Validação dos tratados internacionais ambientais no ordenamento jurídico brasileiro
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- Tomás Bento Cabral
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1 Validação dos tratados internacionais ambientais no ordenamento jurídico brasileiro Semana de Produção e Consumo Sustentável Mauricio Pellegrino de Souza FIEMG
2 Convenção de Viena 1969 Direito dos Tratados - tratado significa um acordo internacional concluído entre Estados em forma escrita e regulado pelo Direito Internacional, consubstanciado em um único instrumento ou em dois ou mais instrumentos conexos qualquer que seja sua designação específica
3 Requisitos para Tratados Capacidade das partes contraentes (quer sejam Estados ou organizações internacionais); Agentes signatários legalmente habilitados (por meio de carta que dê plenos poderes); Objeto lícito e possível; Mútuo consentimento entres as partes;
4 Competência para celebração Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
5 Aprovação dos tratados Após a negociação, elaboração e aprovação do texto do tratado, o Estado partícipe deve manifestar expressamente a vontade em vincular-se ao mesmo consentimento. A assinatura do tratado não vincula, por si só, as partes, apenas confirma que o texto foi aprovado.
6 Aprovação dos tratados A assinatura traduz aceite precário e provisório, não irradiando efeitos vinculantes. É mera aquiescência em relação à forma e ao conteúdo final. (Piovesan ) Cabe a ratificação do tratado [posterior depósito ou registro] para que haja o comprometimento no campo internacional [e nacional]. A ratificação não significa imediatamente a entrada em vigor do tratado.
7 Tipos de Ratificação Ratificação breve a mera assinatura do tratado expressa a vontade em vincular-se e já o torna obrigatório. Para tanto, deve haver disposição expressa no tratado. Ratificação solene o consentimento precisa ser submetido a uma análise de conformidade com as regras constitucionais do Estado controle prévio do executivo, legislativo e da opinião pública (a depender do Estado). Troca de Cartas/Depósito é uma prática internacional em que o Estado-Parte comunica às demais partes ou ao depositário que consentiu em se vincular.
8 Registro / Depósito os Tratados deverão ser levados a registro no Secretariado da ONU e por ele publicado (pressuposto para que possam ser invocados/discutidos no âmbito da ONU); as partes também poderão eleger um depositário que ficará responsável pelo recebimento dos instrumentos de ratificação e gerenciamento dos assuntos administrativos relativos aos tratados.
9 Disposições as autoridades públicas de cada Estado são responsáveis por regular a execução dos tratados; um Estado não pode alegar normas de direito interno para justificar o descumprimento de um tratado exceto se contrariar norma fundamental sob pena de incorrer em responsabilidade internacional; o descumprimento não causa nulidade do tratado, mas sujeita o infrator a penalidades;
10 Extinção e suspensão dos tratados extinção efeitos do tratado cessam definitivamente, liberando as partes das obrigações; suspensão efeitos do tratado cessam temporariamente, o instrumento subsiste; denuncia intenção do Estado de não vincular-se mais ao tratado;
11 Validação dos Tratados no Direito Brasileiro Compete privativamente ao Presidente da República celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional (art. 84, VIII, CF/88) A partir da assinatura encaminha-se mensagem ao Congresso Nacional (competência exclusiva art 49, I, CF)
12 Validação dos Tratados no Direito Brasileiro No Congresso será analisado pela CCJ, Comissão de Relações Exteriores e Comissões Especializadas, a depender da matéria tratada; Apreciado e votado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado como projeto de lei plenário quórum comum; Aprovado pelo Congresso Nacional será expedido Decreto Legislativo, publicado no Diário Oficial da União.
13 Validação dos Tratados no Direito Brasileiro Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; Para os demais não precisaria de ratificação do Congresso Nacional? - Histórico Brasileiro A partir da ratificação do tratado internacional o Brasil se compromete internacionalmente. A exigência de aprovação pelo Congresso previne abusos do Poder Executivo.
14 Validação dos Tratados no Direito Brasileiro Decreto Legislativo será sancionado pelo executivo e o tratado promulgado pelo Presidente da Republica por Decreto. A partir desse momento, o tratado é recepcionado pelo ordenamento jurídico brasileiro.
15 Validação dos Tratados no Direito Brasileiro Art.5. 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. Efeitos Imediatos?
16 Qual a força dos tratados internacionais? Supranacional Emenda Constitucional Supralegal Lei Federal Ordinária
17 Qual a força dos tratados internacionais? Tratados de Direitos Humanos Supranacional Emenda Constitucional Supralegal Lei Federal Ordinária Sequer a constituição poderia revogar. Necessidade de respeito aos direitos humanos como obrigação internacional.
18 Qual a força dos tratados internacionais? Tratados de Direitos Humanos Supranacional Emenda Constitucional Supralegal Lei Federal Ordinária Adere às regras constitucionais, respeitando as cláusulas pétreas
19 Qual a força dos tratados internacionais? Tratados de Direitos Humanos Supranacional Emenda Constitucional Supralegal Lei Federal Ordinária As modificações constitucionais a revogam, mas as leis ordinárias ou complementares não, pois seria superior a estas.
20 Qual a força dos tratados internacionais? Tratados de Direitos Humanos Supranacional Emenda Constitucional Supralegal Lei Federal Ordinária As modificações legislativas posteriores modificam as obrigações firmadas internacionalmente, mesmo que ratificadas pelo Congresso.
21 Constituição Federal Para o caso de tratados que envolvam direitos humanos, há previsão expressa: Art. 5 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. Novo procedimento.
22 Tratados Internacionais Compete ao STF (art. 102): III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; Compete ao STJ (art. 105): III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
23 Tratados Internacionais Aos juízes federais compete processar e julgar(art art. 109): III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional; Força de lei ordinária federal? - Decisão REC /77 STF Vinculação da legislação como ordinária federal ou há de ser compreendida como norma geral?
24 Novo posicionamento jurisprudencial o STF adotou posicionamento mais atual que indicou ser a favor da supralegalidade das normas internacionais em relação às normas infraconstitucionais, pondo fim à paridade dos tratados de direitos humanos com lei ordinária. - Ministro Sepúlvida Pertence RHC RJ - Ministro Gilmar Mendes RE
25 Direito ao Ambiente Direitos Humanos x Direito Ambiental Direito ao ambiente ecologicamente equilibrado é direito e/ou garantia fundamental? Direito ao ambiental ecologicamente equilibrado é direito humano?
26 Direito ao Ambiente O artigo 225 da Constituição da República de 1988 proclama que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Mas quem são todos? Esse questionamento nos remete ao Art. 5º desse diploma legal que dispõe: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes.
27 Direito ao Ambiente PIOVESAN (2012) Sustenta-se, assim, que os tratados tradicionais tem hierarquia infraconstitucional, mas supralegal. Este posicionamento se coaduna com o princípio da boa-fé (...) e que tem como reflexo o art. 27 da Convenção de Viena, sendo o qual não cabe ao Estado invocar disposições de seu Direito interno como justificativa para o não cumprimento de tratado. Todavia, esta não é a aplicação histórica pelo STF que entende como lei federal.
28 Principais tratados ambientais Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano de 1972 em Estocolmo; Convenção Sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional, ratificada em 1992; A Convenção Sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna selvagens em perigo de extinção CITES, ratificada em 1975; Convenção Sobre os Direitos do Mar (UNCLOS), ratificada em 1995; Protocolo de Montreal sobre substâncias que destroem a camada de ozônio, aprovado em 1989; em 1997 com o protocolo de Kyoto, o qual foi o marco no combate aos gases efeito estufa; Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento ou RIO-92; Agenda 21 e a Declaração do Rio Sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento; A Carta da Terra, a Declaração de Princípios sobre as Florestas, a Convenção da Biodiversidade e a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (Rio92); Declaração Política e o Plano de Implementação com o objetivo primordial de dar continuidade aos preceitos da RIO 92 (Joanhesburgo Rio +10).
29 Conclusão O processo de incorporação do tratado, torna-se ferramenta indispensável ao desenvolvimento das atividades de administração do meio ambiente e, por conseguinte, da formulação e implantação de políticas ambientais; A incorporação de tratados no direito brasileiro torna as suas normas aplicáveis, positivadas e também princípios orientadores para a aplicação da legislação; Observância obrigatória por todos os entes que tenha competência em matéria ambiental a partir de sua recepção; Não se afasta o entendimento de sua integração no ordenamento pátrio com norma supralegal;
30 Mauricio Pellegrino de Souza Fone:
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