PROJETO BÁSICO AMBIENTAL UHE BAIXO IGUAÇU

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1 PROJETO BÁSICO AMBIENTAL UHE BAIXO IGUAÇU Semiaquática e Monitoramento da Fauna Atropelada (fase 2) Relatório Trimestral Outubro a Novembro de 2017 Empresa executora: Resiliência Consultoria Ambiental Equipe técnica responsável pelo desenvolvimento das atividades do Programa Colaboradores do relatório Conselho de Classe CTF IBAMA Assinatura Aline Gaglia Alves 44047/ Michel de Souza Schutte 60698/ JANEIRO /1

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3 SUMÁRIO 1 - APRESENTAÇÃO DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Dados de Identificação do Empreendedor Dados de Identificação da Consultora INTRODUÇÃO OBJETIVOS Objetivo Geral Objetivos Específicos ÁREA DE ESTUDO Caracterização Ambiental dos Sítios de Amostragem para Fauna Terrestre Caracterização Ambiental dos Trechos de Amostragem para Fauna Semiaquática FAUNA TERRESTRE Mastofauna Terrestre não Voadora Introdução Metodologia Dados secundários Dados primários Análise de dados Resultados e Discussão Lista de espécies, riqueza e representatividade do estudo Suficiência amostral curva do coletor (curva de rarefação) e riqueza estimada Similaridade entre os sítios de amostragem Sucesso de captura /5

4 Espécies ameaçadas, raras e endêmicas Espécies bioindicadoras de qualidade ambiental Espécies de importância econômica e cinegética Espécies potencialmente invasoras, oportunistas ou de risco epidemiológico, incluindo as domésticas Considerações finais Herpetofauna Introdução Metodologia Dados secundários Dados primários Análise de dados Resultados e Discussão Lista de espécies, riqueza e representatividade do estudo Suficiência amostral curva do coletor (curva de rarefação) e riqueza estimada Sucesso de captura Espécies ameaçadas, raras, endêmicas e novos registros Espécies bioindicadoras de qualidade ambiental Espécies de importância econômica e cinegética Espécies potencialmente invasoras, oportunistas ou de risco epidemiológico, incluindo as domésticas Considerações finais Avifauna Introdução Metodologia Dados secundários Dados primários Resultados e Discussão Lista de espécies, riqueza e representatividade do estudo /5

5 Suficiência amostral curva do coletor (curva de rarefação) e riqueza estimada Sucesso de captura Espécies ameaçadas, raras, endêmicas e novos registros Espécies Bioindicadoras de Qualidade Ambiental Espécies de importância econômica e cinegética Espécies potencialmente invasoras, oportunistas ou de risco epidemiológico, incluindo as domésticas Espécies migratórias Considerações Finais Quiropterofauna Introdução Metodologia Dados secundários Dados primários Análise de dados Resultados e Discussão Lista de espécies, riqueza e representatividade do estudo Suficiência amostral curva do coletor (curva de rarefação) e riqueza estimada Sucesso de captura Espécies ameaçadas, raras, endêmicas e novos registros Espécies bioindicadoras de qualidade ambiental Espécies de importância econômica e cinegética Espécies potencialmente invasoras, oportunistas ou de risco epidemiológico, incluindo as domésticas Considerações Finais FAUNA SEMIÁQUATICA Cágado- rajado (Phrynops williamsi) Introdução /5

6 Metodologia Redes feiticeiras (trammel nets) Contagem visual Encontro ocasional Monitoramento reprodutivo Monitoramento por telemetria Análise de dados Resultados e Discussão Redes feiticeiras (trammel nets) Contagem visual Encontro ocasional Monitoramento reprodutivo Monitoramento por telemetria Comparação entre os trechos de amostragem Considerações Finais Lontra (Lontra longicaudis) Introdução Metodologia Vistoria de margens Pontos focais Armadilhas fotográficas Análise de dados Resultados e Discussão Grau de ameaça de Lontra longicaudis Considerações Finais FAUNA ATROPELADA Introdução Metodologia Análise de Dados Resultados e Discussão /5

7 8.4 - Considerações Finais CONCLUSÕES EQUIPE TÉCNICA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS /5

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9 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Normais Climatológicas de Foz do Iguaçu ( ), fonte: INMET, /265 Figura 2: Caracterização da Área de Influência Indireta da, durante a 1ª campanha de monitoramento da fauna semiaquática /265 Figura 3: Caracterização da Área de Influência Direta da, durante a 1ª campanha de monitoramento da fauna semiaquática, novembro de 2017 (estação chuvosa) /265 Figura 4: Exemplo de registro direto: observação de capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris) durante a 1ª campanha de monitoramento de mastofauna da, novembro de /265 Figura 5: Exemplo de registro indireto: rastro de tatu-galinha (Dasypus novemcinctus) durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da, novembro de /265 Figura 6: Armadilha Tomahawk instalada no solo durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da UHE Baixo Iguaçu, novembro de /265 Figura 7: Armadilha Sherman instalada no sub-bosque durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da, novembro de /265 Figura 8: Pitfall instalado em sítio de amostragem durante a primeira campanha de monitoramento de fauna da, novembro de /265 Figura 9: Roedores (Oligoryzomys nigripes) capturados em pitfall durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da, novembro de /265 Figura 10: Pesagem de espécime capturado durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da UHE Baixo Iguaçu, novembro de /265 Figura 11: Gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris) sendo brincado durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da, novembro de /265 Figura 12: Curva de acumulação e rarefação de espécies de mamíferos terrestres registradas durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da, novembro de *Esta análise não considerou os registros ocasionais /265 1/5

10 Figura 13: Riqueza de espécies e número de registros por sítios de amostragem durante a 1ª campanha de monitoramento da mastofauna da, novembro de *Dados obtidos apenas pelos métodos sistemáticos /265 Figura 14: Riqueza de espécies e exclusividade de espécies por sítios de amostragem durante a 1ª campanha de monitoramento da mastofauna da, novembro de *Dados obtidos por métodos sistemáticos e ocasionais /265 Figura 15: Dendrograma de Cluster através do Índice de Dissimilaridade de Jaccard, durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da, novembro de /265 Figura 16: Cachorro-doméstico observado em trilha de armadilhas no sítio 3 durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da, novembro de /265 Figura 17: Registro fotográfico durante Busca Ativa Limitada por Distância (BALD) durante 1ª campanha de monitoramento de herpetofauna na. Outubro/novembro, /265 Figura 18: Registro fotográfico durante Busca em Ambientes Reprodutivos (BSR) durante 1ª campanha de monitoramento de herpetofauna na. Outubro/novembro, /265 Figura 19: Sistema de Armadilhas de Interceptação e Queda (AIQ) instalados durante 1ª campanha de monitoramento de herpetofauna. Outubro/novembro, /265 Figura 20: Biometria de Elachistocleis cesarii durante 1ª campanha de monitoramento de herpetofauna na UHE Baixo Iguaçu. Outubro/novembro, /265 Figura 21: Marcação com biopolímero de cor azul de anuro durante 1ª campanha de monitoramento de herpetofauna na. Outubro/novembro, /265 Figura 22: Curva de rarefação (Jackknife1) e acumulação de espécies de herpetofauna para o método de busca ativa limitada por distância (BALD) + busca em sítios reprodutivos (BSR) realizados durante a 1ª campanha de monitoramento da herpetofauna da. Outubro/novembro, /265 Figura 23: Curva de rarefação (Jackknife1) e acumulação de espécies para o método de armadilhas de interceptação e queda (AIQ) realizado durante 1ª campanha de monitoramento da herpetofauna da UHE Baixo Iguaçu. Outubro/novembro, IC denota 95% /265 Figura 24: Gráfico de abundância da herpetofauna por sítio amostral para o método de busca ativa limitada por distância (BALD) + busca em sítios reprodutivos (BSR) e armadilhas de interceptação e queda (AIQ) realizado 2/5

11 durante a 1ª campanha de monitoramento de herpetofauna. Outubro/novembro, /265 Figura 25: Gráfico de Whittaker da herpetofauna por espécie para o método de busca ativa limitada por distância (BALD) + busca em sítios reprodutivos (BSR) e armadilhas de interceptação e queda (AIQ) realizado durante a 1ª campanha de monitoramento da herpetofauna na. Outubro/novembro, /265 Figura 26: Gráfico de similaridade (nmds) da herpetofauna entre os sítios amostrais (S) estudados ao longo da 1ª campanha de monitoramento de herpetofauna na. Outubro/novembro, /265 Figura 27: Ornitólogos efetuando amostragem por lista de Mackinnon e por ponto fixo durante a 1ª campanha de monitoramento de aves da, novembro de /265 Figura 28: Saltator similis (trinca-ferro) capturado em rede de neblina durante a 1ª campanha de monitoramento de aves da, novembro de /265 Figura 29: Obtenção de dados biométricos de aves capturadas durante a 1ª campanha de monitoramento de aves da, novembro de /265 Figura 30: Famílias de espécies de aves mais representativas registradas durante a primeira campanha de monitoramento da avifauna da (novembro/2017) /265 Figura 31: Curva de rarefação de espécies da avifauna registradas por meio de captura por redes de neblina, lista de Mackinnon e ponto de escuta durante a primeira campanha de monitoramento na área da UHE Baixo Iguaçu (novembro/2017) /265 Figura 32: Espécies mais abundantes durante a primeira campanha de monitoramento da avifauna da UHE Baixo Iguaçu (PR), novembro/ /265 Figura 33: Spizaetus melanoleucus (gavião-pato), espécie categorizada como em Perigo no Paraná, registrada durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da, novembro/ /265 Figura 34: Cyanoloxia brissonii (azulão), espécie endêmica de Mata Atlântica registrada durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da, novembro/ /265 Figura 35: Aramides saracura (saracura-do-mato), espécie endêmica de Mata Atlântica registrada durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da, novembro/ /265 Figura 36: Tachyphomus coronatus (tiê-preto), espécie endêmica de Mata Atlântica registrada durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da, novembro/ /265 3/5

12 Figura 37: Redes de neblina instaladas durante a 1ª campanha de monitoramento da, novembro/ /265 Figura 38: Morcegos capturados na rede de neblina, sítio de amostragem 08 durante a 1ª campanha de monitoramento da, novembro/ /265 Figura 39: Medição de antebraço de Sturnira lilium durante a 1ª campanha de monitoramento da UHE Baixo Iguaçu, novembro/ /265 Figura 40: Frequência das espécies de morcegos capturados na 1ª campanha do programa de monitoramento da fauna terrestre da. Estudo realizado entre os dias 16 a 26 de novembro de 2017 (estação chuvosa) /265 Figura 41: Curva de rarefação (linha preta) com riqueza esperada (linha cinza) usando o estimador Jackknife 1 (Jack 1) das espécies de morcegos da primeira campanha do Programa de Monitoramento de fauna terrestre da. Estudo realizado entre os dias 16 a 26 de novembro de 2017 (estação chuvosa) /265 Figura 42: Captura de cágado-rajado em rede feiticeira. Indivíduo capturado no Trecho 2ª durante a primeira campanha de campo da. Outubro/Novembro de /265 Figura 43: Procedimento de morfometria durante a primeira campanha de monitoramento de cágado-rajado. Indivíduo capturado próximo ao canteiro de obras da (Trecho 2c). Outubro/Novembro de /265 Figura 44: Captura e soltura de cágado-rajado durante a primeira campanha de campo da. Outubro/Novembro de /265 Figura 45: Comparação do comprimento máximo de carapaça (CMC) de fêmeas e machos capturados no monitoramento do cágado-rajado (Phrynops williamsi) nas áreas de influência da, outubro/novembro de O traço horizontal representa o menor e o maior valor encontrado, enquanto que o traço horizontal representa a mediana dos dados da amostra /265 Figura 46: Comparação da massa de fêmeas e machos capturados no monitoramento do cágado-rajado (Phrynops williamsi) nas áreas de influência da, outubro/novembro de O traço horizontal representa o menor e o maior valor encontrado, enquanto que o traço horizontal representa a mediana dos dados da amostra /265 Figura 47: Foz do rio Floriano cheio (Trecho 1) durante a primeira campanha de campo da. Outubro/Novembro de /265 4/5

13 Figura 48: Pedral a jusante da UHE Salto Caxias (Trecho 2) durante a primeira campanha da. Outubro/Novembro de /265 Figura 49: Armadilhas fotográficas montadas nas margens em áreas com registros de uso por lontra, como passagens (esquerda) e tocas (direita) durante a 1ª campanha de monitoramento de lontras da UHE Baixo Iguaçu, novembro de 2017 (estação chuvosa) /265 Figura 50: Distribuição espacial das armadilhas fotográficas utilizadas durante a 1ª campanha de monitoramento de lontras da, novembro de 2017 (estação chuvosa) /265 Figura 51: Distribuição espacial dos registros de lontra realizados durante a 1ª campanha de monitoramento da, novembro de 2017 (estação chuvosa) /265 Figura 52: Vestígios de lontra (fezes e toca) registrados durante a 1ª campanha de monitoramento de lontras da, novembro de 2017 (estação chuvosa) /265 Figura 53: Proporção dos indivíduos registrados atropelados durante a 1ª campanha de monitoramento da, outubro/novembro de /265 Figura 54: Número de indivíduos registrados por grupo e por trecho durante a 1ª campanha de monitoramento da fauna atropelada da, outubro/novembro de /265 Figura 55: Riqueza de espécies registrada para cada grupo faunístico e sítio de amostragem durante a primeira campanha do monitoramento de fauna na área de influência da (PR), em outubro e novembro de 2017 (estação chuvosa) /265 5/5

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15 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Localização e características dos sítios de amostragem do Programa de Monitoramento da Fauna Terrestre e Semiaquática e Monitoramento da Fauna Atropelada da, Capanema e Capitão Leônidas Marques, PR, outubro de /265 Tabela 2: Referências bibliográficas utilizadas como fonte de dados secundários para o levantamento da mastofauna de potencial ocorrência para a área de influência da /265 Tabela 3: Lista das espécies da mastofauna registradas por dados primários e secundários para a área de influência da, com respectivos nomes comuns, campanha, referência (dados secundários), método de registro, categoria de ameaça de acordo com as listas do MMA (2014), IUCN (2017), IAP/PR (2010) e CITES (2017) e hábitos. Estudo realizado nos municípios de Capanema e Capitão Leônidas Marques, estado do Paraná, entre os dias 5 e 14 de novembro de /265 Tabela 4: Índice de Dissimilaridade de Jaccard, na primeira campanha de monitoramento de fauna da UHE Baixo Iguaçu, novembro de /265 Tabela 5: Esforço amostral, número de registros, riqueza e sucesso de captura obtidos em cada um dos métodos de amostragem utilizados durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da, novembro de /265 Tabela 6: Referências bibliográficas utilizadas como fonte de dados secundários para o levantamento da herpetofauna de potencial ocorrência para a área de estudo da /265 Tabela 7: Lista das espécies da herpetofauna registradas por dados primários e secundários (fontes bibliográficas) para a área de influência da Usina Hidroelétrica do Baixo Iguaçu, com respectivos nomes comuns, fitofisionomia, referência (dados secundários), método de registro, categoria de ameaça de acordo com as listas do MMA (2014), IUCN (2017), IAP/PR (2004) e CITES (2017), padrão de ocorrência espacial e hábitos. Estudo realizado entre os dias 25 de outubro e 04 de novembro de 2017 (estação chuvosa) /265 Tabela 8: Sucesso amostral por método de amostragem utilizado durante 1ª campanha de monitoramento de herpetofauna da. Outubro/novembro, /265 Tabela 9: Referências bibliográficas utilizadas como fonte de dados secundários para o levantamento da avifauna de potencial ocorrência para a área de estudo da Usina Hidroelétrica Baixo Iguaçu /265 1/3

16 Tabela 10: Lista das espécies da avifauna registradas através de coleta de dados primários e secundários (fontes bibliográficas) para a área de influência da, com respectivos nomes comuns, fitofisionomia, referência (dados secundários), método de registro, categoria de ameaça de acordo com as listas do MMA (2014), IUCN (2017), IAP/PR (2007) e CITES (2017), padrão de ocorrência espacial, hábitos e sensibilidade a distúrbios antrópicos. Estudo realizado em novembro, entre os dias 16 e 27/11/2017 (estação chuvosa) /265 Tabela 11: Sucesso de captura (número de indivíduos registrados/esforço amostral) por método utilizado durante a primeira campanha de monitoramento da avifauna na área da (PR), novembro/ /265 Tabela 12: Lista das espécies endêmicas registradas durante a primeira campanha de monitoramento da avifauna da (novembro de 2017) /265 Tabela 13: Lista das espécies registradas durante a primeira campanha de monitoramento da avifauna na área da (PR), as unidades amostrais de registro e respectivos Apêndices /265 Tabela 14: Lista das espécies que realizam deslocamento sazonal registradas durante a 1ª campanha de monitoramento da avifauna na área da (PR) e respectivos sítios de amostragem de registro /265 Tabela 15: Referências bibliográficas utilizadas como fonte de dados secundários para o levantamento da quiropterofauna de potencial ocorrência para a área de estudo da Usina Hidroelétrica Baixo Iguaçu /265 Tabela 16: Lista das espécies de morcegos registradas através de coleta de dados primários e secundários (fontes bibliográficas) para a área de influência da, com respectivos nomes comuns, fitofisionomia, referência (dados secundários), método de registro, categoria de ameaça de acordo com as listas da IUCN (2017) e Paraná (2010), características e hábito alimentar. Estudo realizado nos dias 16 a 26 de novembro de 2017 (estação chuvosa) /265 Tabela 17: Lista das espécies, abundância e frequência de captura dos morcegos capturados na 1ª campanha de monitoramento de fauna terrestre da nos respectivos sítios de amostragem. Estudo realizado entre os dias 16 a 26 de novembro de 2017 (estação chuvosa) /265 Tabela 18: Dados de riqueza, abundância, esforço amostral (m2.h), sucesso de captura (indivíduos/m2.h), índice de diversidade de Shannon (H'), equitabilidade (J') e dominância (D) nos sítios amostrados na primeira campanha de monitoramento da fauna terrestre da. Estudo realizado entre os dias 16 a 26 de novembro de 2017 (estação chuvosa) /265 2/3

17 Tabela 19: Sucesso amostral por captura com redes de neblina durante 1ª campanha de monitoramento de quiropterofauna da. Outubro/novembro, /265 Tabela 20: Descrição do esforço empregado com redes feiticeiras (trammel nets) durante a primeira campanha de monitoramento do cágado-rajado (Phrynops williamsi) nas áreas de influência da, outubro/novembro de /265 Tabela 21: Descrição do esforço empregado por contagem visual durante a primeira campanha de monitoramento do cágado-rajado (Phrynops williamsi) nas áreas de influência da, outubro/novembro de /265 Tabela 22: Possíveis sítios de nidificação do cágado-rajado (Phrynops williamsi) identificados por terceiros nas áreas de influência da, outubro/ novembro de /265 Tabela 23: Trechos percorridos, por dia e área de influência, durante a 1ª campanha de monitoramento de lontras da, novembro de 2017 (estação chuvosa) /265 Tabela 24: Número de registros, distância percorrida e coeficientes calculados para a 1ª campanha de monitoramento de lontras da /265 Tabela 25: Trechos e dias monitorados da BR 163 durante a primeira campanha de monitoramento de fauna da, outubro/novembro de /265 Tabela 26: Lista das espécies da fauna silvestres registradas por atropelamento durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da, outubro/novembro de /265 Tabela 27: Síntese dos resultados de números de espécies obtidos no Levantamento da Fauna na área de influência da (PR), com base em dados secundários e primários obtidos na campanha realizada em outubro-novembro de 2017 (campanha chuvosa) /265 3/3

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19 LISTA DE ANEXOS ANEXO I. ANEXO II. ANEXO III. ANEXO IV. ANEXO V. AUTORIZAÇÕES MAPA DAS ÁREAS DE AMOSTRAGEM PLANILHA DE DADOS BRUTOS (DIGITAL) CARTAS DE TOMBAMENTO REGISTRO FOTOGRÁFICO 1/1

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21 1 - APRESENTAÇÃO Em atendimento ao Plano Básico Ambiental Consolidado (PBA) e visando integrar as solicitações feitas por meio das condicionantes da renovação da Licença de Instalação n o /2015 do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) de 25 de agosto de 2015, este documento apresenta o relatório referente a primeira campanha do Programa de Monitoramento e Conservação da Fauna Terrestre e Semiaquática e do Monitoramento de Fauna Atropelada da durante a fase de Instalação do empreendimento. Destaca-se que as atividades foram aprovadas pela IAP por meio da Autorização Ambiental nº 47876, emitida em 28 de setembro de 2017 (Anexo I). 2 - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO O Consórcio Empreendedor Baixo Iguaçu CEBI é constituído pelas empresas Neoenergia S.A e Copel Geração e Transmissão S.A. - subsidiária da COPEL S.A. Foi vencedor da concessão da UHE Baixo Iguaçu, cujo aviso de adjudicação foi publicado em 26 de novembro de Dados de Identificação do Empreendedor Nome: Consórcio Empreendedor Baixo Iguaçu. CNPJ: / Inscrição Estadual: CTF: Telefone: / Endereço: Rua Tupinambás, 1187, Centro. Capanema PR. CEP: Contato: Luiz Augusto Marques Ludwig luiz.ludwig@baixoiguaçu.com.br Juliano Tupan Coragem - juliano.tupan@baixoiguacu.com.br Dados de Identificação da Consultora Nome: Resiliência Consultoria Ambiental Ltda. CNPJ: / Inscrição Estadual: isenta Inscrição Municipal: CTF: Telefone: (24) Endereço: Rua Yeda, 726 Sobrado, Tijuca Teresópolis/RJ. CEP: Contato: Aline Gaglia Alves - aline@resilienciaconsultoria.com.br 1/265

22 3 - INTRODUÇÃO A implementação de empreendimentos que demandam alteração da paisagem pode gerar efeitos de curto, médio ou longo prazo sobre as populações e comunidades faunísticas em decorrência da perda, degradação e fragmentação de seus habitats (FORMAN, 2003; LINDENMAYER et al., 2007). Desta forma, programas de monitoramento de biotas em uma perspectiva de longo prazo são necessários para avaliar os efeitos negativos decorrentes da implantação e operação de empreendimentos com vistas de obter subsídios para a proposição de medidas para minimizá-los. No que tange a instalação de barragens, aproveitamentos e usinas hidroelétricas, os impactos relacionados à fauna estão associados à supressão de vegetação nos reservatórios, acessos, subestações e, principalmente, ao enchimento. Indubitavelmente, dentre os grandes grupos de vertebrados, a ictiofauna sofre os maiores impactos em decorrência da alteração de cursos hídricos e regimes de vazante (DE SOUSA, 2000). Entretanto, para a fauna terrestre também são apresentados importantes impactos associados a perda de áreas de vida, modificações de regimes de umidade e temperatura e vegetação nas porções de entorno dos reservatórios (PAVAN, 2007). Estas modificações na paisagem impactam diretamente e de forma mais contundente espécies com baixa capacidade de deslocamento e alta especificidade no uso do ambiente (DA SILVA et al., 2005; PAVAN, 2007). Visando dar continuidade ao Programa de Monitoramento e Conservação da fauna terrestre e semiaquática e acompanhar os possíveis impactos associados a essas populações devido a implantação da, este documento apresenta os resultados obtidos durante a primeira campanha de campo realizada entre 24 de outubro a 28 de novembro de OBJETIVOS Objetivo Geral O objetivo geral do Programa é realizar o monitoramento da fauna terrestre (anfíbios, répteis, aves e mamíferos), fauna semiaquática (lontra e cágado-rajado), bem como monitoramento da fauna atropelada nas áreas de influência da Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu. 2/265

23 4.2 - Objetivos Específicos Caracterizar as espécies da fauna terrestre (anfíbios, répteis, aves e mamíferos) presente nas áreas de influência do empreendimento em questão; Monitorar a ocorrência das espécies da fauna terrestre (anfíbios, répteis, aves e mamíferos), nos sítios de amostragem definidos para a área de influência do empreendimento, comparando a riqueza, abundância e diversidade entre as campanhas; Avaliar padrões de ocorrência e atividade da fauna terrestre e semiaquática ao longo do período de implantação do empreendimento em uma perspectiva sazonal; Identificar possíveis interferências nos padrões de ocorrência e atividade das espécies da fauna terrestre (anfíbios, répteis, aves e mamíferos) consideradas endêmicas, raras, migratórias, ameaçadas de extinção, as de interesse cinegético e de importância econômica na área de influência do empreendimento; Identificar possíveis alterações na composição e riqueza das espécies da fauna terrestre (anfíbios, répteis, aves e mamíferos), ao longo do período de implantação e operação do empreendimento; Avaliar o padrão de distribuição espacial das espécies da fauna semiaquática (lontra e cágadorajado) na área de influência do empreendimento; Monitorar o uso de tocas de lontras nos trechos de monitoramento selecionados; Conhecer e acompanhar o deslocamento das fêmeas do cágado-rajado, especialmente durante o período reprodutivo; Identificar espécies mais sensíveis aos atropelamentos no trecho das rodovias indicados para o monitoramento; Avaliar trechos com maiores índices de atropelamento de fauna e propor medidas mitigadoras; Avaliar os possíveis impactos causados pela implantação da para as espécies, propondo medidas mitigadoras. 3/265

24 5 - ÁREA DE ESTUDO A está localizada à jusante da UHE Salto Caxias, nas coordenadas de latitude sul e de longitude oeste, sendo o último aproveitamento hidrelétrico em cascata previsto para o rio Iguaçu, afluente do rio Paraná. O eixo do barramento situa-se no estado do Paraná, a 174 km da foz do rio Iguaçu, imediatamente a montante da confluência do rio Gonçalves Dias e do limite do Parque Nacional do Iguaçu (PNI), entre os municípios de Capanema, na margem esquerda, e Capitão Leônidas Marques, na margem direita (ver mapa, Anexo II). O reservatório ocupará uma área de 31 km², sendo 18 km² formado pela calha natural do rio e 13 km ² da área de inundação. O clima na região de inserção do empreendimento pode ser considerado como temperado, com boa pluviosidade o ano inteiro. Segundo a classificação de Köppen e Geiger o clima é do tipo Cfa, ou seja, temperado quente, com estações bem definidas, úmido e com verão quente, com temperatura média 20,9 C e precipitação acumulada anual de 1868,7mm, onde o mês de outubro destaca-se como o de maior pluviosidade (Figura 1). Figura 1: Normais Climatológicas de Foz do Iguaçu ( ), fonte: INMET, Para amostragem de fauna terrestre foram selecionados 12 sítios de amostragem e para a amostragem da fauna semiaquática foram selecionados dois trechos, sendo um a montante do futuro barramento e outro a jusante. Já para fauna atropelada serão monitorados dois trechos da PR 182/BR 163 (Anexo II). 4/265

25 5.1 - Caracterização Ambiental dos Sítios de Amostragem para Fauna Terrestre A região dos sítios amostrais, originalmente, era recoberta preponderantemente por formações de Floresta Estacional Semidecidual (FES) e áreas transicionais com floresta ombrófila mista (FOM), ambas pertencentes ao domínio morfoclimático da Mata Atlântica (AB SABER, 1977; VELOSO et al., 1991). O avanço da fronteira agropecuária em direção ao planalto, no sentido leste-oeste do estado do Paraná, no entanto, descaracterizou a maior parte da vegetação local e, atualmente, os poucos fragmentos existentes são tipificados pela regeneração secundária inicial ou tardia, restando poucos fragmentos com vegetação que ainda preservam características das formações originais. A vegetação no entorno da porção média e baixa do rio Iguaçu segue características semelhantes. Em um aspecto geral, observa-se que a paisagem original foi convertida em uma paisagem predominada por pastagens de capim-colonião (Panicum maximum) ou braquiária (Brachiaria decubens), destinada a pecuária extensiva. Como característica marcante, observou-se extensas áreas destinadas à cultura de soja (Glycine max) e, pontualmente, limão (Citrus lemon). Entremeada nestas áreas observa-se também áreas destinadas no passado recente à agropecuária, mas que atualmente encontram-se sem manejo, onde florestas secundárias de regeneração inicial e média se fazem presentes. Boa parte dos fragmentos mais representativos situa-se em topos de morros ou em áreas de difícil acesso, com pouco interesse do ponto de vista agropecuário. Ainda, observa-se pequenos trechos com vegetação ciliar em tributários do rio Iguaçu, tais como rio Capanema e Andrades, na porção de inserção do empreendimento. Os fragmentos são caracterizados por dossel variando entre 10 a 20 metros de altura, com pouca ou nenhuma sinúsia formada. O folhiço varia de pouco a muito espesso, com presença marcante de rochas, bem como de bromélias epífitas, estas associadas principalmente aos remanescentes mais conservados de mata. Os fragmentos de vegetação mais representativos do ponto de vista regional encontram-se atualmente restritos ao interior do Parque Nacional Iguaçu (PNI) e sua zona de amortecimento imediata. Nesta área observa-se matas exuberantes de origem estacional semidecidual e ombrófila mista, com presença marcante das araucárias (Araucaria angustifolia). 5/265

26 A reimplantação dos sítios amostrais configurou-se como a primeira atividade a ser realizada para a continuidade no Programa de Monitoramento da Fauna Terrestre e Semiaquática e Monitoramento da Fauna Atropelada da. Levando em consideração que o monitoramento da fase pré-instalação findou-se em 2015, o retorno das atividades após dois anos exigiu uma reavaliação das áreas previamente monitoradas, considerando-se a autorização dos proprietários, intervenções antrópicas nos sítios, segurança e disponibilidade de acessos. Desta forma, no presente contexto tentou-se manter todas as áreas previamente amostradas, de forma que os dados possam ser comparados entre as distintas campanhas. No entanto, devido às condições encontradas localmente foi necessária à alteração de duas das áreas previamente monitoradas. Outrossim, conforme solicitado, será também incluída uma 12ª área, dentro do Parque Nacional do Iguaçu (PNI). Esta não foi estabelecida nesta campanha, pois o processo ainda encontra-se em análise pelo ICMBio. A mesma deverá ser implantada e monitorada a partir da segunda campanha. Dentre as áreas que foram substituídas no presente contexto, o Sítio 7 precisou ser alterado, uma vez que o proprietário da área não autorizou a continuidade do trabalho. A área originalmente utilizada durante a fase de pré-instalação apresentava como característica predominante a Mata Ciliar, com presença de Floresta Estacional Semidecidual, Ambiente Alagado e, também, ambiente sob pressão antrópica. A nova área também apresenta-se como, predominantemente, Mata Ciliar. A mesma está localizada entre o rio Iguaçu e o rio Andrade, a montante do reservatório, em fragmento maior que o anterior e contíguo ao Sítio 6. A outra área que também sofreu alteração de sua localização foi o Sítio 11. Para esta, dois fatores foram fundamentais para sua alteração, apesar de ter sido liberada para o estudo pelo proprietário. O primeiro item impeditivo foi o corte do fragmento ao meio. Apesar das imagens de satélite ainda não apresentar esta atualização, ao chegar no local foi verificado a abertura de uma estrada, a qual segundo o proprietário foi aberta em março deste ano e que ainda será melhorada pela prefeitura tão logo quanto possível. A abertura coincidiu com a área onde na fase anterior foi alocado as pitfalls e alterou significativamente a estrutura da vegetação. Além disso, os vizinhos a área chamaram a atenção para questão de segurança no local, tendo em vista os recentes assaltos a casas e criações que os mesmos sofreram nos últimos dois anos. Alguns moradores locais disseram também que há a 6/265

27 presença de caçadores que acessam por este local o PNI, sendo, portanto, mais um fator de risco que inviabilizaria a amostragem noturna. Apesar de ter sido considerada previamente como área controle, a inclusão do Sítio 12 nos limites do PNI suprirá esta demanda. O novo local utilizado em substituição ao Sítio 11 encontra-se localizado próximo ao canteiro de obras. A despeito de encontrar-se sobre interferência deste, o mesmo apresenta melhor estrutura florestal que o utilizado anteriormente e possui importância para o monitoramento da fauna tendo em vista que configura-se como um dos poucos remanescentes florestais na área e que, muito provavelmente, representa um refúgio para fauna afugentada da área. Entender a dinâmica da fauna neste fragmento ajudará a esclarecer um pouco mais sobre uma das áreas mais impactadas pela UHE. Outrossim, levando-se em conta a questão de insegurança nas imediações fora do canteiro de obra, o novo sítio apresenta segurança em tempo integral, permitindo que os pesquisadores trabalhem sem maiores riscos associados. Na Tabela 1 são apresentadas as localizações e as principais características de cada um dos sítios utilizados neste estudo. Tabela 1: Localização e características dos sítios de amostragem do Programa de Monitoramento da Fauna Terrestre e Semiaquática e Monitoramento da Fauna Atropelada da, Capanema e Capitão Leônidas Marques, PR, outubro de Sítio Área de Influência Fitofisionomia Coordenadas UTM (Fuso 22J) X Y 1 Indireta 2 AII 3 AID 4 AID Mata Ciliar, Floresta Estacional Semidecidual, Ambiente Alagado e Ambiente sob ação antrópica Floresta Estacional Semidecidual, Ambiente Alagado e Ambiente sob ação antrópica Mata Ciliar, Floresta Estacional Semidecidual, Ambiente Alagado e Ambiente sob ação antrópica Mata Ciliar, Floresta Estacional Semidecidual, Ambiente Alagado e Ambiente sob ação antrópica /265

28 Sítio Área de Influência Fitofisionomia Coordenadas UTM (Fuso 22J) X Y 5 AID 6 AID 7 AID 8 AID 9 AID 10 AID 11 AID Mata Ciliar, Floresta Estacional Semidecidual, Ambiente Alagado e Ambiente sob ação antrópica Mata Ciliar, Floresta Estacional Semidecidual e Ambiente sob ação antrópica Mata Ciliar, Floresta Estacional Semidecidual e Ambiente sob ação antrópica Mata Ciliar, Floresta Estacional Semidecidual e Ambiente sob ação antrópica Floresta Estacional Semidecidual, Ambiente Alagado e Ambiente sob ação antrópica Floresta Estacional Semidecidual, Ambiente Alagado e Ambiente sob ação antrópica Floresta Estacional Semidecidual e Ambiente sob ação antrópica AII A ser definido. - - Sítio de amostragem 1: O Sítio 1 localiza-se às margens do rio Gonçalves Dias, tributário do rio Iguaçu no trecho de jusante do barramento da. Área próxima ao Parque Nacional do Iguaçu que no presente estudo é tratada como área controle. O fragmento composto por FES antropizada, apesar de apresentar pequenas proporções, está conectado a vegetação ciliar que permite ao mesmo algumas conexões com outros fragmentos. Ao sul do fragmento, grandes áreas com cultivo de soja o mantém isolado de outros fragmentos remanescentes. Há ainda em seu interior canais d água que formam pequenas coleções d água. 8/265

29 Sítio de amostragem 2: O Sítio 2 localiza-se às margens do rio Monteiro, tributário do rio Iguaçu no trecho de montante do barramento da. O fragmento composto por FES antropizada, com presença de açudes, apresenta-se bem conectado a outros remanescentes do entorno e, também, pela vegetação ciliar do rio Monteiro, que permite ao mesmo algumas conexões com outros fragmentos mais distantes. Desta forma, é considerado como área de monitoramento e, possivelmente, como de soltura para as espécies provenientes do resgate de fauna durante a supressão da vegetação e enchimento do reservatório. Além destes remanescentes, sua matriz de inserção é predominantemente composta por pastagens e plantações de soja. Sítio de amostragem 3: O Sítio 3 localiza-se às margens do rio Iguaçu e é composto por fragmento de Floresta Estacional Semidecidual relativamente contínuo ao rio, que apesar de estar inserido em uma matriz com predomínio de soja, ainda resguarda boa conexão com o entorno, apresentando também coleções d água em seu interior, como açudes e área de transbordamento do rio, com estreita faixa de mata ciliar em regeneração. Sítio de amostragem 4: O Sítio 4 localiza-se às margens do rio Iguaçu, próximo a ponte que interliga os municípios de Capitão Leônidas Marques com Capanema, na BR 163. O remanescente apresenta boa resiliência devido a presença de drenagens em seu interior, onde mesmo com a presença de gado e entrada dos mesmos nas bordas da mata a mesma ainda se encontra bem conservada. Presença de canais d água e açudes favorecem a fauna neste local. Sítio de amostragem 5: O Sítio 5 localiza-se às margens do rio Iguaçu e é composto por fragmento de Floresta Estacional Semidecidual relativamente contínuo ao rio, que apesar de estar inserido em uma matriz com predomínio de soja, ainda resguarda boa conexão com o entorno, apresentando também coleções d água em seu interior na forma de açudes, com estreita faixa de mata ciliar em regeneração. 9/265

30 Sítio de amostragem 6: O Sítio 6 localiza-se as margens do rio Iguaçu e é composto por fragmento de Floresta Estacional Semidecidual e Mata Ciliar relativamente contínuo ao rio, inserido em uma matriz de pastagem, com presença de pecuária extensiva, apresenta-se bem conectado a outros fragmentos, sendo contíguo ao sírio 7. Sítio de amostragem 7: O Sítio 7 localiza-se às margens do rio Iguaçu e é composto por fragmento de Floresta Estacional Semidecidual e Mata Ciliar relativamente contínuo ao rio, inserido em uma matriz de pastagem, com presença de pecuária extensiva, apresenta-se bem conectado a outros fragmentos, sendo contíguo ao sítio 6, além de se encontrar entre o rio Iguaçu e o rio Andrada, com vegetação conectando ambas as margens. Como característica peculiar a este, encontra-se uma faixa de cerca de 500m com plantio de citrus em sua porção mais alta. Sítio de amostragem 8: O Sítio 8 localiza-se às margens do rio Capanema e é composto por um grande fragmento de Floresta Estacional contíguo as porções mais altas do terreno. Com presença de Mata Ciliar que estende-se as margens do rio Capanema em direção ao rio Iguaçu. Também inserido em uma matriz de soja e pasto para a pecuária, o fragmento destaca-se entre os demais por suas dimensões. Sítio de amostragem 9: O Sítio 9 localiza-se às margens do rio Capanema e é composto por fragmento de Floresta Estacional Semidecidual e Mata Ciliar relativamente contínuo ao rio, inserido em uma matriz de pastagem, com presença de pecuária extensiva, apresenta-se bem conectado a outros fragmentos pela faixa de Mata Ciliar. Sítio de amostragem 10: O Sítio 10 localiza-se às margens do rio Capanema em sua porção mais distal, junto a confluência com o rio Iguaçu. Composto por fragmento de Floresta Estacional, apresenta relevo escarpado, com presença de drenagens e pequenos afloramentos rochosos em seu interior. Também encontra-se inserido em uma matriz de pastagem e cultivo de soja. 10/265

31 Sítio de amostragem 11: O Sítio 11 localiza-se às margens do rio Iguaçu, junto ao canteiro de obras e próximo ao barramento. Composto por fragmento de Floresta Estacional, apresenta-se como um dos poucos remanescentes nesta área, podendo funcionar como importante refúgio da fauna Caracterização Ambiental dos Trechos de Amostragem para Fauna Semiaquática Foram amostrados dois trechos do rio Iguaçu, conforme Mapa das áreas de amostragem de fauna (Anexo II), são eles: Trecho 1: à jusante do futuro barramento da até o leito do rio Floriano, trecho este de, aproximadamente, 38km de rio que corresponde a Área de Influência Indireta (AII). Sendo feita também amostragem nos tributários navegáveis do rio Iguaçu presentes neste trecho. Esta área possui características ambientais semelhantes desde o local da instalação da barragem até a foz do rio Floriano. A margem direita corresponde ao limite do Parque Nacional do Iguaçu (PNI), com vegetação primária e mata ciliar densa, margem composta principalmente por rochas e barrancos de areia. A margem esquerda corresponde a área rural do município de Capanema, com baixa densidade de mata ciliar, com vegetação secundária, pontos com presença de vegetação exótica (pinus, eucalipitus) e grande parte desprovida de mata ciliar (pastagem, soja), onde há presença de pecuária e locais para fins turísticos (balneários). Esta margem apresenta barrancos predominantemente de terra e de altura elevada, com erosões de solo. No leito do rio há a presença de corredeiras e afloramento de rochas com vegetação aluvial, que ficam parcialmente submersas com a subida do nível do rio (Figura 2). No rio Floriano ambas as margens estão no PNI, e possuem as mesmas características mencionadas para a margem direita, citada acima (Figura 2). 11/265

32 Figura 2: Caracterização da Área de Influência Indireta da, durante a 1ª campanha de monitoramento da fauna semiaquática. Trecho 2: à montante do futuro barramento da até a barragem da UHE Salto Caxias, que representa a Área de Influência Direta (AID) (área do futuro reservatório) e engloba um trecho de, aproximadamente, 30km do rio Iguaçu. Esta área é composta em ambas as margens por propriedades rurais dos municípios de Capanema, Capitão Leônidas Marques e Realeza, apresentando poucos trechos com mata ciliar nativa e, quando presentes, são de vegetação secundária. A pastagem é 12/265

33 predominante e muitas vezes desprovidas de qualquer mata ciliar, com diversos trechos possuindo plantação de espécies exótica (pinus e eucalipitus). Este trecho apresenta alta antropização, sendo identificada a presença de trilhas e pontos de pesca. Os barrancos são formados principalmente por terra e de altura bastante variada, com alto grau de erosão. O leito do rio apresenta características bastante semelhante a AII, porém, com menos trechos de corredeiras, o que permite uma maior navegabilidade (Figura 3). Figura 3: Caracterização da Área de Influência Direta da, durante a 1ª campanha de monitoramento da fauna semiaquática, novembro de 2017 (estação chuvosa). 13/265

34 6 - FAUNA TERRESTRE Mastofauna Terrestre não Voadora Introdução O Brasil possui a maior riqueza de mamíferos do mundo, com cerca de 701 espécies descritas atualmente, o que representa cerca de 14% da mastofauna do planeta (COSTA et al., 2005; PAGLIA et al., 2012). Essas espécies estão distribuídas em 243 gêneros, 50 famílias e 12 ordens (PAGLIA et al., 2012), sendo que 69 estão oficialmente ameaçadas, o que representa 10.6% do total de espécies (MMA, 2008). A maioria das espécies de mamíferos no Brasil é arborícola (29.3%), não restrita ao Brasil (70%) e de ampla distribuição (86%). A Amazônia é o bioma com maior diversidade de espécies de mamíferos (399 espécies), seguida da Mata Atlântica (298 espécies) e do Cerrado (251) (PAGLIA et al., 2012). A mastofauna do sul do Brasil é bastante distinta e representativa, pela grande diversidade de ambientes (MMA, 2000). Apesar de ser o grupo de organismos mais bem conhecido, poucos locais de Mata Atlântica foram adequadamente inventariados, além disso, as listas de espécies elaboradas são geralmente incompletas (VOSS & EMMONS, 1996; AURICCHIO & SALOMÃO, 2002). Essas lacunas no conhecimento dificultam iniciativas de conservação e manejo, assim como análises regionais (BRITO, 2004). A execução de monitoramento depende, muitas vezes, do uso de indicadores ecológicos criteriosamente desenvolvidos para este fim, que são referências eficientes usadas para avaliar o estado do ambiente e monitorar tendências ao longo do tempo (DALE & BEYELER, 2001). Neste contexto, os mamíferos figuram como importante grupo no que diz respeito ao exercício de inferências sobre o estado de conservação de um determinado espaço em diferentes períodos de tempo. Além disso, os mamíferos servem como parâmetro para se medir condições, sejam no contexto da degradação que foi submetido ou pela integridade de um ambiente. Dentre os mamíferos, os médios e grandes geralmente são os mais afetados pelas diferentes pressões antrópicas, devido a sua necessidade de grandes áreas de uso em comparação com outros grupos, maior exigência de recursos, pouca capacidade de dispersão por áreas abertas e/ou urbanas 14/265

35 (MICHALSKI & PERES, 2007; PRIST et al., 2012) e baixas taxas reprodutivas (TABARELLI & GASCON, 2005), sendo por isso muitas vezes usado como espécies bioindicadoras. Muitas vezes, a presença de algumas espécies com grande requerimento de habitat, como um predador de topo de cadeia por exemplo, pode indicar a integridade de todo o habitat onde está inserido (CROOKS, 2002). Assim, mamíferos de médio e grande porte podem ser considerados bons indicadores da qualidade ambiental, sendo importante o monitoramento da ocorrência dos mesmos durante empreendimentos que possam vir a impactá-los (PARDINI, 2004; REIS et al., 2006). Já os pequenos mamíferos terrestres (roedores e marsupiais de até 3kg) (PREVEDELLO et al., 2008) são importantes em levantamentos e monitoramentos faunísticos, pois são bons indicadores tanto de alterações do habitat como de alterações da paisagem. Isto se deve à alta especificidade do grupo no uso de micro-hábitats, bem como na ocupação diferencial dos estratos verticais das florestas, facilitando a partição de recursos e a coexistência das espécies (LEITE et al., 1996). Além de sua importância como bioindicadores, estudos sobre a ecologia de pequenos mamíferos não voadores evidenciaram que o grupo exerce forte influência na dinâmica das florestas (JORDANO et al., 2006), além de serem base da cadeia alimentar para muitos carnívoros. Neste sentido este relatório contém os dados da primeira campanha de monitoramento dos mamíferos de pequenos, médio e grande porte nas áreas de influência da Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu Metodologia Dados secundários O levantamento de dados secundários foi realizado considerando-se dados mais próximos possível da, bem como os registros obtidos durante a fase 1 do programa de monitoramento de fauna (pré-obra). No total, foram utilizados três estudos, os quais tiveram seus resultados compilados (Tabela 2). São eles: 1. Silva, M. X. (2014): trabalho de mestrado Efetividade de áreas protegidas para a conservação da biodiversidade: padrões de ocupação de mamíferos no Parque Nacional do Iguaçu, foi utilizado 15/265

36 armadilhas fotográficas para estudar a ocupação de mamíferos, um total de 25 espécies foram registradas com um esforço amostral de armadilhas*noite. 2. Juraszek et al. (2014): estudou a mastofauna no município de Quedas do Iguaçu, PR, entre março de 2009 a dezembro de Com um esforço de km de busca ativa, de 96 armadilhas*noite de armadilhas fotográficas e 129 amostras de fezes, foram registradas 29 espécies de mamíferos de médio e grande porte. 3.. Consórcio Baixo Iguaçu/Biota (2015): estudo da mastofauna no empreendimento durante o período de setembro de 2013 a junho de Com um esforço de 348 km de busca ativa, 1760 armadilhas*noite com live-trap, 704 armadilhas*noite de pitfall e 1936 armadilhas*noite de armadilhas fotográficas, foram registradas 29 espécies de mamíferos de pequeno, médio e grande porte. Tabela 2 : Referências bibliográficas utilizadas como fonte de dados secundários para o levantamento da mastofauna de potencial ocorrência para a área de influência da. Nº 1 2 Fonte Bibliográfica 1- Silva, M. X. (2014) 2- Juraszek et al Tipo de estudo Pesquisa Científica Pesquisa Científica Período do estudo 2009 a 2013 Março 2009 a dezembro 2010 Localidade Coordenadas Esforço Riqueza* PARNA do Iguaçu Quedas do Iguaçu S; W S; W S; W Armadilhas fotográficas: 9360 armadilhas*noite 3282 km de busca ativa Armadilhas fotográficas: 96 armadilhas*noite 129 amostras fecais km de busca ativa 3 3- Consórcio Baixo Iguaçu/Biota (2015) Documento técnico Setembro 2013 a junho de 2015 Capanema e Capitão Leônidas Marques S; W 1760 armadilhas*noite de Tomahawk 704 armadilhas*noite de Pitfall 29 Armadilha fotográfica 1936 armadilhas*noite 16/265

37 Dados primários Para a obtenção dos dados primários foi realizada uma primeira campanha de campo durante a estação chuvosa local, entre os dias 05 e 15 de novembro de 2017, totalizando nove dias de campo. Com a finalidade de se obter um panorama comparativo em diferentes cenários ao longo da implantação e operação do empreendimento os métodos de coleta de dados aplicados no período pré-instalação foram implementados em sua íntegra, porém com um esforço de campo maior. Em consonância, sempre que possível, a seleção de áreas de amostragem e o desenho amostral seguiram as mesmas premissas implementadas na fase pré-instalação (CONSÓRCIO BAIXO IGUAÇU/BIOTA, 2015). Os detalhamentos do delineamento amostral bem como das áreas selecionadas para execução das metodologias são apresentados nos tópicos subsequentes Métodos de amostragem Busca ativa: para amostragem dos médios e grandes mamíferos foram realizadas buscas ativas em transectos. As buscas ativas visam o registro direto das espécies, por visualização ou vocalização, ou indireto por vestígios (pegadas, fezes e etc.) (Figura 4 e Figura 5). Em cada um dos 11 sítios de amostragem foi percorrido um transecto de 1 km duas vezes ao dia. Perfazendo um esforço amostral de 4 km por sítio (2 km (ida e volta) * 2 vezes ao dia), 44 km para esta campanha (2 km (ida e volta) * 2 vezes ao dia* 11 sítios). Figura 4: Exemplo de registro direto: observação de capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris) durante a 1ª campanha de monitoramento de mastofauna da, novembro de Figura 5: Exemplo de registro indireto: rastro de tatu-galinha (Dasypus novemcinctus) durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da UHE Baixo Iguaçu, novembro de /265

38 Armadilhas de captura viva (Sherman e Tomahawk): foram estabelecidas em cada um dos 11 sítios de amostragem 10 estações de captura, distantes, 20m entre si. Em cada estação foi disposta uma armadilha Tomahawk no solo e, em cinco delas, uma armadilha Sherman foi armada no sub-bosque (Figura 6 e Figura 7). As armadilhas foram iscadas diariamente, e permaneceram abertas por quatro noites consecutivas de forma a maximizar as capturas (GETZ, 1961; TASKER & DICKMAN, 2002; DE BONDI et al., 2010). Dessa forma, o esforço realizado neste trabalho foi de 60 armadilhas*noite por sítio de amostragem (15 armadilhas * 4 noites), 660 armadilhas*noite por campanha (15 armadilhas * 4 noites * 11 sítios). Figura 6: Armadilha Tomahawk instalada no solo durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da, novembro de Figura 7: Armadilha Sherman instalada no subbosque durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da, novembro de Armadilha de interceptação e queda (pitfall traps): em cada um dos 11 sítios de amostragem foi instalado um conjunto de cinco baldes de 60l dispostos em "Y", interligados por cerca guia de 10 m entre os baldes e confeccionada com lona de 60 cm de altura (Figura 8 e Figura 9). Os baldes permaneceram abertos por quatro noites consecutivas, totalizando 20 baldes*noite (5 baldes * 4 noites) por sítio amostral. Por campanha, o esforço acumulado foi de 220 baldes*noite (5 baldes * 4 noites * 11 sítios amostrais). Encontro ocasional: espécies registradas fora das metodologias sistemáticas ou por outras equipes do monitoramento foram consideradas para a confecção da lista das espécies. 18/265

39 Figura 8: Pitfall instalado em sítio de amostragem durante a primeira campanha de monitoramento de fauna da, novembro de Figura 9: Roedores (Oligoryzomys nigripes) capturados em pitfall durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da, novembro de Os pequenos mamíferos capturados foram pesados (Figura 10), identificados, marcados na orelha com brinco numerado (Figura 11) e, posteriormente, soltos no mesmo local de captura. Esses dados foram registrados em campo e transferidos para a planilha de dados brutos (Anexo III). Nenhum exemplar foi a óbito ou foi coletado durante esta campanha de campo. Figura 10: Pesagem de espécime capturado durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da UHE Baixo Iguaçu, novembro de Figura 11: Gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris) sendo brincado durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da, novembro de /265

40 Análise de dados A classificação taxonômica da mastofauna seguiu a proposta por Paglia et al. (2012). Para cada espécie foi identificado o método de registro, o estado de conservação segundo as listas de espécies ameaçadas internacional (IUCN, ), nacional (MMA, 2014) e estadual (PARANÁ, 2010), e segundo os apêndices de ameaça da Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens - CITES (CITES 2017). Foram ainda identificadas as espécies raras, endêmicas, de importância econômica ou cinegética, invasoras e de risco epidemiológico, bioindicadoras da qualidade ambiental e/ou migratórias. Os dados de composição e presença de espécies foram comparados entre cada local de amostragem (fitofisionomias) através de um cluster utilizando o Índice de Dissimilaridade de Jaccard através do pacote Vegan no Software R (R CORE TEAM, 2017). Foi avaliada a riqueza específica, a abundância, a diversidade (H ) e a equitabilidade (J) dos pontos amostrados (R CORE TEAM, 2017). A suficiência amostral foi avaliada através da curva de acumulação de espécies por dias de amostragem, utilizando-se a técnica de rarefação com 100 aleatorizações com o software EstimateS 8.0 (COLLWEL, 2010) Resultados e Discussão Lista de espécies, riqueza e representatividade do estudo A lista de espécies para região da, considerando os dados secundários e primários retrata um total de 42 espécies distribuídas em nove ordens e 19 famílias (Tabela 3). Por dados primários foram obtidos 68 registros de 16 espécies diferentes de mamíferos de pequeno, médio e grande porte (Tabela 3). O roedor Oligoryzomys nigripes foi a espécie com maior número de registros (18 registros), seguido pelo marsupial Didelphis albiventris (14), Hydrochoerus hydrochaeris (10), Dasypus novemcinctus (6), Akodon spp. (4), Nasua nasua (3), Myocastor coypus (2), e finalmente Dasyprocta azarae, Lepus europaeus, Monodelphis sp., Coendou villosus, Leopardus colocolo, Leopardus guttulus, Puma yagouaroundi, Galictis cuja e Sapajus nigritus, todas com um registro cada. Dentre essas espécies apenas o gato-palheiro (Leopardus colocolo) não havia sido citado nos dados secundários. 20/265

41 O Índice de Diversidade de Shannon foi próximo de H = 1,73, demonstrando baixa diversidade de espécies, e a equitabilidade de Pielou mostrou que cerca de 85% (J=0,79) da uniformidade máxima dos indivíduos foi atingida. Oligoryzomys nigripes, espécie com maior número de registros nesse estudo, é considerado uma espécie de hábito oportunista e sendo comum em áreas alteradas (UMETSU et al., 2006; PASSAMANI & RIBEIRO, 2009), sendo inclusive predominante de áreas de borda (PEDÓ, 2005). Já Akodon sp. é terrestre, onívoro, adaptando-se facilmente a presença do homem, inclusive já encontrado em habitações humanas (REIS et al., 2011). Cerboncini e colaboradores (2015) em um estudo na região do Parque Estadual do Pico do Marumbi, Serra do Mar paranaense, obtiveram poucas capturas de Akodon spp. e O. nigripes, atribuindo ao bom estado de conservação das florestas da região estudada. Nesta primeira campanha, houve um maior número de capturas dessas espécies, o que pode estar relacionado com o estado de conservação dos fragmentos, todos antropizados, próximos e/ou adjacentes a áreas agrícolas e com presença de animais domésticos, principalmente cachorros. Os indivíduos de Akodon spp. foram identificados apenas a nível de gênero, visto que para a região podem ocorrer pelo menos três espécies (A. montensis, A. paranaenses e A. serrensis) (BONVICINO et al., 2008), fazendo-se necessário o uso de técnicas específicas para identificação (e.g. citogenética; molecular), o que não foi possível neste estudo. O gambá-de-orelha-branca, Didelphis albiventris e tatu-galinha (Dasypus novemcinctus), são espécies generalistas, com ampla distribuição e pouco sensíveis à fragmentação (TALAMONI & DIAS, 1999; ALHO, 2005; CÁCERES et al., 2008). Os tatus são semi-fossoriais, e sua alimentação é insetívora-onívora (PAGLIA et al., 2012). No Brasil, seus principais predadores são felinos de grande porte como puma e onça pintada (Puma concolor e Panthera onca, respectivamente), e o canídeo Chrysocyon brachyurus (lobo-guará) (MOELLER, 1990). A cutia (Dasyprocta azarae) possui comportamento herbívoro, porém pode apresentar hábitos zoofágicos sobre invertebrados e aves (MONTEIRO- FILHO et al., 1999). Habita florestas pluviais (Floresta Amazônica e Mata Atlântica), Florestas Semidecíduas, Cerrados e Caatingas, geralmente com a distribuição associada a cursos d água (BONVICINO et al., 2008). Embora não tenha classificação no CITES, também sofre pressão de caça. 21/265

42 A maioria dos didelfídeos do gênero Monodelphis é considerada rara e com capturas mais efetivas em pitfalls do que em live traps (REIS et al., 2006) como o registrado nesse trabalho, a captura desse gênero ocorreu em pitfalls, corroborando o hábito terrestre descrito para o gênero (PAGLIA et al., 2012). A capivara (Hydrochoerus hydrochaeris) é considerada uma espécie generalista e com grande eficiência adaptativa aos mais variados habitats, estando amplamente distribuída por toda a América do Sul e sendo capaz de viver em ambientes fragmentados e degradados. São os maiores roedores do mundo, e quando adultos, podem chegar a 50 cm de altura e pesar cerca de 62 kg (FERRAZ et al., 2005). São animais sociais, vivendo em bandos de até 25 indivíduos, que ocupam áreas de vida de 10 a 25 ha, e nunca vagam a distâncias maiores do que 500 m longe da água (SALAS, 1999). Comparando com outros trabalhos, as 16 espécies registradas nesta primeira campanha, representam pouco mais de 55% (n= 29) do estudo da CEBI/Biota (2015) realizado na mesma área de estudo. Para uma campanha apenas, pode-se considerar um valor alto. Comparando com o trabalho de Silva (2014), que registrou 25 espécies de mamíferos de médio e grande porte para a área do PARNA do Iguaçu, e considerando que nesta primeira campanha foram registradas 11 espécies de mamíferos de médio e grande porte, foram detectados 44% das espécies. Já em relação ao número de espécies registradas por Juraszek et al. (2014) a porcentagem foi mais baixa, aproximadamente 38% do número de espécies. Com o maior número de campanhas essas porcentagens de espécies detectadas tendem a aumentar. 22/265

43 Tabela 3: Lista das espécies da mastofauna registradas por dados primários e secundários para a área de influência da, com respectivos nomes comuns, campanha, referência (dados secundários), método de registro, categoria de ameaça de acordo com as listas do MMA (2014), IUCN (2017), IAP/PR (2010) e CITES (2017) e hábitos. Estudo realizado nos municípios de Capanema e Capitão Leônidas Marques, estado do Paraná, entre os dias 5 e 14 de novembro de Classificação taxonômica Nome comum Campanha ORDEM DIDELPHIMORPHIA Família Didelphidae Dados secundários Sítios de amostragem Método de registro Categorias de ameaça MMA IUCN CITES IAP Didelphis albiventris gambá, saruê 1 2, 3 3,5,6,10,11 LT,PT Frugívoro-onívoro/escansorial Didelphis sp. gambá, saruê 1 OC Frugívoro-onívoro/escansorial Didelphis aurita gambá, saruê 1, 2, 3 Frugívoro-onívoro/escansorial Monodelphis sp. cuíca 1 7 PT Insetívoro-onívoro/terrestre ORDEM CINGULATA Família Dasypodidae Dasypus novemcinctus tatu, tatu-galinha 1 1, 2, 3 3,4,5,6,8 BA Insetívoro-onívoro/semifossorial Euphractus sexcinctus Cabassous tatouay ORDEM PILOSA Família Myrmecophagidae Myrmecophaga tridactyla tatu-peludo, tatupeba tatu-do-rabomole-grande tamanduábandeira Hábitos 1, 2, 3 Insetívoro-onívoro/semifossorial 1, 2 III Mirmecófago/semifossorial 1 VU VU II CR Mirmecófago/terrestre 23/265

44 Classificação taxonômica Nome comum Campanha Tamandua tetradactyla ORDEM PRIMATES Família Cebidae tamanduá-decolete, tamanduámirim Dados secundários Sítios de amostragem Método de registro Categorias de ameaça MMA IUCN CITES IAP Hábitos 1, 2, 3 Mirmecófago/escansorial Sapajus nigritus macaco-prego OC II Frugívoro-onívoro/arborícola ORDEM RODENTIA Família Sciuridae Guerlinguetus ingrami Família Cricetidae caxinguelê, esquilo 3 Frugívoro-granívoro/escansorial Akodon sp. rato-do-chão 1 3 7,10,11 PT Insetívoro-onívoro/terrestre Nectomys squamipes rato-d'água 3 Frugívoro-onívoro/semi-aquático Oligoryzomys nigripes rato-do-mato 1 3 1,2,3,4,5,6,7,10,11 LT,PT Frugívoro-onívoro/escansorial Família Cuniculidae Cuniculus paca paca 1, 3 III EN Frugívoro-herbívoro/terrestre Família Erethizontidae Coendou villosus Família Caviidae ouriço, porcoespinho 1 2, 3 OC Frugívoro-folívoro-predador de sementes/arborícola Cavia aperea preá 3 Herbívoro/terrestre Hydrochoerus hydrochaeris capivara 1 1, 2, 3 4 BA,LT,OC Herbívoro/terrestre 24/265

45 Classificação taxonômica Nome comum Campanha Família Dasyproctidae Dados secundários Sítios de amostragem Método de registro Categorias de ameaça MMA IUCN CITES IAP Dasyprocta azarae cutia 1 1, 2, 3 4 LT Frugívoro-granívoro/terrestre Família Echimyidae Myocastor coypus Ratão-do-banhado 1 2, 3 2,8 OC ORDEM LAGOMORPHA Família Leporidae Lepus europaeus Lebre 1 2, 3 3 BA Herbívoro/terrestre Sylvilagus brasiliensis coelho, tapiti 1, 2, 3 VU Herbívoro/terrestre ORDEM CARNIVORA Família Felidae Leopardus pardalis jaguatirica 1, 2, 3 I VU carnívoro/terrestre Leopardus colocolo gato-palheiro 1 OC VU QA II carnívoro/terrestre Leopardus guttulus gato-do-matopequeno Hábitos 1 1, 2, 3 OC EN VU II VU carnívoro/escansorial Leopardus wiedii gato-maracaja 1, 2 EN VU I VU carnívoro/escansorial Puma concolor Puma yagouaroundi onça-parda, suçuarana, leãobaio jaguarundi, gatomourisco 1, 2, 3 VU II VU carnívoro/terrestre 1 1, 2, 3 1 OC VU II carnívoro/terrestre Panthera onca onça-pintada 1 VU I CR carnívoro/terrestre 25/265

46 Classificação taxonômica Nome comum Campanha Família Canidae Cerdocyon thous Lycalopex gymnocercus Família Mustelidae raposa, cachorrodo-mato, graxaim, raposa cachorro-docampo Dados secundários Sítios de amostragem Método de registro Categorias de ameaça MMA IUCN CITES IAP Hábitos 1, 2, 3 II Insetívoro-onívoro/terrestre 3 Eira Barbara irara, papa-mel 1, 2, 3 III Frugívoro-onívoro/terrestre Galictis cuja furão 1 1, 2, 3 6 OC III carnívoro/terrestre Família Procyonidae Nasua nasua quati 1 1, 2, 3 4,5,7 BA Frugívoro-onívoro/terrestre Procyon cancrivorus ORDEM PERISSODACTYLA Família Tapiridae guaxinim, mãopelada 1, 2, 3 Frugívoro-onívoro/escansorial Tapirus terrestris anta 1, 2, 3 VU VU II EN Herbívoro-frugívoro/terrestre ORDEM ARTIODACTYLA Família Tayassuidae Pecari tajacu cateto, caititu 1, 2 II VU Frugívoro-herbívoro/terrestre Tayassu pecari queixada, porcodo-mato 2 VU VU II CR Frugívoro-herbívoro/terrestre 26/265

47 Classificação taxonômica Nome comum Campanha Família Cervidae Dados secundários Sítios de amostragem Método de registro Categorias de ameaça MMA IUCN CITES IAP Blastocerus dichotomus cervo-do-pantanal CR Frugívoro-herbívoro/terrestre Mazama americana veado-mateiro 1, 2, 3 DD VU Frugívoro-herbívoro/terrestre Mazama gouazoubira veado-catingueiro 2, 3 Frugívoro-herbívoro/terrestre Mazama nana veado-bororo 1, 2 VU Frugívoro-herbívoro/terrestre Legenda: Método de registro: BA = Busca ativa; LT = Live trap; PT = Pitfall trap OC = Ocasional. Categorias de ameaça: IUCN e MMA (CR = criticamente em perigo, EN = em perigo, NT= Quase ameaçado e VU = Vulnerável), IAP (RE = regionalmente extinto, CR = criticamente em perigo, EN = em perigo e VU = Vulnerável), CITES (Apêndice I, II e II). Dados secundários: 1) Silva (2014); 2) Juraszek et al. (2014); 3) CEBI/Biota (2015). Hábitos 27/265

48 Suficiência amostral curva do coletor (curva de rarefação) e riqueza estimada A curva de acumulação e rarefação não demonstrou tendência na estabilização da assíntota, o que é esperado visto que esta foi a primeira amostragem do monitoramento e certamente novas espécies serão adicionadas conforme o aumento do esforço amostral nas próximas campanhas (Figura 12). No entanto, a riqueza observada por meio dos métodos sistemáticos (S=9), ficou próxima a riqueza estimada pelos estimadores Jaccknife e Bootstrap (S= 11,63 e 10,18, respectivamente). Figura 12: Curva de acumulação e rarefação de espécies de mamíferos terrestres registradas durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da, novembro de *Esta análise não considerou os registros ocasionais Similaridade entre os sítios de amostragem Foram 49 registros de nove espécies, desconsiderando os registros ocasionais. Os sítios de amostragem S04 e S11 foram os pontos com o maior número de registros (n = 10), sendo cinco espécies no sítio S04 (Dasypus novemcinctus, Dasyprocta azarae, Hydrochoerus hydrochaeris, Nasua nasua e Oligoryzomys nigripes) e três espécies (Akodon spp., Didelphis albiventris e O. nigripes), seguido de sítio S03 com oito registros e quatro espécies (D. albiventris, D. novemcinctus, Lepus europaeus e O. nigripes) (Figura 13). 28/265

49 A espécie de roedor Oligoryzomys nigripes foi registrada em todos os sítios exceto S08 e S09. Didelphis albiventris e Dasypus novemcinctus foram registrados em cinco dos 11 sítios, sendo S03, S05 e S06 em comum. Figura 13: Riqueza de espécies e número de registros por sítios de amostragem durante a 1ª campanha de monitoramento da mastofauna da, novembro de *Dados obtidos apenas pelos métodos sistemáticos. Somando-se os registros ocasionais os sítios de amostragem S04 e S07 contaram com maior riqueza (ambos com cinco espécies) e com dois registros exclusivos. Sendo o registro da capivara (Hydrochoerus hydrochaeris) e da cutia (Dasyprocta azarae) apenas em S04 e do marsupial Monodelphis spp. e do macaco-prego exclusivo em S07 (Figura 14). A espécie exótica invasora, lebre (Lepus europaeus) foi registrada apenas em S03, bem próximo a plantação de soja. O furão (Galictis cuja) só ocorreu no sítio de amostragem 06. No sítio 09 nenhuma espécie foi registrada (Figura 14). 29/265

50 Figura 14: Riqueza de espécies e exclusividade de espécies por sítios de amostragem durante a 1ª campanha de monitoramento da mastofauna da, novembro de *Dados obtidos por métodos sistemáticos e ocasionais. As áreas com maior similaridade entre si, que apresentaram o Índice de Dissimilaridade de Jaccard menor, formaram dois subconjuntos, havendo maior compartilhamento de espécies entre os sítios S05 e S06 ( ) e S01 e S02 ( ), conforme o dendrograma e tabela (Figura 15 e Tabela 4). Os sítios S05 e S06 compartilham três espécies, Dasypus novemcinctus, Didelphis albiventris e Oligoryzomys nigripes. Os sítios S01 e S02 obtiveram maior similaridade, provavelmente, por possuir e compartilhar apenas uma espécie, O. nigripes. Figura 15: Dendrograma de Cluster através do Índice de Dissimilaridade de Jaccard, durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da, novembro de /265

51 Tabela 4: Índice de Dissimilaridade de Jaccard, na primeira campanha de monitoramento de fauna da UHE Baixo Iguaçu, novembro de S01 S02 S03 S04 S05 S06 S07 S08 S10 S S S S S S S S S Sucesso de captura O esforço amostral para live traps (Sherman e Tomahawk) foi de 660 armadilhas*noite com um sucesso de captura de 1,50%, com registro de três espécies de roedores e uma de marsupial. Sendo a cutia registrada apenas por captura em Tomahawk. Já com o esforço de 220 baldes*noite com as pitfalls foi obtido um sucesso de captura de 13,18%, com registro de quatro espécies, sendo o pequeno marsupial Monodelphis spp. e o roedor Akodon spp., registrados apenas com este método. Em relação a busca ativa foram percorridos 44 km com um sucesso de 0,22%, com registro de quatro espécies de mamíferos de médio porte (Tabela 5). Vale destacar que esse sucesso pode aumentar conforme mais campanhas forem sendo executadas e juntando a complementariedade dos métodos são fatores importantes para maximizar as chances de registros de espécies raras. Tabela 5: Esforço amostral, número de registros, riqueza e sucesso de captura obtidos em cada um dos métodos de amostragem utilizados durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da, novembro de Método Esforço Registros Riqueza Sucesso Pitfall traps 220 baldes*noites ,18% Live traps 660 armadilhas*noites ,50% Busca ativa 44 km ,22% 31/265

52 Espécies ameaçadas, raras e endêmicas Duas espécies com algum grau de ameaça foram registradas nessa primeira campanha, o gato-domato-pequeno (Leopardus guttulus) que encontra-se classificado como Em perigo na lista do MMA(2014), Vulnerável na IUCN (2017) e IAP(2010) e no Apêndice I da CITES (2017). Já o gatomourisco (Puma yagouaroundi) está como Vulnerável na lista nacional (MMA, 2014), além de constar no Apêndice II da CITES (2017). O registro do gato-palheiro (Leopardus colocolo) pode ser considerado um registro raro para a região de amostragem, pois é uma expansão do registro da área de vida da espécie. Trata-se de uma espécie considerada como Quase ameaçada na lista internacional (IUCN, 2017), como Vulnerável na lista nacional (MMA, 2014) e consta também no Apêndice II da CITES (2017). Leopardus guttulus (gato-do-mato-pequeno): esta espécie foi registrada na armadilha fotográfica instalada para monitoramento das lontras era considerada uma subespécie de Leopardus tigrinus até 2013, quando Trigo e colaboradores compararam o material genético de populações de gatos-do-mato das regiões sul da Mata Atlântica e de populações do nordeste brasileiro, demonstrando que tratavamse de espécies distintas. É o segundo, junto com L. tigrinus, menor gato silvestre da América do Sul, com tamanho semelhante ao de um gato doméstico. Ocorre nas regiões sul, sudeste e centro-oeste do Brasil, além do Paraguai e nordeste da Argentina (NASCIMENTO, 2010), ocupando geralmente ambientes variados, desde áreas mais abertas àquelas com vegetação densa. Os dados existentes demonstram ser um animal solitário, de hábitos diurnos e noturnos que se alimenta de pequenos roedores, lagartos e pequenas aves (WANG, 2002). A caça para o comércio de peles e a destruição das florestas são as principais causas de ameaça para essa espécie (OLIVEIRA et al., 2008b). Leopardus colocolo (gato-palheiro): é a espécie de felino sul-americano que frequenta a maior quantidade de habitats diferentes, não somente áreas abertas, mas também florestas, desde o nível do mar até aproximadamente os 5000 m (PEREIRA et al., 2002; SUNQUIST & SUNQUIST, 2002). Pode ser encontrado em ambientes alterados, como áreas de cultivos agrícolas, além de áreas limítrofes campos-áreas agricultáveis e cerrado-pastos (BAGNO et al., 2004). A principal ameaça à espécie é a perda de habitat provocada principalmente pela expansão agrícola, queima de pastagens e atropelamentos. Este último trata-se de uma ameaça importante para espécie visto sua raridade, podendo representar um grande impacto em algumas subpopulações do país (BAGNO et al., 2004). 32/265

53 Puma yagouaroundi (gato- mourisco): tem ampla distribuição no Brasil, porém ocorre em baixas densidades populacionais (0,01-0,05 ind/km2). Habita florestas de planícies e matas, utiliza ambientes florestais primários e secundários, restingas, cerrado, manguezais e plantações de eucalipto (ROCHA & DALPONTE, 2006; TROLLE et al., 2007; OLIVEIRA et al., 2010). Por estar associado a habitats mais abertos e ter hábitos diurnos tende a ser o mais frequentemente avistado, razão pela qual a espécie sempre era considerada fora de perigo. Entretanto, estudos populacionais recentes demonstraram que a espécie é muito menos abundante do que se acreditava (OLIVEIRA et al., 2010; OLIVEIRA, 2011). A principal ameaça à espécie é a perda e fragmentação de habitats, que afeta diretamente a sobrevivência dos indivíduos, e é provocada especialmente pela expansão agropecuária (ALMEIDA et al., 2013) Espécies bioindicadoras de qualidade ambiental A maior parte das espécies que foram registradas durante a primeira campanha de monitoramento não é indicadora de boa qualidade ambiental, dado seu hábito generalista, suas populações normalmente abundantes e sua tolerância a pressões antrópicas e à fragmentação (LEITE et al., 1996). Estas características normalmente estão ligadas a espécies cujas populações resistem, ou em alguns casos, são favorecidas, em longo prazo em áreas que sofrem pressões antrópicas. Este é o caso de Cerdocyon thous, Didelphis albiventris e Dasypus novemcinctus registradas nesta campanha Espécies de importância econômica e cinegética Comunidades de mamíferos sofrem com a pressão da caça ilegal que, continua sendo praticada de maneira esportiva ou recreativa e até mesmo profissional na maioria das áreas do Brasil. Diversos estudos demonstram impactos dessa atividade nas comunidades de mamíferos como mudanças na abundância, alterações comportamentais e até mesmo extinções locais de algumas espécies devido a essa atividade (PERES, 1990). Na área de estudo é de conhecimento geral o problema de caça, comumente relatado nos noticiários com relação ao PARNA do Iguaçu. A população da região tem como costume a caça, relatada por algumas pessoas durante entrevistas informais em campo. Não foi observado no campo nenhum 33/265

54 resquício de caça (cartuchos, girais ou armadilhas), porém as trilhas encontradas nas áreas claramente são indícios de que a população anda na mata, provavelmente para a prática da caça. Dentre as espécies registradas durante a primeira campanha de monitoramento as três espécies de pequenos felinos (Leopardus colocolo, L. guttulus e P. yagouaroundi) e o macaco prego (Sapajus nigritus) estão listados no Apêndice II da CITES (2017) e o furão (Galictis cuja) no Apêndice III Espécies potencialmente invasoras, oportunistas ou de risco epidemiológico, incluindo as domésticas A região de amostragem é área de plantação de soja e milho, e em quase todos os sítios existem casas ou comunidades nas proximidades, explicando a presença de cães domésticos (Figura 16). A introdução de espécies exóticas e domésticas, como os cães, vem causando profunda alteração às comunidades nativas e suas características biológicas (MACK et al., 2000). Esses animais podem causar a extinção de espécies nativas vulneráveis por meio da predação, herbivoria, competição, transmissão de patógenos e alteração de habitat (MACK et al., 2000). Espécies invasoras de sucesso possuem algumas características em comum associadas à capacidade de expansão a partir de uma população pequena em ambientes novos. Em geral, são espécies generalistas, em muitos casos predadores, que apresentam eficiência na dispersão e rápido aumento populacional em condições favoráveis (PULLIN, 2002). Figura 16 : Cachorro-doméstico observado em trilha de armadilhas no sítio 3 durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da, novembro de /265

55 Os cães apresentam todas as características de espécies invasoras generalistas, predadores, alta eficiência de dispersão e rápido aumento populacional e foram introduzidos como animais de estimação, tendo se distribuído aonde o homem se fixou (PIMENTEL et al., 2000), formando populações ferais em algumas regiões (PIMENTEL et al., 2000). Esses animais são os carnívoros mais abundantes e bem adaptados, apresentando distância média de dispersão de 1.7 km (PAL et al., 1998) e agindo como predadores de animais silvestres (OLIVEIRA et al., 2008a). Normalmente existe uma forte relação positiva entre a densidade populacional desses animais e de homens (KITALA et al., 2001). Os cães competem por presas com as espécies nativas, predam as espécies mais suscetíveis, além dos filhotes, e podem contaminar espécies nativas por parasitas e agentes infecciosos (GALETTI & SAZIMA, 2006; YOUNG et al., 2011). Vale a pena ressaltar que as capivaras, também registradas na região do monitoramento, apresentam um papel importante na transmissão da febre maculosa, por serem hospedeiros amplificadores da bactéria causadora da doença, a Rickettsia rickettsii (riquétsia). A febre maculosa é transmitida aos seres humanos pela picada do carrapato-estrela infectado com riquétsia. Os carrapatos podem se infectar através das capivaras ou pela transmissão transovariana de um carrapato infectado, o que significa que esses já nascem com a capacidade de transmitir a bactéria. A única forma de controlar a contaminação pela bactéria Rickettsia rickettsii é o controle do carrapato-estrela e de seus hospedeiros, como as capivaras Considerações finais Todos os mamíferos terrestres deste trabalho já haviam sido registrados nos estudos levantados para a região. A riqueza de mamíferos observada nesta primeira campanha para os sítios de amostragem do monitoramento da Usina Baixo Iguaçu (nove espécies) correspondeu a 31% das espécies listadas na fase 1 do estudo (CEBI/BIOTA, 2015). A ordem mais representativa foi Rodentia com quatro espécies, seguida da ordem Didelphimorphia com dois e, Cingulata, Lagomorpha e Carnivora com somente uma espécie cada. A espécie com o maior número de ocorrências foi o roedor Oligorizomys nigripes seguido do marsupial Didelphis albiventris. 35/265

56 A curva de acumulação não apresentou estabilização na assíntota, o que demonstra que o esforço inicial de amostragem ainda não foi o suficiente para inventariar satisfatoriamente a comunidade local de mamíferos terrestres. Dentre as espécies registradas durante a primeira campanha de monitoramento as três espécies de pequenos felinos (Leopardus colocolo, L. guttulus e P. yagouaroundi) constam em algum grau de ameaça das listas nacional, internacional e estadual. Além destas o macaco prego (Sapajus nigritus) e o furão (Galictis cuja) constam nos Apêndices da CITES. Nenhuma espécie endêmica foi registrada. A maior parte das espécies que foram registradas nos pontos de amostragem não são indicadoras de boa qualidade ambiental, dado seus hábitos generalistas, suas populações normalmente abundantes e sua tolerância a pressões antrópicas e à fragmentação (LEITE et al., 1996). Com o decorrer do monitoramento, e o maior acumulo de dados, mais espécies serão detectadas e as análises ficarão mais robustas Herpetofauna Introdução A Mata Atlântica brasileira apresenta uma composição herpetofaunística de cerca de 800 espécies com novas adendas constantes a partir de descrição de espécies (PONTES et al., 2014) e novos registros geográficos (SILVA-SOARES et al., 2010; MATTEDI et al., 2014). Sua composição é única e marcada por endemismos pontuais de espécies, em especial anuros, originados a partir de eventos vicariantes resultantes de processos edáficos e geológicos, além de microclimas formados pelas diferentes vegetações associadas (POMBAL, 1994; MARQUES et al., 2001; HADDAD et al., 2008; 2013). No entanto, toda esta diversidade e importância biogeográfica não se encontram igualmente distribuídas ao longo de todo bioma. Em determinados trechos, principalmente associados a serranias distribuídas pelas formações ombrófilas, os índices de endemismos podem chegar a 50% da composição total de espécies (ROCHA et al., 2003). Em direção ao interior, no entanto, as formações pioneiras e ombrófilas observadas nas vertentes oceânicas e mais úmidas da Mata Atlântica dão lugar cada vez mais a uma paisagem de aspecto seco, com vegetação menos densa e com caducifolia parcial. 36/265

57 Estas formações são conhecidas como Florestas Estacionais Semideciduais (FES) (VELOSO et al., 1991) e marcam zonas transicionais com outros biomas. Nestes ambientes a herpetofauna apresenta destaque especial por apresentar uma composição transicional entre diferentes biomas, com espécies adaptadas à ambientes florestais e savânicos (POMBAL, 1994; ROSSA-FERES et al., 2005; SANTANA et al., 2010). Neste tipo de paisagem se conhece muito acerca de aspectos gerais da herpetofauna, como composição de espécies e alguns aspectos sazonais de determinadas populações de anuros (BERTOLUCI, 1992; ROSSA-FERES et al., 2005; CANELAS & BERTOLUCI, 2007; ARAÚJO et al., 2009; SANTANA et al., 2010), mas ainda carece de estudos refinados acerca da taxonomia e morfologia das espécies, além da ecologia de populações ocorrentes (CONDEZ et al., 2009; SANTANA et al., 2015). Atualmente, para as Florestas Estacionais Semideciduais distribuídas ao longo do interior do estado do Paraná, se conhece cerca de 150 espécies da herpetofauna a partir de estudos científicos (e.g. BERNARDE & MACHADO, 2000; MIKICH & OLIVEIRA, 2003; CONTE et al., 2009) e, em função do licenciamento de usinas hidroelétricas, de cunho técnico (e.g. FILHO et al., 2015; FILHO & OLIVEIRA, 2015; CONSÓRIO IGUAÇU/BIOTA, 2015). Ganham especial destaque os fragmentos florestais à oeste e associados ao Parque Nacional do Iguaçu que, atualmente, representa um importante refúgio para a herpetofauna, uma vez que se encontra inserido em uma paisagem completamente fragmentada e dominada por paisagens manejadas e homogeneizadas na forma de pastagens e monoculturas de grãos (CONSÓRCIO BAIXO IGUAÇU/BIOTA, 2015). No contexto paisagístico descrito acima somado ao processo de implantação de usinas hidrelétricas, a herpetofauna se destaca como grupo altamente susceptível aos impactos relacionados a instalação e operação de empreendimentos deste tipo. Assim, o monitoramento de táxons associados a este grupo se faz necessário no âmbito do Programa de Monitoramento da Fauna Terrestre como medida preventiva e de monitoramento para os impactos acima descritos. Este programa encontra-se inserido no contexto do rito de licenciamento ambiental da Usina Hidroelétrica Baixo Iguaçu, inserida no rio Iguaçu em uma área estratégica para a conservação, adjacente ao Parque Nacional do Iguaçu, nos municípios de Capitão Leônidas Marques e Capanema, Paraná. Assim, o presente documento visa expor os resultados obtidos para o grupo da herpetofauna durante a primeira campanha de campo, na estação chuvosa local, nas áreas amostrais definidas, objetivando inventariar e monitorar a herpetofauna ocorrente por meio dos métodos amostragem específicos. 37/265

58 Metodologia Dados secundários Diferentemente das outras regiões, a região Sul do Brasil apresenta conhecimento acerca da composição da sua herpetofauna, consolidada, principalmente, nas últimas duas décadas sob a forma de listagens e inventários de fauna (e.g. BERNARDE & MACHADO, 2000; ZANELLA et al., 2003; MIKICH & OLIVEIRA; 2003; CONTE & MACHADO, 2005; CONTE & ROSSA-FERES, 2006; SANTOS et al., 2008; CERON et al., 2016). Este incremento permitiu um conhecimento de padrões de ocorrência e descrição de novas espécies antes não disponíveis. Neste contexto, o estado do Paraná figura como uma região importante por abrigar um número significativo de espécies conhecidas para a região Sul. Ainda assim, os estudos conduzidos no estado apresentam viés de ocorrência mais próximo à capital do que no interior (vide CONTE & ROSSA-FERES, 2006). As porções central e leste ainda são pouco conhecidas do ponto de vista da herpetofauna, sendo os estudos pontuais e espargidos no território do estado. A porção oeste do Paraná ainda apresenta extensas áreas de Floresta Ombrófila Mista e áreas transicionais com Floresta Ombrófila Densa e Estacional Semidecidual, abrigando uma fauna diferente daquela ocorrente em porções litorâneas, sob domínio de matas ombrófila e, quando comparada com esta, ainda pouco conhecida (NAZARETTI, 2016). Dessa forma, buscando uma melhor caracterização da herpetofauna com potencial ocorrência para a região, foi possível levantar nove estudos de cunho técnico e científico para a composição da listagem de dados secundários (Tabela 6). O referencial teórico empregado na seleção dos estudos abrangeu regiões geograficamente próximas e fisionomicamente similares a área de estudo. Cabe ressaltar que, em função da peculiaridade de cada estudo e especificidade no uso do ambiente pela herpetofauna, foram consideradas apenas espécies com distribuição geográfica esperada para a região e que cujos hábitos condissessem com os ambientes observados na área de estudo. Outrossim, espécies cuja identidade taxonômica não fora confirmada nos estudos utilizados não foram consideradas para a listagem (e.g. espécies assinaladas como cf., aff., gr. ou sp.). Os estudos utilizados como base foram os seguintes: 1. Affonso & Delariva (2012): lista comentada da anurofauna de três municípios do Noroeste do estado do Paraná. As amostragens foram realizadas nos municípios de Marialva, Itambé e Londrina, 38/265

59 com objetivo de inventariar os anuros dessas regiões para fins de estudos rápidos de avaliação de impacto ambiental. As coletas ocorreram em período noturno por meio do método de busca ativa e resultaram no registro de 15 espécies de anfíbios. Para o levantamento de dados, foram consideradas 15 espécies de anuros. 2. Conte et al. (2009): comentários biogeográficos acerca de cinco espécies de anuros no estado do Paraná, apresentando novos registros para municípios de entorno da área estudada. Os registros foram realizados durante inventários faunísticos conduzidos na região. Para o estudo foram consideradas cinco espécies de anuros. 3. Bernarde & Machado (2000): estudo de comportamento, fenologia e partição de nicho acústico de espécies ocorrentes no município de Três Barras, Paraná. No estudo foram empregados métodos de procura ativa visual e aural. Ao longo do estudo registrou-se 19 espécies, todas consideradas para o levantamento secundário. 4. Mikich & Oliveira (2003): revisão do Plano de Manejo do Parque Estadual Vila Rica do Espírito Santo, situado no município de Fênix, cerca de 80 km da área de estudo. No documento, os autores relatam a realização de amostragens de campo, no entanto, sem especificação de método ou esforço. Informam também revisões de bibliografia e material depositado em coleções científicas regionais. Ao total, os autores listam 20 espécies de anuros e 66 espécies de répteis. Para o estudo, foram consideradas 19 espécies de anfíbios e 66 répteis. 5. Filho et al. (2015): listagem de espécies de répteis ocorrentes na região do Complexo Energético Fundão-Santa Clara, região central do estado do Paraná e distante cerca de 110 km da área de estudo. Avaliações de campo foram conduzidas entre maio de 2010 e março de 2012 registrando 31 espécies de répteis. Os autores empregaram amostragens visuais, armadilhas de funil e encontros ocasionais além de revisão de material coletado na região e depositado em coleções científicas. Para a composição da listagem foram consideradas 32 espécies. 6. Filho & Oliveira (2015): lista de espécies de répteis registradas na Usina Hidroelétrica de Mauá, ao longo do rio Tibagi, região central do Paraná e distante cerca de 100 km da área de estudo. Na região foram registradas 34 espécies de répteis. Os autores empreenderam campanhas de campo 39/265

60 entre março de 2010 e abril de 2015 aplicando métodos de procura ativa, armadilhas de interceptação e queda e registros ocasionais. Para o estudo, foram consideradas as 33 espécies registradas. 7. Alvares et al. (1995): levantamento da herpetofauna da zona de inundação da represa Yacyretá, próximo à divisa política entre Argentina e Paraguai. A região dista cerca de 180 km da área de estudo, no entanto, está sujeita as similaridades fitofisionômicas e edáficas. Entre os anos de 1990 e 1994 os autores empreenderam procuras ativas sem especificação de esforço. Na ocasião, foram registradas 53 espécies da herpetofauna. Para este estudo, considerou-se 35 espécies. 8. Nazaretti (2016): dissertação de mestrado acerca da diversidade, distribuição espaço-temporal e caracterização da comunidade de anuros do Parque Nacional do Iguaçu. O autor empregou procuras ativas baseadas em orientação visual e aural bem como armadilhas de interceptação e queda entre setembro de 2014 e agosto de Esta área é adjacente à estudada e apresenta ampla fidedignidade em sua lista. Entretanto, possíveis erros de identificação e incertezas taxonômicas não puderam ser considerados para composição da listagem. Assim, foram listadas 24 das 31 registradas pelo autor. 9. Consórcio Baixo Iguaçu/Biota (2015): relatório técnico final após oito campanhas de monitoramento da herpetofauna nos mesmos sítios amostrais estudados. Os autores inventariaram no total 46 espécies de anfíbios e 45 espécies de répteis. Para composição da listagem foi empregado amostragens padronizadas de campo baseadas em procuras ativas e armadilhas de interceptação e queda, bem como consideração de dados oriundos do período dos diagnósticos para a implantação do empreendimento (EIA/Rima e RAS). Apesar de estar inserido nas mesmas áreas estudadas, foram consideradas apenas 65 registros do total informado. A listagem original apresenta uma série de espécies com possíveis erros e incertezas taxonômicas. Tabela 6: Referências bibliográficas utilizadas como fonte de dados secundários para o levantamento da herpetofauna de potencial ocorrência para a área de estudo da. Nº Fonte Bibliográfica Localidade Coordenadas Método Riqueza* 1 Affonso & Delariva (2012) Noroeste do Paraná ; Busca ativa 15 2 Conte et al. (2009) Estado do Paraná - Busca ativa 05 3 Bernarde & Machado (2000) Município de Fênix 4 Mikich & Oliveira (2003) Parque Estadual Vila Rica do Espírito Santo ; ; Busca ativa 19 Não especificado 85 40/265

61 Nº Fonte Bibliográfica Localidade Coordenadas Método Riqueza* 5 Filho et al. (2015) Complexo Energético Santa Clara-Fundão 6 Filho & Oliveira (2015) UHE Mauá 7 Alvares et al. (1995) Represa Yacyretá 8 Nazaretti (2016) PNI Iguaçu 9 Consórcio Baixo Iguaçu/Biota Áreas de influência da ; ; ; ; ; Busca ativa e armadilha de interceptação e queda Busca ativa e armadilha de interceptação e queda Busca ativa 35 Busca ativa 24 Busca ativa e armadilha de interceptação e queda Legenda: (*) Riqueza considerada para compilação da presente lista, nem sempre representa a riqueza total do estudo consultado Dados primários Para a obtenção dos dados de origem primária realizou-se uma campanha de campo durante a estação chuvosa local, entre os dias 25 de outubro e 04 de novembro de 2017, totalizando 11 dias efetivos de campo. Ao longo desta ocasião foram conduzidas a instalação dos módulos amostrais e rotinas de amostragens nas áreas de estudo definidas da Usina Hidroelétrica Baixo Iguaçu descritas nos itens a seguir. Com a finalidade de se obter um panorama comparativo em diferentes cenários ao longo da implantação e operação do empreendimento e assim inferir com mais acurácia eventuais alterações de cunho antrópico, as amostragens para o monitoramento de herpetofauna foram executadas seguindo as mesmas premissas metodológicas já abordadas ao longo do processo no período anterior à instalação (CONSÓRCIO BAIXO IGUAÇU/BIOTA, 2015). Desta forma, a metodologia de coleta de dados aplicada no período pré-instalação foi implementada em sua íntegra, porém com um esforço de campo maior. Em consonância, sempre que possível, a seleção de áreas de amostragem e o desenho amostral seguiram as mesmas premissas implementadas na fase pré-instalação (CONSÓRCIO BAIXO IGUAÇU/BIOTA, 2015). 41/265

62 Os detalhamentos do delineamento amostral bem como das áreas selecionadas para execução das metodologias são apresentados nos tópicos subsequentes Métodos de amostragem Os anfíbios e répteis foram amostrados pelas diferentes técnicas de amostragens descritas a seguir. Estes métodos se provaram como eficientes na coleta de dados em longo prazo fornecendo panoramas concisos de variações temporais de comunidades estudadas (HEYER et al., 1994), permitindo assim, a inferência das flutuações com os marcos construtivos do empreendimento. Busca ativa limitada por distância (BALD): em cada um dos sítios amostrais foi realizado um transecto de 1 km e empregando métodos de procura ativa. A execução do método ao longo deste transecto consistiu na dupla de herpetólogos procurar ativamente anfíbios e répteis em todos os microambientes disponíveis, isto é, folhiço, vegetação arbustiva, troncos caídos, bromélias e vegetação arbórea. As procuras foram efetuadas em dois períodos distintos: diurno (entre 7 e 8 horas), com o intuito de registrar principalmente espécies de répteis helióforas e ativas durante o dia. No período noturno (entre 18 e 19 horas) a mesma área foi estudada objetivando o registro de espécies de répteis de hábitos crepusculares ou noturnos e anfíbios, principalmente (CRUMP & SCOTT, 1994; JAEGUER, 1994) (Figura 17). Desta forma, cada sítio amostral foi estudado por um dia totalizando um esforço amostral de 4 horas*homem por sítio (2 observadores* 1 hora * 2 transecções). Por campanha, o esforço realizado somou 44 horas*homem (2 observadores* 1 hora * 2 transecções * 11 sítios amostrais). Busca por sítios reprodutivos (BSR): De forma complementar, dentro dos limites de cada um dos sítios amostrais, foi conduzida a amostragem em ambientes reprodutivos. Este método consiste na procura ativa de anfíbios e répteis em ambientes reprodutivos como riachos, poças e lagoas. Ainda, dados sobre os ambientes e as espécies que o habitam foram tomados durante as buscas. A execução desta metodologia objetiva registrar espécies de anfíbios com hábitos aquáticos e semiaquáticos, principalmente, como o anuro Limnomedusa macroglossa, nas áreas sob influência do empreendimento e que, por fatores causais e limitações ecológicas, podem não ser encontradas ao longo das transecções limitadas por distância (Figura 18). 42/265

63 O método foi conduzido em ambientes favoráveis, preferencialmente após a execução do método de transecção no período noturno (20 às 21 horas). A busca foi concentrada em um ou mais ambientes reprodutivos de acordo com a disponibilidade dos mesmos no sítio amostral estudado. Assim, foram realizadas 2 horas*homem de busca em ambientes reprodutivos por sítio amostral (2 observadores * 1 hora) e, por campanha, um esforço amostral de 22 horas/homem (2 observadores * 1 hora * 11 sítios amostrais). De forma concomitante e complementar aos métodos anteriormente descritos, registros auditivos de anfíbios anuros realizados ao longo da busca ativa foram contabilizados quando os indivíduos emissores não foram localizados. Figura 17: Registro fotográfico durante Busca Ativa Limitada por Distância (BALD) durante 1ª campanha de monitoramento de herpetofauna na. Outubro/novembro, Figura 18: Registro fotográfico durante Busca em Ambientes Reprodutivos (BSR) durante 1ª campanha de monitoramento de herpetofauna na UHE Baixo Iguaçu. Outubro/novembro, Armadilhas de interceptação e queda (AIQ) (pitfall traps): em cada um dos sítios de amostragem foi instalado um conjunto de cinco baldes de 60 l dispostos em "Y", interligados por cerca guia de 10 m entre os baldes e confeccionada com lona de 60 cm de altura (CECHIN & MARTINS, 2000). Ao longo da campanha, os sistemas permaneceram abertos por quatro noites consecutivas totalizando assim 20 baldes/noite (5 baldes * 4 noites) por sítio amostral. Por campanha, o esforço acumulado foi de 220 baldes/noite (5 baldes * 4 noites * 11 sítios amostrais) (Figura 19). 43/265

64 Figura 19: Sistema de Armadilhas de Interceptação e Queda (AIQ) instalados durante 1ª campanha de monitoramento de herpetofauna. Outubro/novembro, Encontros ocasionais (EO): registros de animais deslocando-se em estradas e acessos vicinais foram contabilizados durante os deslocamentos entre os sítios de amostragem e no entorno imediato (i.e., cerca de 1 km). Este método foi contabilizado apenas para incremento de riqueza e não foi contabilizado para análises estatísticas. Sempre que possível os exemplares capturados da herpetofauna foram registrados através de fotografias com máquina digital. Os anuros e répteis capturados foram mensurados com auxílio de paquímetro digital ou régua flexível (Figura 20) e suas massas aferidas com auxílio de diferentes modelos de dinamômetro analógico tipo Pesola com precisão de 0,1 a 10 g (HEYER et al., 1994). A marcação dos indivíduos capturados foi realizada por meio de implante elastomérico fluorescente (GRANT, 2008) (Figura 21). A cada campanha, uma cor será atribuída à marcação permitindo o reconhecimento dos indivíduos em caso de recaptura. Para a primeira campanha empregou-se a cor azul para marcação na coxa direita de lacertílios e anuros. Como limitante, este método não permite a individualização dos espécimes capturados, no entanto, atende à contento o intuito do monitoramento. Serpentes foram marcadas com corte ventral de escamas (PONTES et al., 2009). Destaca-se que todas as atividades de manejo e captura dos espécimes foi conduzida de acordo com a 44/265

65 Autorização Ambiental (AA) (Anexo I). Esses dados foram registrados em uma planilha de campo e transferidos para a planilha de dados brutos (Anexo III). Figura 20: Biometria de Elachistocleis cesarii durante 1ª campanha de monitoramento de herpetofauna na. Outubro/novembro, Figura 21: Marcação com biopolímero de cor azul de anuro durante 1ª campanha de monitoramento de herpetofauna na. Outubro/novembro, Análise de dados Os resultados obtidos ao longo do estudo foram agrupados de acordo com o método: BALD + BSR e AIQ. Posteriormente, considerando estes dois conjuntos de dados independentemente, os resultados foram agrupados por sítio e, em seguida por região amostral para gerar estimativas de abundância, riqueza, diversidade, equitabilidade e dominância, que foram utilizados para a comparação entre as áreas de estudo. Cabe ressaltar que os indivíduos que não foram identificados a uma unidade taxonômica satisfatória e distinguível das demais, em função de fuga e/ou dificuldade de visualização em meio a vegetação, não tiveram seus registros contabilizados para as análises supracitadas. A abundância foi contabilizada após cada animal ter sido avistado ou capturado, permitindo a identificação ao menor nível taxonômico possível. A partir destes valores foi criada uma matriz de abundância de espécies. Os valores para cada espécie em cada sítio ou região amostral foram tratados como somatório por método de coleta de forma absoluta (indivíduos/região amostral) ou relativa (indivíduo/hora-homem; indivíduos/balde). Para avaliar de forma cumulativa a eficiência da metodologia empregada, foram construídas duas curvas de rarefação, uma para cada método de amostragem, a partir de aleatorizações de uma matriz de abundância de espécies (KREBS, 1999), considerando o somatório de dados obtidos por meio 45/265

66 de métodos padronizados. Nessa análise, para o método de BALD + BSR, cada dia de amostragem em cada sítio foi considerada como unidade. Para a AIQ cada noite em que os sistemas permaneceram abertos foi considerada como uma unidade amostral. A riqueza de espécies foi estimada através da extrapolação das curvas, utilizando o índice jackknife1 como estimador, também com aleatorizações da matriz de abundância acumulada, baseando-se em um intervalo de confiança de 95%. Esta análise foi conduzida no programa EstimateS 9 (COLWELL et al., 2012). Para o cálculo da diversidade para cada região amostral, a partir de uma matriz de abundância de espécies, empregou-se o índice de Shannon-Wiener (H ), com o auxílio do programa DivEs 3.0 (RODRIGUES, 2015). Este índice tem vantagem sobre os demais corriqueiramente utilizados em estudos de comunidades por ser apropriado para amostras aleatórias de espécies (RICKLEFS, 1996). Entretanto, atribui peso igual a espécies abundantes e raras na amostra (MAGURRAN, 1988). O cálculo é realizado pela fórmula: H pixlog 1 b pi Onde: p i é a proporção da espécie em relação ao número total de espécimes encontrados nos levantamentos realizados, log b logarítimo na base b (2 ou 10). Considerando a matriz de abundância de espécies, utilizou-se o índice de equitabilidade de Pielou (J) para estimar o quão bem distribuídas são as espécies no ambiente analisado ou se algumas poucas espécies apresentam dominância sobre as demais. Este índice leva em consideração a abundância das espécies durante a amostragem e o índice de diversidade de Shannon-Wiener. j H' / Hmax' Onde: J é o índice de equitabilidade; H é o índice de diversidade de Shannon-Wiener e Hmax é igual a log b S na base de b (2 ou 10). A dominância de Simpson (Ds) (SIMPSON, 1948) foi calculada com o uso de uma matriz de abundância de espécies com o intuito de compreender qual a probabilidade de dois indivíduos, selecionados ao acaso na amostra, pertencerem à mesma espécie. Ds 1 ( nx ( n 1) n 1N ( N 1)) i i i 46/265

67 Onde: Ds é a diversidade de Simpson; n i é o número de indivíduos amostrados da i-mesma espécie e N o número total de indivíduos amostrados. O grau de similaridade das biotas ocorrentes nos sítios estudados foi comparado por meio do método não paramétrico NMDS (Non-parametric multidimensional scaling). NMDS é uma ferramenta através da qual pode se obter estimativas quantitativas da similaridade entre os grupos de itens (HOUT et al., 2013). Este método resulta em uma representação visual na forma de gráfico dos índices de similaridade obtidos (HARPER, 1999; HAMMER et al., 2001; HAMMER & HARPER, 2006). Para tal, foi compilada uma matriz contendo dados sobre abundância e riqueza dos táxons registrados em campo, classificada de acordo com a fitofisionomia e unidade amostral. A análise foi conduzida no programa PAST 3.0 utilizando o método de Bray-Curtis (HAMMER & HARPER, 2006). Os graus de ameaça das espécies foram consultados em bases oficiais de diferentes níveis. Ao nível global foi consultada a listagem de espécies ameaçadas no livro vermelho da International Union for Conservation of Nature and Natural Resources (IUCN, 2017). Para a listagem de espécies ameaçadas em âmbito nacional foi consultado a listagem elaborada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade instrumentalizado na portaria do Ministério do Meio Ambiente nº 444 de 17 de dezembro de 2014 (MMA, 2014). Ao nível estadual foi consultada a publicação Fauna do Paraná em Extinção (IAP, 2007). Espécies ameaçadas e sujeitas ao interesse comercial foram consultadas nos apêndices do Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora (CITES, 2017). Hábitos e espécies ditas como raras foram consideradas como tal quando houve indicação em bibliografia específica. Endemismos foram considerados quando os táxons apresentaram registros geográficos restritos à Mata Atlântica stricto sensu, não considerando quando apresentaram ocorrência em ecótones, enclaves ou áreas de transição com outro bioma. Para tal, foi realizada extensa consulta a bibliografias específicas constante em literatura científica e/ou livros e guias de campo cujas informações biogeográficas das espécies estivessem disponíveis (e.g. HADDAD et al., 2008; HADDAD et al., 2013). Hábitos e dados sobre a biologia e comportamento das espécies foram extraídos de Izecksohn & Carvalho-e-Silva (2001), Haddad et al. (2008; 2013) e Marques et al. (2001). 47/265

68 A nomenclatura científica seguiu Frost (2017) para anfíbios e Costa & Bérnils (2014) para os répteis. Nomes vernaculares e comuns foram extraídos em sua maioria de observações empíricas ou guias de campo (e.g. IZECKSOHN & CARVALHO-E-SILVA, 2001; MARQUES et al., 2001) Resultados e Discussão Lista de espécies, riqueza e representatividade do estudo Como resultado dos levantamentos da literatura acerca da composição da herpetofauna na região da Usina Hidroelétrica Baixo Iguaçu, obteve-se uma composição que totalizou 130 espécies da herpetofauna. Deste total, houve predomínio de répteis que perfizeram 85 espécies, com amplo predomínio de serpentes (57 spp.), sendo dipsadídeos os mais abundantes na composição (36 spp.), seguidos de colubrídeos (7 spp.) e viperídeos (6 spp.). Lagartos representaram uma importante parcela com 16 espécies, predominantemente as guildas terrícolas florestais como os teídeos (4 spp) e tropidurídeos (3 spp.). De forma menos representativa em relação aos demais, a composição de espécies apresenta com ocorrência potencial para a região sete anfisbenídeos, quatro quelônios e um crocodiliano (Tabela 7). Anfíbios foram representados quase em sua totalidade por anuros, que contabilizaram 44 táxons distribuídos em 12 famílias distintas. Dentre estes, hilídeos foram os mais conspícuos nos estudos consultados, com 23 espécies listadas, seguidos de leptodactilídeos (9 spp.) e odontofrinídeos e bufonídeos (ambos com 2 spp.). As demais famílias apresentaram um quantitativo pontual. Para a região espera-se ainda a ocorrência de apenas uma única espécie de cecília, Chthonerpeton indistinctum (Tabela 7). Este total equivale a cerca de 1/6 dos táxons de anfíbios e répteis listados para a Mata Atlântica, com proporções entre os táxons superiores, como famílias e ordens, dentro do esperado para o bioma (MARQUES et al., 2001; HADDAD et al., 2008; 2013). Este expressivo valor corrobora a importância dos remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual e distribuídos ao longo do interior paranaense que representam importantes refúgios para a herpetofauna em face dos avanços de atividades ambientalmente impactantes como a agricultura, pecuária e o avanço da malha urbana (CONDEZ et al., 2009). 48/265

69 Dentre as áreas levantadas, há destaque para a vegetação que recobre o Parque Nacional do Iguaçu, despontando como áreas potencialmente ricas em espécies da herpetofauna (NAZARETTI, 2016). Tal fato dá destaque às Florestas Estacionais Semideciduais, ambientes únicos que apresentam uma fauna transicional entre biomas, fazendo com que estas formações, já bastante degradadas em razão dos ciclos econômicos, rivalizem em termos de representatividade de espécies e grau de endemismo com as formações ombrófilas presentes nas vertentes oceânicas. Já por meio dos métodos de campo obteve-se o registro de 16 táxons pertencentes à herpetofauna associados aos fragmentos estudados. Deste total, 14 foram anuros, distribuídos em seis famílias distintas, sendo Hylidae a mais representativa com seis espécies associadas, seguida de Leptodactylidae que perfez um total de quatro espécies. As demais famílias foram menos presentes e totalizaram apenas uma espécie cada. O grupo dos répteis contribuiu apenas com duas espécies para listagem geral, todas serpentes, sendo uma pertencente à família Dipsadidae (Sibynomorphus mikani) e um Elapidae (Micrurus altirostris). Não foram registradas espécies de lagartos. Para listagem completa de espécies vide Tabela 7 para espécies registradas. A representatividade dos registros pode ser considerada reduzida, sendo cerca de 12% apenas do esperado, quando considerado todos os registros de espécies obtidos por meio de estudos mais abrangentes (ALVAREZ et al., 1995; BERNARDE & MACHADO, 2000; MIKICH & OLIVEIRA, 2003; CONTE et al., 2009; AFFONSO & DELARIVA, 2012; FILHO et al., 2015; FILHO & OLIVEIRA, 2015; NAZARETTI, 2016). De forma mais pontual, os resultados obtidos ao longo de oito campanhas sazonais com amostragem semelhante e em pontos similares ao estudado, resultou no registro de 65 espécies em campo no período pré-instalação ao passo que a primeira campanha da fase de instalação registrou-se 15 espécies ao total, ou seja, 25% do total (CONSÓRCIO BAIXO IGUAÇU/BIOTA, 2015). Tal discrepância, no entanto, é prontamente justificada no método utilizado por cada estudo para amostragem além do componente temporal, mais dilatado nos estudos consultados frente a realidade de uma única campanha até o momento nesta segunda fase. Ainda assim, quando analisado qualitativamente, os resultados de campo observados na primeira campanha se mostraram eficientes no registro de espécies generalistas e comuns ao longo do monitoramento previamente conduzido, apresentando equivalência entre táxons superiores ao observado previamente (CONSÓRCIO BAIXO IGUAÇU/BIOTA, 2015). Há destaque para registros ocasionais de espécies realizados na fase pré-instalação que 49/265

70 representaram importante contingente do total de espécies contabilizadas para a região. Estes registros se deram oportunamente e contabilizaram um total expressivo em função do tempo de esforço aplicado na região, favorecendo estes encontros fortuitos. A tendência é de que com a continuidade e acúmulo de esforço amostral, os resultados obtidos no período de instalação assemelhem-se àqueles obtidos previamente, sendo as diferenças em termos de índices acompanhados e composição podendo ser interpretados como impactos do empreendimento em tela ou ainda meras variações sazonais de fatores que influenciam diretamente as comunidades estudadas tais como temperatura, umidade e disponibilidade hídrica em função da pluviosidade. Em comunidades neotropicais há franca predominância de hilídeos nas composições da herpetofauna (CRUMP, 1974). Membros pertencentes a esta família, em especial os gêneros Boana, Scinax e Dendropsophus, apresentam discos adesivos e adaptações nas musculaturas das palmas e plantas dos pés para escalada (FAIVOVICH et al., 2005). Tais adaptações permitem que espécies colonizem o estrato vertical de forma a evitar a sobreposição de nichos, explorando uma diversidade maior de ambientes do que anfíbios que ocupam apenas o estrato horizontal, permitindo assim a ocorrência de um número maior de espécies em uma área menor (POMBAL, 1994). Este padrão é confirmado para FES do sul do Brasil onde hilídeos representam entre 30 a 60% do total de espécies registradas (ALVAREZ et al., 1995; BERNARDE & MACHADO, 2000; MIKICH & OLIVEIRA, 2003; CONTE et al., 2009; AFFONSO & DELARIVA, 2012; FILHO et al., 2015; FILHO & OLIVEIRA, 2015; CONSÓRCIO BAIXO IGUAÇU/BIOTA, 2015; NAZARETTI, 2016). No presente estudo, apesar do esforço amostral ainda reduzido, este padrão é recuperado. Os registros de Hylidae permearam cerca de 45% do total de espécies registradas e foram realizados principalmente por meio de transecções visuais em ambientes reprodutivos como lagoas e poças temporárias. Métodos visuais favorecem o encontro dessas espécies em campo, ao passo que aquelas habitantes do folhiço e terrícolas, que tendem a apresentar comportamentos mais secretivos, são menos amostradas (HEYER et al., 1994). Dessa forma, estas espécies dificilmente são capturadas por meio de armadilhas de interceptação e queda ou outros métodos passivos de captura (MARTINS et al., 2012). PONTES et al., (2011) sinaliza que na Mata Atlântica as espécies mais frequentemente capturadas por meio destes sistemas pertencem às famílias Leptodactylidae, Microhylidae e Bufonidae. Os estudos conduzidos em fragmentos de FES no oeste paranaense são escassos e os que fizeram uso destas armadilhas reportam 50/265

71 a ocorrência mais frequente de espécies de Leptodactylidae e Bufonidae (CONSÓRCIO BAIXO IGUAÇU/BIOTA, 2015). Ainda, no que tange os répteis, estes sistemas desempenham importante função no registro de espécies das famílias Gymnophthalmidae e Sphaerodactylidae (FILHO et al., 2015; FILHO & OLIVEIRA, 2015). Ao longo das amostragens, entretanto, houve registros pontuais apenas de anuros prevenindo o delineamento de padrões para fins comparativos. 51/265

72 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Tabela 7: Lista das espécies da herpetofauna registradas por dados primários e secundários (fontes bibliográficas) para a área de influência da Usina Hidroelétrica do Baixo Iguaçu, com respectivos nomes comuns, fitofisionomia, referência (dados secundários), método de registro, categoria de ameaça de acordo com as listas do MMA (2014), IUCN (2017), IAP/PR (2004) e CITES (2017), padrão de ocorrência espacial e hábitos. Estudo realizado entre os dias 25 de outubro e 04 de novembro de 2017 (estação chuvosa). Legendas: Dados secundários: 1. Affonso & Delariva (2012); 2. Conte et al. (2009); 3. Bernarde & Machado (2000); 4. Mikich & Oliveira (2003); 5. Filho et al. (2015); 6. Filho & Oliveira (2015); 7. Alvarez et al. (1995); 8. Nazaretti (2016); 9. Consórcio Baixo Iguaçu/Biota (2015). Fitofisionomia: FOM: Floresta Ombrófila Mista. Método de registro: BALD: Busca Ativa Limitada Por Tempo; BSR: Busca Ativa em Sítios Reprodutivos; AIQ: Armadilha de Interceptação e Queda; VOC: Zoofonia. Categorias de ameaça: IUCN (2017): LC: fora de perigo; NT: quase ameaçado; LR: baixo risco. IAP (2004): DD: dados insuficientes; CITES (Apêndice I, II e II). Característica: AD: Ampla distribuição; CI: cinegética; MA: endêmica da Mata Atlântica; EX: exótica. Nome do Táxon Nome Comum Hábitos CLASSE AMPHIBIA ORDEM GYMNOPHIONA FAMÍLIA TYPHLONECTIDAE Chthonerpeton indistinctum Cecília 7 LC DD AD, RR Espécie de hábitos fossoriais; ocupam as camadas do solo com substrato não consolidado em geral próximo a brejos e áreas paludícolas. 52/265

73 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos ORDEM ANURA FAMÍLIA ALSODIDAE Limnomedusa macroglossa Rã 2, 8, 9 LC AD, RR Espécie de hábitos crípticos e de biologia pouco conhecida. Apresenta hábitos crepusculares/noturnos e habita rochas, fendas e troncos próximo à ambientes lacustres e riachos. Também é observada em áreas de mata com diferentes graus de conservação. 53/265

74 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos FAMÍLIA BUFONIDAE Rhinella abei Sapo-cururuzinho 1 3, 5, 6, 10 3 FES BALD, BSR LC AD Terrícolas; hábitos crepusculares/noturnos; ocupam ambientes lênticos como poças temporárias e permanentes; lagos e açudes artificiais onde reproduzem; em determinados períodos de seca podem se abrigar enterrados ou sob troncos e rochas. 54/265

75 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Rhinella schneideri Sapo-cururu 1, 3, 4, 7, 8, 9 LC AD FAMÍLIA BRACHYCEPHALIDAE Ischnocnema guentheri Rã-do-folhiço 4, 9 LC MA Terrícolas; hábitos crepusculares/noturnos; ocupam ambientes lênticos como poças temporárias e permanentes; lagos e açudes artificiais onde reproduzem; em determinados períodos de seca podem se abrigar enterrados ou sob troncos e rochas. Espécie noturna, habitante das camadas de folhiço. Apresenta reprodução direta com ovos ricos em vitelo depositados no folhiço úmido. 55/265

76 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos FAMÍLIA CENTROLENIDAE Vitreorana uranoscopa Perereca-de-vidro 8 LC DD AD FAMÍLIA CRAUGASTORIDAE Haddadus binotatus Rã-do-folhiço 4, 9 LC AD Espécie noturna, habita matas ciliares no entorno de rios e riachos bem conservados. Deposita ovos em folhas pendentes sobre a água onde os girinos se desenvolvem parcialmente e terminam o ciclo em meio ao substrato na água. Espécie noturna, habitante das camadas de folhiço. Apresenta reprodução direta com ovos ricos em vitelo depositados no folhiço úmido. 56/265

77 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos FAMÍLIA HYLIDAE Aplastodiscus perviridis Perereca-de-olhos-vermelhos 8, 9 LC AD Dendropsophus anceps Perereca-zebrada 2 LC MA Hábitos crepusculares/noturnos; ocupam o estrato vertical em vegetação arbustiva e herbácea às margens de poças permanentes e temporárias onde reproduzem. Hábitos crepusculares/noturnos; ocupam o estrato vertical em vegetação arbustiva e herbácea às margens de poças permanentes e temporárias onde reproduzem. 57/265

78 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Dendropsophus berthalutzae Pererequinha 2 LC MA Dendropsophus minutus Perereca-ampulheta 1 1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 11 1, 4, 8, 9 FES BALD, BSR LC AD Hábitos crepusculares/noturnos; ocupam o estrato vertical em vegetação arbustiva e herbácea às margens de poças permanentes e temporárias onde reproduzem. Hábitos crepusculares/noturnos; ocupam o estrato vertical em vegetação arbustiva e herbácea às margens de poças permanentes e temporárias onde reproduzem. 58/265

79 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Dendropsophus nahdereri Pererequinha 3 LC AD Dendropsophus nanus Pererequinha 1 2, 4, 5, 6, 9 1, 3, 4, 7, 8, 9 FES BALD, BSR LC AD Hábitos crepusculares/noturnos; ocupam o estrato vertical em vegetação arbustiva e herbácea às margens de poças permanentes e temporárias onde reproduzem. Hábitos crepusculares/noturnos; ocupam o estrato vertical em vegetação arbustiva e herbácea às margens de poças permanentes e temporárias onde reproduzem. 59/265

80 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Dendropsophus sanborni Pererequinha 9 LC AD Dendropsophus seniculus Perereca-marmoreada 2 LC AD Hábitos crepusculares/noturnos; ocupam o estrato vertical em vegetação arbustiva e herbácea às margens de poças permanentes e temporárias onde reproduzem. Hábitos crepusculares/noturnos; ocupam o estrato vertical em vegetação arbustiva e herbácea às margens de poças permanentes e temporárias onde reproduzem. 60/265

81 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Boana albopunctata Perereca-cabrinha 1, 3, 8, 9 LC AD Boana caingua Perereca 7, 8, 9 LC AD Hábitos crepusculares/noturnos; ocupam o estrato vertical em vegetação arbustiva, herbácea ou arbórea às margens de poças permanentes e temporárias onde reproduzem. Hábitos crepusculares/noturnos; ocupam o estrato vertical em vegetação arbustiva, herbácea ou arbórea às margens de poças permanentes e temporárias onde reproduzem. 61/265

82 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Boana faber Sapo-martelo 1 1, 3, 4, 5, 8, 11 1, 3, 4, 9 FES BALD, BSR LC MA Boana prasina Perereca 3, 4 LC AD De hábitos crepusculares / noturno; ocupam vegetação herbácea e arbustiva em poças temporárias e permanentes; toleram certa interferência antrópica. Machos constroem ninhos de lama no entorno de lagoas. Hábitos crepusculares/noturnos; ocupam o estrato vertical em vegetação arbustiva, herbácea ou arbórea às margens de poças permanentes e temporárias onde reproduzem. 62/265

83 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Boana pulchella Perereca-de-pijama 9 LC AD Boana raniceps Perereca 1 3, 4, 5 1, 3, 4, 7, 8, 9 FES BALD, BSR LC AD Hábitos crepusculares/noturnos; ocupam o estrato vertical em vegetação arbustiva, herbácea ou arbórea às margens de poças permanentes e temporárias onde reproduzem. Hábitos crepusculares/noturnos; ocupam o estrato vertical em vegetação arbustiva, herbácea ou arbórea às margens de poças permanentes e temporárias onde reproduzem. 63/265

84 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Boana semiguttata Perereca 9 LC AD Itapotihyla langsdorffii Perereca-liquenosa 8, 9 LC AD Hábitos crepusculares/noturnos; ocupam o estrato vertical em vegetação arbustiva, herbácea ou arbórea às margens de poças permanentes e temporárias onde reproduzem. Hábitos crepusculares/noturnos; ocupam o estrato vertical em vegetação arbustiva, herbácea ou arbórea às margens de poças permanentes e temporárias onde reproduzem. 64/265

85 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Ololygon berthae Perereca-de-riacho 7, 8, 9 LC MA Ololygon littoralis Perereca-de-riacho 2 LC MA Scinax fuscovarius Perereca-de-banheiro 1 2, 4, 5, 6, 9, 11 1, 3, 4, 7, 8, 9 FES BALD, BSR LC AD Espécie noturna, habita matas ciliares no entorno de rios e riachos bem conservados. Deposita ovos sobre a lâmina d água em remansos. Espécie noturna, habita matas ciliares no entorno de rios e riachos bem conservados. Deposita ovos sobre a lâmina d água em remansos. Espécie de hábitos noturnos; ocupa estrato vertical em vegetação arbustiva e herbácea em margens de lagoas e poças temporárias e permanentes; casais amplectantes desovam no espelho d água em meio à vegetação. 65/265

86 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Scinax perereca Perereca-de-banheiro 3, 4, 8, 9 LC AD Scinax nasicus Perereca-de-banheiro 7 LC AD Espécie de hábitos noturnos; ocupa estrato vertical em vegetação arbustiva e herbácea em margens de lagoas e poças temporárias e permanentes; casais amplectantes desovam no espelho d água em meio à vegetação. Espécie de hábitos noturnos; ocupa estrato vertical em vegetação arbustiva e herbácea em margens de lagoas e poças temporárias e permanentes; casais amplectantes desovam no espelho d água em meio à vegetação. 66/265

87 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Scinax squalirostris Perereca-nariguda 7, 8 LC AD Trachycephalus typhonius Perereca-grudenta , 3, 4, 7, 9 FES BALD LC AD Espécie de hábitos noturnos; ocupa estrato vertical em vegetação arbustiva e herbácea em margens de lagoas e poças temporárias e permanentes; casais amplectantes desovam no espelho d água em meio à vegetação. Apresenta hábitos noturnos. Ocupa dossel de áreas florestadas utilizando ocos de tronco como áreas de forrageio, abrigo e reprodução. 67/265

88 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos FAMÍLIA HYLODIDAE Crossodactylus schmidti Rã-das-pedras 8 NT FAMÍLIA LEPTODACTYLIDAE Leptodactylus elenae Rã 8 LC AD MA, RR Espécie primariamente diurna, territorial, habita superfície de rochas e pequenas tocas formadas no leito e margens de rios e riachos bem conservados com correnteza. Espécie habitante de folhiço em áreas de mata e bordas. Vocaliza no início da noite em tocas no folhiço. Girinos são depositados em cavidades úmidas no solo onde se desenvolvem alimentando-se a partir de vitelo até sua metamorfose. 68/265

89 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Leptodactylus fuscus Rã-assobiadeira 1 1, 2, 4, 8, 9, 10, 11 1, 3, 4, 7, 8, 9 FES BALD, BSR AD Leptodactylus labyrinthicus Rã-pimenta 1 1 8, 9 FES BALD, BSR LC AD Leptodactylus latrans Rã-manteiga 1, 3, 4, 7, 8, 9 LC AD Espécie terrícola; de hábitos noturnos; ocorre em meio ao folhiço, troncos e vegetação arbustiva; reproduzem poças temporárias e permanentes. Espécie terrícola; de hábitos noturnos; ocorre em meio ao folhiço, troncos e vegetação arbustiva; reproduzem poças temporárias e permanentes. Noturnos; terrícolas; ocorrem em meio a vegetação arbustiva e herbácea; reproduzem-se em poças temporárias e permanentes. 69/265

90 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Leptodactylus mystacinus Rã-de-bigodes 1 6, 7 1, 3, 4, 8, 9 FES BSR LC AD Leptodactylus podicipinus Rã-goteira 8, 9 LC AD Physalaemus cuvieri Rã-cachorro 1 1, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 11 1, 3, 4, 8, 9 FES BALD, BSR, AIQ LC AD Noturnos; terrícolas; ocorrem em meio a vegetação arbustiva e herbácea; reproduzem-se em poças temporárias e permanentes. Noturnos; terrícolas; ocorrem em meio a vegetação arbustiva e herbácea; reproduzemse em poças temporárias e permanentes. Espécie terrícola; de hábitos noturnos; ocorre em meio ao folhiço, troncos e vegetação arbustiva; reproduzem poças temporárias e permanentes depositando ovos em ninhos de espuma. 70/265

91 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Physalaemus biligonigerus Rãzinha 7 LC AD Physalaemus gracilis Rã-chorona 7, 9 LC AD Espécie terrícola; de hábitos noturnos; ocorre em meio ao folhiço, troncos e vegetação arbustiva; reproduzem poças temporárias e permanentes depositando ovos em ninhos de espuma. Espécie terrícola; de hábitos noturnos; ocorre em meio ao folhiço, troncos e vegetação arbustiva; reproduzem poças temporárias e permanentes depositando ovos em ninhos de espuma. 71/265

92 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos FAMÍLIA MICROHYLIDAE Elachistocleis cesarii Rã 1 FAMÍLIA ODONTOPHRYNIDAE 2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 11 1, 3, 4, 7, 8, 9 FES EO, AIQ, BALD, BSR LC AD Odontophrynus americanus Sapo 1 4, 8 3, 4, 7, 9 FES AIQ, BALD LC AD Apresenta hábitos noturnos, reproduções explosivas associadas a fortes eventos de chuvas; ocupam vegetação arbustiva, fendas de troncos e rochas em torno de poças temporárias. Apresenta hábitos noturnos, reproduções explosivas associadas a fortes eventos de chuvas; ocupam vegetação arbustiva, fendas de troncos e rochas em torno de poças temporárias. 72/265

93 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Proceratophrys avelinoi Sapo-de-chifres 3, 4, 9 LC FAMÍLIA PHYLLOMEDUSIDAE Phyllomedusa tetraploidea Perereca-das-folhagens 1, 3, 4, 8, 9 AD AD, RR Apresenta hábitos noturnos, reproduções explosivas associadas a fortes eventos de chuvas; ocupam vegetação arbustiva, fendas de troncos e rochas em torno de riachos e poças temporárias. Habita vegetação arbustiva e arbórea no entorno de ambientes lênticos; de hábitos noturnos; casais amplectantes desovam em folhagens pendentes sobre a água. 73/265

94 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos FAMÍLIA RANIDAE Lithobates catesbeianus Rã-touro 1 CLASSE REPTILIA ORDEM TESTUDINES FAMÍLIA CHELIDAE Hydromedusa tectifera Cágado-pescoço-de-cobra 4, 5, 9 3, 10 1, 9 FES BALD, AIQ, BSR EX AD, RR Espécie exótica de origem norte-americana. Noturnos; terrícolas; ocorrem em meio a vegetação arbustiva e herbácea; reproduzem-se em poças temporárias e permanentes. Girinos e adultos vorazes que se alimentam de outros coespecíficos. Apresentam hábitos noturnos; são primariamente aquáticos mas podem se deslocar em solo em busca de áreas com água; ocupam poças, lagoas e riachos. 74/265

95 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Phrynops geoffroanus Cágado-pescoço-de-cobra 4 Phrynops williamsi Cágado-rajado 5, 9 AD, RR AD, RR Apresentam hábitos noturnos; são primariamente aquáticos mas podem se deslocar em solo em busca de áreas com água; ocupam poças, lagoas e riachos. Apresentam hábitos noturnos; são primariamente aquáticos mas podem se deslocar em solo em busca de áreas com água; ocupam poças, lagoas e riachos. 75/265

96 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos FAMÍLIA EMYDIDAE Trachemys dorbignii Cágado-tigre 9 AD ORDEM CROCODYLIA Caiman latirostris Jacaré-de-papo-amarelo 4, 9 LR I AD, CI Apresentam hábitos noturnos; são primariamente aquáticos mas podem se deslocar em solo em busca de áreas com água; ocupam poças, lagoas e riachos. Habita charcos, alagados, poças estuários, rios e lagoas em sua área de distribuição. Predador topo de cadeia alimentando-se de vertebrados e invertebrados. Tolera altos graus de interferência antrópica. 76/265

97 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos ORDEM SQUAMATA SUBORDEM AMPHISBAENIA Amphisbaena darwinii Cobra-de-duas-cabeças 4, 9 AD Amphisbaena dubia Cobra-de-duas-cabeças 4 Amphisbaena mertensii Cobra-de-duas-cabeças 4, 9 AD AD, RR Espécie de hábitos fossoriais; ocupam as camadas do solo com substrato não consolidado. Espécie de hábitos fossoriais; ocupam as camadas do solo com substrato não consolidado. Espécie de hábitos fossoriais; ocupam as camadas do solo com substrato não consolidado. 77/265

98 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Amphisbaena prunicolor Cobra-de-duas-cabeças 4, 5, 6, 9 AD Amphisbaena microcephalum Cobra-de-duas-cabeças 4, 5, 9 AD Amphisbaena roberti Cobra-de-duas-cabeças 4 Amphisbaena thachura Cobra-de-duas-cabeças 6 AD, RR AD, RR Espécie de hábitos fossoriais; ocupam as camadas do solo com substrato não consolidado. Espécie de hábitos fossoriais; ocupam as camadas do solo com substrato não consolidado. Espécie de hábitos fossoriais; ocupam as camadas do solo com substrato não consolidado. Espécie de hábitos fossoriais; ocupam as camadas do solo com substrato não consolidado. 78/265

99 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos SUBORDEM LACERTILIA FAMÍLIA TROPIDURIDAE Stenocercus caducus Lagarto-de-rabo-espinhoso 4 AD Tropidurus torquatus Calango 4, 7, 9 AD Territorial; habita matacões e afloramentos rochosos onde termorregula e forrageia, mas pode ocorrer em áreas periurbanas e urbanas; ativo durante as primeiras horas do dia, principalmente; alimenta-se de pequenos insetos. Territorial; habita matacões e afloramentos rochosos onde termorregula e forrageia, mas pode ocorrer em áreas periurbanas e urbanas; ativo durante as primeiras horas do dia, principalmente; alimenta-se de pequenos insetos. 79/265

100 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Tropidurus catalanensis Calango 5 AD FAMÍLIA LEIOSAURIDAE Anisolepis grilli Lagarto-preguiça 4, 5, 7 AD Territorial; habita matacões e afloramentos rochosos onde termorregula e forrageia, mas pode ocorrer em áreas periurbanas e urbanas; ativo durante as primeiras horas do dia, principalmente; alimenta-se de pequenos insetos. Espécie diurna, observada em meio a vegetação arbustiva e arbórea, principalmente no estrato vertical. Alimenta-se de pequenos insetos. 80/265

101 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Enyalius perditus Camaleãozinho 6 AD Urostrophus vautieri Camaleãozinho 6 AD Espécie diurna, observada em meio a vegetação arbustiva e arbórea, principalmente no estrato vertical. Alimenta-se de pequenos insetos. Espécie diurna, observada em meio a vegetação arbustiva e arbórea, principalmente no estrato vertical. Alimenta-se de pequenos insetos. 81/265

102 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos FAMÍLIA GEKKONIDAE Hemidactylus mabouia Lagartixa-doméstica 5, 6, 9 FAMÍLIA DIPLOGLOSSIDAE Ophiodes striatus Cobra-de-vidro 4 AD Espécie exótica de origem na África Oriental; apresenta hábitos noturnos e se adapta bem a áreas periurbanas e urbanas, também ocorre em áreas naturais onde ocupa estratos horizontais e verticais em áreas abertas e florestadas; durante o dia abriga-se em troncos caídos e fendas de rochas. Apresenta hábitos crepusculares e noturnos; criptozoico, vivendo em meio ao folhiço e a troncos caídos. 82/265

103 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Ophiodes fragilis Cobra-de-vidro 4, 5, 6 AD FAMÍLIA TEIIDAE Ameiva ameiva Ameiva 4 Contomastix vacariensis Calango-listrado 5, 7 AD Salvator merianae Teiú 4, 5, 6, 7, 9 II AD, CI AD, CI Apresenta hábitos crepusculares e noturnos; criptozoico, vivendo em meio ao folhiço e a troncos caídos. Lagarto terrícola; cursorial; diurno; ocorre em formações sombreadas com solo arenoso onde forrageia ativamente por pequenos insetos. Lagarto de grande porte; cursorial; terrícola; ativo principalmente na alvorada e crepúsculo; ocorre em formações abertas e florestadas; alimenta-se de ovos e pequenos animais. 83/265

104 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Tupinambus teguixin Teiú 7 II FAMÍLIA GYMNOPHTHALMIDAE Cercosaura schreibersii Lagartinho 4, 5, 6 AD AD, CI Lagarto de grande porte; cursorial; terrícola; ativo principalmente na alvorada e crepúsculo; ocorre em formações abertas e florestadas; alimenta-se de ovos e pequenos animais. Espécie de pequeno porte; de hábito diurno; ocorre em meio ao folhiço e vegetação morta em áreas florestadas e arbustivas. 84/265

105 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos FAMÍLIA MABUYIDAE Aspronema dorsivittatum Briba 4, 5, 6 AD Notomabuya frenata Briba 4, 6, 7, 9 AD SUBORDEM SERPENTES Ativa durante o dia; ocupa o solo arenoso parcialmente sombreado por vegetação arbustiva e/ou herbácea; cursorial, forrageia ativamente por pequenos insetos. Ativa durante o dia; ocupa o solo arenoso parcialmente sombreado por vegetação arbustiva e/ou herbácea; cursorial, forrageia ativamente por pequenos insetos. 85/265

106 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos FAMÍLIA ANOMALEPIDIDAE Liotyphlops beui Cobra-fio 4, 5, 6, 9 FAMÍLIA TYPHLOPIDAE Amerotyphlops brongersmianus Cobra-fio 4 AD AD, RR Apresenta hábitos fossoriais; ocupa locais de substrato não consolidado; possivelmente alimentando-se de pequenos invertebrados como cupins. Apresenta hábitos fossoriais; ocupa locais de substrato não consolidado; possivelmente alimentando-se de pequenos invertebrados como cupins. 86/265

107 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos FAMÍLIA BOIDAE Boa constrictor Jiboia 4 I Epicrates cenchria Jiboia-arco-íris 4 II Eunectes murinus Sucuri 4 II AD AD, CI AD, CI Espécie de hábitos arborícola e terrícola; ocorre em áreas florestadas e áreas abertas; apresenta hábitos diurnos. Espécie de hábitos arborícolas; ocorre em áreas florestadas e arbustivas; apresenta hábitos noturnos. Espécie primariamente noturna e aquática, ocorre associada à lagoas, lagos e rios onde alimenta-se de peixes, aves e mamíferos, principalmente. 87/265

108 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos FAMÍLIA COLUBRIDAE Chrinonius bicarinatus Cobra-cipó 4, 5, 6, 9 AD Chironius exoletus Cobra-cipó 6 AD Espécie terrícola e cursorial; caça ativamente pelo solo e estrato arbóreo em campos de herbáceas e gramíneas, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas; hábitos diurnos. Espécie terrícola e cursorial; caça ativamente pelo solo e estrato arbóreo em campos de herbáceas e gramíneas, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas; hábitos diurnos. 88/265

109 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Chironius fuscus Cobra-cipó 4 AD Chironius laevicollis Limpa-campo 4 AD Espécie terrícola e cursorial; caça ativamente pelo solo e estrato arbóreo em campos de herbáceas e gramíneas, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas; hábitos diurnos. Espécie terrícola e cursorial; caça ativamente pelo solo em campos de herbáceas e gramíneas, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas; hábitos diurnos. 89/265

110 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Leptophis ahaetulla Cobra-cipó 9 AD Mastigodryas bifossatus Jararacuçu-do-brejo 4, 9 AD Spilotes pullatus Caninana 4, 6, 9 AD Espécie arborícola e cursorial; caça ativamente pelo estrato arbóreo, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas; hábitos diurnos. Espécie terrícola e cursorial; caça ativamente pelo solo em campos de herbáceas e gramíneas, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas. Espécie escansorial e cursorial; caça ativamente pelo solo em campos de herbáceas e gramíneas, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas; hábitos diurnos. 90/265

111 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos FAMÍLIA DIPSADIDAE Apostolepis dimidiata Cobra 4 AD Atractus reticulatus Cobra 4 AD Atractus paraguaiensis Cobra 5 AD Espécie terrícola; hábitos noturnos; ocorre em áreas com folhiço em formações arbóreas, arbustivas e campos abertos. Espécie fossorial/criptozoica; ocorre em áreas com folhiço ou substrato inconsolidado; apresenta hábitos noturnos Espécie fossorial/criptozoica; ocorre em áreas com folhiço ou substrato inconsolidado; apresenta hábitos noturnos 91/265

112 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Boiruna maculata Muçurana 5 AD Clelia plumbea Muçurana 4, 6, 9 AD Dipsas alternans Papa-lesma AD Dipsas indica Papa-lesma 4 AD Espécies cursorial; ofiófaga; habita formações vegetacionais abertas e florestadas. Espécies cursorial; ofiófaga; habita formações vegetacionais abertas e florestadas. Espécie terrícola; hábitos noturnos; ocorre em áreas com folhiço em formações arbóreas e arbustivas. Espécie terrícola; hábitos noturnos; ocorre em áreas com folhiço em formações arbóreas e arbustivas. 92/265

113 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Echinanthera cyanopleura Cobra 4, 6, 9 AD Echinanthera cephalostriata Cobra 4, 6, 9 AD Helicops gomesi Cobra-d água 4 AD Espécie terrícola; hábitos diurnos; ocorre em áreas com folhiço em formações arbóreas onde se alimenta de pequenos anfíbios e lagartos, principalmente. Espécie terrícola; hábitos diurnos; ocorre em áreas com folhiço em formações arbóreas onde se alimenta de pequenos anfíbios e lagartos, principalmente. Espécie primariamente noturna e aquática, ocorre associada à lagoas, lagos e rios onde alimenta-se de peixes e girinos principalmente. 93/265

114 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Helicops infrataeniatus Cobra-d água 4, 5, 7, 9 AD Erythrolamprus aesculapii Falsa-coral 6 AD Erythrolamprus frenatus Cobra 4 AD Erythrolamprus miliaris Cobra-d água 4, 5, 7, 9 AD Espécie primariamente noturna e aquática, ocorre associada à lagoas, lagos e rios onde alimenta-se de peixes e girinos principalmente. Espécie terrícola; hábitos diurnos; ocorre em áreas com folhiço em formações arbóreas, arbustivas e campos abertos. Espécie terrícola; hábitos diurnos; ocorre em áreas com folhiço em formações arbóreas, arbustivas e campos abertos. Espécie primariamente noturna e aquática, 94/265

115 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Erythrolamprus poecilogyrus Limpa-campo 4, 5, 6, 7, 9 AD Erythrolamprus reginae Cobra-verde 4, 9 AD ocorre associada à lagoas, lagos e rios onde alimenta-se de peixes e girinos principalmente. Espécie terrícola e cursorial; caça ativamente pelo solo em campos de herbáceas e gramíneas, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas; hábitos diurnos. Espécie terrícola; hábitos diurnos; ocorre em áreas com folhiço em formações arbóreas, arbustivas e campos abertos. 95/265

116 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Oxyrhopus clathratus Falsa-coral 4, 5, 6, 9 AD Oxyrhopus guibei Falsa-coral 4, 9 AD Oxyrhopus petolarius Falsa-coral 4 AD Espécie terrícola e cursorial; caça ativamente pelo solo em campos de herbáceas e gramíneas, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas; hábitos noturnos. Espécie terrícola e cursorial; caça ativamente pelo solo em campos de herbáceas e gramíneas, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas; hábitos noturnos. Espécie terrícola e cursorial; caça ativamente pelo solo em campos de herbáceas e gramíneas, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas; hábitos noturnos. 96/265

117 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Oxyrhopus rhombifer Falsa-coral 5, 7 AD Paraphimophis rusticus Muçurana 5 AD Philodryas aestivus Cobra-cipó 4, 7 AD Espécie terrícola e cursorial; caça ativamente pelo solo em campos de herbáceas e gramíneas, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas; hábitos noturnos. Espécies cursorial; ofiófaga; habita formações vegetacionais abertas e florestadas. Espécie escansorial e cursorial; caça ativamente pelo solo em campos de herbáceas e gramíneas, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas; hábitos diurnos. 97/265

118 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Philodryas agassizii Cobra-cipó 5 AD Philodryas nattereri Corredeira 4 AD Philodryas olfersii Cobra-cipó 4, 5, 6, 7 AD Espécie escansorial e cursorial; caça ativamente pelo solo em campos de herbáceas e gramíneas, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas; hábitos diurnos. Espécie terrícola e cursorial; caça ativamente pelo solo em campos de herbáceas e gramíneas, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas; hábitos diurnos. Espécie escansorial e cursorial; caça ativamente pelo solo em campos de herbáceas e gramíneas, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas; hábitos diurnos. 98/265

119 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Philodryas patagoniensis Parelheira 4, 5, 6, 7 AD Pseudoboa haasi Cobra 4 AD Pseudoboa nigra Cobra 4 AD Espécie terrícola e cursorial; caça ativamente pelo solo em campos de herbáceas e gramíneas, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas; hábitos diurnos. Espécie terrícola e cursorial; caça ativamente pelo solo em campos de herbáceas e gramíneas, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas; hábitos noturnos. Espécie terrícola e cursorial; caça ativamente pelo solo em campos de herbáceas e gramíneas, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas; hábitos noturnos. 99/265

120 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Rhachidelus brazili Cobra 4 AD Sibynomorphus mikanii Papa-lesma 1 6 4, 6, 9 FES BALD AD Espécie terrícola e cursorial; caça ativamente pelo solo em campos de herbáceas e gramíneas, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas; hábitos noturnos. Espécie terrícola e cursorial; caça ativamente pelo solo em campos de herbáceas e gramíneas, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas; hábitos noturnos. 100/265

121 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Thamnodynastes strigatus Jararaquinha 4, 5, 6, 7 AD Thamnodynastes hypoconia Jararaquinha 4, 5, 7 AD Espécie terrícola e cursorial; caça ativamente pelo solo em campos de herbáceas e gramíneas, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas; hábitos noturnos. Espécie terrícola e cursorial; caça ativamente pelo solo em campos de herbáceas e gramíneas, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas; hábitos noturnos. 101/265

122 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Tomodon dorsatus Jararaquinha 4, 5, 6, 9 AD Tropidodryas striaticeps Jiboinha 6 AD Espécie terrícola e cursorial; caça ativamente pelo solo em campos de herbáceas e gramíneas, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas; hábitos noturnos. Espécie terrícola e cursorial; caça ativamente pelo solo em campos de herbáceas e gramíneas, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas; hábitos noturnos. 102/265

123 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Xenodon merremii Boipeva 4, 6, 7 AD Xenodon neuwiedii Boipeva 4, 6 AD Espécie terrícola e cursorial; caça ativamente pelo solo em campos de herbáceas e gramíneas, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas; hábitos diurnos e crepusculares. Espécie terrícola e cursorial; caça ativamente pelo solo em campos de herbáceas e gramíneas, mas ocorre também em formações arbustivas e florestadas; hábitos diurnos e crepusculares. 103/265

124 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos FAMÍLIA ELAPIDAE Micrurus altirostris Coral-verdadeira 1 8 4, 5, 6, 7, 9 FES BALD AD Micrurus corallinus Coral-verdadeira 4, 6, 9 AD De hábitos criptozoicos/fossoriais, alimenta-se de invertebrados e vertebrados de corpos cilíndrico (anfisbênias, anelídeos e cecílias). Dentição proteróglifa e peçonha de ação neurotóxica. De hábitos criptozoicos/fossoriais, alimenta-se de invertebrados e vertebrados de corpos cilíndrico (anfisbênias, anelídeos e cecílias). Dentição proteróglifa e peçonha de ação neurotóxica. 104/265

125 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Micrurus lemniscatus Coral-verdadeira 4 AD FAMÍLIA VIPERIDAE Bothrops alternatus Jararaca 4, 5, 7 AD De hábitos criptozoicos/fossoriais, alimenta-se de invertebrados e vertebrados de corpos cilíndrico (anfisbênias, anelídeos e cecílias). Dentição proteróglifa e peçonha de ação neurotóxica. Espécie de hábitos noturnos; caça por espreita; ocorre em solos com vegetação onde se camufla; ocorre tanto em formações arbustivas quanto arbóreas. Dentição solenóglifa e peçonha de ação citotóxica. 105/265

126 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Bothrops jararaca Jararaca 4, 5, 6, 9 AD Bothrops jararacussu Jararacuçu 4, 6, 9 AD Espécie de hábitos noturnos; caça por espreita; ocorre em solos com vegetação onde se camufla; ocorre tanto em formações arbustivas quanto arbóreas. Dentição solenóglifa e peçonha de ação citotóxica. Espécie de hábitos noturnos; caça por espreita; ocorre em solos com vegetação onde se camufla; ocorre tanto em formações arbustivas quanto arbóreas. Dentição solenóglifa e peçonha de ação citotóxica. 106/265

127 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Bothrops moojeni Urutu 4 AD Bothrops neuwiedi Urutu 4, 7, 9 AD Espécie de hábitos noturnos; caça por espreita; ocorre em solos com vegetação onde se camufla; ocorre tanto em formações arbustivas quanto arbóreas. Dentição solenóglifa e peçonha de ação citotóxica. Espécie de hábitos noturnos; caça por espreita; ocorre em solos com vegetação onde se camufla; ocorre tanto em formações arbustivas quanto arbóreas. Dentição solenóglifa e peçonha de ação citotóxica. 107/265

128 Campanha Sítio de registro Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN MMA IAP CITES Característica Relatório Trimestral Nome do Táxon Nome Comum Hábitos Crotalus durissus Cascavel 4, 5, 6, 9 AD Espécie de hábitos noturnos; caça por espreita; ocorre em solos com vegetação onde se camufla; ocorre tanto em formações arbustivas, arbóreas, campos e áreas periurbanas. Dentição solenóglifa e peçonha de ação hemo e citotóxica. 108/265

129 Suficiência amostral curva do coletor (curva de rarefação) e riqueza estimada Com base na matriz de abundância obtida por meio do esforço amostral de BALD + BSR e AIQ, empreendidos nas áreas de estudo, pode se inferir que as curvas de rarefação elaboradas não indicaram ter atingido a sua completa assíntota. Ambas as curvas elaboradas indicam ampla tendência à assíntota. A despeito, o estimador não-paramétrico aplicado na análise (Jackknife1) sugere um número de espécie acima do registrado em campo para ambos os métodos. Por meio de BALD + BSR obteve-se um sucesso amostral de 16 espécies registradas em campo ao passo que o estimador sugere a ocorrência entre 20 e 24 espécies na região (Figura 22). Já por meio de AIQ, o sucesso amostral foi de quatro espécies registradas e o estimador sugere que através da aplicação deste método a região ainda possa abrigar entre 05 e 10 espécies (Figura 23). Figura 22: Curva de rarefação (Jackknife1) e acumulação de espécies de herpetofauna para o método de busca ativa limitada por distância (BALD) + busca em sítios reprodutivos (BSR) realizados durante a 1ª campanha de monitoramento da herpetofauna da. Outubro/novembro, /265

130 Figura 23: Curva de rarefação (Jackknife1) e acumulação de espécies para o método de armadilhas de interceptação e queda (AIQ) realizado durante 1ª campanha de monitoramento da herpetofauna da. Outubro/novembro, IC denota 95%. O uso do método de busca ativa é indicado para levantamentos ecológicos rápidos (MALDONADO et al., 1995), em função da possibilidade da abrangência de diferentes grupos, micro-hábitats e áreas, avaliando assim a diversidade em seus diferentes níveis (MAGURRAN, 1988; HEYER et al., 1994). É sugerido também para monitoramentos, sendo uma ferramenta eficaz na identificação de flutuações sazonais em termos de riqueza e diversidade. Estudos indicam também que, para se ter uma comunidade devidamente amostrada do ponto de vista de sua composição e, por conseguinte, monitorada acerca dos aspectos sujeitos à variação sazonal, é de fundamental importância a aplicação de métodos passivos de captura como as AIQs (HEYER et al., 1994; CECHIN & MARTINS, 2000). Entretanto, para um sucesso amostral satisfatório para anfíbios e répteis, é fundamental amostragens em diferentes épocas do ano contemplando longos períodos, dada a sazonalidade característica do grupo. Assim, a realização de novas campanhas em diferentes ciclos sazonais e sob diferentes regimes pluviométricos e climáticos poderão preencher ou minimizar a lacuna no conhecimento da composição de anfíbios e répteis na área de estudo. 110/265

131 Sucesso de captura Considerando o somatório de esforços empreendidos por meio de BALD + BSR nas áreas amostrais, obteve-se uma relação de 15,5 indivíduos capturados ou avistados a cada hora (682 registros / 44 horas*homem de esforço amostral) e 0,02 indivíduos capturados nos sistemas de AIQ (04 registros / 220 baldes*noite de esforço amostral) (Figura 24). Considerando os valores por sítio de amostragem, obteve-se valores mais expressivos em termos de abundância absoluta para BALD + BSR nos sítios S05 (n= 133), S04 (n= 105) e S11 (n= 92). Os que retornaram valores menos expressivos com relação à abundância foram os sítios S02 (n= 29), S07 (n= 20) e S09 (n= 12). No que tange os valores obtidos para AIQ os registros foram homogêneos em 0,05 indivíduos capturados por noite de baldes abertos (04 indivíduos / 220 baldes) entre os sistemas que obtiveram sucesso instalados nos sítios S1, S4, S8 e S10 que capturaram apenas um exemplar cada ao longo do período de amostragem. Os demais sítios não registraram capturas (Figura 24 e Tabela 8). O sucesso de captura esteve intimamente relacionado à abundância de anuros que cada sítio abrigou. É sabido que, em função de suas limitações morfofisiológicas anfíbios anuros, em sua maioria, se agregam em torno de recursos hídricos como poças, riachos e lagoas (lek) (WELLS, 2007). Sítios com um número mais elevado de recursos hídricos como poças temporárias, permanentes e riachos registraram índices significativamente maiores que as demais, especialmente de espécies de hilídeos e leptodactilídeos cujos modos reprodutivos estão intimamente associados à deposição de ovos em ambientes lacustres (HADDAD & PRADO, 2005). A princípio, não se detectou variações entre os sítios com relação ao grau de conservação dos fragmentos. 111/265

132 Figura 24: Gráfico de abundância da herpetofauna por sítio amostral para o método de busca ativa limitada por distância (BALD) + busca em sítios reprodutivos (BSR) e armadilhas de interceptação e queda (AIQ) realizado durante a 1ª campanha de monitoramento de herpetofauna. Outubro/novembro, Com relação a abundância absoluta por táxons, considerando BALD + BSR + AIQ, houve ampla predominância de anuros (n= 680) em relação aos répteis (n= 2), fato possivelmente causado pelo clima ao longo das amostragens, que permaneceu chuvoso e favoreceu a atividade do primeiro grupo em detrimento do segundo. Considerando as espécies registradas, foi proeminente o domínio da espécie Dendropsophus minutus (n= 226) em relação as demais. A abundância desta espécie contribuiu com, aproximadamente, 34% do total de indivíduos, seguido de Physalaemus cuvieri (n= 125; 19%); Leptodactylus fuscus (n= 93; 14%) Scinax fuscovarius (n= 67; 10%) e Elachistocleis cesarii (n= 62; 9%). As demais espécies contribuíram pontualmente para a abundância total (Figura 25). 112/265

133 Figura 25: Gráfico de Whittaker da herpetofauna por espécie para o método de busca ativa limitada por distância (BALD) + busca em sítios reprodutivos (BSR) e armadilhas de interceptação e queda (AIQ) realizado durante a 1ª campanha de monitoramento da herpetofauna na. Outubro/novembro, As espécies mais abundantes ao longo das amostragens estiveram associadas aos ambientes abertos de lagoas e poças temporárias observadas no entorno dos fragmentos florestais. Em sua grande maioria apresentam modos reprodutivos generalistas e hábitos extremamente plásticos (sensu HADDAD & PRADO, 2005). Estes resultados são, de uma maneira geral, congruentes em sinalizar as mesmas espécies como as mais abundantes localmente (CONSÓRCIO BAIXO IGUAÇU/BIOTA, 2015). No que tange a diversidade geral da primeira campanha, obteve-se o valor de H = 2,877. Individualmente, os sítios apresentaram valores distintos que variaram desde H = 0 (S07) a H = 2,643 (S04). Em um aspecto geral os índices podem ser considerados medianos (MAGURRAN, 1988). Estes valores de diversidade sugerem uma biota composta por espécies majoritariamente generalistas, porém, pontuada por espécies ambientalmente exigentes (MAGURRAN, 1988; RICKLEFS, 1996). Apesar de pouco diversa, a comunidade de anfíbios e répteis registrada no local apresentou ampla equidade em relação a distribuição da abundância entre os táxons registrados, obtendo valores calculados de dominância de D s = 0,183 e equidade J= 0,887. Pontualmente, os sítios amostrais que apresentaram maior equidade na distribuição dos táxons foram S04, S05 e S06, ao passo que os que apresentaram predomínio de algumas poucas espécies foram S07, S09 e S02. O predomínio de espécies generalistas como Dendropsophus minutus, Leptodactylus fuscus e Physalaemus cuvieri contribuíram significativamente para obtenção dos valores relativamente baixos (Tabela 8). 113/265

134 Tabela 8: Sucesso amostral por método de amostragem utilizado durante 1ª campanha de monitoramento de herpetofauna da. Outubro/novembro, Descritores Margem esquerda Regiões de amostragem Margem direita S01 S02 S03 S04 S05 S06 S07 S08 S09 S10 S11 S12 Riqueza (spp.) Abundância (n) Sucesso de captura BALD+BSR (indivíduos/hora-homem) Sucesso de captura AIQ (indivíduos/balde-noite) 16,25 7,25 9,50 26,25 33,25 9,50 5,00 15,50 3,00 22,00 23,00-0, , ,05 0 0, Diversidade de Shannon (H ) 1,827 1,836 2,381 2,643 2,240 2, ,788 1,325 2,149 2,303 - Simpson (D s ) 0,328 0,278 0,206 0,180 0,273 0, ,342 0,379 0,240 0,227 - Equitabilidade (J) 0,699 0,602 0,845 0,903 0,903 0, ,778 0,477 0,699 0, /265

135 A análise de agrupamento não revelou um padrão de semelhança entre os sítios amostrais estudados. Todos os pontos plotados foram recuperados espargidos no gráfico, sugerindo dissimilaridade em suas composições. Destaca-se apenas o agrupamento formado pelos sítios S04, S08 e S10 que foram recuperados próximos (Figura 26). Analisando as comunidades que cada sítio observa-se que este agrupamento foi forçado pela presença de espécies amplamente distribuídas e abundantes como Dendropsophus minutus, Leptodactylus fuscus e Physalaemus cuvieri. Estas espécies estiveram associadas a ambientes lacustres com vegetação paludícola onde foram observadas em atividade reprodutiva. Legenda: círculo cheio: FES em regeneração tardia; triângulo vazado: FES em regeneração média; círculo aberto: FES em regeneração inicial.. Coordinate 1 e Coordinate 2 referem-se aos resíduos da análise de regressão plotados no gráfico que foram responsáveis por 82,4% da variação obtida na análise. Figura 26: Gráfico de similaridade (nmds) da herpetofauna entre os sítios amostrais (S) estudados ao longo da 1ª campanha de monitoramento de herpetofauna na. Outubro/novembro, /265

136 Espécies ameaçadas, raras, endêmicas e novos registros A Mata Atlântica atualmente é assinalada como um dos cinco hotspots mundiais mais importantes para a conservação, haja vista a sua grande diversidade e igualmente grande ameaça em função do crescimento urbano desordenado em seu território (MITTERMEIER et al., 2005). Ao longo da distribuição deste bioma residem mais de 60% da população do país, reduzindo suas áreas naturais a estimativas entre 8 e 15% do total original (BERGALLO et al., 2000). Estudos indicam que, para a herpetofauna, o grau de endemismo nas formações deste bioma pode atingir cerca de 50% de sua composição. O número elevado de espécies endêmicas rotineiramente é associado aos processos históricos que o bioma passou associados principalmente às serranias (ROCHA et al., 2003). Não obstante, os elevados índices pluviométricos que este bioma apresenta contribuem de forma significativa para formar climas amenos e úmidos, propícios à ocorrência de anfíbios, principalmente. Por meio dos dados secundários, para as matas estacionais semideciduais do oeste do estado do Paraná, registrou-se um total de sete espécies endêmicas, ou seja, cerca de 6% do total. O número obtido ainda é menor do que o registrado para formações ombrófilas, no entanto, merece destaque frente as Florestas Estacionais Semideciduais que normalmente apresentam uma fauna composta por espécies generalistas que são adaptadas tanto a ambientes florestais de Mata Atlântica como ambientes savânicos de biomas vizinhos associados à diagonal seca. Nas áreas estudadas registrou-se apenas uma espécie endêmica deste bioma: Boana faber, registrada amplamente nos sítios amostrais associadas à ambientes lacustres, onde foi observada em atividade de reprodução. Esta espécie, apesar de apresentar distribuição estritamente associada à Mata Atlântica, é considerada comum em levantamentos de herpetofauna (SALLES et al., 2009). As espécies levantadas secundariamente e sinalizadas como endêmicas da Mata Atlântica na literatura foram: Ischnocnema guentheri, Dendropsophus anceps, D. berthalutzae, Ololygon berthae, O. littoralis e Crossodactylus schmidti. Espécies que são pouco frequentes em levantamentos de herpetofauna, seja por viés amostral ou por raridade na natureza, em geral merecem destaque em levantamentos de fauna, pois são exigentes em termos ambientais (e.g. demandam coleções límpidas de água, folhiço ou dossel estruturado, pouca interferência antrópica) (SILVEIRA et al., 2010). Ao longo deste estudo nenhuma espécie considerada 116/265

137 como rara foi observada sendo a composição caracterizada por espécies comuns ao bioma em outros levantamentos realizados na região. Ainda assim, secundariamente, foram identificadas 11 espécies cujas características condiziam com este grupo, a saber: Chthonerpeton indistinctum, Limnomedusa macroglossa, Crossodactylus schmidti, Proceratophrys avelinoi, Hydromedusa tectifera, Phrynops geoffroanus, P. williamsi, Amphisbaena dúbia, A. roberti, A. thachura e Liotyphlops beui. Espécies levantadas secundariamente e que são sinalizadas por algum tipo de ameaça por comércio são listadas nos apêndices da Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora (CITES, 2017). Levantadas por meio de dados secundários e figurando como ameaçadas em razão da remoção de indivíduos da natureza para servirem como animais de criação (Apêndice II) figuram as serpentes da família Boidae Epicrates cenchria e Eunectes murinus, além dos teiús Salvator merianae e Tupinambis teguixin. Já animais que são capturados para servirem como alimento ou outro tipo de exploração comercial (Apêndice I) merecem destaque o jacaré-de-papo-amarelo Caiman latirostris e a jiboia Boa constrictor. Vale menção que todos os táxons registrados primariamente apresentaram distribuição geográfica condizente com os fragmentos estudados, não havendo nenhuma ampliação significativa deste ponto de vista. Dentre as espécies formalmente reconhecidas pela literatura, mas sinalizadas com deficiência de estudos que descrevam com acurácia seus aspectos ecológicos e hábitos de vida sendo sinalizadas como prioritárias para investigações pode-se citar, no âmbito do estado do Paraná, duas espécies, a saber: a cecília Chthonerpeton indistinctum e a perereca-de-vidro Vitreorana uranoscopa. Ao nível nacional (MMA, 2014) não se observou espécies ameaçadas. De maneira global, a listagem elaborada pela IUCN (2017), não instituiu nenhuma espécie ameaçada, entretanto, foram categorizadas com categorizas de quase ameaça as espécies: Caiman latirostris como menor preocupação (lower risk LR) e Crossodactylus schmidti como quase ameaçado (near threatened NT). Ambas espécies se encontram nestas categorias pois, a redução de hábitats e áreas conservadas ao longo de sua ocorrência está reduzindo de forma acelerada e, se não cessada, poderá colocar em risco a manutenção das populações conhecidas. 117/265

138 Espécies bioindicadoras de qualidade ambiental Entre os muitos conceitos aplicáveis ao termo espécie bioindicadora, o mais usual é aquele que define uma espécie cujos hábitos e hábitats sejam pouco plásticos ou que demandem de alto grau de conservação ambiental (WELLS, 2007). Dessa forma, diferentes espécies de anfíbios se enquadram nesta definição. Já para os répteis, em especial os lagartos, suas demandas metabólicas e necessidades especiais de termorregulação os fazem bons bioindicadores (ZUG et al., 2001). Anfíbios, em função de suas especificidades morfofisiológicas, como pele desprovida de proteção e ciclo bifásico, são classificados como bioindicadores de qualidade ambiental por, normalmente, demandarem coleções límpidas de água e ambientes pouco poluídos. No entanto, dentre os anfíbios registrados, as espécies podem ser consideradas comuns e de atividade prolongada ao longo do ano. Do ponto de vista da conservação, as espécies observadas toleram certo grau de interferência antrópica e não indicaram qualidade dos ambientes onde foram registradas. Em geral, lagartos de pequeno porte e habitantes do folhiço demandam alta qualidade ambiental e especificidade ambiental; gimnofitalmídeos e esfaerodactilídeos, principalmente. Esta guilda, no entanto, não foi representada nos levantamentos secundários utilizados para este estudo. Com base nisso, sabendo que membros desta família são abundantes em remanescentes conservados e estágio tardio de FES (vide estudos de ZINA et al., 2007; NOVELLI et al., 2012 e suas citações) dois cenários para a ausência destes representantes podem ser delineados: (i) os fragmentos florestais que resistiram ou regeneraram-se posteriormente ao intenso período de colonização da região e diferentes ciclos de exploração econômica do solo não mais abrigam espécies desta guilda por não apresentarem mais condições ambientais adequadas para sua ocorrência (i.e. sombreamento, temperaturas amenas, folhiço espesso, disponibilidade de presas) ou, de forma mais provável, (ii) os esforços de coleta e conhecimento da herpetofauna paranaense ainda são incipientes e pontuais frente a diversidade de espécies que a região potencialmente abriga. Espécies de gimnofitalmídeos e esfaerodactilídeos são pouco abundantes em ambientes naturais e, em geral, são capturadas por métodos específicos como armadilhas de interceptação e queda em longo prazo, raramente empregado em amostragens rápidas e baseadas principalmente em procuras ativas visuais (AFFONSO & DELARIVA, 2012; CONTE et al., 2009; BERNARDE & MACHADO, 2000; FILHO et al., 2015; FILHO & OLIVEIRA, 2015). 118/265

139 Espécies de importância econômica e cinegética Há uma carência proeminente de estudos no campo da etno-herpetologia, campo que trata da relação de anfíbios e répteis com comunidades locais e tradicionais. Os estudos mais representativos sobre o assunto versam principalmente sobre o uso de anuros do gênero Phyllomedusa para a prática de kambô (FREITAS et al., 2008) e alguns relatos esparsos na literatura sobre o consumo de carne de crocodilianos, lagartos e alguns anfíbios (e.g. FITZGERALD, 1994; FERES et al., 2015). Ainda assim, sabidamente, há espécies que são frequentemente consumidas por populares, dado o apreço por sua carne e aproveitamento de insumos como o couro, por exemplo. As espécies de teiú Salvator merianae e Tupinambis teguixin historicamente foram caçadas para servirem de alimento, mas, recentemente, têm sido exploradas para comercialização da pele. Deste insumo, são feitos acessórios como botas (FITZGERALD, 1994). Segundo Fitzgerald (1994), apesar da grande exploração destes lagartos e sua importância econômica, eles nunca foram manejados; suas populações apenas têm sido exploradas a taxas definidas pela demanda do mercado. Há poucos dados da biologia destes lagartos, e os efeitos da caça nas populações de teiús e comunidades associadas são absolutamente desconhecidos (FITZGERALD, 1994). Atualmente, ambas as espécies figuram no Apêndice II do CITES, ou seja, não estão necessariamente em perigo iminente de extinção, mas podem vir a estar a menos que o comércio seja estritamente controlado. Pelas mesmas razões supramencionadas, no entanto, com impactos sobre suas populações menos conhecidos e formalmente classificados, figura a espécie de ameiva Ameiva ameiva que é utilizado como alimento por comunidades locais. Cabe ressaltar que as espécies foram registradas apenas por meio de dados secundários. O jacaré Caiman latirostris, popularmente conhecido como jacaré-de-papo-amarelo, juntamente com os demais crocodilianos figuram nos apêndices da CITES (2017) em função do comércio não compatível com os estoques naturais. Espécies de crocodilianos são frequentemente caçados para consumo de carne e produção de artefatos a partir dos seus insumos como couro, por exemplo. Esta espécie foi listada para a área de estudo apenas através de fontes secundárias, entretanto, é de sabida ocorrência na região (CONSÓRCIO BAIXO IGUAÇU/BIOTA, 2015). 119/265

140 A serpente Boa constrictor, popularmente conhecida como jiboia, é citada nos apêndices da convenção CITES (2017) pelo seu uso amplamente difundido como pet no mundo. Dessa forma, as populações naturais têm sofrido cada vez mais pressão com a retirada de importantes matrizes reprodutivas (PIZZATO et al., 2007). Como agravante, esta espécie também sofre pressão de caça em zonas de contato com comunidades, onde sua carne é consumida pela população. É uma espécie amplamente distribuída no território nacional e neste estudo registrada por meio de dados secundários. Já o boídeo Epicrates cenchria, ou jiboia-arco-íris, ocorre predominantemente nos biomas associados a diagonal seca da América do Sul. No Brasil, é encontrada principalmente na Caatinga e Cerrado, mas também pode ser encontrada em zonas de contato com outros biomas (MARQUES et al., 2001). Como o próprio nome popular sugere, a iridescência de suas escamas faz com que atinja um espectro de cor similar a um arco-íris, sendo desta forma intensamente procurada por colecionadores de serpentes, o que gera uma forte pressão de caça sobre os estoques naturais, citada por esta razão nos apêndices da CITES (2017). Neste estudo a espécie foi registrada apenas secundariamente Espécies potencialmente invasoras, oportunistas ou de risco epidemiológico, incluindo as domésticas Espécies exóticas quando inseridas em ambientes naturais concorrem diretamente com espécies nativas, podendo levar estas a extinção ou redução dos estoques naturais (TEIXEIRA, 2002). Ainda, dentro da temática da composição das espécies, cabe ressaltar a ocorrência da espécie exótica de lagartixa-doméstica Hemidactylus mabouia. Esta espécie apresenta área originária na África Oriental e pode ter chegado ao continente americano através de navios negreiros ainda no período colonial (VANZOLINI, 1978). Em território nacional, este lagarto compete por recursos com espécies nativas cujos nichos se sobreponham (TEIXEIRA, 2002) como as pertencentes aos gêneros Gymnodactylus, Hemidactylus e Ligodactylus. Esta espécie foi registrada apenas em dados secundários. A espécie de rã-touro Lithobates catesbeianus possui distribuição original associada à toda a porção leste da América do Norte. No entanto, em função de seu interesse econômico como espécie comercial em ranários com finalidade de consumo de carne, foi introduzida em diferentes locais ao redor do globo (SANTOS-PEREIRA & ROCHA, 2015). No Brasil, esta espécie apresenta distribuição conhecida para diferentes localidades, concentradas principalmente no Sul e Sudeste. Locais onde 120/265

141 foram instalados os primeiros ranários, abandonados anos depois (ROCHA et al., 2011). Na natureza, esta espécie apresenta ampla capacidade de adaptação, ausência de predadores naturais e compete diretamente por alimento, recursos para reprodução e abrigo com espécies nativas, ainda, atua como predador de outras espécies nativas na fase larval e adulta como leptodactilídeos e hilídeos cujos hábitos e locais de reprodução se sobrepõem (SANTOS-PEREIRA & ROCHA, 2015). Autores sinalizam que a invasão de espécies exóticas em ambientes naturais é a segunda maior causa de redução da biodiversidade local após a destruição de hábitats (LOWE et al., 2004; ROCHA et al., 2011). No Paraná, L. catesbeianus possui ocorrência conhecida em 15 localidades, incluindo o PN Iguaçu, associados principalmente a circunvizinhança de ranários ativos ou abandonados invadindo ambientes naturais de forma exponencial Considerações finais Baseado nos dados obtidos em campo ao longo da primeira campanha de monitoramento de herpetofauna, pode se concluir que os resultados foram satisfatórios no sentido de apresentar uma composição inicial de espécies associadas aos fragmentos estudados. Dentre as espécies registradas, observou-se ampla predominância de espécies plásticas e associadas a áreas abertas e bordas de fragmentos florestais. Ainda, existem espécies em sua composição de origem exótica e que exercem pressão sobre as populações naturais já altamente impactadas pela descaracterização da paisagem. Os fragmentos amostrais estudados apresentaram históricos de desmatamento e descaracterização similares. Tal fato refletiu em uma composição de espécies similar, diferindo pouco quando analisado apenas sob a óptica dos métodos padronizados de amostragem. As maiores divergências entre os fragmentos em termos de composição se deram em função da presença ou não de corpos hídricos, possibilitando o encontro de uma fauna normalmente não amostrada em fragmentos de mata. Cabe ressaltar que, dada a amostragem no período chuvoso, as espécies registradas foram em sua maioria anuros. Registros de répteis, que são normalmente mais ativos durante o dia e em dias mais ensolarados em função das suas necessidades de termorregulação, foram escassos. Dessa forma, destaca-se ainda que o esforço empreendido ainda é insuficiente para amostragens de táxons raros ou ameaçados na região. A adição de esforço amostral nas próximas campanhas fornecerá um panorama 121/265

142 sobre a composição mais fidedigno, bem como a possibilidade de delineamento de padrões de abundância ao longo dos sítios estudados Avifauna Introdução O bioma Mata Atlântica é considerado a segunda maior formação florestal de nosso país, estando presente em 17 estados brasileiros desde o Piauí até o Rio Grande do Sul (SOS MATA ATLÂNTICA, 2017). Atualmente, a cobertura vegetal do bioma corresponde a 15.3% de sua área total original (SOS MATA ATLÂNTICA, 2017). O estado do Paraná encontra-se totalmente inserido no bioma Mata Atlântica e, restam neste estado, apenas 12,9% de cobertura florestal inicial. Este valor encontra-se dividido em fragmentos de diversos tamanhos (SOS Mata Atlântica, 2017), sendo os maiores blocos florestais aqueles localizados no litoral e um no interior do estado, inserido nas proximidades de Foz do Iguaçu (SOS MATA ATLÂNTICA, 2017). Caracterizado por apresentar uma elevada riqueza de espécies de fauna e flora com grande concentração de endemismos e, por se encontrar altamente fragmentado, este bioma foi considerado um dos 35 hotspots mais importantes e ameaçados do planeta (MITTERMEIER et al., 2011). Para a avifauna, este bioma concentra 75% das espécies com ocorrência em solo brasileiro que são consideradas ameaçadas e endêmicas (MARINI & GARCIA, 2005). A elevada e preciosa riqueza é reflexo da variedade fitofisionômica presente no bioma que engloba desde áreas mais abertas e com elevadas taxas de insolação (ecossistema de restinga) até áreas bastante úmidas e sombreadas, como as florestas ombrófilas densas e os campos de altitude. No Brasil, a riqueza de aves compreende, atualmente, 1919 espécies (PIACENTINI et al., 2015), com 891 ocorrendo no bioma Mata Atlântica (MOREIRA-LIMA, 2014) e 744 no estado do Paraná (SCHERER- NETO et al., 2011). Diante da elevada riqueza, distribuída em fragmentos de diversos tamanhos que coocorrem com inúmeras pressões antrópicas, torna-se um desafio unir crescimento social e econômico dentro de um contexto que também se vislumbre salvaguardar grande parte das espécies. As aves, por apresentarem taxonomia bem elucidada, elevada diversidade, ocuparem um grande número de hábitats e micro-habitats - muitos deles singulares dentro de suas áreas de distribuição geográfica - e por serem com grande frequência estudadas em seus requisitos biológicos e ecológicos, 122/265

143 são reconhecidamente um dos grupos mais frequentemente utilizados como indicadores de qualidade ambiental (STOTZ et al., 1996). Por meio de análises que englobam composição de espécies com pressões e níveis de degradação, é possível se avaliar os efeitos das alterações de um dado hábitat, assim como os efeitos nos processos ecológicos e funções ecossistêmicas nas quais as espécies se encontram envolvidas (DÁRIO, 1999). A resposta das aves à fragmentação florestal, por exemplo, pode variar consideravelmente, visto que populações de algumas espécies declinam ou desaparecem, enquanto outras não se mostram afetadas, podendo inclusive apresentar algum crescimento populacional (STOUFFER & BIERREGAARD JR., 1995). A persistência/tolerância de cada espécie a modificações em seu hábitat irá variar de acordo com a capacidade intrínseca de cada espécie de se adaptar e modificar o seu nicho ecológico (espécies mais plásticas tendem a aumentar seu nicho ecológico e permanecer na área) (WELTY & BAPTISTAL, 1962). Empreendimentos de grande porte, como usinas hidrelétricas, geram impactos diversos sobre a avifauna. As hidrelétricas, por serem empreendimentos que visam a geração de energia a partir da água, afetam diretamente aquelas espécies dependentes ou semi-dependentes deste ambiente. Ao serem criadas, geram impactos físicos como perda de hábitat e impactos ecológicos como alteração na dinâmica do ecossistema aquático. Por exemplo, a modificação da temperatura da água dos rios, que ao ser compartimentalizada cria dois ambientes: um de temperatura mais fria (fundo do lago) e outro onde a temperatura mais alta (superfície do lago). Esta diferença de temperatura modifica as condições de abrigo, alimentação e reprodução de diversos peixes e, consequentemente, das aves que também se utilizam deste ecossistema (GUERRA & CARVALHO, 1995) Metodologia Dados secundários De forma a caracterizar a avifauna de potencial ocorrência na foram utilizados quatro estudos científicos, incluindo relatórios técnicos, e base de dados confiáveis disponíveis na internet. Vale salientar que, para compor a lista base de dados secundários, os estudos com mais de uma área amostral, foram considerados apenas os registros de áreas localizadas próximas ao 123/265

144 empreendimento, num raio máximo de 50km. Informações sobre esses estudos/relatórios técnicos/base de dados encontram-se abaixo (Tabela 9). 1- Straube et al. (2004): estudo científico sobre a riqueza de aves do Parque Nacional de Foz do Iguaçu. A riqueza registrada foi de 335 espécies. 2- Sociedade da Água/Geração Céu Azul (2008): relatório técnico referente ao EIA/Rima da UHE Baixo Iguaçu. A riqueza de aves registrada foi de 332 espécies. 3- Consórcio Baixo Iguaçu/Biota (2015): relatório geral referente a fase 1 de pré-implantação da UHE Baixo Iguaçu. A riqueza de aves registrada foi de 231 espécies. 4- Wikiaves (2017): base de dados fotográficos e sonoros das aves dos municípios de Capitão Leônidas Marques/PR, Capanema/PR e aqueles inseridos num raio de até 50km. A riqueza de aves registrada foi de 241 espécies. A compilação geral culminou em uma lista base de 396 espécies de potencial ocorrência para a área do empreendimento. Tabela 9: Referências bibliográficas utilizadas como fonte de dados secundários para o levantamento da avifauna de potencial ocorrência para a área de estudo da Usina Hidroelétrica Baixo Iguaçu. Nº Fonte Bibliográfica Straube et al. (2004) Sociedade da Água/Geraç ão Céu Azul CONSÓRCIO BAIXO IGUAÇU/BIO TA Wikiaves (2017) Localidade Coordenadas Método Riqueza* Parque Nacional de Foz do Iguaçu Áreas de influência da UHE Baixo Iguaçu Áreas de influência da UHE Baixo Iguaçu Capanema (PR) e Capitão Leônidas Marques (PR) -25 o ; -54 o o ; -54 o o ; -53 o o ; -53 o o ; -54 o ; ; N/A Transecção, rede de neblina e busca ativa 335 Não informado 332 Ponto de escuta, rede de neblina, busca ativa Registros fotográficos e auditivos Legenda: (*) Riqueza considerada para compilação da presente lista, nem sempre representa a riqueza total do estudo consultado /265

145 Dados primários A avifauna foi monitorada por meio de quatro métodos complementares: Ponto de Escuta, Lista de Mackinnon, Rede de Neblina e registros ocasionais. As amostragens foram conduzidas entre os dias 16 a 26 de novembro de 2017 na área de influência da, nos municípios de Capitão Leônidas Marques e Capanema, Paraná. As coletas foram feitas nos 11 sítios de amostragem (ver mapa, Anexo II). Métodos de amostragem Ponto de Escuta: Este método consistiu em se determinar com maior precisão a abundância das espécies. Para tal foram estabelecidos cinco (05) pontos, distantes, pelo menos, 100 m entre eles em cada um dos 11 sítios de amostragem. Em cada ponto foram registradas todas as espécies vistas e/ou ouvidas em um raio de 50m, bem como o número de indivíduos de cada espécie, durante 10 minutos (Figura 27). Com base nessas informações foi calculado o Índice Pontual de Abundância (IPA) de cada espécie. O esforço para este método foi de 10 minutos por ponto, 50 minutos por sítio de amostragem (5 pontos * 10 minutos * 1 sítio), 550 minutos por campanha (5 pontos * 10 minutos * 11 sítios). Lista de Mackinnon: Proposto por John Mackinnon (MACKINNON, 1991), este método foi desenvolvido para ser aplicado em inventários faunísticos rápidos acompanhando uma curva de acumulação de espécies, que permite comparações mais confiáveis entre áreas ou da mesma área em diferentes períodos do ano (RIBON, 2010). Este método consiste na elaboração de listas de 10 espécies, onde são registradas todas as espécies observadas/escutadas. Independentemente do número de indivíduos observados, cada espécie é apenas registrada uma vez em cada lista. Ao se completar 10 espécies diferentes, uma nova lista é iniciada. Na segunda lista e nas demais se pode registrar novos indivíduos de qualquer das 10 espécies da lista anterior, desde que se tenha certeza de que não se trata do mesmo indivíduo registrado na lista anterior (RIBON, 2010). As trilhas onde foram elaboradas as listas, dentro de cada sítio de amostragem foram georreferenciadas com a utilização de um GPS (Figura 27). Em cada sítio de amostragem, o método de Lista de Mackinnon foi realizado durante 2 horas no período da tarde entre 17 e 19h, de forma a amostrar também as aves noturnas. Em cada sítio de amostragem foram realizadas 2 horas de listas, totalizando 22 horas (2 horas * 11 sítios) ao final da primeira campanha. 125/265

146 Figura 27: Ornitólogos efetuando amostragem por lista de Mackinnon e por ponto fixo durante a 1ª campanha de monitoramento de aves da, novembro de Rede de neblina: Este método consistiu na montagem, no sub-bosque, de redes de fina malha que permitem a captura dos indivíduos. A captura possibilitou o anilhamento (técnica de marcação com anéis de alumínio ou coloridas) que, por conseguinte, permitirá o acompanhamento dos indivíduos ao longo do tempo, sem a necessidade de recaptura dos mesmos. Este método, portanto, permite inferir se os indivíduos capturados permanecem na área amostrada durante a instalação e posterior operação do empreendimento. Em cada sítio amostral foram instalados dois conjuntos de sete redes de neblina, sendo seis delas (12 m x 2,5 m =30m², malha 16 mm) e uma de (6 m x 2,5= 15 m² malha 16 mm), distantes cerca de 100 metros um do outro. As redes foram abertas ao amanhecer e fechadas 6 horas depois, totalizando um esforço de m²*horas*rede por sítio de amostragem [(12 redes * 6 horas * 30m² rede) + (2 redes * 6 horas * 15m² rede)], m²*horas*rede para a primeira campanha [(12 redes * 6 horas * 30m² rede)+ [ (2 redes * 6 horas * 15m² rede)* 11 sítios de amostragem] (Figura 28). Os indivíduos capturados foram identificados em nível de espécie utilizando-se guias de campo (VAN PERLO, 2009; GYWNE et al., 2015). As aves capturadas foram anilhadas com anilhas metálicas ou coloridas, como previsto na Autorização de Anilhamento (CEMAVE/IBAMA, licença 4260/1 - Anexo I), pesadas com dinamômetros do tipo Pesola (g) e medidas com auxílio de régua (mm), sempre que possível. As medidas registradas foram comprimento total, asa direita, cauda, comprimento do bico, comprimento do tarso esquerdo e comprimento da cabeça à ponta do bico (Figura 29). Após este procedimento cada indivíduo foi solto nas proximidades de onde foi capturado, de modo a se respeitar 126/265

147 o comportamento territorialista de cada espécie. Na ocasião da captura de muitos indivíduos ao mesmo tempo as medidas morfométricas não foram realizadas optando-se apenas pelo anilhamento e soltura dos indivíduos. Este procedimento visou evitar estresses fisiológicos e possíveis mortalidades, optando-se em primeiro lugar pelo bem estar animal. Não houve óbitos durante o manejo mas, caso tivessem ocorrido, os espécimes seriam encaminhados para o Museu de História Natural do Capão da Imbuia, conforme Autorização Ambiental do projeto. Essas informações foram registradas em uma planilha de campo e transferidas para a planilha de dados brutos (Anexo III). Registros ocasionais: foram realizados ao longo do dia, durante os deslocamentos para as áreas de amostragem ou fora dos horários de amostragem padronizados. Estes registros auxiliam no aumento da riqueza da região amostrada, porém não foram acrescentadas nas análises estatísticas. Figura 28: Saltator similis (trinca-ferro) capturado em rede de neblina durante a 1ª campanha de monitoramento de aves da, novembro de Figura 29: Obtenção de dados biométricos de aves capturadas durante a 1ª campanha de monitoramento de aves da, novembro de Análise de dados A riqueza da avifauna presente na área de estudo do empreendimento foi computada tendo como base todos os registros realizados por meio dos métodos padronizados e não-padronizados (registros ocasionais) nas proximidades do empreendimento. A suficiência amostral foi estimada por meio da curva de rarefação, utilizando-se os estimadores nãoparamétricos Jacknife-1 e Bootstrap. Esta análise foi realizada utilizando-se o programa Estimates, 127/265

148 versão 9.1 (COLWELL, 2013) e apenas com os métodos sistematizados - ponto de escuta, lista de Mackinnon e captura com redes de neblina. Com fins de comparação das comunidades faunísticas durante as distintas fases de instalação e operação do empreendimento foram realizadas análises estatísticas pertinentes ao esforço empregado em cada momento (planejamento, implantação e operação), considerando também os diferentes sítios amostrais. Já em relação ao presente período de amostragem, para todos os sítios amostrais foram comparados os resultados oriundos de cada método de captura. A diversidade de espécies da avifauna foi acessada por meio dos índices de Shannon (H ) e dominância de Simpson (D), enquanto que a equitabilidade foi acessada por meio do índice de Pielou (E) (MAGURRAN, 1988). Os dados utilizados neste cálculo foram apenas os realizados pelos métodos padronizados que permitem aferição de abundância das espécies (ponto de escuta e captura com redes de neblina). A abundância das espécies foi ainda acessada por meio do índice Pontual de Abundância. Neste cálculo o total de indivíduos de cada espécie registrada foi dividido pelo número total de registros realizados pelo método. Os dados para este cálculo foram aqueles provenientes do método de ponto de escuta. A taxonomia das espécies registradas e sua inclusão em uma determinada ordem e família taxonômica foram realizadas tendo como base a lista elaborada pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (PIACENTINI et al., 2015). Foram consideradas espécies ameaçadas todas aquelas classificadas como Vulnerável, Em Perigo de extinção e Criticamente Ameaçada de extinção presentes na lista global (IUCN, 2017), nacional (MMA - Portaria 444, 2014) e regional (IAP, 2007). A sensibilidade das espécies de aves quanto à presença de distúrbios antrópicos teve como base a lista elaborada por STOTZ et al. (1996). Estes autores compilaram as distribuições geográficas de cada espécie neotropical, associando as suas ocorrências com informações disponíveis na época sobre ecologia e biologia das espécies. Dessa maneira, classificaram como altamente sensíveis aquelas que tendem a desaparecer ao menor nível de distúrbio, enquanto que possuem sensibilidade mediana e baixa aquelas que tendem a persistir na presença do distúrbio. Apenas as espécies registradas por meio dos dados primários foram classificadas quanto à sensibilidade. 128/265

149 Por fim, as espécies foram classificadas como endêmicas do bioma Mata Atlântica, importância econômica e cinegética (CITES, 2017) e padrão de migração (PIACENTINI et al., 2015) Resultados e Discussão Lista de espécies, riqueza e representatividade do estudo Durante a primeira campanha de monitoramento da avifauna, realizado entre os dias 16 e 27 de novembro de 2017 foram registradas 174 espécies, distribuídas em 23 ordens e 52 famílias (Tabela 10). Essa riqueza, somada às 395 espécies presentes na base de dados secundários, gerou uma potencial riqueza de 398 espécies de aves na área monitorada da. Considerando apenas os dados da presente campanha, as famílias mais representativas foram, em ordem decrescente de riqueza: Tyrannidae e Thraupidae (ambas com 17 espécies), Furnariidae e Columbidae (ambas com 8 espécies), Icteridae e Picidae (ambas com 7 espécies) e Accipitridae, Cuculidae, Ardeidae, Rhynchocyclidae e Trochilidae (com 6 espécies cada) (Figura 30). O elevado número de espécies da família Tyrannidae registrado pode estar associado ao fato de esta ser a maior família de aves dos Neotrópicos (cerca de 410 espécies válidas) (SIGRIST, 2009; FRANCHIN et al., 2008). Tiranídeos típicos possuem coloração verde-olivácea ou branco e preta, bicos escuros de variadas formas (achatados, largos, finos, pontiagudos) com proeminentes cerdas (PARRINI, 2015). No geral, as espécies desta família são ecologicamente mais flexíveis, possuem hábitos mais generalistas e ocupam um diversificado número de micro-hábitats, como as matas (exemplo, Lathrotriccus euleri enferrujado), áreas abertas (exemplo, Tyrannus melancholicus - suiriri), áreas antropizadas (exemplo, Pitangus sulphuratus bem-te-vi) e áreas aquáticas (exemplo, Arundinicola leucocephala - freirinha). A elevada diversidade ecológica é explicada pela grande flexibilidade adaptativa, desde a procura até a manipulação de itens alimentares, com elevada diversidade de comportamentos de forrageio (PARRINI, 2015). Assim como Tyrannidae, a família Thraupidae também apresenta ampla distribuição geográfica e ocupam preferencialmente bordas de matas e dossel das árvores e arbustos. A ampla distribuição e facilidade de adaptação a diferentes micro-hábitats são reflexos da dieta das espécies, no geral considerada mista (frutos, insetos, néctar e folhas) (SICK, 1997; SIGRIST, 2009; PARRINI, 2015). Thraupídeos são com frequência registrados em bandos mistos de espécies (MALDONADO-COELHO & 129/265

150 MARINI, 2003). Bandos mistos são associações interespecíficas cuja coesão é dependente da resposta mútua dos integrantes do bando (JULLIEN & THIOLLAY, 1998). Essas associações aumentam a eficiência da atividade de forrageamento ao mesmo tempo que diminui os riscos de predação (POWELL, 1985). A quantidade de indivíduos e espécies que compõem cada bando é uma função da quantidade de recurso alimentar presente no ambiente, sendo, portanto, fortemente influenciado pela sazonalidade (DEVELEY & PERES 2000). Espécies dessa família foram com frequência registradas nestas associações. Furnariidae é composta por espécies que apresentam, no geral, coloração amarronzada e ausência de dimorfismo sexual evidenciado pela coloração (MORENO et al., 2007). Possuem caudas longas, com o final das retrizes em formato de ponta (REMSEN, 2003). Alimentam-se de artrópodes e são registrados tanto em áreas florestais (como as espécies do gênero Synallaxis) como em áreas abertas (como as espécies do gênero Furnarius). Já Columbidae é composta por pombas, juritis e rolinhas, espécies de comportamento gregário (SICK, 1997). Ocupam um diversificado número de hábitats, desde as matas até áreas antrópicas (SIGRIST, 2009). Possuem dieta mista, se alimentando principalmente de sementes e frutos. Algumas espécies são hospedeiras de protozoários, sendo determinantes para transmissão de possíveis zoonoses, como a toxoplasmose (FERREIRA, 2012). Vale ressaltar que a família Columbidae é alvo de caça, sendo inclusive a família mais caçada em um recente estudo no semi-árido nordestino (ALVES et al., 2012). As espécies dessa família são caçadas principalmente para alimentação, seguida da opção de ser utilizadas como xerimbabo (ALVES et al., 2012). Na terceira posição, encontram-se as famílias Icteridae e Picidae. Icteridae é composta por espécies no geral de coloração escura (SICK, 1997). Apresentam canto melodioso e podem ser observados em bandos de indivíduos (SICK, 1997). Alimentam-se de invertebrados, sementes, frutos, ovos e até outros vertebrados (TILMANN et al., 2014). Já Picidae é composta por espécies de pica-paus, que, no geral, possuem bicos fortes, retos, destinados à perfuração da madeira para captura de presas e construção de ninhos. As garras presentes no tarso também são diferenciadas, adaptadas ao posicionamento perpendicular no tronco das árvores (SICK, 1997). Os picídeos se alimentam basicamente de artrópodes (regulando assim a população destes), embora frutos já tenham sido documentados em suas dietas (KAMINSKI, 2013). Na quarta posição encontram-se Accipitridae, Cuculidae, Ardeidae, Rhynchocyclidae e Trochilidae. Accipitridae é composta por espécies topo de cadeia alimentar os gaviões. Espécies desta família 130/265

151 vivem solitárias ou aos pares e se alimentam de artrópodes, ovos e outros vertebrados (TILMANN et al., 2014). Sua presença em qualquer ecossistema reflete que este encontra-se em equilíbrio. Cuculidae é composta por espécies de hábitos gregários, vivendo em grupos de indivíduos durante toda a vida que se reproduzem em ninhos comunais (um ninho único onde são postos ovos de diferentes fêmeas) (VEHRENCAMP et al., 1986). São comuns em hábitats abertos e se beneficiam da fragmentação de hábitats (ações antrópicas) por ampliar as áreas disponíveis para sua sobrevivência. Ardeidae é composta por espécies que, no geral, dependem de corpos d água para a aquisição de alimentos. Alimentam-se de invertebrados e peixes (TILMANN et al., 2014) e são consideradas topo alimentar em cadeias alimentares aquáticas. Os hábitats aquáticos encontram-se ameaçados em todo o mundo, estando sujeitas à explorações além dos limites da capacidade de suporte, alterações estruturais de área e poluição direta (STOTZ et al., 1996), que influenciam na persistência das aves de hábitos aquáticos. Já Rhynchocyclidae é composta por espécies de hábitos florestais que vivem preferencialmente em borda de matas (SIGRIST, 2009) e que se alimentam de artrópodes (TILMANN et al., 2014). São espécies no geral pouco estudadas quanto à suas especificidades ecológicas. Por fim, Trochilidae é composta pelas espécies de beija-flores e sua elevada riqueza, registrada na estação seca merece destaque. Beija-flores se alimentam de néctar e pequenos insetos. Possuem a importante função de polinização intrinsecamente relacionada a regeneração dos ecossistemas. Por meio da polinização é realizada a reprodução sexuada das plantas (CASTRO, 2007). Figura 30: Famílias de espécies de aves mais representativas registradas durante a primeira campanha de monitoramento da avifauna da (novembro/2017). 131/265

152 Tabela 10: Lista das espécies da avifauna registradas através de coleta de dados primários e secundários (fontes bibliográficas) para a área de influência da UHE Baixo Iguaçu, com respectivos nomes comuns, fitofisionomia, referência (dados secundários), método de registro, categoria de ameaça de acordo com as listas do MMA (2014), IUCN (2017), IAP/PR (2007) e CITES (2017), padrão de ocorrência espacial, hábitos e sensibilidade a distúrbios antrópicos. Estudo realizado em novembro, entre os dias 16 e 27/11/2017 (estação chuvosa). Legendas: Dados secundários: 1. Straube et al. 2004; 2. Sociedade da Água/Geração Céu Azul 2008; 3. Consórcio Baixo Iguagu/Biota, 2015; 4. Wikiaves (2017). Método de registro: LM = Lista de Mackinnon, PE = Ponto de escuta, RN = rede de neblina, RO = Registro ocasional. Fitofisionomia: FO: Floresta Ombrófila; MC: Mata Ciliar. Categorias de ameaça: NT = quase ameaçada; EN = ameaçada; VU = vulnerável; CR = criticamente ameaçada, DD = deficiente de dados; CITES (Apêndice I, II e II). Característica: AD: Ampla distribuição; CI: cinegética; ED: endêmica; EX: exótica; B: Baixa sensibilidade; M: média sensibilidade; A: alta sensibilidade a distúrbios antrópicos. Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características CLASSE AVES ORDEM TINAMIFORMES FAMÍLIA TINAMIDAE Tinamus solitarius macuco 2 NT VU ED; CI; AD Crypturellus obsoletus inambuguaçu 1, 2, 4 CI; AD Crypturellus parvirostris Inambu-chororó 1, 2, 3, 4 CI; AD Crypturellus tataupa Inambu-chintã 2, 3, 4, 6, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE CI; AD; B Rhynchotus rufescens perdiz 7 2, 3, 4 FO, MC LM, PE CI; AD; B Nothura maculosa Codorna-amarela 2, 3, 4 CI; AD ORDEM PODICIPEDIFORMES FAMÍLIA PODICIPEDIDAE Podilymbus podiceps Mergulhão-caçador 1, 2 AD 132/265

153 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características Tachybaptus dominicus Mergulhão-pequeno 2, 3, 4 AD ORDEM CICONIIFORMES FAMÍLIA CICONIIDAE Mycteria americana Primeira 10 2, 4 FO, MC PE AD; B ORDEM SULIFORMES FAMÍLIA PHALACROCORACIDAE Nannopterum brasilianus FAMÍLIA ANHINGIDAE Biguá 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD; B Anhinga anhinga biguatinga 1 1, 2, 3, 4 FO, MC LM AD; M ORDEM PELECANIFORMES FAMÍLIA THRESKIORNITHIDAE Theristicus caudatus curicaca 4, 5, 9 4 FO, MC LM AD; B Plegadis chihi Caraúna 2, 3, 4 NT AD Mesembrinibis cayennensis Coró-coró 1, 2, 3, 4 NT AD Phimosus infuscatus tapicuru 2, 3, 10, 11 3 FO, MC LM, PE AD; M Platalea ajaja Colhereiro 3 AD FAMÍLIA ARDEIDAE Ardea cocoi Garça-moura 3 1, 2, 3 FO, MC PE AD; B 133/265

154 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características Ardea alba Garça-branca 3, 5, 6, 8, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD; B Egretta thula Garça-branca-pequena 1, 2, 3, 4 AD Bubulcus íbis Garça-vaqueira 2, 4, 5, 7, 9, 10 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD; B Butorides striata Socozinho 2, 3 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD; B Nycticorax nycticorax Socó-dorminhoco 3, 5 1, 2, 3, 4 FO, MC PE AD; B Syrigma sibilatrix Maria-faceira 9 2 FO, MC LM AD; M Tigrisoma fasciatum Socó-boi-baio 1, 2 EN AD Tigrisoma lineatum Socó-boi 1, 2, 4 AD ORDEM CATHARTIFORMES FAMÍLIA CATHARTIDAE Coragyps atratus Urubu-de-cabeça-preta 1, 2, 9, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD; B Cathartes aura Urubu-de-cabeça-vermelha 1, 7 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD; B Cathartes burrovianus Urubu-de-cabeça-amarela 1, 2, 4 AD Sarcoramphus papa Urubu-rei 1, 2, 3, 4 AD ORDEM ACCIPITRIFORMES FAMÍLIA PANDIONIDAE Pandion haliaetus Águia-pescadora 4 II AD FAMÍLIA ACCIPITRIDAE 134/265

155 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características Leptodon cayanensis Gavião-gato 2 II AD Chondrohierax uncinatus Caracoleiro 2 VU II AD Elanoides forficatus Gavião-tesoura 2 2, 3, 4 FO, MC LM II VN; M Gampsonyx swainsonii gaviãozinho 3 II AD Elanus leucurus Gavião-peneira 1, 2, 3, 4 II AD Harpagus diodon Gavião-bombachinha 2, 4 II AD Ictinia plumbea Sovi 1, 6, 7, 8, 9, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE II AD; M Rostrhamus sociabilis Gavião-caramujeiro 3, 4, 5, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE II AD; B Geranospiza caerulescens Gavião-pernilongo 2, 4 II AD Heterospizias meridionalis Gavião-caboclo 2, 3 II AD Circus buffoni Gavião-do-banhado 3 II AD Accipiter striatus Tauató-miúdo 1, 2, 3, 4 II AD Buteo brachyurus Gavião-de-cauda-curta 1, 2, 4 II AD Buteo swainsoni Gavião-papa-gafanhoto 2 FO, MC LM DD II VN; M Rupornis magnirostris Gavião-carijó 2, 3, 6, 7, 9 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE II AD; B Urubitinga urubitinga Gavião-preto 1, 2 II AD Urubitinga coronata Águia-cinzenta 2 EN II AD Geranoaetus albicaudatus Gavião-de-rabo-branco 2 II AD 135/265

156 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características Circus buffoni Gavião-do-banhado 4 II AD Parabuteo leucorrhous Gavião-de-sobre-branco 4 II AD Harpyhaliaetus coronatus Águia-cinzenta 1 VU II AD Pseudastur polionotus Gavião-pombo 2 NT NT II ED Spizaetus tyrannus Gavião-pega-macaco 1, 2, 4 NT II AD Spizaetus melanoleucus Gavião-pato 2 2, 3, 4 FO, MC LM EN II AD; A Spizaetus ornatus Gavião-de-penacho 1, 2 NT EN II AD Harpia harpyja Gavião-real 2 NT CR II AD ORDEM FALCONIFORMES FAMÍLIA FALCONIDAE Micrastur semitorquatus Falcão-relógio 1, 4 II AD Micrastur ruficollis Falcão-caburé 1 II AD Milvago chimachima carrapateiro 7 1, 2, 3, 4 FO, MC LM II AD; B Caracara plancus carcará 2, 5, 9, 10 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE II AD; B Herpetotheres cachinnans acauã 8 3, 4 FO, MC LM II AD; B Falco sparverius quiriquiri 9 3, 4 FO, MC LM II AD; B Falco femoralis Falcão-de-coleira 4 1, 3, 4 FO, MC LM II AD; B Falco peregrinus Falcão-peregrino 4 II VN Falco rufigularis cauré 4 II AD ORDEM ANSERIFORMES 136/265

157 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características FAMÍLIA ANHIMIDAE Anhima cornuta anhuma 4 AD; B FAMÍLIA ANATIDAE Cairina moschata Pato-do-mato 1, 2, 3, 4 AD Amazonetta brasiliensis Pé-vermelho 1, 3, 4, 5, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD; B Dendrocygna autumnalis Marreca-cabocla 3 AD Dendrocygna viduata irerê 4, 9 3, 4 FO, MC LM AD; B Nomonyx dominicus Marreca-caucau 3 AD ORDEM GALLIFORMES FAMÍLIA CRACIDAE Penelope obscura jacuguaçu 1, 2, 4 CI; AD Penelope superciliaris jacupemba 10 1, 2, 3, 4 FO, MC LM CI; AD; M Aburria jacutinga jacutinga 1, 2 EN EN ED; CI; FAMÍLIA ODONTOPHORIDAE Odontophorus capueira uru 2, 3 ED; CI ORDEM GRUIFORMES FAMÍLIA ARAMIDAE Aramus guarauna Carão 10 1, 2, 3 FO, MC PE AD; M FAMÍLIA CARIAMIDAE 137/265

158 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características Cariama cristata seriema 1 AD FAMÍLIA RALLIDAE Pardirallus nigricans Saracura-sanã 9 1, 2, 3, 4 FO, MC LM AD; M Aramides saracura Saracura-do-mato 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE ED; M Laterallus melanophaius Sanã-parda 2 AD Mustelirallus albicollis Sanã-carijó 2, 4 AD Gallinula galeata Galinha-d -água 3 1, 3, 4 FO, MC LM DD AD; B Porphyrio martinicus Frango-d água-azul 2, 8, 11 2 FO, MC LM AD; B FAMÍLIA HELIORNITHIDAE Heliornis fulica picaparra 2 DD AD ORDEM CHARADRIIFORMES FAMÍLIA JACANIDAE Jacana jacana Jaçanã 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM AD; B FAMÍLIA SCOLOPACIDAE Calidris melanotos Mçarico-de-colete 4 VN; AD Actitis macularius Maçarico-pintado 3, 4 VN; AD Gallinago paraguaiae Narceja 2 AD Tringa solitaria Maçarico-solitário 3, 4 VN; AD 138/265

159 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características Tringa melanoleuca Maçarico-grande-de-pernaamarela 2 VN; AD Tringa flavipes Maçarico-de-perna-amarela 2, 3, 4 VN; AD FAMÍLIA CHARADRIIDAE Vanellus chilensis Quero-quero 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD; B FAMÍLIA RECURVIROSTRIDAE Himantopus melanurus Pernilongo-de-costas-brancas 3, 4 AD ORDEM COLUMBIFORMES FAMÍLIA COLUMBIDAE Patagioenas picazuro Asa-branca 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD; M Patagioenas cayennensis Pomba-galega 6, 7, 8, 9, 10 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD; M Zenaida auriculata avoante 1, 2, 3, 4, 6, 8, 9, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD; B Columbina talpacoti Rolinha-roxa 1, 2, 3, 5, 9, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD; B Columbina picui Rolinha-picuí 1, 3, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD; B 139/265

160 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características Columbina minuta Rolinha-de-asa-canela 2 DD AD Columbina squamata Fogo-apagou 7 2, 3, 4 FO, MC LM AD; B Leptotila verreauxi Juriti-pupu 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE, RN AD, B Leptotila rufaxilla Juriti-de-testa-branca 2, 4, 8, 10 2, 3 FO, MC LM, PE AD, M Geotrygon montana Pariri 1, 2, 3, 4 AD Geotrygon violacea Juriti-vermelha 2 DD AD Claravis pretiosa Pararu-azul 2 AD ORDEM PSITTACIFORMES FAMÍLIA PSITTACIDAE Psittacara leucophthalmus periquitão 1, 3, 4 II AD Primolius maracana maracanã 9 FO, MC LM NT NT EN I AD, M Pyrrhura frontalis Tiriba 9 1, 3, 4 FO, MC PE II ED, M Brotogeris chiriri Periquito-de-encontro-amarelo 1, 2, 7 3, 4 FO, MC LM, PE II AD, M Forpus xanthopterygius tuim 1 II AD Pionopsitta pileata Cuiú-cuiú 1, 4 II ED Pionus maximiliani maitaca 1, 2, 8, 9 1, 3, 4 FO, MC LM, PE II AD, M Myiopsitta monachus caturrita 9 3, 4 FO, MC LM II AD, B Amazona aestiva Papagaio 3 II AD 140/265

161 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características ORDEM CUCULIFORMES FAMÍLIA CUCULIDAE Coccyzus melacoryphus Papa-lagarta 10 1, 2, 3, 4 FO, MC PE AD, B Piaya cayana Alma-de-gato 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE, RN AD, B Crotophaga ani Anu-preto 2, 5, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B Crotophaga major Anu-coroca 1, 3, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, M Guira guira Tapera naevia Anu-branco Saci 2, 3, 5, 8, 9, 10 1, 2, 3, 6, 7, 8 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B Ddromococcyx pavoninus Peixe-frito-pavonino 1, 2, 3 AD ORDEM STRIGIFORMES FAMÍLIA TYTONIDAE Tyto furcata Suindara 2, 3 AD FAMÍLIA STRIGIDAE Megascops choliba Corujinha-do-mato 2, 3, 4 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, RN, RO II AD, B Megascops atricapilla Corujinha-sapo 2 II AD 141/265

162 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características Pulsatrix koeniswaldiana Murucututu-de-barriga-amarela 2 II ED Glaucidium brasilianum Caburé 11 1, 2, 3 FO, MC LM II AD, B Strix hylophila Coruja-listrada 1, 2 NT II ED Strix virgata Coruja-do-mato 2 DD II AD Athene cunicularia Coruja-buraqueira 9, 11 2, 3, 4 FO, MC LM II AD, B Asio clamator Coruja-orelhuda 2 II AD ORDEM NYCTIBIIFORMES FAMÍLIA NYCTIBIIDAE Nyctibius griseus Urutau 4, 5, 6, 10 1, 2, 3, 4 FO, MC LM AD, B ORDEM CAPRIMULGIFORMES FAMÍLIA CAPRIMULGIDAE Nyctiphrynus ocellatus Bacurau-ocelado 2 EN AD Lurocalis semitorquatus Tuju 9 1, 2 FO, MC LM AD, M Anthrostomus rufus João-corta-pau 2 AD Anthrostomus sericocaudatus Bacurau-rabo-de-seda 1, 2 AD Nyctidromus albicollis Bacurau 1, 2, 3, 9 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B Hydropsalis parvula Bacurau-chintã 2, 3, 4 AD Hydropsalis torquata Bacurau-tesoura 2, 3, 4 AD Podager nacunda Corucão 2 AD ORDEM APODIFORMES 142/265

163 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características FAMÍLIA APODIDAE Cypseloides senex Taperuçu-velho 1, 2, 4 AD Chaetura meridionalis Andorinhão-do-temporal 9 1, 2, 3, 4 FO, MC PE AD Cypseloides fumigatus Taperuçu-preto 4 AD Chaetura cinereiventris Andorinhão-de-sobre-cinzento 2 AD Streptoprocne zonaris Taperuçu-de-coleira-branca 2 AD FAMÍLIA TROCHILIDAE Phaethornis eurynome Rabo-branco-de-garganta-rajada 1 1, 2, 4 FO, MC RN II ED, M Phaethornis squalidus Rabo-branco-pequeno 1, 2 II ED Phaethornis pretrei Rabo-branco-acanelado 4 3 FO, MC RN II AD, B Anthracothorax nigricollis Beija-flor-de-veste-preta 2, 3, 4 II AD Stephanoxis lalandi Beija-flor-de-topete-verde 2 II ED, M Stephanoxis loddigesii Beija-flor-de-topete-azul 4, 9 4 FO, MC LM, RN II AD Chlorostilbon lucidus Besourinho-de-bico-vermelho 5, 10 2, 3, 4 FO, MC LM, PE, RN II AD, B Thalurania glaucopis Beija-flor-de-fronte-violeta 5 1, 2, 3 FO, MC LM II ED, M Eupetomena macroura Beija-flor-tesoura 4 II AD Florisuga fusca Beija-flor-preto 4 II ED Hylocharis chrysura Beija-flor-dourado 2, 3, 4 II AD Hylocharis sapphirina Beija-flor-safira 3 II AD Leucochloris albicollis Beija-flor-de-papo-branco 2, 3 II ED 143/265

164 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características Amazilia versicolor Beija-flor-de-banda-branca 5, 10 2, 3, 4 FO, MC RN II AD, B Calliphlox amethystina Estrelinha-ametista 2 II AD ORDEM TROGONIFORMES FAMÍLIA TROGONIDAE Trogon surrucura Surucuá-variado 2, 5, 6, 8, 9, 10 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE ED, M Trogon rufus Surucuá-dourado 1, 2, 4 AD ORDEM CORACIIFORMES FAMÍLIA ALCEDINIDAE Megaceryle torquata Martim-pescador-grande 6, 9 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B Chloroceryle amazona Martim-pescador-verde 3, 5, 8 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B Chloroceryle americana Martim-pescador-pequeno 1, 2 AD Chloroceryle aenea Martim-pescador-miúdo 2, 3 FO, MC LM, PE NT AD, M FAMÍLIA MOMOTIDAE Baryphthengus ruficapillus ORDEM GALBULIFORMES FAMÍLIA BUCCONIDAE Juruva 1, 4, 5, 6, 8, 9 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE, RN ED, M Notharchus swainsoni Macuru-de-barriga-castanha 2, 4 ED Nystalus chacuru João-bobo 10 2, 3, 4 FO, MC LM AD, M 144/265

165 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características Nonnula rubecula Macuru 2, 4 AD ORDEM PICIFORMES FAMÍLIA RAMPHASTIDAE Pteroglossus castanotis Araçari-castanho 2, 5, 8, 9 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE II AD, A Pteroglossus bailloni Araçari-banana 2, 3 NT II AD Selenidera maculirostris Araçari-poca 5 1, 2, 3, 4 FO, MC LM II ED, M Ramphastos dicolorus Tucano-de-bico-verde 1, 2, 3, 4 II ED Ramphastos toco Tucanuçu 1, 2 II AD FAMÍLIA PICIDAE Picumnus temminckii Picapauzinho-de-coleira 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE, RN ED, M Colaptes melanochloros Pica-pau-verde-barrado 1, 2, 3 AD Colaptes campestris Pica-pau-do-campo 2, 6, 9, 10 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B Veniliornis spilogaster Picapauzinho-verde-carijó 6, 7 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE ED, M Piculus aurulentus Pica-pau-dourado 1, 2 NT ED Celeus flavescens Pica-pau-de-cabeça-amarela 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, M Celeus galeatus Pica-pau-de-cara-canela 2 AD Dryocopus lineatus Pica-pau-de-banda-branca 1, 2, 3, 4 AD 145/265

166 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características Melanerpes flavifrons Benedito-de-testa-amarela 9 1, 2, 3, 4 FO, MC LM ED, M Melanerpes candidus Pica-pau-branco 2, 5, 9 1, 2, 3, 4 FO, MC LM AD, B Campephilus robustus Pica-pau-rei 8 1, 2 FO, MC PE ED, M ORDEM PASSERIFORMES FAMÍLIA RHINOCRYPTIDAE Eleoscytalopus indigoticus macuquinho 1, 2 NT ED Scytalopus speluncae Tapaculo-preto 2 ED Psilorhamphus guttatus Tapaculo-pintado 2, 4 NT NT ED FAMÍLIA THAMNOPHILIDAE Hypoedaleus guttatus Chocão-carijó 8, 9 1, 2, 4 FO, MC LM, PE ED, A Batara cinerea Matracão 1, 2 AD Mackenziana severa borralhara 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE, RN ED, M Mackenziana leachii Borralhara-assobiadora 1, 2, 3, 4 ED Thamnophilus caerulescens Choca-da-mata 2, 3, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE, RN AD, B Thamnophilus ruficapillus Choca-de-chapéu-vermelho 2 AD Thamnophilus doliatus Choca-barrada 3 AD 146/265

167 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características Dysithamnus mentalis Choquinha-lisa 2, 3, 5, 8, 9, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE, RN AD, M Dysithamnus stictothorax Choquinha-de-peito-pintado 2 NT ED Herpsilochmus rufimarginatus Chorozinho-de-asa-vermelha 1, 2, 3, 4 AD Terenura maculata Zidedê 1, 2 ED Biatas nigropectus Papo-branco 2 VU VU ED Drymophila rubricollis Trovoada-de-bertoni 1, 2 ED Drymophila malura Choquinha-carijó 1, 2, 4 ED Pyriglena leucoptera Papa-taoca-do-sul 1, 2, 3 ED Myrmoderus squamosus Papa-formiga-de-grota 1 ED FAMÍLIA FORMICARIIDAE Chamaeza campanisona Tovaca-campainha 1, 2, 3, 4 AD FAMÍLIA GRALLARIIDAE Grallaria varia tovacuçu 1, 2 AD FAMÍLIA SCLERURIDAE Sclerurus scansor Vira-folha 2 ED FAMÍLIA CONOPOPHAGIDAE Conopophaga lineata Chupa-dente 5 1, 2, 3, 4 FO, MC RN ED, M FAMÍLIA FURNARIIDAE Furnarius rufus João-de-barro 2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B 147/265

168 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características Synallaxis spixi João-teneném 2, 7, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE, RN AD, B Synalaxis ruficapilla pichororé 4, 6, 10 1, 2, 3 FO, MC PE, RN ED, M Synallaxis frontalis petrim 5 1, 4 FO, MC LM AD, B Synallaxis cinerascens Pi-puí 2, 5, 6, 7, 8, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE, RN AD, M Synallaxis albescens Ui-pí 1, 11 2 FO, MC LM, PE AD, B Syndactyla rufosuperciliata Trepador-quiete 2, 3, 4 AD Certhiaxis cinnamomeus curutié 1, 2, 3, 4 AD Philydor atricapillus Limpa-folha-coroado 1, 2 ED Philydor rufum Limpa-folha-de-testa-baia 1, 2 AD Anabacerthia lichtensteini Limpa-folha-ocráceo 1, 2, 4 AD Automolus leucophthalmus Barranqueiro-de-olho-branco 1, 4, 5, 6, 7, 8, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE, RN ED, M Xenops minutus Bico-virado-miúdo 1 AD Clibanornis dendrocolaptoides cisqueiro 2 NT ED Lochmias nematura João-porca 5, 8 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, M Heliobletus contaminatus trepadorzinho 2 ED Cranioleuca obsoleta Arredio-oliváceo 2 ED Cranioleuca vulpina Arredio-do-rio 3 AD FAMÍLIA DENDROCOLAPTIDAE 148/265

169 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características Dendrocincla turdina Arapaçu-liso 1, 2, 3 ED Sittasomus griseicapillus Arapaçu-verde 1, 2, 3, 4 AD Campylorhamphus falcularius Arapaçu-de-bico-torto 2 ED Xiphocolaptes albicollis Arapaçu-de-garganta-branca 1, 2 AD Dendrocolaptes platyrostris Arapaçu-grande 8 1, 2, 3, 4 FO, MC RN AD, M Lepidocolaptes falcinellus Arapaçu-escamoso-do-sul 2 AD Xiphorynchus fuscus Arapaçu-rajado 1, 2, 4 ED FAMÍLIA XENOPIDAE Xenops minutus Bico-virado-miúdo 2 AD Xenops rutilans Bico-virado-carijó 2, 4 AD FAMÍLIA PLATYRINCHIDAE Platyrinchus mystaceus Patinho 1 2 FO, MC RN AD, M Platyrinchus leucoryphus Patinho-de-asa-castanha 2 VU EN ED FAMÍLIA RHYNCHOCYCLIDAE Mionectes rufiventris Abre-asa-de-cabeça-cinza 1, 2 ED Leptopogon amaurocephalus cabeçudo 1, 2, 4, 5, 6, 8, 10 2, 4 FO, MC LM, PE, RN AD, M Corythopis delalandi estalador 1, 2, 8 2 FO, MC LM, PE, RN AD, M Phylloscartes eximius barbudinho 2 NT ED Phylloscartes ventralis Borboletinha-do-mato 1, 2 AD 149/265

170 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características Phylloscartes paulista Não-pode-parar 2 NT NT ED Phylloscartes sylviolus Maria-pequena 2 NT ED Tolmomyias sulphurescens Bico-chato-de-orelha-preta 1, 5, 6, 7 1, 2, 3 FO, MC LM, PE, RN AD, M Todirostrum cinereum Ferreirinho-relógio 3, 5, 11 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B Poecilotriccus plumbeiceps Tororó 5, 7, 8, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE, RN AD, M Myiornis auricularis Miudinho 5, 7 1, 2, 3, 4 FO, MC LM ED, B Hemitriccus diops Olho-falso 1, 2, 4 ED Hemitriccus margaritaceiventer Sebinho-de-olho-de-ouro 2, 3, 4 AD Hemitriccus obsoletus catraca 4 AD FAMÍLIA TYRANNIDAE Hirundinea ferrugínea Gibão-de-couro 2 AD Euscarthmus meloryphus Barulhento 2, 4 AD Tyranniscus burmeisteri Piolhinho-chiador 2 DD AD Phyllomyias fasciatus Piolhinho 1, 2, 3 AD Phyllomyias virescens Piolhinho-verdoso 2 ED Camptostoma obsoletum Risadinha 3, 6, 9 1, 2, 3, 4 FO, MC PE AD, B Myiopagis caniceps Guaracava-cinzenta 1, 2, 4 AD Myiopagis viridicata Guaracava-de-crista-alaranjada 5, 6 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, RN AD, M Elaenia flavogaster Guaracava-de-barriga-amarela 2, 7 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B 150/265

171 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características Elaenia spectabilis Guaracava-grande 3, 5, 6, 11 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B Elaenia mesoleuca Tuque 2 AD Elaenia obscura Tucão 2, 4 AD Phaeomyias murina Bagageiro 2 AD Serpophaga nigricans João-pobre 1, 2 AD Serpophaga subcristata Alegrinho 2, 3, 4 AD Leptopogon amaurocephalus cabeçudo 1, 3 AD Ramphotrigon megacephalum Maria-cabeçuda 2, 4 DD AD Knipolegus cyanirostris Maria-preta-de-bico-azulado 2 AD Satrapa icterophrys Suiriri-pequeno 2, 3, 4 AD Capsiempis flaveola Marianinha 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD Cnemotriccus fuscatus guaracavuçu 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11 2, 3, 4 FO, MC LM, PE, RN AD, B Corythopis delalandi Estalador 1, 3 AD Contopus cinereus Papa-moscas-cinzento 2 AD Xolmis cinereus primavera 2 AD Lathrotriccus euleri enferrujado 1, 2, 6, 7, 8, 9 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE, RN AD, M Pyrocephalus rubinus príncipe 2, 3, 4 AD Myiophobus fasciatus filipe 2, 3, 4 AD 151/265

172 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características Gubernetes yetapa Tesoura-do-brejo 2 AD Arundinicola leucocephala freirinha 2 AD Fluvicola albiventer Lavadeira-de-cara-branca 2 AD Fluvicola nengeta Lavadeira-mascarada 3 AD Colonia colonus Viuvinha 1, 2, 3, 4 AD Conopias trivirgatus Bem-te-vi-pequeno 2 AD Empidonomus varius Peitica 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 11 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B Syristes sibilator Gritador 1, 2 AD Megarynchus pitangua Nei-nei 2, 3, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B Myiodynastes maculatus Bem-te-vi-rajado 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD; DS, B Legatus leucophaius Bem-te-vi-pirata 6 1, 2, 4 FO, MC PE AD, B Myiozetetes similis Pitangus sulphuratus bentevizinho Bem-te-vi 1, 2, 4, 5, 6, 7, 9, 10 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE, RN AD, B 152/265

173 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características Tyrannus melancholicus Tyrannus savana suiriri tesourinha 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10, 11 2, 4, 5, 6, 8, 9, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD; DS; B Machetornis rixosa Suiriri-cavaleiro 11 2, 3, 4 FO, MC LM AD; B Myiarchus swainsoni irré 2, 4 AD Myiarchus ferox Maria-cavaleira 11 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD; B FAMÍLIA COTINGIDAE Pyroderus scutatus Pavó 1, 2 NT ED Phibalura flavirostris Tesourinha-da-mata 2 NT NT AD Procnias nudicollis araponga 1, 2 VU ED FAMÍLIA OXYRUNCIDAE Oxyrunchus cristatus Araponga-do-horto 1; 2 AD FAMÍLIA PIPRITIDAE Pirites chloris Papinho-amarelo 1; 2 AD FAMÍLIA TITYRIDAE Schiffornis virescens flautim 1, 2 ED Pachyramphus viridis Caneleiro-verde 1, 2 AD Pachyramphus castaneus caneleiro 2 AD Pachyramphus polychopterus Caneleiro-preto 2 AD Pachyramphus validus Caneleiro-de-chapéu-preto 4, 5, 7 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, M 153/265

174 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características Tityra inquisitor Anambé-branco-de-bochechaparda 2, 3 AD Tityra cayana Anambé-branco-de-rabo-preto 2, 3, 4 AD FAMÍLIA PIPRIDAE Chiroxiphia caudata tangará 1, 2, 4 ED Manacus manacus rendeira 1 1, 2 FO, MC RN AD, B Pipra fasciicauda Uirapuru-laranja 1 1, 2, 3 FO, MC RN AD, M FAMÍLIA HIRUNDINIDAE Alopochelidon fucata Andorinha-morena 2 AD Tachycineta albiventer Andorinha-do-rio 1, 2, 3, 4 AD Tachycineta leucorrhoa Andorinha-de-sobre-branco 5, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B Pygochelidon cyanoleuca Andorinha-pequena-de-casa 5 1, 2, 4 FO, MC PE AD, B Progne chalybea Andorinha-grande 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM AD, B Progne tapera Andorinha-do-campo 3, 4 AD Stelgidopterix ruficollis Andorinha-serradora 9, 10 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B Pygochelidon melanoleuca Andorinha-de-coleira 1, 2 AD Riparia riparia Andorinha-do-barranco 2 VN; Hirundo rustica Andorinha-de-bando 2 VN; FAMÍLIA TROGLODYTIDAE 154/265

175 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características Troglodytes musculus FAMÍLIA DONACOBIIDAE corruíra 2, 3, 4, 5, 7, 8, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B Donacobius atricapilla japacanim 2 AD FAMÍLIA POLIOPTILIDAE Polioptila lactea Balança-rabo-leitoso 2 NT EN ED FAMÍLIA CORVIDAE Cyanocorax chrysops FAMÍLIA TURDIDAE Turdus rufiventris Turdus leucomelas Turdus amaurochalinus Gralha-picaça Sabiá-laranjeira Sabiá-do-barranco Sabiá-poca 1, 2, 6, 7, 8, 9 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11 2, 3, 4, 6, 7, 8, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE, RN AD, B 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE, RN AD, B 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE, RN AD, B Turdus subalaris Sabiá-ferreiro 2, 3 ED Turdus albicollis Sabiá-coleira 9 1, 2 FO, MC LM AD, M FAMÍLIA MIMIDAE 155/265

176 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características Mimus saturninus Sabiá-do-campo 2, 7, 9, 10, 11 2, 3, 4 FO, MC LM AD, B Mimus triurus Calhandra-de-três-rabos 3, 4 AD FAMÍLIA VIREONIDAE Cyclarhis gujanensis pitiguari 5, 8, 10 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B Vireo chivi juruviara 1, 2 1, 2, 3, 4 FO, MC PE, RN AD, B Hylophilus poicilotis Verdinho-coroado 1, 2, 3, 4 ED FAMÍLIA ICTERIDAE Gnorimopsar chopi Pássaro-preto 9 1, 2, 3 FO, MC LM AD, B Psarocolius decumanus japu 3 CR AD Cacicus haemorrhous guaxe 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B Cacicus chrysopterus japuíra 2, 4 AD Procacicus solitarius Iraúna-de-bico-branco 3 DD AD Icterus cayanensis inhapim 2 AD Icterus pyrrhopterus encontro 3 3, 4 FO, MC LM AD, M Molothrus oryzivorus Iraúna-grande 1 2, 4 FO, MC LM AD, B Molothrus bonariensis chupim 2, 4, 5, 9, 11 2, 4 FO, MC LM AD, B Molothrus rufoaxillaris Chupim-azeviche 2 3, 4 FO, MC AD 156/265

177 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características Sturnella superciliaris Polícia-inglesa-do-sul 2, 4 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B Agelaioides badius Asa-de-telha 3, 4 LM AD, B FAMÍLIA MOTACILLIDAE Anthus lutescens Caminheiro-zumbidor 8 2, 3, 4 FO, MC LM AD, B Anthus hellmayri FAMÍLIA PASSERELIDAE Caminheiro-de-barrigaacanelada 2 AD Arremon flavirostris Tico-tico-de-bico-amarelo 1, 2 AD Zonotrichia capensis Tico-tico 1, 2, 4, 5, 6, 8, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B Ammodramus humeralis Tico-tico-do-campo 2, 8, 9 2, 3, 4 FO, MC LM AD, B FAMÍLIA PARULIDAE Setophaga pitiayumi mariquita 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, M Geothlypis aequinoctialis Pia-cobra 3, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC PE, LM AD, B Basileuterus culicivorus Myiothlypis leucoblephara Pula-pula Pula-pula-assobiador 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 4, 5, 6, 7, 8, 9 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE, RN AD, M 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE, RN ED, M 157/265

178 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características Myiothlypis rivularis Pula-pula-ribeirinho 1 1, 2, 3 FO, MC RN AD, M FAMÍLIA THRAUPIDAE Cissopis leverianus Coereba flaveola Tietinga cambacica 2, 4, 5, 6, 7, 11 2, 3, 5, 6, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B 2, 3, 4 FO, MC LM, PE, RN AD, B Hemithraupis guira Saíra-de-papo-preto 4, 6 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B Pyrrhocoma ruficeps Cabecinha-castanha 8 1, 2, 4 FO, MC RN ED, M Tachyphonus coronatus Tiê-preto 1, 5, 6, 7, 8, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE, RN ED, B Trichothraupis melanops Tiê-de-topete 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE, RN AD, M Pipraeidea melanonota Saíra-viúva 1, 2, 3, 4 AD Pipraeidea bonariensis Sanhaçu-papa-laranja 4 AD Tangara preciosa Saíra-preciosa 4 AD Paroaria coronata cardeal 3, 4 AD Nemosia pileata Saíra-de-chapéu-preto 5, 6 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B Tangara sayaca Sanhaçu-cinzento 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B 158/265

179 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características Tangara seledon Saíra-sete-cores 1, 2, 4 ED Dacnis cayana Saí-azul 6, 10 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B Tersina viridis Saí-andorinha 1, 2, 5, 8, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B Conirostrum speciosum Figurinha-de-rabo-castanho 1, 2, 4, 6, 7, 8, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B Haplospiza unicolor Cigarra-bambu 1, 2 ED Tiaris fuliginosus Cigarra-preta 1 2 FO, MC LM, PE, RN AD, B Sicalis flaveola Canário-da-terra 2, 3, 4, 5, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B Sicalis luteola Tipio 2, 3, 4 AD Embernagra platensis Sabiá-do-banhado 1, 2, 3, 4 AD Volatinia jacarina Tiziu 2, 5, 9, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM AD, B Sporophila caerulescens coleirinho 1, 2, 3, 4, 9, 10, 11 1, 4 FO, MC LM, PE AD, B Sporophila falcirostris Cigarra 2 VU VU ED Sporophila angolensis curió 4 AD Coryphospingus cucullatus Tico-tico-rei 1, 2, 3, 5, 6, 8, 9, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE, RN AD, B 159/265

180 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características Saltator similis Trinca-ferro 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE, RN AD, B Saltator fuliginosus Bico-de-pimenta 2, 4 ED FAMÍLIA CARDINALIDAE Piranga flava Sanhaçu-de-fogo 2 NT AD Habia rubica Tiê-de-bando 1, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE, RN AD, A Amaurospiza moesta Negrinha-do-mato 1, 2 NT ED Cyanoloxia glaucocaerulea Azulinho 2, 3, 4 AD Cyanoloxia brissonii azulão 1, 2, 11 2, 4 FO, MC LM, PE, RN ED, M FAMÍLIA FRINGILLIDAE Euphonia violacea gaturamo 1, 2, 3 AD Euphonia chlorotica Fim-fim 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11 1, 2, 3, 4 FO, MC LM, PE AD, B Euphonia pectoralis Ferro-velho 6, 7 1, 2, 4 FO, MC PE ED, M Euphonia chalybea Cais-cais 2 NT AD Chlorophonia cyanea Gaturamo-bandeira 8 2, 4 FO, MC RN AD, M Euphonia cyanocephala Gaturamo-rei 4 AD 160/265

181 Nome do Táxon Nome Comum Sítio de amostragem Referências Fitofisionomia Método de Amostragem MMA IUCN PR CITES Características Spinus magellanicus pintassilgo 2, 3, 4 AD FAMÍLIA PASSERIDAE Passer domesticus pardal 10 4 FO, MC LM AD; EX, B 161/265

182 Suficiência amostral curva do coletor (curva de rarefação) e riqueza estimada Foram registradas nesta primeira campanha de monitoramento da avifauna cerca de 43,9% das espécies de potencial ocorrência (dados secundários) para a área do empreendimento. Entretanto, ao se analisar a curva de rarefação estimada pelos métodos sistematizados (rede de neblina, Lista de Mackinnon e Ponto de Escuta) (Figura 31), percebe-se que esta não atingiu a assíntota, com o observado representando 81% e 89% do esperado por Bootstrap e Jacknife-1, respectivamente. Isto significa que o esforço aplicado ainda não foi suficiente para se amostrar toda a avifauna presente na região do empreendimento. Este resultado é esperado, visto que apenas uma campanha de monitoramento da segunda fase foi realizada até o presente e, sabe-se que um grande número de variáveis pode influenciar na capacidade de detecção deste grupo de vertebrados. Por exemplo, a densidade populacional das espécies tende a variar, com espécies consideradas raras apresentando baixa densidade populacional (GOERCK, 1998), o que pode dificultar a detecção por parte do pesquisador. Estas variáveis podem fazer com que a estabilização da curva seja demorada em comunidades de aves. De fato, diversos estudos na Mata Atlântica demonstraram que a estabilização não foi atingida (RODRIGUES et al., 2005; STRINGARI, 2012; SANTOS et al., 2014). Figura 31: Curva de rarefação de espécies da avifauna registradas por meio de captura por redes de neblina, lista de Mackinnon e ponto de escuta durante a primeira campanha de monitoramento na área da UHE Baixo Iguaçu (novembro/2017). 162/265

183 Sucesso de captura Foram realizadas 63 Listas de Mackinnon, 550 minutos de Pontos de Escuta e um esforço amostral de m²*horas*rede. Dentre os métodos utilizados o de Lista de Mackinnon foi o que se mostrou mais eficaz para o registro da riqueza de aves (149 espécies), seguido do ponto de escuta (119 espécies) e da rede de neblina (47 espécies). O método de Lista de Mackinnon tem sido recentemente utilizado em levantamentos e monitoramentos, pois permite que o pesquisador gaste o tempo que for necessário para a identificação da espécie em campo, além de ser um método ativo de levantamento. Não há estudos comparando a eficiência deste método com outros métodos disponíveis e nem a eficiência deste método entre biomas. Ao se analisar os dados levantados neste monitoramento notase que 42 espécies foram apenas registradas por meio deste método, o que enfatiza a importância deste. Quando se analisa os métodos pelo sucesso de captura, ou seja, quantidade de registros realizados (abundância) ao invés da riqueza, nota-se que o método de ponto de escuta se destaca (Tabela 11). O método de ponto de escuta é tradicionalmente reconhecido como um dos melhores métodos para se amostrar a avifauna (ANJOS, 2007). Dados de abundância (que são provenientes deste método) fornecem estimativas populacionais necessárias para se buscar entender os padrões de ocorrência das espécies durante a instalação e funcionamento dos empreendimentos. Embora tenha tido o menor sucesso de captura tanto quanto ao se analisar a riqueza quanto a abundância, o método de rede de neblina não deve ser menosprezado. Este método é o único que permite inferir com precisão a dinâmica de ocupação do espaço pelas aves, a partir do princípio que estas se encontram marcadas com anilhas metálicas e/ou coloridas (licença CEMAVE/ICMbio 4260/1). A marcação permite afirmar se impactos diretos do empreendimento forçaram os indivíduos a se deslocarem e ocuparem outra mancha florestal, por exemplo. Além disso, este método também tem a vantagem de permitir estimar a abundância sem as possíveis pseudoreplicações presentes nos outros métodos (ponto de escuta, por exemplo) ao se estimar a abundância (KARR, 1990). 163/265

184 Tabela 11: Sucesso de captura (número de indivíduos registrados/esforço amostral) por método utilizado durante a primeira campanha de monitoramento da avifauna na área da (PR), novembro/2017. Método Registros Esforço Sucesso Lista de Mackinnon ,60ind/lista Rede de neblina ,009ind/m*h*rede Ponto de Escuta ,58ind/min A riqueza da área monitorada também foi analisada por meio de índices de análises de comunidade. Nota-se que a área apresenta alta diversidade (Índice de Shannon H = 4.24, Índice de Simpson = 0.97), sendo esta maior do que outros estudos realizados em Mata Atlântica com as mesmas fitofisionomias encontradas na área da (MARSDEN et al., 2001; MAIA-GOUVEA et al., 2005; AGNELLO, 2007). A elevada diversidade encontrada nesta primeira campanha tende a aumentar conforme a sazonalidade venha a ser amostrada. Embora a diversidade se mostre elevada, a equitabilidade de Pielou (0,87) revelou haver dominância de algumas espécies sobre as outras, ou seja, há espécies bastante raras e outras muito comuns e com abundância elevada na área monitorada. O resultado referente a abundância das espécies corrobora os resultados da equitabilidade (abundância diferenciada entre as espécies). As cinco espécies mais abundantes de acordo com o Índice Pontual de Abundância (Figura 32), no geral, são de distribuição ampla e de fácil adaptação a diversos hábitats, desde áreas florestadas a antropizadas. Entretanto, vale ressaltar a elevada abundância de Saltator similis (trinca-ferro), espécie de distribuição geográfica ampla (SIGRIST, 2009) e que sofre ameaças de captura para comércio ilegal devido ao melodioso canto (NUNES et al., 2012). Esta espécie se alimenta de artrópodes e frutas (TILMANN et al., 2014). 164/265

185 Figura 32: Espécies mais abundantes durante a primeira campanha de monitoramento da avifauna da (PR), novembro/ Espécies ameaçadas, raras, endêmicas e novos registros Durante a primeira campanha de monitoramento da fase dois foram registradas duas espécies consideradas ameaçadas de extinção em algum nível: Primolius maracana (maracanã) e Spizaetus melanoleucus (gavião-pato). Primolius maracana encontra-se Em Perigo de extinção na lista regional do estado do Paraná (IAP, 2007) e Quase-ameaçada na lista nacional (MMA, 2014) e global (IUCN, 2017). Esta espécie pertence à família Psittacidae e encontra-se ameaçada de extinção devido à reduções populacionais em toda a sua área de distribuição geográfica (IUCN, 2017). Um estudo indicou que a espécie necessita de uma estrutura de paisagem com fragmentos grandes e manutenção das áreas dormitórios para a sua sobrevivência (NUNES, 2003). Um segundo estudo, reitera a importância dos fragmentos florestais para a espécie, ao indicar em uma análise de paisagem que a espécie não utiliza áreas de pastagem e plantações como áreas de alimentação, reprodução ou descanso (EVANS et al., 2005). Como toda espécie da família Psittacidae, esta ave também sofre possíveis ameaças de apreensão (principalmente filhotes) para comércio ilegal (SOUZA et al., 2014). A segunda espécie ameaçada registrada - Spizaetus melanoleucus (gavião-pato), encontra-se ameaçado devido à perda de hábitat e é considerado naturalmente raro (MENQ, 2015). Ocupava áreas florestais em todo o estado do Paraná (IAP, 2007). Sua biologia é desconhecida (Figura 33). 165/265

186 Também foi registrada uma espécie Quase-ameaçada na lista regional Chloroceryle aenea (martimpescador-miúdo), espécie que se alimenta de peixes e crustáceos e por isso é considerada dependente de hábitats aquáticos (TILMANN et al., 2014). Sua maior pressão de ameaça é a poluição e diminuição dos corpos d água. Ainda foram registradas algumas espécies classificadas como Deficiente de dados na lista regional, por serem desconhecidos aspectos biológicos e de padrões de distribuição geográfica, os quais impedem uma análise para classificar essas espécies regionalmente. As espécies em questão foram Buteo swainsoni (gavião-papa-gafanhoto) e Gallinula galeata (frango-d -água). Quanto aos endemismos do bioma Mata Atlântica foram registradas 22 espécies nos diferentes sítios de amostragem utilizados no monitoramento da (Tabela 12). A maior parte delas (21 espécies) foi registrada na área de influência direta (AID), que possui também um maior número de unidades amostrais. As espécies endêmicas merecem atenção por possuírem distribuições geográficas restritas (Figura 34 a Figura 36). Tabela 12: Lista das espécies endêmicas registradas durante a primeira campanha de monitoramento da avifauna da (novembro de 2017). Nome científico Nome comum Sítio de amostragem Aramides saracura Saracura-do-mato 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11 Automolus leucophthalmus Barranqueiro-de-olho-branco 1, 4, 5, 6, 7, 8, 10, 11 Baryphthengus ruficapillus Juruva 1, 4, 5, 6, 8, 9 Campephilus robustus Pica-pau-rei 8 Conopophaga lineata Chupa-dente 5 Cyanoloxia brissonii Azulão 1, 2, 11 Euphonia pectoralis Ferro-velho 6, 7 Hypoedaleus guttatus Chocão-carijó 8, 9 Mackenziaena severa borralhara 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 Melanerpes flavifrons Benedito-de-testa-amarela 9 Myiothlypis leucoblephara Pula-pula-assobiador 4, 5, 6, 7, 8, 9 Phaethornis eurynome Rabo-branco-de-garganta-rajada 1 Picumnus temminckii Pica-pau-anão-de-coleira 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10, 11 Pyrrhocoma ruficeps Cabecinha-castanha 8 Pyrrhura frontalis Tiriba-de-testa-vermelha 9 Selenidera maculirostris Araçari-poca 5 166/265

187 Nome científico Nome comum Sítio de amostragem Stephanoxis loddigesii Beija-flor-de-topete-azul 4, 9 Synallaxis ruficapilla pichororé 4, 6, 10 Tachyphonus coronatus Tiê-preto 1, 5, 6, 7, 8, 10, 11 Thalurania glaucopis Beija-flor-de-fronte-violeta 5 Trogon surrucura Surucuá-variado 2, 5, 6, 8, 9, 10 Veniliornis spilogaster Picapauzinho-verde-carijó 6, 7 Por fim, três novas espécies foram registradas durante esta campanha de monitoramento e que não constavam na lista base de dados secundários compilada. Estas espécies são: Buteo swainsoni (gaviãopapa-gafanhoto) registrado no sítio 01, Primolius maracana (maracanã) registrado no sítio 09 e Chloroceryle aenea (martim-pescador-miúdo) registrado nos sítios 02 e 03. Essas espécies habitam fitofisionomias diferenciadas presentes na área monitorada. Buteo swainsoni (gavião-papa-gafanhoto) são observados preferencialmente em áreas abertas, P. maracana (maracanã) em áreas florestadas e C. aenea (martim-pescador-miúdo) nas proximidades de corpos d água. Difícil afirmar se estas espécies não foram anteriormente registradas devido a raridade de ocorrência ou se estão expandindo suas distribuições geográficas. Entretanto, o monitoramento contínuo destas pode nos fornecer pistas da existência de expansão de distribuição além de estimativas contínuas de abundância populacional, o que nos fornece indícios se os registros são pontuais ou permanentes para a área amostrada. Figura 33: Spizaetus melanoleucus (gavião-pato), espécie categorizada como em Perigo no Paraná, registrada durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da, novembro/2017. Figura 34: Cyanoloxia brissonii (azulão), espécie endêmica de Mata Atlântica registrada durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da UHE Baixo Iguaçu, novembro/ /265

188 Figura 35: Aramides saracura (saracura-do-mato), espécie endêmica de Mata Atlântica registrada durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da, novembro/2017. Figura 36: Tachyphomus coronatus (tiê-preto), espécie endêmica de Mata Atlântica registrada durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da UHE Baixo Iguaçu, novembro/ Espécies Bioindicadoras de Qualidade Ambiental A avifauna vem, ao longo dos anos, sendo objeto frequente de acompanhamento de impactos provenientes de empreendimentos. Isto ocorre porque possuem taxonomia relativamente bem resolvida (BIERREGAARD & STOUFER, 1997), por ocuparem diversos níveis na cadeia alimentar e por serem sensíveis à perda e fragmentação de hábitat (TERBORGH, 1977). Dependendo das condições no qual a população alvo encontra-se, recomenda-se prioridade de conservação (STOTZ et al., 1996). Durante a primeira campanha de monitoramento da avifauna foram registradas quatro espécies classificadas como altamente sensíveis a impactos antrópicos. São elas: Spizaetus melanoleucus (gavião-pato), Pteroglossus castanotis (araçari-castanho), Hypoedaleus guttatus (chocão-carijó) e Habia rubica (tiê-de-bando). Spizaetus melanoleucus (gavião-pato): foi registrado no sítio de amostragem 02 por meio do método de Lista de Mackinnon. Esta espécie de rapinante, topo de cadeia alimentar também é considerada ameaçada de extinção regionalmente (IAP, 2007). Naturalmente rara em toda a sua distribuição, tem registros escassos e pontuais para o estado do Paraná (MENQ, 2015), o que eleva a importância do registro desta espécie no monitoramento. Existem poucas informações sobre a biologia da espécie, 168/265

189 mas um estudo recente indica que a espécie aparenta ser mais detectável nos horários mais quentes do dia (final da manhã e início da tarde) (MENQ, 2015). Pteroglossus castanotis (araçari-castanho): foi registrado nos sítios de amostragem 02, 05, 08 e 09 pelos métodos de Lista de Mackinnon e Ponto de Escuta. Esta espécie é frugívora de grande porte (BALLARINI et al., 2013), o que eleva a importância deste registro, pois frugívoros de grande porte são, no geral, bons dispersores de sementes contribuindo para o papel funcional de manutenção e regeneração das florestas. Hypoedaleus guttatus (chocão-carijó): foi registrado nos sítios 08 e 09 pelos métodos de Lista de Mackinnon e Ponto de Escuta. Esta espécie é considerada rara na categoria mais extrema: população e distribuição geográfica pequenas, associado à especificidade de hábitat (GOERCK, 1997). São desconhecidos aspectos biológicos dessa espécie. Habia rubica (tiê-de-bando): foi registrado em quase todos os sítios de amostragem exceto no 02 e 03. Foi registrado pelos métodos de Lista de Mackinnon, Ponto de Escuta e Rede de Neblina. Esta espécie ocupa os estratos intermediários das matas, com vegetação caracterizada por árvores novas, ervas e lianas (FÁVARO & ANJOS, 2005). De acordo com o estudo de Fávaro & Anjos (2005), a espécie apresenta elevada abundância em locais com essas características. Embora não se tenha feito análises de estrutura de vegetação pela equipe da avifauna, a espécie de fato aparenta elevada abundância, pois foi registrada em nove sítios de amostragem, incluindo aquelas de fragmentos pequenos. Considerando que esta espécie é dependente de florestas, a presença desta em várias unidades amostrais indica que as áreas do entorno do empreendimento se encontram funcionalmente conectadas, ou que o isolamento é um processo ainda recente, a ponto de extinções locais não terem ainda se efetivado Espécies de importância econômica e cinegética A Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e da Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (CITES) foi criada como um acordo entre governos, com a finalidade de garantir que o comércio internacional de espécies de fauna e flora não ameace a sobrevivência das mesmas. A CITES regulamenta a importação, exportação e reexportação de espécies de animais e plantas, por meio da emissão de licenças e certificados. De modo a se orientar quais espécies atualmente possuem 169/265

190 abundância menor, distribuição restrita, entre outros requisitos, a CITES categorizou as espécies de fauna e flora em três Apêndices. O Apêndice I lista todas as espécies ameaçadas de extinção que são ou possam ser afetadas pelo comércio. O Apêndice II lista todas as espécies que, apesar de não estarem atualmente ameaçadas de extinção, podem chegar a esta situação em função da livre comercialização. É o caso, por exemplo, de espécies das famílias Tinamidae, Anhimidae, Psittacidae, Falconidae, Accipitridae, Strigidae, Trochilidae e Ramphastidae. Já o Apêndice III lista as espécies que necessitam de algum tipo de regulamentação que impeça ou restrinja sua exploração, como as espécies da família Anatidae, por exemplo. Segundo os dados primários, para a área monitorada, estão listadas 28 espécies em algum apêndice da CITES. A maior parte delas (27 espécies) está incluída no Apêndice II, que lista as espécies que podem vir a se tornar ameaçadas de extinção devido à livre comercialização. (Tabela 13). Importante ressaltar que grande parte das espécies presentes na lista CITES foi registrada em apenas uma unidade amostral. Tabela 13: Lista das espécies registradas durante a primeira campanha de monitoramento da avifauna na área da (PR), as unidades amostrais de registro e respectivos Apêndices. Nome do táxon Nome comum Sítio de amostragem CITES Amazilia versicolor Beija-flor-de-banda-branca 5, 10 II Athene cunicularia Coruja-buraqueira 9, 11 II Brotogeris chiriri Periquito-de-encontro-amarelo 1, 2, 7 II Buteo swainsoni Gavião-papa-gafanhoto 2 II Caracara plancus Carcará 2, 5, 9, 10 II Chlorostilbon lucidus Besourinho-de-bico-vermellho 5, 10 II Elanoides forficatus Gavião-tesoura 2 II Falco femoralis Falcão-de-coleira 4 II Falco sparverius Quiriquiri 9 II Glaucidium brasilianum Caburé 11 II Herpetotheres cachinnans Acauã 8 II Ictinia plumbea Sovi 1, 6, 7, 8, 9, 10, 11 II Megascops choliba Corujinha-do-mato 2, 3, 4 II Milvago chimachima Carrapateiro 7 II Myiopsitta monachus Caturrita 9 II Phaethornis eurynome Rabo-branco-de-garganta-rajada 1 II Phaethornis pretrei Rabo-branco-acanelado 4 II Pionus maximiliani Maitaca-verde 1, 2, 8, 9 II Primolius maracana Maracanã-verdadeira 9 I Pteroglossus castanotis Araçari-castanho 2, 5, 8, 9 II 170/265

191 Nome do táxon Nome comum Sítio de amostragem CITES Pyrrhura frontalis Tiriba-de-testa-vermelha 9 II Rostrhamus sociabilis Caramujeiro 3 II Rupornis magnirostris Gavião-carijó 6 II Selenidera maculirostris Araçari-poca 5 II Spizaetus melanoleucus Gavião-pato 2 II Stephanoxis loddigesii Beija-flor-de-topete-azul 9 II Thalurania glaucopis Beija-flor-de-fronte-violeta 5 II Uma análise da importância dessas espécies nos indica que a maior parte destas apresenta hábito alimentar carnívoro (M. choliba, G. brasilianum, A. cunicularia, C. plancus, M. chimachima, H. cachinnans, F. sparverius, F. femoralis, etc.), frugívoro (P. frontalis, P. castanotis, M. monachus, P. maximiliani) ou nectarívoro (A. versicolor, P. pretrei, P. eurynome, S. loddigesii, T. glaucopis). Essas espécies exercem papéis importantes em qualquer ecossistema: as de hábito carnívoro, de controle e equilíbrio das teias alimentares, as de hábito frugívoro, de manutenção das espécies vegetais por meio da dispersão e as de hábito nectarívoro atuam na polinização e consequente reprodução das espécies da flora (TELINO-JÚNIOR et al., 2005; DEL-KLARO & TOREZAN-SILINGARDI, 2012) Espécies potencialmente invasoras, oportunistas ou de risco epidemiológico, incluindo as domésticas A introdução e persistência de espécies exóticas na natureza é a segunda maior causa da redução da biodiversidade (ZILLER, 2001; LEVINE et al., 2003). As introduções são, no geral, provocadas por ação humana. Uma vez introduzidas, algumas espécies possuem alta plasticidade de adaptação e conseguem, nestas novas áreas, desenvolver uma população auto-sustentável (não necessitam mais do aporte de indivíduos da sua região nativa) (WILLIAMSON & FITTER, 2006). Essas espécies podem então atingir o status de invasora quando sua população, além de se estabelecer na nova localidade, consegue ampliar sua ocorrência, passando a exercer dominância sobre ambientes naturais, ameaçando ecossistemas e espécies nativas (ZILLER et al., 2007). De acordo com o Instituto Hórus (2017), no Brasil são reconhecidas quatro espécies de aves exóticas/invasoras. Destas, apenas uma foi registrada por meio de dados primários na área da UHE Baixo Iguaçu: o Passer domesticus (pardal), introduzido no país por volta de 1900 e se adaptou rapidamente a ambientes antropizados (SICK, 1997). Atualmente é bastante comum e abundante em 171/265

192 todo o território brasileiro, restringindo-se às áreas urbanas e abertas, não ocorrendo no interior de remanescentes florestais. Foi registrado no sítio de amostragem Espécies migratórias Migração é o termo utilizado para definir os deslocamentos direcionais de um grande número de indivíduos de uma mesma espécie de uma região para outra (BEGON et al., 1990). No sentido mais restrito, é o deslocamento anual de uma dada população animal, que se desloca da sua área de reprodução para áreas de alimentação e descanso, em uma determinada época do ano, retornando após alguns meses à sua área inicial (ALERSTAM & HEDENSTRÖM, 1998). O Brasil recebe espécies migratórias vindas do hemisfério norte (migrantes neárticos) e do hemisfério sul (migrantes austrais). Duas espécies migrantes neárticas, pertencentes à mesma família foram registradas nesta primeira campanha de monitoramento: Buteo swainsoni (gavião-papa-gafanhoto) e Elanoides forficatus (gaviãotesoura). Buteo swainsoni migra por uma rota continental, evitando sobrevoar os oceanos (FULLER et al., 1998) enquanto E. forficatus possui rota mais desconhecida. Entretanto, ambas espécies migram para o sul do Brasil na primavera para se reproduzir (SICK, 1997). Importante ressaltar que o estado do Paraná e as áreas amostradas no presente monitoramento encontram-se incluídas na rota migratória do Brasil Central que atravessa o meio de nosso país indo até a Argentina (CEMAVE, 2016). É uma rota utilizada por várias espécies migrantes neárticas e acredita-se que as espécies acima citadas possam estar nesta rota. Além das migrações tradicionais, em nosso país podem ainda ser observados deslocamentos sazonais, impostos normalmente para a busca de recursos alimentares ou reprodução. Nesta categoria foram registradas por meio de dados primários 26 espécies que realizam esta migração na Mata Atlântica (Tabela 14). 172/265

193 Tabela 14: Lista das espécies que realizam deslocamento sazonal registradas durante a 1ª campanha de monitoramento da avifauna na área da (PR) e respectivos sítios de amostragem de registro. Nome do táxon Nome comum Sítio de amostragem Chaetura meridionalis Andorinhão-do-temporal 9 Cnemotriccus fuscatus guaracavuçu 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11 Coccyzus melacoryphus Papa-lagarta-acanelado 10 Coryphospingus cucullatus Tico-tico-rei-cinza 1, 2, 3, 5, 6, 8, 9, 11 Elaenia spectabilis Guaracava-grande 3, 5, 6, 11 Empidonomus varius peitica 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 11 Hemithraupis guira Saíra-de-papo-preto 4, 6 Ictinia plumbea sovi 1, 6, 7, 8, 9, 10, 11 Lathrotriccus euleri enferrujado 1, 2, 6, 7, 8, 9 Legatus leucophaius Bem-te-vi-pirata 6 Myiodynastes maculatus Bem-te-vi-rajado 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 Myiopagis viridicata Guaracava-de-crista-alaranjada 5, 6 Myiozetetes similis bentevizinho 1, 2, 4, 5, 6, 7, 9, 10 Nemosia pileata Saíra-de-chapéu-preto 5, 6 Pitangus sulphuratus Bem-te-vi 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 Progne chalybea Andorinha-doméstica-grande 11 Pygochelidon cyanoleuca Andorinha-pequena-de-casa 5 Rostrhamus sociabilis Gavião-caramujeiro 3, 4, 5, 11 Sporophila caerulescens coleirinho 1, 2, 3, 4, 9, 10, 11 Stelgidopterix ruficollis Andorinha-serradora 9, 10 Tachycineta leucorrhoa Andorinha-de-sobre-branco 5, 11 Tersina viridis Saí-andorinha 1, 2, 5, 8, 11 Tyrannus melancholicus suiriri 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10, 11 Tyrannus savana tesourinha 2, 4, 5, 6, 8, 9, 11 Vanellus chilensis Quero-quero 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11 Vireo chivi juruviara 1, 2 173/265

194 Considerações Finais A região de inserção da compreende elevada riqueza de avifauna de acordo com os dados secundários (396 espécies) e, de fato, elevada riqueza foi registrada nesta primeira campanha de monitoramento (174 espécies). A riqueza registrada compreende 43,9% daquela esperada de acordo com os dados secundários. Esta elevada riqueza também foi refletida na análise dos índices de comunidade (Shannon H = 4.24) que indicaram riqueza expressiva, maior do que outros estudos em áreas de Mata Atlântica com características vegetacionais similares. O método de Lista de Mackinnon se mostrou mais eficaz no registro da riqueza (149 espécies) enquanto que o método de Ponto de Escuta foi mais eficaz no registro da abundância. A espécie mais abundante foi Saltator similis (trincaferro), espécie de canto melodioso e que sofre com ameaças de captura para comércio ilegal. A elevada presença desta espécie pode indicar ausência desta atividade nas áreas monitoradas. Três espécies não haviam sido registradas nos dados secundários e foram adicionadas à lista de potencial ocorrência. São elas: Buteo swainsoni (gavião-papa-gafanhoto), Primolius maracana (maracanã) e Chloroceryle aenea (martim-pescador-miúdo). Duas espécies registradas se encontram em listas de espécies ameaçadas de extinção regional do estado do Paraná, são elas: Spizaetus melanoleucus (gavião-pato) categorizada como Em Perigo de extinção e Primolius maracana (maracanã) também categorizada como Em Perigo de extinção na lista regional e categorizada como Quase ameaçada na lista nacional e global. Importante ressaltar que quatro espécies altamente sensíveis a impactos antrópicos também foram registradas. Dentre os endemismos do bioma foram registradas 22 espécies. Uma espécie exótica invasora foi registrada, Passer domesticus (pardal) em uma unidade amostral. Duas espécies migrantes neárticas, pertencentes à mesma família foram registradas: Buteo swainsoni (gavião-papa-gafanhoto) e Elanoides forficatus (gavião-tesoura). Importante ressaltar que a riqueza da região tende a aumentar com o esforço advindo das próximas campanhas de monitoramento. 174/265

195 6.4 - Quiropterofauna Introdução Levantamentos faunísticos são fontes primárias para conhecer a distribuição da diversidade, comparar a riqueza e a diversidade de diferentes localidades e elaborar estratégias de conservação, manejo e recuperação das espécies (BERGALLO et al., 2000; PATTERSON, 2002). O programa de monitoramento, que é iniciado por levantamentos faunísticos, é uma ferramenta fundamental para o estabelecimento dessas estratégias de conservação de espécies em ambientes ameaçados. Estudos de monitoramento tem como principal objetivo conhecer a influência dos principais impactos (positivos e negativos) gerados pela implantação de um empreendimento sobre a fauna local. Os resultados obtidos por meio deste tipo de pesquisa podem indicar o papel dos remanescentes de floresta na região da área direta e indiretamente afetadas pelo empreendimento. Com este conhecimento pode-se planejar atividades de manejo e conservação, incluindo o estabelecimento de parâmetros para minimizar os impactos adversos das atividades de implantação do empreendimento. Alguns grupos faunísticos expressam de maneira mais clara que outros os impactos causados a partir da implantação de um empreendimento. Os morcegos são considerados bons indicadores de qualidade ambiental (JONES et al., 2009), uma vez que algumas espécies são bastante sensíveis a alterações na disponibilidade de recursos básicos (SCHULZE et al., 2000; AGUIRRE et al., 2003). A ordem Chiroptera é uma das mais representantes da classe Mammalia, representando cerca 25% das espécies de mamíferos do Brasil (PAGLIA et al., 2012). No Brasil, são registradas 184 espécies de morcegos (DÍAZ et al., 2016) e desse total 117 espécies são registradas em área de Mata Atlântica (VARZINCZAK et al., 2016). Os morcegos possuem importância devido ao seu papel ecológico. Eles são os dispersores de sementes mais importantes entre os mamíferos, além disso desempenham papel essencial na polinização de muitas plantas e muitas espécies são extremamente importantes como controladoras naturais das populações de insetos (REIS et al., 2013; 2017). A Mata Atlântica, bioma que historicamente vem sofrendo ampla degradação devido à intensa pressão antrópica, é bastante heterogênea em sua composição faunística (MITTERMEIER et al., 1999). A grande variação paisagística favorece a diversificação de espécies, que associada ao elevado grau de 175/265

196 endemismo e as altas taxas de destruição à qual está submetida fazem desse bioma um dos principais hotspots mundiais e um dos ecossistemas mais ameaçados do mundo (MYERS et al., 2000). Historicamente, o estado do Paraná era coberto em quase sua totalidade por Mata Atlântica, no entanto restam, atualmente, apenas 10% da sua cobertura original (VARZINCZAK et al., 2016). Apesar dessa redução de suas florestas, o estado apresenta uma rica fauna de mamíferos, com pelo menos 183 espécies registradas (REIS et al., 2009). Desse total, 68 são espécies de morcegos (BIANCONI et al., 2009; SCULTORI et al., 2009; PASSOS et al., 2010, MORATELLI et al., 2011, CARVALHO et al., 2014), representando, aproximadamente, 58% das espécies de morcegos registradas em todo o bioma Mata Atlântica (117 espécies, VARZINCZAK et al., 2016) e 37% das espécies registradas no Brasil (184 espécies, DÍAZ et al., 2016). Da região sul do Brasil, o Paraná é o estado mais rico em espécies de morcegos (PASSOS et al., 2010). Os inventários de morcegos no Paraná foram intensificados a partir de 1980 e desde então surgiram novos registros, porém esses inventários não são bem distribuídos ao longo do estado (MIRETZKI, 2003). Miretzki (2003) e Bernard et al. (2011) encontraram uma maior concentração dos estudos na porção leste, próximo à Curitiba e à planície litorânea, observando uma deficiência de dados na região oeste do estado. Ambos os autores priorizaram as áreas da região oeste do Paraná para novas investigações faunísticas. Neste contexto, a área de inserção da, localizada na região oeste do estado, é, portanto, uma área pouco conhecida em relação à fauna de morcegos. Desta forma, a intensificação dos inventários nas áreas de influência do empreendimento e, consequentemente, o aumento do conhecimento sobre as espécies de morcegos na porção oeste do estado do Paraná podem ajudar na conservação do grupo. Das espécies de morcegos descritas para o estado, duas espécies estão classificadas como em perigo (EN), 13 espécies como vulneráveis (VU) e 17 espécies ainda como deficientes de dados (DD) (PARANÁ, 2010). 176/265

197 Metodologia Dados secundários Para a elaboração da lista de espécies de morcegos com potencial ocorrência para a área do empreendimento, foram levantados dados secundários de estudos feitos na área do empreendimento e nas proximidades (Tabela 15). Abaixo é apresentado uma breve descrição de cada um dos trabalhos utilizados. 1- Sekiama et al. (2001): inventário feito no Parque Nacional do Iguaçu, área próxima a UHE Baixo Iguaçu, sendo uma área do parque considerada área de influência indireta. O inventário foi realizado durante os anos de 1998 a 2000, usando várias metodologias como redes de neblina, observação direta, busca ativa em forros de casa e dados secundários. Com o uso de rede de neblina, foram capturados 1403 indivíduos pertencentes a 26 espécies de morcegos. 2- Consórcio Baixo Iguaçu/Biota, 2015: estudo anterior de monitoramento de fauna da fase de préinstalação realizados na área do empreendimento. O monitoramento de morcegos foi realizado em 11 sítios de amostragens por meio de oito campanhas entre os anos de 2013 a 2015, utilizando o método de redes de neblina. No total, foram capturados 784 indivíduos e 23 recapturas pertencentes a nove espécies de morcegos. 3- Batista & Aranha (2017): inventário realizado na cidade de Palotina, no Paraná, a 165 km de Capitão Leônidas Marques. É um dos poucos inventários de morcegos da região oeste do Paraná, e foi considerada pela proximidade e por estar inserida em área de Floresta Estacional Semidecidual, mesma formação florestal onde se encontra a área da. O inventário foi realizado de janeiro a maio de 2015 usando redes de neblina, com esforço amostral de m².h, e coleta de espécimes caídos no chão em construções humanas. No total, foram capturados 94 indivíduos pertencentes a 12 espécies de morcegos. Os esforços amostrais e a metodologia dos trabalhos citados acima diferem do presente estudo, portanto os dados secundários foram utilizados somente para compor a lista de espécies da área do empreendimento. 177/265

198 Tabela 15: Referências bibliográficas utilizadas como fonte de dados secundários para o levantamento da quiropterofauna de potencial ocorrência para a área de estudo da Usina Hidroelétrica Baixo Iguaçu. Nº Fonte Bibliográfica Sekiama et al. (2001) Consórcio Baixo Iguaçu/Biota (2015) Batista & Aranha (2017) Localidade Coordenadas Método Riqueza Parque Nacional do Iguaçu - PR Áreas de influência da UHE Baixo Iguaçu Palotina - PR ; ; ; Legenda: (*) Riqueza considerada para compilação da presente lista, nem sempre representa a riqueza total do estudo consultado. Redes de neblina, observação direta, busca ativa e dados secundários. 26 Rede de neblina 9 Rede de neblina e coletas ocasionais em construções humanas Dados primários O inventário de morcegos foi conduzido entre os dias 16 a 26 de novembro de 2017 na área de influência da, nos municípios de Capitão Leônidas Marques e Capanema, Paraná. As coletas foram feitas em 11 sítios de amostragem (ver mapa, Anexo II). Os morcegos foram amostrados apenas pelo método de redes de neblina. Em cada sítio amostral foram instalados dois conjuntos de sete redes de neblina, sendo seis delas (12 m x 2,5 m =30m², malha 16 mm) e uma de (6 m x 2,5= 15 m² malha 16 mm), distantes cerca de 100 metros um do outro. As redes foram abertas ao anoitecer e fechadas 6 horas depois, totalizando um esforço de m²*horas*rede por sítio de amostragem [(12 redes * 6 horas * 30m² rede)+ (2 redes * 6 horas * 15m² rede)], m²*horas*rede para a primeira campanha [(12 redes * 6 horas * 30m² rede)+ (2 redes * 6 horas * 15m² rede)* 11 sítios de amostragem]. Em todos os dias amostrados as redes foram montadas por volta de 17:00 horas e abertas a partir 19:00. No entanto foi observado que o pôr do sol estava sendo por volta de 20:00 (devido ao horário de verão vigente), desta forma o horário de rede contabilizado se deu entre 20:00 e 02:00 da manhã, somando-se seis horas rede por noite (Figura 37). 178/265

199 Figura 37: Redes de neblina instaladas durante a 1ª campanha de monitoramento da, novembro/2017. Os morcegos capturados foram acondicionados em sacos de tecido numerados. Para cada exemplar foram anotados o nome da espécie, a data e hora de captura, o número do saco, a medida de comprimento de antebraço (mm), sexo, categoria etária, peso e estágio reprodutivo. A medida de antebraço foi obtida com auxílio de paquímetro (Figura 38 e Figura 39). Já a categoria etária foi verificada através da ossificação das epífises das falanges, classificando os indivíduos em jovens, subadultos ou adultos (ANTHONY, 1988). Sempre que possível os exemplares capturados foram registrados por meio de fotografias com máquina digital. As espécies com peso menor ou igual a cinco gramas ou que eram indivíduos jovens ou filhotes foram feitos furos no dactilopatágio ( punchmarking ) (BONACCORSO & SMYTHE, 1972), somente com a finalidade de evitar que um mesmo indivíduo seja contabilizado como espécime diferente durante as campanhas de um monitoramento. Os demais morcegos foram marcados pelo método de anilhamento no antebraço direito com uma anilha aberta de alumínio anodizado colorida e numerada e soltos no mesmo local. A identificação taxonômica no campo foi realizada de acordo com a literatura especializada e guias de campo (GARDNER, 2008; REIS et al., 2013). O espécime que porventura veio a óbito foi tombado na coleção de mamíferos Adriano Lúcio Peracchi (ALP), localizada no laboratório de Mastozoologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) (Anexo IV). 179/265

200 Figura 38: Morcegos capturados na rede de neblina, sítio de amostragem 08 durante a 1ª campanha de monitoramento da, novembro/2017. Figura 39: Medição de antebraço de Sturnira lilium durante a 1ª campanha de monitoramento da UHE Baixo Iguaçu, novembro/ Análise de dados Para a elaboração da lista de espécies foram considerados os dados primários e secundários e foi usada a classificação taxonômica e a nomenclatura das espécies seguindo Nogueira et al. (2014). Foi apresentado o estado de conservação de todas as espécies de acordo com a lista brasileira de fauna ameaçada de extinção (MMA, 2014), a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, 2017), a lista de espécies de mamíferos ameaçados do estado do Paraná (PARANÁ, 2010) e pela Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora (CITES, 2017). Os morcegos registrados foram separados por hábito alimentar nas seguintes categorias: nectarívoro, frugívoro, insetívoro, onívoro, carnívoro, hematófago e piscívoro (REIS et al., 2017). Esta classificação baseou-se no hábito predominante de cada espécie, embora a maioria dos morcegos possa utilizar mais de um item alimentar. Para análise da estrutura da comunidade de morcegos foram considerados somente os dados primários obtidos através das capturas nos onze sítios amostrados do presente estudo. O esforço amostral foi calculado de acordo com a proposição de Straube & Bianconi (2002). A suficiência amostral foi estimada por meio de curva de rarefação, utilizando-se o estimador não-paramétrico Jackknife-1 (GOTELLI & COLWELL, 2001) utilizando o número de espécies capturadas por noite de amostragem. Esta análise foi realizada utilizando o programa Estimates, versão 9.1 (COLWELL, 2013). 180/265

201 Nome Comum Campanha Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN Paraná Características/ hábito alimentar Relatório Trimestral O sucesso de captura foi calculado dividindo-se o número total de indivíduos capturados pelo esforço amostral, resultando em indivíduos/m 2.h. Para medir a diversidade de morcegos capturados em cada sítio de amostragem, foi calculado o Índice de Diversidade de Shannon (H ) e para avaliar a uniformidade na distribuição das espécies foi calculada a equitabilidade de Pielou (J ). Também foi calculado o valor de dominância em cada sítio amostrado (MAGURRAN, 1955). Todas essas análises foram feitas utilizando o software livre PAST version 2.17 (HAMMER et al., 2001) Resultados e Discussão Lista de espécies, riqueza e representatividade do estudo A partir dos dados secundários de inventários anteriores compilados para área do empreendimento e proximidades, foram registradas 32 espécies de morcegos (SEKIAMA et al., 2001; CONSÓRCIO BAIXO IGUAÇU/BIOTA, 2015; BATISTA & ARANHA, 2017), pertencentes a quatro famílias (Tabela 16). Tabela 16: Lista das espécies de morcegos registradas através de coleta de dados primários e secundários (fontes bibliográficas) para a área de influência da, com respectivos nomes comuns, fitofisionomia, referência (dados secundários), método de registro, categoria de ameaça de acordo com as listas da IUCN (2017) e Paraná (2010), características e hábito alimentar. Estudo realizado nos dias 16 a 26 de novembro de 2017 (estação chuvosa). Nome do Táxon Classe Mammalia Ordem Chiroptera Família Phyllostomidade Subfamília Desmodontinae Desmodus rotundus Morcego vampiro Diaemus youngii morcego 1 Subfamília 1,2 I, III, IV Rede de neblina Registro de coleção LC LC AD/HEM LC DD AD/HEM 181/265

202 Nome Comum Campanha Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN Paraná Características/ hábito alimentar Relatório Trimestral Nome do Táxon Phyllostominae Chrotopterus auritus morcego 1,2 I Tonatia bidens morcego 1 Subfamília Glossophaginae Glossophaga soricina Subfamília Carolliinae Carollia perspicillata Subfamília Glyphonycterinae Glyphonycteris sylvestris Subfamília Stenodermatinae Artibeus fimbriatus Artibeus lituratus Artibeus obscurus Artibeus planirostris Platyrrhinus lineatus Pygoderma bilabiatum morcego 1 morcego 1º 1,2 I, II, III morcego 1 Morcego fruteiro Morcego fruteiro Morcego fruteiro Morcego fruteiro 1º 1,2,3 I, II, III, IV 1º 1,2,3 I, II, III, IV 1º 1 II 3 Morcego 3 Morcego 1,2 I Sturnira lilium Morcego 1º 1,2,3 I, II, III, IV Vampyressa pusilla Família Noctilionidae Morcego 1º 2 I Rede de neblina Rede de neblina Consulta em coleção Rede de neblina Rede de neblina Rede de neblina Rede de neblina Rede de neblina Rede de neblina Rede de neblina Rede de neblina Rede de neblina Rede de neblina Rede de neblina LC LC AD/CAR DD DD AD/ONI LC LC AD/NEC LC LC AD/FRU LC DD AD/INS LC LC AD/FRU LC LC AD/FRU LC LC AD/FRU LC LC AD/FRU LC LC AD/FRU LC LC AD/FRU LC LC AD/FRU DD LC AD/FRU 182/265

203 Nome Comum Campanha Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN Paraná Características/ hábito alimentar Relatório Trimestral Nome do Táxon Noctilio leporinus Família Molossidae Eumops auripendulus Morcego pescador 1 Morcego 3 Eumops glaucinus Morcego 3 Molossus molossus Molossops neglectus Morcego 3 Morcego 1,2 IV Molossus rufus Morcego 1,3 Promops nasutus Morcego 1 Tadarida brasiliensis Família Vespertilionidae Subfamília Vespertilioninae Eptesicus brasiliensis Eptesicus diminutus Morcego 1 Morcego 1 Morcego 1º 1 III Observação direta Coleta de espécime caído no chão Coleta de espécime caído no chão Coleta de espécime caído no chão Registro de coleção 1-Busca ativa em telhado; 3- coleta de espécime caído no chão Registro de coleção Registro de coleção Rede de neblina Rede de neblina LC VU AD/PIS LC DD AD/INS LC DD AD/INS LC LC AD/INS DD EN AD/INS LC LC AD/INS LC VU AD/INS LC LC AD/INS LC LC AD/INS LC LC AD/INS 183/265

204 Nome Comum Campanha Referências Fitofisionomia Método de Amostragem IUCN Paraná Características/ hábito alimentar Relatório Trimestral Nome do Táxon Eptesicus furinalis Morcego 1,3 Lasiurus blossevillii Morcego 1,3 Lasiurus ega Morcego 1 Subfamília Myotinae Myotis levis Morcego 1 Myotis nigricans Morcego 1º 1,3 III Myotis riparius Morcego 1º 1 I Myotis ruber Morcego 1 Registro de coleção; rede de neblina 1- Rede de neblina; 3- coleta de espécime caído no chão Registro de coleção Rede de neblina Rede de neblina Rede de neblina Rede de neblina LC LC AD/INS LC LC AD/INS LC DD AD/INS LC LC AD/INS LC LC AD/INS LC NT AD/INS NT LC AD/INS Legendas: Referências: 1-Sekiama et al. 2001, 2- Consórcio Baixo Iguaçu/Biota, 2015; 3- Batista & Aranha, Fitofisionomia: I- Mata ciliar, II- Floresta estacional semidecidual, III- ambiente alagado, IV- ambiente sob ação antrópica. Categorias de ameaça (IUCN, 2017; Paraná, 2010): EN- em perigo, VU- vulnerável, NT- quase ameaçada, LC- pouco preocupante e DD- dados deficientes. Característica: AD- Ampla distribuição. Hábito alimentar: HE- hematófago, CA- carnívoro, ON- onívoro, NE- nectarívoro, FR- frugívoro, IN- insetívoro, PI- piscívoro. Considerando dados primários e secundários conjuntamente, a família mais rica foi a família Phyllostomidae com 15 espécies, seguida pela família Vespertilionidae com nove espécies. A predominância da família Phyllostomidae pode estar relacionada à metodologia de captura empregada. O uso de redes de neblina instaladas no sub-bosque privilegia a captura de indivíduos dessa família (SIMMONS & VOSS, 1998), visto que a maioria destes animais utiliza o sub-bosque na procura de alimento. Morcegos filostomídeos têm sido apontados na literatura como sendo cruciais para a dinâmica de florestas tropicais, por serem os principais dispersores de sementes de plantas 184/265

205 pioneiras na região Neotropical (KUNZ, 1982; NOWAK, 1994), o que os torna muito importantes no processo de regeneração de áreas desmatadas (FENTON et al., 1992; WHITTAKER & JONES, 1994). Os dados secundários correspondentes ao trabalho de Sekiama et al. (2001) no PNI registraram 26 espécies para o parque, pertencentes a quatro famílias: Phyllostomidae (12 espécies), Noctilionidae (uma espécie), Molossidae (quatro espécies) e Vespertilionidae (nove espécies). O inventário foi feito durante os anos de 1998 a 2000 usando várias metodologias como redes de neblina, observação direta, busca ativa em forros de casa e dados secundários. Com o uso de rede de neblina, foram capturados 1403 indivíduos, sendo as espécies com maior frequência de captura Artibeus lituratus (67%) e Sturnira lilium (17%). Segundo os dados secundários correspondentes ao monitoramento de fauna na fase de pré-instalação (CONSÓRCIO BAIXO IGUAÇU/BIOTA, 2015), há o registro de nove espécies pertencentes a duas famílias: Phyllostomidae (oito espécies) e Molossidae (uma espécie) para a área do empreendimento (Tabela 16). No total, foram coletados 783 indivíduos e 23 recapturas, com maior frequência de captura das espécies Artibeus lituratus, representando 68% dos indivíduos coletados, e Sturnira lilium representando 24%. Quanto aos dados secundários de Batista & Aranha (2017), foram registradas três famílias: Phyllostomidae (cinco espécies), Molossidae (quatro espécies) e Vespertilionidae (três espécies). No total, foram capturados 94 indivíduos pertencentes a 12 espécies, sendo as de maior frequência de captura as espécies S. lilium (32%) e A. lituratus (28%). As espécies da família Molossidae foram todas registradas pela coleta de espécimes caídos no chão de construções. A partir dos dados primários do presente estudo, foram capturados 169 indivíduos, representando nove espécies de morcegos, as quais representam 13% das 68 espécies registradas para o estado do Paraná. As espécies capturadas pertencem a seis gêneros e duas famílias: Phyllostomidae (seis espécies) e Vespertilionidae (três espécies). O número de indivíduos capturados e a frequência de captura de cada espécie estão listados na Tabela 17. Por enquanto, a espécie com maior frequência de captura na área foi S. lilium com, aproximadamente, 46% do total de indivíduos capturados, seguida de A. lituratus com, aproximadamente, 39% das capturas. Na fase anterior do monitoramento A. lituratus (68%) apresentou maior frequência de captura, seguida de S. lilium (24%). 185/265

206 Todas as nove espécies registradas na primeira campanha do presente estudo são de ampla distribuição e já apresentavam registros para a área do empreendimento (SEKIAMA et al. 2001; CONSÓRCIO BAIXO IGUAÇU/BIOTA, 2015). Tabela 17: Lista das espécies, abundância e frequência de captura dos morcegos capturados na 1ª campanha de monitoramento de fauna terrestre da nos respectivos sítios de amostragem. Estudo realizado entre os dias 16 a 26 de novembro de 2017 (estação chuvosa). Classe Mammalia Ordem Chiroptera Família Phyllostomidae Subfamília Carolliinae Espécie Abundância Frequência de captura (%) Sítios de registro Carollia perspicillata 08 4,7 2, 6, 7, 8, 11 Subfamília Stenodermatinae Artibeus fimbriatus 06 3,6 1,7,8,11 Artibeus lituratus 65 38,5 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 11 Artibeus obscurus 03 1,8 1, 8 Sturnira lilium 78 46,2 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10, 11 Vampyressa pusilla 01 0,6 6 Família Vespertilionidae Subfamília Vespertilioninae Eptesicus diminutus 03 1,8 2, 4 Subfamília Myotinae Myotis nigricans 01 0,6 11 Myotis riparius 04 2,4 5, 7, 11 O valor da diversidade calculada para esta primeira campanha foi H = 1,28 e o valor da equitabilidade foi mediano (J =0,58) (Tabela 18), mostrando que a comunidade de morcegos não está distribuída uniformemente, havendo uma dominância de espécies (D=0,37). Na região Neotropical, comunidades de morcegos são frequentemente marcadas por dominância de poucas espécies abundantes (principalmente frugívoros da família Phyllostomidae) e várias outras raras dentro do conjunto taxonômico (PEDRO, 1992). Na área de estudo observa-se padrão similar, com presença de poucas espécies muito abundantes (Sturnira lilium e Artibeus lituratus) ao lado de várias outras menos abundantes (Figura 40). 186/265

207 Tabela 18: Dados de riqueza, abundância, esforço amostral (m2.h), sucesso de captura (indivíduos/m2.h), índice de diversidade de Shannon (H'), equitabilidade (J') e dominância (D) nos sítios amostrados na primeira campanha de monitoramento da fauna terrestre da. Estudo realizado entre os dias 16 a 26 de novembro de 2017 (estação chuvosa). Sítios Riqueza Abundância Esforço amostral Sucesso de captura H J D Sítio ,005 1,19 0,86 0,35 Sítio ,01 0,97 0,70 0,43 Sítio ,01 0,65 0,94 0,54 Sítio ,002 1,06 0,96 0,36 Sítio ,008 0,77 0,71 0,56 Sítio ,007 1,21 0,87 0,33 Sítio ,008 1,16 0,72 0,38 Sítio ,02 1,14 0,71 0,38 Sítio Sítio , Sítio ,003 1,73 0,97 0,19 Total ,006 1,28 0,58 0,37 Essa predominância das espécies S. lilium e A. lituratus tem sido comum em inventários feitos em outras regiões do Paraná, tanto em fragmentos florestais urbanos quanto em fragmentos em florestas (REIS et al., 2000; SEKIAMA et al., 2001; ORTÊNCIO-FILHO et al., 2005; ZANON & REIS, 2007; FREGONEZI et al., 2013; GAZARINI & PEDRO, 2013; BATISTA & ARANHA, 2017). O inventário de morcegos usando apenas redes de neblina no nível do solo privilegia a amostragem de espécies frugívoras e nectarívoras (família Phyllostomidae), que forrageiam principalmente no subbosque (PEDRO, 1992). Porém, na área do empreendimento, foram registradas maior número de espécies insetívoras (17 espécies), sendo estas difíceis de capturar com redes de neblina devido ao hábito de forrageio. Das 17 espécies insetívoras, nove espécies são da família Vespertilionidae, sete da família Molossidae e uma da família Phyllostomidae (Tabela 16). Os vespertilionídeos costumam forragear sobre a água e os molossídeos se abrigam principalmente em construções humanas e voam nos estratos mais altos da floresta (REIS et al., 2007). Portanto, o uso de redes próximo a habitações humanas e à água podem contribuir para aumentar a probabilidade de captura de espécies tidas como difíceis de coletar, como as espécies insetívoras (DIAS et al., 2008). Com relação ao número de indivíduos capturados, contudo, as espécies frugívoras são ainda as mais abundantes. 187/265

208 A presença de espécies frugívoras é positiva para a área, pois elas desempenham importantes papéis ecológicos, onde dispersam sementes de várias espécies de plantas, incluindo espécies pioneiras (PERACCHI et al., 2011). Desse modo contribuem para a regeneração dos ambientes fragmentados observados na região do empreendimento. Figura 40: Frequência das espécies de morcegos capturados na 1ª campanha do programa de monitoramento da fauna terrestre da. Estudo realizado entre os dias 16 a 26 de novembro de 2017 (estação chuvosa). Carollia perspicillata apresenta ampla distribuição geográfica nas Américas. Sua dieta é frugívora, constituída principalmente de plantas e tem preferência por plantas da família Piperaceae, gênero Piper, sendo importante dispersora de plantas primárias. Prefere habitats florestados, mas pode adaptar-se a reflorestamentos e ambientes degradados. Abriga-se em ocos de árvores, cavernas, bueiros, folhagens e edificações abandonadas (REIS et al., 2017). Artibeus fimbriatus é espécie endêmica da América do Sul, não havendo registro apenas na região norte do Brasil. Sua dieta é predominantemente frugívora, com predominância de Cecropia spp. e Ficus spp., podendo complementar sua dieta com insetos e recursos florais. Habita em geral áreas de floresta, rara em ambientes urbanos. Abriga-se sob a folhagem e ocos de árvores (REIS et al., 2013; 2017). Artibeus lituratus tem ampla distribuição na região Neotropical, ocorrendo em todas as regiões do Brasil. É uma das espécies mais conhecidas no Brasil devido sua alta abundância em quase toda sua 188/265

209 área de distribuição, com presença destacada em ambientes urbanos. Apresenta uma dieta variada, mas é predominantemente frugívora (principalmente Cecropia spp. e Ficus spp), sendo uma espécie muito importante para a dispersão de sementes. Também se alimenta de espécies exóticas, como Terminalia catappa (amendoeira) e Musa spp. (bananeira). Habita praticamente qualquer ecossistema da região Neotropical e possui grande adaptabilidade a áreas alteradas e urbanas. Abriga-se principalmente sob a folhagem, mas também em edificações (REIS et al., 2013; 2017). Artibeus obscurus é espécie endêmica da América do Sul e possui registro em todas as regiões. Possui dieta frugívora, com preferência por Cecropia spp. e Ficus spp. Espécie comum em ambientes úmidos de floresta primária, porém podem ocorrer em áreas urbanas. Abriga-se sob a folhagem ou em ocos de árvore (REIS et al., 2017). Sturnira lilium possui registro em todas as regiões do Brasil. Essa espécie utiliza uma grande variedade de habitats e abrigos. Possui dieta frugívora e consome predominantemente frutos de Solanum spp., do qual é a principal dispersora. Abriga-se em folhagens, ocos de árvore, cavernas e em grande variedade de construções humanas (REIS et al., 2013; 2017). Vampyressa pusilla é espécie endêmica da América do Sul. No Brasil, há registros da espécie para o sudeste, sul, nordeste e centro-oeste. Apesar da sua ampla distribuição, esta espécie é conhecida por possuir baixa abundância na Mata Atlântica, pois é representada por apenas algumas capturas nos inventários que é registrada, e essa característica é atribuída ao seu hábito de alimentação especializado (PEDRO et al., 2001; PASSOS et al., 2003; BIANCONI et al., 2004). Sua dieta é frugívora com preferência por Ficus spp. Habita com maior frequência florestas úmidas, mas ocorre também nos cerrados, e poucos registros são conhecidos para ambientes alterados. Abriga-se geralmente em tendas construídas com folhas grandes (REIS et al., 2013; 2017). É classificada como dados deficientes pela IUCN (2017). Eptesicus diminutus possui registro em quase todas as regiões do Brasil. Sua dieta é insetívora, principalmente lepidópteros e dípteros. Pode ser capturada tanto em áreas secundárias quanto primárias, no interior ou na borda de florestas. Na bacia do rio Tibagi (PR), é a espécie mais encontrada do gênero (REIS et al., 2002). Como abrigo, utiliza cascas e ocos de árvores, bem como construções humanas. Apesar da sua ampla distribuição não é considerada uma espécie comum (REIS et al., 2013; 2017). A espécie E. diminutus foi registrada somente em dois sítios. É uma espécie insetívora aérea de 189/265

210 difícil captura em rede de neblina devido seu comportamento de forrageio. Esse sítio fica próximo a margem de um afluente do rio Iguaçu, e a proximidade da água pode ter favorecido sua captura. Myotis nigricans distribui-se na América Latina, no Brasil possui registros para quase todos os estados. Dentre as espécies brasileiras do gênero, M. nigricans é a que aparece com maior frequência em estudos de inventários, sendo capturada tanto em ambientes bem conservados quanto modificados. Possui dieta insetívora com consumo de dípteros, coleópteros e lepidópteros. Encontrada tanto em florestas primárias quanto em área urbana, são bem tolerantes a alterações ambientais. Abriga-se em ocos de árvores, cavernas, fendas em rochas, folhas secas de palmeiras e edificações humanas (REIS et al., 2013; 2017). Myotis riparius é amplamente distribuída na região neotropical e foi registrada em todas as regiões do Brasil. Com uma dieta insetívora, essa espécie tem seu forrageio quase sempre associado a ambientes aquáticos, com a captura de presas sobre a água. Já foi registrada em diversos ambientes, inclusive ambientes antrópicos, demonstrando possuir uma grande plasticidade para temperaturas e habitats. Habita preferencialmente ambientes próximos a cursos de água e abriga-se em cascas de árvores e edificações humanas (NOVAES et al., 2017; REIS et al., 2017). Essa espécie foi capturada em três sítios e ela é classificada como quase ameaçada para o Paraná (PARANÁ, 2010). No geral, a fauna de morcegos na área do empreendimento é composta por espécies comuns, com exceção de V. pusilla e E. diminutus que são consideradas raras em inventários Suficiência amostral curva do coletor (curva de rarefação) e riqueza estimada Considerando a primeira campanha do monitoramento do presente estudo, a curva de rarefação não apresentou uma estabilização, mostrando ainda uma forma ascendente (Figura 41). Isso sugere que novos registros podem ser esperados para a área de estudo. Pelo método de amostragem foram observadas nove espécies na área do empreendimento, porém o estimador de riqueza Jackknife-1 estimou um total de 11 espécies, mostrando que as espécies observadas representam 83% da riqueza que pode existir na área. 190/265

211 Figura 41: Curva de rarefação (linha preta) com riqueza esperada (linha cinza) usando o estimador Jackknife 1 (Jack 1) das espécies de morcegos da primeira campanha do Programa de Monitoramento de fauna terrestre da. Estudo realizado entre os dias 16 a 26 de novembro de 2017 (estação chuvosa). Ao longo do monitoramento de fauna da fase de pré-instalação, foram registradas quatro espécies na área do empreendimento que não foram registradas nesta primeira campanha do presente estudo, Desmodus rotundus, Chrotopterus auritus, Pygoderma bilabiatum e Molossops neglectus. E nesta primeira campanha do presente estudo, foram acrescentadas quatro espécies à lista, Artibeus obscurus, Eptesicus diminutus, Myotis nigricans e M. riparius. As demais espécies foram coletadas em ambas as fases do monitoramento. Desta forma, são confirmadas 13 espécies coletadas na área da até o momento. Com relação às espécies registradas no monitoramento anterior e que ainda não foram registradas no presente estudo, ainda é muito cedo para afirmar que seja consequência de algum impacto direto das obras da. 191/265

212 Sucesso de captura O esforço amostral para cada sítio foi de m².h, totalizando um esforço de 25,740 m².h para a primeira campanha. Esse esforço resultou na captura de 169 indivíduos de nove espécies, apresentando um sucesso de captura de 0,66 indivíduos/m².h. Esse valor do sucesso de captura pode ser equiparado a outros estudos realizados em Mata Atlântica no Paraná (BIANCONI et al., 2004; FREGONEZI et al., 2013). O sítio com maior sucesso de captura foi o sítio 8 (1,58), que provavelmente está relacionado ao elevado número de indivíduos capturados das espécies Sturnira lilium e Artibeus lituratus. Neste sítio foi obtida a maior abundância área de estudo (Tabela 19). Os de menor sucesso foram os sítios 9 e 10, provavelmente devido a fortes chuvas que ocorreram nos dias que estes sítios foram amostrados. Sabe-se que chuvas ao longo da amostragem podem desfavorecer a captura de morcegos através do método com rede de neblina (e.g. CARVALHO et al., 2011). Tabela 19: Sucesso amostral por captura com redes de neblina durante 1ª campanha de monitoramento de quiropterofauna da. Outubro/novembro, Sítio Esforço (m².h) Indivíduos Sucesso de captura , , , , , , , , , , ,34 TOTAL ,66 192/265

213 Espécies ameaçadas, raras, endêmicas e novos registros Das espécies registradas, nenhuma se encontra nas listas do MMA (2014) e CITES (2017). Ressalta-se o registro de Molossops neglectus durante a fase 1 do monitoramento, espécie classificada como em perigo pela lista das espécies de mamíferos ameaçados no estado do Paraná (PARANÁ, 2010) e classificada como dados deficientes na lista internacional (IUCN, 2017). Sekiama et al. (2001) consideraram essa espécie para o Parque Nacional do Iguaçu baseado no registro de Barquez et al. (1999) no Parque Nacional Iguazu, Argentina. Posteriormente, Gazarini & Bernardi (2007) e Gazarini & Pedro (2013) registraram a espécie em um parque urbano em Maringá, região norte do Paraná. O monitoramento da fase de pré-instalação registrou um indivíduo dessa espécie para a área do empreendimento. Embora de ampla distribuição essa espécie parece ser mal amostrada (GAZARINI & PEDRO, 2013). Noctilio leporinus e Promops nasutus, até o momento registrados apenas por dados secundários, são classificadas como vulneráveis para o estado do Paraná (PARANÁ, 2010). Noctilio leporinus foi registrada por Sekiama et al. (2001) no Parque Nacional do Iguaçu por observação direta, e P. nasutus foi baseado no registro de Barquez et al. (1999) no Parque Nacional Iguazu, Argentina. Porém, Miretzki (2003) não considerou essas espécies para essa região do estado. Apesar de ampla distribuição em todo o Brasil, Noctilio leporinus tem sido registrada apenas em Londrina (REIS et al., 2006) e Maringá (GAZARINI & PEDRO, 2013), região norte do Paraná, e Guaratuba (BORDIGNON, 2006), região leste. Essa espécie vive em grandes colônias, com até centenas de indivíduos, em habitat florestado próximo a rios, riachos, lagos, lagoas, cavernas com corpos d agua e manguezal. Abriga-se em ocos de árvores, cavernas e fendas de rochas (REIS et al., 2017). Miretzki (2003) registrou P. nasutus para Curitiba e Palmital, região leste e central do Paraná, através de consultas às coleções de mamíferos do Museu de História Natural Capão da Imbuia. Pacheco et al. (2010) consideraram essa espécie como rara em área urbana de Curitiba. Algumas espécies são ainda classificadas como dados deficientes, como Diaemus youngii, Tonatia bidens, Glyphonycteris silvestres, Eumops auripendulus, E. glaucinus e Lasiurus ega para o Paraná (PARANÁ, 2010), sendo T. bidens classificada como deficiente de dados também na lista internacional (IUCN, 2017). O registro dessas espécies é importante, pois são pouco capturadas em inventários e não se sabe muito sobre suas populações. 193/265

214 Das espécies capturadas na primeira campanha do presente estudo, Myotis riparius é classificada como quase ameaçada para o Paraná (PARANÁ, 2010) e Vampyressa pusilla como dados deficientes pela lista internacional (IUCN, 2017), sendo espécies importantes para serem monitoradas durante toda a instalação do empreendimento Espécies bioindicadoras de qualidade ambiental Algumas espécies de morcegos são consideradas bioindicadoras de qualidade ambiental (FENTON et al., 1992; RUSSO & JONES, 2015), pois apesar de serem altamente adaptáveis e abundantes, decrescem rapidamente em ambientes que passaram por algum tipo de atividade humana (KUNZ & PIERSO, 1994). Apesar disso, há espécies que convivem em harmonia em ambientes antropizados como construções humanas (TRAJANO, 1984; REIS et al., 2006) e fragmentos florestais (REIS et al., 2000; REIS et al., 2006). A utilização de espécies da família Phyllostomidae como indicadores das alterações da vegetação pode ser notadamente interessante, já que tais espécies tendem a responder, rapidamente, às alterações estruturais da paisagem (MEDDELÍN et al., 2000). A presença de espécies da subfamília Phyllostominae pode ser um indicativo de um ambiente mais bem conservado, pois são espécies mais sensíveis à modificação em seu habitat por possuírem hábito alimentar mais específico (FENTON et al., 1992; MEDDELÍN et al., 2000). Na área do empreendimento, foram registradas Chrotopterus auritus e Tonatia bidens, ambos pertencentes a essa subfamília. Tonatia bidens foi registrada para a área do PNI (SEKIAMA et al., 2001) e C. auritus foi registrada para a área do empreendimento (CONSÓRCIO BAIXO IGUAÇU/BIOTA, 2015). Chrotopterus auritus é carnívoro, se alimentando de pequenos vertebrados e até outros morcegos. Tonatia bidens se alimenta preferencialmente de inseto, mas consome também frutos e pequenos vertebrados, inclusive outros morcegos (REIS et al., 2013). Assim como existem espécies de morcegos que são indicadoras de qualidade ambiental, outras não são afetadas diretamente pela má qualidade do ambiente, provavelmente por serem mais generalistas e menos exigentes quanto ao ambiente em que vivem (JONES et al., 2009). Sabe-se que a fragmentação e a abertura de clareiras podem gerar consequências, como o aumento na densidade de morcegos da subfamília Stenodermatinae, como Artibeus lituratus e Sturnira lilium, já que estas espécies se alimentam principalmente de plantas pioneiras presentes em bordas e clareiras (MEDELLÍN 194/265

215 et al., 2000). As espécies acima citadas são comuns em levantamentos devido a suas menores sensibilidades aos efeitos da fragmentação. Por apresentarem um alto potencial adaptativo, podem ocupar mais facilmente diversos ambientes (ORTÊNCIO FILHO et al., 2005). Portanto, a forte dominância dessas espécies na comunidade pode indicar um ambiente degradado e fragmentado. As subfamílias Carollinae e Stenodermatinae possuem a maior diversidade de hábitos alimentares, destacando-se entre eles a frugivoria. Por consequência, são importantes agentes da dinâmica florestal, contribuindo com serviços ecológicos como a dispersão de sementes e frutos, e desempenhando papel relevante na recuperação de habitats fragmentados ou florestas muito alteradas, devido à capacidade de explorar diversos recursos (PERACCHI et al., 2011) e fazer com que sementes circulem de áreas mais conservadas para áreas a serem recuperadas (KRIECK et al., 2006). O fato de apresentarem uma dieta diversificada de frutos, que abrange tanto espécies de árvores quanto de arbustos em estágios iniciais de sucessão ecológica (MARINHO-FILHO, 1996), faz deste grupo um componente importante das florestas neotropicais. As condições ambientais geradas pela ação antrópica podem beneficiar as espécies generalistas por propiciar alimento, refúgio e sítios de reprodução. Porém, às espécies especialistas, o impacto pode inibir sua presença nesse habitat ao retirar recursos essenciais a sua sobrevivência. De qualquer forma, comunidade de morcegos monitoradas a médio e longo prazo podem funcionar como indicadores de qualidade ambiental (JONES et al. 2009; RUSSO & JONES 2015) Espécies de importância econômica e cinegética No Brasil, nenhuma espécie de morcego é listada como cinegética (CITES, 2017). Devido ao seu grande papel ecológico, os morcegos possuem também importância econômica. Por possuir uma grande diversidade alimentar, os morcegos desempenham vários serviços ambientais. Os morcegos insetívoros, por exemplo, são predadores vorazes de insetos, incluindo muitas pragas de lavouras e de florestas (REIS et al., 2007). Boyles et al. (2011) sugeriram que a perda de morcegos na América do Norte poderia levar a perdas agrícolas estimadas em mais de US$ 3,7 bilhões/ano. Morcegos insetívoros geralmente consomem insetos que normalmente não são predados por aves, pois poucas aves se alimentam à noite. Algumas espécies pequenas, com peso em torno de 4 a 7 gramas, podem consumir mosquitos e pernilongos (possíveis vetores de doenças), chegando a ingerir 195/265

216 seu próprio peso em uma única noite, o que representa a retirada de centenas desses insetos do ambiente por noite (REIS et al., 2017). Os morcegos frugívoros são os dispersores de sementes mais importantes entre todos os mamíferos, e as espécies da família Phyllostomidae estão entre as principais responsáveis pela regeneração das florestas neotropicais (BREDT et al., 1996). Os morcegos nectarívoros desempenham papel importante na polinização de pelo menos 500 espécies de plantas neotropicais, sendo que muitas dessas plantas são economicamente importantes para a humanidade como fonte alimentar ou ornamentais (REIS et al., 2007) Espécies potencialmente invasoras, oportunistas ou de risco epidemiológico, incluindo as domésticas Na área do empreendimento, foram registradas duas espécies hematófagas, Desmodus rotundus (CONSÓRCIO BAIXO IGUAÇU/BIOTA, 2015) e Diaemus youngii (SEKIAMA et al., 2001). A espécie D. rotundus é considerada o principal vetor silvestre da raiva, sendo responsável por grandes perdas na produção de gado (REIS et al., 2017). Também está cada vez mais envolvida na transmissão da raiva humana, embora o potencial de transmissão da doença para seres humanos a partir de morcegos seja baixo (MORAN et al., 2015). Diaemus youngii, apesar de ser também hematófaga, tem preferência por sangue de aves e não é um transmissor efetivo no ciclo da raiva (BREDT et al., 1996). Outras espécies de morcegos não hematófagos podem ser vetores da raiva, porém D. rotundus é a mais preocupante devido seu hábito alimentar. Sua dieta consiste principalmente de sangue de grandes mamíferos (SÁNCHEZ-CORDERO et al., 2010). Em função da produção em larga escala de animais de criação, a espécie passou a incluir em sua alimentação sangue desses animais como bovinos, equinos e suínos e, ocasionalmente, podem se alimentar de seres humanos, cachorros e aves (BOBROWIEC et al., 2015). A presença dessa espécie em grande quantidade pode indicar degradação do habitat que é causada por grandes rebanhos de animais de criação, considerando que D. rotundus é uma espécie que pode ser muito favorecida por alterações ambientais desta natureza (ZORTÉA et al., 2010). Desta forma, é uma espécie que deve ser sempre considerada durante o monitoramento de fauna. No monitoramento anterior, foram capturados sete indivíduos de D. rotundus (CONSÓRCIO BAIXO IGUAÇU/BIOTA, 2015). No presente estudo, não foi capturado nenhum indivíduo dessa espécie. 196/265

217 Considerações Finais Considerando os dados primários e secundários a área da apresentou o total de 27 espécies de morcegos. No geral, a fauna de morcegos na área do empreendimento é composta por espécies comuns, com poucas exceções, e todas de ampla distribuição. A dominância em número de indivíduos de espécies frugívoras da família Phyllostomidae (A. lituratus e S. lilium) pode ser explicada pelas atividades antrópicas associadas à fragmentação dos habitats. A fauna de quirópteros é diretamente afetada pela supressão da vegetação, e a perda desta vegetação acarreta perda de recursos alimentares, abrigo disponível para estas espécies e modificação da paisagem, afetando principalmente as espécies com hábito especialista. O Parque Nacional do Iguaçu fica próximo à área do empreendimento, servindo como um refúgio para as espécies de hábitos mais especializados. As principais ameaças às espécies de morcegos, além da supressão da vegetação, são a diminuição dos fragmentos florestais existentes no local, que podem favorecer espécies generalistas e eliminar espécies mais específicas; e a introdução de animais domésticos como gatos, que sabidamente usam os morcegos como presa. Das espécies registradas por dados secundários, pelo menos três são classificadas como ameaçadas: Noctilio leporinus (VU), Promops nasutus (VU) e Molossops neglectus (EN). Das espécies capturadas no presente estudo, merecem destaque Vampyressa pusilla, que é classificada como dados deficientes pela IUCN, e Myotis riparius, que é classificada como quase ameaçada para o estado da Paraná. Essas espécies devem receber atenção durante todo o monitoramento. A espécie Desmodus rotundus merece atenção ao longo do monitoramento por ser uma espécie que pode ser muito favorecida por alterações ambientais como a supressão da vegetação. Essas alterações no ambiente ao longo do período de obra associada a realocações de rebanhos podem gerar surtos de raiva animal na região. Levando em consideração os aspectos apresentados, considera-se importante a continuidade do monitoramento, proporcionando maiores subsídios a respeito do estado de conservação dos remanescentes florestais e as contribuições desenvolvidas por morcegos nas abrangências da área do empreendimento. 197/265

218 7 - FAUNA SEMIÁQUATICA Cágado- rajado (Phrynops williamsi) Introdução O cágado-rajado Phrynops williamsi (RHODIN & MITTERMEIER, 1983) integra o complexo P. geoffroanus e é distinguido de outras espécies do gênero principalmente pela faixa negra localizada no mento, em forma de ferradura, e a coloração marrom com reticulações amarelo-alaranjadas da carapaça (RHODIN & MITTERMEIER, 1983). No Brasil, esta espécie tem ocorrência registrada nos três estados do sul do país. No Paraná, é conhecido para os rios da bacia do Iguaçu, principalmente à montante das cataratas (RIBAS & MONTEIRO-FILHO, 2002; BÉRNILS et al., 2004); e no Rio Grande do Sul é conhecido principalmente em rios de áreas baixas da planície pampiana e da serra (RHODIN & MITTERMEIER, 1983; BUJES, 2010). Além do sul do Brasil, P. williamsi pode ser encontrado nas províncias argentinas de Missiones e Corrientes (WALLER & CHEBEZ, 1987; CABRERA, 1993), onde foi considerada como Vulnerável a extinção (PRADO et al., 2012), na metade norte do Uruguai (RHODIN & MITTERMEIER, 1983), onde foi recentemente classificada como Quase Ameaçada (CARREIRA & MANEYRO, 2015), e no Paraguai (RHODIN et al., 1988), onde a espécie também foi considerada Vulnerável (MOTTE et al., 2009). P. williamsi é restrito a ambientes lóticos, em rios de médio a grande porte de correnteza acentuada e de fundo rochoso. Tais ambientes têm alto potencial hidrelétrico e a construção de barragens altera completamente o habitat original da espécie. As margens dos rios são importantes para a espécie, pois são utilizadas para a nidificação. Sabe-se que fêmeas de diversas espécies de quelônios deambulam por áreas próximas aos cursos d água (MOLINA, 1992), e o mesmo se aplica às fêmeas de cágadorajado, que podem cobrir algumas centenas de metros em terra (RFB, dados não publicados). BÉRNILS et al. (2004), relataram o desaparecimento de algumas populações do rio Iguaçu após a formação de reservatórios de empreendimentos hidrelétricos, associando isto à transformação do ambiente lótico para lêntico. Esta espécie foi então classificada como Vulnerável na lista de espécies ameaçadas de extinção do Paraná (IAP, 2007) e no âmbito nacional como Dados Deficientes (MMA, 2014). 198/265

219 Desde sua descrição não foram realizados estudos sobre a história natural da espécie, havendo apenas registros pontuais na literatura sobre sua ecologia. Esta é uma constante para o grupo, uma vez que o conhecimento da ecologia dos quelônios é incipiente e pontual, e isto se deve a diversos fatores, dentre os quais inclui-se a longevidade das espécies (GIBBONS, 1987), o que acarreta a necessidade de estudos de longo prazo (TINKLE, 1979), a dificuldade de captura, especialmente de neonatos até o segundo ano de vida (IVERSON, 1991) e o tipo habitat ocupado por este grupo (VOGT, 1980). A espécie de interesse deste estudo, P. williamsi, possui diversas adaptações morfológicas e comportamentais que refletem a estreita relação dos indivíduos com seu habitat, o qual, como citado anteriormente, possui alto potencial para produção de energia hidrelétrica. Desta forma, investigar aspectos biológicos e ecológicos desta espécie, especialmente relacionados à área de vida e ecologia reprodutiva, é de fundamental importância para a construção de estratégias de manejo e conservação efetivas Metodologia Redes feiticeiras (trammel nets) Para a captura de indivíduos de Phrynops williamsi foram utilizadas redes feiticeiras (trammel nets), de 2,0 m de altura x 20 m de comprimento, compostas por duas malhas externas de 15 cm e uma malha interna de três cm entre nós, método comumente empregado em estudos com espécies de quel nios que ocupam águas profundas e correntezas, onde outros métodos são pouco aplicáveis (VOGT, 1980; FACHÍN-TER N et al., 2003; BERNHARD, 2010), além de ter a vantagem de capturar indivíduos de diferentes classes de tamanho (VOGT, 2012). As redes foram colocadas paralelas às margens do rio, no início da manhã, e revisadas em intervalos de três horas para evitar morte acidental por fadiga ou afogamento (VOGT, 1980). Logo após a captura foram tomadas as medidas morfométricas de cada indivíduo, que posteriormente foi marcado e solto no mesmo local da captura (Figura 42 e Figura 43). No Plano de trabalho estava previsto para cada trecho de monitoramento (controle e tratamento) a seleção de três áreas que seriam amostradas por um dia cada, totalizando três dias de monitoramento em cada trecho e seis dias de monitoramento por campanha. No entanto, até a finalização da primeira campanha o ICMBio não havia se manifestado em relação a permissão de amostragem na área do 199/265

220 Parque Nacional do Iguaçu, dessa forma o trecho controle não foi amostrado por este método. Além disto, devido às condições climáticas e ao aumento da vazão do rio Iguaçu, não foi possível cumprir um dia de amostragem com redes, bem como, devido as condições do rio, nem sempre foi possível instalar todas as 15 redes previstas. Desta forma, o esforço amostral total empregado nesta campanha foi de min*m 2 (Tabela 20). Tabela 20: Descrição do esforço empregado com redes feiticeiras (trammel nets) durante a primeira campanha de monitoramento do cágado-rajado (Phrynops williamsi) nas áreas de influência da, outubro/novembro de DATA SUBTRECHO Coordenada central TEMPO DE EXPOSIÇÃO ESFORÇO NÚM. REDES x y (min) (min *m²) 27/out 2a /out 2a /out 2a /out 2b /out 2c /nov 2c TOTAL para redes feiticeiras Caracterização dos Indivíduos Capturados Para obtenção dos dados morfométricos foram utilizados dois paquímetros, um Zaas de 140 mm (precisão de 0,05 mm) e um paquímetro antropométrico Cescorf de 600 mm. A massa de cada indivíduo foi obtida com auxílio de uma balança Spring Pesola com capacidade de 10 kg e precisão de 100 g. Os registros morfométricos seguem os propostos por LEGLER (1990), a saber: CMC: Comprimento máximo da carapaça, medido da borda anterior do primeiro escudo marginal (ou do escudo nucal) até a borda posterior do escudo supracaudal; LMC: Largura máxima da carapaça, onde ocorre a maior distância entre a borda lateral dos escudos marginais de um lado ao outro; AMC: Altura máxima do casco, perpendicularmente ao plastrão, ao nível da maior distância entre os escudos do plastrão e os vertebrais da carapaça; CSMV: Comprimento da sutura médio-ventral, do plastrão, da borda anterior do escudo intergular até o ponto mais posterior da intersecção dos escudos anais; CMP: Comprimento máximo do plastrão, da borda anterior do escudo gular até a borda posterior do escudo anal; LMP: Largura máxima do plastrão, através da sutura até os escudos abdominais e peitorais, de 200/265

221 um ponto de intersecção entre estes dois escudos e o marginal até o outro; CURV: Curvatura, que é o comprimento curvilíneo da carapaça, medido desde a borda anterior do primeiro escudo marginal até a borda posterior do escudo supra caudal; VAO: Distância da borda posterior do escudo supra caudal até a ponta da sutura médio ventral do plastrão; CCD1: Distância da base da cauda ao orifício cloacal; CCD2: Distância da base à ponta da cauda; MAND: largura máxima da mandíbula; CAB: altura máxima da cabeça. Marcação A marcação seguiu o método de CAGLE (1939), que consistiu em fazer um entalhe quadrado nos escudos marginais do indivíduo com uma serra manual. Todos os quel nios possuem 12 desses escudos de cada lado da carapaça; então, numerando-os de 1 a 12 e utilizando D e E para designar os lados direito e esquerdo (vista dorsal do animal) gerou-se uma sequência de códigos que permite marcar centenas de indivíduos. Além disso, uma numeração feita de cola epóxi foi adicionada na carapaça nos indivíduos, o que facilita o reconhecimento e individualização dos mesmos à distância. De forma complementar a estas duas marcações, foi utilizada a técnica de foto-identificação, que se baseia no princípio de que o animal possui partes do corpo que o distingue dos outros indivíduos. Para tanto, a região do mento de cada indivíduo é fotografada, e as fotografias compõem um banco de imagens que serve de catálogo para individualizar os animais capturados. Os indivíduos capturados foram sexados de acordo com caracteres sexuais secundários, tais como tamanho de cauda e concavidade do plastrão. Os espécimes que apresentaram esses caracteres foram considerados adultos, do contrário, considerados como sexo não definido (SND). 201/265

222 Figura 42: Captura de cágado-rajado em rede feiticeira. Indivíduo capturado no Trecho 2ª durante a primeira campanha de campo da UHE Baixo Iguaçu. Outubro/Novembro de Figura 43: Procedimento de morfometria durante a primeira campanha de monitoramento de cágado-rajado. Indivíduo capturado próximo ao canteiro de obras da (Trecho 2c). Outubro/Novembro de Contagem visual Por meio de deslocamento a barco, lentamente, procurou-se por espécimes de Phrynops williamsi que estivessem assoalhando. No trecho 1 (área controle) foram realizadas duas horas de observação por quatro dias, pois em um dia o carro de apoio apresentou problemas e foi para manutenção. Já no trecho 2 (área tratamento) foram realizadas normalmente duas horas de observação por cinco dias, totalizando um esforço de 18 horas de observação (Tabela 21). Tabela 21: Descrição do esforço empregado por contagem visual durante a primeira campanha de monitoramento do cágado-rajado (Phrynops williamsi) nas áreas de influência da, outubro/novembro de Trecho Método Coordenada 1 Observação - dia H 1 Observação - dia H 1 Observação - dia H x y Esforço 1 Observação - dia 3 Não realizado 1 Observação - dia H 1 Observação - dia H 1 Observação - dia H Subtotal 8H 202/265

223 Trecho Método Coordenada Esforço 2 Observação - dia H 2 Observação - dia H 2 Observação - dia H 2 Observação - dia H 2 Observação - dia H 2 Observação - dia H 2 Observação - dia H 2 Observação - dia H Subtotal 10H TOTAL para Observações 18H Encontro ocasional Durante o deslocamento da equipe, além das duas horas diárias de contagem visual, quando visualizados quelônios assoalhando ou se deslocando o mesmo procedimento da contagem visual foi adotado. No entanto, estes registros não foram ou serão usados nos testes estatísticos por não se tratarem de um método padronizado. Os locais onde os indivíduos foram registrados foram georreferenciados e tais coordenadas formarão um banco de dados da distribuição da espécie na área de monitoramento Monitoramento reprodutivo O monitoramento reprodutivo será realizado em duas etapas, sendo elas: busca prévia por possíveis sítios de desovas antes da formação do reservatório e acompanhamento das fêmeas com telemetria. Nesta primeira campanha, como os equipamentos de telemetria estão em fase de produção/importação apenas a primeira etapa foi realizada. Nesta, tanto o reservatório como o trecho controle a jusante foi percorrido para identificação de possíveis sítios de desova. Esses locais, quando encontrados, foram georreferenciados e serão revisitados a cada campanha. 203/265

224 Monitoramento por telemetria Com objetivo de conhecer o deslocamento da espécie e, principalmente, verificar se a barragem será uma barreira para o traslado dos indivíduos, pois as fêmeas costumam subir o rio para desovar a montante, a partir da segunda campanha serão monitoradas cinco fêmeas de Phrynops williamsi. Assim, serão monitoradas três fêmeas capturadas no trecho 2 (ADA - tratamento) e duas no trecho 1 (jusante - controle). Adicionalmente, o monitoramento por telemetria permitirá conhecer o trajeto percorrido pelas fêmeas, a taxa de deslocamento (diário, trimestral e total), período de atividade, o microambiente utilizado, tais como profundidade da água, vegetação e características gerais do ambiente aquático utilizado pela espécie. O transmissor a ser aplicado será o Ki i SAT K2G 273A, esse modelo substitui o modelo Kiwi SAT 101 PTTs, podendo promover uma vida útil maior da bateria e proporcionando uma qualidade de localização superior. Nos animais capturados a partir da segunda campanha serão instalados os transmissores e as localizações dos animais serão captadas por satélite por meio do sistema ARGOS ( Devido a cobertura do satélite Argos ter janelas específicas de horário passando sobre a América do Sul os transmissores serão programados para ficarem ligados por 8 horas/dia e transmitir duas janelas de informação (entre 8 e 11h e a segunda entre 16 e 21h, permitindo assim, aproximadamente, 250 a 300 dias de monitoramento via satélite. As informações coletadas serão recebidas por meio de uma plataforma ARGOS e os dados de localização, temperatura e profundidade serão analisados de forma a responder aos objetivos deste monitoramento. 204/265

225 Análise de dados O esforço amostral com redes feiticeiras foi calculado pelo número de redes utilizadas* o tempo (em minutos)* o tamanho das redes (m²). Os dados morfométricos obtidos de cada indivíduo capturado foram apresentados de forma descritiva devido à coleta de dados estar em fase inicial. Conforme mais indivíduos forem capturados análises morfológicas mais aprofundadas serão realizadas e apresentadas. A fim de ilustrar a variação do tamanho de fêmeas e machos capturados nas áreas de influência da foram calculadas as médias simples de variáveis de interesse, como o comprimento máximo da carapaça (CMC) e a massa. Estes mesmos dados foram utilizados para a construção dos gráficos boxplot, onde são apresentados os valores mínimos e máximos, bem como a mediana de cada amostra. Para a obtenção dos gráficos utilizou-se o Software PAST 3.15 (HAMMER et al., 2001). Para observar a variação morfológica da espécie ao longo da sua área de ocorrência, as médias obtidas na análise descrita acima foram comparadas com dados disponíveis para outras populações. Os dados de contagem visual e encontro ocasional foram analisados de forma qualitativa, salvo quando o indivíduo avistado estivesse marcado e pudesse ser reconhecido Resultados e Discussão Redes feiticeiras (trammel nets) Por este método foram capturados 10 indivíduos, sendo sete fêmeas e três machos, todos adultos. Na área 2a foram capturados quatro fêmeas e um macho (Figura 44), enquanto que na área 2c foram capturados três fêmeas e dois machos. Na área 2b não houve capturas. 205/265

226 Figura 44: Captura e soltura de cágado-rajado durante a primeira campanha de campo da. Outubro/Novembro de A média do comprimento máximo de carapaça das fêmeas capturadas nesta campanha foi de 311 mm (mín. = 213 mm; máx. = 355 mm), enquanto que a média do comprimento máximo de carapaça dos machos foi de 293 mm (mín. = 270 mm; máx. = 314 mm) (Figura 45). Quanto à massa, a média das fêmeas foi de 3.271,4 g (mín = 1000 g; máx. = 4650 g), e média da massa dos machos foi de 2.366,6 g (mín = 2000 g; máx. = 2750 g) (Figura 46). Os demais dados morfométricos de cada indivíduo constam na planilha de dados brutos (Anexo III). Os indivíduos capturados no rio Iguaçu são maiores e mais pesados em comparação à outras populações estudadas (RFB, obs. pess.). A média do comprimento máximo de carapaça de fêmeas capturadas no rio Canoas (Bacia do rio Uruguai SC) foi de 298 mm, enquanto a massa média foi de g. Para machos da mesma população, os valores médios de comprimento máximo de carapaça e massa foram 209 mm e 1000 g, respectivamente. Em uma população do rio Tainhas (Bacia do rio Taquari-Antas RS), as fêmeas têm comprimento de carapaça médio de 243 mm e pesam g, em média. Por sua vez, os machos desta população mediram 216 mm e pesaram g, em média. Estas diferenças de tamanho dos indivíduos podem ter explicações eco fisiológicas, isto é, diferenças na variabilidade e disponibilidade de itens alimentares podem influenciar nas taxas de crescimento da população, ou ser consequência de adaptações morfológicas impostas pelo habitat. 206/265

227 Outra questão relevante é a diferença entre a captura de machos e fêmeas, sendo que as últimas foram capturadas em maior número. Isto pode explicado por diferenças comportamentais entre sexos (machos podem ser mais difíceis de serem capturados, por exemplo), como pode estar relacionado com a estação; fêmeas podem estar mais ativas visto que a campanha foi realizada na estação reprodutiva, que para P. williamsi provavelmente começa em agosto e termina em fevereiro ou março (RFB, obs. pess.). Figura 45: Comparação do comprimento máximo de carapaça (CMC) de fêmeas e machos capturados no monitoramento do cágado-rajado (Phrynops williamsi) nas áreas de influência da, outubro/novembro de O traço horizontal representa o menor e o maior valor encontrado, enquanto que o traço horizontal representa a mediana dos dados da amostra. 207/265

228 Figura 46: Comparação da massa de fêmeas e machos capturados no monitoramento do cágado-rajado (Phrynops williamsi) nas áreas de influência da, outubro/novembro de O traço horizontal representa o menor e o maior valor encontrado, enquanto que o traço horizontal representa a mediana dos dados da amostra Contagem visual Não foram obtidos registros por contagem visual nesta campanha. Possivelmente por esta metodologia ser bastante dependente de condições climáticas favoráveis, como vazão do rio e incidência de luz solar, ou seja, a probabilidade de visualizar indivíduos assoalhando em pedras expostas aumenta em dias ensolarados, independentemente da temperatura do ar (CRAWFORD et al., 1983; CLAVIJO-BAQUET & MAGNONE, 2017). Como durante esta primeira campanha o rio estava bastante cheio e na maioria dos dias com chuvas intensas não foi possível o registro de indivíduos assoalhando. 208/265

229 Figura 47: Foz do rio Floriano cheio (Trecho 1) durante a primeira campanha de campo da UHE Baixo Iguaçu. Outubro/Novembro de Figura 48: Pedral a jusante da UHE Salto Caxias (Trecho 2) durante a primeira campanha da UHE Baixo Iguaçu. Outubro/Novembro de Encontro ocasional No dia 02/11, durante o deslocamento para a revisão das redes feiticeiras no Trecho 2c, seis indivíduos foram visualizados assoalhando em rochas próximas a área de amostragem; três redes foram instaladas próximo de onde os animais foram visualizados, mas nenhum indivíduo foi capturado. Também não foi possível realizar o registro fotográfico dos mesmos porque estes foram afugentados com a aproximação da embarcação Monitoramento reprodutivo Durante o reconhecimento da área de estudo foram registrados três possíveis sítios de nidificação de cágados em propriedades particulares por relatos de terceiros (Tabela 22). No entanto, durante as visitas desta campanha, não foi possível fazer observação direta dos indivíduos. Como esta informação foi fornecida por terceiros e uma segunda espécie de quelônio de água doce (Phrynops geoffroanus), muito semelhante ao cágado-rajado, ocorre também na área de influência da faz-se necessária correta identificação da espécie por observação direta ou registro fotográfico. O que espera-se que ocorra nas próximas campanhas de monitoramento. 209/265

230 Tabela 22: Possíveis sítios de nidificação do cágado-rajado (Phrynops williamsi) identificados por terceiros nas áreas de influência da, outubro/ novembro de Trecho x Coordenada 1 22 J Terceiros 1 22 J Terceiros 2 22 J Terceiros y Tipo de informação Monitoramento por telemetria O monitoramento por telemetria terá início na segunda campanha, quando os transmissores via satélite chegarem ao Brasil Comparação entre os trechos de amostragem Como não houve registros por contagem visual na primeira campanha e o ICMBio não se manifestou em tempo sobre a autorização para realizar capturas no Trecho 1, não há dados para fazer a comparação entre trechos de amostragem no momento. A partir da segunda campanha, com a adição de novos dados, espera-se que seja possível uma análise prévia desta comparação Considerações Finais Os resultados desta primeira campanha são promissores, pois mesmo com condições climáticas não favoráveis para a aplicação das metodologias obteve-se sucesso na captura de indivíduos de Phrynops williamsi. Alguns pontos interessantes que serão avaliados em campanhas subsequentes são: 1) as diferenças morfológicas entre os indivíduos do rio Iguaçu e de outras populações conhecidas para outras bacias hidrográficas; e 2) a diferença no número de capturas entre fêmeas e machos, que pode ser uma diferença sazonal ou comportamental. Por fim, com o início do monitoramento por telemetria os dados de área de vida e uso de microhabitat, bem como dados de ecologia reprodutiva e ritmo de atividade serão obtidos com maior facilidade e precisão. 210/265

231 7.2 - Lontra (Lontra longicaudis) Introdução As lontras são carnívoros da família Mustelidae, sub-família Lutrinae. No Brasil, ocorrem duas espécies de lontras, a ariranha (Pteronura brasiliensis GMELIN, 1788) e a lontra neotropical (Lontra longicaudis OLFERS, 1818). As lontras apresentam diversas adaptações ao ambiente aquático e à natação, tais como a pelagem densa pouco permeável à água, corpo alongado e sinuoso, patas curtas, cabeça achatada com orelhas pequenas e membranas interdigitais (MASON, 1990). Apesar de todas estas adaptações, estão fortemente ligadas ao ambiente terrestre, fazendo uso deste para descanso, criação de filhotes e cuidado com a pelagem (WALDEMARIN & COLARES, 2000). A lontra neotropical (Lontra longicaudis) apresenta a mais ampla distribuição dentre as espécies de lontra sul-americanas, ocorrendo do México até o norte da Argentina (MASON, 1990), sendo encontrada em praticamente todo território brasileiro, em uma grande diversidade de habitats (BLACHER, 1987). Apresenta hábitos crepusculares e noturnos e sua observação direta em condições naturais é difícil. Desta forma, estudos com estes animais são mais facilmente feitos através de coleta indireta de dados a partir de vestígios, tais como fezes, pegadas e identificação de tocas e abrigos (CHANIN, 1985; SOLDATELI & BLACHER, 1996; WALDEMARIN & COLARES, 2000; KASPER et al., 2004). Apesar de legalmente protegidas desde 1967, esta espécie sofreu forte pressão de caça até meados dos anos 80, devido ao tráfico internacional de peles, o que levou a grande redução de suas populações (CHEHÉBAR, 1990). Embora a caça comercial não seja mais uma grande ameaça, diversos outros fatores ameaçam atualmente a persistência de suas populações naturais. Dentre estas, pode-se destacar a perseguição por pescadores, que as vêm como competidoras por recursos, a alteração e degradação de ambientes ripários por ocupações humanas, mineração e contaminação dos corpos d água por dejetos químicos e esgoto doméstico, fragmentação de habitat e atropelamentos em estradas (RHEINGANTZ & TRINCA, 2015). Sendo que o impacto (direto e indireto) causado por estas ameaças nas populações naturais de lontras é ainda pouco conhecido. A espécie ainda é muito pouco conhecida, sendo classificada até 2014 pela IUCN como Dados deficientes (RHEINGANTZ & TRINCA, 2015). Estando atualmente listada como Quase ameaçada (RHEINGANTZ & TRINCA, 2015). As informações disponíveis sobre a espécie estão concentradas em 211/265

232 estudos sobre sua dieta e uso de hábitat, de forma que diversos outros aspectos de sua biologia, ecologia e evolução permanecem desconhecidos. Na última década, porém, estudos moleculares vêm sendo realizados com esta espécie, os quais possibilitaram conhecer um pouco sobre sua variabilidade genética e seus padrões de estruturação populacional (TRINCA et al., 2007; 2012; 2013). Na região Sul do Brasil concentra-se um grande número de trabalhos realizados com a espécie, sendo a maioria dos estudos sobre ocorrência, dieta e uso do habitat (KASPER et al. 2004; SOLDATELI & BLACHER, 1996; SOUSA et al., 2013; UCHOA et al., 2004; WALDEMARIN & COLARES, 2000). Apesar de em menor número, alguns estudos enfocam também o impacto de alterações ambientais na espécie, como o impacto por desastres naturais (NAVARRO & QUADROS 2017) e da implantação de barragem de Usina Hidroelétrica (QUADROS, 2009). Em estudo realizado na área de influência da UHE Salto Caxias, localizada no rio Iguaçu, antes e depois do enchimento do reservatório, os autores identificaram redução dos parâmetros populacionais avaliados no período pós-enchimento (QUADROS, 2009). Isso ressalta a importância de estudos que avaliem o impacto da instalação de usinas hidrelétricas nas populações de lontras Metodologia Por se tratar de uma espécie de difícil visualização, o monitoramento da lontra neotropical é realizado, principalmente, pelo registro de vestígios da espécie (como tocas, arranhados, pegadas e fezes). Assim, de forma complementar, três técnicas foram utilizadas para este levantamento: vistoria de margens, pontos focais e armadilhas fotográficas, conforme detalhado a seguir Vistoria de margens Para a identificação dos locais de uso de lontra na área de estudo, foi realizada a busca por vestígios em ambas as margens dos corpos d água estudados. Sempre que possível, os trechos foram percorridos em barco a motor em uma velocidade de, no máximo, 10km/h. Em alguns trechos, pela impossibilidade de acesso a barco, as margens foram vistoriadas a pé. Os pontos de uso pela espécie foram georreferenciados e fotografados (Tabela 23). Foram feitas ainda anotações a respeito da margem (direita ou esquerda), condições e características gerais dos vestígios e da área onde se encontram. 212/265

233 Pontos focais Foram também realizados pontos focais na tentativa de registro direto de indivíduos da espécie. Esses pontos foram realizados, preferencialmente, próximos a áreas identificadas como em uso (como tocas, locais de marcação e de descanso), porém a uma distância segura para não causar estresse aos indivíduos Armadilhas fotográficas Tocas e locais identificados como de maior probabilidade de registro dos animais foram monitorados com o auxílio de armadilhas fotográficas (Figura 49). Foram instaladas cinco armadilhas fotográficas, na AID do empreendimento, nos primeiros dias da campanha (Figura 50; Tabela 23) e ficaram ligadas até o final da campanha, quando foram retiradas. Figura 49: Armadilhas fotográficas montadas nas margens em áreas com registros de uso por lontra, como passagens (esquerda) e tocas (direita) durante a 1ª campanha de monitoramento de lontras da, novembro de 2017 (estação chuvosa). 213/265

234 Figura 50: Distribuição espacial das armadilhas fotográficas utilizadas durante a 1ª campanha de monitoramento de lontras da, novembro de 2017 (estação chuvosa). Tabela 23: Trechos percorridos, por dia e área de influência, durante a 1ª campanha de monitoramento de lontras da, novembro de 2017 (estação chuvosa). Dia Método Área de Influência Coordenadas UTM (22J) Esforço 06/11/2017 Vistoria margem AID km 07/11/2017 Vistoria margem AID ,6 km 08/11/2017 Vistoria margem AID ,5 km 09/11/2017 Vistoria margem AII km 10/11/2017 Vistoria margem AII km 11/11/2017 Vistoria margem AII ,6 km 12/11/2017 Vistoria margem AII km 12/11/2017 Vistoria margem AII km 13/11/2017 Vistoria margem AID ,5 km 14/11/2017 Vistoria margem AID ,5 km 06/11/2017 Armadilha fotográfica AID dias 214/265

235 Dia Método Área de Influência Coordenadas UTM (22J) Esforço 06/11/2017 Armadilha fotográfica AID dias 07/11/2017 Armadilha fotográfica AID furtada 07/11/2017 Armadilha fotográfica AID dias 08/11/2017 Armadilha fotográfica AID dias Análise de dados Os dados foram analisados através de comparações entre o número de vestígios nos diferentes trechos do rio. Para tal, foram usados os coeficientes listados a seguir (WALDEMARIN & SÁBATO, 2004; WALDEMARIN, 2004). coeficiente de fezes recentes (CDR = Número de fezes recentes encontradas/quilometragem de margem percorrida); coeficiente de fezes totais (CDT = Número total de fezes encontradas/quilometragem de margem percorrida); coeficiente de atividade (CA = Número de locais de descanso em uso e outros com vestígios de atividade de lontras tais como pegadas, fezes, arranhaduras, excluindo as tocas/quilometragem de margem percorrida); coeficiente de tocas (CT = Número de tocas em utilização/quilometragem de margem percorrida) Resultados e Discussão A primeira campanha de monitoramento de lontras da teve duração total de 11 dias, sendo dois de deslocamento (05 e 15/11/2017) e nove de amostragem (06 a 14/11/2017). A amostragem foi realizada por meio de busca ativa de vestígios na AID e AII, além de cinco armadilhas fotográficas na AID, área na qual foi autorizada a colocação das câmeras. Não foi possível a realização de amostragem por ponto focal, pela não identificação de locais propícios. Isso porque, devido à cheia do rio Iguaçu e seus tributários nos dias da amostragem, houve o alagamento e submersão da maioria 215/265

236 dos barrancos e tocas onde as lontras poderiam ser avistadas. Desta forma, o esforço foi direcionado para a busca por locais de uso da espécie. No total, foram amostrados 6,1 km de rio na AID e 40,6 km na AII (Tabela 24). O maior esforço realizado na AII se deu devido à maior navegabilidade do rio Iguaçu no trecho final, próximo ao rio Floriano. A dificuldade de navegação na área monitorada, devido a afloramentos rochosos em seu leito e a escassez de pontos que permitam o acesso do barco ao rio, fez com que fosse possível o acesso ao rio por barco em apenas quatro pontos, três na AID e um na AII, sendo necessário que diversos pontos fossem amostrados a pé. Apesar das armadilhas fotográficas terem sido instaladas em locais propícios para o registro da espécie (tocas, locais de descanso e barrancos com vestígios), logo nos primeiros dias de amostragem, não foi feito nenhum registro de lontra por este método. Este método foi também prejudicado pelo furto de uma das câmeras. Ao todo foram realizados nove registros para lontra, todos através de vestígios e tocas (Figura 51, Figura 52 e Anexo II). Dentre estes, está o registro de quatro tocas em uso, uma na AID (local da armadilha fotográfica) e três na AII (uma em propriedade rural e duas no rio Floriano). Figura 51: Distribuição espacial dos registros de lontra realizados durante a 1ª campanha de monitoramento da, novembro de 2017 (estação chuvosa). 216/265

237 Figura 52: Vestígios de lontra (fezes e toca) registrados durante a 1ª campanha de monitoramento de lontras da, novembro de 2017 (estação chuvosa). No presente trabalho, os coeficientes de ocorrência da espécie foram calculados, separadamente para a AID e AII (Tabela 24). Apesar do número de registros ter sido maior na AII, por nesta região ter sido percorrida uma maior distância, os coeficientes calculados para esta área foram menores. Os valores encontrados para os quatro coeficientes foram baixos. Tabela 24: Número de registros, distância percorrida e coeficientes calculados para a 1ª campanha de monitoramento de lontras da. Área de Influência Tocas Fezes recentes Nº registros Fezes totais Vestígios totais Distância percorrida Coeficientes CDR CDT CT CA AID ,1 km 0,16 0,16 0,16 0,33 AII ,6 km 0,10 0,07 0,07 0,12 Em estudo realizado no reservatório da Hidrelétrica de Taquaruçu (rio Paranapanema) com a lontra neotropical, Colares & Sabato (1995) encontraram um CDR de 5,3 fezes recentes/km e um CDT de 25,4 fezes/km. Durante o levantamento de lontras da UHE Santo Antônio do Jari, localizada na divisa dos estados do Pará com Amapá, os valores de CDT variaram de 0 a 1,15 e os de CDR de 0 a 0,44, nos diferentes trechos do rio e estações, sendo maiores nos meses de seca (ECOLOGY BRASIL, 2009a). Resultados semelhantes foram encontrados para a área de influência da UHE Itaocara, com maiores coeficientes sendo encontrados durante a época seca (ECOLOGY BRASIL, 2009b). Os dados aqui apresentados são, porém, os resultados de apenas uma campanha, realizada no período de cheia, não havendo então dados suficientes para especulação dos motivos dos baixos valores 217/265

238 encontrados. Valores baixos dos coeficientes podem sugerir uma população pequena de lontras no local, podendo estar relacionados a fatores climáticos e/ou ao volume de água do rio, que pode diminuir a disponibilidade de locais de marcação para a espécie. Desta forma, esses dados poderão ser melhores avaliados após a realização das demais campanhas, em diferentes estações climáticas. Pela grande importância de tocas para a espécie, sendo um recurso essencial devido ao seu uso para descanso, proteção, reprodução e criação de filhotes (PARDINI & TRAJANO, 1999), é de grande importância a identificação e monitoramento destas. Isso porque, a elevação do nível d água pela construção do reservatório, faz com que ocorra o alagamento das margens, diminuindo a disponibilidade de áreas para tocas e alagamento das já existentes. Desta forma, é importante que seja mantido o monitoramento de tocas através de armadilhas fotográficas. Em duas ocasiões foi feito o relato da ocorrência de ariranha (Pteronura brasiliensis) para a área de estudo. Ariranhas são animais sociais que vivem em grupos familiares de, em média, seis indivíduos. Atualmente, a ariranha é classificada pela IUCN como ameaçada (GROENENDIJK et al., 2015), pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2014) como vulnerável e como criticamente ameaçada no estado do Paraná (PARANÁ, 2010). Por ambos os relatos terem sido de animais solitários e somando a isso o fato de não termos identificado registros da espécie durante a presente campanha, acredita-se que se tratavam de indivíduos em dispersão. De qualquer forma, os métodos utilizados também permitirão o registro de ariranhas, caso elas ocorram na área de estudo Grau de ameaça de Lontra longicaudis A lontra neotropical encontra-se classificada internacionalmente como quase ameaçada (RHEINGANTZ & TRINCA, 2015), como deficiente em dados no Brasil (MMA, 2014), e também como quase ameaçada para na lista do estado do Paraná (PARAN, 2010). Além disso, a espécie encontra-se listada no apêndice I da CITES (CITES, 2017), que inclui as espécies ameaçadas pelo tráfico de animais. Atualmente, apesar da espécie não ser mais caçada para o tráfico de peles, uma causa importante de mortalidade é o conflito com pescadores, que vêem as lontras como competidores. 218/265

239 Considerações Finais Nesta primeira campanha de monitoramento foi feito o registro indireto da lontra neotropical nas áreas de influência direta e indireta do empreendimento, inclusive com o registro de tocas em uso nas duas áreas. Apesar de ter sido registrado um baixo número de vestígios da espécie, isto não necessariamente significa uma pequena população de lontras na área, podendo estar também relacionado a fatores climáticos. Assim, uma melhor avaliação sobre a ocorrência da espécie na área apenas será possível após a realização de campanhas nas diferentes estações. 8 - FAUNA ATROPELADA Introdução Muitos são os impactos das estradas sobre o ambiente, dentre eles, vale destacar a morte de indivíduos por atropelamentos, modificações no comportamento animal e em seus padrões de movimentação, podendo levar ao isolamento populacional, fragmentação do hábitat, efeitos de borda e perda de habitat, introdução de espécies exóticas, disseminação de doenças, modificações nos solos locais, escoamento e absorção da água e contaminação de ecossistemas aquáticos, aumento da acessibilidade de populações humanas, incluindo caçadores e coletores (e.g. TROMBULAK & FRISSEL, 2000; NAGENDRA et al., 2003; LAURANCE et al. 2009). Dos impactos mencionados, o atropelamento da fauna requer atenção, pois leva a perda de indivíduos por morte. Estudos apontam que essa é a principal causa direta da mortalidade de vertebrados por consequência antrópica (IBRAM RODOFAUNA, 2014). Segundo dados do CBEE Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas, mais de 15 animais morrem nas estradas brasileiras a cada segundo. Diariamente devem morrer mais de 1,3 milhões de animais e ao final de um ano mais de 475 milhões de animais selvagens são atropelados no Brasil (CBEE, 2013). Essa perda pode causar danos significativos a uma população com poucos indivíduos e menor capacidade de dispersão. Algumas espécies generalistas são menos suscetíveis aos efeitos de borda, a fragmentação e a perda de hábitat (ANDRÉN, 1994; PARDINI et al., 2010). Para essas espécies generalistas, a conectividade da paisagem é maior já que diferentes tipos de matriz permitem seu 219/265

240 deslocamento. Dessa forma, essas espécies são as que podem apresentar maiores taxas de atropelamento, uma vez que elas não evitam as estradas (GOOSEM et al., 2001; FORMAN et al., 2003). Nesse sentido os impactos à fauna estão diretamente relacionados à estrutura (densidade e dinâmica) da população existente no seu entorno. Assim, quanto menor a população, maiores serão os efeitos do atropelamento sobre a estrutura e a taxa de crescimento de uma população de uma determinada espécie e vice-versa (IBRAM RODOFAUNA, 2014) Metodologia Durante esta primeira campanha de campo, entre o período de 24 de outubro a 27 de novembro de 2018, as equipes de campo percorreram cada trecho de 20km por 16 dias, totalizando um esforço de 640 km por campanha (20km * 2 trechos * 16 dias) (Tabela 25). Sendo um dos trechos denominado controle e o outro tratamento, ver Anexo II (Mapa das áreas de amostragem). A equipe se deslocou nos trechos amostrados de carro a uma velocidade máxima de 40 km/h. Os animais encontrados atropelados foram fotografados, as coordenadas planimétricas anotadas e sempre que possível os indivíduos foram identificados ao menor nível taxonômico possível, medidos, sexados, nenhuma carcaça estava apta para aproveitamento científico. Todas as informações foram registradas em uma ficha de campo e transferidas para uma planilha de dados brutos apresentadas no Anexo III. Tabela 25: Trechos e dias monitorados da BR 163 durante a primeira campanha de monitoramento de fauna da UHE Baixo Iguaçu, outubro/novembro de Trecho Data Equipe Total km Tratamento 28/10/2017 Herpeto 20 Tratamento 29/10/2017 Herpeto 20 Tratamento 30/10/2017 Herpeto 20 Tratamento 31/10/2017 Herpeto 20 Tratamento 07/11/2017 Masto 20 Tratamento 08/11/2017 Masto 20 Tratamento 09/11/2017 Masto 20 Tratamento 10/11/2017 Masto 20 Tratamento 11/11/2017 Masto 20 Tratamento 12/11/2017 Masto /265

241 Trecho Data Equipe Total km Tratamento 13/11/2017 Masto 20 Tratamento 14/11/2017 Masto 20 Controle 11/11/2017 Masto 20 Controle 12/11/2017 Masto 20 Controle 13/11/2017 Masto 20 Controle 14/11/2017 Masto 20 Controle 16/11/2017 Morcegos 20 Controle 17/11/2017 Morcegos 20 Controle 18/11/2017 Morcegos 20 Controle 19/11/2017 Morcegos 20 Controle 20/11/2017 Morcegos 20 Controle 21/11/2017 Morcegos 20 Controle 22/11/2017 Morcegos 20 Controle 23/11/2017 Morcegos 20 Controle 24/11/2017 Morcegos 20 Controle 25/11/2017 Morcegos 20 Controle 26/11/2017 Morcegos 20 Controle 27/11/2017 Morcegos 20 Tratamento 18/11/2017 Aves 20 Tratamento 19/11/2017 Aves 20 Tratamento 20/11/2017 Aves 20 Tratamento 21/11/2017 Aves Análise de Dados A taxa de atropelamento para o período monitoramento foi calculada pelo número de indivíduos registrados pelo total de quilômetro monitorado. A nomenclatura das espécies registradas seguiu o mesmo padrão indicado por cada grupo temático. Os graus de ameaça das espécies foram consultados ao nível global pelo livro vermelho da IUCN (2017), em âmbito nacional na listagem elaborada pelo ICMBio (MMA, 2014) e ao nível estadual foi consultada a publicação Fauna do Paraná em Extinção (Paraná, 2007; 2010) e Espécies ameaçadas e sujeitas ao interesse comercial foram consultadas nos apêndices do Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora (CITES, 2017). 221/265

242 8.3 - Resultados e Discussão Durante a primeira campanha de campo foram registrados 45 indivíduos da fauna silvestre atropelados nos dois trechos monitorados, sendo a taxa de atropelamento do período de 0,07 ind/km. Dentre os registros 18 foram identificadas até o nível específico e estão distribuídos em 11 ordens e 16 famílias (Tabela 26). Tabela 26: Lista das espécies da fauna silvestres registradas por atropelamento durante a 1ª campanha de monitoramento de fauna da, outubro/novembro de Aves Taxon Nome comum Trecho CITES (2017) Caprimulgiformes Caprimulgidae Não identificado Bacurau C Columbiformes Columbidae Columba livia Pombo doméstico C Columbina picui Rolinha-picui C Cuculiformes Cuculidae Crotophaga ani Anu-preto T Piaya cayana Alma de gato T Gruiformes Rallidae Aramides saracura Saracura T Passeriformes Icteridae Cacicus haemorrhous Guaxe T Passeridae Passer domesticus Pardal C Mammalia Carnivora Canidae Cerdocyon thous Cachorro-do-mato C II Lycalopex gymnocercus Cachorro-do-campo C II Procyonidae Nasua nasua Quati C; T Cingulata 222/265

243 Taxon Nome comum Trecho CITES (2017) Dasypodidae Dasypus novemcinctus Tatu-galinha C; T Didelphimorphia Didelphidae Didelphis albiventris Gambá-de-orelha-branca C Didelphis sp. Gambá T Lagomorpha Leporidae Lepus europaeus Lebre T Rodentia Caviidae Cavia aperea Preá T Erethizontidae Coendou sp. Ouriço-cacheiro T Coendou spinosus Ouriço-cacheiro C Reptilia Não identificado 1 T Não identificado 2 Serpente T Squamata Amphisbaenidae Amphisbaena sp. Anfisbena T Dipsadidae Oxyrhopus cf. petolarius Falsa coral C Teiidae Salvator merianae Teiú C; T II Legenda: Trecho: C controle; T- tratamento; CITES: II: Apêndice II. *Não foram registradas espécies ameaçadas para IUCN (2017), MMA (2014) e Paraná (2010/2007). Os mamíferos foi a classe mais representativa da fauna atropelada com 23 indivíduos registrados (51%) e 08 espécies identificadas, seguida pelos répteis com 13 indivíduos e 08 morfoespécies, sendo apenas duas identificadas até nível específico. Para as aves foram registrados 09 indivíduos dentre 7 espécies e uma não identificada, não houve nenhum registro de anfíbio atropelado (Figura 53). De acordo com outros estudos os mamíferos estão entre os mais encontrados atropelados (TAYLOR & GOLDINGAY, 2004; PRADO et al., 2006; COELHO et al., 2008), possivelmente porque este grupo, especialmente os de médio porte, tendem a permanecer na pista por mais tempo que as aves e répteis (TEIXEIRA, 2010), que tendem a apresentar porte menor. Isso sugere que os mamíferos sejam mais encontrados pelos 223/265

244 observadores, visto que grande parte dos estudos, no Brasil, são realizados por longas distâncias e possuem um intervalo maior entre as amostragens num mesmo local (ROSA et al., 2012). Figura 53: Proporção dos indivíduos registrados atropelados durante a 1ª campanha de monitoramento da, outubro/novembro de As espécies mais abundantes nesta primeira campanha foi o gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris) e o teiú (Salvator meriane), ambos com nove registros. De forma geral os atropelamentos são concentrados em poucas espécies que são localmente abundantes, de alta mobilidade e/ou atraídas por recursos disponíveis nas rodovias (FORMAN et al., 2003). D. albiventris é uma espécie de ampla distribuição, desloca-se bem em áreas abertas, possui hábito crepuscular-noturno e sua dieta classificada como frugívora-onívora (REIS et al., 2011). S. meriane é um forrageador ativo, possui ampla distribuição e ocupa diversos tipos de habitats (EMBERT et al., 2010). Para essas espécies, as características de hábitos generalistas como a necessidade de se deslocarem pelo ambiente, para obter alimento ou atividade reprodutiva, associado ao hábito terrícola, podem ser os fatores que influenciam nas taxas de atropelamentos, uma vez que expressam um comportamento de não evitar estradas. Em comparação aos trechos tratamentos e controle, no trecho tratamento foram obtidos 25 registros e no controle 20. O grupo das aves e mamíferos estão igualmente distribuídos nos dois trechos, no entanto os répteis foram mais abundantes no trecho tratamento (Figura 54). Vale destacar que este 224/265

245 resultado pode não retratar a realidade da fauna atropelada dos trechos estudados, uma vez que o trecho controle durante o período da campanha encontrava-se em obra de duplicação, com alto fluxo de veículos e caminhões impossibilitando a redução da velocidade do carro dos observadores e, consequentemente, dificultando a observação dos animais atropelados. Somado a isto, a falta de acostamento em boa parte deste trecho também impedia a equipe de parar o carro com segurança e fazer o registro adequado das carcaças. Figura 54: Número de indivíduos registrados por grupo e por trecho durante a 1ª campanha de monitoramento da fauna atropelada da, outubro/novembro de Por fim, destaca-se que os trechos indicados para o monitoramento não são adequados para avaliar o impacto da obra da sobre os índices de atropelamento da fauna silvestre, visto que os trechos monitorados, especialmente o controle já possui um grande fluxo de veículos que não possui relação com o empreendimento. No mesmo sentido, não é possível mensurar o fluxo de veículos nos respectivos trechos e avaliar a relação entre o fluxo de veículos pré e pós-obra e taxa de atropelamentos. Dessa forma, sugere-se a alteração desses trechos para as estradas de acesso a obra, fora da BR 163, já na próxima campanha, quando coincidirá com a movimentação de trabalhadores e maquinários para fase de supressão da vegetação. 225/265

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