PLANO PROVISÓRIO CONFLITO DE NORMAS NO ESPAÇO: UMA ABORDAGEM JUSECONÔMICA E TEMAS DE FRONTEIRA

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1 PLANO PROVISÓRIO CONFLITO DE NORMAS NO ESPAÇO: UMA ABORDAGEM JUSECONÔMICA E TEMAS DE FRONTEIRA 1º.Sem MESTRADO. Prof. Dr. Gustavo F. Ribeiro. Doutor em Direito, Maurer School of Law, Bloomington-IN, EUA. Revalidação UFSC. Ex-bolsista Doutorado Pleno Capes/Fulbright. SUMÁRIO I - Tema II - Ementa III - Programa IV Metodologia e avaliação V - Bibliografia I TEMA Dada a mobilidade de pessoas, bens e capitais no mundo, amparados por fartos recursos tecnológicos, formam-se relações jurídicas conectadas a distintos sistemas jurídicos. Emerge daí, potencialmente, os problemas de conflitos de competência e leis no espaço; ou seja, face a um problema envolvendo relações privadas com ponto de conexão internacional, qual a jurisdição competente? Deve-se aplicar o direito material doméstico ou estrangeiro, em função de um elemento de conexão (domicílio, local de celebração do contrato, local de situação do bem, entre outros). Esta possibilidade de aplicação do direito estrangeiro em solo nacional, embora contra intuitiva, é prevista no ordenamento brasileiro (Dec /42, Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - LINDB, arts. 7 e ss) e no direito comparado, mas, supõe-se, ocorre de forma muito rara, residual ou excepcional. Questiona-se: no caso brasileiro, são, de fato, as leis estrangeiras aplicadas, conforme prevê a LINDB? Qual racionalidade as ampara? Com quais justificativas ou objeções? Quais as estruturas de incentivos colocadas aos agentes (partes e membros do judiciário) em casos dessa natureza, vis-à-vis as regras de conflito? Ao enfrentar estes questionamentos, o curso pretende não apenas analisar a técnica inerente às regras sobre conflito de competência, conflito de leis e a correlata jurisprudência, mas também perfazer uma análise consequencialista, por meio da metodologia do direito e economia aplicada a problemas clássicos e contemporâneos. II - EMENTA Localização da questão nas disciplinas do direito e economia. Escolas: direito comparado e brasileiro. Uniformização e harmonização. Aplicação das regras de competência e conflito pelas cortes. Jurisprudência nacional e comparada. Novos diálogos do conflito de leis com a economia. Eficiência na escolha das leis. Análise consequencial. A problemática transposta às relações privadas no mundo digital (internet). Relações consumeristas internacionais.

2 III PROGRAMA PARTE A INTRODUÇÃO Encontro 01. Apresentação do Programa. Introdução ao Conflito de Leis no Espaço. Introdução à Perspectiva Juseconômica. DOLINGER (2011). Direito Internacional Privado: Parte Geral, p JUENGER, F. (1983) General Course on Private International Law, p ARAUJO in TIMM (2014). Uma Visão Econômica do Direito Internacional Privado: Contratos internacionais e Autonomia da Vontade, p Encontro 02. A Norma de Conflito. A Teoria da Qualificação. Método Clássico JUENGER, F. (1983). General Course on Private International Law, p DOLINGER (2011). Direito Internacional Privado: Parte Geral, p , Encontro 03. A Visão Norte-Americana JUENGER, F. (1983). General Course on Private International Law, p Encontro 04. A Visão Europeia A definir texto Europeu. Encontro 05. Presente e futuro do Conflito de Leis nas Américas. FERNÁNDEZ ARROYO, D. (2003). Direito Internacional Privado Interamericano. Capítulos 1, 2 e 3. DOLINGER & TIBURCIO (2000). O DIP no Brasil no século XXI. Revista Mexicana de Derecho Internacional Privado, p A definir texto adicional Brasil. PARTE C APLICAÇÃO E TÉCNICA DO CONLITO DE LEIS EM DIPR NO BRASIL Encontro 06. Obrigações. Contratos. Conflito de Competência x Conflito Material. ARAUJO, N. (2012). Direito Internacional Privado: Teoria e Prática Brasileira, p RIBEIRO & LUPI (2014). A aplicação do direito material Estrangeiro em contratos pelos tribunais de justiça brasileiros: uma análise sobre dez anos de jurisprudência, p ARAUJO ET AL (2012). Cláusula de eleição de foro estrangeiro. Estudo de casos: REsp /RJ; REsp ; REsp /SP. Encontro 07. Uniformização. CISG. INCOTERMS. Consequencialismo. ARAUJO & SPITZ (2012). O que muda com a Convenção de Viena. WEBERBAUER & BARZA (2015). Introdução às regras de aplicação da CISG. Estudo de casos: TJ-SP Ap ; TJ-RS AI

3 Encontro 08. Famílias e sucessões. ARAUJO, N. (2012). Direito Internacional Privado: Teoria e Prática Brasileira, p LAWSON, M (2008). O Direito Internacional Privado das Sucessões e as perspectivas brasileira e argentina, p Encontro 09. Objeções. Ordem Pública. Arbitragem. DOLINGER, J. (1979). A Evolução da Ordem Pública no Direito Internacional Privado, p BÖCKSTIEGEL, K. (2009). Public Policy as a Limit to Arbitration and its Enforcement, p ABBUD (2008). AGRIPLIANO (2012). Estudo de casos: SEC 3976; SEC Encontro 10. Estudo de caso em sala de aula. PARTE D NOVOS DIÁLOGOS: O DIREITO E A ECONOMIA DO CONFLITO DE LEIS. REGULAÇÃO INTERNACIONAL. Encontro 11. Introdução à AED do Conflito de Leis (I) CARRASOSA GONZÁLEZ (2011). Conflicto de Leyes y Teoría Económica, p CARRASCOSA GONZÁLEZ (2011). Conflicto de Leyes y Teoría Económica, p Encontro 12. Introdução à AED do Conflito de Leis (II) RUHL, G. (2006). Methods and Approaches in Choice of Law: An Economic Perspective, p RUHL in GOTTSCHALK ET ALL (2007). Party Autonomy in the Private International Law of Contracts: Transatlantic Convergence and Economic Efficiency, p PARTE E TEMAS DE FRONTEIRA Encontro 13. Internet. Provedores. Conflitos de Ordem Pública. A definir textos e casos. Encontro 14. Relações Consumeristas Internacionais. Modelos. A definir textos e casos. PARTE E FECHAMENTO Encontro 15. Discussão dos Artigos e Fechamento.

4 IV - METODOLOGIA E SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃO 1. O curso compreende 45 (sessenta) horas, divididos em 15 encontros obrigatórios de 3 horas, com debates, resolução de problemas e seminários. Todos os alunos devem ter lido os textos recomendados que compreendem cerca de páginas de leitura por semana. Pressupõe-se leitura em língua inglesa e espanhola para parte da bibliografia. Considere este pressuposto para escolha desta disciplina. 2. A participação do aluno é avaliada em cada aula. 3. Ao final do semestre, cada aluno deverá entregar um artigo de até 15 páginas (espaço 1/2) sobre um dos temas desenvolvidos. 4. A menção final do curso é baseada na seguinte composição: Participação Artigo 70% 30% V. BIBLIOGRAFIA: ABBUD, André de Albuquerque Cavalcanti. Homologação de Sentenças Arbitrais Estrangeiras. São Paulo: Atlas, AGRIPLIANO, Ricardo de Carvalho. Ordem Pública e Processo. São Paulo: Atlas, ALMEIDA, Ricardo Ramalho. Arbitragem comercial internacional e ordem pública. Rio de Janeiro: Renovar, AMORIM, Edgar Carlos de. Direito Internacional Privado. Rio de Janeiro: Forense, ARAUJO, Nadia de. Direito Internacional Privado: Teoria e Prática Brasileira. 5. Ed. Rio de Janeiro: Forense, ARAUJO, Nadia de. Uma Visão Econômica do Direito Internacional Privado (2014) in TIMM (Org.). Direito e Economia no Brasil. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 2014, p ARAUJO, N.; & SPITZ, L. Laudos arbitrais estrangeiros no STJ. Jornal Valor Econômico, 14 de fevereiro de ARAUJO, N.; & SPITZ, L. O que muda com a Convenção de Viena. Jornal Valor Econômico, 5 de Dezembro de 2012.

5 ARAUJO, N. ET AL. Cláusula de Eleição de Foro Estrangeiro. Jornal Valor Econômico, 24 de setembro de CASTRO, Amílcar de. Direito Internacional Privado. Rio de Janeiro: Forense, BASSO, Maristela. Da aplicação do direito estrangeiro pelo Juiz Nacional o Direito Internacional Privado à luz da jurisprudência. São Paulo: Saraiva,1997. BOGGIANO, A. Curso de Derecho Internacional Privado:Derecho de las Relaciones Privadas Internacionales. 2. Ed. Buenos Aires: Abeledo-Perrot, BÖCKSTIEGEL, Karl-heinz. Public Policy as a Limit to Arbitration and its Enforcement. Revista de Arbitragem e Mediação, v. 21. Abr, CHALITA / NOODT TAQUELA, Unificación del derecho internacional privado (CIDIP I, II y III), Buenos Aires, Universidad, COLLIER, J. G. Conflicts of Law. 3d. Cambrigde, COX, S. (1995). Back to Conflicts Basics: Choice of Law and Multistate Justice by Friedrich K. Juenger, 44 Cath. U. L. Rev. 525 (1995). CREMADES, Bernardo M. Orden Público Transnacional en el Arbitraje Internacional. Revista de Direito Bancário e do Mercado de Capitais, v. 20. Abr, MICHAELS, R. Economics of Law as Choice of Laws (2009). DINIZ, Maria Helena. Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro Interpretada. São Paulo: Saraiva, DOLINGER, Jacob. Evolução da ordem pública no direito internacional privado. Rio de Janeiro: Editora Universitária, DOLINGER, Jacob. Curso de Direito Internacional Privado: Parte Geral. 10. Ed. Rio de Janeiro: Forense, DOLINGER, Jacob, TIBURCIO, Carmen. O DIP no Brasil no século XXI. Revista Mexicana de Derecho Internacional Privado. Número especial, ENGELBERG, Esther. Contratos Internacionais do Comércio. São Paulo: Atlas, 2007 FERNÁNDEZ ARROYO, D.P. International Contract Rules in Mercosur: End of an Era or Trojan Horse?, International Conflicts of Laws for the Third Millennium. Essays in Honor of Friedrich K. Juenger, Ardsley (NY), Transnational Publishers, 2001, pp

6 FERNÁNDEZ ARROYO, D.P. Direito Internacional Privado Interamericano. São Paulo: Manole, CARRASCOSA GONZÁLEZ, J. Conflicto de Leyes y Teoría Económica (2011). Madrid: Colex, GOLDSCHMIDT, W. Derecho internacional privado latinoamericano, LL, 1973, pp GOTTSCHALK ET ALL. Conflicts of Law in a Globalized World, Cambridge, JUENGER, F.K. Contract Choice of Law in the Americas. AJCL, 1997, pp JUENGER, F.K. General Course on Private International Law. Hague Academy of International Law Courses, O HARA, E. A., The Economics of Conflict of Laws, 2 volumes, Elgar Publishing (2007) O HARA, E. A. Economics, Public Choice, and the Perennial Conflict of Laws, 90 Georgetown Law Journal 941 (2002). RECHSTEINER, Beat Walter. Direito Internacional Privado: Teoria e Prática. São Paulo: Saraiva, RECHSTEINER, Beat Walter. A arbitragem privada internacional no Brasil: Teoria e Prática. 2. Ed. São Paulo: RT, RODAS, João Grandino (Coord.). Contratos Internacionais. 3 ed. São Paulo: RT, RUHL, Giesela. Methods and Approaches in choice of law: an economic perspective. Berkeley Journal of International Law, 801, 24, p. 29, RUHL, Giesela. Party Autonomy in the Private International Law of Contracts: Transatlantic convergence and economic efficiency. CLPE Research Paper, n. 4, RIBEIRO, G. F. Imigração para o Brasil e Ascensão do Direito Internacional Privado. Revista Atualidades Jurídicas, Brasília - DF, p , 31 dez RIBEIRO, G. F.; LUPI, A. L. P. B. A aplicação do direito material estrangeiro em contratos pelos Tribunais de Justiça brasileiros: uma análise sobre dez anos de jurisprudência ( ). Nomos (Fortaleza), v. 34, p , RODAS, J. G.; MONACO, G. F. C. A Conferência da Haia de Direito Internacional Privado: a Participação do Brasil. Brasília: FAG, SAMTLEBEN, J. El territorialismo de leyes en América Latina. Primer Seminario Nacional de derecho internacional privado, México, UNAM, 1979, pp

7 STRENGER, Irineu. Aplicação de Normas de Ordem Pública nos Laudos Arbitrais. Revista dos Tribunais. v Abr, STRENGER, Irineu. Contratos Internacionais do Comércio. 4 ed. São Paulo: LTr, STRENGER, Irineu. Direitos e Obrigações dos Estrangeiros no Brasil. 2.ed. São Paulo: LTr, 2003 TENORIO, O. Direito Internacional Privado. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, VALADÃO, H. Direito Internacional Privado. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, VALLADÃO, H. Contribuição da legislação nacional para a solução dos conflitos de leis na América, VI Curso de derecho internacional del CJI , pp VALLADÃO, H. O direito internacional privado interamericano: pionerismo e actualização, An. Jur. Interam., 1979, pp WEBERBAUER, Paul Hugo; BARZA, Eugênia Cristina Nilsen Ribeiro. Introdução às regras de aplicação da Convenção da ONU sobre Contratos de Compra e Venda Internacional de Mercadorias e o direito internacional privado brasileiro. Revista de Direito Internacional, Brasília, v. 12, n. 1, p WERNER, Goldshmidt. Derecho Internacional Privado: Derecho de la Tolerancia.7d. Buenos Aires: Depalma, 1990 ***