CIRE Código de Insolvência e Recuperação de Empresas

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1 CIRE Código de Insolvência e Recuperação de Empresas Decreto-Lei n.º 53/2004 de 18 de Março Processo n.º 992/13.0TBLSD Tribunal Judicial de Lousada 1º Juízo Relatório do (Artigo 155º do CIRE) de António Agostinho da Silva Ferreira e Cristina Maria Pereira Babo Teixeira Ferreira Rua das Cantoneiras, nº 110 Caíde de Rei LOUSADA João Fernandes de Sousa Guimarães, 3 de Outubro de 2013 Rua de Mataduços, 121 Fermentões Ap Guimarães Tel. e Fax: Tlm: JoaoFernandesSousa@mail.telepac.pt

2 I N D I C E Página 1 Identificação do insolvente 3 2 Competência 3 3 Comissão de Credores: Datas do Processo 3 6 Relatório Nota Prévia Considerações Actividade desenvolvida Contabilidade Perspectivas futuras Proposta do Remuneração do 7 8 Anexos Inventário (requerimento de pedido de dispensa) Lista Provisória de Credores 7 2

3 1 Identificação do insolvente António Agostinho da Silva Ferreira, contribuinte nº , portador do BI nº Cristina Maria Pereira de Babo Teixeira Ferreira, contribuinte nº , portadora do BI nº Os insolventes são casados no regime de comunhão de bens adquiridos e residem na Rua das Cantoneiras, freguesia de Caíde de Rei, concelho de Lousada. 2 Competência Tribunal Judicial de Lousada 1º Juízo Processo nº 992/13.0TBLSD Insolvência de Pessoa Singular (Apresentação) 3 Comissão de Credores: Não nomeada 4 João Fernandes de Sousa Rua de Mataduços, 121 Fermentões - Apartado Guimarães Telefone e Fax: Telemóvel: JoaoFernandesSousa@mail.telepac.pt 5 Datas do Processo Declaração de Insolvência: 12 de Agosto de 2013 Publicação no Portal Citius em 13 de Agosto de 2013 Assembleia de credores de apreciação do relatório: 3 de Outubro de Relatório 6.1 Nota Prévia António Agostinho da Silva Ferreira e Cristina Maria Pereira Babo Teixeira Ferreira vieram requerer a declaração da sua insolvência, alegando, sinteticamente, encontrarem-se impossibilitados de cumprir o pagamento pontual das suas obrigações vencidas, na sequência do insucesso da atividade comercial que o insolvente marido exercia e ainda em virtude de a insolvente mulher se encontrar em situação de desemprego, o que se refletiu no rendimento mensal do agregado que sofreu um decréscimo, não possuindo o casal poupanças ou 3

4 património suficientes para fazer face ao seu passivo, requerendo também a exoneração do passivo restante. Uma vez verificada nos autos a situação e por conseguinte, sem necessidade de mais considerações e face ao exposto, foi declarada a insolvência dos apresentantes no dia 12 de Agosto de 2013, pelo que a Juiz nomeou o, fixou o prazo de reclamação de créditos, que se procedesse à apreensão dos bens, não tendo declarado aberto o incidente de qualificação de insolvência. Os credores tiveram 30 dias para reclamar os seus créditos e foi marcada a assembleia de credores para apreciação do relatório do administrador de insolvência nos termos do artigo 155º do CIRE para o dia 3 de Outubro de 2013 pelas 14,00 horas no 1º Juízo do Tribunal Judicial de Lousada. Foram preenchidos todos os requisitos do artigo 36º do CIRE, nomeadamente o relacionado com as alíneas f) e g), no que tange à satisfação pelo devedor da entrega imediata ao administrador de insolvência dos documentos referidos no nº 1 artigo 24º, bem como dos bens para apreensão. Os insolventes responderam à chamada para assistir o administrador de insolvência para o bom exercício das suas funções, com vista à apresentação na assembleia de credores do relatório elaborado nos termos do referido artigo 155º do CIRE. É pois sua convicção de que o trabalho desenvolvido permitirá transmitir a todos os credores as informações necessárias e suficientes para poderem decidir em consciência a proposta que vai ser apresentada. 6.2 Considerações O deixa aqui o seu relatório, de forma a permitir seja apreciado e dele extraído o que as partes envolventes entenderem ser o melhor para a solução do processo. 6.3 Actividade desenvolvida António Agostinho da Silva Ferreira exerce as funções de sócio-gerente na sociedade AAF Alumínios António Ferreira, Lda., auferindo a remuneração mensal bruta de 800,00, aduzindo o insolvente, no entanto, que face à situação de dificuldade financeira da empresa não lhe é efetivamente pago qualquer montante mensal, estando a mesma em situação eminente de insolvência e de quase inatividade. Cristina Maria Pereira Babo Teixeira Ferreira encontra-se desempregada, recebendo a quantia mensal aproximada de 419,00 a título de subsídio de desemprego. 4

5 6.4 Contabilidade Não aplicável Perspectivas futuras Foi pelos devedores efectuado o pedido de exoneração do passivo restante, nos termos do art. 236º do CIRE, comprometendo-se a observar todas as condições exigidas nos artigos 237º e seguintes. O regime da Exoneração do Passivo Restante foi acolhido pelo CIRE de forma a ser possibilitado aos devedores singulares de boa-fé que incorram em situação de insolvência a libertação dos créditos sobre a insolvência que não forem integralmente pagos no processo de insolvência ou nos cinco anos posteriores ao encerramento deste, permitindo assim a sua reabilitação e reintegração plena na vida económica, segundo o princípio do Fresh Start Nos termos do artigo 238º do CIRE, o pedido de exoneração é liminarmente indeferido se o devedor se tiver abstido da apresentação à insolvência nos seis meses seguintes à verificação da situação de insolvência, com prejuízo em qualquer dos casos para os credores, e sabendo, ou não podendo ignorar sem culpa grave, não existir qualquer perspectiva séria de melhoria da sua situação económica, bem como se tiverem violado, com dolo ou culpa grave, os deveres de informação, apresentação e colaboração no decurso do processo de insolvência. Compulsadas as reclamações de créditos apresentadas, verifica-se que relativamente a dois dos créditos se encontra ultrapassado o prazo de 6 meses referido acima, sendo no entanto tal condição cumulativa com a existência de prejuízo para os credores e não existência de perspetivas sérias de melhoria da sua situação económica. Não é do conhecimento do que tenha ocorrido dissipação de património nem contração de novas dívidas, e estando os débitos a vencer juros, não se vislumbra a existência de prejuízo para os credores, isto é, é entendimento do que do simples atraso não resulta o prejuízo automático para os credores pelo vencimento de juros, até porque os créditos continuam a vencer juros mesmo após a apresentação à insolvência, mas sim que este deve resultar de factos de onde se possa concluir que o devedor teve uma conduta ilícita e de má-fé donde resultaram os prejuízos para os credores Caso a Exma. Juiz delibere no sentido do deferimento da Exoneração do Passivo Restante, durante os cinco anos subsequentes ao encerramento do processo de insolvência o rendimento disponível que os devedores venham a auferir será cedido a um Fiduciário que, no final de cada ano da duração da cessão, notificará a cessão dos rendimentos dos devedores e sua afectação àqueles de que a eles tenha direito, podendo fiscalizar o cumprimento pelo devedor das obrigações que sobre estes impendem, caso a Assembleia de Credores assim o determine. 5

6 Findo o período de cessão, e não tendo havido lugar a cessação antecipada, o juiz decide sobre a concessão ou não da exoneração do passivo restante dos devedores, isto é, a extinção de todos os créditos sobre a insolvência que ainda subsistam à data em que foi concedida, não abrangendo, no entanto, os créditos por alimentos, as indemnizações devidas por factos ilícitos dolosos praticados pelos devedores, que hajam sido reclamadas nessa qualidade, os créditos por multas, coimas e outras sanções pecuniárias por crimes ou contra-ordenações e os créditos tributários Os insolventes, apesar de possuírem habitação própria, residem em habitação de familiares em virtude de a terem abandonado por esta se encontrar apreendida para a massa insolvente. Têm a seu cargo dois filhos menores, com 15 e 6 anos de idade. Conforme resulta do exposto em 6.3 o rendimento global do agregado ascenderia a 1.219,00, não devendo ser considerado no entanto o rendimento do insolvente marido que não se encontrará a ser recebido, constatando-se que se encontram impossibilitados de fazer face ao seu passivo. Encontram-se disponíveis para a Cessão do Rendimento Disponível, a determinar nos termos do nº 3 do art. 239º do CIRE, comprometendo-se a cumprir as obrigações constantes do nº 4 desse artigo, nomeadamente: a) Não ocultar ou dissimular quaisquer rendimentos que aufiram, por qualquer título, e a informar o tribunal e o fiduciário sobre os seus rendimentos e património na forma e no prazo em que isso lhes seja requisitado; b) Exercer uma profissão remunerada, não a abandonando sem motivo legítimo, e a procurar diligentemente tal profissão quando desempregada, não recusando desrazoavelmente algum emprego para que seja apta; c) Entregar imediatamente ao fiduciário, quando por si recebida, a parte dos seus rendimentos objecto de cessão; d) Informar o tribunal e o fiduciário de qualquer mudança de domicílio ou de condições de emprego, no prazo de 10 dias após a respectiva ocorrência, bem como, quando solicitado e dentro de igual prazo, sobre as diligências realizadas para a obtenção de emprego; e) Não fazer quaisquer pagamentos aos credores da insolvência a não ser através do fiduciário e a não criar qualquer vantagem especial para algum desses credores. 6.6 Proposta do Face ao descrito nos pontos anteriores o propõe que: sejam liquidados e vendidos os bens apreendidos através da modalidade de negociação particular, e efectuado pagamento em rateio aos credores de conformidade com a graduação de créditos a efectuar; seja aprovada a exoneração do passivo restante dos insolventes, e fixado um Rendimento Disponível a entregar ao fiduciário correspondente ao excedente a 6

7 duas vezes e meia o salário mínimo nacional nos meses em que o rendimento do agregado familiar exceda esse valor, isto é, tendo em conta os valores actuais, o excedente a 1.212,5 [= 485,00 x 2,5], atendendo ao facto de terem dois filhos menores; seja nomeado o Fiduciário. 7 - Remuneração do Não se afigurando ao conveniência para a aprovação de qualquer plano de insolvência, desde já propõe-se levar a efeito o processo de liquidação do activo do insolvente mediante a retribuição do valor da remuneração fixa legalmente estipulada e constante do nº 1 do artigo 1º da portaria nº 51/2005 de 20 de Janeiro e da parte variável de conformidade com o anexo I da Tabela a que se refere o nº 2 do artigo 23º da Lei nº 22/2013, de 26 de Fevereiro, que aprovou o Estatuto do Administrador Judicial. 8 Anexos 8.1 Inventário (requerimento de pedido de dispensa) Relativamente ao inventário foi nesta data requerida a dispensa da sua apresentação nos termos do nº 5 do artigo 153º do CIRE, em virtude de ter sido já efetuada a apreensão de bens em 18/09/ Lista Provisória de Credores Junta-se a este relatório a lista provisória de credores, nos termos do artigo 154º do CIRE. Guimarães, 3 de Outubro de 2013 O João Fernandes de Sousa 7