REFORMA DA PREVIDENCIA ASPECTOS RELEVANTES PARA OS SEVIDORES PÚBLICOS DA UNIÃO, MILITARES E PARLAMENTARES THAIS RIEDEL

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1 REFORMA DA PREVIDENCIA ASPECTOS RELEVANTES PARA OS SEVIDORES PÚBLICOS DA UNIÃO, MILITARES E PARLAMENTARES THAIS RIEDEL

2 REFORMA DA PREVIDÊNCIA ASPECTOS RELEVANTES PARA OS SEVIDORES PÚBLICOS DA UNIÃO, MILITARES E PARLAMENTARES Thais Riedel Mestre em Direito Previdenciário

3 REFORMA DA PREVIDÊNCIA OS SEVIDORES PÚBLICOS DA UNIÃO (PEC 287 com as alterações do substitutivo do relator)

4 READAPTAÇÃO Inserção de matéria que não é constitucional. Não prevê perícia médica por junta ou equipe multidisciplinar. Nova redação visa impedir a readaptação para cargo superior ao exercido pelo servidor incapacitado.

5 APOSENTADORIA POR INVALIDEZ Alteração do termo aposentadoria por invalidez por aposentadoria por incapacidade permanente. Novo conceito tem que ser analisado identificando se a incapacidade laboral considera as atribuições do cargo ou de outro compatível com fundamento no conceito de readaptação. Pois, caso contrário, ocorre desvio de função. Aposentadoria no cargo que se encontra investido - havendo a readaptação prévia, pode contrariar a regra do concurso público. Avaliações periódicas até mesmo quando já completar 60 anos? Vide artigo 101, 1º da Lei 8.213/91.

6 APOSENTADORIA POR INVALIDEZ Proventos: 70% da média observando-se, para as contribuições que excederem o tempo de contribuição mínimo para a concessão do benefício, os acréscimos de 1,5 pontos (por ano nos primeiros 5 anos), 2 pontos (por ano do sexto ao décimo ano) e 2,5 pontos (por ano a partir do décimo-primeiro ano) - (até 100%). Exceção: incapacidade decorrente do acidente do trabalho e doença profissional (não fala nada das moléstias graves - afastamento da proporcionalidade nessas situações gera ofensa ao princípio da dignidade da pessoa humana). Inexistência de regra de transição (hoje existentes na EC70) Violação do princípio da vedação do retrocesso. Para quem já tem até 30 anos de contribuição o cálculo ficou pior.

7 APOSENTADORIA COMPULSÓRIA 75 anos de idade para homens e mulheres (artigo 40, 1). Porém, conforme 22 do artigo 40, a lei estabelecerá revisão das idades sempre que a expectativa de sobrevida média nacional única crescer um ano (mas da expectativa daqueles que tenham a idade mínima de 65 anos). Cálculo: dupla proporcionalização já que o tempo do servidor será inicialmente aplicado sobre a média, 70% acrescido dos respectivos pontos (1,5; 2 ou 2,5) por ano a mais de contribuição além do mínimo e depois a proporcionalidade do benefício em razão dos 25 anos. Permanece a redução do valor da aposentadoria, com prejuízo maior para as mulheres, pois não leva em conta diferenciação de gênero. Reajuste dos benefícios equivalente ao do INSS. Regras alcançam o servidor independentemente da data de seu ingresso no serviço público.

8 NOVA APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA Unificação da aposentadoria voluntária em uma única regra (art. 40, 1, III): Requisitos: - 65 anos de idade homem, 62 anos de idade mulher - 25 anos de contribuição - 10 anos no serviço público - 5 anos no cargo.

9 NOVA APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA Diminui a diferença do requisito etário para homens e mulheres. Gatilho do aumento dessa idade conforme aumento da expectativa de vida do IBGE. Cálculo proporcional ao tempo de contribuição: 70% da média observando-se, para as contribuições que excederem o tempo de contribuição mínimo para a concessão do benefício, os acréscimos de 1,5 pontos (por ano nos primeiros 5 anos), 2 pontos (por ano do sexto ao décimo ano) e 2,5 pontos (por ano a partir do décimo-primeiro ano) - (até 100%). Ou seja, 70% + 1,5% a.a. até 30; 2% até 35; 2,5% até 40. Ou seja, 40 anos para 100% do salário de benefício. Reajuste dos benefícios equivalente ao do INSS. Quando criada a previdência complementar nos regimes próprios (prazo de 2 anos) o limite será o teto do INSS.

10 REGRAS DE TRANSIÇÃO Art. 2º Ressalvado o disposto no art. 3º e o direito de opção à aposentadoria pelas normas estabelecidas no art. 40 da Constituição, o servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, que tenha ingressado no serviço público em cargo efetivo até a data da promulgação desta Emenda, poderá aposentar-se quando preencher, cumulativamente, as seguintes condições: I - cinquenta e cinco anos de idade, se mulher; e sessenta anos de idade, se homem, observado o disposto no 1º; II - trinta anos de contribuição, se mulher; e trinta e cinco anos de contribuição, se homem; III - vinte anos de efetivo exercício no serviço público; IV - cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se der a aposentadoria; e V - período adicional de contribuição equivalente a 30% (trinta por cento) do tempo que, na data de promulgação desta Emenda, faltaria para atingir o tempo de contribuição previsto no inciso II.

11 REGRAS DE TRANSIÇÃO

12 REGRAS DE TRANSIÇÃO Alteração do critério etário (45 anos de idade mulher e 50 anos de idade homem) que ofendia o princípio da igualdade. Servidores que ingressaram antes de 1998 poderão se utilizar da fórmula Conforme 5º do artigo 2º, somente quem tiver o critério etário de 65 anos (homem) e de 62 anos (mulher) e ingressou no serviço público antes de dezembro de 2003 garante integralidade e paridade. Aumento nas idades mínimas a partir de dois anos após a publicação da Emenda um ano a cada dois anos. Regra de transição específica para professor e policial.

13 REGRAS DE TRANSIÇÃO CÁLCULO: a) última remuneração do cargo efetivo: servidores ingressos antes da EC41/2003 (desde que tenham idade mínima 65 ou 62). b) 100% média contributiva: servidores que ingressaram até 31/12/2003. c) 70% da média observando-se, para as contribuições que excederem o tempo de contribuição mínimo para a concessão do benefício, os acréscimos de 1,5 pontos (por ano nos primeiros 5 anos), 2 pontos (por ano do sexto ao décimo ano) e 2,5 pontos (por ano a partir do décimo-primeiro ano) - (até 100%): servidores que não estiverem na situação a ou b. d) cálculo limitado ao teto do INSS para servidores que ingressarem após a existência de previdência complementar.

14 REGRAS DE TRANSIÇÃO O substitutivo é extremamente perverso com o servidor público na regra de transição. É substancialmente PIOR do que a regra da PEC 287. Aumenta a idade da regra de transição. Acaba com o direito à integralidade para quem ingressou até 2003 e tenha menos do que 65 anos homem ou 62 mulher, eliminando a possibilidade de integralidade garantidas pelas regras das EC41 e 47. Não respeita expectativa de direito. A redução do pedágio de 50 para 30% é irrelevante. Piora o valor do benefício para quem tiver menos de 30 anos de contribuição (em relação à redação original do substitutivo).

15 APOSENTADORIAS ESPECIAIS Fim da aposentadoria por Atividade de Risco - Manutenção apenas na hipótese de lei complementar criar regra específica para policiais e agentes penitenciários artigo 40, 4 -A. Não se admite concessão do benefício por categoria profissional ou pelo cargo que exerce. Revogação da possibilidade de aposentadoria especial para os demais servidores que exercem atividade de risco - princípio da vedação do retrocesso. Independentemente da gravidade da exposição, somente poderá haver redução de 10 anos na idade e 5 anos no tempo de contribuição. Nesse caso, a mulher será prejudicada, pois no seu caso a redução máxima da idade será de 7 anos. Assim, nem o homem nem a mulher poderão se aposentar com menos de 55 anos, e deverão ter pelo menos 20 anos de tempo de contribuição. Servidores com deficiência deverão ser previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar.

16 APOSENTADORIAS ESPECIAIS Concessão apenas com a efetiva exposição da saúde aos ditos agentes nocivos exclui a exposição da integridade física como causa de concessão da aposentadoria especial. Todo o período tem que ser especial, impedindo a figura da conversão do tempo especial em comum e de dois tempos especiais. Redução de no máximo 10 anos no requisito idade e 5 no tempo de contribuição ( 4) Cálculo igual as demais aposentadorias voluntárias O valor do benefício será rebaixado ainda mais, pois quem se aposenta nessa condição não terá mais do que 25 anos de contribuição.

17 CÁLCULOS DOS BENEFÍCIOS Limite mínimo salário mínimo era apenas para as aposentadorias e agora passa a abranger também a pensão por morte. Os proventos de aposentadorias terão como referência a média aritmética simples das remunerações e dos salários de contribuição, selecionados na forma da lei. A redação permite manter a regra atual que exclui os menores salários do cálculo da média, corrigindo o erro admitido pelo Governo na PEC ao mudar a regra do PBC. Mas até que essa lei seja aprovada, passam a ser considerados 100% dos salários de contribuição, o que gera imediato rebaixamento dos valores dos proventos.

18 PENSÃO POR MORTE Altera redação dada pela Emenda Constitucional n. 41 de Rol de beneficiários deve ser idêntico ao RGPS. Valor: uma cota familiar de 50% + 10% por dependente (até 100%) Cotas não são reversíveis e cessam com a perda da qualidade de dependente. Mas será preservado o valor de 100% quando o número de dependentes for igual ou superior a cinco. Duração conforme idade do beneficiário = RGPS

19 PENSÃO POR MORTE Cálculo: Regra geral 70% + pontos por ano de contribuição até 100% (servidor aposentado, do provento, e servidor ativo cálculo como se tivesse aposentado por invalidez). Duas proporcionalidades na média e pela quantidade de dependentes. Regra de transição (servidor que entrou antes da emenda e que não está na previdência privada): dependente terá valor de 50% + 10% por dependente da totalidade dos proventos do servidor falecido acrescido de 70% do que passar do teto; e o servidor em atividade na data do óbito o valor será dos proventos a que o servidor teria se tivesse se aposentado por incapacidade acrescido de 70% da parcela excedente a esse limite. Valor não poderá ser inferior ao salário mínimo e o reajuste será anual igual ao RGPS.

20 ACUMULO DE PROVENTOS Acúmulo de aposentadorias permissão apenas para cargos acumuláveis. Acúmulo de pensões entre cônjuges e companheiros: só pode receber uma pensão seja de qualquer regime. Acúmulo de aposentadoria e pensão: proibido entre os regimes e no mesmo regime quando ultrapassar o valor de dois salários mínimos. Não trata mais dos servidores estaduais e municipais prazo de 180 dias da publicação da emenda para instituição de regras próprias.

21 ABONO DE PERMANÊNCIA 19. Conforme os critérios a serem estabelecidos pelo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo que tenha completado as exigências para aposentadoria voluntária, estabelecidas no inciso I do 1º, e que opte por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade para aposentadoria compulsória. Alteração do texto fará jus para poderá fazer jus deixando a cargo da discricionariedade do ente federativo a sua instituição.

22 PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR DO SERVIDOR PÚBLICO Alteração dos 14 e 15 do artigo 40 obrigando os entes que possuam regime próprio a criarem previdência complementar do que passar do teto do INSS prazo de 2 anos para instituir. Torna o sistema inviável economicamente para gestão da maioria dos Municípios brasileiros e para alguns Estados. Retira a natureza pública da previdência complementar do servidor público substitutivo traz obrigação de licitação. Exigência de maior fiscalização aplicação no mercado financeiro.

23 NORMAS REVOGADAS Fim da aposentadoria Especial por Atividade de risco, exceto policiais e agentes penitenciários. Fim da Contribuição diferenciada para Portador de Doença Incapacitante. Acaba com as regras de transição das EC41/2003 e EC47/2005, garantindo paridade e integralidade apenas a quem obedecer às novas regras de transição.

24 CONSIDERAÇÕES FINAIS Desconsideração ao histórico do regime previdenciário dos servidores públicos mudança de paradigma de premiação para sistema contributivo. Não resolve problemas estruturais dos Regimes Próprios, mas talvez até intensifique com a criação obrigatória de previdência complementar (o problema de gestão e ausência de controle se mantém). No que tange ao sistema de previdência público do servidor público, que funciona sob o regime de repartição, haverá diminuição da arrecadação dos servidores atuais cujas contribuições servem para o pagamento dos benefícios dos inativos (argumento do déficit vai se intensificar durante uma geração inteira até equalizar ativos e inativos no mesmo patamar do teto do INSS).

25 CONSIDERAÇÕES FINAIS PEC não promove verdadeira reforma, mas apenas alterações nos benefícios (reduzindo direitos). Responsabilização dos déficts ao servidor público (inclusão das despesas no orçamento da seguridade social na verdade diz respeito ao orçamento fiscal). Desmotivação para futuros servidores e contribuintes do RGPS. Desrespeito às regras de transição das ECs anteriores. Não há contribuição progressiva para os servidores, como ocorre no RGPS única de 11%.

26 CONSIDERAÇÕES FINAIS Não há cálculo atuarial para se identificar o RISCO SOCIAL no Brasil. Proteção do Risco Social pode ser melhorada com melhor gestão, arrecadação e ajustes pontuais. Direitos Sociais= garantias fundamentais. Princípio da Vedação do Retrocesso : alterações do sistema devem vir acompanhadas de análise atuarial do risco social. Ajustes devem ser feitos conforme alterações dos riscos protegidos pelo ordenamento brasileiro. Mas se o risco é igual ou pior, e a solução for apenas a retirada de direitos para cortar despesas, sem alguma medida compensatória, viola o princípio da vedação do retrocesso.

27 REFORMA DA PREVIDÊNCIA OS MILITARES (PEC 287 não altera o regime dos militares)

28 MILITARES Militares membros das forças armadas (art. 142 CF e regulamentação pela Lei 6.880/80 coma alterações da MP 2.215/2001) Membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares (art. 42 CF e regulamentação diferenciada por estado).

29 REFORMA DA PREVIDÊNCIA PARLAMENTARES (PEC 287 com as alterações do substitutivo do relator)

30 PARLAMENTARES Inicialmente, a previdência parlamentar era regida pela Lei nº 4.284, de 20 de novembro de 1963, posteriormente pela Lei nº 7.087, de 29 de dezembro de 982, até chegar a atual Lei nº 9.506, de 30 de outubro de 1997.

31 PARLAMENTARES Como é hoje: Desde 1997, obedecem às regras dos servidores públicos, com idade mínima de 60 anos e 35 anos de contribuição, sendo proibida acumulação com outra aposentadoria do setor público. Valor dos proventos calculado igual ao de servidor público. Como era a proposta original do governo: passariam a ser vinculados ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS), cabendo à União, estados e municípios definirem regras de transição. Como ficou no substitutivo: passam a ser vinculados ao RGPS, mas com transição diferente para o parlamentar federal. Nesses casos a aposentadoria será, inicialmente, aos 60 anos, subindo a partir de 2020 até o limite de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres, com 35 anos de contribuição. Caberá a estados e municípios definirem regras de transição de seus respectivos parlamentares.

32 OBRIGADA!! Contatos: Telefones: e