DIREITO INTERNACIONAL PROF. DANIEL SICA PONTO 1: CONCEITO PONTO 2: REGRAS DE APLICAÇÃO PONTO 3: CONTRATOS INTERNACIONAIS
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1 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO DIREITO INTERNACIONAL PONTO 1: CONCEITO PONTO 2: REGRAS DE APLICAÇÃO PONTO 3: CONTRATOS INTERNACIONAIS DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO: para relações civis de direito privado, ganhando condição internacional, pois há elemento estrangeiro. estraneidade Características dos ordenamentos jurídicos: _ independência dos ordenamentos jurídicos _ relatividade dos valores e das normas _territorialidade: em princípio as normas do ordenamento brasileiro, por exemplo, em regra, será aplicado no próprio país. **Extraterritorialidade da lei a determinadas normas normas do direito internacional privado. Qual lei aplicar? (para conflitos de lei no espaço) o direito internacional privado soluciona. Principal fonte do DIR. INT. PRIVADO são as normas internas. + SIDIP (tratados de direito interno). Corte interamericana de direitos humanos (julgam situações que violam direitos humanos), por exemplo. **Para regular a capacidade aplica-se a lei do domicílio. Art. 7º 1, caput, LINDB. LINDB (não pode contrariar a constituição; por ser direito interno formal, mas há fundo de valor); PARA APLICAR A NORMA DE DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO: 1º - identificação de uma relação civil internacional entre particulares/relação multiconectada/plurilocalizada. (PF ou PJ); com elemento de estraneidade; ex: empresa brasileira contrata alemã; a nacionalidade é diversa, logo há estraneidade; 2º - competência internacional (art e 89 3 CPC) regras relativas, estabelecidas internamente pelos estados. 1 Art. 7º. A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. 2 Art. 88. É competente a autoridade judiciária brasileira quando: I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; III - a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil. Parágrafo único. Para o fim do disposto no n o I, reputa-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que aqui tiver agência, filial ou sucursal. 3 Art. 89. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional.
2 - há uma autolimitação da jurisdição entre os Estados. (Art do Cód. Bustamante, DEC 18871/29). - Art. 12 5, LINDB (regras de competência). Em 1973 o CPC estabelece as regras de competência internacional. Regras de competência: hipóteses não cumulativas, presente um destes requisitos o juiz do Brasil é competente para julgar. I réu domiciliado no Brasil a nacionalidade não é critério para fixação de competência no âmbito internacional; II se a obrigação tiver que ser cumprida no Brasil; III quanto ato/fato que deu origem à ação tenha ocorrido ou sido praticado no Brasil; Art. 89 CPC Competência internacional absoluta: I - bens imóveis localizados no Brasil; II partilha de bens (móveis ou imóveis) situados no Brasil; Ex: país B julgou ação de imóvel situado no Brasil. (decisão transitada em julgado) não produz efeito no Brasil. O STJ ao homologar não fará, pois o juiz não era competente, o que obriga a parte a ingressar com ação no Brasil. (é preciso verificar onde será o cumprimento da obrigação). Art CPC afasta a litispendência internacional. Ex: 1º ação ajuizada no EUA e 2ª ação no Brasil não induz litispendência. Se cada uma proferir uma decisão o STJ irá homologar a 1ª, se transitar em julgado a 1ª, a 2ª ação será extinta por conta da coisa julgada material (art. 267, inc. V 7, CPC). **Já houve partilha consensual no exterior, inclusive de bens imóveis situados no Brasil e o STJ, por questão de celeridade e bom senso homologou. (decisão atual). SEC (sentença estrangeira contestada) 646. Varig x GE (general eletric). STJ homologou sentença estrangeira e o processo no Brasil foi julgado extinto. Res 9. Se a homologação não é contestada a decisão é monocrática. Se for contestada vira um SEC e é julgada pelos 15 ministros mais antigos do STJ. Há controvérsia se caberia recurso ao STF. 4 Art A lei de cada Estado contractante determina a competencia dos tribunaes, assim como a sua organização, as formas de processo e a execução das sentenças e os recursos contra suas decisões. 5 Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. 1 o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil. 2 o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências. 6 Art. 90. A ação intentada perante tribunal estrangeiro não induz litispendência, nem obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que Ihe são conexas. 7 Art Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: (Redação dada pela Lei nº , de 2005) V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada;
3 3º - Qualificação: lex fori (lei do foro) sempre se utiliza a nossa legislação. (Brasil). Permite identificar o objeto de conexão dentro da norma de DIP. É etapa prévia a 4ª etapa. 4º - Aplicação/ Identificação da regra típica/remissivas/indiretas/bilaterais/conexão de DIP qual a lei aplicável? Objeto de conexão (instituto do DIP que preciso regular) + elemento de conexão (elemento que indica a lei que irá regular o caso). Art. 7º-11 LINDB. 5º - Verificar o conteúdo do direito aplicável (material) problema do reenvio: Teoria da referência material: quando a regra típica manda aplicar o direito estrangeiro material. Não se verifica as regras formais. Não existe reenvio, pois quando manda aplicar o direito material, aplica-se e pronto. Teoria da referência global: manda aplicar todo o direito estrangeiro, sejam regras materiais ou formais. Reenvio de 1º grau. Aceitando aplica seu próprio ordenamento. Ex: B ajuíza ação no país A; aplica as regras de DIP deste país, e o país manda aplicar as leis do país B onde as regras mandam aplicar as regras do domicílio que é de C. (reenvio de 2º grau). O Brasil não admite o reenvio - Art LINDB. 6º - Limites à aplicação do direito estrangeiro: art LINDB sempre que a lei/ato/sentença estrangeira ofender a ordem pública no Brasil, não terá eficácia no território brasileiro. Normas de aplicação imediata de ordem pública a doutrina entende que o CDC é norma de aplicação imediata. O STF não deixou explícito, mas já há julgados nesse sentido. Alteração fraudulenta para aplicar lei mais benéfica exceção à aplicação do direito estrangeiro. Ex: quando não havia previsão de divórcio no Brasil, os cônjuges simulavam domicílio no país, onde era viável divórcio, nesse caso, por caracterizar fraude não se aplicaria o direito estrangeiro. Art da LINDB; art CPC; art (Cód. Bustamante); 8 Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei. 9 Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. 10 Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência. 11 Art A parte, que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o determinar o juiz. 12 Art Os juizes e tribunais de cada Estado contractante applicarão de officio, quando fôr o caso, as leis dos demais, sem prejuizo dos meios probatorios a que este capitulo se refere.
4 RESP /00 (manifestação explícita do STF quando da aplicação de regras do direito estrangeiro dever de provar e na falta/impossibilidade aplicar-se-á as normas de direito brasileiro para solução do conflito)... Dec nº 1925 aplicação no âmbito da OEA que auxilia na prova e interpretação do direito estrangeiro: 1º - prova documental cópia da lei, decisões judiciais daquele país (preferencialmente autenticadas); 2º - prova pericial pareceres de advogados ou técnicos jurídicos do país que se pretende provar determinadas regras; 3º - referência a informações do Estado requerido sobre texto, vigência de direito (...). CONTRATOS INTERNACIONAIS CLÁUSULAS TÍPICAS Identificar uma relação internacional. Dec. 538/12 aprovou a convenção das nações unidas sobre contrato de compra e venda internacional de mercadorias, estabelecida em Viena. Quais são as normas aplicáveis? Harmonização da legislação tornando as leis parecidas. Uniformizar torná-las iguais. Princípio do Unidroit sobre contratos comerciais internacionais (versão 2010) é organização intergovernamental em Roma que estuda o direito privado dos países para elaborar documentos (norma de soft law direito que é valorativo, traça objetivo, não cogente); Fase das negociações: cartas de intenção letter of intent (LOI) limita as responsabilidades daqueles que estão negociando. Ex: não é porque está negociando que vai contratar. memorando de entendimento memorandum of understanding (mou) são utilizados internamente nas fusões e aquisições de empresa, também para limitar responsabilidades; Cláusulas contratuais: - eleição de foro (não é suficiente para afastar os art. 88 e 89 CPC conforme entendimento dos tribunais. RESP /05 eleição de foro é válida, exceto quando envolver interesses públicos; RESP /08 cabível jurisdição nacional no Brasil, pois a obrigação se daria neste país) - escolha de lei aplicável (viabilidade. É critério de validade a autonomia da vontade? Art. 13 LICC/1916 e 9º 13 da LINDB/42. A partir de 1942 a jurisprudência, em sua maioria, entende que o contrato é regulado pela lei de onde foi assinado) cláusula de força maior (excludente de responsabilidade) cláusula de hardship (fatos imprevisíveis, possibilidade de renegociação) incoterms (estabelece as obrigações do comprador e do vendedor quanto a vários pontos, dentre eles responsabilidades 13 Art. 9 o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituirem. 1 o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato. 2 o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em que residir o proponente.
5 pela perda da mercadoria, momento de transferência do risco, responsabilidade por arranjar o frete, seguro e documentação, entre outras).
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