UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Bárbara Leina Feitosa da Silva

Transcrição

1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Bárbara Leina Feitosa da Silva AUTOPERCEPÇÃO DA SAÚDE GLOBAL E AUDITIVA: ASSOCIAÇÃO COM ASPECTOS SOCIODEMOGRÁFICOS, ASSISTENCIAIS E CLÍNICOS Belo Horizonte 2016

2 Resumo Expandido Introdução: A autopercepção do estado de saúde está entre os indicadores recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para avaliar a saúde da população. A autopercepção de saúde auditiva tem sido utilizada em vários estudos para verificar a qualidade de vida de adultos e idosos. Nesse cenário o estudo da associação entre autopercepção da saúde global e saúde auditiva se faz necessário para que se identifique como o indivíduo percebe sua própria saúde, a influência de sintomas auditivos na autopercepção e assim como para a elaboração de instrumentos que possibilitem melhores condições de tratamentos para estes indivíduos. Objetivos: Analisar a associação entre autopercepção da saúde e da audição segundo aspectos sócio demográficos e características auditivas em adultos e idosos atendidos em um serviço de atenção a saúde auditiva de média e alta complexidade. Metodologia: trata-se de estudo observacional analítico transversal com amostra probabilística composta por 114 usuários do Serviço de um serviço de atenção a saúde auditiva de média e alta complexidade. Para a coleta de dados foi aplicado questionário com perguntas referentes à autopercepção da saúde e de audição, à presença de doenças, queixas auditivas e vestibulares. Foi aplicado o Critério de Classificação Econômica Brasil. Também foram coletados o resultado da audiometria tonal liminar e informações no prontuário acerca das características assistenciais. Resultados: a maioria da amostra foi composta por idosos, do gênero feminino, da classe social C e com perda auditiva do tipo neurossensorial de grau moderado. A nota média dada para a autopercepção de audição foi de 5,9 e para a 8

3 autopercepção de saúde foi de 7,9, ambas em escala de zero a dez. Na análise de associação entre a autopercepção de saúde e auditiva com os sintomas auditivos e vestibulares, otalgia e tontura, apresentaram resultados com significância estatística com a nota de saúde, p=0,02 e p=0,01 respectivamente. Na análise de associação entre doenças relatadas pelos participantes da pesquisa e as notas de autopercepção de saúde e de audição, observou-se significância estatística entre a nota de saúde e a presença de hipertensão (p=0,01) e depressão (p=0,01). A análise de correlação entre a nota da audição e da saúde revelou correlação positiva de magnitude moderada indicando que a melhor avaliação da percepção da saúde tende a indicar uma melhor nota da percepção da audição. Conclusão: Os achados revelaram quanto aos dados sociodemográficos dos usuários que estes são em sua maioria idosos, do gênero feminino, residentes em Belo Horizonte e de classe social C. O perfil dos aspectos clínicos assistenciais revelou predominância da presença de perda auditiva neurossensorial bilateral de grau moderado e uso efetivo do AASI, e ausência de vinculação à reabilitação auditiva. Verificou-se, ainda associação entre autopercepção de saúde e audição e que a nota de audição se correlaciona a nota de saúde. Descritores: fonoaudiologia, perda auditiva, saúde pública, autoimagem, classe social. 9

4 Referências: 1. Savassi LCM. A satisfação do usuário e a autopercepção de saúde na atenção primária. Revista Brasileira Medicina. Fam e Comun., Florianópolis. 2010;5(17): Agostinho MR, et al. Autopercepção da saúde entre usuários da Atenção Primária em Porto Alegre, RS. Revista Bras. Med. Fam. e Comun., Florianópolis. 2010;5(17): Silva TR, Menezes PR. Autopercepção de saúde: um estudo com idosos de baixa renda de São Paulo. Rev Med. 2007; 86(1): Morettin M, Cardoso MRA. Lebrão ML, Duarte YAO. Fatores relacionados à autopercepção da audição entre idosos do município de São Paulo Projeto Sabe. Revista Saúde Coletiva. 2008;5(24): Soldera CLC, Teixeira AR, Rodrigues SR, Bós AJG. Relação entre a autopercepção da audição e a restrição ao lar em idosos do Rio Grande do Sul Restirição a participação auditiva. Revista Kairós Gerontologia Rev Kairós Gerontologia. 2013;16(2): Hoshino ACH, Pacheco-Ferreira H, Taguchi CK, Tomita S, Miranda MF. A auto-percepção da saúde auditiva e vestibular de trabalhadores expostos a organofosforados. Rev CEFAC. 2009; 11(4): Critério de Classificação Econômica Brasil [acesso em 06 Out 2015]. Disponível em: 32

5 8. Silman S, Silverman CA. Basic audiologic testing. In: Silman S,Silverman C A. Auditory diagnosis: principles and applications. San Diego: Singular Publishing Group; P: Lloyd LL, Kaplan H. Audiometric interpretation: a manual o basic audiometry. University Park Press: Baltimore; p. 16-7, Siqueira AL, Tibúrcio JD. Estatística na área da saúde: conceitos, metodologia, aplicações e prática computacional. Belo Horizonte (MG). Coopmed Pesquisa nacional de saúde: 2013 ciclos de vida rasil e grandes regi es, oordenação de ra alho e endimento. - Rio de Janeiro: IBGE, p. 12. Gresele ADP, Lessa AH, Alves LC, Torres EMO, Vaucher AVM, Moraes AB, et al. Levantamento e análise de dados de pacientes atendidos em um programa de concessão de aparelhos de amplificação sonora individual. CoDAS [periódico na Internet] [acesso em 2016 set 29]; 25(3):[aprox. 7p.]. Disponível em: org/ /s Jardim DS, Maciel FJ, Lemos SMA. Perfil epidemiológico de uma população com deficiência auditiva. Rev. CEFAC [Internet] Jun [citado 2016 Nov 07] ; 18( 3 ): Disponível em: Dados estatísticos da De ciência Auditiva Hear-it, [internet]. [citado 33

6 em 2016 Set 29]. Disponível em: Finland 15. Rezende CF, Carvalho SAS, Maciel FJ, de Oliveira Neto R, Pereira DVT, Lemos SMA. Hearing health network: a spatial analysis. Braz J Otorhinolaryngol. 2015;81: [Acesso em 2016 nov]. Disponível em: Silva DCO, Scharlach RC. Satisfação de usuários de aparelho de amplificação sonora individual atendidos em um centro auditivo. Rev. CEFAC [Internet] Dec [cited 2016 Sep 30] ; 17( 6 ): Pilger C, Menon MH, Mathias TAF. Características sociodemográficas e de saúde de idosos: contribuições para os serviços de saúde Características sociodemográficas e de saúde de idosos: contribuições para os serviços de saúde. Rev. Latino-Am. Enfermagem; 2011; 19(5), set.-out. 18. Santiago LM, Novaes CO. Auto-avaliação da audição em idosos. Revista CEFAC 2009, 11. Disponível em:< 19. Pagotto V, Bachion MM, Silveira EA. Autoavaliação da saúde por idosos brasileiros: revisão sistemática da literatura. Rev Panam Salud Pública 2013; 33: Magalhaes R, Iorio MCM. Avaliação da restrição de participação, em idosos, antes e apos a intervenção fonoaudiológica. Rev. CEFAC: Atualização Cientifica em Fonoaudiologia e Educação, Set-Out, 2012, 34

7 Vol.14(5), p.816(10) 21. Busatoa MA, Gallinab LS, Teo CRPA, Ferrettia F. Pozzagnolc, M. Autopercepção e qualidade de vida em idosos associados a características sociodemográficas. Rev. Baiana de Saúde Pública;2014; v.38, n.3, p Disponível em: < 22. Silva RJ, Smith-Menezes A, Tribess S, Romo-Perez V, Virtuoso Jr. JS. Prevalência e fatores associados a percepção negativa da saúde em pessoas idosas do Brasil. Rev Bras Epidemiol 2012; 15: Silva DPCB, Silva VB, Aurélio FS. Satisfação auditiva de pacientes protetizados pelo Sistema Único de Saúde e benefício fornecido pelos dispositivos. Braz. j. otorhinolaryngol. [Internet] Out [citado 2016 Out 24] ; 79( 5 ): Carvalho MV, Siqueira LB, Sousa ALL, Jardim Paulo César Brandão Veiga. A influência da hipertensão arterial na qualidade de vida. Arq. Bras. Cardiol. [Internet] Feb [cited 2016 Oct 24] ; 100( 2 ): Available from: Bassani DCH, Borges DT, Teixeira RM, Pimentel RB. Depressão Em Idosos Na Atenção Primária Em Saúde: Aspectos De Uma Comunidade do interior do estado do Rio Grande do Sul. Blucher; 2014;, p. 21. In:. 35

8 São Paulo. ISSN , DOI /medpro-II-cbmh Andrade CL, Braga H, Fernandes L, Ramos HE, Alves CAD. Resultados da anamnese para rastreio de transtornos do processamento auditivo em crianças com hipotireoidismo congênito. Rev. Ciênc. Méd. Biol. 2015; Salvador, v. 14, n. 3, p