A Nova Teoria do Comércio Internacional
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- Lucas Gabriel Coelho Ximenes
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1 A Nova Teoria do Comércio Internacional
2 A Nova Teoria do Comércio Internacional Limites da abordagem tradicional Economias de escala diferenciação dos produtos Comércio intra-setorial Comércio intra-firma
3 Limites da abordagem tradicional O questionamento das vantagens comparativas As tentativas de verificação empírica das teorias tradicionais são geralmente decepcionantes: os fluxos comerciais registrados não podem ser explicados pelas vantagens comparativas das nações. O Paradoxo de Leontief (1953)
4 Limites da abordagem tradicional Contrariamente aos ensinamentos da teoria tradicional, o comércio internacional se desenvolve mais entre as nações mais desenvolvidas cujas dotações fatoriais têm poucas diferenças. Trata-se, então de um comércio entre nações muito pouco diferenciadas umas das outras, ao passo que a teoria tradicional coloca como essencial o papel das diferentes características das nações para explicar a troca internacional.
5 Limites da abordagem tradicional O questionamento das vantagens comparativas Novas análises foram desenvolvidas, sobretudo nos anos sessenta, cujo ponto comum é a proposta de uma explicação das trocas internacionais que não se baseia nas vantagens comparativas. Entre as linhas de pesquisa exploradas, as mais importantes são relativas ao papel desempenhado pela tecnologia, a diferenciação dos produtos e os rendimentos de escala.
6 Economias de Escala As economias de escala podem ser: Internas à firma: quando cada firma pode obter custos médios mais baixos se produz em escala crescente. Externas à firma: quando o custo médio de cada firma depende do tamanho da indústria a que pertence.
7 Economias de Escala Internas Quando as técnicas de produção e de organização das empresas é tal que existem economias internas às empresas, várias estruturas de mercado além da concorrência podem prevalecer, dependendo do fato destas economias serem contínuas ou limitadas num nível particular de produção. No primeiro caso o mercado torna-se um monopólio. No segundo caso o mercado torna-se um oligopólio.
8 Economias de Escala Externas O tamanho do mercado interno de uma nação, diante de economias de escala externas, pode ser um fator explicativo do comércio internacional. As especializações internacionais que resultam das economias de escala externas são estáveis, mesmo que as vantagens comparativas se modifiquem. acidentes históricos, que originam uma produção num dado país específico, podem ser decisivos na criação dos fluxos comerciais internacionais.
9 Economias de Escala Externas O comércio internacional, fonte de deterioração do bem estar Desde Ricardo, o essencial da teoria do comércio internacional demonstra que a passagem de uma situação de autarquia a uma situação de troca com o resto do mundo melhora a posição de uma economia: maior número de bens estão disponíveis a um preço mais baixo. Esse resultado pode ser questionado a partir do momento em que existem economias de escala externas.
10 Economias de Escala Externas
11 Diferenciação de Produtos A existência de produtos semelhantes, mas que possuem características específicas que os diferenciam segundo algum desses critérios abre do ponto de vista do comércio internacional a possibilidade de intercâmbios entre dois países, com exportações e importações simultâneas de produtos normalmente classificados como idênticos. Dois tipos de diferenciação são considerados: vertical e horizontal
12 Diferenciação de Produtos Diferenciação Vertical: está relacionada com a qualidade do produto (Exemplo: automóvel com air-bag e freio ABS). Diferenciação Horizontal: se baseia na especificação do produto (odor de um perfume, sabor de queijo, características de um vinho). Nos dois casos, o efeito é o mesmo: o vendedor dispõe de um monopólio relativo sobre o seu produto, limitado pela existência de substitutos imperfeitos.
13 Comércio Intra-setorial A existência do comércio intra-setorial está associada a diversos fatores: Diferenciação de produtos Flutuações sazonais na oferta Estruturas de demanda por faixa de renda
14 Comércio Intra-firma A incorporação de elementos como rendimentos de escala, concorrência imperfeita e diferenciação de produtos permite conceber a especialização no comércio em produtos que não correspondem à dotação relativa de fatores produtivos, bem como dá margem a processos produtivos complementares, entre plantas produtivas situadas em países distintos, levando à intensificação de transações intrafirma.
15 Teoria da Proteção 15 Tarifas Subsídios Outras formas de proteção Medidas de grau de proteção
16 Teoria da Proteção 16 O livre comércio é mais exceção do que regra. Os governos intervêm para proteger o produtor nacional. Ao conjunto de mecanismos de proteção se denomina política comercial.
17 Tarifas 17 O imposto sobre importações denominado tarifa é cobrado quando a mercadoria entra no país. Pode ser: Específico Ad valorem Misto
18 Tarifas (Exemplos) 18 A tarifa de US$ 450,00 cobrada por tonelada de suco de laranja brasileiro importada pelos EUA, independente do preço do produto é um imposto específico A tarifa de importação de US$ 0,54 litro/galão de álcool importado pelos EUA também é um imposto específico. A Tarifa Externa Comum de 14% acordada entre os membros do Mercosul é um imposto ad valorem. Uma cobrança de US$ 50 por unidade importada + 20% sobre o preço é um imposto misto.
19 Tarifas A tarifa média fixada pelas economias desenvolvidas situa-se em torno de 5%, mas os picos tarifários são elevados. 19 O Brasil tem um teto tarifário de 35%, mas aplica uma média geral, para produtos industrializados ou não, de 10,7%. A maior parte dos produtos está com 14%, a Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul. Em 1990, o valor médio da tarifa era de 43%.
20 Tarifas A idéia de que a economia do Brasil segue muito fechada cai ao compará-la à de outros países. 20 As tarifas alfandegárias do Brasil recuaram do patamar médio de 50% observado na década de 80 para o nível atual em torno de 10%. Corrobora ainda essa tese, a existência de um regime tarifário sem cotas e com alíquota máxima de 35%. Outras economias, tanto desenvolvidas quanto emergentes, apesar de terem tarifas médias mais baixas que a brasileira, aplicam "picos tarifários" e outras barreiras não tarifárias.
21 Efeito das tarifas sobre a 21 concorrência Se a proteção é oferecida a um bem num mercado concorrencial, mesmo que as importações venham a ser excluídas, ainda haverá alguma concorrência entre os produtores domésticos. Se o mercado é caracterizado por oligopólio ou monopólio, a exclusão dos concorrentes estrangeiros resulta em pouca disputa no mercado e conseqüente desestímulo para redução de preços e melhoria da qualidade.
22 Efeito das tarifas sobre a 22 renda A argumentação clássica acerca da liberdade de comércio parte do pressuposto do pleno emprego dos recursos. Se a economia passa por um período de recessão, a tarifa pode ser utilizada para estimular a renda e o emprego.
23 SUBSÍDIOS 23 Consiste em pagamentos, diretos ou indiretos, feitos pelo governo, para encorajar exportações ou desencorajar importações. Equivale a um imposto negativo e representa uma redução de custo para o produtor
24 SUBSÍDIOS 24 A concessão de subsídios se dá por meio de: Pagamentos em dinheiro Redução de impostos Financiamentos a taxas de juros inferiores às do mercado Compra direta do governo para posterior revenda a preço mais baixo aos consumidores
25 Outras formas de 25 proteção Quotas de importação Controles cambiais Proibição de importação Monopólio estatal Leis de compras de produtos nacionais Depósitos prévios à importação Barreiras não tarifárias Acordos voluntários de restrições de exportações (AVRE)
26 A política comercial na 26 prática Argumentos a favor do protecionismo Proteção á indústria nascente Estímulo à Substituição de importações Redução do diferencial de salários Impedimento ao comércio desleal Promoção da segurança nacional Melhoria da balança de pagamento Favorecimento das barganhas internacionais
27 Argumentos a favor do 27 protecionismo Proteção da indústria nascente O termo indústria nascente refere-se à etapa do desenvolvimento em que a indústria ainda não alcançou um nível de produção que lhe permita beneficiar-se das economias de escala. A idéia e garantir uma reserva de mercado temporária
28 Indústria nascente e economias de escala
29 Argumentos a favor do protecionismo Proteção da indústria nascente 29 Cabe lembrar que os Estados Unidos, Alemanha e Japão se industrializaram protegendo suas indústrias com base nesse argumento, desenvolvido inicialmente pelo economista e político alemão Friedrich List. A esse respeito ler: LIST, Friedrich. Sistema Nacional de Economia Política. São Paulo: Abril Cultural, HAMILTON, A. Relatório sobre manufaturas. Rio de Janeiro, Solidariedade Ibero-americana, CHANG, Ha-Joon, A Estratégia do desenvolvimento em perspectiva histórica. São Paulo: Editora Unesp, 2004
30 Friedrich List e o Protecionismo na Alemanha 30 e nos Estados Unidos Escola histórica alemã (1840): abordagem relativista Uma doutrina econômica adequada para um país em determinado momento pode não ser para outro em outra época. List contestou a doutrina do laissez-faire e a liberdade de comércio, argumentando que eram políticas econômicas apropriadas para países com elevado desenvolvimento industrial, mas inconveniente para países menos desenvolvidos. Defendia que o protecionismo era política econômica lógica e recomendável para os EUA e a Alemanha, que naquele momento encontravam-se no estágio agrícola-manufatureiro.
31 Alexander Hamilton e a escola americana 31 de economia política A escola americana de economia política, também conhecida como "sistema nacional", é uma doutrina macroeconômica que dominou a política econômica dos Estados Unidos desde a Guerra de Secessão até a metade do século XX. Usada na retórica política norte-americana desde 1824 até hoje, foi aplicada como política governamental por muitas décadas durante esse período.
32 Alexander Hamilton e a escola americana 32 de economia política Os elementos fundamentais da escola americana foram promovidos por John Quincy Adams e seu Partido Republicano Nacional, Henry Clay e o Partido Whig, e Abraham Lincoln mediante o primitivo Partido Republicano, os quais abraçaram, implementaram e defenderam este sistema de política econômica. Durante o período em que foi aplicado o sistema americano, os Estados Unidos tornaram-se a maior economia do mundo, com o mais alto padrão de vida, ultrapassando o Império Britânico por volta de 1880.
33 Alexander Hamilton e a escola americana 33 de economia política É uma escola econômica baseada no programa econômico de Hamilton e foi proposta com o objetivo de possibilitar aos Estados Unidos a independência econômica e a auto-suficiência nacional. Consistia nestas três políticas centrais: proteção da indústria mediante tarifas alfandegárias elevadas e seletivas (especialmente entre 1861 e 1932) e, também mediante subsídios (especialmente entre 1932 e 1970) investimentos estatais na infra-estrutura criando melhoramentos internos planejados (especialmente no setor de transportes) um banco nacional com políticas que promovem o crescimento dos empreendimentos produtivos.
34 Argumentos a favor do protecionismo Proteção da indústria nascente 34 O Brasil, o processo de industrialização baseado na política de substituição de importações entre 1940 e 1970 (Getúlio Vargas, Juscelino Kubistchek (Plano de Metas), Geisel (II PND), baseou-se nesse estratégia.
35 Argumentos a favor do protecionismo Redução do desemprego 35 Política externa significa empregos Madeleine Albright Secretária de Estado dos EUA no governo Clinton ( )
36 Estímulo à Substituição de Importações 36 Argumento desenvolvido por economistas da Comissão para América Latina (Cepal), da ONU, sob inspiração de Raul Prebish. Argumento central: relações desiguais de troca condenavam os países latinoamericanos ao subdesenvolvimento.
37 Estímulo à Substituição de Importações 37 Por relações de troca entende-se a razão entre o preço das exportações de um país e o preço de suas importações. RT = Preço das exportações/preço das importações Uma redução nas relações de troca significa que, com a mesma quantidade física exportada, o país passa a importar menos que antes.
38 Estímulo à Substituição de Importações 38 Segundo Prebisch, exportando produtos primários, os países da América Latina perdiam capacidade de importar bens industrializados, considerados essenciais para o crescimento. Para superar esse estrangulamento, propunha que o Estado adotasse uma política de substituir os produtos antes importados.
39 Estímulo à Substituição de Importações A agregação das idéias das: 39 perdas nas relações de troca indústria nascente distribuição da renda entre países resultou no argumento da Substituição das Importações, base dos programas de industrialização da América Latina após a Segunda Guerra Mundial.
40 Redução do diferencial de salários 40 Em uma economia dualista, caracterizada pela coexistência de uma agricultura de subsistência e de um setor industrial dinâmico, no qual os salários são mais elevados, uma política protecionista em favor da indústria, que deslocasse os trabalhadores para o setor paga mais aumentaria o bem-estar nacional. Exemplo: China
41 Impedimento do comércio desleal 41 O comércio desleal distorce a estrutura das vantagens comparativas e, consequentemente, as relações de troca entre os países. Desse ponto de vista, se justificaria a pratica de políticas defensivas contra a prática de dumping e subsídios, por meio de medidas anti-dumping e salvaguardas.
42 Promoção da segurança nacional 42 O princípio desse argumento é proteger a indústria considerada essencial para os esquemas de defesa do país, se a exposição à concorrência externa inviabilizar seu desenvolvimento. Ex: material bélico, petróleo, segurança alimentar, etc.
43 Outros argumentos 43 Melhoria da balança de pagamentos Favorecimento das barganhas internacionais
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