrecta, pois muitos dos varroacidas considerados fracos serão bastante prejudiciais (às varroas, mas também às colónias), se utilizados em concentrações excessivas. A distinção ideal será então entre varroacidas homologados para utilização em apicultura (medicamentos com eficácia e segurança cientificamente confirmadas na luta contra a varroose), e varroacidas não homologados, ou seja, substâncias utilizadas em colónias de abelhas sem que as consequências do seu uso tenham previamente sido (suficientemente) testadas. Varroacidas homologados Os varroacidas utilizados em Portugal para combater a varroose devem estar homologados, constando das listas de produtos de uso veterinário publicadas pela Direcção Geral de Veterinária (DGV), de acordo com o Decreto-Lei nº 184/97, de 26 de Julho. Estas autorizações requereram a apresentação de estudos científicos exaustivos, nos quais se recolheram elementos que permitiram concluir pela eficácia, qualidade e segurança do produto (para as abelhas, para o consumidor e para o ambiente). É de salientar que as leis da União Europeia (UE) em vigor não permitem que um produto veterinário homologado num dado Estado Membro, esteja automaticamente autorizado para utilização nos outros Estados. Assim, a tabela Varroacidas utilizados na União Europeia, que se apresenta seguidamente, incluí acaricidas cuja utilização não está autorizada em Portugal. O propósito justificativo da sua inclusão neste documento é o de referir alguns dos varroacidas usados na UE, bem como ilustrar as consideráveis diferenças de utilização existentes entre os vários Estados Membros. Atenção Os princípios activos dos produtos comerciais usados na luta contra a varroa foram inicialmente desenvolvidos para combater pragas das culturas ou do gado. Quando comercializados como varroacidas, esses produtos estão especificamente formulados para uma utilização segura e eficaz em apicultura. As mezinhas e outras receitas caseiras feitas com os mesmos ingredientes (muito frequentemente disponíveis como pesticidas para uso agrícola) devem ser rejeitadas, dado que podem inclusivamente ser muito prejudiciais às próprias abelhas. Por exemplo, sabe-se hoje que a utilização indevida destas práticas está directamente relacionada com as resistências que as varroas têm vindo a desenvolver aos produtos homologados, na maioria dos países europeus, incluindo Portugal. Podem também acarretar graves prejuízos à saúde dos consumidores de produtos das colónias, independentemente do impacto negativo incalculável que poderão vir a acarretar ao comércio de produtos apícolas, a nível nacional e/ou internacional. Tratamentosalternativos Por tratamentos alternativos de luta contra a varroa entende-se a utilização de substâncias pertencentes a classes tais como a dos ácidos orgânicos ou a dos óleos essenciais. O estabelecimento de limites máximos de resíduos (LMR) relativos à utilização dos ácidos fórmico, láctico e oxálico (ou do timol) em apicultura (actualmente contemplados no Anexo II do Regulamento do Conselho António Murilhas e João Casaca Página 20 de 32

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