UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE"

Transcrição

1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA E MORFOMÉTRICA EM POPULAÇÕES DE Leptodactylus fuscus SCHNEIDER, 1799 E Leptodactylus latrans STEFFEN, 1815 (ANURA, LEPTODACTYLIDAE) EM ÁREAS DE CAATINGA DO ESTADO DE SERGIPE BETEJANE DE OLIVEIRA MESTRADO 2011

2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO MESTRADO EM ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA E MORFOMÉTRICA EM POPULAÇÕES DE Leptodactylus fuscus SCHNEIDER, 1799 E Leptodactylus latrans STEFFEN, 1815 (ANURA, LEPTODACTYLIDAE) EM ÁREAS DE CAATINGA DO ESTADO DE SERGIPE AUTORA: BETEJANE DE OLIVEIRA ORIENTADOR: SILMARA DE MORAES PANTALEÃO CO-ORIENTADOR: RENATO GOMES FARIA SÃO CRISTÓVÃO, SERGIPE MARÇO, 2011

3 FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE O48c Oliveira, Betejane de Caracterização citogenética e morfométrica em populações de Leptodactylus fuscus Schneider, 1799 e Leptodactylus latrans Steffen, 1815 (Anura, Leptodactylidae) em áreas de caatinga do Estado de Sergipe / Betejane de Oliveira. - São Cristóvão, f.: il. Dissertação (Mestrado em Ecologia e Conservação) Núcleo de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação, Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, Universidade Federal de Sergipe, Orientadora: Silmara de Moraes Pantaleão. 1. Leptodactylus fuscus. 2. Leptodactylus latrans. 3. Citogenética. 4. Ecologia animal - Sergipe. I. Título. CDU 597.8:591.5(813.7)

4 011 i

5 Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos. Fernando Pessoa Grandes resultados não podem ser seguidos de uma vez, e devemos ficar satisfeitos a avanços na vida assim como caminhamos passo a passo Samuel Smiles ii

6 AGRADECIMENTOS Difícil, neste momento, achar palavras para expressar meus sinceros agradecimentos a todos que de alguma forma me ajudaram, incentivaram e contribuíram para a realização deste trabalho. Quero dizer-lhes que é com muita alegria e gratidão que chego a mais uma etapa da minha vida e que vocês foram fundamentais neste percurso. Meus agradecimentos... A Deus, por toda graça e força que me tem concedido. À minha mãe, pela paciência e amor incondicional. E à minha família, que esteve sempre comigo. À minha orientadora e amiga Prof a Dr a Silmara Pantaleão, pela confiança depositada, orientação, conversas descontraídas e coragem de arriscar comigo neste primeiro trabalho de citogenética e morfometria de anfíbios do nosso Estado. Aos professores Dr. Renato Faria e Dr. Ricardo Scher, pelos momentos de aprendizado. Aos colegas de curso, aqueles que me ajudaram em coletas e mesmo aqueles que não conviveram mais próximos de mim, pelas experiências trocadas em sala e no meio dos corredores. Aos colegas de Laboratório, os quais estiveram comigo diariamente e que acompanharam muitas vezes minhas angústias em meio aos experimentos. Aos colegas Anthony, Daniel, David e também a estagiária Maysa, que permaneceu do início ao fim comigo, pela grande ajuda durante as cansativas coletas e dia inteiro de experimentos. Ao motorista Amaral (UFS), pela grande ajuda nas coletas aventureiras. Ao Sr. Didi e sua família por nos receber em sua casa sempre tão bem. Por fim, mas não menos importante, meu agradecimento de coração a Prof a Dr a Sanae Kasahara, por todo acolhimento em sua cidade e em seu curso de Citogenética e também pela disposição em me auxiliar neste trabalho. Agradeço aos seus alunos Simone e Tiago, pela ajuda prática em laboratório e pelas trocas de experiências. Agradeço a CAPES pelo apoio financeiro através da bolsa concedida. A todos que de alguma forma contribuíram para este maravilhoso trabalho, muito obrigada! iii

7 SUMÁRIO LISTA DE ABREVIATURAS LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS ABSTRACT RESUMO v vii x xi xii CAPÍTULO 1 - Introdução 13 CONSIDERAÇÕES GERAIS 14 Justificativa 20 Objetivos 23 Material Coletado 24 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 24 CAPÍTULO 2 Análise Citogenética 31 Análise citogenética de populações de Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) e 32 Leptodactylus latrans (Steffen, 1815) (Anura, Leptodactylidae) ABSTRACT 32 RESUMO 33 INTRODUÇÃO 34 MATERIAIS E MÉTODOS 38 Animais 38 Obtenção das metáfases e técnicas empregadas 39 Leitura das lâminas e montagem do cariograma RESULTADOS DISCUSSÃO 48 CONCLUSÃO 51 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 51 CAPÍTULO 3 Análise Morfométrica 59 Análise morfométrica de populações de Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) e 60 Leptodactylus latrans (Steffen, 1815) (Anura, Leptodactylidae) ABSTRACT 60 RESUMO 61 INTRODUÇÃO 62 MATERIAIS E MÉTODOS 65 Animais 65 Análises Morfométricas 67 RESULTADOS 68 DISCUSSÃO 73 CONCLUSÃO 77 CONSIDERAÇÕES FINAIS 78 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 79 APÊNDICE 85 iv

8 LISTA DE ABREVIATURAS 2n: Número diploide ACA: Altura da cabeça ACO: Altura do corpo ACP: Análise dos componentes principais Ag-RON: Técnica de marcações das regiões organizadoras de nucléolo pelo nitrato de prata Banda C: Técnica de marcação de regiões heterocromáticas CAB: Comprimento do antebraço CB: Comprimento do braço CC: Comprimento da cabeça CCX: Comprimento da coxa CM: Comprimento da mão CP: Comprimento do pé CPE: Comprimento da perna CRC: Comprimento rostro-cloacal altura DI: Distância internasal DIO: Distância interocular DNA: Ácido desoxirribonucleico DO: Diâmetro do olho DON: Distância olho-narina DT: Diâmetro do tímpano IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IUCN: União Internacional para a Conservação da Natureza NF: Número Funcional KCl: Cloreto de potássio LAB: Largura do antebraço LB: Largura do braço LC: Largura do corpo LCA: Largura da cabeça LPE: Largura da perna LCX: Largura da coxa v

9 M: Molar MMA: Ministério do Meio Ambiente MZUSP: Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo ph: Potencial Hidrogeniônico RNAr: Ácido Ribonucleico Ribossômico rpm: Rotação por minuto SISBIO: Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade vi

10 LISTA DE FIGURAS CAPÍTULO 1 Figura 1.1: Distribuição geográfica de Leptodactylus fuscus (Reynolds et al., 2004 in IUCN, 2010). Figura 1.2: Leptodactylus latrans (Steffen, 1915), neotipo (MNRJ 30733). A: Vista dorsal da cabeça; B: vista lateral da cabeça; C: mão D: pé (Lavilla et al., 2010). Figura 1.3: Distribuição geográfica de Leptodactylus latrans: América do Sul Cisandina (Heyer et al., 2008 in IUCN, 2010). Figura 1.4: Distribuição do Bioma Caatinga (modificado, MMA, 2010). CAPÍTULO 2 Figura 2.1: Imagens de animais provenientes de Poço Redondo SE: (A) Leptodactylus fuscus; (B) Leptodactylus latrans. CRC de L. fuscus: 44 mm e CRC de L. latrans: 53 mm (Foto: Betejane de Oliveira). Figura 2.2: Área de estudo e sua localização relativa no Brasil e no Estado de Sergipe - municípios de Poço Redondo, Carira e Tobias Barreto. (Modificado, Figura 2.3: Cariogramas com coloração convencional: (A) Leptodactylus fuscus de Poço Redondo e (B) Leptodactylus fuscus de Tobias Barreto, SE. Notar constrição secundária no par cromossômico 8, indicada pela seta. vii

11 Figura 2.4: Padrão de distribuição de Banda C em (A) Leptodactylus fuscus de Poço Redondo e (B) Leptodactylus fuscus de Tobias Barreto, SE. Em (B), par cromossômico 4, observa-se variação na quantidade de heterocromatina entre os homólogos. Figura 2.5: Metáfases mostrando a localização das Ag-RONs (seta). (A) Leptodactylus fuscus de Poço Redondo e (B) Leptodactylus fuscus de Tobias Barreto, SE. Notar a presença de RONs no braço curto do par 8 (A.1 e B.1). Figura 2.6: Cariótipos em coloração convencional. (A) L. latrans de Carira, (B) L. latrans de Poço Redondo e (C) L. latrans de Tobias Barreto, SE. Figura 2.7: Padrões de bandamento C em (A) Leptodactylus latrans de Poço Redondo e (B) Leptodactylus latrans de Tobias Barreto, SE. Notar associação entre os homólogos do par 8 em A. Figura 2.8: Metáfases destacando a localização das RONs (setas). (A) Leptodactylus latrans de Poço Redondo e (B) Leptodactylus latrans de Tobias Barreto, SE. Destaque: A.1, RONs no braço curto do par 8; B.1, presença de RONs associadas. CAPÍTULO 3 Figura 3.1: Imagens de animais provenientes da Unidade de Conservação Estadual Monumento Natural Grota do Angico do município de Poço Redondo SE: (A) Leptodactylus latrans; (B) Leptodactylus fuscus. CRC de L. fuscus: 44 mm e CRC de L. latrans: 53 mm (Foto: Betejane de Oliveira). Figura 3.2: Área de estudo e sua localização relativa no Brasil e no Estado de Sergipe - municípios de Poço Redondo, Carira e Tobias Barreto. (Modificado, viii

12 Figura 3.3: Características morfológicas: CC, comprimento da cabeça; ACA, altura da cabeça; LCA, largura da cabeça; DON, distância olho-narina; DIO, distância interocular; DO, diâmetro do olho; DI, distância internasal; DT, Diâmetro do tímpano; CRC, comprimento rostro-cloacal; ACO, altura do corpo; LC, largura do corpo; LB, largura do braço; CB, comprimento do braço; LAB, largura do ante-braço; CAB, comprimento do ante-braço; CM, comprimento da mão; LCX, largura da coxa; CCX, comprimento da coxa; LPE, largura da perna; CPE, comprimento da perna; CP, comprimento do pé (Desenho: Betejane de Oliveira). Figura 3.4: Projeção dos escores individuais resultantes da Análise dos Componentes Principais (ACP) para as variáveis morfométricas de exemplares adultos de Leptodactylus fuscus e Leptodactylus latrans provenientes dos municípios de Carira, Poço Redondo e Tobias Barreto, SE. APÊNDICE CAPÍTULO 1 Figura A 1.1: Lagoas temporárias onde foram realizadas as coletas de L. fuscus e L. latrans. A: Carira, B: Poço Redondo e C: Tobias Barreto, SE. CAPÍTULO 3 Figura A 3.1: Diferenças em relação à massa, utilizando a análise de variância para dois fatores (espécie e área) seguida do Teste de Tukey (p < 0,05), nas espécies L. fuscus (A) e L. latrans (B) dos municípios de Carira, Poço Redondo e Tobias Barreto, SE. Figura A 3.2: Diferenças em relação o CRC, utilizando a análise de variância para dois fatores (espécie e área) seguida do Teste de Tukey (p < 0,05), nas espécies L. fuscus (A) e L. latrans (B) dos municípios de Carira, Poço Redondo e Tobias Barreto, SE. ix

13 Figura A 3.3: Resultado da análise de variância para os fatores (espécie e área) adotando o primeiro componente principal (PC1) com o Teste de Tukey (p < 0,05), nas espécies L. fuscus e L. latrans dos municípios de Carira, Poço Redondo e Tobias Barreto, SE. LISTA DE TABELAS CAPÍTULO 3 Tabela 3.1: Relação das espécies, localidade, sexo e número de exemplares analisados. Tabela 3.2: Estatística descritiva das variáveis morfométricas de indivíduos de L. fuscus e L. latrans dos municípios de Carira, Poço Redondo e Tobias Barreto, SE. Medidas lineares são dadas em milímetros e a massa em gramas. Tabela 3.3: Diferenças em relação à Massa e CRC, utilizando a análise de variância para dois fatores (espécie e área) seguida do Teste de Tukey (p < 0,05), para as espécies L. fuscus e L. latrans dos municípios de Carira, Poço Redondo e Tobias Barreto, SE. Tabela 3.4: Escores dos cinco primeiros Componentes Principais para caracteres morfométricos de L. fuscus e L. latrans dos municípios de Carira, Poço Redondo e Tobias Barreto, SE. Tabela 3.5: Resultado da análise de variância para os fatores (espécie e área) adotando o primeiro componente principal (PC1) com o Teste de Tukey (p < 0,05), para as espécies L. fuscus e L. latrans dos municípios de Carira, Poço Redondo e Tobias Barreto, SE. Tabela 3.6: Resultado da análise de variância para os fatores (espécie e área) adotando o segundo componente principal (PC2) com o Teste de Tukey (p < 0,05), para as espécies L. fuscus e L. latrans dos municípios de Carira, Poço Redondo e Tobias Barreto, SE. x

14 ABSTRACT The genus Leptodactylus has wide distribution and it can be found in many physiographic and climatic zones. This fact has raised questions about the taxonomy of this genus because many species that are considered of great geographic distribution has shown to be two or more closely related. The species Leptodactylus fuscus and Leptodactylus latrans, both widely spread, are found in the state of Sergipe in the Caatinga biome and little is known about the ecology, biology and diversity between and within populations that occupy this exclusively Brazilian biome. Therefore, the present study aimed to characterize the species L. fuscus and L. latrans, which occur in different fragments of Caatinga from the state of Sergipe, using cytogenetic and morphometric data. The karyotypes of populations from the municipalities of Carira, Poço Redondo and Tobias Barreto were analyzed by conventional staining techniques, C-band and Ag-RON. The species showed similar cytogenetic patterns, without evidence of species-specific markers; however some variations in morphology and bands were observed when compared to the karyotypes described in the literature. In morphometric analysis, 21 different characters were analyzed in the two species in each location, showing that populations of L. fuscus presented no significant differences between them; however variations were found in samples of L. latrans, mainly on the size of the specimens. The analyzed data showed that there were no cytogenetic and morphometric differences within the L. fuscus populations and that the morphometric variations observed in L. latrans may be due to environmental effects. Keywords: Cytogenetic, morphometry, Leptodactylus fuscus, Leptodactylus latrans, Caatinga. xi

15 RESUMO GERAL O gênero Leptodactylus tem ampla distribuição geográfica e está presente nas mais diversas zonas climáticas e fisiográficas. Esse fato tem levantado questionamentos de caráter taxonômico, pois muitas espécies consideradas de grande distribuição geográfica têm mostrado tratar-se de duas ou mais espécies estreitamente relacionadas. As espécies Leptodactylus fuscus e Leptodactylus latrans, ambas de ampla distribuição, são encontradas no Estado de Sergipe no bioma Caatinga e pouco se conhece sobre a ecologia, biologia e diversidade inter e intrapopulacional em populações que ocupam este bioma exclusivamente brasileiro. Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivos caracterizar através de dados citogenéticos e morfométricos as espécies L. fuscus e L. latrans de ocorrência em diferentes fragmentos de Caatinga do Estado de Sergipe. Os cariótipos das populações dos municípios de Carira, Poço Redondo e Tobias Barreto foram analisados, por meio de técnicas de coloração convencional, Banda C e Ag-RON. Os exemplares estudados apresentaram padrões citogenéticos bastante similares, sem evidências de marcadores espécie-específicos; porém, algumas variações de morfologia e bandas foram observadas quando comparadas aos cariótipos já descritos na literatura. Nas análises morfométricas, 21 caracteres foram analisados nas duas espécies, em cada uma das localidades, mostrando que as populações de L. fuscus não apresentaram diferenças significativas entre elas; contudo variações foram encontradas nas amostras de L. latrans, principalmente quanto ao tamanho dos espécimes coletados. Os dados analisados conjuntamente mostram que populações de L. fuscus não diferem citogenética e morfometricamente entre si e as variações morfométricas observadas em L. latrans podem ser devidas aos efeitos ambientais. Palavras-chave: Citogenética, morfometria, Leptodactylus fuscus, Leptodactylus latrans, Caatinga. xii

16 Capítulo 1 Introdução 13

17 CONSIDERAÇÕES GERAIS No mundo são conhecidas 6771 espécies de anfíbios, dentre elas 5966 são da ordem Anura, representando assim o maior grupo desse reino (Frost, 2011). O Brasil é o país com maior riqueza de espécies de anfíbios, seguido por Colômbia e Equador. No território brasileiro já foram identificadas 875 espécies de anfíbios, sendo que 847 são Anuros, 1 Caudata e 27 Gymnophionas (SBH, 2011). De acordo com Frost (2011), a classe Amphibia está dividida em três ordens (Anura, Caudata e Gymnophiona) e, aproximadamente, sessenta e uma famílias. A ordem Anura é a mais abundante, com 49 famílias e 5966 espécies, encontradas em todo o globo, com exceção na Antártida e em algumas ilhas oceânicas. A Caudata tem nove famílias e 619 espécies e a Gymnophiona subdivide-se apenas em três famílias, com 186 espécies. Devido ao grande número de espécies e à variação morfológica dos animais, incluindo variação no padrão de coloração, dentre outras características, as relações filogenéticas em anfíbios não estão bem estabelecidas e têm sido objeto de estudo de várias pesquisas, provocando diversas mudanças taxonômicas dentro dos grupos (Angulo et al., 2003; Heyer, 2005; Frost et al., 2006; Grant et al., 2006; Hedges et al., 2008; Guayasamin et al., 2009). Diversas tentativas de agrupamento já foram realizadas com relação aos leptodactylídeos (Lynch, 1971; Heyer, 1975, Frost, 1985), porém, ainda há controvérsias quanto à classificação de algumas espécies. Inicialmente a família Leptodactylidae foi dividida em quatro subfamílias (Ceratophryinae, Hylodinae, Leptodactylinae e Telmatobiinae) e considerada como um grupo parafilético, já que a mesma não apresentava sinapomorfias evidentes (Frost, 1985; Ford & Cannatella, 1993), além de ser classificada como uma das famílias com maior diversidade entre os anuros, pois continha 1243 espécies, em sua maioria alocada na subfamília Eleutherodactylinae. Em 2006, surge a primeira hipótese evolutiva para toda a classe Amphibia, proposta por Frost et al., baseada principalmente em dados moleculares. De acordo com a última atualização do catálogo on-line das espécies de anfíbios de Frost (2011), a família Leptodactylidae não é mais dividida em subfamília, compreende 14

18 quatro gêneros (Hydrolaetare, Leptodactylus, Paratelmatobius e Scythrophrys) e 100 espécies, com distribuição principalmente na região Neotropical. Os representantes são, em geral, de pequeno e médio porte, insetívoros, terrestres ou semi-aquáticos e de atividade noturna. O gênero Leptodactylus (Fitzinger, 1826) compreende 89 espécies distribuídas no Sul da América do Norte, América do Sul e nas Índias Ocidentais; há também espécies endêmicas de ilhas situadas entre o Caribe e o Atlântico, incluindo as Antilhas e Bahamas (Frost, 2011). As espécies de Leptodactylus foram divididas inicialmente com base na morfometria e no comportamento, em cinco grupos de espécies: L. fuscus, L. melanonotus, L. ocellatus, L. pentadactylus e L. marmoratus (Heyer, 1969). Nos últimos anos, houve um aumento significativo nos estudos sobre a anurofauna (Silva et al., 2005; Lucas et al., 2008), muitas espécies novas foram descritas e várias dessas espécies ainda não foram incluídas nos grupos de espécies tradicionais. Em relação a Leptodactylus, hipóteses filogenéticas sugeriram a necessidade de se testar o monofiletismo do gênero, assim como, confirmar grupos de espécies já conhecidos. Algumas análises mostraram que Leptodactylus era parafilético no que se refere aos gêneros Adenomera, Lithodytes e Vanzolinius (Heyer 1998). Larson & De Sá (1998) descreveram 26 caracteres em 22 espécies de Leptodactylus, nove pertencentes ao grupo L. fuscus, e confirmaram o parafiletismo do gênero sendo, então, proposto o remanejamento de algumas espécies dentro de cada agrupamento. Frost et al. (2006), porém, ratificaram o monofiletismo de gênero considerando Adenomera (Steindachner, 1867) como um sinônimo de Lithodytes (Fitzinger, 1843) e como subgênero de Leptodactylus. A divisão das espécies de Leptodactylus nos agrupamentos reconhecidos por Heyer (1969) foi mantida, porém, com várias espécies, principalmente aquelas dos antigos gêneros Adenomera, Lithodytes e Vanzolinius, não sendo alocadas em nenhum dos grupos estabelecidos (Frost et al., 2006; Kwet, 2001). Espécies do grupo L. fuscus foram caracterizadas historicamente pelas seguintes sinapomorfias: machos com fronteiras bem definidas na maxila e focinho, apenas um saco vocal interno, ausência de espinhos córneos nos dedos, braços igualmente desenvolvidos em ambos os sexos; óvulos branco-amarelados, construção de câmaras subterrâneas e 15

19 oviposição em ninhos de espuma (Gallardo, 1964). Todavia, essas análises não foram conclusivas, o grupo foi mal representado e assim a sua filogenia não foi resolvida. Em 2008, Ponssa em seu trabalho concluiu que o grupo L. fuscus é monofilético, sendo mais estritamente relacionado com L. pentadactylus do que aos demais grupos de espécies do gênero. Leptodactylus fuscus, conhecida popularmente como rã-assobiadeira, apresenta porte médio para o gênero, focinho longo e obtuso em vista dorsal; alguns espécimes podem apresentar uma linha dorsal clara e a íris é sempre bronze (Bastos et al., 2003). É uma espécie terrestre e noturna, encontrada em campos abertos, savanas, pastagens, áreas pantanosas, florestas degradadas e hábitats urbanos (Reynolds et al., 2004) Sua distribuição é ampla na América do Sul e Central (Figura 1.1), sendo encontrada desde o Panamá até a Argentina (Frost, 2011). Figura 1.1: Distribuição geográfica de Leptodactylus fuscus (Reynolds et al., 2004 in IUCN, 2010). Nas espécies de anuros denominadas por Linnaeus (1758) há frequentemente breve descrição seguida de uma distribuição geográfica ambígua, além de palavras sinônimas 16

20 citadas por outros autores. No caso de Rana ocellata, uma das espécies neotropicais incluídas por Linneus na décima edição de seu Systema Naturae (Linnaeus, 1758), existe uma longa história de equívocos e erros de identificação. Uma das tentativas de resolver esses problemas foi realizado Lavilla et al. (2010) que, em uma revisão sobre nomenclatura, concluíram que a espécie Rana ocellata Linnaeus, 1758 referia-se à Osteopilus brunneus Gosse, 1851 da Jamaica, enquanto que o táxon conhecido como Leptodactylus ocellatus correspondia a Rana latrans Steffen, A Comissão Interacional de Nomenclatura Zoológica (ICZN, processo 3323) conservou o nome Leptodactylus ocellatus pela designação do neotipo Rana ocellata Linnaeus, Assim, foi revalidada uma nova combinação para a espécie, denominanda Leptodactylus latrans Steffen, Para a espécie Osteopilus ocellatus Linnaeus, 1758, uma nova combinação foi realizada e a classificaram como sinônimo de Osteopilus brunneus Gosse, Figura 1.2: Leptodactylus latrans (Steffen, 1915), neotipo (MNRJ 30733). A: Vista dorsal da cabeça; B: vista lateral da cabeça; C: mão D: pé (Lavilla et al., 2010). 17

21 Leptodactylus latrans é considerada uma rã de grande porte, de coloração olivácea e com ocelos negros dispostos irregularmente pelo dorso. Sua distribuição geográfica abrange toda a América do Sul Cisandina (Figura 1.3), o que pode ser explicado pelo alto poder de resistência que essa espécie possui a ambientes antropizados (Rangel & Ferreira, 2007). É frequentemente encontrada em lagoas, lagos ou áreas alagadas, onde a desova é depositada em grandes ninhos de espuma. É uma espécie carnívora e sua dieta consiste de insetos, aracnídeos, miriápodes e anelídeos (AmphibiaWeb, 2011). Figura 1.3: Distribuição geográfica de Leptodactylus latrans: América do Sul Cisandina (Heyer et al., 2008 in IUCN, 2010). Com os avanços dos estudos da sistemática de anfíbios, muitas espécies, principalmente aquelas que foram consideradas como tendo ampla distribuição geográfica, revelaram-se compostas de duas ou mais espécies relacionadas, tratando-se, portanto, de um complexo de espécies (Wynn & Heyer, 2001). Recentemente, alguns estudos em anfíbios têm combinado análise citogenética e molecular, fornecendo uma maior informação sobre os organismos estudados (Silva et al., 2004, 2006; Camargo et al., 2006). 18

22 Estudos citogenéticos têm contribuído muito para o entendimento da evolução e filogenia de vários grupos de organismos. A análise das variações cromossômicas possibilita a realização de uma citotaxonomia, especialmente, em casos de espécies crípticas e de complexo de espécies, pois pode ocorrer a descoberta de espécies novas a partir do conhecimento do cariótipo (Kasahara, 2009). Embora, o uso de ferramentas genéticas seja comum na atualidade, ainda não existe uma grande relação entre os grupos de pesquisa envolvidos com Sistemática e aqueles que se dedicam a áreas da Ecologia, Etologia, Fisiologia e Morfologia (Brooks & McLennan, 1991). Cada espécie possui um conjunto cromossômico peculiar em termos de quantidade e morfologia dos cromossomos. A descrição das características desse conjunto é denominada de cariótipo. Para se fazer comparações citogenéticas entre espécies distintas ou analisar a variação entre indivíduos da mesma espécie é fundamental que se faça uma caracterização clara e precisa do cariótipo da espécie de interesse (Guerra, 1988). A análise do cariótipo normalmente é realizada com a montagem de um cariograma, a partir de cromossomos em metáfase mitótica, colocando-os lado a lado, de acordo com a sua morfologia, sempre em ordem decrescente e com os braços curtos voltados para cima. O número de braços cromossômicos de uma espécie é definido como número fundamental (NF) (Kasahara, 2009). Já os métodos morfométricos podem ser utilizados para a percepção de diferenças sutis entre populações (Reyment et al., 1981). A morfometria é definida como o estudo da forma e sua relação com o tamanho. Diversas disciplinas têm utilizado em seus estudos a morfometria como ferramenta. Os taxonomistas empregam estudos morfométricos para mensurar as diferenças existentes entre espécies. Os ecólogos relacionam a forma e o tamanho de um organismo com aspectos como alimentação, uso do microhábitat, dentre outros, sempre enfatizando que a morfometria de um indivíduo é o resultado final de sua evolução. Já os geneticistas, especialmente os quantitativos, se interessam em medir a herdabilidade de caracteres morfométricos (Peres-Neto, 1995). A morfometria multivariada é importante na percepção de diferenças, assim como no estudo das variações de caracteres quantitativos (Cavalcanti & Lopes, 1993). O desenvolvimento de métodos de análise multivariada e a disponibilidade de pacotes 19

23 estatísticos têm auxiliado na avaliação da diferença integrada do organismo e comparações de formas e estruturas, as quais são indispensáveis ao estudo da sistemática (Neff & Marcus 1980; Reyment, 1985). Dentre as técnicas multivariadas mais aplicadas a ecologia e sistemática estão as análises de componentes principais e a análise das funções discriminantes (Peres-Neto, 1995). O presente estudo foi estruturado na forma de três capítulos, sendo o primeiro composto por considerações gerais, justificativa, objetivos e uma breve explanação do material coletado no trabalho. O segundo capítulo foi intitulado Análises citogenéticas de populações de Leptodactylus fuscus Schneider, 1799 e Leptodactylus latrans Steffen, 1815 (Amphibia, Anura, Leptodactylidae) e se refere à caracterização cromossômica das espécies Leptodactylus fuscus e Leptodactylus latrans, utilizando-se técnicas de coloração convencional, Banda C e Ag-RON. Já o terceiro capítulo foi intitulado Análise morfométrica de populações de Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) e Leptodactylus latrans Steffen, 1815 (Amphibia, Anura, Leptodactylidae) e diz respeito a variáveis morfométricas das espécies Leptodactylus fuscus e Leptodactylus latrans. Justificativa Segundo Ab Saber (1977), a Caatinga ocupa uma área total de km 2, formada por diversas composições florísticas adaptadas ao clima semi-árido e considerada um bioma multidiverso, apresentando um aspecto de mosaico de ambientes. Porém, de acordo com a delimitação do IBGE (2004), sua área abrange km 2 e está situada entre os paralelos 3 e 17 S e meridianos 35 e 45 W, cobrindo 9,92% do território nacional, estendendo-se por todos os Estados do Nordeste e parte de Minas Gerais. Embora seja o único bioma exclusivamente brasileiro (Figura 1.4), é o menos conhecido (Lewinshon & Prado, 2002). Mesmo ainda pouco estudada, já se sabe que a biota da Caatinga não é pobre em espécies nem endemismos; ao contrário, é mais diversa que qualquer outro bioma no mundo, o qual esteja exposto às mesmas condições de clima e de solo (Silva, 2003). 20

24 Figura 1.4: Distribuição do Bioma Caatinga (modificado, MMA, 2010). Vários estudos vêm sendo realizados sobre a herpetofauna da Caatinga, porém, em relação aos demais grupos esses dados ainda são incipientes. Segundo Rodrigues (2005) já foram registradas 47 espécies de lagartos, 10 de anfisbenídeos, 52 de serpentes, 4 de quelônios, 3 de jacarés, 48 de anuros e 3 cobras-cegas neste bioma. No Estado de Sergipe, como nos demais, há uma carência efetiva de informações sobre a anurofauna, incluindo as mais básicas como, por exemplo, dieta, recursos espaciais mais utilizados, período reprodutivo. Sergipe tem sido tradicionalmente, mal amostrado em relação à herpetofauna (Rodrigues, 2005). A localidade mais bem representada nas coleções do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP) é o município de Areia Branca (Coordenadas 1046 S e 3719 O), com apenas três serpentes, sete lagartos e 21

25 13 anfíbios. Essa lacuna precisa ser preenchida, uma vez que dados que possam contribuir para esclarecer a sistemática desse grupo são de grande importância para tomada de decisões conservacionistas sobre a Caatinga e sua anurofauna. Os anfíbios não são limitados a um único hábitat, mas deslocam-se entre eles ou vivem nas fronteiras entre dois ambientes. Dessa forma, os vários hábitats existentes em uma escala regional são muito importantes, devendo ser preservados (Primack & Rodrigues, 2001). Os anuros dependem tanto do ambiente aquático (reprodução) quanto do ambiente terrestre (forrageio, migração, dispersão). São ectotérmicos e possuem pele permeável; logo, são sensíveis às condições ambientais que podem afetar sua distribuição e uso de hábitat (Duellman & Trueb, 1986). Segundo Cushman (2006), a perda e a fragmentação de hábitats estão entre as maiores ameaças para as populações de anfíbios. Com a acelerada ação antrópica sobre o ambiente, como no caso dos desmatamentos, é provável que haja alterações nas taxocenoses e eliminação de populações de anuros que, muitas vezes, não foram ainda estudadas (Young et al., 2000). O declínio de populações de anfíbios brasileiros é pouco documentado e compreendido, principalmente, por falta de conhecimento sobre a biologia das espécies e ausência de monitoramento em longo prazo (Silvano & Segalla, 2005). Há necessidade de maiores estudos sobre a herpetofauna, visto que muitas espécies novas não foram sequer coletadas e outras permanecem depositadas em coleções científicas sem devida descrição padronizada ou muitas vezes com erros de identificação (Castanho & Haddad, 2000). As espécies crípticas, ou seja, morfologicamente idênticas, são relativamente comuns entre anuros da fauna brasileira. Deste modo, dentro de um complexo, elas só podem ser identificadas quando se utiliza dados que não provenham somente da morfologia, como citogenética, padrões de coloração, seqüência de DNA, ecologia, e etologia da vida dos animais (Kwet et al., 2001). Em Leptodactylus algumas inconsistências morfológicas e taxonômicas podem ser encontradas devido à sua ampla distribuição geográfica. No Estado de Sergipe foram 22

26 observadas diferenças morfométricas, principalmente em tamanho, em amostras populacionais de L. fuscus e L. latrans. Embora já existam alguns trabalhos de revisão sistemática e taxonômica destas espécies, estudos envolvendo animais da Caatinga de Sergipe são escassos. Portanto, a caracterização citogenética e morfométrica de amostras populacionais de Leptodactylus fuscus e Leptodactylus latrans encontradas em Sergipe fornecerá novos dados, os quais podem contribuir para o esclarecimento de questões relacionadas à taxonomia e sistemática das espécies aqui estudadas. Objetivos Capítulo 2: Análise Citogenética Objetivo Geral: Caracterizar citogeneticamente (por meio de metodologias de coloração convencional, padrões de banda C e Ag-NORs) as espécies Leptodactylus fuscus e Leptodactylus latrans de ocorrência em diferentes fragmentos de Caatinga do Estado de Sergipe Capítulo 3: Análise Morfométrica Objetivo Geral: Caracterizar estatisticamente a variação morfométrica de amostras populacionais de Leptodactylus fuscus e Leptodactylus latrans, de ocorrência em diferentes fragmentos de Caatinga do Estado de Sergipe. 23

27 Material Coletado Durante o período de estudo foram visitadas algumas localidades da Caatinga, amostrando os ambientes de ocorrência das espécies no Estado de Sergipe (Figura A 1.1). Foram selecionados três municípios representativos do Estado de Sergipe: um município ao Norte (Poço Redondo), um na parte Central (Carira) e outro localizado ao Sul do Estado (Tobias Barreto). As coletas foram realizadas segundo protocolos autorizados pelo Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade (SISBIO) sob o número de processo vigente de 06/2009 a 08/2010. Para a localização e captura de espécimes de L. fuscus e L. latrans foi adotada a busca ativa, onde todos os corpos d água amostrados foram vistoriados. Os animais foram coletados manualmente, acondicionados em sacos plásticos individuais, umedecidos e previamente identificados, e transportados em caixas de isopor ao Laboratório de Genética e Conservação de Recursos Naturais do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Sergipe. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AB SABER, A.N. Espaços ocupados pela extensão dos climas secos na América do Sul, por ocasião dos períodos glaciais quaternários. Paleoclimas. 3: AMPHIBIAWEB: Information on amphibian biology and conservation. [web application] Berkeley, California: AmphibiaWeb. Disponível em < acessado em Fev, ANGULO, A.; COCROFT, R.B.; REICHLE, S. Species identity in the genus Adenomera (Anura: Leptodactylidae) in southeastern Peru. Herpetol. 59: BASTOS, R.P.; MOTTA, J.A de O.; LIMA, L.P.; GUIMARÃES, L.D.A. Anfíbios da Floresta Nacional de Silvânia, estado de Góias. Stylo Gráfica e Editora, 82p

28 BROOKS, D.R. & MCLENNAN, D.H. Phylogeny, ecology and behavior: a research program in comparative biology. University Chicago Press, Chicago CAMARGO, A.; DE SÁ, R.O. & HEYER, W.R. Phylogenetic analyses of mtdna sequences reveal three cryptic lineages in the widespread neotropical frog Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) (Anura, Leptodactylidae). Biol. J. of the Linnean Society 87, , CASTANHO, L.M. & HADDAD, C.F.B. New species of Eleutherodactylus (Amphibia: Leptodactylidae) from Guaraqueçaba, Atlantic Forest of Brazil. Copeia, v.3, p CAVALCANTI, M.J. & LOPES, P.R.D. Análise morfométrica multivariada de cinco espécies de Serranidae (Teleostei, Perciformes). Acta Biológica Leopoldensia. 15: CUSHMAN, S.A. Effects of habitat loss and fragmentation on amphibians: A review and prospectus. Biol. Conservation 128: DE SÁ, R.O.; LANGONE, J.A. & SEGALLA, M.V. The tadpole of Leptodactylus notoaktites Heyer, 1978 (Anura, Leptodactylidae). S. Am. J. Herpetol. 2(1): DUELLMAN, W.E. & TRUEB, L. Biol. of Amphibians. McGraw-Hill, New York FORD, L.S. & CANNATELLA, D.C. The major clades of frogs. Herpetol. Monog. 7: FROST, D.R. Amphibian species of the world. A taxonomic and geographical reference. Lawrence, Allen Press, The Association of Systematics Collections. 732p

29 FROST, D. R.; GRANT, T.; FAIVOVICH, J.; BAIN, R.H.; HAAS, A.; HADDAD, C.F.B.; DE SÁ, R.O.; CHANNING, A.; WILKINSON, M.; et al. The Amphibian tree of life. Bulletin of The American Museum of Natural History. 297: FROST, D.R. Amphibian Species of the World: an Online Reference. Version 5.5 (31 January, 2011). Electronic Database accessible at 08/02/ Museum of Natural History, New York, USA GALLARDO, J.M. Leptodactylus prognathus Boul. Y L. mystacinus (Burm.) con sus respectivas especies aliadas. Rev. Mus. Argent. Cienc. Nat. Bernardino Rivadavia Inst. Nac. Invest. Cienc. Nat. (Argent) Zoo. 9: GRANT, T.; FROST, D.R.; CALDWELL, J.P.; GAGLIARDO, R.; HADDAD, C.F.B.; KOK, P.J.R.; MEANS, D.B.; NOONAN, B.P.; SCHARGEL, W.E. & WHEELER, W.C. Phylogenetic systematics of dart-poison frogs an their relatives (Amphibia: Athesphatanura: Dendrobatidae). Bull. Am. Mus. Nat. Hist. 299: GUAYASAMIN, J.M.; CASTROVIEJO-FISHER, S.; TRUEB, L.; AYARZAGUENA, J.; RADA, M. & VILÁ, C. Phylogenetic systematics of glassfrogs (Amphibia: Centrolenidae) and their sister taxon Allophryne ruthveni. Zootaxa 2100: GUERRA, M.S. Introdução a Citogenética Geral. Guanabara: Rio de Janeiro. 142p HEDGES, S.B.; DUELLLMAN, W.E. & HEINICKE, M.P. New World direct-developing frogs (Anura: Terrarana): Molecular phylogeny, classification, biogeography and conservation. Zootaxa 1737: 1-182, HEYER, W.R. Studies on the genus Leptodactylus (Amphibia, Leptodactylidae) III. A redefinition of the genus Leptodactylus and a description of a new genus of Leptodactylid frogs. Contrib. Sci. Natur. Hist. Mus. Los Angeles County 155:

30 HEYER, W.R. A preliminary analysis of the intergeneric relationships of the frog family Leptodactylidae. Smithsonian Contributions to Zoology. 199: HEYER, W.R. The relationships of Leptodactylus diedrus (Anura, Leptodactylidae). Alytes 16: HEYER, W.R. Variation and taxonomic clarification of the large species of the Leptodactylus pentadactylus species group (Amphibia: Leptodactylidae) from Middle America, northern South America, and Amazonia. Arquiv. Zoology. 37: HEYER, W.R.; LANGONE, J.; LA MARCA, E.; AZEVEDO-RAMOS, C.; TADA, I. DI.; BALDO, D.; et al Leptodactylus ocellatus. In: IUCN IUCN Red List of Threatened Species. Version Disponível em < acessado em Jan IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) Mapa de biomas e de vegetação. Disponível em < acessado 01 mar KASAHARA, S. Introdução à pesquisa em citologia de vertebrados. Ribeirão Preto, SP: Sociedade Brasileira de Genética, 160p KWET, A.; DI-BERNARDO, M. & GARCIA, P.C.A. The taxonomic status of Leptodactylus geminus Barrio, J. Herpetol. 35: LARSON, P.M. & DE SÁ, R.O. Chondrocranial morphology of Leptodactylus larvae (Leptodactylidae: Leptodactylinae): its utility in phylogenetic reconstruction. J. Morphol. 238: LAVILLA, E.O.; LANGONE, J.A.; CARAMASCHI, U.; HEYER, W.R. & DE SÁ, R.O. The identification of Rana ocellata Linnaeus, Nomenclatural impact on the species currently known as Leptodactylus ocellatus (Leptodactylidae) and Osteopilus brunneus (Gosse, 1851) (Hylidae). Zootaxa 2346:

31 LEWINSOHN, T.M. & PRADO, P.I. Biodiversidade brasileira: síntese do estado atual do conhecimento. São Paulo: Editora Contexto LUCAS, E.M.; BRASILEIRO, C.A.; OYAMAGUCHI, H.M. & MARTINS, M. The reproductive ecology of Leptodactylus fuscus (Anura, Leptodactylidae): new data from natural temporary ponds in the Brazilian Cerrado and a review throughout its distribution. J. Nat. Hist. 42(35-36): LYNCH, J.D. Evolutionary relationships, osteology and zoogeography of leptodactyloid frogs. The University of Kansas Museum of Natural History Miscellaneous Publication. 53: MMA (Ministério do Meio Ambiente). Monitoramento dos Biomas Brasileiros - Bioma Caatinga. Disponível em < acessado em Mar NEFF, N.A. & MARCUS, L.F. A Survey of Multivariate Methods for Systematic. New York: privately published, 234p PERES-NETO, P.R. Introdução a análises morfométricas. Vol. II: Tópicos em tratamento de dados biológicos. Oecologia Brasiliensis, 57-89p PONSSA, M.L. Cladistic analysis and osteological descriptions of the frog species in the Leptodactylus fuscus species group (Anura, Leptodactylidae). J. Zool. Syst. Evol. Res. 46(3), PRIMACK, R.B. & RODRIGUES, E. Biologia da conservação. Vozes Editora, Londrina. 327p RANGEL, H.R. & FERREIRA, R.B. Aspectos Ecológicos de Leptodactylus ocellatus (Anura; Leptodactylidae) na Universidade Federal do Espírito Santo, Sudeste do Brasil. In: VIII Congresso de Ecologia do Brasil 2007, Caxambu, MG. Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil 2007, p

32 REYMENT, R.A.; BLACKITH, R.E. & CAMPBELL, N.A. Multivariate morphometrics. New York, Academic Press, 233p REYMENT, R.A. Multivariate morphometrics and analysis of shape. Mathematical Geology 17 (6): REYNOLDS, R.; CARAMASCHI, U.; MIJARES, A.; ACOSTA-GALVIS, A.; HEYER, R.; et al Leptodactylus fuscus. In: IUCN IUCN Red List of Threatened Species. Version Disponível em < acessado em Jan RODRIGUES, M.T. Herpetofauna da Caatinga, p In: LEAL, I.R.; TABARELLI, M.; SILVA, J.M.C. Ecologia e Conservação da Caatinga. 2ª Ed. Recife: Ed.Universitária da UFPE SBH. Lista de espécies de anfíbios do Brasil. Sociedade Brasileira de Herpetologia (SBH) Disponível em: < acessado em Jan SILVA, J.M. C. Introdução. In: SILVA, J.M.C.; TABARELLI, M.; FONSECA, M.T.; LINS, L.V. (Orgs). Biodiversidade da caatinga: áreas e ações prioritárias para a conservação Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente: Universidade Federal de Pernambuco, SILVA, A.P.Z.; GARCIA, P.C.A.; MARTINS, V.G.; BACCI, M.; et al. Chromosomal and molecular analyses of Leptodactylus gracilis, L. gracilis dellatini, and L. plaumanni (Anura, Leptodactylidae): Taxonomic Implications. Amphibia-Reptilia 25: SILVA, W.R.; GIARETTA, A.A. & FACURE, K.G. On the natural history of the South American pepper frog, Leptodactylus labyrinthicus (Spix, 1824) (Anura: Leptodactylidae). J. Nat. Hist. 39(7):

33 SILVA, A.P.Z.; HADDAD, C.F.; GALASSI, G.G. & KASAHARA, S. Multiple nucleolus organizer regions in Leptodactylus mystacinus (Amphibia, Anura) and comments on its systematic position in the L. fuscus group based on cytogenetic and molecular analyses. Genetica 127: SILVANO, D.L. & SEGALLA, M.V. Conservação de Anfíbios no Brasil. Megadiversidade.1(1): WYNN, A. & HEYER, W.R. Do geographically widespread species of tropical amphibians exist? An estimate of genetic relatedness within the neotropical frog Leptodactylus fuscus (Schneider 1799) (Anura Leptodactylidae). Tropical Zoology 14: YOUNG, B.E., LIPS, K.R., REASER, J.K., IBAÑES, R.; SALAS, A.W.; et al. Population declines and priorities for amphibians conservation in Latin America. Conserv. Biol. 15(5),

34 Capítulo 2 Análise citogenética 31

35 Análise citogenética de populações de Leptodactylus fuscus Schneider, 1799 e Leptodactylus latrans Steffen, 1815 (Anura, Leptodactylidae) Betejane de Oliveira Núcleo de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação Departamento de Biologia, Laboratório de Genética e Conservação de Recursos Naturais, Universidade Federal de Sergipe. CEP São Cristóvão, SE, Brasil. ABSTRACT The Leptodactylidae family has diploid numbers ranging from 2n=18 to 2n=26, but in most of the genera described in the literature there is a predominance of 2n=22. We performed a cytogenetic analysis, for the first time, of 44 specimens of Leptodactylus fuscus and Leptodactylus latrans from the state of Sergipe, in the municipalities of Carira, Poço Redondo and Tobias Barreto, using conventional staining techniques, C-band and Ag-RON. Mitotic chromosomes were studied from preparations of intestinal epithelium. The analyzed species showed diploid number 2n = 22, with metacentric, submetacentric and subtelocentric chromosomes. Constitutive heterochromatin was located in the centromeric region of chromosomes, besides telomeric and interstitial markings. The nucleolus organizer regions were found in the short arm of the eighth chromosome pair, coincident with the site of the secondary constriction in both species. The data showed that the species studied have similar karyotypic patterns and that there is no evidence of species-specific markers; however some variations in chromosome morphology and C- bands observed differed from those described in the literature for the same species and should be better analyzed in future studies. Keywords: Cytogenetic, Leptodactylus fuscus, Leptodactylus latrans, C-band, Ag-RON. 32

36 RESUMO A família Leptodactylidae apresenta números diplóides que variam de 2n=18 a 2n = 26, porém na maioria dos gêneros descritos na literatura há uma predominância de 2n=22. Neste trabalho foram analisados citogeneticamente, pela primeira vez, 44 exemplares de Leptodactylus fuscus e Leptodactylus latrans pertencentes ao Estado de Sergipe, dos municípios de Carira, Poço Redondo e Tobias Barreto, por meio de técnicas de coloração convencional, Banda C e Ag-RON. Os cromossomos mitóticos foram estudados a partir de preparações do epitélio intestinal. As espécies analisadas apresentaram número diplóide de 2n=22, com cromossomos metacêntricos, submetacêntricos e subtelocêntricos. Os blocos de heterocromatina constitutiva foram localizados na região centromérica dos cromossomos, além de marcações intersticiais e teloméricas. As regiões organizadoras de nucléolo encontraram-se nos braços curtos do oitavo par cromossômico, coincidindo com o sítio da constrição secundária nas duas espécies. Os dados mostraram que as espécies aqui analisadas apresentaram padrões cariotípicos bastante similares e sem evidência de marcadores espécie-específicos; porém, algumas variações de morfologia cromossômica e bandas C observadas divergiram de cariótipos já descritos na literatura para as mesmas espécies e devem ser mais profundamente analisadas em estudos posteriores. Palavras-chave: citogenética, Leptodactylus fuscus, Leptodactylus latrans, Banda C, Ag- RON. 33

37 INTRODUÇÃO A classe Amphibia está dividida em três ordens (Anura, Caudata e Gymnophiona) e sessenta e uma famílias, com um total de 6771 espécies. A ordem Anura é a mais representativa, com 49 famílias e 5966 espécies. A Caudata tem nove famílias e 619 espécies e a Gymnophiona subdivide-se apenas em três famílias, com 186 espécies (Frost, 2011). Devido ao grande número de espécies e à variação morfológica dos animais, incluindo variação no padrão de coloração, dentre outras características, as relações filogenéticas em anfíbios não estão bem estabelecidas. Diversas tentativas de agrupamento das espécies já foram realizadas (Lynch, 1971; Heyer, 1975, Frost, 1985), porém, ainda há controvérsias no âmbito da taxonomia. Nos últimos anos, houve um aumento significativo nos estudos sobre a anurofauna (Silva et al., 2005; Lucas et al., 2008), muitas espécies novas foram descritas, porém, várias dessas espécies ainda não foram incluídas nos grupos de espécies tradicionais. Segundo a última atualização do catálogo on-line das espécies de anfíbios de Frost (2011), a família Leptodactylidae compreende quatro gêneros (Hydrolaetare, Leptodactylus, Paratelmatobius e Scythrophrys) e 100 espécies. O gênero Eleutherodactylus, incluído na antiga classificação de Leptodactylidae, atualmente encontra-se em outra família e sofreu modificações taxonômicas, sendo desmembrado em outros gêneros (Hedges et al., 2008). O gênero Leptodactylus (Fitzinger, 1826) compreende 89 espécies distribuídas no Sul da América do Norte, América do Sul, há também espécies endêmicas de ilhas situadas entre o Caribe e o Atlântico, incluindo as Antilhas e Bahamas (Frost, 2011). As espécies de Leptodactylus foram inicialmente divididas baseadas na morfometria e no comportamento, em 5 grupos de espécies: L. fuscus, L. melanonotus, L. ocellatus, L. pentadactylus e L. marmoratus (Heyer, 1969). Porém, a taxonomia de diversos grupos de espécies vem sendo ainda revisada e modificada (Angulo et al., 2003; Heyer, 2005). Segundo De Sá et al. 34

38 (2007), a associação de um espécime tipo com uma dada localidade é critica em espécies de Leptodactylus. Nas espécies de anuros denominadas por Linnaeus (1758) há frequentemente breve descrição seguida de uma distribuição geográfica ambígua, além de palavras sinônimas citadas por outros autores. No caso de Rana ocellata, uma das espécies neotropicais incluídas por Linneus na décima edição de seu Systema Naturae (Linnaeus, 1758), existe uma longa história de equívocos e erros de identificação. Uma das tentativas de resolver esses problemas foi realizado Lavilla et al. (2010) que, em uma revisão sobre nomenclatura, concluíram que a espécie Rana ocellata Linnaeus, 1758 referia-se à Osteopilus brunneus Gosse, 1851 da Jamaica, enquanto que o táxon conhecido como Leptodactylus ocellatus correspondia a Rana latrans Steffen, A Comissão Interacional de Nomenclatura Zoológica (ICZN, processo 3323) conservou o nome Leptodactylus ocellatus pela designação do neotipo Rana ocellata Linnaeus, Assim, foi revalidada uma nova combinação para a espécie, denominanda Leptodactylus latrans Steffen, Para a espécie Osteopilus ocellatus Linnaeus, 1758, uma nova combinação foi realizada e a classificaram como sinônimo de Osteopilus brunneus Gosse, A evolução cromossômica pode ou não ocorrer em paralelo com as mudanças morfológicas. A análise cariotípica geralmente fornece evidências diretas de variabilidade genética inter e intraespecífica. (Ruiz et al., 1982). Em relação à Leptodactylus, hipóteses filogenéticas sugeriram a necessidade de se testar o monofiletismo do gênero, assim como, confirmar grupos de espécies já conhecidos. Algumas análises afirmam que Leptodactylus é parafilético no que se refere à Adenomera, Lithodytes e Vanzolinius (Heyer, 1998). Larson & De Sá (1998) descreveram 26 caracteres em 22 espécies de Leptodactylus, nove pertencentes ao grupo L. fuscus, e confirmaram o parafiletismo do gênero sendo, então, proposto o remanejamento de algumas espécies dentro de cada agrupamento. Frost et al. (2006), porém, ratificaram o monofiletismo de gênero considerando Adenomera (Steindachner, 1867) como um sinônimo de Lithodytes (Fitzinger, 1843) e como subgênero de Leptodactylus. A divisão das espécies de Leptodactylus nos agrupamentos reconhecidos por Heyer (1969) foi mantida, porém, com várias espécies, principalmente aquelas dos antigos gêneros Adenomera, Lithodytes e Vanzolinius, não sendo alocadas em nenhum dos grupos estabelecidos (Frost et al., 2006; Kwet, 2001). 35

39 Camargo et al. (2006) usando dados moleculares de DNA mitocondrial, estudaram dezesseis populações de L. fuscus distribuídas em Tobago, Trindade, Guiana, Guiana Francesa, Brasil, Bolívia, Argentina, Panamá e Uruguai, reforçando a hipótese de várias espécies crípticas dentro do complexo de L. fuscus, onde populações localizadas no Norte divergiram das populações do Sul. Além disso, as análises também permitiram dividir as populações do Sul em dois clados, sem relação de parentesco entre eles. Estudos isoenzimáticos confirmaram os dados moleculares, mostrando elevada diferenciação e falta de fluxo gênico entre ambos. Estudos citogenéticos têm contribuído muito para o entendimento da evolução e filogenia de vários grupos de organismos. A análise das variações cromossômicas possibilita a realização de uma citotaxonomia de modo especial, em casos de espécies crípticas e de complexo de espécies, pois pode ocorrer a descoberta de espécies novas a partir do conhecimento do cariótipo (Kasahara, 2009). Em grupos com morfologia externa conservada e com cariótipos muito semelhantes em relação ao padrão de coloração, a identificação de marcadores citológicos por meio de bandamento cromossômico pode ser uma ferramenta importante para taxonomia e sistemática (Kuramoto, 1990; King, 1990). Contudo, existem casos, especialmente em anuros, em que os cariótipos são pouco diferenciados com técnicas de bandamento (Kasahara et al., 1996). Dentre as técnicas de bandamento, o padrão de banda C de espécies cariologicamente muito semelhantes pode diferir em relação à quantidade, localização e propriedades de coloração de heterocromatina, além do número de bandas, podendo ser um importante caráter sistemático para anfíbio, já que o seu cariótipo, em geral, é caracterizado pela presença de grande quantidade de heterocromatina (Sumner, 1990; Schmid et al., 1990). Diferentes padrões de banda C em três populações de L. latrans foram observados por Silva et al. (2000), sugerindo uma possível diferenciação cariotípica em um complexo de espécies, onde foram observadas variações referentes a morfologia externa e bioacústica entre os indivíduos estudados de ocorrência ao nível do mar e aqueles que habitavam áreas de platô. Outra técnica muito utilizada, particularmente na análise dos cariótipos de anuros, é aquela que detecta as Regiões Organizadoras do Nucléolo (RON) com coloração de prata, 36

40 chamada de Ag-RON. Essas regiões são os sítios cromossômicos dos genes que codificam os RNAs ribossômicos (RNAr), os quais em células interfásicas se expressam formando o nucléolo (Sumner, 1990). As RONs contêm numerosas cópias dos genes que codificam os RNAr 18S, 5,8S e 28S, arranjadas em tandem, separadas umas das outras por segmentos espaçadores. A técnica de impregnação pelo nitrato de prata pode, além de identificar as RONs, eventualmente, marcar os telômeros, os cinetócoros e também outras regiões dos cromossomos, como as de heterocromatina centromérica ou intersticial. Isto ocorre devido à presença de proteínas não-histônicas com afinidade pela prata nos sítios Ag-positivos, como acontece na Ag-RON verdadeira (Kasahara, 2009). As espécies apresentam, em geral, um único par de Ag-RON (Schmid et al., 1990). No entanto, em estudo realizado por Silva et al. (2006), espécimes de L. mystacinus apresentaram nove padrões distintos de sinais de Ag-positivos e, em algumas metáfases, cromossomos foram marcados pela prata na região centromérica, enquanto que em um determinado espécime a hibridização in situ ocorreu nos homólogos do par 4 e em um dos cromossomos do par 8. Em espécies da família Leptodactylidae, há predominância de cariótipos com número diploide de 2n=22. O padrão cariotípico em Leptodactylus é altamente similar, composto geralmente por cromossomos metacêntricos e submetacênctricos (Silva et al., 2004; Amaro-Ghilardi et al., 2006), os quais decrescem gradualmente em tamanho, com exceção do primeiro par, que é bem maior quando comparado aos outros pares (King, 1990). Arruda & Morielle-Versute (2008) analisaram os cariótipos de quatro espécies de leptodactilídeos (L. podicipinus, L. ocellatus, L. labyrinthicus e L. fuscus), que se mostraram semelhantes aos já descritos por Denaro (1972), Bianchi et al., (1973), Bogart (1974), Agostinho (1994), Silva et al., (2000), Baldo (2002), e Amaro-Ghilardi et al., (2006). Esses autores apontaram o conservadorismo do cariótipo. Em relação à L. ocellatus - hoje chamada L. latrans Steffen, 1815 as duas populações analisadas apresentaram 22 cromossomos (2n=22). O cariótipo é composto principalmente de cromossomos metacêntricos e submetacêntricos, representado por sete pares de metacêntricos (1, 5, 6 e 8-11), três pares de submetacêntricos (2, 3 e 7) e um par de cromossomos subtelocêntricos (4). Os espécimes estudados de L. fuscus apresentaram também 22 cromossomos metacêntricos ou submetacêntricos e cariótipo semelhante à L. latrans com sete pares de 37

41 metacêntricos (1, 5, 6 e 8-11), três pares de submetacêntricos (2, 3 e 7) e um par de subtelocêntricos (4). Contudo, diferentes ambientes ocupados por populações de anfíbios podem ser responsáveis por alguns polimorfismos cromossômicos já observados, assim como, alterações comportamentais, morfológicas e reprodutivas (Ruiz et al., 1982; Kaiser et al., 1996). Nesse sentido, o presente estudo objetivou caracterizar citogeneticamente, por meio de coloração convencional e por padrões de bandamentos C e Ag-RON, as espécies Leptodactylus fuscus e Leptodactylus latrans de ocorrência no Estado de Sergipe. MATERIAL E MÉTODOS Animais Neste trabalho foram analisados citogeneticamente oito exemplares de Leptodactylus fuscus e 36 de Leptodactylus latrans (Figura 2.1), provenientes dos municípios de Poço Redondo (9º S e 37 º O), Carira (10º S e 37 º O) e Tobias Barreto (11 o S e 38 º O) no Estado de Sergipe (Figura 2.2). Não foram encontrados, porém, indivíduos de L. fuscus em Carira, no período da coleta. Os espécimes foram coletados, no período de setembro de 2009 a julho de 2010, sendo a licença liberada pelo Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade (SISBIO) sob o número de processo vigente de 06/2009 a 08/2010. Todos os animais estão depositados na coleção herpetológica do Laboratório de Cordados - Herpetologia/Ictiologia do Departamento de Biologia, da Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, Sergipe. 38

42 (A) (B) Figura 2.1: Imagens de animais provenientes de Poço Redondo SE: (A) Leptodactylus fuscus; (B) Leptodactylus latrans. CRC de L. fuscus: 44 mm e CRC de L. latrans: 53 mm (Foto: Betejane de Oliveira). Figura 2.2: Área de estudo e sua localização relativa no Brasil e no Estado de Sergipe - municípios de Poço Redondo, Carira e Tobias Barreto. (Modificado, 39

43 Obtenção das metáfases e técnicas empregadas O procedimento laboratorial foi desenvolvido no Laboratório de Genética e Conservação de Recursos Naturais do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE. Os cromossomos metafásicos foram obtidos a partir do epitélio intestinal, devido à riqueza na quantidade de células em divisão mitótica, no procedimento in vivo, seguindo o protocolo de Schmid (1978), com pequenas modificações. Em cada espécime, foi administrada intraperitoneamente solução de colchicina a 1% (Sigma) na proporção aproximada de 0,1ml/10g de peso do animal. Após cerca de 4 horas, os animais foram anestesiados por via nasal, com altas dosagens de Lidocaína a 2% (Hipolabor- Sanval) e, em seguida, eutanasiados, para a retirada de todo o intestino, o qual foi aberto longitudinalmente e submetido a lavagens sucessivas com solução hipotônica de KCl 0,075M. Posteriormente, o intestino foi colocado em uma placa de Petri com 3ml da mesma solução para tratamento hipotônico durante 30 minutos, à temperatura ambiente. Após a hipotonização, o intestino foi transferido para outra placa de Petri contendo fixador Carnoy (metanol e ácido acético, na proporção 3:1), raspando-se a mucosa intestinal com auxílio de uma pequena espátula. Depois de 20 minutos, a suspensão foi transferida para um tubo de Eppendorf e centrifugada a 1000 rpm por 7min e descartado o sobrenadante. O pellet foi desmanchado com a pipeta Pasteur e o fixador foi adicionado vagarosamente, pipetando em seguida, para a lavagem das células. Tal procedimento foi realizado por mais duas vezes. Na última centrifugação o sobrenadante foi descartado, sendo adicionada quantidade de fixador suficiente para o preparo das lâminas. Técnica de Coloração Convencional (Giemsa) A coloração convencional foi realizada com corante Giemsa diluído em tampão fostato ph 6,8 durante 10 minutos. Em seguida, a lâmina foi lavada em água destilada e deixada para secar à temperatura ambiente. 40

44 Técnica de Marcação de Regiões Heterocromáticas (Banda C) A técnica de Banda C foi realizada segundo Sumner (1972), com algumas modificações. A lâmina foi colocada em solução 0,2N de ácido clorídrico à temperatura ambiente. Após 45 minutos foi lavada com água destilada e incubada em solução de hidróxido de bário octahidratado (Merck Chemicals) a 5%, à temperatura de 60 C, durante 37 segundos. Depois de lavada em água destilada, a lâmina foi mergulhada rapidamente em solução 1N de ácido clorídrico a 60 C e incubada em solução de 2xSSC por 45 minutos também a 60 C, em seguida, lavada novamente em água destilada. Por fim, a lâmina foi colocada em solução de Giemsa (Cinética - 2ml da solução comercial + 28ml de tampão fosfato de ph 6,8), durante 20 minutos e lavada em água destilada, deixando-se para secar à temperatura ambiente. Técnica de Marcação das Regiões Organizadoras de Nucléolo pelo Nitrato de Prata (Ag-RON) A técnica de Ag-RON foi baseada em Howell & Black (1980). A lâmina foi incubada em solução 1N de ácido clorídrico, a 60 C, durante 3 minutos. Sobre a lâmina seca, à temperatura ambiente, foi pingada uma gota de solução coloidal reveladora e, sobre ela, duas gotas de solução de nitrato de prata a 50% e, em seguida foi coberta com lamínula. Uma câmara úmida foi preparada usando uma placa de Petri forrada com papelfiltro, a 60 C, e a lâmina foi incubada durante aproximadamente 3 minutos. Em seguida, foi lavada em água destilada e corada em solução de Giemsa por 30 segundos. Foi lavada outra vez em água destilada e colocada para secar. Análise das lâminas e montagem do cariograma As lâminas foram analisadas em microscópio de luz e as metáfases foram fotografadas com sistema de câmera de vídeo digital Moticam 2500 (MOTICAM), juntamente com seu software para captura e análise de imagem, com objetiva de imersão de 100x. Os cromossomos homólogos foram emparelhados e classificados de acordo com Green & Sessions (1991, 2007). 41

45 RESULTADOS Leptodactylus fuscus As figuras 2.3 a 2.5 mostram os cariótipos de L. fuscus submetidos às colorações convencional, Bandamento C e Ag-RON, respectivamente. Os espécimes analisados de L. fuscus (8 animais) apresentaram número diploide 2n=22 cromossomos e número fundamental NF=44. O cariótipo é constituído por 2 pares de cromossomos grandes, 5 pares médios e 4 pares pequenos. Os pares 1, 5 e 6 são metacêntricos, os pares 2, 3 e 7 são submetacêntricos, o par 4 é subtelocêntrico e, por fim, os pares 8, 9, 10 e 11 que são metacêntricos ou submetacêntricos, apresentando morfologias de difícil definição (Figura 2.3). Nas populações de L. fuscus foi visualizada constrição secundária na região terminal do braço curto em ambos os homólogos do par 8. Nos animais das duas populações, a heterocromatina constitutiva foi encontrada na região centromérica/pericentromérica dos cromossomos e, em algumas metáfases, nas regiões intersticiais, em quantidades maiores ou menores, sendo estas diferenças de caráter interindividual (Figura 2.4). Os cromossomos do par 8 mostraram marcação na região adjacente à RON, na região proximal dos braços curtos. As regiões organizadoras de nucléolo (RONs) foram observadas na região intersticial do braço curto do par 8, coincidindo com o sítio da constrição secundária (Figura 2.5). 42

46 (A) (B) Figura 2.3: Cariogramas com coloração convencional: (A) Leptodactylus fuscus de Poço Redondo e (B) Leptodactylus fuscus de Tobias Barreto, SE. Notar constrição secundária no par cromossômico 8, indicada pela seta. 43

47 (A) (B) Figura 2.4: Padrão de distribuição de Banda C em (A) Leptodactylus fuscus de Poço Redondo e (B) Leptodactylus fuscus de Tobias Barreto, SE. Em (B), par cromossômico 4, observa-se variação na quantidade de heterocromatina entre os homólogos. (A) (B) (A.1) (B.1) Figura 2.5: Metáfases mostrando a localização das Ag-RONs (seta). (A) Leptodactylus fuscus de Poço Redondo e (B) Leptodactylus fuscus de Tobias Barreto, SE. Notar a presença de RONs no braço curto do par 8 (A.1 e B.1). 44

48 Leptodactylus latrans As figuras 2.6 a 2.8 mostram os cariótipos de L. latrans submetidos às colorações convencional, Bandamento C e Ag-RON, respectivamente. As três populações de L. latrans (A - Carira, B - Poço Redondo e C - Tobias Barreto) observadas mostraram número diploide 2n=22, com cromossomos metacêntricos, submetacêntricos ou subtelocênctricos e NF=44. Quanto à morfologia e tamanho cromossômico, o par 1 é metacêntrico grande, os pares 2 e 3 são representados por submetacêntricos grandes e médios, respectivamente, o par 4 é subtelocêntrico médio, os pares 5 e 6 são metacêntricos médios, o par 7 é submetacêntrico médio e os pares de 8 a 11 são submetacêntricos ou metacêntricos pequenos (Figura 2.6). Nos espécimes analisados, não se notou a presença de constrição secundária. Como mostra a figura 2.7, banda C centromérica/pericentromérica foi observada em todos os cromossomos da espécie nas duas populações; no entanto, marcações teloméricas foram evidentes somente na população de Tobias Barreto (B). Os pares 4, 7, 8 e 9, de indivíduos de Poço Redondo e Tobias Barreto, apresentaram blocos pericentroméricos nos braços curtos, com marcação C-positiva. Os pares 10 e 11 mostraram padrões equivalentes nos representantes de Tobias Barreto, com sutis marcações terminais nos braços curtos, enquanto que os mesmos pares na amostra de Poço Redondo não tiveram marcações evidentes. No geral, os espécimes de L. latrans de Tobias Barreto mostraram padrão de bandas mais acentuado e de resultado tecnicamente melhor entre os exemplares das localidades estudadas, porém, não foi possível obter dados de Banda C nos indivíduos procedentes de Carira. As regiões organizadoras de nucléolo foram observadas na região terminal dos braços curtos do par 8 (Figura 2.8) e, em alguns casos, identificou-se a presença de RONs em associação (Figura 2.8, B.1). 45

49 (A) (B) (C) Figura 2.6: Cariótipos em coloração convencional. (A) L. latrans de Carira, (B) L. latrans de Poço Redondo e (C) L. latrans de Tobias Barreto, SE. 46

50 (A) (B) Figura 2.7: Padrões de bandamento C em (A) Leptodactylus latrans de Poço Redondo e (B) Leptodactylus latrans de Tobias Barreto, SE. Notar associação entre os homólogos do par 8 em A. (A) (B) (A.1) (B.1) Figura 2.8: Metáfases destacando a localização das RONs (setas). (A) Leptodactylus latrans de Poço Redondo e (B) Leptodactylus latrans de Tobias Barreto, SE. Destaque: A.1, RONs no braço curto do par 8; B.1, presença de RONs associadas. 47

51 DISCUSSÃO Informações baseadas no estudo da fauna de répteis e anfíbios da Caatinga são essenciais para a compreensão da história do atual ecossistema. Deste modo, dados sistemáticos da herpetofauna de áreas geográficas abrangentes devem contribuir para o início de um aprendizado sobre os padrões e processos que afetaram historicamente alguns dos espaços geográficos da Caatinga e ampliar as medidas de conservação contemporâneas (Rodrigues, 2005). Espécies de Leptodactylidae possuem ampla distribuição geográfica, com ocorrência em quase todo o Brasil. A maioria dos trabalhos de citogenética com anfíbios da fauna brasileira são da década de 1970, realizados apenas com coloração convencional (Beçak, 1968; Beçak et al., 1970; Denaro, 1972). Nos últimos anos, no entanto, alguns trabalhos já foram desenvolvidos, utilizando-se várias técnicas de coloração diferencial (Kasahara et al., 1998; Silva et al., 2000; Lourenço et al., 2003, Amaro-Ghilardi et al., 2006; Arruda & Morielle-Versute, 2008; Campos, et al., 2009; Paiva et al., 2010). No presente estudo, foram analisados cariótipos de duas espécies de Leptodactylus, as quais apresentaram número diplóide 2n=22, número fundamental NF=44 e cromossomos metacêntricos, submetacêntricos ou subtelocêntricos. Pela primeira vez, foi realizado um trabalho citogenético, utilizando-se técnicas de coloração convencional, Banda C e Ag-RON, com as espécies L. fuscus e L. latrans do Estado de Sergipe. Os representantes da família Leptodactylidae possuem número diploide que variam de 2n=18 a 2n=26, porém há uma predominância de 2n=22. Esse número é quase que exclusivo das espécies de Leptodactylus, as quais possuem cariótipos altamente semelhantes incluindo cromossomos morfologicamente classificados como metacêntricos e submetacêntricos, como observado no presente estudo. Contudo, Amaro-Ghilardi et al. (2006) encontrou variação no número diploide de Leptodactylus ao analisar o cariótipo de Leptodactylus silvanimbus que possui 2n=24. Em estudo realizado por Campos et al. (2009) as espécies L. cf. marmoratus, Leptodactylus sp. (aff. Bokermanni) e L. hylaedactylus, anteriormente incluídas no gênero Adenomera, apresentaram, respectivamente, 2n=24, 2n=23 e 2n=26, diferentemente do observado até então para o 48

52 gênero Leptodactylus, que possui número diploide característico 2n=22 (Beçak et al., 1970; Silva et al., 2000; Silva et al., 2004; Amaro-Ghilardi et al., 2004; Silva et al., 2006). A constituição cariotípica dos espécimes de L. fuscus e L. latrans aqui estudados, mostrou-se semelhante à descrita por Arruda & Morielle-Versute (2008), Silva et al. (2000) e Amaro-Ghilardi et al. (2006), ainda que a nomenclatura da morfologia dos cromossomos não seja a mesma. Em determinados grupos taxonômicos é comum a conservação dos cariótipos; deste modo, todas as espécies do mesmo gênero possuem idêntico cariótipo modal, podendo ser indistinguível, mesmo com a utilização de algumas técnicas de coloração diferencial. Nas duas populações de L. fuscus foi observada constrição secundária evidente na região terminal do braço curto do par cromossômico 8, coincidindo com o sítio da Ag- RON. Entretanto, nos espécimes de L. latrans analisados não se visualizou tal estrutura. Em espécies muito próximas, o padrão de banda C pode ser diferente no que diz respeito à quantidade de heterocromatina, números de bandas, localização e propriedades de coloração da heterocromatina, o que pode corresponder a um importante caráter citotaxonômico e sugerir possíveis rearranjos cromossômicos ocorridos na evolução do grupo em questão (Sumner, 1990). Tanto em L. fuscus como em L. latrans, o padrão de banda C é centromérico. Porém, a heterocromativa constitutiva predominantemente centromérica/pericentromérica foi encontrada em todas as amostras das duas espécies, além de marcações adicionais em alguns cromossomos, como nas regiões teloméricas, intersticiais ou ainda no sítio das Ag-RONs. Em L. fuscus não foram encontradas diferenças populacionais nos padrões de bandas C. As regiões teloméricas não foram marcadas, situação observada também por Silva et al. (2000) em indivíduos de Rio Claro, SP. Os cromossomos homólogos do par 4 da amostra de Tobias Barreto tiveram quantidade variável de heterocromatina, característica típica das bandas C, quando se observa os homólogos de um mesmo par (Kasahara, 2009). Diferenças na quantidade e distribuição da heterocromatina têm sido essencial para caracterizar espécies e subespécies de anfíbios (Matsui et al., 1985). O padrão de distribuição de heterocromatina em L. latrans de Tobias Barreto foi semelhante 49

53 ao descrito por Amaro-Ghilardi et al. (2006) em espécimes de Igarassu (PE), que apresentou nos pares 4, 7, e 8 blocos pericentroméricos nos braços curtos, com marcação C-positiva. Em estudo realizado com três populações de L. latrans (Rio Claro, SP; Santa Maria, RS e Guaratuba, PR), Silva et al. (2000) observaram três distintos padrões de distribuição de heterocromatina, porém estes resultados não foram atribuídos a diferentes formas taxonômicas; eles são sugestivos da variação geográfica do cariótipo ou até mesmo estarem relacionados com a idéia de um complexo de espécies, já que indivíduos de L. latrans podem também se distinguir pela morfologia externa, bioacústica e hábitat (Silva et al., 2006). Segundo Kasahara (2009) é possível encontrar variações de bandas C entre indivíduos de uma mesma espécie ou população, ou ainda, estas podem diferenciar populações de uma mesma espécie. A técnica Ag-RON pode, eventualmente, marcar os telômeros, os cinetócoros e também outras regiões, em geral de DNA repetido, dos cromossomos, fazendo com que tais marcações sejam confundidas com a das regiões organizadoras de nucléolo (Kasahara, 2009). As espécies apresentam, geralmente, somente um par de Ag-RON (Schmid et al., 1990). É o que ocorre com o gênero Leptodactylus, que tem RONs localizados sempre no par 8 (Lisanti et al., 1990; Silva et al., 2000, 2004; Baldo, 2002; Amaro-Ghilardi, 2004). Porém, Amaro-Ghilardi (2005) os localizou também no par 4 em L. petersii. Nos espécimes de L. fuscus analisados aqui, as RONs foram visualizadas na região intersticial do braço curto do par 8, coincidindo com o sítio da constrição secundária. Enquanto que em L. latrans as RONs foram observadas na região terminal também do braço curto do par 8, com uma pequena região eucromática no final da constrição, o mesmo encontrado por Amaro-Ghilardi (2005) e Silva et al., (2000). As espécies aqui analisadas apresentaram padrões cariotípicos bastante similares aos já descritos na literatura, com exemplares de diferentes localidades, porém com diferenças na Banda C. Contudo, novos padrões tendem a ser descobertos à medida que outros estudos de citogenética sejam realizados em Leptodactylus, principalmente por meio de técnicas mais refinadas capazes de identificar marcadores cromossômicos espécie- 50

54 específicos, assim como, abordando novas localidades no Estado de Sergipe, a fim de esclarecer as relações evolutivas e taxonômicas do grupo. CONCLUSÃO As espécies L. fuscus e L. latrans analisadas no presente estudo apresentaram número diplóide 2n=22, com cromossomos metacêntricos, submetacêntricos e subtelocêntricos. Comparando os cariótipos das populações de L. fuscus com os de L. latrans não foi observada variação significativa. Em L. fuscus não foram observadas variações interpopulacionais com relação à Banda C. Entretanto, foram identificadas algumas diferenças nos padrões de bandamento entre as amostras de L. latrans de Tobias Barreto e Poço Redondo, assim como entre exemplares já descritos em outros estudos e localidades, o que pode sugerir que as espécies em questão, apresentando ampla distribuição geográfica, façam parte de um complexo de espécie ou que estejam em processo de diferenciação. As informações geradas no presente estudo ampliaram o conhecimento sobre as espécies L. fuscus e L. latrans presentes no Estado de Sergipe, apresentando pela primeira vez dados citogenéticos sobre essas espécies. Porém, para responder mais diretamente as questões levantadas aqui, outras metodologias como as moleculares, sistemáticas, ecológicas, dentre outras, devem ser empregadas, assim como a avaliação de outras localidades no Estado de Sergipe, que possam fornecer informações sobre a sistemática e evolução das espécies analisadas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGOSTINHO, C.A. Caracterização de populações de rã-pimenta Leptodactylus labyrinthicus (Spix, 1824) e avaliação de seu desempenho em cativeiro. Unpublished Ph.D. thesis, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos

55 AMARO-GHILARDI, R.C.; RODRIGUES, M.T. & YONENAGA-YASSUDA, Y. Chromosomal studies after differential staining and fluorescence in situ hybridization using telomeric probe in three Leptodactylus species (Leptodactylidae, Anura). Caryologia 57: AMARO-GHILARDI, R.C. Estudos citogenéticos comparativos em 26 espécies da família Leptodactylidae (Amphibia, Anura). São Paulo - SP. Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, Departamento de Biologia. 162 p. Tese Doutorado AMARO-GHILARDI, R.C.; SKUK, G.; SÁ, R.O.; RODRIGUES, M.T; et al. Karyotypes of eight species of Leptodactylus (Anura, Leptodatylidae) with a description of a new karyotype for the genus. Phyllomedusa 5: ANGULO A.; COCROFT, R.B. & REICHLE, S. Species identity in the genus Adenomera (Anura: Leptodactylidae) in southeastern Peru. Herpetologica 59: ARRUDA, M.P. & MORIELLE-VERSUTE, E. Cytogenetic and random amplified polymorphic DNA analysis of Leptodactylus species from rural and urban environments (Anura, Amphibia). Genetics and Molecular Research 7 (1): BALDO, J. Estudios cromossómicos de las especies argentinas del género Leptodactylus Fitzinger 1826 (Amphibia, Anura). Unpublished Ph.D. thesis, Baldo, J.D., Argentina BEÇAK, M.L. Chromosomal analysis of eighteen species of Anura. Caryologia 21: BEÇAK, M.L., DENARO, L. & BEÇAK, W. Polyploidy and mechanisms of karyotypic diversification in Amphibia. Cytogenetics 9: BIANCHI, N.O.; BIANCHI, M. & VIDAL-RIOJA, L. Heterochromatin late replication and secondary constrictions in the chromosome complement of Leptodactylus ocellatus. J. Gerontol. A. Biol. Sci. Med. Sci. 26:

56 BOGART, J.P. A Karyosystematic study of frogs in the genus Leptodactylus (Anura: Leptodactylidae). Copeia 3: CAMARGO, A.; DE SÁ, R.O. & HEYER, W.R. Phylogenetic analyses of mtdna sequences reveal three cryptic lineages in the widespread neotropical frog Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) (Anura, Leptodactylidae). Biol. J. of the Linnean Society 87, , CAMPOS, J.R.C.; ANANIAS, F.; BRASILEIRO, C.A.; YAMAMOTO, M.; HADDADd, C.F.B & KASAHARA, S. Chromosome evolution in three Brazilian Leptodactylus species (Anura, Leptodactylidae), with phylogenetic considerations. Hereditas 146: DENARO, L. Karyotypes of Leptodactylidae anurans. J. Herpetology. 6: DE SÁ, R.O.; LANGONE, J.A. & SEGALLA, M.V. The tadpole of Leptodactylus notoaktites Heyer, 1978 (Anura, Leptodactylidae). S. Am. J. Herpetol. 2(1): FORD, L.S. & CANNATELLA, D.C The major clades of frogs. Herpetol. Monog. 7: FROST, D.R. Amphibian species of the world. A taxonomic and geographical reference. Lawrence, Allen Press, The Association of Systematics Collections. 732p FROST, D. R.; GRANT, T.; FAIVOVICH, J.; BAIN, R.H.; HAAS, A.; HADDAD, C.F.B.; De SÁ, R.O.; et al. The Amphibian tree of life. Bulletin of The American Museum of Natural History. 297: FROST, D. R. Amphibian Species of the World: an Online Reference. Version 5.5 (31 January, 2011). Electronic Database accessible at 08/02/ Museum of Natural History, New York, USA

57 GRANT, T.; FROST, D.R.; CALDWELL, J.P.; GAGLIARDO, R.; HADDAD, C.F.B.; KOK, P.J.R.; MEANS, D.B.; NOONAN, B.P.; SCHARGEL, W.E. & WHEELER, W.C. Phylogenetic systematics of dart-poison frogs an their relatives (Amphibia: Athesphatanura: Dendrobatidae). Bull. Am. Mus. Nat. Hist. 299: GREEN, D.M. & SESSIONS, S.K. eds. Amphibian Cytogenetics and Evolution. San Diego: Academic Press GREEN, D.M. & SESSIONS, S.K. Karyology and cytogenetics. In: Heatwole H, ed. Amphibian Biology, vol. 7. Chipping Norton Australia: Surrey Beatty & Sons, pp HEDGES, S.B.; DUELLMAN, W.E. & HEINICKE, M.P. New World direct-developing frogs (Anura: Terrarana): Molecular phylogeny, classification, biogeography, and conservation. Zootaxa 1737: HEYER, W.R. Studies on the genus Leptodactylus (Amphibia, Leptodactylidae) III. A redefinition of the genus Leptodactylus and a description of a new genus of Leptodactylid frogs. Contrib Sci Natur Hist Mus Los Angeles County 155: HEYER, W.R. A preliminary analysis of the intergeneric relationships of the frog family Leptodactylidae. Smithsonian Contributions to Zoology. 199: HEYER, W.R. The relationships of Leptodactylus diedrus (Anura, Leptodactylidae). Alytes 16: HEYER, W.R. Variation and taxonomic clarification of the large species of the Leptodactylus pentadactylus species group (Amphibia: Leptodactylidae) from Middle America, northern South America, and Amazonia. Arquiv. Zool. 37: HOWELL, W.M. & BLACK, D.A. Controlled silverstaining of nucleolus organizer regions with a protective colloidal developer: 1-step method. Experientia 36:

58 KAISER, H.; MAIS, C.; BOLAÑOS, F. & STEINLEIN, C. Chromosomal investigation of three Costa Rican frogs from the 30-chromosome radiation of Hyla with the description of a unique geographic variation in nucleolus organizer regions. Genetica 98: KASAHARA, S.; SILVA, A.P.Z. & HADDAD, C.F.B. Chromosome banding in three species of Brazilian toads (Amphibia- Bufonidae). Braz. J. Genet. 19: KASAHARA, S.; SILVA, A.P.Z. & GRUBER, S.L. Use of lymphocyte cultures for BrdU replication banding patterns in anuran species (Amphibia). Genetics and Molecular Biology 21: KASAHARA, S. Introdução à pesquisa em citologia de vertebrados. Ribeirão Preto, SP: Sociedade Brasileira de Genética, 160p KING, M. Amphibia. In: Animal Cytogenetics. Amphibia, 4. Chordata 2. Edited by B. John. Gerbruder Borntraeger, Berlin. 241pp KWET, A.; DI-BERNARDO, M. & GARCIA, P.C.A. The taxonomic status of Leptodactylus geminus Barrio, J. Herpetology. 35: KURAMOTO, M. A list of chromosome numbers of anuran amphibians. Bull. Fukuoka Univ. Educ. 39: LARSON, P.M. & De SÁ, R.O. Chondrocranial morphology of Leptodactylus larvae (Leptodactylidae: Leptodactylinae): its utility in phylogenetic reconstruction. J. Morphology 238: LAVILLA, E.O.; LANGONE, J.A.; CARAMASCHI, U.; HEYER, W.R. & DE SÁ, R.O. The identification of Rana ocellata Linnaeus, Nomenclatural impact on the species currently known as Leptodactylus ocellatus (Leptodactylidae) and Osteopilus brunneus (Gosse, 1851) (Hylidae). Zootaxa 2346:

59 LEVAN, A.; FREDGA, K. & SABDBERG, A.A. Nomenclature for centromeric position on chromosomes. Hereditas. 52: LISANTI, J.A.; DE BARALE, G.D.; OINNA-SENN, E. & STOCKERT, J.C. A specimen of Leptodactylus ocellatus (Anura, Leptodactulidae) heterozygous for a deletion of the nucleolar organizing region. Comunicaciones Biologicas 9: LOURENÇO, L.B.; GARCIA, P.C.A. & RECCO-PIMENTEL, S.M. Intrageneric karyotypic divergence in Scythrophrys (Anura, Leptodactylidae) and new insights on the relationship with the leptodactylid Paratelmatobius. The Italian J of Zoology 70: LUCAS, E.M.; BRASILEIRO, C.A.; OYAMAGUCHI, H.M. & MARTINS, M. The reproductive ecology of Leptodactylus fuscus (Anura, Leptodactylidae): new data from natural temporary ponds in the Brazilian Cerrado and a review throughout its distribution. J. Nat. Hist. 42(35-36): LYNCH, J.D. Evolutionary relationships, osteology, and zoogeography of leptodactyloid frogs. The University of Kansas Museum of Natural History Miscellaneous Publication. 53: Mapas de Sergipe. Disponível em < acessado em Abr., MATSUI, M.; SETO, T.; KOHSAKA, Y. & BORKIN, L.J. Bearing of chromosome C- banding patterns on the classification of Eurasian toads of the Bufo bufo complex. Amphibia-Reptilia 6: PAIVA, C.R.; NASCIMENTO, J.; SILVA, A.P.Z.; BERNARDE, P.S. & ANANIAS, F. Karyotypes and Ag-NORs in Phyllomedusa camba De La Riva, 1999 and P. rhodei Mertens, 1926 (Anura, Hylidae, Phyllomedusinae): cytotaxonomic considerations., Italian Journal of Zoology, 77:1,

60 RODRIGUES, M.T. Herpetofauna da Caatinga, p In: LEAL, I.R.; TABARELLI, M.; SILVA, J.M.C. Ecologia e Conservação da Caatinga. 2ª Ed. Recife: Ed.Universitária da UFPE RUIZ, I.R.; CEIS, J.M. & BECAK, W. Chromosomal evolution in allopatric populations of the Odontophrynus occidentalis group (Amphibia, Anura) from western Argentina. Cytogenet. Cell Genet. 33: SCHIMID, M. Chromosome banding in Amphibia. I. Constitutive heterochromatin and nucleolus organizer regions in Bufo and Hyla. Chromosoma. 66: SCHIMID, M; STEILEIN, C; NANDA, I. & EPPLEN, J.T. Chromosome banding in Amphibia. In: Cytogenetics of Amphibians and Reptiles. Olmo, E. (ed.) Birkhauser SILVA, A.P.; HADDAD, C.F. & KASAHARA, S. Chromosomal studies on five species of the genus Leptodactylus Fitzinger, 1826 (Amphibia, Anura) using differential staining. Cytobios 103: SILVA, A.P.Z.; GARCIA, P.C.A.; MARTINS, V.G.; BACCI, M. & KASAHARA, S. Chromosomal and molecular analyses of Leptodactylus gracilis gracilis, L. gracilis delattini, and L. plaumanni (Anura, Leptodactylidae): taxonomic implications. Amphibia- Reptilia 25: SILVA, W.R.; GIARETTA, A.A. & FACURE, K.G. On the natural history of the South American pepper frog, Leptodactylus labyrinthicus (Spix, 1824) (Anura: Leptodactylidae). J. Nat. Hist. 39(7): SILVA, A.P.Z.; HADDAD, C.F.B.; GALASSIL, G.G. & KASAHARA, S. Multiple nucleolus organizer regions in Leptodactylus mystacinus (Amphibia, Anura) and comments on its systematic position in the L. fuscus group based on cytogenetic and molecular analyses. Genetica 127:

61 SUMNER, A.T. A simple technique for demonstrating centromeric heterochromatin. Exp. Cell Res. 75: SUMNER, A.T. C-banding and related methods. In: Chromosome banding. Unwin Hyman Ed. London,

62 Capítulo 3 Análise morfométrica 59

63 Análise morfométrica de populações de Leptodactylus fuscus Schneider, 1799 e Leptodactylus latrans Steffen, 1815 (Anura, Leptodactylidae) Betejane de Oliveira Núcleo de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação Departamento de Biologia, Laboratório de Genética e Conservação de Recursos Naturais, Universidade Federal de Sergipe. CEP São Cristóvão, SE, Brasil. ABSTRACT Anurans are widely distributed geographically, concentrating mainly in the Neotropical region. The species Leptodactylus fuscus and Leptodactylus latrans are found in the state of Sergipe in the Caatinga biome. There is a lack of basic information about the biology, ecology and ethology of these species. Thus, the present study was based on the analysis of morphometric data from three populations of L. fuscus and L. latrans from Sergipe, in order to ascertain the level of intra-and interspecific variations in these species and their localities. For the morphometric analysis, there were used 72 individuals of which 21 measures were taken. Morphometric analysis allowed to identify variations among different populations of L. latrans, however, the same was not observed in populations of L. fuscus. These findings suggest the existence of a considerable adaptive plasticity in L. latrans, which can occur, for example, due to the different environments exploited by this species. Keywords: Cytogenetic, morphometry, Leptodactylus fuscus, Leptodactylus latrans, Caatinga. 60

64 RESUMO Os anuros possuem ampla distribuição geográfica, concentrando-se principalmente na região Neotropical. As espécies Leptodactylus fuscus e Leptodactylus latrans são encontradas no Estado de Sergipe no bioma Caatinga. Há carência de informações básicas sobre a biologia, ecologia, e etologia nestas espécies. Assim, o presente trabalho baseou-se na análise de dados morfométricos de três populações de L. fuscus e de L. latrans de Sergipe, a fim de verificar o nível de variação intra e interespecífica destas espécies e suas localidades. Para a análise morfométrica foram utilizados 72 indivíduos dos quais foram tomadas 21 medidas. As análises morfométricas permitiram identificar variações entre as diferentes populações de L. latrans, contudo, o mesmo não foi observado nas populações de L. fuscus. Os resultados desse trabalho permitem sugerir a existência de uma considerável plasticidade adaptativa em L. latrans, que pode ocorrer, por exemplo, em função dos diferentes ambientes explorados pela espécie. Palavras-chave: Morfometria, Caatinga, Leptodactylus latrans, Leptodactylus fuscus. 61

65 INTRODUÇÃO A classe Amphibia está dividida em três ordens (Anura, Caudata e Gymnophiona), sessenta e uma famílias e 6771 espécies. A ordem Anura é a mais representativa, com 49 famílias e 5966 espécies, seguida por Caudata com nove famílias e 619 espécies e Gymnophiona com apenas três famílias e 186 espécies (Frost, 2011). Inicialmente a família Leptodactylidae foi dividida em quatro subfamílias (Ceratophryinae, Hylodinae, Leptodactylinae e Telmatobiinae) e considerada como um grupo parafilético, já que a mesma não apresentava sinapomorfias evidentes (Frost, 1985; Ford & Cannatella, 1993), além de ser classificada como uma das famílias com maior diversidade entre os anuros, continha 1243 espécies, a maioria alocada na subfamília Eleutherodactylinae (Frost et al., 2006). Contudo, de acordo com a última atualização do catálogo on-line das espécies de anfíbios de Frost (2011), a família Leptodactylidae compreende quatro gêneros (Hydrolaetare, Leptodactylus, Paratelmatobius e Scythrophrys) e 100 espécies, com distribuição principalmente na região Neotropical. Os representantes são, em geral, de pequeno e médio porte, insetívoros, terrestres ou semiaquáticos e de atividade noturna. Devido ao grande número de espécies e à variação morfológica dos animais, incluindo variação no padrão de coloração, dentre outras características, as relações filogenéticas em anfíbios não estão bem estabelecidas e têm sido objeto de estudo de várias pesquisas, provocando diversas mudanças taxonômicas dentro dos grupos (Angulo et al., 2003; Heyer, 2005; Frost et al., 2006; Grant et al., 2006; Hedges et al., 2008; Guayasamin et al., 2009). Diversas tentativas de agrupamento já foram realizadas (Lynch, 1971; Heyer, 1975, Frost, 1985), porém, ainda há controvérsias de classificação entre as espécies. O gênero Leptodactylus (Fitzinger, 1826) compreende 89 espécies distribuídas no Sul da América do Norte, América do Sul e nas Índias Ocidentais (Frost, 2011). As espécies de Leptodactylus foram divididas baseadas em morfometria e comportamento, em cinco grupos de espécies: L. fuscus, L. melanonotus, L. ocellatus, L. pentadactylus e L. marmoratus (Heyer, 1969). 62

66 A espécie Leptodactylus fuscus, conhecida popularmente como rã-assobiadeira, apresenta focinho longo e obtuso em vista dorsal; alguns espécimes podem apresentar uma linha dorsal clara e a íris é sempre bronze (Bastos et al., 2003). O dorso é castanho esverdeado, com seis pregas longitudinais e pequenas manchas negras, possuem porte médio para o gênero, possuindo os machos 44 a 47 mm e as fêmeas 45 a 47 mm (Lima et al., 2006). Esta rã é uma espécie terrestre e noturna, encontrada em campos abertos, savanas, pastagens, áreas pantanosas, florestas degradadas e habitat urbanos (Reynolds et al., 2004). Sua distribuição é ampla na América do Sul e Central, sendo encontrada desde o Panamá até a Argentina (Frost, 2011). Leptodactylus latrans é considerada uma rã de grande porte, os machos podem medir entre 90 e 120 mm, enquanto que as fêmeas medem entre 80 e 110 mm, possuem dorso escuro, cinzento, oliváceo ou castanho avermelhado, com grandes ocelos negros dispostos irregularmente. Esta espécie é frequentemente encontrada em lagoas, lagos ou áreas alagadas, onde a desova é depositada em grandes ninhos de espuma. É uma espécie carnívora e sua dieta consiste de insetos, aracnídeos, miriápodes e anelídeos (AmphibiaWeb, 2011). Sua distribuição geográfica abrange toda a América do Sul Cisandina (Rangel & Ferreira, 2007). Diferentes fenótipos são frequentemente observados em indivíduos de uma única espécie que habitam regiões geográficas distintas ou que são expostos a várias condições ambientais (Gould & Johnston, 1972). A análise da variabilidade geográfica intraespecífica da morfologia revelou, em muitas situações, grande variação no tamanho corporal entre os anfíbios (Babik & Rafinski, 2000; Castellano et al., 2000). A morfometria é definida como o estudo da forma e sua relação com o tamanho. Diversas disciplinas têm utilizado em seus estudos a morfometria como ferramenta. Os taxonomistas empregam estudos morfométricos para mensurar as diferenças existentes entre espécies. Os ecólogos relacionam a forma e o tamanho de um organismo com aspectos como alimentação, uso do microhábitat, dentre outros, sempre enfatizando que a morfometria de um indivíduo é o resultado final de sua evolução. Já os geneticistas, especialmente os quantitativos, se interessam em medir a herdabilidade de caracteres morfométricos (Peres-Neto, 1995). 63

67 Os métodos da morfometria podem ser utilizados para a percepção de diferenças sutis entre populações (Reyment et al., 1981), por meio de medidas corporais padrão para cada espécie (ver Figura 3.3). Em estudos de diferenciação morfométrica, no contexto de hipóteses históricas, a morfometria tem um papel peculiar que é o de descrever a natureza da variação morfológica. Contudo, este tipo de análise não é comum, pois necessita de hipóteses filogenéticas deduzidas de fontes diferentes daquelas utilizadas na morfometria. Já os métodos que utilizam análises matriciais e os que são estritamente geométricos serão essenciais tanto nos estudos de mecanismos e padrões de diversificação a nível de organismo como no estudo de processos de estabilidade evolutiva (Reis, 1988). A morfometria multivariada é importante na percepção de diferenças, assim como no estudo das variações de caracteres quantitativos (Cavalcanti & Lopes, 1993). O desenvolvimento de métodos de análise multivariada e a disponibilidade de pacotes estatísticos têm auxiliado na avaliação da diferença integrada do organismo e comparações de formas e estruturas, as quais são indispensáveis ao estudo da sistemática (Neff & Marcus 1980; Reyment, 1985). Dentre as técnicas multivariadas mais aplicadas a ecologia e sistemática estão as análises de componentes principais e a análise das funções discriminantes (Peres-Neto, 1995). Estudos utilizando morfometria em diferentes espécies têm sido realizados com a finalidade de investigar os padrões de variação morfológica entre grupos ou populações podem ser encontrados na literatura (Querino & Zucchi, 2004; Cabral et al., 2004; Absalão et al., 2005; Silva et al, 2008; Da Silva et al., 2009; Napoli et al., 2009). No entanto, trabalhos com anuros, em especial L. fuscus e L. latrans são escassos. No Estado de Sergipe foram observadas diferenças morfométricas, principalmente em tamanho, em amostras populacionais de L. fuscus e L. latrans. Esta observação levanta duas possibilidades: 1) que essas diferenças sejam apenas variações fenotípicas adaptativas às localidades onde as espécies se encontram ou 2) de que sejam espécies distintas dos complexos L. fuscus e L. latrans. Assim, este trabalho teve como objetivo caracterizar morfometricamente amostras populacionais de L. fuscus e L. latrans do Estado de Sergipe, na tentativa de responder a essas questões. 64

68 MATERIAL E MÉTODOS Animais Os exemplares de Leptodactylus fuscus e Leptodactylus latrans, utilizados neste trabalho, (Figura 3.1 e Tabela 3.1) foram provenientes dos municípios de Carira (10º S e 37 º O), Poço Redondo (9º S e 37 º O) e Tobias Barreto (11 o S e 38 º O), todos pertencentes ao Estado de Sergipe (Figura 3.2). (A) (B) Figura 3.1: Imagens de animais provenientes da Unidade de Conservação Estadual Monumento Natural Grota do Angico do município de Poço Redondo SE: (A) Leptodactylus latrans; (B) Leptodactylus fuscus. CRC de L. fuscus: 44 mm e CRC de L. latrans: 53 mm (Foto: Betejane de Oliveira). 65

69 Figura 3.2: Área de estudo e sua localização relativa no Brasil e no Estado de Sergipe - municípios de Poço Redondo, Carira e Tobias Barreto. (Modificado, Tabela 3.1: Relação das espécies, localidade, sexo e número de exemplares analisados. Espécie Localidade Sexo N. de exemplares Leptodactylus fuscus Poço Redondo - SE Macho 3 Indeterminado 5 Tobias Barreto - SE Macho 4 Fêmea 6 Leptodactylus latrans Carira - SE Macho 10 Fêmea 11 Poço Redondo - SE Macho 10 Fêmea 11 Indeterminado 4 Tobias Barreto - SE Macho 4 Fêmea 4 66

70 Análises Morfométricas Para a análise morfométrica foram utilizados 72 indivíduos (21 de Carira, 33 de Poço Redondo, e 18 de Tobias Barreto) (Tabela 3.1), dos quais foram tomadas 21 medidas com o auxílio de um paquímetro digital (Digimess, precisão de 0,01 mm): comprimento (CC), altura (ACA) e largura da cabeça (LCA); distâncias olho-narina (DON), interocular (DIO) e internasal (DI), diâmetros do olho (DO) e do tímpano (DT); comprimento rostrocloacal (CRC); altura (ACO) e largura do corpo (LC), comprimento (CB) e largura do braço (LB); comprimento (CAB) e largura do antebraço (LAB); comprimento (CCX) e largura da coxa (LCX); comprimento (CPE) e largura da perna (LPE); e comprimentos da mão (CM) e do pé (CP) (Figura 3.3). Figura 3.3: Características morfológicas: CC, comprimento da cabeça; ACA, altura da cabeça; LCA, largura da cabeça; DON, distância olho-narina; DIO, distância interocular; DO, diâmetro do olho; DI, distância internasal; DT, Diâmetro do tímpano; CRC, comprimento rostro-cloacal; ACO, altura do corpo; LC, largura do corpo; LB, largura do braço; CB, comprimento do braço; LAB, largura do ante-braço; CAB, comprimento do ante-braço; CM, comprimento da mão; LCX, largura da coxa; CCX, comprimento da coxa; LPE, largura da perna; CPE, comprimento da perna; CP, comprimento do pé (Desenho: Betejane de Oliveira). 67

71 Antes das análises todas as variáveis morfométricas foram log 10 -transformadas visando aproximar a amostra de uma distribuição normal e reduzir os efeitos de escala. Os tamanhos (CRC) dos espécimes e suas massas foram comparados por análises de variância (ANOVA) para dois fatores (espécie e área), seguido do teste de Tukey. Uma Análise de Componentes Principais (ACP) dos dados morfológicos log 10 - transformados foi realizada para distinguir possíveis grupos ecomorfológicos e identificar quais variáveis melhor explicam os agrupamentos. Para refinar um pouco mais as informações, os dois primeiros componentes principais foram testados separadamente por análises de variância, também para dois fatores (espécies e área), seguidas do teste de Tukey. O primeiro eixo (eixo isomérico), gerado a partir da Análise de Componentes Principais, representa a contribuição de todas as variáveis morfométricas em relação aquilo que chamamos de tamanho. Já o segundo eixo (eixo alométrico) refere-se à contribuição das variáveis morfométricas na forma dos organismos (Peres-Neto, 1995). Todos os dados foram armazenados em planilhas do Excel 2007 e as análises realizadas no programa Systat 12.0 (Wilkinson, 1990). O nível de significância adotado para os testes de hipóteses foi de 5%. Todos os animais foram depositados na Coleção Herpetológica da Universidade Federal de Sergipe (CHUFS), São Cristóvão, Sergipe. RESULTADOS Um resumo da morfometria dos 72 espécimes de L. fuscus e L. latrans dos municípios de Carira, Poço Redondo e Tobias Barreto, Estado de Sergipe está disponível na Tabela

72 Tabela 3.2: Estatística descritiva das variáveis morfométricas de indivíduos de L. fuscus e L. latrans dos municípios de Carira, Poço Redondo e Tobias Barreto, Estado de Sergipe, Brasil. Medidas lineares são dadas em milímetros e a massa em gramas. Leptodactylus fuscus Leptodactylus latrans Variáveis Poço Redondo Tobias Barreto Carira Poço Redondo Tobias Barreto Média ± dp Mín. - Máx. Média ± dp Mín. - Máx. Média ± dp Mín. - Máx. Média ± dp Mín. - Máx. Média ± dp Mín. - Máx. Massa 7,6 ± 0,9 6,0-9,0 7,9 ± 1,3 6,2-10,0 27,9 ± 13,6 6,0-59,0 14,7 ± 11,5 4,0-39,0 36,2 ± 21,1 12,0-77,0 Comprimento rostro-cloacal 44,3 ± 2,7 40,9-48,3 44,0 ± 1,7 42,0-48,0 64,7 ± 10,7 43,4-92,2 53,3 ± 12,7 36,0-74,2 73,1 ± 14,4 53,0-98,5 Largura do corpo 18,2 ± 3,5 13,8-23,6 19,7 ± 2,7 13,2-23,0 29,8 ± 10,0 19,2-68,4 21,1 ± 7,2 8,8-34,7 33,4 ± 12,8 16,0-58,0 Altura do corpo 13,0 ± 2,2 9,5-16,6 14,8 ± 2,1 12,0-18,5 18,2 ± 5,5 7,9-29,7 11,5 ± 3,3 7,2-18,4 23,8 ± 7,3 13,0-31,8 Comprimento da cabeça 13,4 ± 1,2 11,8-15,7 13,7 ± 1,8 11,1-16,2 20,0 ± 4,0 13,7-30,9 16,1 ± 4,4 3,8-26,0 23,0 ± 4,8 17,1-31,5 Largura da cabeça 16,0 ± 1,0 14,2-17,0 15,2 ± 0,9 14,2-17,2 22,5 ± 3,5 15,6-29,9 18,4 ± 4,1 12,8-26,7 24,8 ± 5,6 16,5-33,8 Altura da cabeça 12,5 ±2,2 8,2-15,1 11,0 ± 1,4 9,5-13,5 14,3 ± 2,7 8,8-18,9 11,0 ± 2,7 7,8-17,2 16,0 ± 4,3 10,0-23,0 Diâmetro do tímpano 3,4 ± 0,3 2,9-3,8 3,6 ± 0,6 3,0-5,0 5,2 ± 0,7 3,7-6,6 4,4 ± 0,8 3,1-6,0 6,2 ± 1,2 4,8-8,2 Distância inter-ocular 6,7 ± 1,0 5,7-8,4 6,6 ± 0,5 6,1-7,5 10,2 ± 1,9 5,9-16,9 8,7 ±1,9 3,5-12,1 10,4 ± 1,8 8,0-13,0 Distância olho-narina 4,8 ± 0,5 4,0-5,8 4,5 ± 0,4 3,5-5,1 6,6 ± 1,4 3,5-11,6 6,0 ± 1,2 3,8-8,2 14,1 ± 18,9 6,0-61,0 Diâmetro do olho 5,2 ± 0,5 4,6-6,3 5,4 ± 0,8 4,2-6,5 6,9 ± 1,5 4,5-9,9 5,4 ± 0,9 3,5-6,8 8,1 ± 1,3 6,2-9,8 Distância Inter-nasal 3,8 ± 0,4 2,9-4,2 3,8 ± 0,5 3,0-5,1 4,7 ± 0,6 3,4-6,2 3,8 ± 0,6 2,9-4,9 5,4-0,7 4,2-6,5 Comprimento do braço 5,8 ± 1,1 4,6-7,7 5,1 ± 0,8 4,0-7,0 9,7 ± 2,2 6,0-14,8 8,1 ± 2,2 4,7-12,9 10,4 ± 3,1 6,0-16,0 Largura do braço 4,2 ± 0,4 3,2-4,9 4,5 ± 0,4 3,9-5,2 5,8 ± 1,4 3,9-8,6 4,3 ± 1,2 2,7-8,4 7,4 ± 2,6 5,0-13,0 Comprimento do antebraço 7,0 ± 0,6 6,0-8,0 7,5 ± 0,8 6,0-8,8 11,1 ± 2,0 7,7-16,6 9,1 ± 1,9 6,3-12,8 13,2 ± 2,9 10,0-17,0 Largura do antebraço 3,9 ± 0,8 3,1-5,6 4,2 ± 0,5 3,5-5,2 5,9 ± 1,2 4,0-8,2 4,7 ± 1,5 2,8-9,8 6,9 ± 1,6 4,8-9,0 Comprimento da mão 9,1 ± 0,5 8,4-10,1 8,9 ± 0,6 7,9-10,1 13,2 ± 2,2 7,2-16,6 10,4 ± 2,8 5,6-16,1 15,0 ± 2,7 11,8-20,0 Comprimento da coxa 16,1 ± 1,3 14,4-18,5 17,8 ± 2,0 14,3-20,5 28,6 ± 5,3 15,1-39,8 24,2 ± 6,2 17,0-36,0 30,5 ± 5,0 25,2-40,0 Largura da coxa 8,8 ± 2,3 3,7-10,8 10,4 ± 1,3 8,3-12,5 15,1 ± 2,8 10,2-19,5 11,0 ± 3,3 7,1-17,9 16,2 ± 1,5 13,7-18,0 Comprimento da perna 20,9 ± 3,1 16,5-23,6 20,5 ± 2,1 17,1-23,0 30,2 ± 5,1 17,9-42,4 26,6 ± 6,0 17,1-38,5 31,5 ± 5,4 24,3-38,0 Largura da perna 6,5 ± 1,2 4,9-8,4 7,6 ± 0,7 6,2-8,5 10,7 ± 2,0 6,5-13,5 8,1 ± 3,1 4,7-19,7 10,7 ± 2,5 7,5-15,5 Comprimento do pé 31,4 ± 2,2 28,0-35,2 28,9 ± 2,6 24,0-32,0 46,2 ± 7,2 29,9-60,0 38,1 ± 8,4 26,8-53,6 48,1 ± 7,9 38,1-62,0 69

73 Diferenças foram verificadas nos tamanhos (CRC) (ANOVA, F 4,67 = 15,142; P < 0,0001) e nas massas (ANOVA, F 4,67 = 13,629; P < 0,0001) dos indivíduos entre as localidades estudadas (Figura A 3.1 e 3.2). Porém, essas diferenças foram representativas apenas para L. latrans (Tabela 3.3). Os indivíduos de maiores tamanhos e massa foram encontrados nas populações de Carira e Tobias Barreto (Tabela 3.2). Tabela 3.3: Diferenças em relação à Massa e CRC, utilizando a análise de variância para dois fatores (espécie e área) seguida do Teste de Tukey (p < 0,05), para as espécies L. fuscus e L. latrans dos municípios de Carira, Poço Redondo e Tobias Barreto, SE. MASSA CRC Espécie - Área Espécie - Área Valor de p Valor de p L. latrans - Poço Redondo L.latrans - Carira <0,0001 0,002 L. latrans - Poço Redondo L. latrans - Tobias Barreto 0,001 <0,0001 L. latrans - Carira L. latrans - Tobias Barreto 0,896 0,532 L. latrans - Poço Redondo L. fuscus - Tobias Barreto 0,535 0,122 L.latrans - Carira L. fuscus - Tobias Barreto <0,0001 <0,0001 L. fuscus - Poço Redondo L. fuscus - Tobias Barreto 1,000 1,000 L. fuscus - Poço Redondo L. latrans - Poço Redondo 0,535 0,207 L. fuscus - Poço Redondo L.latrans - Carira <0,0001 <0,0001 L. fuscus - Poço Redondo L. latrans - Tobias Barreto <0,0001 <0,0001 L. fuscus - Tobias Barreto L. latrans - Tobias Barreto <0,0001 <0,0001 Variações adicionais em tamanho (PC1 - eixo isométrico) e forma (PC2 - eixo alométrico) foram expressas nos resultados da Análise de Componentes Principais (ACP). Sendo que, os dois primeiros componentes, acumularam juntos pouco mais de 80% da variação explicada pelo conjunto da ACP (PC1 = 73,90% e PC2 = 6,225). Diferenças significativas no tamanho (PC1 - eixo isométrico) entre as populações foram também confirmadas com este tipo de tratamento (ANOVA, F 4,67 = 18,188; P < 0,0001) (Figura A 3.3), tendo os caracteres: comprimento rostro-cloacal, largura da cabeça, diâmetro do tímpano, comprimento do antebraço, largura d0o antebraço, comprimento da mão e comprimento do pé contribuído mais com estas variações (Tabela 3.4 e Tabela 3.5). 70

74 Tabela 3.4: Escores dos cinco primeiros Componentes Principais para caracteres morfométricos de L. fuscus e L. latrans dos municípios de Carira, Poço Redondo e Tobias Barreto, SE. Variáveis Tabela 3.5: Resultado da análise de variância para os fatores (espécie e área) adotando o primeiro componente principal (PC1) com o Teste de Tukey (p < 0,05), para as espécies L. fuscus e L. latrans dos municípios de Carira, Poço Redondo e Tobias Barreto, SE. Componentes Principais Comprimento rostro-cloacal 0,969-0,031 0,011-0,071 0,026 Largura do corpo 0,874 0,123 0,004 0,023 0,063 Altura do corpo 0,787 0,379 0,013 0,304 0,131 Comprimento da cabeça 0,825-0,026-0,150-0,227-0,357 Largura da cabeça 0,962 0,024 0,040-0,119-0,048 Altura da cabeça 0,758 0,421 0,024-0,090-0,089 Diâmetro do tímpano 0,927-0,054-0,028 0,031-0,122 Distância inter-ocular 0,724-0,466 0,218 0,327 0,049 Distância olho-narina 0,582-0,293-0,737 0,062 0,088 Diâmetro do olho 0,842 0,211 0,000 0,195-0,297 Distância Inter-nasal 0,855 0,092-0,083 0,363-0,065 Comprimento do braço 0,843-0,358 0,220 0,057-0,068 Largura do braço 0,845 0,348 0,001 0,064 0,040 Comprimento do antebraço 0,910-0,099 0,010 0,028-0,120 Largura do antebraço 0,902 0,144 0,054-0,078 0,201 Comprimento da mão 0,912 0,043-0,055 0,031 0,200 Comprimento da coxa 0,866-0,388 0,065-0,102 0,096 Largura da coxa 0,870 0,137 0,008-0,177 0,224 Comprimento da perna 0,887-0,300 0,086-0,136-0,026 Largura da perna 0,888 0,200 0,023-0,253 0,020 Comprimento do pé 0,937-0,171 0,058 0,100 0,056 Variância explicada pelos componentes 15,520 1,308 0,693 0,602 0,441 Porcentagem da variância 73,905 6,227 3,301 2,869 2,101 Espécie - Área Espécie - Área Valor de p L. latrans - Poço Redondo L.latrans - Carira <0,0001 L. latrans - Poço Redondo L. latrans - Tobias Barreto <0,0001 L. latrans - Carira L. latrans - Tobias Barreto 0,442 L. latrans - Poço Redondo L. fuscus - Tobias Barreto 0,326 L.latrans - Carira L. fuscus - Tobias Barreto <0,0001 L. fuscus - Poço Redondo L. fuscus - Tobias Barreto 0,999 L. fuscus - Poço Redondo L. latrans - Poço Redondo 0,258 L. fuscus - Poço Redondo L.latrans - Carira <0,0001 L. fuscus - Poço Redondo L. latrans - Tobias Barreto <0,0001 L. fuscus - Tobias Barreto L. latrans - Tobias Barreto <0,

75 Já no segundo componente principal (PC2 eixo alométrico), as divergências na forma (ANOVA, F 4,67 = 14,862; P < 0,0001) foram positivamente relacionadas com a altura do corpo, altura da cabeça e largura do braço; e inversamente relacionadas com a distância do tímpano, comprimento do braço e comprimento da coxa (Tabela 3.6). Tabela 3.6: Resultado da análise de variância para os fatores (espécie e área) adotando o segundo componente principal (PC2) com o Teste de Tukey (p < 0,05), para as espécies L. fuscus e L. latrans dos municípios de Carira, Poço Redondo e Tobias Barreto, SE. Espécie - Área Espécie - Área Valor de p L. latrans - Poço Redondo L.latrans - Carira 0,011 L. latrans - Poço Redondo L. latrans - Tobias Barreto 0,011 L. latrans - Carira L. latrans - Tobias Barreto 0,902 L. latrans - Poço Redondo L. fuscus - Tobias Barreto <0,0001 L.latrans - Carira L. fuscus - Tobias Barreto 0,001 L. fuscus - Poço Redondo L. fuscus - Tobias Barreto 0,874 L. fuscus - Poço Redondo L. latrans - Poço Redondo <0,0001 L. fuscus - Poço Redondo L.latrans - Carira 0,074 L. fuscus - Poço Redondo L. latrans - Tobias Barreto 0,591 L. fuscus - Tobias Barreto L. latrans - Tobias Barreto 0,104 A projeção dos escores individuais resultantes da análise dos componentes principais apresentou agrupamentos peculiares, em PC1 entre as amostras, de acordo com a localidade. Um dos grupos é formado por L. fuscus das duas localidades (Poço Redondo e Tobias Barreto) e L. latrans de Poço Redondo. O outro grupo reuniu L. latrans de Carira e Tobias Barreto (Figura 3.4). Porém, quando esta projeção é analisada com ênfase em PC2 as amostras ficam difusas, não demonstrando aglomeração (Figura 3.4). 72

76 A : L. fuscus de Poço Redondo B: L. fuscus de Tobias Barreto C: L. latrans de Poço - Redondo D: L. latrans de Carira E: L. latrans de Tobias Barreto Figura 3.4: Projeção dos escores individuais resultantes da Análise dos Componentes Principais (ACP) para as variáveis morfométricas de exemplares adultos de Leptodactylus fuscus e Leptodactylus latrans provenientes dos municípios de Carira, Poço Redondo e Tobias Barreto, SE. DISCUSSÃO A ampla distribuição geográfica do gênero Leptodactylus (Fitzinger, 1826) (Frost, 2011), nas diversas zonas climáticas e fisiográficas tem levantado inúmeros questionamentos de caráter taxonômico. À medida que a compreensão da sistemática de anfíbios melhora, muitas espécies que são consideradas de grande distribuição geográfica têm mostrado tratar-se de duas ou mais espécies estreitamente relacionadas, com faixas geograficamente reduzidas. Em anfíbios, diferentes técnicas têm sido empregadas para resolver problemas de limite de espécies: moleculares, bioquímicas e citogenéticas (Wynn & Heyer, 2001). 73

77 As espécies Leptodactylus fuscus e Leptodactylus latrans são encontradas no Estado de Sergipe em regiões de Mata Atlântica e Caatinga, onde vivem associadas à serrapilheira ou próximos à água. Embora já existam alguns trabalhos de revisão sistemática e taxonômica dessas espécies na literatura, ainda não há estudo nesta linha de pesquisa, nem envolvendo análise morfométrica, com os animais do Estado de Sergipe. Nas duas populações de L. fuscus analisadas neste trabalho, não foram verificadas diferenças nos tamanhos e nas massas dos indivíduos. Em estudos realizados com L. fuscus, no geral, não se observou variação de tamanho entre diferentes localidades. Indivíduos observados por Lima et al. (2006) e De-Carvalho et al. (2008) apresentaram CRC que mediam de 44 a 47 mm e 42 a 52 mm, respectivamente. Esses valores são próximos aos encontrados para as populações de Sergipe (40,9 48,3 mm). Porém, os espécimes de L. latrans diferiram na massa e no tamanho entre as populações analisadas nesse estudo. Diferenças no tamanho (PC1 - eixo isométrico) entre as populações foram também confirmadas com a análise dos componentes principais, o que reforça a análise inicial dos dados. As divergências em forma têm que ser avaliadas com certa cautela visto que o segundo componente principal (PC2 eixo alométrico), acumulou menos de 7% da variação obtida pela análise. O tamanho do corpo é a mais importante fonte de variação morfométrica, tanto a nível intra e inter-populacional. Porém a forma do corpo, apesar de ter um papel secundário na explicação de variação, ainda mantém alto poder discriminatório entre as populações (Rosso et al., 2004). Neste estudo, o comprimento rostro-cloacal de L. latrans variou de 43 a 98 mm. Gallardo (1964) em seu trabalho encontrou CRC de 92 a 120 mm, próximo àqueles disponíveis no site (80 a 120 mm). Teixeira & Vrcibradic (2003) observaram variação de 18,5 a 100,4mm e, em estudo mais recente de Solé et al. (2009), com indivíduos coletados na Bahia, o valor encontrado ficou entre a mm. Desde modo, os dados amostrados no presente estudo mostraram tamanho inferior aos já descritos na literatura. 74

78 As análises morfométricas realizadas aqui, permitiram agrupar as diferentes populações de L.latrans em dois blocos baseados em variações, principalmente, no tamanho dos indivíduos (PCI). Os grupos formados compreendem: 1) populações de Carira e Tobias Barreto, as quais mostraram-se mais semelhantes, 2) a população de Poço Redondo, que se diferenciou significantemente das outras localidades já citadas. As divergências morfométricas observadas entre os 2 grupos foram concordantes com a distância entre cada um deles, visto que as amostragens foram realizadas entre extremos de distribuição no Estado. Os dados mostram que as populações de Tobias Barreto e Carira são muito semelhantes, no entanto, existem diferenças entre as amostras de Carira e Poço Redondo, assim como entre os espécimes de Tobias Barreto e Poço Redondo. Segundo Gould & Johnston (1972), entre indivíduos de uma mesma espécie, podem existir distintos fenótipos quando habitam diferentes regiões geográficas ou são expostos a várias condições ambientais. Em anuros, o tamanho do corpo de um indivíduo adulto depende de muitos fatores, incluindo o tempo de metamorfose, a taxa de crescimento antes e depois da maturidade, a idade da maturidade e a longevidade (Rosso et al., 2004). Contudo, além destas variáveis, as diferenças ambientais e genéticas podem causar diversidade do desenvolvimento ontogenético, resultando em variação de tamanho corporal entre populações (Silva et al., 2008). A análise dos períodos de desenvolvimento das populações podem explicar a variação do tamanho do corpo, de acordo com a região geográfica. No presente estudo, foram coletados indivíduos aparentemente adultos, cujo fase de maturidade foram confirmados com a análise das suas gônadas; em alguns indivíduos, porém, não foi possível determinar o sexo. A água também tem um efeito muito importante sobre a morfologia e desenvolvimento larval e, portanto, é um fator relevante para o tamanho do corpo em animais ectotérmicos (Atkinson, 1996). Deste modo, informações dos dados fisicoquimicos em escala local, tais como temperatura e ph do ambiente aquático durante o desenvolvimento do girino, devem ser levadas em consideração. 75

79 Adaptações fisiológicas e comportamentais ao estresse hídrico têm sido encontradas em estágios larval e adulto em L. fuscus, principalmente em climas secos, onde é característica a sazonalidade (Downie & Smith, 2003). De acordo com Rothermel & Smelistch (2002), os anfíbios evitam ambientes abertos, como campos e estradas, e se deslocam principalmente em áreas florestais. Esse comportamento é justificado pelo aumento de risco da dessecação e da predação em áreas abertas (Spear et al., 2005). Algo semelhante pode estar ocorrendo com L. latrans provenientes da Caatinga de Sergipe, uma vez que este bioma é formado por diversas composições florísticas adaptadas ao clima semi-árido, apresentando um aspecto de mosaico de ambientes (Ab Saber, 1977). O comportamento dos animais pode ser responsável pelo reduzido fluxo gênico, causando diferenciação genética e morfológica entre populações (Silva et al., 2008). Em estudo realizado por Camargo et al. (2006) com dezesseis populações de L. fuscus distribuídas em Tobago, Trindade, Guiana, Guiana Francesa, Brasil, Bolívia, Argentina, Panamá e Uruguai, os dados morfológicos e acústicos mostraram que o complexo L. fuscus se trata somente de uma espécie, enquanto que os resultados moleculares apoiam a hipótese de um grupo com várias espécies. Assim, foram atribuídos três clados (A, B e C) ocorrendo no nordeste, sul e sudeste, e oeste da América do sul, respectivamente, em diferentes unidades filogenéticas. Os autores sugerem uma hipótese de delimitação de espécie de L. fuscus em três linhagens geográficas, mas alertam para a necessidade de estudos mais amplos que incluam dados de campo, história natural e dados moleculares. Pelo exposto, as populações de L. fuscus analisadas morfometricamente neste trabalho não mostraram variação significativa, ao contrário das amostras de L. latrans, o que permite sugerir a existência de uma considerável plasticidade adaptativa nesta espécie, a qual pode ocorrer em função dos diferentes ambientes explorados e das condições fisicoquímicos locais. Contudo, como atestado por Wynn et al. (2001) e Camargo et al. (2006) as espécies podem não variar na morfologia e acústica, porém com técnicas moleculares as diferenças podem apresentar-se expressivas indicando várias unidades filogenéticas. 76

80 CONCLUSÃO Os dados coletados no presente estudo nos permite concluir que não houve diferenças morfométricas significativas entre os espécimes de L. fuscus dos municípios estudados. Porém, as populações de L. latrans diferiram na massa e no tamanho entre as amostras. Variações no tamanho destas populações foram também confirmadas com a análise dos componentes principais (PC1), o que reforça a análise inicial dos dados. Os exemplares de Carira e Tobias Barreto mostraram-se mais semelhantes, apresentando maiores tamanhos, enquanto que os indivíduos de Poço Redondo foram os menores. Contudo, as divergências em forma necessitam de uma avaliação com certa cautela, visto que o segundo componente principal (PC2) acumulou menos de 7% da variação obtida pela análise. O tamanho do corpo do anuro adulto depende de muitos fatores, incluindo o tempo de metamorfose, a taxa de crescimento antes e depois da maturidade, dentre outros, além das diferenças ambientais e genéticas, as quais podem causar diversidade do desenvolvimento ontogenético, resultando em variação de tamanho corporal entre populações. Assim, analisando somente dados morfométricos fica difícil responder se estas diferenças são apenas variações fenotípicas adaptativas às localidades onde as espécies se encontram. As informações geradas neste estudo ampliaram o conhecimento sobre as espécies L. fuscus e L. latrans presentes em Sergipe. Porém, para responder mais diretamente as questões discutidas, novas pesquisas devem ser realizadas, inclusive abrangendo outras áreas do Estado, utilizando outras ferramentas e metodologias. 77

81 CONSIDERAÇÕES FINAIS A família Leptodactylidae tem sido objeto de estudo taxonômico e sistemático há várias décadas, devido a questionamentos sobre a sua monofilia. Graças ao advento da biologia molecular e técnicas refinadas da citogenética, grandes revisões taxonômicas foram realizadas, resultando em importantes mudanças na taxonomia e sistemática dos anfíbios em geral. No entanto, o número de espécies cariotipadas ainda é relativamente pequeno. No Estado de Sergipe, as informações sobre a anurofauna são escassas, incluindo as mais básicas como, por exemplo, dieta, recursos espaciais mais utilizados, período reprodutivo. Porém, mesmo ainda pouco estudada, já se sabe que a biota da Caatinga não é pobre em espécies nem endemismos. Desta forma, o presente trabalho se propôs a analisar cariotipicamente e morfologicamente populações de L. fuscus e L. latrans de áreas de Caatinga do Estado de Sergipe, a fim de contribuir com o conhecimento dessas espécies e nesse bioma, além de aumentar a coleção de anurofauna do Estado. Os dados cariotípicos mostram que as espécies analisadas possuem número diploide 2n=22, composto por cromossomos metacêntricos, submetacêntricos e subtelocêntricos. As populações de L. fuscus não apresentaram diferenças interpopulacionais com relação à banda C; no entanto, foi observada variação no padrão de banda C entre as populações de L. latrans. Resultados semelhantes foram obtidos por meio das análises morfométricas, onde as populações de L. fuscus não mostraram variação significativa, ao contrário das amostras de L. latrans. Desse modo, quando juntamos os dados morfométricos aos dados citogenéticos, podemos verificar que houve uma complementação nos resultados. Estas informações sugerem variação geográfica do cariótipo e do tamanho do corpo, podendo confirmar ou mesmo corroborar com a hipótese de um complexo de espécies, já que esta espécie tem ampla distribuição geográfica. Contudo, é necessária a realização de outros estudos citogenéticos com novos exemplares das espécies aqui amostradas, assim como, a utilização de técnicas mais 78

82 refinadas, incluindo as de citogenética molecular, na busca do entendimento dos mecanismos responsáveis pela diferenciação cariotípica entre esses anuros e das suas relações filogenéticas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABSALÃO, R.S. SILVA, P.H.A & DE PAULA, T.S. Shell morphometrics in four species of Gadilidae (Mollusca, Scaphopoda) in Southwestern Atlantic Ocean, Brazil. Rev. Bras. Zool. 22 (1): , AB SABER, A.N. Espaços ocupados pela extensão dos climas secos na América do Sul, por ocasião dos períodos glaciais quaternários. Paleoclimas. 3: AMPHIBIAWEB: Information on amphibian biology and conservation. [web application] Berkeley, California: AmphibiaWeb. Disponível em < acessado em Jan, ANGULO, A.; COCROFT, R.B. & REICHLE, S. Species identity in the genus Adenomera (Anura: Leptodactylidae) in southeastern Peru. Herpetologica 59: , ATKINSON, D. Ectotherm life-history responses to developmental temperature. In: Johnston, I.A. & Bennett, A.F. eds. Animals and temperature: phenotypic and evolutionary adaptation. Cambridge, Cambridge University. p BABIK, W. & RAFINSKI, J. Morphometric differentiation of the moor frog (Rana arvalis Nilss.) in Central Europe. J. of Zoology and Systematic Evolutionary Research 38: , BASTOS, R.P.; MOTTA, J.A de O.; LIMA, L.P.; GUIMARÃES, L.D.A. Anfíbios da Floresta Nacional de Silvânia, estado de Góias. Stylo Gráfica e Editora, 82p

83 CABRAL, G.C. DE ALMEIDA, F.Q.; QUIRINO, C.R.; et al. Avaliação Morfométrica de Eqüinos da Raça Mangalarga Marchador: Índices de Conformação e Proporções Corporais. Bras. Zootec. 33(6): , CAMARGO, A.; DE SÁ, R.O. & HEYER, W.R. Phylogenetic analyses of mtdna sequences reveal three cryptic lineages in the widespread neotropical frog Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) (Anura, Leptodactylidae). Biol. J. of the Linnean Society 87, , CASTELLANO, S.; GIOCOMA, C. & DUJSEBAYEYA, T. Morphometrical and advertisement call geographic variation in polyploidy green toads. Biol. J. of Linnean Society of London 70: , CAVALCANTI, M.J. & LOPES, P.R.D. Análise morfométrica multivariada de cinco espécies de Serranidae (Teleostei, Perciformes). Acta Biológica Leopoldensia. 15: 53-64, DA SILVA, E.L.; CENTOFANTE, L. & MIYAZAWA, C.S. Análise morfométrica em Thoracocharax stellatus (Kner, 1858) (Characiformes, Gasteropelecidae) proveniente de diferentes bacias hidrográficas Sul americanas. Biota Neotrop. 9(2): 71-76, DE-CARVALHO, C.B.; DE FREITAS, E.B.; FARIA, R.G.; BATISTA, R.C.; BATISTA, C.C.; et al. História natural de Leptodactylus mystacinus e Leptodactylus fuscus (Anura: Leptodactylidae) no Cerrado do Brasil Central. Biota Neotrop., vol. 8, no. 3, Jul./Set DOWNIE, J.R. & SMITH, J. Survival of larval Leptodactylus fuscus (Anura: Leptodactylidae) out of water: developmental differences and interspecific comparisons. J. of Herpetology 37: , FROST, D.R. Amphibian species of the world. A taxonomic and geographical reference. Lawrence, Allen Press, The Association of Systematics Collections. 732p

84 FORD, L.S. & CANNATELLA, D.C. The major clades of frogs. Herpetol. Monog. 7: FROST, D. R.; GRANT, T.; FAIVOVICH, J.; BAIN, R.H.; HAAS, A.; HADDAD, C.F.B.; DE SÁ, R.O.; CHANNING, A.; WILKINSON, M.; DONNELLAN, S.C.; et al. The Amphibian tree of life. Bulletin of The American Museum of Natural History. 297: 1-370, FROST, D. R. Amphibian Species of the World: an Online Reference. Version 5.5 (31 January, 2011). Electronic Database accessible at 08/02/ Museum of Natural History, New York, USA GALLARDO, J.M. Consideraciones sobre Leptodactylus ocellatus (L.) (Amphibia, Anura) y espécies aliadas. Physis Tomo 68: , GOULD, S.L. & JOHNSTON, R.F. Geographic variation. Annual Review of Ecology and Systematics 3: , GRANT, T.; FROST, D.R.; CALDWELL, J.P.; GAGLIARDO, R.; HADDAD, C.F.B.; KOK, P.J.R.; MEANS, D.B.; NOONAN, B.P.; SCHARGEL, W.E. & WHEELER, W.C. Phylogenetic systematics of dart-poison frogs an their relatives (Amphibia: Athesphatanura: Dendrobatidae). Bull. Am. Mus. Nat. Hist. 299: GUAYASAMIN, J.M.; CASTROVIEJO-FISHER, S.; TRUEB, L.; AYARZAGUENA, J.; RADA, M.; & VILÀ, C. Phylogenetic systematics of glassfrogs (Amphibia: Centrolenidae) and their sister taxon Allophryne ruthveni. Zootaxa 2100: HEDGES, S.B.; DUELLLMAN, W.E. & HEINICKE, M.P. New World direct-developing frogs (Anura: Terrarana): Molecular phylogeny, classification, biogeography and conservation. Zootaxa 1737: 1-182,

85 HEYER, W.R. Studies on the genus Leptodactylus (Amphibia, Leptodactylidae) III. A redefinition of the genus Leptodactylus and a description of a new genus of Leptodactylid frogs. Contrib Sci Natur Hist Mus Los Angeles County 155: HEYER, W. R. A preliminary analysis of the intergeneric relationships of the frog family Leptodactylidae. Smithsonian Contributions to Zoology. 199: HEYER, W.R. Variation and taxonomic clarification of the large species of the Leptodactylus pentadactylus species group (Amphibia: Leptodactylidae) from Middle America, northern South America, and Amazonia. Arquiv. Zool. 37: , LAVILLA, E.O.; LANGONE, J.A.; CARAMASCHI, U.; HEYER, W.R. & De Sá, R.O. The identification of Rana ocellata Linnaeus, Nomenclatural impact on the species currently known as Leptodactylus ocellatus (Leptodactylidae) and Osteopilus brunneus (Gosse, 1851) (Hylidae). Zootaxa 2346: 1 16, LIMA, A.P.; MAGNUSSON, W.E.; MENIN, M.; ERDTMANN, L.K.; RODRIGUES, D.J.; et al. Guia de sapos da Reserva Adolpho Ducke, Amazônia Central = Guide to the frogs to Reserva Adolpho Ducke, Central Amazonia. Atemma, Manaus. 168p LYNCH, J.D. Evolutionary relationships, osteology, and zoogeography of leptodactyloid frogs. The University of Kansas Museum of Natural History Miscellaneous Publication. 53: Mapas de Sergipe. Disponível em < acessado em Abr., NAPOLI, M.F. ANANIAS, F. FONSECAL, P.M & SILVA, A.P.Z. Morphological and karyotypic contributions for a better taxonomic definition of the frog ischnocnema ramagii (boulenger, 1888) (Anura, Brachycephalidae). South American Journal of Herpetology, 4(2): ,

86 NEFF, N.A. & MARCUS, L.F. A Survey of Multivariate Methods for Systematic. New York: privately published, 234p PERES-NETO, P.R. Introdução a análises morfométricas. Vol. II: Tópicos em tratamento de dados biológicos. Oecologia Brasiliensis, 57-89p QUERINO, R.B. & ZUCCHI, R. Análise Morfométrica em Espécies de Trichogramma (Hymenoptera: Trichogrammatidae). Neotropical Entomology 33(5), RANGEL, H.R. & FERREIRA, R.B. Aspectos Ecológicos de Leptodactylus ocellatus (Anura; Leptodactylidae) na Universidade Federal do Espírito Santo, Sudeste do Brasil. In: VIII Congresso de Ecologia do Brasil 2007, Caxambu, MG. Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil 2007, p REIS, S.F. Morfometria e estatística multivariada em biologia evolutiva. Rev. Bras. Zoology 5 (4): , REYMENT, R.A.; BLACKITH, R.E. & CAMPBELL, N.A. Multivariate morphometrics. New York, Academic Press, 233p REYMENT, R.A. Multivariate morphometrics and analysis of shape. Mathematical Geology 17 (6): , REYNOLDS, R.; CARAMASCHI, U.; MIJARES, A.; ACOSTA-GALVIS, A.; HEYER, R.; et al Leptodactylus fuscus. In: IUCN IUCN Red List of Threatened Species. Version Disponível em < acessado em Jan ROSSO, A.; CASTELLANO, S. & GIACOMA, C. Ecogeographic analysis of morphological and life-history variation in the Italian frog. Evolutionary Ecology Research 18: , SILVA, D.M.; DA CRUZ, A.D.; BASTOS, R.P.; TELLES, M.P.C & DINIZ-FILHO, J.A.F. Morphometric and genetic differentiation among populations of Eupemphix 83

87 nattereri (Amphibia, Anura, Leiuperidae) from central Brazil. Iheringia Sér. Zool 98(4): , SOLÉ, M.; DIAS, I.R.; RODRIGUES, E.A.S.; MARCIANO-JR, E.; BRANCO, S.M.J.; et al. Diet of Leptodactylus ocellatus (Anura: Leptodactylidae) from a cacao plantation in southern Bahia, Brazil. Herpetology Notes 2: 9-15, SPEAR, S.F.; PETERSON, C.R.; MATOCQ, M.D. & STORFER, A. Landscape genetics of the blotched tiger salamander (Ambystoma tigrinum melanostictum). Molecular Ecology 14: TEIXEIRA, R.L. & VRCIBRADIC, D. Diet of Leptodactylus ocellatus (Anura; Leptodactylidae) from coastal lagoons of southeastern Brazil. Cuad. Herpetology 17 (1.2): , WILKINSON, L. SYSTAT: the system for statistics, SYSTAT. Inc., Evanston, xviii-677 pp WYNN, A. & HEYER, W.R. Do geographically widespread species of tropical amphibians exist? An estimate of genetic relatedness within the neotropical frog Leptodactylus fuscus (Schneider 1799) (Anura Leptodactylidae). Tropical Zoology.14: ,

88 APÊNDICE CAPÍTULO 1 A B C Figura A 1.1: Lagoas temporárias onde foram realizadas as coletas de L. fuscus e L. latrans. A: Carira, B: Poço Redondo e C: Tobias Barreto, SE. 85

ESTUDO CITOGENÉTICO E DE POLIMORFISMO CROMOSSÔMICO EM POPULAÇÕES DO GÊNERO Rineloricaria (LORICARIIDAE, SILURIFORMES) DA BACIA DO RIO PARANÁ.

ESTUDO CITOGENÉTICO E DE POLIMORFISMO CROMOSSÔMICO EM POPULAÇÕES DO GÊNERO Rineloricaria (LORICARIIDAE, SILURIFORMES) DA BACIA DO RIO PARANÁ. FERNANDA ERRERO PORTO ESTUDO CITOGENÉTICO E DE POLIMORFISMO CROMOSSÔMICO EM POPULAÇÕES DO GÊNERO Rineloricaria (LORICARIIDAE, SILURIFORMES) DA BACIA DO RIO PARANÁ. Dissertação apresentada ao Curso de Pós-graduação

Leia mais

Levantamento Preliminar da Herpetofauna em um Fragmento de Mata Atlântica no Observatório Picos dos Dias, Brasópolis, Minas Gerais

Levantamento Preliminar da Herpetofauna em um Fragmento de Mata Atlântica no Observatório Picos dos Dias, Brasópolis, Minas Gerais Levantamento Preliminar da Herpetofauna em um Fragmento de Mata Atlântica no Observatório Picos dos Dias, Brasópolis, Minas Gerais Ademir Henrique Vilas Boas* 1,2,3, Flávio de Vasconcelos Camargo 1,2,3,

Leia mais

ANÁLISE CROMOSSÔMICA EM HOPLIAS MALABARICUS (CHARACIFORMES, ERYTHRINIDAE) NO RIO SARANDI, EM REALEZA PARANÁ. BOROWSKI PIETRICOSKI 2

ANÁLISE CROMOSSÔMICA EM HOPLIAS MALABARICUS (CHARACIFORMES, ERYTHRINIDAE) NO RIO SARANDI, EM REALEZA PARANÁ. BOROWSKI PIETRICOSKI 2 ANÁLISE CROMOSSÔMICA EM HOPLIAS MALABARICUS (CHARACIFORMES, ERYTHRINIDAE) NO RIO SARANDI, EM REALEZA PARANÁ. DIANA PAULA PERIN 1*, ALIFER PALHANO¹, SANDIELI BIANCHIN¹, LUCIANA BOROWSKI PIETRICOSKI 2 1

Leia mais

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DOS MINICURSOS

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DOS MINICURSOS Minicurso 1 - Efeitos do crescimento populacional humano sobre a biodiversidade Evolução Humana: Ancestralidade do homem moderno; Relações interespecíficas (caça e coleta); Desenvolvimento tecnológico;

Leia mais

CITOGENÉTICA COMPARATIVA DAS FAMÍLIAS LEPTODACTYLIDAE E HYLIDAE DO CERRADO GOIANO*

CITOGENÉTICA COMPARATIVA DAS FAMÍLIAS LEPTODACTYLIDAE E HYLIDAE DO CERRADO GOIANO* CITOGENÉTICA COMPARATIVA DAS FAMÍLIAS LEPTODACTYLIDAE E HYLIDAE DO CERRADO GOIANO* HUGO HENRIQUE PÁDUA DE OLIVEIRA, CAIO CESAR NEVES SOUZA, CRISTIANO LUIZ RIBEIRO, ROGÉRIO PEREIRA BASTOS, APARECIDO DIVINO

Leia mais

CITOGENÉTICA COMPARATIVA DAS FAMÍLIAS LEPTODACTYLIDADE E HYLIDAE DO CERRADO GOIANO*

CITOGENÉTICA COMPARATIVA DAS FAMÍLIAS LEPTODACTYLIDADE E HYLIDAE DO CERRADO GOIANO* CITOGENÉTICA COMPARATIVA DAS FAMÍLIAS LEPTODACTYLIDADE E HYLIDAE DO CERRADO GOIANO* HUGO HENRIQUE PÁDUA DE OLIVEIRA, CAIO CESAR NEVES SOUZA, CRISTIANO LUIZ RIBEIRO, APARECIDO DIVINO DA CRUZ, ROGÉRIO PEREIRA

Leia mais

Revista Nordestina de Zoologia

Revista Nordestina de Zoologia Revista Nordestina de Zoologia ISSN 1808-7663 Volume 5 Número 2 Ano 2011 Revista da Sociedade Nordestina de Zoologia Revista Nordestina de Zoologia Recife V. 5 N. 2 P. 53-57 2011 AMPHIBIA, ANURA, HYLIDAE,

Leia mais

RELAÇÃO ENTRE MORFOLOGIA E UTILIZAÇÃO DO MICROAMBIENTE.

RELAÇÃO ENTRE MORFOLOGIA E UTILIZAÇÃO DO MICROAMBIENTE. RELAÇÃO ENTRE MORFOLOGIA E UTILIZAÇÃO DO MICROAMBIENTE. Ailton Jacinto Silvério Junior, Ana Cristina Silva, Geraldo Freire, Lucirene Rodrigues, Mariana Garcez Stein e Mônica Negão. Resumo: A especificidade

Leia mais

Primeiro registro de Rhinella pombali e novos registros de R. crucifer e R. ornata no Estado do Rio de Janeiro, Brasil (Amphibia, Anura, Bufonidae)

Primeiro registro de Rhinella pombali e novos registros de R. crucifer e R. ornata no Estado do Rio de Janeiro, Brasil (Amphibia, Anura, Bufonidae) Biotemas, 22 (4): 231-235, dezembro de 2009 ISSN 0103 1643 231 Comunicação Breve Primeiro registro de Rhinella pombali e novos registros de R. crucifer e R. ornata no Estado do Rio de Janeiro, Brasil (Amphibia,

Leia mais

ASTERACEAE DUMORT. NOS CAMPOS RUPESTRES DO PARQUE ESTADUAL DO ITACOLOMI, MINAS GERAIS, BRASIL

ASTERACEAE DUMORT. NOS CAMPOS RUPESTRES DO PARQUE ESTADUAL DO ITACOLOMI, MINAS GERAIS, BRASIL GRACINEIDE SELMA SANTOS DE ALMEIDA ASTERACEAE DUMORT. NOS CAMPOS RUPESTRES DO PARQUE ESTADUAL DO ITACOLOMI, MINAS GERAIS, BRASIL Tese apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências

Leia mais

Dieta, Dimorfismo e Polimorfismo de Pseudopaludicola sp. em Área de Campo Alagada

Dieta, Dimorfismo e Polimorfismo de Pseudopaludicola sp. em Área de Campo Alagada Dieta, Dimorfismo e Polimorfismo de Pseudopaludicola sp. em Área de Campo Alagada Danilo Fortunato, Gustavo Leite, Lucirene Rodrigues, Mariana Garcez Stein, Mônica Negrão e Tarik Plaza Resumo Existem poucos

Leia mais

Campus de Botucatu PLANO DE ENSINO OBRIGATÓRIA DO NÚCLEO COMUM ( X ) ÁREA COMPLEMENTAR: ( ) OPTATIVA

Campus de Botucatu PLANO DE ENSINO OBRIGATÓRIA DO NÚCLEO COMUM ( X ) ÁREA COMPLEMENTAR: ( ) OPTATIVA PLANO DE ENSINO I IDENTIFICAÇÃO CURSO: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS MODALIDADE: ( X ) Bacharelado ( X ) Licenciatura DISCIPLINA: SISTEMÁTICA BIOLÓGICA OBRIGATÓRIA DO NÚCLEO COMUM ( X ) ÁREA COMPLEMENTAR: ( ) OPTATIVA

Leia mais

COMPARAÇÃO DA DIVERSIDADE DE ANUROS ENTRE AMBIENTES DE AGRICULTURA TECNIFICADA E PRESERVADO NA PLANÍCIE DO RIO ARAGUAIA, TOCANTINS.

COMPARAÇÃO DA DIVERSIDADE DE ANUROS ENTRE AMBIENTES DE AGRICULTURA TECNIFICADA E PRESERVADO NA PLANÍCIE DO RIO ARAGUAIA, TOCANTINS. COMPARAÇÃO DA DIVERSIDADE DE ANUROS ENTRE AMBIENTES DE AGRICULTURA TECNIFICADA E PRESERVADO NA PLANÍCIE DO RIO ARAGUAIA, TOCANTINS. Nanini Castilhos de Rabelo e Sant Anna 1 ; Adriana Malvásio 2 1 Aluno

Leia mais

HERPETOFAUNA EM ÁREA DO SEMIÁRIDO NO ESTADO DE ALAGOAS, NORDESTE DO BRASIL

HERPETOFAUNA EM ÁREA DO SEMIÁRIDO NO ESTADO DE ALAGOAS, NORDESTE DO BRASIL HERPETOFAUNA EM ÁREA DO SEMIÁRIDO NO ESTADO DE ALAGOAS, NORDESTE DO BRASIL Willams Fagner Soares dos Santos 1 ; Ubiratan Gonçalves 2 1 Universidade Federal de Alagoas UFAL. willamswfc@hotmail.com 2 Museu

Leia mais

EFEITO DO DESMATAMENTO NA DIVERSIDADE DE RÉPTEIS NUMA ÁREA DE CAATINGA NO MUNICÍPIO DE LAJES, RN, BRASIL

EFEITO DO DESMATAMENTO NA DIVERSIDADE DE RÉPTEIS NUMA ÁREA DE CAATINGA NO MUNICÍPIO DE LAJES, RN, BRASIL EFEITO DO DESMATAMENTO NA DIVERSIDADE DE RÉPTEIS NUMA ÁREA DE CAATINGA NO MUNICÍPIO DE LAJES, RN, BRASIL Laiza Maria Rodrigues Silva¹, Navegante Samunielle Caetano de Paiva², Belize Costa Andrade³, Rosa

Leia mais

Revelando os Processos de Diversificação Cariotípica em Primatas Neotropicais por FISH

Revelando os Processos de Diversificação Cariotípica em Primatas Neotropicais por FISH Revelando os Processos de Diversificação Cariotípica em Primatas Neotropicais por FISH Edivaldo Herculano C. de Oliveira Instituto Evandro Chagas Universidade Federal do Pará REVELANDO OS PROCESSOS DE

Leia mais

RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA NA ÁREA DA UHE MAUÁ

RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA NA ÁREA DA UHE MAUÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO Centro de Hidráulica e Hidrologia Prof. Parigot de Souza RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA NA ÁREA DA UHE MAUÁ RELATÓRIO TÉCNICO Nº 39 2012 COORDENAÇÃO

Leia mais

O CONSUMO DAS FAMÍLIAS DE BAIXA RENDA DA REGIÃO METROPOLITANA DE RECIFE: PADRÕES E EVOLUÇÃO DE 2002 A 2009

O CONSUMO DAS FAMÍLIAS DE BAIXA RENDA DA REGIÃO METROPOLITANA DE RECIFE: PADRÕES E EVOLUÇÃO DE 2002 A 2009 1 Felipe Tavares Guilherme da Silva O CONSUMO DAS FAMÍLIAS DE BAIXA RENDA DA REGIÃO METROPOLITANA DE RECIFE: PADRÕES E EVOLUÇÃO DE 2002 A 2009 Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada ao Programa

Leia mais

Análises citogenéticas de exemplares do grupo Astyanax bimaculatus oriundos de tributário do Lago de Itaipu, na região de Santa Helena PR

Análises citogenéticas de exemplares do grupo Astyanax bimaculatus oriundos de tributário do Lago de Itaipu, na região de Santa Helena PR https://eventos.utfpr.edu.br//sicite/sicite2017/index Análises citogenéticas de exemplares do grupo Astyanax bimaculatus oriundos de tributário do Lago de Itaipu, na região de Santa Helena PR RESUMO Sandro

Leia mais

DIVERSIDADE CRÍPTICA E DIVERGÊNCIA PROFUNDA NO TAPACULO PRETO Scytalopus speluncae (AVES: RHINOCRYPTIDAE)

DIVERSIDADE CRÍPTICA E DIVERGÊNCIA PROFUNDA NO TAPACULO PRETO Scytalopus speluncae (AVES: RHINOCRYPTIDAE) PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE BIOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOLOGIA DIVERSIDADE CRÍPTICA E DIVERGÊNCIA PROFUNDA NO TAPACULO PRETO Scytalopus speluncae (AVES:

Leia mais

Fragmentação. Umberto Kubota Laboratório de Interações Inseto Planta Dep. Zoologia IB Unicamp

Fragmentação. Umberto Kubota Laboratório de Interações Inseto Planta Dep. Zoologia IB Unicamp Fragmentação Umberto Kubota ukubota@gmail.com Laboratório de Interações Inseto Planta Dep. Zoologia IB Unicamp Fragmentação ou Mosaicos Naturais Fragmentação Processo no qual um habitat contínuo é dividido

Leia mais

Relatório Parcial FCTY-RTP-HPT Referência: Diagnóstico da Herpetofauna. Fevereiro/2014. At.: Gerência de Sustentabilidade FCTY

Relatório Parcial FCTY-RTP-HPT Referência: Diagnóstico da Herpetofauna. Fevereiro/2014. At.: Gerência de Sustentabilidade FCTY Relatório Parcial FCTY-RTP-HPT-001-01-14 Referência: Diagnóstico da Herpetofauna. Fevereiro/2014 At.: Gerência de Sustentabilidade FCTY Fevereiro de 2014 1 APRESENTAÇÃO... 1 2 METODOLOGIA... 2 3 RESULTADOS

Leia mais

Adriane Barth 1, Fabricia Kohler de Carvalho 1, Vitor Azarias Campos 2 e Anderson Fernandes 1. Resumo

Adriane Barth 1, Fabricia Kohler de Carvalho 1, Vitor Azarias Campos 2 e Anderson Fernandes 1. Resumo ISSN 2236-3866 DOI: 10.7902/ecb.v4i2.54 Acesso livre em www.simposiodabiodiversidade.com.br/ecb 42 ANÁLISES CROMOSSÔMICAS EM POPULAÇÕES DE Leptodactylus chaquensis (ANURA, LEPTODACTYLIDAE) E Hypsiboas

Leia mais

Programa Analítico de Disciplina GEO250 Biogeografia

Programa Analítico de Disciplina GEO250 Biogeografia 0 Programa Analítico de Disciplina Departamento de Geografia - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes Número de créditos: Teóricas Práticas Total Duração em semanas: 15 Carga horária semanal Períodos

Leia mais

Pró-Reitoria Acadêmica Escola de Saúde e Medicina Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia

Pró-Reitoria Acadêmica Escola de Saúde e Medicina Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia Pró-Reitoria Acadêmica Escola de Saúde e Medicina Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia ESTUDO DA COBERTURA VACINAL CONTRA INFLUENZA NO PERFIL DE MORTALIDADE DE IDOSOS NO BRASIL Autora:

Leia mais

Novos registros de Dendropsophus anceps (Anura, Hylidae), para os estados do Rio de Janeiro e Bahia

Novos registros de Dendropsophus anceps (Anura, Hylidae), para os estados do Rio de Janeiro e Bahia Biotemas, 23 (1): 229-234, março de 2010 ISSN 0103 1643 229 Comunicação Breve Novos registros de Dendropsophus anceps (Anura, Hylidae), para os estados do Rio de Janeiro e Bahia Rodrigo de Oliveira Lula

Leia mais

Programa de Pós-graduação em Ecologia e Evolução, Universidade Federal de Goiás - UFG 3

Programa de Pós-graduação em Ecologia e Evolução, Universidade Federal de Goiás - UFG 3 Filogenia Molecular e Evolução de Modos Reprodutivos das Rãs Leptodactylus do grupo marmoratus (Anura: Leptodactylidae) Elisa Barreto Pereira¹, Núbia Esther de Oliveira Miranda², Marcelo Nogueira de Carvalho

Leia mais

Pró-Reitoria Acadêmica Escola de Exatas, Arquitetura e Meio Ambiente. Curso de Ciências Biológicas. Curso de Ciências Biológicas

Pró-Reitoria Acadêmica Escola de Exatas, Arquitetura e Meio Ambiente. Curso de Ciências Biológicas. Curso de Ciências Biológicas Pró-Reitoria Acadêmica Escola de Exatas, Arquitetura e Meio Ambiente Curso de Ciências Biológicas Trabalho Pró-Reitoria de Conclusão de Graduação de Curso Curso de Ciências Biológicas Projeto de Trabalho

Leia mais

CONSERVANDO A CAATINGA: ÁREAS DE PROTEÇÃO NO ALTO SERTÃO ALAGOANO E SERGIPANO

CONSERVANDO A CAATINGA: ÁREAS DE PROTEÇÃO NO ALTO SERTÃO ALAGOANO E SERGIPANO CONSERVANDO A CAATINGA: ÁREAS DE PROTEÇÃO NO ALTO SERTÃO ALAGOANO E SERGIPANO Jailson de Oliveira (1); Denisson Lima do Nascimento (1); Cássio Laurentino Veloso (1) (1) Instituto Federal de Educação, Ciência

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE CIEÊNCIAS FLORESTAIS E DA MADEIRA DEFESA DE MONOGRAFIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE CIEÊNCIAS FLORESTAIS E DA MADEIRA DEFESA DE MONOGRAFIA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE CIEÊNCIAS FLORESTAIS E DA MADEIRA DEFESA DE MONOGRAFIA ANÁLISE ESPACIAL DOS REMANESCENTES FLORESTAIS DO BIOMA MATA ATLÂNTICA

Leia mais

HISTÓRIA DA COLETA CIENTÍFICA DE MATERIAL BIOLÓGICO DO MUNICÍPIO DE DUQUE DE CAXIAS, RJ

HISTÓRIA DA COLETA CIENTÍFICA DE MATERIAL BIOLÓGICO DO MUNICÍPIO DE DUQUE DE CAXIAS, RJ HISTÓRIA DA COLETA CIENTÍFICA DE MATERIAL BIOLÓGICO DO MUNICÍPIO DE DUQUE DE CAXIAS, RJ Rodrigo de Oliveira Lula Salles 1 & Alexandre Takio Kitagawa 2 1. Biólogo, Msc. em Zoologia, Doutorando em Zoologia,

Leia mais

BIODIVERSIDADE DE MONTANHAS BRASIL

BIODIVERSIDADE DE MONTANHAS BRASIL BIODIVERSIDADE DE MONTANHAS BRASIL CDB (Decisão VI/30-2000: Identificou biodiversidade de montanhas como um dos temas prioritários Reunião do Ad Hoc Technical Expert Group On Mountain Biodiversity - AHTEG-MB/SBTTA/CDB

Leia mais

Cronograma Geral do 1º Curso de Verão de Biodiversidade e Conservação

Cronograma Geral do 1º Curso de Verão de Biodiversidade e Conservação Cronograma Geral do 1º Curso de Verão de Biodiversidade e Conservação 08:00 09:00 Apresentação da Palestra de abertura: Apresentação da Apresentação da linha de Pesquisa em Visita aos Apresentação do linha

Leia mais

Estudos Citogenéticos e Moleculares em Representantes da Família Erythrinidae (Teleostei, Characiformes)

Estudos Citogenéticos e Moleculares em Representantes da Família Erythrinidae (Teleostei, Characiformes) Universidade Estadual de Maringá Departamento de Biologia Celular e Genética Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas Área de Concentração: Biologia Celular e Molecular RENATA DA ROSA Estudos Citogenéticos

Leia mais

LISTA DE FIGURAS Figura 1. Área de estudo constituída pelo lago Jaitêua e sua réplica, o lago São Lourenço, Manacapuru, Amazonas, Brasil...

LISTA DE FIGURAS Figura 1. Área de estudo constituída pelo lago Jaitêua e sua réplica, o lago São Lourenço, Manacapuru, Amazonas, Brasil... LISTA DE FIGURAS Figura 1. Área de estudo constituída pelo lago Jaitêua e sua réplica, o lago São Lourenço, Manacapuru, Amazonas, Brasil...21 Figura 2. Abundância relativa das ordens de peixes coletadas

Leia mais

INVENTÁRIO PRELIMINAR DA ANUROFAUNA NA SERRA DAS TORRES, ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, BRASIL

INVENTÁRIO PRELIMINAR DA ANUROFAUNA NA SERRA DAS TORRES, ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, BRASIL INVENTÁRIO PRELIMINAR DA ANUROFAUNA NA SERRA DAS TORRES, ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, BRASIL PRELIMINARY SURVEY OF ANURAN FAUNA IN THE SERRA DAS TORRES, STATE OF ESPÍRITO SANTO, BRAZIL JOSÉ LUIZ HELMER Biólogo,

Leia mais

ZOOLOGIA DE VERTEBRADOS

ZOOLOGIA DE VERTEBRADOS ZOOLOGIA DE VERTEBRADOS CURSO: Ciências Biológicas 3º Ano 2º semestre 10ª Aula Biologia de anfíbios (Ministrante: Profa. Dra. Virginia S. Uieda) Professores Responsáveis: Virgínia Sanches Uieda (Integral)

Leia mais

BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO IBB021. Por que é importante? Por que é necessário? Por que é importante? Conservação em Paisagens Modificadas pelo Homem

BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO IBB021. Por que é importante? Por que é necessário? Por que é importante? Conservação em Paisagens Modificadas pelo Homem BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO IBB021 Conservação em Paisagens Modificadas pelo Homem AULA 10 I. Planejamento e em Conservação - Planejamento Sistemático da Conservação - Conservação em nível de espécie, localidade

Leia mais

RELAÇÃO ENTRE OS FOCOS DE CALOR E O DESMATAMENTO POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO NA CAATINGA

RELAÇÃO ENTRE OS FOCOS DE CALOR E O DESMATAMENTO POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO NA CAATINGA RELAÇÃO ENTRE OS FOCOS DE CALOR E O DESMATAMENTO POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO NA CAATINGA Marina Salgado Fontenele 1,2, Pedro Guilherme de A. Vasconcelos 1,2, Bianca Vigo Groetaers Vianna 1,2, Bruno Mariani

Leia mais

Registro de Phrynops williamsi no rio do Chapecó, Oeste de Santa Catarina, Brasil

Registro de Phrynops williamsi no rio do Chapecó, Oeste de Santa Catarina, Brasil NOTA CIENTÍFICA Registro de Phrynops williamsi no rio do Chapecó, Oeste de Santa Catarina, Brasil SPIER, Edson Fernando * ; FAVRETTO, Mario Arthur ** ; ONGHERO JUNIOR, Osvaldo *** ; PIOVEZAN, Jean Carlos

Leia mais

Descrição do girino de Sphaenorhynchus surdus (Cochran, 1953) (Anura, Hylidae)

Descrição do girino de Sphaenorhynchus surdus (Cochran, 1953) (Anura, Hylidae) Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 27:67-74. Julho de 2010 67 Descrição do girino de Sphaenorhynchus surdus (Cochran, 1953) (Anura, Hylidae) Ulisses Caramaschi 1 RESUMO: O girino de Sphaenorhynchus

Leia mais

Coleta e Curadoria de Anfíbios. Rafael Henrique Laboratório de Anfíbios

Coleta e Curadoria de Anfíbios. Rafael Henrique Laboratório de Anfíbios Coleta e Curadoria de Anfíbios Rafael Henrique Laboratório de Anfíbios POR QUE COLETAR? POR QUE COLETAR? Base para descrição de novas espécies POR QUE COLETAR? Delimitação de distribuição geográfica de

Leia mais

BIODIVERSIDADE DE ANFÍBIOS EM AMBIENTES DE MATA ATLÂNTICA E ANTRÓPICOS NA REGIÃO DO SUL DE MINAS GERAIS

BIODIVERSIDADE DE ANFÍBIOS EM AMBIENTES DE MATA ATLÂNTICA E ANTRÓPICOS NA REGIÃO DO SUL DE MINAS GERAIS BIODIVERSIDADE DE ANFÍBIOS EM AMBIENTES DE MATA ATLÂNTICA E ANTRÓPICOS NA REGIÃO DO SUL DE MINAS GERAIS Jacqueline P. FRANCISCO 1 ; Julio A. LOBO 2 ; Josué dos S. FERREIRA 3 ; Marcos M. de SOUZA 4. RESUMO

Leia mais

CLÓVIS FERRAZ de OLIVEIRA SANTOS

CLÓVIS FERRAZ de OLIVEIRA SANTOS Variação do tamanho dos grãos de pólen pelo método de acetólise (1) (2) CLÓVIS FERRAZ de OLIVEIRA SANTOS E. S. A. "Luiz de Queiroz" (1) Um resumo dêste trabalho foi apresentado na XII Reunião da Sociedade

Leia mais

RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA NA ÁREA DA UHE MAUÁ

RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA NA ÁREA DA UHE MAUÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO Centro de Hidráulica e Hidrologia Prof. Parigot de Souza RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA NA ÁREA DA UHE MAUÁ RELATÓRIO TÉCNICO Nº 39 2012 COORDENAÇÃO

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO PROCESSO SELETIVO 2012.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO PROCESSO SELETIVO 2012. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO PROCESSO SELETIVO 2012.2 Instruções: Leia atentamente cada questão antes de respondê-las

Leia mais

Fenômenos como a industrialização, a urbanização, o LEVANTAMENTO CIENCIOMÉTRICO DA SERPENTE B. MOOJENI PARA A ÁREA DA SAÚDE HUMANA

Fenômenos como a industrialização, a urbanização, o LEVANTAMENTO CIENCIOMÉTRICO DA SERPENTE B. MOOJENI PARA A ÁREA DA SAÚDE HUMANA LEVANTAMENTO CIENCIOMÉTRICO DA SERPENTE B. MOOJENI PARA A ÁREA DA SAÚDE HUMANA NICOLE CRISTINA LOPES DUTRA MARIANA PIRES DE CAMPOS TELLES Resumo: entre as espécies do Cerrado, a Bothrops moojeni é uma

Leia mais

MEGADIVERSIDADE. # Termo utilizado para designar os países mais ricos em biodiversidade do mundo. 1. Número de plantas endêmicas

MEGADIVERSIDADE. # Termo utilizado para designar os países mais ricos em biodiversidade do mundo. 1. Número de plantas endêmicas MEGADIVERSIDADE MEGADIVERSIDADE # Termo utilizado para designar os países mais ricos em biodiversidade do mundo. 1. Número de plantas endêmicas 2. Número de espécies endêmicas em geral 3. Número total

Leia mais

Universidade Estadual do Ceará UECE Centro de Ciências da Saúde CCS Curso de Ciências Biológicas Disciplina de Ecologia.

Universidade Estadual do Ceará UECE Centro de Ciências da Saúde CCS Curso de Ciências Biológicas Disciplina de Ecologia. Universidade Estadual do Ceará UECE Centro de Ciências da Saúde CCS Curso de Ciências Biológicas Disciplina de Ecologia Biodiversidade P r o fe s s or D r. O r i e l H e r re ra B o n i l l a M o n i to

Leia mais

Considerações geológicas e paisagísticas sobre o habitat de Leptodactylus fuscus (Amphibia, Anura)

Considerações geológicas e paisagísticas sobre o habitat de Leptodactylus fuscus (Amphibia, Anura) Considerações geológicas e paisagísticas sobre o habitat de Leptodactylus fuscus (Amphibia, Anura) Ana Paula Zampieri Silva 1 Maurício Borges 2 Osmar Guedes da Silva Júnior 3 RESUMO: Como parte de um estudo

Leia mais

Camila Michele de Souza Hossotani

Camila Michele de Souza Hossotani FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ANIMAL CRANIOMETRIA DE TAMANDUÁ-BANDEIRA (MYRMECOPHAGA TRIDACTYLA) E TAMANDUÁ-MIRIM

Leia mais

Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Cienc. Nat., Belém, v. 4, n. 3, p , set.- dez. 2009

Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Cienc. Nat., Belém, v. 4, n. 3, p , set.- dez. 2009 Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Cienc. Nat., Belém, v. 4, n. 3, p. 355-361, set.- dez. 2009 Primeira ocorrência de Tupinambis quadrilineatus Manzani & Abe, 1997 (Squamata: Teiidae) no bioma Amazônia First

Leia mais

Diversidade e dispersão das espécies lenhosas em áreas de cerrado sensu stricto, no período de 1996 a 2011, após supressão da vegetação em 1988

Diversidade e dispersão das espécies lenhosas em áreas de cerrado sensu stricto, no período de 1996 a 2011, após supressão da vegetação em 1988 http://dx.doi.org/10.12702/viii.simposfloresta.2014.145-654-1 Diversidade e dispersão das espécies lenhosas em áreas de cerrado sensu stricto, no período de 1996 a 2011, após supressão da vegetação em

Leia mais

ZOOLOGIA DE VERTEBRADOS

ZOOLOGIA DE VERTEBRADOS ZOOLOGIA DE VERTEBRADOS CURSO: Ciências Biológicas 3º Ano 2º semestre Campo 2 - Anfíbios Preparação para o campo Professores: Virgínia Sanches Uieda e Wilson Uieda Colaborador: Silvio César de Almeida

Leia mais

A BIOGEOGRAFIA BRASILEIRA NO ÂMBITO DE TRABALHOS PUBLICADOS NOS SIMPÓSIOS DE GEOGRAFIA FÍSICA NO PERÍODO DE 1997 A 2007

A BIOGEOGRAFIA BRASILEIRA NO ÂMBITO DE TRABALHOS PUBLICADOS NOS SIMPÓSIOS DE GEOGRAFIA FÍSICA NO PERÍODO DE 1997 A 2007 A BIOGEOGRAFIA BRASILEIRA NO ÂMBITO DE TRABALHOS PUBLICADOS NOS SIMPÓSIOS DE GEOGRAFIA FÍSICA NO PERÍODO DE 1997 A 2007 Carla Juliana Aguiar de Carvalho Graduanda em Geografia na Universidade Federal de

Leia mais

Composição Florística e Síndromes de Dispersão no Morro Coração de Mãe, em. Piraputanga, MS, Brasil. Wellington Matsumoto Ramos

Composição Florística e Síndromes de Dispersão no Morro Coração de Mãe, em. Piraputanga, MS, Brasil. Wellington Matsumoto Ramos MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA VEGETAL Composição Florística e Síndromes de Dispersão

Leia mais

Análise do cariótipo de duas espécies da família Formicariidae (Aves, Passeriformes)

Análise do cariótipo de duas espécies da família Formicariidae (Aves, Passeriformes) 15 Ararajuba 10 (1): 15-19 junho de 2002 Análise do cariótipo de duas espécies da família Formicariidae (Aves, Passeriformes) Mario Angel Ledesma, Analía del Valle Garnero e Ricardo José Gunski Proyecto

Leia mais

LEVANTAMENTO PRELIMINAR DA ANUROFAUNA EM UMA ÁREA DE CERRADO ENTRE DIAMANTINA E AUGUSTO DE LIMA, MINAS GERAIS, BRASIL.

LEVANTAMENTO PRELIMINAR DA ANUROFAUNA EM UMA ÁREA DE CERRADO ENTRE DIAMANTINA E AUGUSTO DE LIMA, MINAS GERAIS, BRASIL. LEVANTAMENTO PRELIMINAR DA ANUROFAUNA EM UMA ÁREA DE CERRADO ENTRE DIAMANTINA E AUGUSTO DE LIMA, MINAS GERAIS, BRASIL. Siqueira, R.C.; Teieira, T.M.; Oliveira Júnior, P.R.; Guedes, E.A.; Sousa, V.M.; Melo,

Leia mais

Michel Lacerda Baitelli. Posicionamento Competitivo dentro dos Grupos Estratégicos da Indústria de Higiene Pessoal e Cosméticos

Michel Lacerda Baitelli. Posicionamento Competitivo dentro dos Grupos Estratégicos da Indústria de Higiene Pessoal e Cosméticos Michel Lacerda Baitelli Posicionamento Competitivo dentro dos Grupos Estratégicos da Indústria de Higiene Pessoal e Cosméticos Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada como requisito parcial para

Leia mais

xanthoptica X eschscholtzi; platensis X croceater; sendo

xanthoptica X eschscholtzi; platensis X croceater; sendo Espécie, espécies ou subespécies? Parte I. Exercício sobre conceito de espécies e especiação (retirado de Brown 1974): Em trabalho publicado em 1974, Charles W. Brown (Brown 1974) analisou a hibridização

Leia mais

Fauna de Lagartos. Belém Orientadora: Dr a Teresa Cristina Sauer de Ávila Pires Co-orientadora: Dr a Silvana Amaral

Fauna de Lagartos. Belém Orientadora: Dr a Teresa Cristina Sauer de Ávila Pires Co-orientadora: Dr a Silvana Amaral Fauna de Lagartos da Amazônia brasileira: Diversidade, Biogeografia e Conservação. Marco Antônio Ribeiro Júnior Orientadora: Dr a Teresa Cristina Sauer de Ávila Pires Co-orientadora: Dr a Silvana Amaral

Leia mais

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS RIO CLARO

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS RIO CLARO unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS RIO CLARO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS (BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR) Diversidade cariotípica e

Leia mais

USO DE NINHOS ARTIFICIAIS COMO METODOLOGIA PARA VERIFICAR A TAXA DE PREDAÇÃO DE NINHOS EM DOIS AMBIENTES: BORDA E INTERIOR DE MATA

USO DE NINHOS ARTIFICIAIS COMO METODOLOGIA PARA VERIFICAR A TAXA DE PREDAÇÃO DE NINHOS EM DOIS AMBIENTES: BORDA E INTERIOR DE MATA USO DE NINHOS ARTIFICIAIS COMO METODOLOGIA PARA VERIFICAR A TAXA DE PREDAÇÃO DE NINHOS EM DOIS AMBIENTES: BORDA E INTERIOR DE MATA Ivonete Batista Santa Rosa Gomes 1 Mariluce Rezende Messias 2 Resumo:

Leia mais

Avaliação do padrão e número de sítios de fosforilação (EPIYA) da proteína CagA de H. pylori e risco de carcinoma gástrico e úlcera duodenal

Avaliação do padrão e número de sítios de fosforilação (EPIYA) da proteína CagA de H. pylori e risco de carcinoma gástrico e úlcera duodenal UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MICROBIOLOGIA Avaliação do padrão e número de sítios de fosforilação (EPIYA) da proteína CagA de H. pylori

Leia mais

BV BioMA. Biblioteca Virtual em Biodiversidade e Meio Ambiente. Hussam Zaher Museu de Zoologia da USP. São Paulo, janeiro de 2010

BV BioMA. Biblioteca Virtual em Biodiversidade e Meio Ambiente. Hussam Zaher Museu de Zoologia da USP. São Paulo, janeiro de 2010 BV BioMA Biblioteca Virtual em Biodiversidade e Meio Ambiente Hussam Zaher Museu de Zoologia da USP São Paulo, janeiro de 2010 Introdução Crise ambiental levou os analistas a construírem um consenso em

Leia mais

Equipe da UFMG descobre 2 novas espécies de

Equipe da UFMG descobre 2 novas espécies de Equipe da UFMG descobre 2 novas espécies de tamanduaí Por Redação Boas Novas - 23 de Fevereiro de 2018 Nova espécie de tamanduaí, um tipo raro de tamanduá, foi descoberto por pesquisadores da UFMG. Foto

Leia mais

ASPECTOS DA BIOMETRIA, FISIOLOGIA E REPRODUÇÃO DE NEOCORBICULA LIMOSA (MOLLUSCA, BIVALVIA) NO LAGO GUAÍBA (PORTO ALEGRE, RS)

ASPECTOS DA BIOMETRIA, FISIOLOGIA E REPRODUÇÃO DE NEOCORBICULA LIMOSA (MOLLUSCA, BIVALVIA) NO LAGO GUAÍBA (PORTO ALEGRE, RS) ASPECTOS DA BIOMETRIA, FISIOLOGIA E REPRODUÇÃO DE NEOCORBICULA LIMOSA (MOLLUSCA, BIVALVIA) NO LAGO GUAÍBA (PORTO ALEGRE, RS) Maria Mercedes Bendati Divisão de Pesquisa, Departamento Municipal de Água e

Leia mais

MARLON CORRÊA PEREIRA

MARLON CORRÊA PEREIRA MARLON CORRÊA PEREIRA DIVERSIDADE E ESPECIFICIDADE DE FUNGOS MICORRÍZICOS ASSOCIADOS A Epidendrum secundum (ORCHIDACEAE) EM UM CAMPO DE ALTITUDE NO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO BRIGADEIRO MG Dissertação

Leia mais

TÍTULO: RIQUEZA E COMPOSIÇÃO DE ANFÍBIOS ANUROS EM UMA ÁREA DE CERRADO FRAGMENTADO, CUIABÁ - MATO GROSSO

TÍTULO: RIQUEZA E COMPOSIÇÃO DE ANFÍBIOS ANUROS EM UMA ÁREA DE CERRADO FRAGMENTADO, CUIABÁ - MATO GROSSO Anais do Conic-Semesp. Volume 1, 2013 - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN 2357-8904 TÍTULO: RIQUEZA E COMPOSIÇÃO DE ANFÍBIOS ANUROS EM UMA ÁREA DE CERRADO FRAGMENTADO, CUIABÁ - MATO GROSSO

Leia mais

PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS ESPÉCIES DE CAESALPINIOIDEAE (FABACEAE) DE UM AFLORAMENTO GRANÍTICO NO SEMIÁRIDO PARAIBANO

PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS ESPÉCIES DE CAESALPINIOIDEAE (FABACEAE) DE UM AFLORAMENTO GRANÍTICO NO SEMIÁRIDO PARAIBANO PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS ESPÉCIES DE CAESALPINIOIDEAE (FABACEAE) DE UM AFLORAMENTO GRANÍTICO NO SEMIÁRIDO PARAIBANO Luan Pedro da Silva¹; Erimágna de Morais Rodrigues¹; José Iranildo Miranda

Leia mais

Relatório conclusivo do monitoramento do bagre Rhamdia jequitinhonha - Silfvergrip, 1996 (condicionante 21)

Relatório conclusivo do monitoramento do bagre Rhamdia jequitinhonha - Silfvergrip, 1996 (condicionante 21) Relatório conclusivo do monitoramento do bagre Rhamdia jequitinhonha - Silfvergrip, 1996 (condicionante 21) Biólogo Francisco Ricardo de Andrade Neto (CRBio 44968/04) Maio 2014 1 ÍNDICE APRESENTAÇÃO...

Leia mais

ANFÍBIOS: UM DIAGNÓSTICO SOBRE O CONHECIMENTO DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

ANFÍBIOS: UM DIAGNÓSTICO SOBRE O CONHECIMENTO DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO ANFÍBIOS: UM DIAGNÓSTICO SOBRE O CONHECIMENTO DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO Área Temática: Educação Coordenação da ação: Rinneu Elias Borges 1 Marcelino Benvindo de Souza 2, Adailton Rodrigues da Silva 3,

Leia mais

EFEITO DO PASTOREIO E DO DESMATAMENTO NA DIVERSIDADE DE RÉPTEIS EM ÁREAS DE CAATINGA DO SERIDÓ POTIGUAR, RN, BRASIL

EFEITO DO PASTOREIO E DO DESMATAMENTO NA DIVERSIDADE DE RÉPTEIS EM ÁREAS DE CAATINGA DO SERIDÓ POTIGUAR, RN, BRASIL EFEITO DO PASTOREIO E DO DESMATAMENTO NA DIVERSIDADE DE RÉPTEIS EM ÁREAS DE CAATINGA DO SERIDÓ POTIGUAR, RN, BRASIL Laiza Maria Rodrigues Silva ¹, Carlos Antônio Sombra Junior ², Sofia de Oliveira Cabral

Leia mais

CARACTERIZAÇÃO BIOMÉTRICA DOS FRUTOS E SEMENTES DA Poincianella pyramidalis (Tul.) L. P. Queiroz

CARACTERIZAÇÃO BIOMÉTRICA DOS FRUTOS E SEMENTES DA Poincianella pyramidalis (Tul.) L. P. Queiroz CARACTERIZAÇÃO BIOMÉTRICA DOS FRUTOS E SEMENTES DA Poincianella pyramidalis (Tul.) L. P. Queiroz Alex Nascimento de Sousa¹ Lucas Jean Nunes ² João Paulo Silva Gomes ³ Malcon do Prado Costa ⁴ ¹ Universidade

Leia mais

BIOLOGIA. Ecologia e ciências ambientais. Níveis de organização da vida. Professor: Alex Santos

BIOLOGIA. Ecologia e ciências ambientais. Níveis de organização da vida. Professor: Alex Santos BIOLOGIA Ecologia e ciências ambientais Professor: Alex Santos Tópicos em abordagem: Introdução a ecologia e níveis de organização da vida: I Introdução aos fundamentos de Ecologia II Níveis de organização

Leia mais

Ecologia e Modelagem Ambiental para a conservação da Biodiversidade

Ecologia e Modelagem Ambiental para a conservação da Biodiversidade Ecologia e Modelagem Ambiental para a conservação da Biodiversidade SISTEMÁTICA FILOGENÉTICA, BOTÂNICA E CONSERVAÇÃO 1. NOÇÕES BÁSICAS DE SISTEMÁTICA FILOGENÉTICA 2. Índice de Diversidade Filogenética

Leia mais

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Unidade Universitária: CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE Curso: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Disciplina: ZOOLOGIA IV (VERTEBRADOS II) Código da Disciplina: 020.1472.6 DRT: 1104479 Etapa: Professor(es): Profa

Leia mais

ZOOCIÊNCIAS 10(1): 73-76, abril 2008

ZOOCIÊNCIAS 10(1): 73-76, abril 2008 Observação do comportamento predatório de Liophis miliaris orinus em Hylodes meridionalis.73 Revista Brasileira de ZOOCIÊNCIAS 10(1): 73-76, abril 2008 ISSN 1517-6770 Comunicação Científica Observação

Leia mais

Paleontologia. Profa. Flaviana Lima

Paleontologia. Profa. Flaviana Lima UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI URCA PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO PROGRAD Centro de Ciências Biológicas e da Saúde CCBS Departamento de Ciências Biológicas DCBio Paleontologia Profa. Flaviana Lima

Leia mais

ESTUDO CITOGENÉTICO DA RÃ-TOURO (Rana catesbeiana Shaw, 1802) 1

ESTUDO CITOGENÉTICO DA RÃ-TOURO (Rana catesbeiana Shaw, 1802) 1 ARS VETERINARIA, Jaboticabal, SP, Vol. 18, nº 2, 174-178, 2002. ISSN 0102-6380 ESTUDO CITOGENÉTICO DA RÃ-TOURO (Rana catesbeiana Shaw, 1802) 1 (CYTOGENETIC STUDIES OF BULLFROG (Rana catesbeiana Shaw, 1802)

Leia mais

Population Size and Conservation Strategies for the Northeast Rufous Gnateater, a Threatened Subspecies of a Relictual Atlantic Forest

Population Size and Conservation Strategies for the Northeast Rufous Gnateater, a Threatened Subspecies of a Relictual Atlantic Forest Population Size and Conservation Strategies for the Northeast Rufous Gnateater, a Threatened Subspecies of a Relictual Atlantic Forest Ileyne Lopes Wesley Silva Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP

Leia mais

Biodiversidade aquática e impactos ambientais: percepção, estratégias de ensino e popularização da ciência

Biodiversidade aquática e impactos ambientais: percepção, estratégias de ensino e popularização da ciência Biodiversidade aquática e impactos ambientais: percepção, estratégias de ensino e popularização da ciência Gabriela Souza Cristino 1 * (IC), Juliana Simião Ferreira 2 (PQ). *gabycristino11@gmail.com Universidade

Leia mais

O Laboratório de Taxonomia e História Natural de Anfíbios AMPHIBIA O PPG em Biodiversidade & Evolução

O Laboratório de Taxonomia e História Natural de Anfíbios AMPHIBIA O PPG em Biodiversidade & Evolução Laboratório de Taxonomia e História Natural de Anfíbios - AMPHIBIA O Laboratório de Taxonomia e História Natural de Anfíbios AMPHIBIA O PPG em Biodiversidade & Evolução Professor Marcelo Felgueiras Napoli

Leia mais

RIQUEZA E COMPOSIÇÃO DE ANFÍBIOS EM ÁREA DE CERRADO FRAGMENTADA NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ

RIQUEZA E COMPOSIÇÃO DE ANFÍBIOS EM ÁREA DE CERRADO FRAGMENTADA NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ RIQUEZA E COMPOSIÇÃO DE ANFÍBIOS EM ÁREA DE CERRADO FRAGMENTADA NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ Luiz Antônio Solino-Carvalho 1 Edson Viana Massoli Junior 2 Neidevon Realino de Jesus 3 Kelly Araujo da Silva 4 Jessica

Leia mais

Sapo pigmeu: Rhinella pygmaea (Myers & Carvalho, 1952)

Sapo pigmeu: Rhinella pygmaea (Myers & Carvalho, 1952) Sapo pigmeu: Rhinella pygmaea (Myers & Carvalho, 1952) Caio A. Figueiredo-de- Andrade Leonardo Serafim da Silveira Sapo pigmeu: Rhinella pygmaea (Myers & Carvalho, 1952) Caio A. Figueiredo-de-Andrade *

Leia mais

Personalidade de marcas de fast-food: uma comparação entre consumidores jovens brasileiros e americanos

Personalidade de marcas de fast-food: uma comparação entre consumidores jovens brasileiros e americanos Fernanda Marcia Araujo Maciel Personalidade de marcas de fast-food: uma comparação entre consumidores jovens brasileiros e americanos Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada ao Programa de Pósgraduação

Leia mais

Variabilidade da Precipitação Pluviométrica no Estado do Amapá

Variabilidade da Precipitação Pluviométrica no Estado do Amapá Variabilidade da Precipitação Pluviométrica no Estado do Amapá Alan Pantoja Braga 1, Edmundo Wallace Monteiro Lucas 1, Fabrício Daniel dos Santos Silva 1 1 Instituto Nacional de Meteorologia - Eixo Monumental

Leia mais

CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA DE Otocinclus vittatus (LORICARIIDAE, HYPOPTOPOMATINAE) DO CÓRREGO DO ONÇA, AFLUENTE DO TAQUARI, MUNICÍPIO DE COXIM, MS

CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA DE Otocinclus vittatus (LORICARIIDAE, HYPOPTOPOMATINAE) DO CÓRREGO DO ONÇA, AFLUENTE DO TAQUARI, MUNICÍPIO DE COXIM, MS CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA DE Otocinclus vittatus (LORICARIIDAE, HYPOPTOPOMATINAE) DO CÓRREGO DO ONÇA, AFLUENTE DO TAQUARI, MUNICÍPIO DE COXIM, MS Josimar Lara da Silva 1 ; Drª. Margarida Maria de Rossi

Leia mais

EFEITO DA URBANIZAÇÃO SOBRE A FAUNA DE INSETOS AQUÁTICOS DE UM RIACHO DE DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

EFEITO DA URBANIZAÇÃO SOBRE A FAUNA DE INSETOS AQUÁTICOS DE UM RIACHO DE DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL EFEITO DA URBANIZAÇÃO SOBRE A FAUNA DE INSETOS AQUÁTICOS DE UM RIACHO DE DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL Joab Pires Santana 1 ; Emerson Machado de Carvalho 2 1 Graduando do curso de Ciências Biológicas e

Leia mais

Estudo da comunidade de anuros em poça temporária com ênfase na espécie Phyllomedusa hypochondrialis.

Estudo da comunidade de anuros em poça temporária com ênfase na espécie Phyllomedusa hypochondrialis. Estudo da comunidade de anuros em poça temporária com ênfase na espécie Phyllomedusa hypochondrialis. Júlia Olivina Lage da Cruz Orientadora: Paula Cabral Eterovick Projeto CT- Hidro 1. Introdução Os anfíbios

Leia mais

Universidade Federal do Amazonas Instituto de Ciências Biológicas Diversidade, distribuição e reprodução de Anfíbios

Universidade Federal do Amazonas Instituto de Ciências Biológicas Diversidade, distribuição e reprodução de Anfíbios Universidade Federal do Amazonas Instituto de Ciências Biológicas Diversidade, distribuição e reprodução de Anfíbios Prof. Dr. Marcelo Menin Departamento de Biologia - ICB Laboratório de Zoologia Programa

Leia mais

Avaliação climatológica da cidade de Uberlândia por meio da Análise de Componentes Principais

Avaliação climatológica da cidade de Uberlândia por meio da Análise de Componentes Principais Avaliação climatológica da cidade de Uberlândia por meio da Análise de Componentes Principais Bruna Queiroz de Melo Prado 1 Heverton Rodrigues Fernandes 2 Tatiane Gomes Araújo 3 Nádia Giarette Biase 4

Leia mais

RAFAELA CALLEGARI CARNEIRO. PREVALÊNCIA DE DEPRESSÃO EM IDOSOS NO BRASIL: Uma Revisão de Literatura

RAFAELA CALLEGARI CARNEIRO. PREVALÊNCIA DE DEPRESSÃO EM IDOSOS NO BRASIL: Uma Revisão de Literatura RAFAELA CALLEGARI CARNEIRO PREVALÊNCIA DE DEPRESSÃO EM IDOSOS NO BRASIL: Uma Revisão de Literatura Belo Horizonte 2010 RAFAELA CALLEGARI CARNEIRO PREVALÊNCIA DE DEPRESSÃO EM IDOSOS NO BRASIL: Uma Revisão

Leia mais

ESTUDOS CROMOSSÔMICOS EM ANUROS DAS FAMÍLIAS HYLIDAE RAFINESQUE, 1815 E LEPTODACTYLIDAE

ESTUDOS CROMOSSÔMICOS EM ANUROS DAS FAMÍLIAS HYLIDAE RAFINESQUE, 1815 E LEPTODACTYLIDAE MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOLOGIA CURSO DE DOUTORADO EM ZOOLOGIA ESTUDOS CROMOSSÔMICOS EM ANUROS DAS FAMÍLIAS HYLIDAE RAFINESQUE, 1815 E LEPTODACTYLIDAE

Leia mais

OCORRÊNCIA DE CROMOSSOMO B HETEROCROMÁTICO EM LAMBARIS DA BACIA DO SÃO FRANCISCO MINAS GERAIS

OCORRÊNCIA DE CROMOSSOMO B HETEROCROMÁTICO EM LAMBARIS DA BACIA DO SÃO FRANCISCO MINAS GERAIS OCORRÊNCIA DE CROMOSSOMO B HETEROCROMÁTICO EM LAMBARIS DA BACIA DO SÃO FRANCISCO MINAS GERAIS OCURRENCE OF HETEROCROMATIC B CROMOSOME IN TETRA FISH FROM SÃO FRANCISCO BASIN MINAS GERAIS Resumo Matheus

Leia mais

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ANIMAL ESTRUTURA CURRICULAR

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ANIMAL ESTRUTURA CURRICULAR PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ANIMAL ESTRUTURA CURRICULAR Curso de Mestrado: DISCIPLINAS/ATIVIDADES OBRIGATÓRIAS C. H. CRÉDITOS Biologia de Invertebrados 45 3 Biologia de Vertebrados 45 3 Elaboração

Leia mais

Modo reprodutivo de Leptodactylus natalensis Lutz, 1930 (Amphibia, Anura, Leptodactylidae)

Modo reprodutivo de Leptodactylus natalensis Lutz, 1930 (Amphibia, Anura, Leptodactylidae) Modo reprodutivo de Leptodactylus natalensis Lutz, 1930 (Amphibia, Anura, Leptodactylidae) ISSN 1517-6770 Ednilza Maranhão dos Santos 1, Fabiana de Oliveira Amorim 2 Reproductive mode of Leptodactylus

Leia mais