8 ESPAÇOS TERRITORIAIS PROTEGIDOS

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1 8 ESPAÇOS TERRITORIAIS PROTEGIDOS Algumas áreas, em função de suas peculiaridades ambientais, culturais, turísticas e paisagísticas, requerem medidas especiais de proteção, notadamente quanto às formas de uso e ocupação do solo e às diretrizes de proteção ambiental. Entre as áreas protegidas por requisitos legais estão as Unidades de Conservação (UC), que podem assumir diferentes tipologias, de acordo com sua função, seja para Proteção Integral, onde se aplicam ações mais restritivas, ou para Uso Sustentável, na qual as restrições são mais brandas, de acordo com a Lei nº 9.985/00. Além da identificação das Unidades de Conservação próximas à área de implantação do DISJB foram consideradas as Áreas de Preservação Permanente (APP) e as Faixas Marginais de Proteção (FMP), bem como os Criadouros de Animais potencialmente afetados pelas atividades de implantação e operação do empreendimento. As APP s são estabelecidas por regulamentos específicos como o Código Florestal e as Resoluções CONAMA nº 302/02 e 303/02. Já as FMP são regulamentadas pelas Portarias da Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (SERLA) nº 261/97 e nº 324/ IMPORTÂNCIA NACIONAL E REGIONAL A região considerada para fins deste estudo abrange todo o município de São João da Barra e parte de Campos dos Goytacazes. Engloba ainda outros municípios próximos a estes, situados a uma distância aproximada de 100 km do DISJB, conforme o Mapa 8.1-1, no final deste tópico. É uma região de reconhecida importância para a conservação ambiental, especialmente por abrigar áreas com significativa diversidade biológica, potenciais refúgios ecológicos e remanescentes vegetais importantes. O Brasil é signatário da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), assinada por ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, em junho de 1992 e, sua implementação está a cargo do Ministério do Meio Ambiente (MMA), mediante programas e projetos específicos. Por meio do Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira (PROBIO), foram identificadas mais de 900 Áreas Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira nos diferentes ecossistemas brasileiros. Essas áreas foram reconhecidas pela Portaria MMA n o 09, de 23/01/2007, tendo em vista o disposto nos Decretos nº 2.519/98 (Promulga a CDB/92) e nº 5.092/04 (Define VI. 8-1/21

2 regras para identificação de áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade). Ao identificar as áreas prioritárias para conservação da biodiversidade, foi possível também avaliar os condicionantes socioeconômicos e as tendências atuais da ocupação humana do território brasileiro, bem como formular as ações mais importantes para conservação dos recursos naturais A metodologia utilizada pelo MMA adotou o Mapa de Biomas do IBGE, incorporando princípios de planejamento sistemático para conservação e seus critérios básicos (representatividade, persistência e vulnerabilidade dos ambientes), e priorizando o processo participativo de negociação e formação de consenso. Nos termos da citada Portaria MMA nº 09/07, as áreas selecionadas ficam sujeitas à formulação e implementação de políticas públicas, programas, projetos e atividades sob a responsabilidade do Governo Federal direcionados à: I - Conservação in situ da biodiversidade; II - Utilização sustentável de componentes da biodiversidade; III - Repartição de benefícios derivados do acesso a recursos genéticos e ao conhecimento tradicional associado; IV - Pesquisa e inventários sobre a biodiversidade; V - Recuperação de áreas degradadas e de espécies sobre-exploradas ou ameaçadas de extinção; e VI - Valorização econômica da biodiversidade. Estas ações serão implementadas considerando classes de importância biológica e de priorização de ação, como: I - Classes de Importância Biológica: a) extremamente alta; b) muito alta; c) alta; e d) insuficientemente conhecida. II - Classes de Prioridade de Ação: a) extremamente alta; b) muito alta; e c) alta Na região em questão as Áreas Prioritárias para a Biodiversidade, segundo o MMA, estão listadas a seguir e apresentadas no Mapa Farol de São Tomé Parque Estadual do Desengano VI. 8-2/21

3 Corredor Três Picos e Desengano Rio Paraíba do Sul Foz do Rio Paraíba do Sul Lagoa Feia Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba Lagoa do Campelo ESEC de Guaxindiba Tartaruga Marinha Plataforma de Marinha de Jurubatiba Morro do Coco Carapebus Macabu Rio Macabu Quissamã Paz na Terra Cambuci Entre essas áreas mapeadas, destaca-se aquela denominada Farol de São Tomé, que é classificada de importância extremamente alta, na qual está inserida grande parte da Área de Influência Direta do DISJB. Ali se inclui o complexo lagunar do Açu, a lagoa Salgada, além de diversas outras lagoas costeiras do Norte Fluminense típicas da formação de restinga e próximas ao empreendimento. As lagoas costeiras são consideradas de grande importância não somente na manutenção da biodiversidade aquática, mas também porque contribuem significativamente nos aspectos ecológicos para muitas espécies de aves que possuem hábitos migratórios, servindo de berçário e viveiro. Sob esse aspecto, estes sistemas são considerados ambientes úmidos de importância internacional (OSX/CRA, 2010). VI. 8-3/21

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5 Distrito Industrial de São João da Barra Abril, 2011 Rev. 00 MAPA 8.1-1: LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (MMA). VI.8-5/21

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7 8.2 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO As Unidades de Conservação são espaços territoriais e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, legalmente instituídos pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. A Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000, regulamentada pelo Decreto Federal nº 4.430, de 22 de agosto de 2002, instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Até o momento, não existem unidades de conservação públicas e RPPNs nas áreas do DISJB e CL, bem como em sua Área de Influência Direta. A RPPN do Açu (na Fazenda Caruara) e o Parque Estadual previsto de ser localizado nos alagados de São Tomé não foram ainda oficializados. O Quadro 8.2-1, a seguir mostra as unidades de conservação existentes na região de estudo, porém afastadas do local do empreendimento. O Mapa mostra a localização das UCs do Norte Fluminense. QUADRO 8.2-1: UNIDADES DE CONSERVAÇÃO CATEGORIA E NOME Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba Parque Estadual do Desengano Estação Ecológica de Guaxindiba Parque Natural Municipal do Taquaruçu Área de Proteção Ambiental da Lagoa de Cima Área de Proteção Ambiental do Lagamar Área de Proteção Ambiental da Lagoa da Ribeira Área de Proteção Ambiental CEHAB (em Atafona) CATEGORIA Proteção Integral Proteção Integral Proteção Integral Proteção Integral Uso Sustentável Uso Sustentável Uso Sustentável Uso Sustentável ÁREA (HÁ) DISTÂNCIA EMPREENDIMENTO MUNICÍPIO SUBORDINAÇÃO PLANO DE MANEJO Quissamã Federal Possui Não definido 14 Campos dos Goytacazes parcialmente São Francisco de Itabapoana Campos dos Goytacazes Campos dos Goytacazes Campos dos Goytacazes Estadual Estadual Municipal Municipal Municipal Quissamã Municipal São João da Barra Municipal Possui Não possui Não possui Não possui Não possui Não possui Não possui ATO DE CRIAÇÃO Decreto Federal nº97/2002 Decreto-Lei Estadual nº 250/70º Decr. Estadual nº /02 Decr. Municipal nº 7.664/04 Decr. Municipal nº 5.394/92 Decr. Municipal nº 5.418/93 Plano Diretor Municipal art.67 Decr. Municipal nº 10/2009 VI. 8-7/21

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9 MAPA 8.2-1: UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NA REGIÃO NORTE FLUMINENSE

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11 8.3 ÁREAS PROTEGIDAS Reserva da Biosfera A Reserva da Biosfera foi criada pela UNESCO (United Nations Educational, Scientific, Cultural and Environmental Organization) em 1992, abrangendo as florestas da Mata Atlântica em 13 estados litorâneos. A floresta atlântica rara e seus demais ecossistemas associados são mantidos sob intensa pressão antrópica originária das áreas mais populosas distribuídas ao longo da costa brasileira. O ecossistema-tipo é caracterizado pela floresta úmida tropical, com componentes costeiras marinhas. A reserva é administrada pelo Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, cuja sede fica no Instituto Florestal de São Paulo/SP. Sua localização se dá entre 02º50 e 33º45 S e 34º45 e 55º15 W, indo do Ceará ao Rio Grande do Sul, alcançando ainda Minas Gerais, com uma área total estimada em ,48 ha. A área deste estudo está inserida no perímetro da Reserva da Biosfera nos municípios de São João da Barra e Campos dos Goytacazes, conforme Mapa 8.3-1, a seguir. VI. 8-11/21

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13 Distrito Industrial de São João da Barra Abril, 2011 Rev. 00 MAPA 8.3-1: REMANESCENTES DO BIOMA MATA ATLÂNTICA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO VI.8-13/21

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15 8.3.2 Área Natural Tombada da Foz do Rio Paraíba do Sul A proteção efetivada por meio do tombamento de áreas naturais é considerada um importante instrumento para preservação de sítios com relevante valor histórico, artístico, paisagístico, arqueológico, cultural ou científico de uma determinada região. O tombamento é um instituto jurídico, estabelecido pela União, por meio do Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, que visa à proteção do patrimônio cultural e natural, implicando restrições de uso que garantam a proteção e manutenção de suas características, não necessitando serem expropriadas, permanecem sob o domínio de seu titular. Representa uma forma de intervenção ordenadora do Estado, podendo ocorrer na instância federal, estadual ou municipal. A Área Natural Tombada da Foz do Rio Paraíba do Sul teve o seu Tombamento Provisório estabelecido em 09/12/85 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC), mediante o Processo nº E-18/ /85, já o Tombamento Definitivo se deu em 11/05/87. Situada na divisa dos municípios de São Francisco de Itabapoana e São João da Barra, com aproximadamente 64 ha, compreende a foz do rio Paraíba do Sul, incluindo todo o manguezal, bem como a Ilha da Convivência e as outras ilhas vizinhas. O tombamento visa impedir a devastação de praias, costões rochosos, restingas, manguezais e ilhas, tanto pela especulação imobiliária, como pelo turismo predatório Áreas de Preservação Permanente e Faixas Marginais de Proteção As Áreas de Preservação Permanente (APP) são estabelecidas por regulamentos específicos como o Código Florestal Brasileiro (Lei Federal nº 4.771/65), e como as Resoluções CONAMA 302/02 e 303/02, que dispõem sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente. Já as Faixas Marginais de Proteção (FMP) são regulamentadas pelas Portarias da Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (SERLA) 261/97 e 324/03. Desta forma, as APP s identificadas e caracterizadas neste estudo referem-se às formações de restinga, aos manguezais, às lagoas naturais e aos locais de reprodução da fauna silvestre. A FMP se destina a proteger especificamente o corpo hídrico, enquanto a APP do Código Florestal tem como objetivo proteger a vegetação. VI. 8-15/21

16 Formações de Restingas De acordo com o Artigo 3º da Resolução CONAMA 303/02, constituem Área de Preservação Permanente as áreas situadas:..ix - nas restingas: - em faixa mínima de 300 metros, medidos a partir da linha de preamar máxima; - em qualquer localização ou extensão, quando recoberta por vegetação com função fixadora de dunas ou estabilizadora de mangues; Manguezal Ainda segundo o Artigo 3º da Resolução CONAMA nº 303/02 constituem Áreas de Preservação Permanente também as áreas situadas:...x - em manguezal, em toda a sua extensão; Na região, a cerca de 25 km ao norte do empreendimento ora considerado, destaca-se o manguezal da foz do rio Paraíba do Sul, pela sua extensão e estado de conservação, embora não esteja localizado na Área de Influência do DISJB. É descrita nas lagoas do Açu e Salgada a presença da espécie Conocarpus erectus, também conhecido como mangue de botão, todavia esta espécie não é considerada como mangue e sim como espécie associada ao ecossistema manguezal (CINTRÓN e SCHAFFER NOVELLI, 1983) Margens de Canais A mesma Resolução CONAMA (nº 303/2002) estabelece os limites para as Áreas de Preservação Permanente (APP) nas margens de rios e canais fluviais, onde deve ser mantida a vegetação natural, em faixas com larguras que variam de acordo com a largura do próprio curso d água, conforme transcrito a seguir. Constitui Área de Preservação Permanente a área situada: I - em faixa marginal, medida a partir do nível mais alto, em projeção horizontal, com largura mínima, de: - trinta metros, para o curso d água com menos de dez metros de largura; - cinquenta metros, para o curso d água com dez a cinquenta metros de largura; - cem metros, para o curso d água com cinquenta a duzentos metros de largura; - duzentos metros, para o curso d água com duzentos a seiscentos metros de largura; VI. 8-16/21

17 - quinhentos metros, para o curso d água com mais de seiscentos metros de largura; A cobertura vegetal nestas áreas serve para atenuar os efeitos erosivos e a lixiviação dos solos, contribuindo para regularização do fluxo hídrico, redução do assoreamento dos cursos d água, e trazendo ainda condições de vida favoráveis para fauna. Na AII, são consideradas APP s as margens dos canais Macaé-Campos, Tocos, Coqueiro, Cambaíba, São Bento e Quitingute e valas afluentes, além das margens do rio Paraíba do Sul Margens de Lagoas Igualmente constituem Área de Preservação Permanente pelo Artigo 3º da Resolução CONAMA nº 303/02, as áreas situadas:..iii - ao redor de lagos e lagoas naturais, em faixa com metragem mínima de - trinta metros, para as que estejam em áreas urbanas consolidadas; - cem metros, para as que estejam em áreas rurais, exceto os corpos d água com até vinte hectares de superfície, cuja faixa marginal será de cinquenta metros. Desta forma, as margens das lagoas do Taí, Grussaí, Iquipari, Salgada, Veiga e Açu constituem APP s. A demarcação das Faixas Marginais de Proteção (FMP) margeando os corpos d água é atribuição precípua do INEA de acordo com o Artigo 3º da Lei 650/83 que reproduziu a norma já constante do Decreto nº 2.330, de 08/01/79. Nesse sentido a LLX, mediante ato administrativo do INEA, em 2009 demarcou as FMPs das lagoas de Grussaí (FMP (nº03-51) ) e de Iquipari (FMP (nº03-51) ). Por força do instrumento legal que rege o assunto, fica determinado não implantar na FMP demarcada edificações, edículas ou qualquer tipo de construção e recuperar a vegetação, no caso de ter sido degradada Reserva Legal Reserva Florestal Legal (RFL) é a porção de floresta a ser mantida ou recomposta, em cada propriedade rural, independentemente da conservação das florestas e demais formas de preservação permanente. Este espaço territorial protegido foi criado em 1989 pela Lei 7.803, de 18 de julho, que alterou alguns artigos do Código Florestal (Lei Federal nº 4.771/65). Assim, passou a ser tratado VI. 8-17/21

18 neste último nos artigos 16, 17, 19 parágrafo único e 44. Inicialmente chamado pela Lei 7.890/89 como Reserva Legal, teve sua denominação alterada para Reserva Florestal Legal pela Lei Agrícola (Lei nº 8.171/91). Segundo o Código Florestal, a RFL é uma "área de no mínimo 20% de cada propriedade, onde não é permitido o corte raso", devendo "ser averbada a margem da inscrição da matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação nos casos de transmissão a qualquer título, ou de desmembramento da área" (artigo 16 2º da Lei nº 4.771/65 - Código Florestal, com a redação dada pela Lei 7803/89). Não existem informações e mapas disponíveis sobre as Reservas Legais na região. Aparentemente, a obrigação tem sido ignorada. Com a mudança do uso do solo de rural para urbano e industrial em extensa área, determinada pelo Plano Diretor de São João da Barra, o passivo de Reservas Legais não criadas nas glebas e propriedades rurais será objeto de decisão do INEA Praias de Desova de Tartarugas A Lei Federal nº 5.197, de 3 de janeiro de 1967, que dispõe sobre a proteção à fauna e dá outras providências, estabelece em seu artigo 1º: Os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são propriedades do Estado, sendo proibida a sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha. Sendo a praia de Iquipari e outras criadouros naturais de tartaruga, as mesmas encontram-se protegidas pelo próprio efeito da lei. 8.4 PATRIMÔNIO PALEONTOLÓGICO Na AID do Distrito Industrial está situada a lagoa Salgada que abriga as únicas ocorrências de estromatólitos carbonáticos colunares, domais, estratiformes, trombólitos e oncólitos da idade holocênica do Brasil, e provavelmente de toda a América do Sul (Figura 8.4-1). Desta forma constitui um sítio com natural vocação para a preservação e para pesquisa científica. Os estromatólitos ocorrem em toda a extensão das bordas da lagoa, sobrepostos às areias marinhas, recobertos por solo ou submersos em períodos de cheia, porém não foram encontrados estromatólitos no fundo da lagoa. Eles variam em espessura, que raramente é superior a um metro, ocorrendo como pequenos (cabeços), massivos biohermas e estromatólitos laterais contínuos. VI. 8-18/21

19 Apresentam estruturas colunares discretas na base, que se unem lateralmente em lâminas irregulares, resultando em superfície, uma forma dômica (SRIVASTAVA, 1999). FIGURA 8.4-1: ESTROMATÓLITOS AO REDOR DA LAGOA SALGADA. DIAS (1981 apud SRIVASTAVA, 1999) descreveu estromatólitos calcários sobre os fragmentos de substrato biodetrítico litificado, atestando assim condições hipersalinas. A lagoa Salgada é um corpo aquático natural hipersalino, localizada no norte do Estado do Rio de Janeiro, nas proximidades do Cabo de São Tomé, entre os municípios de Campos dos Goytacazes e São João da Barra. Sua extensão superficial é de 16 Km 2, com 1,9 Km de largura e 8,6 Km de comprimento; quando cheia apresenta lâmina d'água em torno de 1 m. Sua água é classificada como clara, com visibilidade de 0,63 cm (SILVA & SILVA, 2002). A formação da lagoa Salgada, segundo MARTIN et. al., (1997), aconteceu após uma fase de erosão da planície costeira do rio Paraíba do Sul e a subida do nível do mar entre a anos, durante esse período as barreiras arenosas deslocaram-se rumo ao continente, nas condições hidrodinâmicas geradas pelas ondas da área ao sul do Cabo de São Tomé. Esses deslocamentos provocaram a formação de porões e afastando a laguna alongada da costa. As datações das conchas coletadas da base apontaram uma idade de ± 200 anos A.P., que é considerada como a idade da formação da lagoa Salgada. Próximo à lagoa nota-se que as cristas de praia perdem o caráter retilíneo e se curvam obedecendo ao contorno de sua margem (SRIVASTAVA, 1999). As investigações dos sedimentos da lagoa realizadas a partir de testemunhos de sondagens (RODRIGUES et. al., 1981; LEMOS, 1995) revelaram que os sedimentos basais da lagoa são areias marinhas, de textura média a grossa, cinza escuras, esverdeadas com abundantes foraminíferos, indicando a transição VI. 8-19/21

20 do ambiente lagunar para o marinho. Sobreposto a este pacote arenoso são encontrados estromatólitos carbonáticos. Finalizando a coluna estão os sedimentos lagunares, representados por argilas cinzas, ricas em matéria orgânica, intercalados com esteiras microbianas ligeiramente carbonáticas, restos vegetais, microgastrópodos, diatomáceas, bivalves, crustáceos e bioclastos de vertebrados (SRIVASTAVA, 1999). Do ponto de vista hidrológico, entre os meses de fevereiro e abril predomina a baixa pluviosidade provocando o rebaixamento ou até a ausência da lâmina d água em alguns pontos da lagoa; entretanto, os meses de agosto e setembro são caracterizados por alta pluviosidade, período no qual ocorre elevação do nível d água na lagoa, como mostra a Figura apresentada a seguir. A B FIGURA 8.4-2: VARIAÇÃO DO NÍVEL D ÁGUA NA LAGOA SALGADA DURANTE O PERÍODO SECO (A) E O PERÍODO ÚMIDO (B) Ao redor da lagoa existem flora e fauna da restinga, embora os impactos ambientais provocados pelas atividades agropecuárias antrópicas tenham devastado quase completamente estes componentes (SRIVASTAVA, 1999). Nas proximidades da lagoa Salgada há, entretanto, uma área com remanescentes relevantes de restinga. A lagoa Salgada tem uma ligação com o mar através do rio Açu (SRIVASTAVA, 1999). O considerável espelho d água intensifica a evaporação e maximiza o grau de salinidade suficientemente para confirmar o nome da lagoa. Em função disto, não é comum a balneabilidade neste corpo hídrico (Figura 8.4-3). VI. 8-20/21

21 FIGURA 8.4-3: GRANDE QUANTIDADE DE ESPUMA BRANCA NA LAGOA SALGADA, ALTOS TEORES DE SAIS. A região da lagoa Salgada integra o Projeto de Caminhos Geológicos do DRM, que visa divulgar elementos da geologia do Rio de Janeiro dignos de preservação e de interesse para a pesquisa e estudos científicos. Além disso, como apresentado no Capítulo III, Seção 6.2, a lagoa Salgada deverá estar incluída na APA que o governo do estado e a prefeitura municipal de São João da Barra pretendem criar no entorno do DISJB. A principal lei de proteção ao patrimônio paleontológico, é a Constituição Federal brasileira que, nos seus artigos 20 e 216, V, determina que esse patrimônio é de propriedade da União. Portanto, não podem, por exemplo, ser comercializados, colecionados em coleções particulares, e/ou, transportados para o exterior sem autorização do órgão competente. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) tem por competência a proteção ao patrimônio paleontológico, considerado patrimônio cultural por determinação legal (art. 216, V da Constituição Federal). Por outro lado, o DNPM tem a função de fiscalizar e controlar o exercício das atividades relacionadas ao patrimônio fossilífero (coleta, transporte, entre outras), conforme previsão do Decreto-Lei nº 4.146/42. VI. 8-21/21

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