DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ.

Transcrição

1 EXMO(A). SR(A). DR(A). DESEMBARGADOR(A) DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ. PEDIDO DE PROVIDÊNCIA. SINDICATO DOS SERVIDORES DO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO CEARÁ SINDJUSTIÇA CEARÁ, com sede à Rua Francisco Segundo da Costa, 97, Bairro: Edson Queiroz CEP: , Fortaleza-CE., inscrito no CNPJ(MF) n / , representado por seu Coordenador Geral ROBERTO EUDES FONTENELE MAGALHÃES, brasileiro, divorciado, servidor público estadual, inscrito no CPF/MF sob o n , RG sob o n SSP-CE, residente e domiciliado no endereço supra e por seu advogado abaixo assinado, vem, perante Vossa Excelência, expor e requerer o seguinte: Como cediço, vive-se neste ano de 2016 uma crise financeira sem precedentes na história do glorioso Poder Judiciário cearense. Falta disponibilidade financeira para fazer face à satisfação dos direitos dos servidores garantidos em lei como, por exemplo, as ascensões funcionais que estão atrasadas há mais de 02 (dois) anos, a gratificação de estímulo à interiorização, o adicional de especialização, contratação dos aprovados no concurso, até o mesmo o tradicional reajuste geral anual, que é assegurado constitucionalmente, está sob ameaça de não vir a ocorrer; assim como se utiliza o argumento dessa famigerada crise para Página 1

2 negar o atendimento de antigas reivindicações dos servidores, como o auxilio saúde e a equiparação do auxilio alimentação ao mesmo valor do auxilio dos magistrados. A própria satisfação de questões básicas, como a ausência de conserto do sistema de ar condicionado e dos mictórios dos banheiros masculinos do Fórum Clóvis Beviláqua é justificada pela citada crise financeira. Porém, o que é impossível de entender é que mesmo diante de tão difícil cenário como, o Secretário de Finanças do Tribunal de Justiça, Sr. ALEX ARAÚJO, custou aos cofres do Judiciário cearense R$ ,04 (cinqüenta e três mil oitocentos e oitenta e oito reais e quatro centavos) somente no mês de abril de 2015, e R$ ,05 (setenta e três mil trinta e oito reais e cinco centavos) no mês de Junho de 2015, e R$ ,63 (setenta mil quatrocentos e trinta e dois reais e sessenta e três centavos) no mês de Novembro de 2015, e R$ ,48 (sessenta e seis mil setecentos e oitenta reais e quarenta e oito centavos), conforme publicações no Diário Eletrônico da Justiça dos dias e , cópias em anexo. Quer dizer, em apenas 04 (quatro) meses, o Secretário ALEX ARAÚJO custou aos cofres do Judiciário cearense a importância de R$ ,20 (duzentos e sessenta e quatro mil, cento e trinta nove reais e vinte centavos); ao final de 01 (um) ano tal custo certamente se aproxima de 01 (um) milhão de reais. Ora, douto(a) desembargador(a) tal remuneração não só fere o disposto no art. 37, incisos XI e 9º, da Constituição Federal, como avilta os princípios constitucionais da moralidade e da razoabilidade, pois não é crível que em meio a tal crise, que assola e maltrata todo o povo brasileiro, esta Corte remunere tão astronomicamente seu secretário finanças. Essa atitude contraria todas as lições de educação financeira, pois já seria absurdo em momentos de abundância, que dirá em momento de crise como esta pela qual passa a nação brasileira. A situação se agrava quando a própria administração do tribunal informa que se encontra a menos de 0,04% (zero vírgula zero quatro por cento) de atingir o limite imposto pela lei de responsabilidade fiscal para gastos com pessoal, limite este que deverá ser ultrapassado com a convocação dos 76 (setenta seis) novos magistrados aprovados no último concurso, o que certamente obrigará ao Tribunal proceder drásticos cortes nas despesas com pessoal para voltar ao citado limite, como por exemplo de pelo Página 2

3 menos 20% (vinte por cento) dos cargos comissionados, ex vi do art. 169, 3º, inciso I, da CF/88. Em sendo assim, remunerar um secretário da Corte com tão astronômico salário parece desatender aos princípios constitucionais e legais que regem a matéria, além de violar absurdamente a razoabilidade. Face o exposto, roga se digne Vossa Excelência em provocar o Pleno desta Corte ou o Órgão Especial para deliberar sobre a exoneração do Secretário de Finanças do Tribunal de Justiça ou sobre sua manutenção com a redução de salário aos patamares constitucionais e legais, conforme exige o momento financeiro atual do Tribunal e do Estado do Ceará, a fim guardar compatibilidade com o princípio da razoabilidade. Nestes termos, pede deferimento. Fortaleza, 24 de Fevereiro de Roberto Eudes Fontenele Magalhães Coordenador Geral do SINDJUSTIÇA Carlos Eudenes Gomes da Frota OAB-CE Página 3

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