Motivos de Escolha de Curso e Expectativas Profissionais:
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- Orlando Augusto de Caminha Santiago
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1 Motivos de Escolha de Curso e Expectativas Profissionais: Um Estudo de Caso no Curso de Licenciatura em Química da UFCG-CES Pedro M. P. Cabral, 1 Maria V. de S. Barbosa, 1 Andreia S. Arruda, Eliane S. Silva, 1 Edson de O. Costa, 1 Alzeni D. Santos, 1 Ladjane P. da Silva R. de Freitas 1 Universidade Federal de Campina Grande UFCG/CES, Campus de Cuíté-PB. ladjanepsbr@ufcg.edu.br Este trabalho teve por objetivo analisar os motivos pelos quais graduandos da Licenciatura em Química optaram pelo curso de Licenciatura em Química e sua expectativas profissionais em relação a docência. Esta pesquisa possui em sua metodologia uma abordagem qualitativa com enfoque fenomenológico a partir de um estudo de caso. Sua investigação foi realizada com 84 estudantes matriculados no período letivo de do curso de Licenciatura em Química dos turnos diurno e noturno no Centro de Educação e Saúde - CES da Universidade Federal de Campina Grande no Campus de Cutié-PB. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi a aplicação de um questionário com perguntas abertas e fechadas. De acordo com a análise dos resultados, pude-se concluir que a maioria dos graduandos escolheu o curso tanto pela facilidade de acesso, pela baixa concorrência que o curso apresenta, quanto pela falta de opção nos cursos oferecido pela Universidade, uma vez que no momento da escolha levaram em consideração o fácil acesso de sua localização. Quanto às expectativas da profissão, são negativas devido as dificuldades da profissão e da falta de identificação apontada por muitos, decorrente da escolha alheatória de um curso que não o desejado. Palavras-chave: Licenciandos, Química, Escolha de curso. INTRODUÇÃO É sabido que a pesar do surgimento de novas estratégias para o melhoramento do ensino-aprendizado de química, a questão da motivação do estudo dessa ciência, ainda se constitui um dos principais tema de investigação na área da educação Química, muitos autores como CARDOSO e COLINVAUX, 2000; TREVISAN e MARTINS, 2008; MÓL, 2004 apontam a falta de visualização por parte desses estudantes, da aplicação direta desse conhecimento em seu cotidiano como um desmotivador do estudante no estudo da química.
2 Numa abordagem Piagetina, o conhecimento se faz através de construções contínuas e renovadas a partir da interação com o real. Para Cardoso e Colinvaux (2000), o estudo da química deve-se principalmente ao fato de possibilitar ao homem o desenvolvimento de uma visão crítica do mundo que o cerca, podendo analisar, compreender e utilizar este conhecimento no cotidiano, tendo condições de perceber e interferir em situações que contribuem para a deterioração de sua qualidade de vida. A partir desses pressupostos este trabalho teve por objetivo investigar os motivos pelos quais graduandos da Licenciatura em Química optaram pelo curso de Licenciatura em Química e suas expectativas profissionais em relação à docência. METODOLOGIA DA PESQUISA Esta pesquisa possui em sua metodologia uma abordagem qualitativa com enfoque fenomenológico a partir de um estudo de caso. Sua investigação foi realizada com 84 estudantes matriculados no período letivo de do curso de Licenciatura em Química dos turnos diurno e noturno no Centro de Educação e Saúde - CES da Universidade Federal de Campina Grande no Campus de Cutié. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi a aplicação de um questionário com perguntas abertas e fechadas e de múltiplas escolhas. Esse instrumento foi escolhido por viabilizar alcance de um bom número estudantes. Antes da formulação do questionário foram realizadas conversas informais com alguns estudantes para que as perguntas fossem elaboradas com pertinência aos objetivos desta investigação. Os resultados encontrados foram transformados em percentuais e dispostos em gráficos para uma melhor visualização, análise e discussão dos mesmos. RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com as respostas fornecidas pelos 84 estudantes, investigado, ao questionário e em relação ao gráfico 1 ao se perguntar os motivos pela escolha do curso, 42% responderam ser por vocação, porém um percentual bastante significativo de alunos responderam ser por falta de opção com 26%, assim como os que responderam ter sido por baixa concorrência, com um percentual ainda maior de 29%.
3 Gráfico 1. Respostas dos estudantes a pergunta: Porque você optou pelo curso de Licenciatura em Química? Ao analisarmos esses percentuais, percebemos que estas duas últimas respostas tendem a revelar que 55%, ou seja, a maioria dos estudantes pesquisados não está no curso que desejavam e em suas escolhas não houve um cuidado de levar em conta o critério de afinidade com o curso escolhido. Porem, em contra posição, ao responderem o que eles esperavam do curso escolhido (gráfico 2), 66% reponderam que esperavam que o curso lhes proporcionasse um bom desenvolvimento profissional, já 11% demonstraram através de suas respostas que estavam preocupados com a realização profissional, e que a principal expectativa com o curso era de se conseguir se realizarem profissionalmente. Outra resposta que chama a atenção, foi a de esperarem do curso apenas a formação (5%), os investigados que deram essa resposta, pareceram ser bem taxativos, quando coloram a expressão apenas na frente da frase. Gráfico 2. Respostas dos estudantes a pergunta: O que você espera de seu curso? Uma resposta, em relação a essa pergunta, que merece destaque é a que foi dada por um dos estudantes do 2º período: aprender a gostar do curso, para poder ser uma boa profissional, revela uma relação de sentimento com o curso, deixando transparecer que, o que estudante espera do curso é de poder desenvolver uma relação mais afetiva com mesmo, para que isso não venha interferir de forma negativa
4 em sua carreira profissional, vale salientar que esse estudante apontou como motivo de escolha pelo curso a baixa concorrência. Uma outra resposta que também merece destaque e que está relacionada a pergunta desse gráfico 2 é : ter uma boa remuneração, reconhecimento no mercado de trabalho e se sentir bem em relação a área escolhida, aqui o estudantes deixa transparecer que a remuneração e o reconhecimento no mercado são prioridade naquilo que ele espera de seu curso. A expressão sentir bem em relação à área escolhida pode ser entendida como uma espera também de uma realização profissional. Todos esses fatores identificados nas respostas das duas primeiras perguntas, podem está refletidos também nas respostas fornecidas por eles a quarta pergunta do questionário, onde se indagou dos mesmos se já haviam pensado ou se ainda pensavam em desistir do curso, e conforme os dados do gráfico 3, 53% dos investigados responderam já terem pensado na desistência do curso. Uma das justificativas apresentada por alguns desses estudantes para essa resposta foi a de terem desejado fazer um curso de química, porém não a licenciatura, outros apresentaram como justificativa a falta de vocação e o fato de não se identificarem com o curso, outros motivos também bastante citados foram as dificuldades com a falta de base em algumas disciplinas e a baixa remuneração do profissional docente, como vemos a seguir na resposta de um dos estudantes. Não pelo curso, mas pela baixa remuneração que um professor recebe, além da falta de atenção nas escolas com o ensino.. Gráfico 3. Respostas dos estudantes a pergunta: Você pensa ou já pensou em desistir do curso? Ao se perguntar aos graduandos que barreiras, até agora, eles se depararam no curso (gráfico 4), 37% responderam as disciplinas e 25% apontaram a falta de base como sendo a principal barreira e ainda, 14% apontaram ambas como barreira. Este
5 resultado aparece, como mais um indicativo das consequências de uma escolha de curso feita sem um critério adequado de afinidade com o curso escolhido. Gráfico 4. Respostas dos estudantes a pergunta: Até agora, que barreiras você se deparou no seu curso? Quanto em relação à profissão, foi perguntado aos estudantes se ao concluir o curso eles pretendiam exercer a profissão (gráfico 5), apenas 59% responderam que sim, porém, um percentual também considerado significativo com 27% respondeu que talvez exerça, 11% respondeu que fará outro curso, o que talvez já fosse de se esperar e responderam taxativamente que não, não exercerão a profissão de docente ao concluírem o curso. Gráfico 5. Respostas dos estudantes a pergunta: Ao concluir o curso você pretende exercer sua profissão? Alguns dos alunos que deram, sim, como resposta, em uma conversa informal, com os investigadores, falaram que quando entraram no curso, pensaram na possibilidade em concluí-lo, mas não exercer a profissão, já que o mesmo não era o curso de sua escolha preferencial, porém, ao entrarem em contato com os conteúdos e melhor se familiarizarem com campo da profissão, mudaram de ideia, e hoje não pesam mais nessa possibilidade. Por fim, o gráfico 6 apresenta as respostas dos estudantes em relação a pergunta: Você se vê como um futuro agente transformador da educação? (gráfico 6) Apesar da maioria dos estudantes terem dado sim como resposta (61%), 19%
6 demonstraram incerteza com suas respostas: talvez, não priorizo a área de licenciatura, mas como os objetivos mudam, posso mudar e quem sabe inovar a área de educação. 13% foram taxativos ao responderem que não, que não se via como um futuro agente transformador da educação. Em suas justificativas a maioria que responderam não, apontou a falta de identificação com o magistério e em uma dessas respostas os estudantes colocaram: não me identifico como professor ; antes sim, mas agora não mais, pois vejo que não tenho vocação para a área. Gráfico 6. Respostas dos estudantes a pergunta: Você se vê como um futuro agente transformador da educação? Muitos dos trabalhos publicados sobre as Licenciaturas em Química (BRASIL, 2007) mostram essa realidade, em que muitos dos problemas enfrentados pelos graduandos dessa área, estão relacionados a falta de integração entre disciplinas de conteúdos específicos e de educação e falta de uma base adequada dos conhecimentos trazidos pelos eles ao ingressarem no curso, outro fator apresentado também tem sido a falta de perspectiva profissional devido à baixa remuneração e às péssimas condições de trabalho na educação básica, esses fatores também tem sido apontados nesta pesquisa e talvez sejam eles que provoque o desinteresse do ingresso pelo curso. Outros trabalhos também apresentam questões como baixos salários e a falta de perspectiva profissional como fatores que estimulam e contribuem para a evasão. CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com a análise dos resultados, pude-se concluir que a maioria dos graduandos escolheu o curso tanto pela facilidade de acesso pela baixa concorrência que o curso apresenta, quanto pela falta de opção de curso oferecido pela Universidade, uma vez que levaram em consideração o fácil acesso a localização. Quanto as expectativas da profissão, são negativas devido as dificuldades da
7 profissão e da falta de identificação apontada por muitos decorrente da escolha alheatória de um curso que não o desejado. REFERÊNCIA CARDOSO, S. P.; COLINVAUX, D. Explorando a motivação para estudar química. Química Nova, v. 23, n. 2, p , TREVISAN, T. S., MARTINS, P. L. O, O professor de química e as aulas práticas. Anais de evento, p , Disponível em: educere2008/anais/pdf/365_645.pdf. Acessado em agosto de MÓL, G. de S. Cotidiano e ensino de Química: aproximações necessárias. XXIV EDEQ Encontro de Debates sobre o Ensino de Química Saberes e Fazeres do Educador em Química: Fenômeno de Múltiplas Áreas Universidade de Caxias do Sul RS, outubro, BRASIL. Escassez de professores no Ensino Médio: propostas estruturais e emergenciais. Relatório produzido pela Comissão Especial instituída para estudar medidas que visem a superar o déficit docente no Ensino Médio (CNE/CEB), maio 2007.
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