I Curso de Pós-Graduação em E-Commerce. Tratamento de dados sensíveis
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- João Pedro Casado Faria
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1 I Curso de Pós-Graduação em E-Commerce Tratamento de dados sensíveis
2 Bases normativas principais: (1) Artigo 35.º da CRP; (2) Artigo 8.º da DPDP (D 45/96/CE); (3) Artigo 7.º da LPDP (L 67/98); (4) Artigo 9.º do RGPD (R 2016/679). Tutela civil: 80.º do CC
3 Artigo 35.º/3 da CRP (vers. originária 1976): A informática não pode ser usada para tratamento de dados referentes a convicções políticas, fé religiosa ou vida privada [26.º/1], salvo quando se trate do processamento de dados não identificáveis para fins estatísticos.
4 Artigo 35.º/3 da CRP (pós-1989): A informática não pode ser utilizada para tratamento de dados referentes a convicções filosóficas ou políticas, filiação partidária ou sindical, fé religiosa ou vida privada, salvo quando se trate do processamento de dados estatísticos não individualmente identificáveis.
5 Artigo 35.º/3 da CRP (pós-1997): A informática não pode ser utilizada para tratamento de dados referentes a convicções filosóficas ou políticas, filiação partidária ou sindical, fé religiosa, vida privada e origem étnica, salvo mediante consentimento expresso do titular, autorização prevista por lei com garantias de não discriminação ou para processamento de dados estatísticos não individualmente identificáveis.
6 Excepções: (1) consentimento expresso do titular [dos dados]; (2) autorização prevista por lei (artigos 18.º e 165.º, b), da CRP 35.º encontra-se no tit. II intitulado Direitos, liberdades e garantias ; 30.º/1 LPDP); (3) processamento de dados estatísticos não individualmente identificáveis. - o segmento com garantias de não discriminação aplica-se ao (1) e (2)
7 Conceito de dados pessoais [e de titular dos dados] (35.º/2 CRP) por via do artigo 3.º b) LPDP = 2.º a) DPDP (cf. 4.º/1 RGPD): qualquer informação, de qualquer natureza e independentemente do respectivo suporte, incluindo som e imagem, relativa a uma pessoa singular identificada ou identificável ( titular dos dados ).
8 Artigo 8.º da DPDP (regra geral da proibição): 1. Os Estados-membros proibirão o tratamento de dados pessoais que revelem a origem racial ou étnica, as opiniões políticas, as convicções religiosas ou filosóficas, a filiação sindical, bem como o tratamento de dados relativos à saúde e à vida sexual
9 Excepções (7): 1. consentimento explícito, salvo se pelo direito do Estado não o permitir; 2. tratamento necessário ao cumprimento de obrigações e direitos do responsável pelo tratamento no âmbito laboral, se permitido pela legislação nacional, com garantias adequadas; 3. tratamento necessário para protecção de interesses vitais da pessoa ou doutra se a pessoa visada for física ou legalm. incapaz de consentir;
10 Excepções (6; cont.): 4. tratamento efectuado, no âmbito das suas actividades legítimas, por organismo s/ fins lucrativos de carácter político, filosófico, religioso ou sindical, respeitante apenas aos seus membros ou pessoas que com ele mantenham contactos periódicos ligados às suas finalidades, não podendo os dados serem comunicados a 3.ºs s/ consentimento dos visados; 5. tratamento de dados manifestamente tornados públicos pela pessoa visada;
11 Excepções (7; cont.) 6. tratamento necessário à declaração, ao exercício ou à defesa de direito em processo judicial; 7. tratamento necessário para medicina preventiva, diagnóstico médico, prestação de cuidados ou tratamentos médicos ou gestão de serviços da saúde e for efectuado por profissional da saúde obrigado ao segredo profissional ou por outra pessoa sujeita a igual segredo.
12 Norma de salvaguarda (artigo 8.º/4 da DPDP): Sob reserva de serem prestadas as garantias adequadas, os Estados-membros poderão estabelecer, por motivos de interesse público importante, outras derrogações para além das previstas no n.º 2, quer através de disposições legislativas nacionais, quer por decisão da autoridade de controlo referida no artigo 28.º.
13 Artigo 7.º da LPDP (regra geral da proibição): É proibido o tratamento de dados pessoais referentes a convicções filosóficas ou políticas, filiação partidária ou sindical, fé religiosa, vida privada e origem racial ou étnica, bem como o tratamento de dados relativos à saúde e à vida sexual, incluindo os dados genéticos. - Diferenças em relação ao 35.º da CRP e 8.º DPDP.
14 Elenco de dados (pessoais) sensíveis/categorias especiais de dados pessoais: (1) convicções filosóficas; (2) convicções políticas; (3) filiação partidária; (4) filiação sindical; (5) fé religiosa; (6) vida privada; (7) origem racial; (8) origem étnica; (8) dados de saúde; (9) dados sobre vida sexual; (10) dados genéticos. Elenco fechado? Vis expansiva da vida privada (teoria das 3 esferas: íntima, privada, pública)
15 Excepções: - proibição de aplicação analógica (artigo 11.º CC) - sendo, no caso concreto, aplicável uma excepção, em princípio, salvo disposição específica em contrário, é aplicável também o regime geral dos dados pessoais (ex. qualidade dos dados, direito de informação, direito de acesso, direito de oposição do titular dos dados, etc.)
16 Excepções (artigo 7.º/2: norma de salvaguarda?): Mediante disposição legal ou autorização da CNPD, pode ser permitido o tratamento dos dados referidos no número anterior quando por motivos de interesse público importante esse tratamento for indispensável ao exercício das atribuições legais ou estatutárias do seu responsável, ou quando o titular dos dados tiver dado o seu consentimento expresso para esse tratamento, em ambos os casos com garantias de não discriminação e com as medidas de segurança previstas no artigo 15.º.
17 Excepções (7.º/3 da LPDP: tratamento é ainda permitido quando ( ) ): 1. tratamento necessário para protecção de interesses vitais da pessoa ou doutra se a pessoa visada for física ou legalm. incapaz de consentir (=8.º/2c)); 2. Efectuado por organismo polít., filosóf., relig. ou sind., s/ fins lucrativos, no âmbito das suas actividades legítimas, sob condição de o tratamento respeitar apenas aos membros ou pessoas que com ele mantenham contactos periódicos ligados às suas finalidades, e os dados não serem comunicados a 3.º s/ consentimento do titular ( 8.º/2d));
18 Excepções (7.º/3 da LPDP: tratamento é ainda permitido quando ( ) ): 3. disser respeito a dados manifestamente tornados públicos, desde que se possa legitimamente deduzir das suas declarações o consentimento para o tratamento dos mesmos ( 8.º/2e) DPDP e 9.º/2 e RGPD) 4. for necessário à declaração, exercício ou defesa de um direito em processo judicial e for efectuado exclusivamente com essa finalidade ( 8.º/2e) DPDP e 9.º/2 f) RGDP)
19 Excepções (7.º/4 da LPDP: tratamento de dados referentes à saúde e à vida sexual, incluindo os dados genéticos, é permitido quando ( ) ): 5. for necessário para medicina preventiva, de diagnóstico médico, de prestação de cuidados ou tratamentos médicos ou de gestão de serviços de saúde, desde que: (a) o tratamento desses dados seja feito por profissional de saúde obrigado a sigilo ou por outra pessoa igualmente sujeita a sigilo profissional; (b) seja notificado à CNPD ex 27.º; (c) sejam garantidas medidas adequadas de segurança da informação (11.º/5 LPDP, 15.º/3; L 12/2005).
20 Regime especial(íssimo) do tratamento de dados relativos a suspeitas de actividades ilícitas, infracções penais e contra-ordenações (artigo 8.º LPDP; 8.º/5 DPDP; 10.º/1 RGPD)
21 Muito obrigado Francisco Rodrigues Rocha Assistente convidado da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa Advogado (GPA)
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