MODELAGEM FÍSICA DO PROCESSO DE DEPOSIÇÃO HIDRÁULICA ASSOCIADO A BARRAGENS DE REJEITOS

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1 MODELAGEM FÍSICA DO PROCESSO DE DEPOSIÇÃO HIDRÁULICA ASSOCIADO A BARRAGENS DE REJEITOS L. F. M. Ribeiro Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal de Ouro Preto A. Assis Departamento de Engenharia Civil/FT, Universidade de Brasília RESUMO: As barragens de rejeito alteadas pelo método de montante e construídas por aterro hidráulico podem apresentar problemas relacionados aos aspectos construtivos e segurança, pois existem poucas especificações técnicas relacionadas a este tipo de estrutura. O material é lançado de forma quase aleatória sem controle das variáveis que influenciam no processo de deposição hidráulica. Propõe-se um estudo a partir da simulação em laboratório destas variáveis, tais como vazão e concentração. O objetivo principal do trabalho é analisar a influência destas variáveis na formação dos aterros hidráulicos, avaliando, principalmente, o valor da densidade obtida. O estudo proposto tem como base a utilização de um equipamento capaz de realizar Ensaios de Simulação de Deposição Hidráulica (ESDH) desenvolvido na Universidade de Brasília, visando simular o processo de formação de barragens de rejeito construídas com a técnica de aterro hidráulico a partir do controle das variáveis que afetam este processo. São apresentados alguns resultados obtidos a partir de ensaios realizados com o rejeito da Mina de Morro Agudo (SAMITRI). 1. INTRODUÇÃO As barragens de rejeito alteadas pelo método de montante normalmente apresentam um baixo controle geotécnico, sendo que de uma maneira geral as características geotécnicas deste tipo de estrutura refletem as deficiências das especificações técnicas que praticamente não existem na fase de projeto e durante o período de construção. Desta forma estas estruturas apresentam riscos potenciais de ruptura. Neste sentido existe uma grande necessidade de avaliar mais detalhadamente o comportamento deste tipo de estrutura sob um ponto de vista geotécnico durante o processo construtivo. Além disso é necessário estabelecer uma forma de controle destes aterros ainda na fase de projeto, através do estabelecimento de técnicas construtivas baseadas nas variáveis que condicionam o processo de deposição hidráulica. Uma alternativa de solução deste tipo de problema estaria associada a utilização de ensaios de laboratório que pudessem simular o processo construtivo das barragens de rejeito construídas com a técnica de aterros hidráulicos. Nos ensaios de laboratório os mecanismos de deposição poderiam ser observados mais rapidamente e de uma forma mais controlada que no campo. A adoção de modelos reduzidos representa uma importante ferramenta na análise de fenômenos envolvendo processo hidráulicos. Os modelos hidráulicos apresentam a vantagem de reproduzir em laboratório um grande número de variáveis que reproduzem o fenômeno, resultando em análises qualitativas e/ou quantitativas dependendo da complexidade do modelo e equações envolvidas. A modelagem física mostra-se assim com um grande potencial na análise do comportamento dos aterros envolvendo transporte hidráulico. São encontrados na literatura diversos trabalhos relativos à 195

2 modelagem física deste tipo de processo construtivo. Alguns destes trabalhos apresentam um enfoque puramente hidráulico e/ou sedimentológico. Normalmente, os dados obtidos estão relacionados à taxa de fluxo de água, velocidade, profundidade, taxa de transporte de sedimentos e geometria do depósito formado. Outros ensaios, mais específicos, apresentam dados referentes a estratigrafia e as alterações provocadas nas camadas em função dos diferentes processos erosivos. Entretanto, poucos ensaios consideram a análise dos parâmetros geotécnicos associados ao processo de deposição hidráulica. Estes estudos objetivaram, de uma maneira geral, a determinação da geometria do talude e/ou as características físicas e mecânicas destes depósitos. Observa-se, ainda que existem algumas dificuldades na interpretação dos resultados sob o ponto de vista geotécnico, uma vez que a maioria dos trabalhos apresentam, em sua concepção, metodologias e análises à luz de conceitos puramente hidráulicos. Neste contexto, a solução para este tipo de problema seria o estabelecimento de uma análise conjunta entre a hidráulica dos sedimentos e a engenharia geotécnica. Neste sentido, apresenta-se uma proposta de análise do comportamento dos aterros hidráulicos utilizando um modelo físico para simulação do processo de deposição hidráulica em laboratório. O equipamento de simulação de deposição hidráulica (ESDH) foi desenvolvido dentro do Programa de Pós- Graduação em Geotecnia da Universidade Brasília. Este equipamento permite simular diferentes condições de descarga de sedimentos de forma a analisar sua influência no processo de formação do depósito. O equipamento baseado nos conceitos da modelagem hidráulica objetiva, principalmente, a obtenção das características geotécnicas do aterro em função das diversas variáveis que influenciam o processo. São apresentados os detalhes do equipamento, concepção hidráulica, metodologia e procedimentos de ensaio. Os resultados obtidos representam uma primeira análise da aplicabilidade desta metodologia na previsão do comportamento geotécnico destes tipos de estruturas. 2. ATERROS HIDRÁULICOS Os aterros hidráulicos são estruturas cujos parâmetros geotécnicos são fortemente influenciados pelas variáveis que governam os processo de deposição hidráulica, tais como a vazão e a concentração da lama. A análise destas variáveis e seus efeitos nas propriedades geotécnicas do aterro hidráulico são muito importantes no sentido de obter um projeto adequado em termos de estabilidade e controle de percolação. Para aterros construídos com materiais granulares a densidade in situ é um importante parâmetro na análise do comportamento geotécnico destas estruturas. Considerando que a densidade é uma medida indireta do comportamento dos solos granulares, altas densidades são essenciais para o aumento da estabilidade dos aterros hidráulicos sob condições estáticas e dinâmicas. Os aterros hidráulicos são suscetíveis aos processo de liquefação considerando a potencialidade destas estruturas de formarem depósitos arenosos saturados e de baixas densidades. As barragens de rejeito normalmente estão associadas à tecnologia de baixo custo, devido principalmente a grande quantidade de material envolvido no processo de disposição e a forma como o rejeito é descartado. Assim existem poucas alternativas construtivas relacionados à disposição de rejeitos comparadas com outros tipos de barragem. Os baixos custos e grandes quantidades de rejeito reforçam a utilização e a manutenção da técnica de aterro hidráulico associado a este tipo de processo de disposição. Entre os métodos construtivos, normalmente utilizados na construção de barragens de rejeito, o método de montante é o mais simples e econômico. Neste método a lama é descartada à montante da barragem por canhões isolados ou uniformemente espaçados ao longo da crista. Embora muitas barragens construídas pelo método de montante tenham sido construídas de forma segura, alguns processos de ruptura tem ocorrido, a maioria deles associado à falta de controle geotécnico e deficiências nos processos construtivos. Estabelecendo uma comparação com os aterros compactados pode-se observar que a densidade de campo pode ser estimada na fase 196

3 de projeto, através de ensaios de compactação em laboratório. A maioria dos parâmetros geotécnicos são obtidos a partir dos valores das densidades definidos por estes ensaios. Desta forma, o controle de qualidade destes aterros durante a fase de construção é considerado bastante simples, comparando basicamente os valores das densidades de campo e de laboratório. Esta situação não ocorre para o caso dos aterros hidráulicos, pois existem poucas especificações técnicas relacionadas aos aterros hidráulicos. Freqüentemente são usadas metodologias empíricas baseadas em experiências prévias ou na análise de algumas recomendações encontradas na literatura soviética (Melent ev et al., 1973). Estas recomendações representam os primeiros procedimentos técnicos a respeito dos aterros hidráulicos e baseiam-se na adoção de baixas velocidades de fluxo associadas a altas concentrações de modo a obter depósitos mais densos. Neste contexto, é importante analisar cada mecanismo de deposição através da análise das variáveis envolvidas no processo de descarga e estabelecer um metodologia específica de projeto que possa melhorar as características dos aterros hidráulicos. Após 1970, o projeto e construção de barragens de rejeito tem atraído vários pesquisadores (Mittal & Morgenstern, 1975; Klohn, 1981; Vick, 1983) e outros citados por Morgenstern (1985) e Morgenstern & Küpper (1988). Experiências recentes, enfatizando a análise dos fenômenos hidráulicos associados ao comportamento dos aterros hidráulicos, tem mostrado que as diferentes características dos parâmetros de descarga influenciam de uma maneira direta no comportamento dos aterros hidráulicos (Küpper, 1991; Blight, 1994; Ribeiro et al., 1998). O processo construtivo dos aterros hidráulicos consiste basicamente na descarga da mistura de sólido-líquido numa determinada área, onde a maioria dos sólidos é depositada. Em concordância com o processo de segregação, as partículas mais grossas e/ou mais pesadas tendem a depositar próximo ao ponto de descarga enquanto que as partículas finas e/ou mais leves tendem a fluir ao longo da superfície do aterro. Durante este processo uma grande quantidade de material é depositado e/ou arrastado, gerando diferentes tipos de camada. O material depositado sobre diferentes condições de descarga desenvolve então estruturas sedimentares bastante distintas. Cada tipo de estrutura apresentará em conseqüência diferentes características geotécnicas. Assim, analisando cada mecanismo de deposição poder-se-ia prever o tipo de estrutura sedimentar formado e obter suas características geotécnicas. Assim, poderse-ia também pesquisar uma forma otimizada de deposição que assegurasse a qualidade deste tipo de estrutura a partir da melhoria e do controle de suas propriedades geotécnicas. Neste sentido os ensaios de simulação de deposição hidráulica apresentam um importante papel na previsão do comportamento deste tipo de estrutura. A literatura apresenta diversos equipamentos de deposição hidráulica envolvendo fluxo e sedimentos. Alguns propostos exclusivamente para analisar o comportamento dos aterros hidráulicos (Ferreira et al., 1980; Blight et al., 1985; De Groot et al. 1988; Winterwerp et al., 1990; Fan & Masliyah,1989; Küpper, 1991; Ribeiro et al., 1998). A maioria destes ensaios apresenta dados referentes a geometria do talude, processo de segregação, distribuição granulométrica ao longo do caminho de fluxo, densidade e algumas propriedades físicas e mecânicas do aterro. O procedimento deste ensaios é a obtenção de uma mistura sólido-líquido preparada previamente em tanques dotados de misturadores ou simplesmente no momento da descarga a partir de alimentadores independentes de sólidos e água. O importante em ambos processos é manutenção da concentração constante ao longo do processo de deposição. A velocidade de descarga é outro parâmetro fixado e dependendo do tipo de alimentador o sistema de controle de descarga pode variar. Embora apresentando algumas diferenças os ensaios de deposição hidráulica são similares na simulação e manutenção dos parâmetros de descarga. Ao final do processo de deposição são determinadas as características de cada aterro formado em função das variáveis analisadas. As maiores diferenças relacionadas a estes tipos de ensaios estão associadas ao arranjo físico. O comprimento das calhas de deposição 197

4 varia de cerca de 2,00 m até 6,00 m. O sistema de alimentação da calha e drenagem final tem características definidas em cada projeto. A maior particularidade encontra-se na adoção de diferentes tipos de controladores de fluxo em função da complexidade de cada projeto. 3. MODELAGEM FÍSICA DO PROCESSO DE DEPOSIÇÃO HIDRÁULICA Os ensaios de deposição hidráulica foram desenvolvidos principalmente para prover um suporte teórico ao projeto dos aterros hidráulicos. Assim é importante notar que os dados obtidos a partir deste tipo de teste podem dar subsídio à análise do comportamento deste tipo de estrutura no campo. O maior desafio relacionado a este tipo de simulação em laboratório é a extrapolação dos dados para o campo. Analisando os parâmetros obtidos a partir dos ensaios de simulação de deposição hidráulica (ESDH) poder-se-ia avaliar sua relativa importância na análise qualitativa do comportamento dos aterros hidráulicos. Considerando a importância deste tipo de ensaio na previsão do comportamento dos aterros hidráulicos, foi desenvolvido um equipamento de simulação de deposição hidráulica na Universidade de Brasília. Este equipamento permite simular em laboratório as diferentes condições de descarga que podem ser submetidos os aterros hidráulicos. Este equipamento consiste de um canal de deposição de 6,00 m de comprimento, 0,40 m de largura e 1,00 m de altura. O canal foi construído usando perfis metálicos que sustentam as paredes laterais de vidro temperado de 10 mm de espessura. Este tipo de parede permite a visualização do processo de deposição ao longo de toda extensão do canal. A lama é preparada em um reservatório secundário equipado com um sistema especial de misturadores com velocidade constante que mantém a concentração constante. A lama é bombeada para um reservatório principal localizado na parte superior do equipamento. Este sistema de bombeamento promove uma recirculação da lama entre os dois reservatórios e mantém o nível de material constante no reservatório principal. A manutenção da concentração ao longo de todo ensaio é garantida pela manutenção do sistema de mistura funcionando constantemente nos dois reservatórios e auxiliada pelo processo de recirculação que provoca um turbilhamento dentro dos reservatórios em função da localização dos pontos de entrada e saída da lama. Entretanto, a concentração é avaliada durante todo o período de realização do ensaio em pontos instalados ao longo da profundidade do reservatório. Nestes mesmos intervalos de tempo é feito o acompanhamento da vazão de descarga no canal, condicionado pela manutenção do nível máximo do reservatório e por uma válvula de esfera que funciona como limitador de fluxo. Após a estabilização da concentração nos reservatórios, a lama é descartada no canal através de um controlador de fluxo que mantém o fluxo na direção paralela às paredes do canal. O principal objetivo deste controlador de fluxo é minimizar os efeitos das paredes no processo de deposição, gerando uma descarga unidirecional. O controlador de fluxo tem um sistema de elevação que possibilita sua ascensão em função da velocidade de subida da crista do aterro. Este sistema garante uma altura constante entre a superfície de deposição e a base do controlador de fluxo. A Figura 1 mostra um esquema do equipamento de simulação de deposição hidráulica. Um sistema de drenos foi instalado no final do canal de forma a manter o nível d água constante na praia. A altura de cada de dreno pode ser ajustada de forma a manter uma superfície livre de 1,00 m de altura a partir da extremidade final da praia. A Figura 2 mostra uma visão geral do equipamento desenvolvido na Universidade de Brasília. O programa experimental consiste na descarga de lama em diferentes condições de velocidade de descarga e concentração sob uma camada pré-depositada de rejeito. Esta primeira camada, inicialmente plana, tem o objetivo de impor condições similares às de campo. O fluxo é direcionado para o lado montante e após algum tempo dependendo das variáveis de descarga utilizadas o talude da praia é formado. Ao final do processo são feitos estudos sobre a configuração do talude, densidade, padrão de segregação, teor de umidade e distribuição granulométrica ao longo do canal. 198

5 PRINCIPAL RESERVOIR MOTOR MIX SYSTEM CHANNEL 2.50 m SCREEN 1.00 m SPREADER PUMP HYDRAULIC FILL DRAIN 6.00 m SECONDARY RESERVOIR Figura 1 Detalhe esquemático do equipamento de deposição hidráulica (ESDH) Figura 2 Vista geral do equipamento de deposição hidráulica (ESDH) desenvolvido na Universidade de Brasília 199

6 4. METODOLOGIA DE ENSAIO Os ensaios realizados no equipamento de ESDH tem como objetivo analisar a influência das variáveis de deposição no comportamento de barragens de rejeito. São realizados ensaios visando estabelecer valores específicos para estas variáveis e determinar seu efeito na formação das estruturas de aterros hidráulicos. O valor da concentração é obtido a partir de uma relação entre pesos. Encontra-se na literatura alguns ensaios cujo valor da concentração é obtido em função do volume de sólidos e água. Embora, este tipo de abordagem seja muito comum na maioria das simulações realizadas nos países da ex-união Soviética, ela é mais complexa sob o ponto de vista da determinação precisa da concentração. Assim em virtude da maior facilidade e aceitação, a concentração requerida neste programa experimental foi obtida a partir da seguinte equação: Ws C w = 100 % (1) W t onde C w é a concentração da lama, W s o peso de sólidos e W t o peso total da lama. Considerando a Eq. (1), o material é preparado para uma concentração pré-definida, estabelecendo os pesos de sólidos e água correspondentes. O material é submetido ao primeiro reservatório onde é preparada a mistura e logo em seguida é bombeado para o reservatório superior. O processo de recirculação é acionado visando a manutenção do nível de material constante no reservatório superior. É feito o primeiro controle da velocidade de descarga, utilizando um reservatório de volume conhecido onde se procede o controle da vazão de descarga com auxílio da válvula restritora de fluxo. Após estabelecida a vazão, uma segunda válvula é aberta liberando todo o fluxo para o canal de deposição. Um controle de concentração é realizado logo após esta segunda válvula em intervalos de tempo pré-definidos. Neste mesmos intervalos de tempo são feitas medidas da vazão e concentração em outros pontos do reservatório principal. Durante o processo de deposição são observados a evolução do aterro em função da altura da crista. Em uma fase inicial é 200 necessário ajustar a velocidade de ascensão do controlador de fluxo em função principalmente da relação entre a vazão e concentração. Este procedimento visa assegurar a distância sempre constante entre a crista do depósito e a base do controlador de fluxo. Os drenos do final do canal também são ajustados em função da evolução do aterro e conseqüente vazão de descarga. Em função da velocidade de descarga e do valor da concentração é necessário o reabastecimento dos reservatórios. Assim o ensaio é paralisado por um pequeno intervalo de tempo para a preparação da mistura e o restabelecimento das condições iniciais. Após este procedimento o fluxo é novamente liberado para a deposição no canal. Ao final do processo, normalmente quando o aterro atinge uma altura de 0,15 a 0,20 m, o processo de deposição é paralisado. Cerca de duas horas após o término do processo de deposição são feitas medidas da altura do talude a partir do ponto de descarga até o final da praia. Estas leituras são realizadas utilizando um sensor elétrico que indica o momento exato em que a haste toca na praia ainda úmida. Este equipamento está acoplado a uma trena com precisão milimétrica que permite medir com excelente precisão a altura da praia para posterior determinação da geometria da praia. O processo de amostragem para determinação da densidade in situ, granulometria e densidade dos grãos ao longo do talude de posição é realizado vinte quatro horas após a finalização do processo de deposição. Este procedimento visa basicamente promover um período de estabilização das pressões internas no talude e a conseqüente drenagem, de modo a facilitar o processo de amostragem. O processo da determinação da densidade in situ é realizado a partir da cravação de cilindros amostradores de parede fina de 5,0 cm de diâmetro e 5,5 cm de altura. As amostras são obtidas a cada 20 cm ao longo da praia referentes ao ponto inicial de descarga. Os cilindros são cravados na parte central da praia de modo a minimizar os efeitos das paredes no valor da densidade. As amostras utilizadas nos ensaios de granulometria e densidade dos grão são obtidas também ao

7 longo de faixas transversais a cada 20 cm de distância. 5. RESULTADOS Os resultados obtidos encontram-se em conformidade com a maioria dos resultados obtidos em outras simulações de deposição hidráulica (Ferreira et al., 1980; Blight et al., 1985; De Groot et al., 1988 e Küpper et al., 1992). Assim, o perfil obtido é côncavo e de baixa inclinação. Observa-se que para baixas velocidades de fluxo o talude tende a se tornar mais íngreme o mesmo acontecendo quando ocorre o aumento da concentração. Os valores de densidade obtidos normalmente apresentam um decréscimo considerável após o primeiro ponto amostrado, coincidente com a extremidade do controlador de fluxo (ponto de descarga). Assim neste primeiro ponto tem-se um alto valor de γ d tendendo a um processo de estabilização a medida que se aproxima da extremidade final da praia (Figura 3). Este comportamento pode ser atribuído à presença de partículas de minério de ferro no rejeito. Assim, na região próxima ao ponto de descarga, observa-se uma nítida concentração deste tipo de mineral, devido sua alta densidade. γd (g/cm3) MA 2 (Cw=13,92%, Qt=9,68 l/min) Distância ao ponto de descarga (m) Figura 3 Variação do peso específico seco em função da distância ao ponto de descarga. Observa-se neste caso um atípico, mas coerente, processo de segregação em que o peso da partícula é o fator dominante no modelo de seleção. A evidência deste tipo de processo de seleção pode ser vista na curva de variação do diâmetro médio das partículas (D50) ao longo do talude de deposição (Figura 4). Observa-se um aumento do diâmetro médio 201 do grão na porção média do talude e um decréscimo deste valor em direção às extremidades. Estes valores evidenciam a presença de finos mais densos próximo ao ponto de descarga, correspondentes às partículas tipicamente ferrosas e por conseguinte mais densas. D50 (mm) MA 2 (Cw=13,92%, Qt=9,68l/min) Distancia ao ponto de descarga (m) Figura 4 Variação do diâmetro médio das partículas em relação à distância ao ponto de descarga. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho representa uma primeira tentativa de obtenção de parâmetros geotécnicos associados ao processo de deposição hidráulica relacionados às barragens de rejeitos. Embora esteja numa fase inicial de análise é possível verificar a importância de cada variável analisada no comportamento deste tipo de estrutura. Os efeitos das variáveis de deposição hidráulica mostram-se evidentes tanto na geometria do talude formado como nos parâmetros relacionados a variação do teor de umidade, densidade, granulometria e consequentemente nos parâmetros de resistência e permeabilidade. Para o caso aplicado ao rejeito de minério de ferro, observa-se uma total dependência do valor da densidade das partículas sólidas. Neste sentido o processo de segregação comum por tamanho é suplantado pela dependência em relação ao peso da partícula. De uma maneira geral a geometria do talude é similar a maioria dos ensaios realizados com outros tipos de material, areias puras ou areias betuminosas (Küpper,1991). A principal diferença no caso do rejeito de Morro Agudo estaria numa menor influência no valor da

8 velocidade descarga na variação da inclinação do talude. Entretanto, este fato poderia estar associado a baixas velocidades de fluxo utilizadas incapazes de produzir um maior processo de movimento nas partícula mais densas. Com relação ao parâmetros de resistência está sendo viabilizada a realização de ensaios de resistência com equipamentos miniaturas na praia obtida no ESDH. Além tem sido feitos estudos sobre possibilidade de desenvolver técnicas de obtenção de amostras indeformadas para este tipo de material. Com relação as análises de percolação pretende-se ainda instalar mini-piezômetros ao longo da praia de modo avaliar o desempenho das poro-pressões durante e após o processo de deposição no ESDH. 7. REFERÊNCIAS Blight, G.E.; Thomson, R.R. & Vorster, K (1985). Profiles of hydraulic fill tailings beaches and seepage trough hydraulically sorted tailings. Journal of the South African Institute of Mining and Metallurgy, 85(5): Blight, G.E. (1994). The master profile for hydraulic fill tailings beaches. ICE Geotechnical Engineering, 107(1): De Groot, M.B.; Heezen, F.T.; Mastbergen, D.R. & Stefess, H. (1988). Slopes and density of hydraulic placed sands. Hydraulic Fill Structures, ASCE Geotechnical Special Publication No. 21, D.J.A. Van Zyl & S.G. Vick (eds.), Philadelphia, USA, pp Fan, X. & Masliyah, J. (1989). Laboratory investigation of beach profile in tailing disposal. Journal of Hydraulic Engineering, ASCE, 116(11): Ferreira, R.C.; Peres, J.E.E. & Monteiro, L.B. (1980). Características geotécnicas de modelos de aterros hidráulicos. XIII Simpósio Brasileiro de Grandes Barragens, CBGB, Rio de Janeiro, RJ, pp Klohn, E.J. (1981). The development of current tailing dam design and construction methods. Design and Construction of Tailing Dams. D. Wilson (ed.), Colorodo School of Mines, Golden, USA. Küpper, A.M.A.G. (1991). Design of Hydraulic Fill. PhD Thesis, Dept of Civil Engineering, Univesity of Alberta, Edmonton, Canada, 525 p. Küpper, A.M.A.G.; Morgenstern, N.R. & Sego, D.C. (1992). Comparison between various flume tests used for hydraulic-fill studies. Canadian Geotechnical Journal, 29: Melent ev, V.A., Kolpashnikov, N.P. & Volnin, B.A. (1973). Hydraulic fill structures (English Translation). Energy, Moscow, Russia. Mittal H.K. & Morgenstern, N.R. (1975). Parameters for design of tailings dam. Canadian Geotechnical Journal, 12: Morgenstern, N.R. (1985). Geotechnical aspects of environmental control. 11th Int. Conf. Soil Mechanics and Foundations Engineering, San Francisco, USA, 1: Morgenstern, N.R. & Küpper, A.A.G. (1988). Hydraulic fill structures - A perspective. Hydraulic Fill Structures, ASCE Geotechnical Special Publication No. 21, D.J.A. Van Zyl & S.G. Vick (eds.), Philadelphia, USA, pp Ribeiro, L.F.M., Assis, A. & Espósito, T.J. (1998). Efeito das variáveis de deposição hidráulica no comportamento de barragens de rejeito. XI Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica. ABMS, Brasília, DF, 3: Vick, S.G. (1983). Planning, Design and Analysis of Tailings Dams. Wiley International, New York, USA. Winterwerp, J.C.; De Groot, M.B.; Mastbergen, D.R. & Verwoert, H. (1990). Hyperconcentrated sand-water mixture flow over flat bed. Journal of Hydraulics Division, ASCE, 116(HY1): AGRADECIMENTOS Os autores gostariam de expressar seus agradecimentos à Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), aos órgãos de fomento CAPES e CNPq e a SAMITRI pelo apoio e incentivo dado a esta pesquisa. 202

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