A UTILIZAÇÃO DO RISCO NA PLANIFICAÇÃO DAS AÇÕES DE CONTROLE DA SECRETARIA DE CONTROLE INTERNO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
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1 LUIZ RENATO COSTA XAVIER A UTILIZAÇÃO DO RO NA PLANIFICAÇÃO DAS AÇÕES DE CONTROLE DA SECRETARIA DE CONTROLE INTERNO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Projeto de pesquisa apresentado ao Instituto Serzedello Corrêa, como parte das exigências do Curso de Especialização em Auditoria Interna e Controle Governamental. Brasília 2009
2 1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO Título: A utilização do risco na planificação das ações de controle da Secretaria de Controle Interno da Câmara dos Deputados. Autor: Luiz Renato Costa Xavier. Finalidade/Natureza do projeto: Projeto de pesquisa apresentado ao Instituto Serzedello Corrêa, como parte das exigências do Curso de Especialização em Auditoria Interna e Controle Governamental. Instituição: Câmara dos Deputados. Data: 1º de julho de Orientador: André Luiz Furtado Pacheco. 2. APRESENTAÇÃO Segundo a Codificação de Normas para a Prática da Função de Auditoria Interna, a ação eficaz de controle deve se basear na utilização de processos de avaliação de riscos. Dentre as atribuições das coordenações da Secretaria de Controle Interno da Câmara dos Deputados (SECIN) está a formulação de planos anuais de controle interno (PACI), que envolvem a definição das áreas ou objetos que serão alvo de ações de controle em um determinado exercício. O resultado dessas ações é posteriormente informado ao Tribunal de Contas da União, por meio de Tomada de Contas Anual, permitindo à Corte avaliar a qualidade da gestão da Câmara dos Deputados. Atualmente, a formulação dos PACI não segue uma metodologia específica. Assim, cada uma das quatro coordenações da SECIN desenvolve seus planos de acordo com a discricionariedade de seus diretores, com base em parâmetros próprios, que podem envolver questões financeiras, orçamentárias, operacionais, ou até mesmo outras, menos objetivas. Esse procedimento permite a formulação de planos que envolvam trabalhos menos relevantes, em detrimento de outros que, por razões objetivas e estratégicas, deveriam ser priorizados. Nesse sentido, o planejamento baseado em risco visa identificar, com base em fatores de risco pré-definidos, as ações, os objetos ou matérias mais relevantes e prioritários, permitindo ao órgão de controle interno alocar, de forma mais eficiente e eficaz, os recursos humanos e materiais de que dispõe.
3 3. PROBLEMA De acordo com o artigo 70 da Constituição Federal de 1988, cabe ao sistema de controle interno de cada Poder da República a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas. E de acordo com a Resolução nº 69, de 1994, da Câmara dos Deputados, compete à Secretaria de Controle Interno o exercício das funções de auditoria contábil, financeira, patrimonial e operacional e, em particular: I - verificar e avaliar o cumprimento dos objetivos, o atingimento das metas e a execução do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e dos orçamentos anuais e suas alterações; II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à economicidade, eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial dos seus órgãos; III - examinar os processos relacionados com licitações ou suas dispensas e inexigibilidades, e contratos celebrados pela Câmara dos Deputados; IV - verificar a prestação de contas relativa a processos de suprimento de fundos e adiantamentos; V - avaliar a eficiência e eficácia dos controles internos sobre atos que impliquem despesas ou obrigações para a Câmara dos Deputados, propondo, quando for o caso, o aprimoramento dos mesmos; VI - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional; VII - colaborar com as ações do Ministério Público Federal, nos assuntos de sua competência; VIII - verificar a exatidão e suficiência dos atos de admissão e desligamento de pessoal, e de concessão de aposentadoria e pensão, submetendo os resultados à apreciação do Tribunal de Contas da União; IX - proceder ao exame das folhas de pagamento dos parlamentares, servidores ativos e inativos e pensionistas; X - analisar, avaliar, elaborar relatório e emitir certificado de auditoria sobre as tomadas e prestações de contas da Câmara dos Deputados e entidades subvencionadas, a serem encaminhadas, anualmente, ao Tribunal de Contas da União, manifestando-se, inclusive, quanto à eficiência, eficácia e economicidade da gestão; XI - alertar a autoridade administrativa sobre imprecisões e erros
4 casuais de procedimentos, assim como sobre a necessidade de instauração de tomadas de contas especial, nos casos previstos em lei; XII - verificar a adequação e privacidade dos dados e informações oriundos dos sistemas eletrônicos de processamento de dados; XIII - verificar o cumprimento das diretrizes estabelecidas pela Mesa Diretora e da legislação aplicável; XIV - realizar auditorias em programas especiais, de natureza administrativa, criados pela Câmara dos Deputados; XV - realizar auditorias especiais, ou outras tarefas correlatas, por determinação da Mesa ou a requerimento de parlamentar aprovado pelo Plenário; XVI - articular-se com os demais órgãos de controle interno dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, com vistas à integração sistêmica prevista na Constituição Federal. Para a execução dessas atividades de controle, a SECIN dispõe de recursos humanos e materiais limitados, razão por que dever otimizar a utilização de sua força de trabalho, visando atingir os melhores resultados possíveis e agregar valor à atividade institucional da Câmara dos Deputados. Desse modo, o problema que se deve resolver é como ordenar estrategicamente as ações de controle da SECIN, de forma que os recursos disponíveis sejam empregados em trabalhos prioritários, relevantes e de maior impacto para a Casa, de acordo com suas particularidades. 4. OBJETIVOS Em face do problema apresentado, o objetivo primário do trabalho é o desenvolvimento e a proposição de metodologia de planejamento de ações de controle interno com base na avaliação de fatores de risco relacionados às atividades, processos e negócios da Câmara dos Deputados. Pretende-se desenvolver modelo que permita direcionar as ações de controle da SECIN para os objetos que importem maior risco para a consecução dos objetivos estratégicos e institucionais da Câmara dos Deputados. 4.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Definir o que são riscos dentro de uma instituição; Identificar, de forma objetiva e específica, as atividades da Câmara dos Deputados sujeitas a ações de controle. Identificar os riscos incidentes sobre as atividades da Câmara dos Deputados;
5 Explicar a influência dos riscos identificados sobre as atividades da Câmara dos Deputados; Elaborar modelo que considere os riscos identificados e o respectivo grau de influência sobre as atividades avaliadas; Adaptar o modelo e os resultados dele derivados à atividade de planejamento de trabalhos de controle interno; 5. JUSTIFICATIVA O desenvolvimento dessa metodologia atende ao Projeto Estratégico do Plano Estratégico da Secretaria de Controle Interno, que consiste em elaborar matriz que possibilite a classificação do risco de cada objeto possível sujeito a ações de controle, por meio de critérios próprios de materialidade, relevância, criticidade, vulnerabilidade e outros que porventura sejam identificados. O projeto tem impacto em nove Objetivos Estratégicos da SECIN, conforme descritos em seu Plano Estratégico. Como resultado, busca-se o direcionamento das ações de controle às áreas, negócios, processos e procedimentos prioritários, em razão do risco que importam à consecução dos objetivos institucionais da Câmara dos Deputados. 6. METODOLOGIA A metodologia utilizada no desenvolvimento do modelo de planejamento baseado em risco consiste de pesquisa bibliográfica e documental existente e do estudo de casos, seja no âmbito do setor público, seja no privado. Em seguida, de posse da bagagem conceitual e teórica, o trabalho será dirigido para a construção de um modelo que consiga representar, de forma matemática e objetiva, o risco de cada objeto da Câmara dos Deputados sujeito a ações de controle a cargo da Secretaria de Controle Interno. A metodologia consistirá de: pesquisa bibliográfica, desenvolvida a partir de artigos científicos, teses, e dissertações, buscando a situação geral do tema; pesquisa documental nos sites das entidades de controle (TCU, TCEs, CGU,, etc.) e organizações relacionadas (IIA, Audibra, COSO, Intosai, etc.), buscando as características (normas, regimentos, atribuições, foco, manuais, etc.) das entidades e as disposições legais sobre o tema; estudos de caso; modelagem computacional de dados.
6 7. CRONOGRAMA O quadro seguinte apresenta o detalhamento no tempo das atividades previstas para o desenvolvimento do Projeto de Pesquisa ATIVIDADES AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO 1ª Reunião de Orientação Coleta de dados Análise dos dados 2ª Reunião de Orientação Desenvolvimento do modelo 3ª Reunião de Orientação Redação do Trabalho 4ª Reunião de Orientação Entrega do Trabalho Apresentação do Trabalho Revisão do trabalho 9. BIBLIOGRAFIA PICKETT, K. H. Spencer. Audit Planning: A Risk-Based Approach. John Wiley & Sons, Inc. : SANTOS, Sandra Maria dos e FERREIRA, Jaurícia dos Anjos. Atuação da Auditoria Interna com Foco em Riscos. III Fórum Estadual de Auditoria e I Seminário Regional de Auditoria e Controladoria. Fortaleza, 3 e 4 de julho de Área Temática: Auditoria no Setor Privado. Disponível em: Acesso em 28 de junho de Práticas para o Exercício Profissional da Auditoria Interna/The Institute of Internal Auditors IIA. Tradução de José Juarez de Paula Freire. São Paulo: AUDIBRA, Título original: The Professional Practices Framework. Disponível em %20Codigo%20de%20Etica.pdf. Acesso em 28 de junho de SILVA, Lino Martins da. Planejamento Estratégico em Auditoria: Auditoria Baseada em Riscos. Disponível em: www7.rio.rj.gov.br/cgm/auditoria/publicacoes/planestrat/planestrat.pdf. Acesso
7 em 28 de junho de VIEIRA, Audí Luiz; PLATT NETO, Orion Augusto. Modelo de auditoria interna: o caso da AUDIN/UFSC. Palestra proferida no XXIII FONAI Fórum Nacional dos Auditores Internos das Instituições Federais Vinculadas ao MEC. Brasília, 24 Out Disponível em: ftp3.inep.gov.br/fonai_mec/auditoria_interna-audin- UFSC.pdf. Acesso em 28 de junho de SILVA, Lino Martins da. A importância da matriz de risco na auditoria de municípios a cargo dos tribunais de contas. Rio de Janeiro: Disponível em %20importancia_%20da%20_matriz%20_de%20_risco_%20na_%20auditoria%20_de_ %20municipios_%20a%20_cargo%20_dos_%20tribuinais_%20de_%20contas.pdf. Acesso em 28 de junho de PAULA, Maria Goreth Miranda Almeida. Disponível em Acesso em 28 de junho de Diretrizes para as Normas de Controle Interno do Setor Público Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores. Organización Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores; Tradução de Cristina Maria Cunha Guerreiro, Delanise Costa e Soraia de Oliveira Ruther. Salvador:Tribunal de Contas do Estado da Bahia, Instrução Normativa n.º 01, de 6 de abril de Ministério Da Fazenda. Secretaria Federal De Controle Interno. COSO - Gerenciamento de Riscos Corporativos - Estrutura Integrada. Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission. Tradução de PricewaterhouseCoopers LLP.
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