CARA-CRACHÁ: A FORMAÇÃO DA IDENTIDADE PROFISSIONAL DO ACADÊMICO DE ENFERMAGEM
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- Maria das Graças Bacelar da Rocha
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1 CARA-CRACHÁ: A FORMAÇÃO DA IDENTIDADE PROFISSIONAL DO ACADÊMICO DE ENFERMAGEM MEDEIROS, Claudia da Silva 1 BARBOSA, Bruno Ferreira do Serrado 2 GONÇALVES, Ivana Barros Vasconcelos 3 SILVA, Suelen Monique 4 Palavras-chave: Formação. Identidade profissional. Acadêmico de Enfermagem. Introdução O objetivo do presente estudo é caracterizar o perfil, as expectativas e a satisfação dos acadêmicos de enfermagem e seus desdobramentos para a formação da identidade profissional do enfermeiro, em uma Universidade privada da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Quanto ao ingresso do acadêmico no curso de enfermagem, contextualizamos sobre a noção já idealizada pelo mesmo do que é ser enfermeiro, noção esta que pode ser atribuída à identificação, por parte da sociedade, com este profissional (ROSA & LIMA, 2005). Esta idealização faz com que os acadêmicos tenham o desejo de cuidar das pessoas, solucionar seus problemas, promover e manter a saúde e o bem-estar dos pacientes (SOUZA & PAIANO, 2011). Assim sendo, os acadêmicos ingressam na Universidade com valores e ideias sobre a enfermagem que são resultantes desta socialização com a comunidade, vindo, muitas vezes, de encontro aos objetivos da instituição que vai formá-los. Logo, esta imagem idealizada do acadêmico pode apontar para a necessidade de revisão, com indicativo de 1. Orientador. Professor auxiliar/pesquisador do curso de Graduação em Enfermagem - Universidade Castelo Branco (UCB), Campus Realengo, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 2. Coorientador.Professor auxiliar/pesquisador do curso de Graduação em Enfermagem - Universidade Castelo Branco (UCB), Campus Realengo, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 3. Acadêmico Bolsista PIBIC&T/UCB (Vigência: Out./2013 a Out./2014). Graduação em Enfermagem - Universidade Castelo Branco (UCB), Campus Realengo, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 4. Acadêmico Bolsista PIBIC&T/UCB (Vigência: Out./2013 a Out./2014). Graduação em Enfermagem - Universidade Castelo Branco (UCB), Campus Realengo, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
2 mudança de atitudes, valores, crenças e autoimagem destes indivíduos (SHINYASHIKI; MENDES; TREVIZAN et. al.; DAY, 2006). Procedimentos Metodológicos Nossa metodologia consiste num estudo do tipo quantitativo e qualitativo, exploratório, visando possibilitar uma reflexão teórica que busca discutir a respeito de possíveis elementos influentes no processo de formação da identidade profissional de enfermagem, bem como suas interfaces. Nossa pesquisa exploratória se atrela à pesquisa bibliográfica; utilizando como público-alvo alunos ingressantes, estudantes do primeiro ano de uma faculdade. Utilizamos como instrumento de entrevista um questionário contendo perguntas fechadas. Segundo Britten (2005), tem-se deparado, de modo crescente, com interesses e com realizações de pesquisas qualitativas no campo da saúde. Em consequência, há uma maior demanda na busca dos programas de pesquisa institucional, assim como na procura de congressos acadêmicos e periódicos científicos, respectivamente, para viabilizar projetos e divulgar os resultados de seus trabalhos. As diferenças e similaridades entre os métodos quantitativos e qualitativos de pesquisa são notórias em diversos aspectos, dentre estes, o objeto de estudo, uma vez que, respectivamente, o objeto de estudo da pesquisa quantitativa são os fatos (vistos e descritos), o estabelecimento matemático das relações causa-efeito. Já na pesquisa qualitativa, o objeto de estudo trata-se de fenômenos (apreendidos) e baseia-se na interpretação das relações de significados dos fenômenos, como referido pelas pessoas (TURATO, 2005).
3 Análise de Dados Visto que a sociedade pode contribuir na influência do aluno quanto à escolha de sua profissão, nos atentamos ao ingresso deste na Universidade, onde o cenário concreto desta o fará refletir sobre tal idealização o desejo de cuidar das pessoas, solucionar seus problemas, promover e manter a saúde e o bem-estar dos pacientes. Junto às idealizações citadas, sabe-se que a enfermagem vai além, fundamentandose atualmente em múltiplas competências profissionais: assistência, ensino, gerência e investigação (FREITAS & OGUISSO, 2007). Muitos são os fatores envolvidos na construção da identidade profissional do enfermeiro. Portanto, o assunto deveria ser abordado com mais frequência no decorrer da graduação como uma forma de auxiliar na construção dessa visão pelos futuros enfermeiros (CATRVALHO & KUSUMOTA, 2009). Tendo em vista que nosso projeto de pesquisa Cara-Crachá visa a estudar a formação do profissional acadêmico de enfermagem do 1 período do curso, foram entrevistados, no total, 44 alunos, sendo da seguinte forma: 20 alunos do turno da manhã e 24 alunos do turno da noite. Discussão dos resultados Podemos perceber que a maior prevalência de acadêmicos entre solteiros se configura como algo corriqueiro, assim como o que denota em seu estudo Brito, et al (2009). Nota-se que grande parte dos alunos vivem em um contexto onde a sua renda familiar gira em torno de 2 a 5 salários mínimos. Sendo que esta renda auxilia no sustento de três a quatro pessoas. Não podemos deixar de destacar que os sujeitos de estudo, em sua maioria, contribuem na composição desta renda, totalizando 27 pessoas. Outro dado bastante significativo foi perceber que o número de bolsista nestas turmas avaliadas foi muito pequeno, apenas 1, algo importante que nos denota a procura pelo curso, independente de valores de mensalidade/semestralidade.
4 Percebemos que a família é um dos grandes incentivadores ao ingresso no nível superior. No que tange o desenvolvimento acadêmico e profissional, apesar da maioria dos pais não ter cursado o nível superior, grande parte cursou apenas o ensino médio, e mesmo assim incentivou seus filhos/parentes a adentrarem nessa realidade universitária. A leitura e a dedicação aos estudos puderem ser vistas pelos sujeitos como importantíssimos no desenvolvimento acadêmico, porém notamos que a maioria lê apenas um ou dois livros por ano e reservam apenas duas horas diárias para estudar. A maior incidência na escolha pelo curso se fundamenta no fato de grande parte dos sujeitos de trabalharem na área, sendo técnicos e auxiliares (39 no total). Entende-se que esta alçada ao nível superior se configura em um aumento de conhecimento e cultura geral, maior qualificação e principalmente a realização profissional. Denotou-se que o uso de mídias sociais e Internet é algo muito presente nos acadêmicos ingressantes, sendo que em grande parte utilizando em suas residências. Sinalizamos que o acesso ao site da UCB se faz bastante efetivo, algo necessário e sempre destacado pelos professores e coordenadores. A proximidade com seus domicílios se configurou como fator preponderante na escolha pelo curso/ucb; algo reforçado pela forma como souberam do curso na UCB, através de vizinhos, amigos e parentes, sendo estes seus maiores divulgadores e estimuladores para o ingresso universitário. Sobre a satisfação com o curso a maioria, 80%, se mostrou satisfeita, tendo como principal fator de influência a estrutura curricular, ambiente social e estrutura física. Considerações Finais Nossa pesquisa demonstrou que 100% dos entrevistados destacaram que esperam agir de forma humanitária, tratando o paciente de forma respeitosa, mantendo uma visão holística, pois o aluno, de uma forma geral, adquire no decorrer do curso competências e habilidades específicas para exercer a profissão de enfermagem, mas, no transcurso dessa
5 vivência, ele deve encontrar no docente um profissional que seja um mediador e facilitador do processo educacional (DONATI & CAMELO,2010). Acreditam que devem sempre manter uma postura profissional que respeite o juramento e o código de ética que rege a enfermagem. Corroboramos com Freitas e Oguisso (2011), que afirmam que é dever ético garantir um atendimento isento de eventos prejudiciais ao cliente, de acordo com o art. 16 do código de ética dos profissionais da enfermagem. Os entrevistados afirmaram ainda que almejam a total satisfação profissional e a possibilidade de ascensão na carreira eleita conquistando melhores cargos e salários, assim como descrito por Martins et al. (2006). O aluno, de uma forma geral, quer seja ingressante ou não, adquire no decorrer do curso competências e habilidades específicas para exercer a profissão de enfermagem, mas, no transcurso dessa vivência, ele deve encontrar no docente um profissional que seja um mediador e facilitador do processo educacional. Portanto, podemos concluir que o objetivo proposto foi atingido. A análise dos dados nos mostrou que as respostas dos acadêmicos do primeiro período do curso de enfermagem, por fim, se mostram otimistas quanto a seu futuro profissional, uma vez que este envolve elementos influentes no processo de formação da identidade profissional de enfermagem, elementos estes, presentes já na graduação. Referem buscar obter: conhecimento teórico e prático, liderança, dedicação, ser humanitário, tendo comprometimento com o cliente e seus familiares, tendo em vista que a enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde coletiva e, somente assim, poderão fazer a diferença na vida dos pacientes. Referências BECKL C. L. C.; PRESTESLL F. C.; SILVA R. M.; TAVARES J. P.; PROCHNOW A. Identidade profissional percebida por acadêmicos de enfermagem: da atuação ao
6 reconhecimento e valorização. Rev Enferm UERJ. Rio de Janeiro, 2014 mar./abr.; 22(2):200-5; BRITO, ANEILDE MARIA RIBEIRO DE BRITO, MARIA JOSE MENEZES E SILVA, PATRICIA APARECIDA BARBOSA. Perfil sociodemográfico de discentes de enfermagem de instituições de ensino superior de Belo Horizonte. Esc. Anna Nery [online]. 2009, v. 13, n.2, pp ISSN Disponível em: viqwsitado em 10/09/2014. CARVALHO E. C.; KUSUMOTA L. Processo de enfermagem: resultados e conseqüências da utilização para a prática de enfermagem. Acta paul. enferm. v. 22 no.spe1 São Paulo CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM. IN: CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO. Documentos básicos de enfermagem: enfermeiros, técnicos, auxiliares. São Paulo: COREN-SP; DONAT L, ALVES MJ, CAMELO SHH. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2010 jul./set.; 18(3): FREITAS G. F.; OGUISSO T. Perfil de profissionais de enfermagem e ocorrências éticas. Acta paul. enferm. v. 20 no.4. São Paulo, oct./dez FREITAS,GENIVAL FERNANDES DE AND OGUISSO, TAKA. Perfil de profissionais de enfermagem e ocorrências éticas. Acta paul. enferm. [online]. 2007, vol.20, n.4, pp ISSN Disponível em: Acessado em 11/07/2014. MARTINS, CRISTIANE; KOBAYASHI, RIKA M.; AYOUB, ANDRÉA C. AND LEITE, MARIA MADALENA, J. Perfil do enfermeiro e necessidades de desenvolvimento de competência profissional. Texto contexto - enferm. [online]. 2006, vol.15, n.3, pp ISSN Disponível em: Acessado em 02/05/2014.
7 OLIVEIRA; NORBERTO G. J.; GERMANO M.; VALENÇA N. C.; COSSI S.; CÂMARA G.; PINTO R.; SOZA D. P. Fatores relacionados à identidade profissional do enfermeiro: Visão dos discentes. Revista trimestral de enfermagem. Jan. 2013; TURATO, E. R. Métodos qualitativos e quantitativos na área da saúde: definições, diferenças e seus objetos de pesquisa. Rev Saúde Pública 2005;39(3):
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