D I S C I P L I N A D E M E D I C I N A L E G A L U N I V E R S I D A D E D E M O G I D A S C R U Z E S F A C U L D A D E D E D I R E I T O
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- Ester Guimarães Bergmann
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1 D I S C I P L I N A D E M E D I C I N A L E G A L U N I V E R S I D A D E D E M O G I D A S C R U Z E S F A C U L D A D E D E D I R E I T O
2 A U L A 7 T A N A T O L O G I A
3 BINA, Ricardo Ambrosio Fazzani. Medicina Legal. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014, 337 p.
4 C O N C E I T O T A N A T O G N O S E C R O N O T A N A T O G N O S E L E S Ã O A N T E E P O S T M O R T E M I N U M A Ç Ã O, E X U M A Ç Ã O E C R E M A Ç Ã O
5 Diga-me e eu esquecerei. Ensina-me e eu me lembro. Envolva-me e eu aprendo. (Benjamin Franklin)
6 CONCEITO E EVOLUÇÃO 6 / 47 É o estudo da morte MEDICINA MORTE DIREITO
7 CONCEITO E EVOLUÇÃO 7 / 47 É O E S T U D O D A M O R T E Morte é o cessamento inalterável das atividades biológicas. Os critérios variam conforme a sociedade. A biológica ou real é a parada cardiorrespiratória. A encefálica, a parada neurológica de todo o cérebro (Brasil, L /97, Art. 3º). A troncular, do tronco cerebral. E, a cortical, a detença do córtex cerebral.
8 8 / 47 É o diagnóstico da morte FENÔMENOS CADAVÉRICOS ABIÓTICOS BIÓTICOS IMEDIATOS MEDIATOS DESTRUTIVOS CONSERVADORES PARADA CARDÍACA, APNEIA E PARADA NEUROLÓGICA DESIDRATAÇÃO, RESFRIAMENTO, RIGIDEZ, ESPASMO E LIVORES AUTÓLISE, PUTREFAÇÃO E MACERAÇÃO SAPONIFICAÇÃO, MUMIFICAÇÃO, CALCI- FICAÇÃO, CORIFICAÇÃO E CONGELAMENTO
9 9 / 47 F E N Ô M E N O S C A D AV É R I C O S Os abióticos independem da ação de microrganismos, são imediatos (parada cardíaca, apneia e parada neurológica) ou mediatos (desidratação, esfriamento, rigidez, espasmo e livores). Os bióticos, dependem e podem ser destrutivos (autólise, putrefação etc.) ou conservadores (saponificação, mumificação etc.).
10 10 / 47 Fenômenos abióticos imediatos Assistolia CORAÇÃO Apneia PULMÕES Coma CÉREBRO
11 11 / 47 F E N Ô M E N O S A B I Ó T I C O S I M E D I AT O S Independem de microrganismos e sobrevêm logo após a morte. A parada cardíaca é a ausência de batimentos cardíacos. A apneia é a ausência de movimentos respiratórios. A inatividade cerebral é a ausência de perceptividade, reatividade e reflexos.
12 12 / 47 Fenômenos abióticos mediatos Pergaminho e secas PELE E MUCOSAS Condução e convecção DESIDRATAÇÃO Sinal de Sommer OLHOS
13 13 / 47 D E S I D R ATA Ç Ã O A pele torna -se amarelada e endurecida, assemelhando -se ao pergaminho. As mucosas, ocular e oral, mostram -se secas. O globo ocular vai se fazendo enegrecido, isto porque a conjuntiva resseca e passa a dar vista a esclerótica, naturalmente anoitecida.
14 TEMPERATURA ºC TA N AT O L O G I A 14 / 47 Fenômenos abióticos mediatos REGRA GERAL Corpo ESFRIAMENTO HORAS
15 15 / 47 E S F R I A M E N T O Ocorrida a morte, o corpo humano principia a perder calor para o meio ambiente, o que o faz na razão de 1ºC por hora nas primeiras três horas e, então, 0,5ºC por hora até que as temperaturas se equiparem. A regra é relativa, ponderando -se a influência do meio ambiente (temperatura, umidade etc.) e do corpo.
16 TÔNUS MUSCULAR TA N AT O L O G I A 16 / 47 Fenômenos abióticos mediatos INSTALAÇÃO CRÂNIOCAUDAL Corpo RIGIDEZ HORAS
17 17 / 47 R I G I D E Z Uma a duas horas após a morte, inicia -se o enrijecimento do corpo humano. Instala -se no sentido craniocaudal. Alcança a totalidade do corpo em cerca de seis horas. Após vinte e quatro horas, a rigidez põe-se a se dissipar. Provém da produção de ácidos.
18 TÔNUS MUSCULAR TA N AT O L O G I A 18 / 47 Fenômenos abióticos mediatos INSTALAÇÃO GERAL Corpo ESPASMO HORAS
19 19 / 47 E S PA S M O É uma rigidez repentina e integral. É a conservação da posição em que se encontrava antes de ser flagrado pela ação letal. É como se o indivíduo, ao morrer, ficasse paralisado na posição em que estava, como uma estátua. É um fenômeno infrequente.
20 20 / 47 Fenômenos abióticos mediatos Morte deitado Movimentação do corpo Morte em pé LIVOR CUTÂNEO CENA DO CRIME LIVOR CUTÂNEO
21 21 / 47 L I V O R C U T Â N E O ( M A N C H A D E H I P Ó S TA S E ) É uma mancha avermelhada na pele da parte mais baixa do cadáver. Dimana da ação da gravidade sobre o sangue que vai impregnar os tecidos do dorso (morte deitado) ou dos membros inferiores (morte em pé). É parâmetro que abaliza a posição do óbito, permitindo aferir eventual alteração da posição do cadáver.
22 22 / 47 Fenômenos abióticos mediatos Coração Pulmões Intestinos LIVOR VISCERAL LIVOR VISCERAL LIVOR VISCERAL
23 23 / 47 L I V O R V I S C E R A L ( M A N C H A D E H I P Ó S TA S E ) É uma mancha avermelhada na parte mais baixa da víscera do cadáver. Decorre da ação da gravidade sobre o sangue que vai impregnar os tecidos dos pulmões, do estômago, do fígado e do baço. É achado da necropsia que assinala a posição do óbito, permitindo aferir alteração da posição do cadáver.
24 24 / 47 Fenômenos bióticos destrutivos POSITIVA CITÓLISE NEGATIVA MECANISMO DE EVOLUÇÃO (BENÉFICO) CÉLULA SE DESTROI MECANISMO DE DOENÇA (MALÉFICO)
25 25 / 47 C I T Ó L I S E ( A U T Ó L I S E ) A célula se autodestrói, espontaneamente. Um trauma agencia a ruptura lisossômica com consequente derrame enzimático e digestão celular. Pode ser positiva (mecanismo de evolução ex. hemocaterese ) ou negativa (mecanismo de doença ex. silicose).
26 26 / 47 Fenômenos bióticos destrutivos (putrefação) COLORAÇÃO ENFISEMATOSA COLIQUATIVA ESQUELETIZAÇÃO 1º DIA 2º DIA 3º DIA 60º DIA MANCHA GIGANTISMO PEQUENEZ OSSOS VERDE SANIOSIDADE DESFIGURAÇÃO DENTES
27 27 / 47 P U T R E FA Ç Ã O Na fase de coloração (1 dia) surge a mancha verde no abdome ou no tórax (feto), escurece e dissemina. Na gasosa (2 dias), o gigantismo, a saniosidade e os prolapsos. Na coliquativa (3 dias), o corpo perde volume e forma. Na esqueletização (180 dias), restam somente os ossos, os dentes e os cabelos.
28 28 / 47 Fenômenos bióticos destrutivos Líquido amniótico ASSÉPTICA Fenômeno MACERAÇÃO Água ambiental SÉPTICA
29 29 / 47 M A C E R A Ç Ã O O cadáver mostra -se inchado, com pele enrugada e descolamentos da epiderme, deixando a derme à vista. É requisito a imersão do corpo em solução aquosa, estéril (feto no líquido amniótico) ou não (cadáver em lago, rio, oceano). Nesta derradeira conjuntura, podem restar manifestas algumas etapas da putrefação.
30 30 / 47 Fenômenos bióticos conservadores Condição Fenômeno Condição OBESIDADE SAPONIFICAÇÃO UMIDADE
31 31 / 47 S A P O N I F I C A Ç Ã O O cadáver assemelha -se a um boneco de cera, mostrando-se amolecido, quebradiço, amarelo -escuro e sanioso. São requisitos a obesidade e o solo úmido.
32 32 / 47 Fenômenos bióticos conservadores Clima desértico NATURAL Fenômeno MUMIFICAÇÃO Embalsamamento ARTIFICIAL
33 33 / 47 M U M I F I C A Ç Ã O O cadáver assemelha -se a uma múmia egípcia, mostrando-se com a pele enegrecida, enrugada, seca e dura; há grande perda de peso. São requisitos o ambiente quente, seco e arejado que propicie uma desidratação intensa e célere.
34 34 / 47 Fenômenos bióticos conservadores Condição Fenômeno Condição SAÍDA DE ÁGUA CALCIFICAÇÃO ENTRADA DE CA
35 35 / 47 C A L C I F I C A Ç Ã O O cadáver assemelha -se a uma estátua de mármore, restando petrificado. Enquanto feto, é conhecido por litopédio ou criança de pedra. São requisitos a desidratação intensa e célere, assim como a assimilação formidável de cálcio e sais pelos ossos com concludente petrificação do restante do corpo.
36 36 / 47 Fenômenos bióticos conservadores Condição Fenômeno Condição URNA DE ZINCO CORIFICAÇÃO ISOLAMENTO
37 37 / 47 C O R I F I C A Ç Ã O O cadáver mostra -se com a pele incólume, assemelhada ao couro curtido; os órgãos restam preservados, porem amolecidos. É requisito a inumação em urna metálica de zinco, enclaustrando hermeticamente o corpo dos agentes da putrefação.
38 38 / 47 Fenômenos bióticos conservadores Média de 20ºC CANADA, NUNAVUT Fenômeno CONGELAMENTO Mínima de 90ºC ANTÁRTIDA, VOSTOK
39 39 / 47 C O N G E L A M E N T O O cadáver resta conservado em sua inteireza, por fora e por dentro, incluindo seu esqueleto. É requisito a temperatura baixa, inferior a 40ºC (geleira).
40 CRONO 40 / 47 É o diagnóstico do tempo da morte Fenômeno cadavérico ESFRIAMENTO Estimação TEMPO DE MORTE Fenômeno cadavérico RIGIDEZ
41 CRONO 41 / 47 É O D I A G N Ó S T I C O D O T E M P O D A M O R T E É o procedimento empregado pelo médico legista para estimar a hora da morte. Para tanto, observam -se os fenômenos cadavéricos, o esfriamento e a rigidez.
42 LESÃO ANTE E POST MORTEM 42 / 47 C o n t u s ão I n c i s ã o F o g o Á g u a PÚRPURA SANGUE FLICTENA H 2 O LIMPA LIMPA LIMPA O 2
43 LESÃO ANTE E POST MORTEM 43 / 47 F E R I M E N T O P R O V O C A D O E M V I D A O U A P Ó S A M O R T E Se provocada em vida, a escoriação diferencia -se pela crosta, a contusão pela púrpura, a incisão pelo afastamento das bordas e impregnação de sangue das mesmas, o afogamento pela presença de água no estômago e nos pulmões e a queimadura pela presença de fuligem nos mesmos órgãos e de flictenas na pele.
44 INUMAÇÃO, EXUMAÇÃO E CREMAÇÃO 44 / 47 Procedimentos Enterramento INUMAÇÃO Desenterramento EXUMAÇÃO Incineração CREMAÇÃO
45 INUMAÇÃO, EXUMAÇÃO E CREMAÇÃO 45 / 47 P R O C E D I M E N T O S A inumação é o enterramento, exigindo -se a declaração de óbito assinada por dois médicos ou qualificados. A exumação é o desenterramento; administrativa (para liberar vaga) ou judiciária (para nova perícia). A cremação é a incineração, sendo de capital importância o efetivo conhecimento da causa da morte.
46 CONCLUSÃO 46 / 47 CONCEITO HISTÓRIA LEI MORTE PERÍCIA
47 F I M
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