UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS VERÔNICA FELIX PIRES

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1 UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS VERÔNICA FELIX PIRES COMPOSIÇÃO DA CARCINOFAUNA ACOMPANHANTE (CRUSTACEA: BRACHYURA) DA PESCA ARTESANAL DE ARRASTO DO CAMARÃO SETE- BARBAS (Xiphopenaeus kroyeri) NA PRAIA DAS ASTÚRIAS, GUARUJÁ, SP. São Paulo 2014

2 VERÔNICA FELIX PIRES COMPOSIÇÃO DA CARCINOFAUNA ACOMPANHANTE (CRUSTACEA: BRACHYURA) DA PESCA ARTESANAL DE ARRASTO DO CAMARÃO SETE- BARBAS (Xiphopenaeus kroyeri) NA PRAIA DAS ASTÚRIAS, GUARUJÁ, SP. Monografia apresentada ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade Presbiteriana Mackenzie como parte dos requisitos exigidos para a conclusão do Curso de Ciências Biológicas. Orientadora: Profª. Drª. Paola Lupianhes Dall Occo São Paulo 2014

3 À meu pai, mãe e irmã, pela contribuição que exerceram e ainda exercem, na minha formação humana.

4 AGRADECIMENTOS À Deus, que tornou essa jornada possível e colocou tantas pessoas especiais em minha vida. Ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Universidade Presbiteriana Mackenzie e especificamente ao Curso de Ciências Biológicas pela infraestrutura oferecida e pelos excelentes profissionais dedicados a compartilhar conhecimento com nós, alunos. À minha orientadora Profª Drª Paola Lupianhes Dall Occo, por ter me dado a oportunidade de realizar estágio no laboratório de Ecologia e Taxonomia Animal, o que permitiu me apaixonar pela taxonomia e principalmente pelos crustáceos. Agradeço ainda a proposta para realização do PIVIC, a orientação durante todo meu desenvolvimento acadêmico e os conselhos nos momentos de indecisão, que certamente terão impacto na minha vida profissional. Aos professores convidados para a banca, Prof. Dr. Magno Botelho Castelo Branco e Prof. Dr. Leandro Tavares Azevedo Vieira, sempre receptíveis e disponíveis a esclarecer minhas dúvidas, tenho certeza que podem fazer contribuições enriquecedoras ao meu trabalho. As técnicas Natália Barom e Ana Maria Thiago, me acompanharam durante muitos procedimentos de laboratório e inúmeras vezes me socorreram. Aos amigos que "aluguei" e me auxiliaram com comentários e sugestões, Maysa Santoro, André Duarte, Bruna Sousa e Mayra Gaspar. Ao grupo de amigos da turma 311, que apesar das discordâncias que todo grande grupo tem, sempre se manteve sólido e unido. Esses 4 anos foram muito mais divertidos ao lado de vocês, Andréa, Angelica, Caroline, Luíse, Maíra, Maísa, Marcela, Mayra, Renato, Thales, Samar, Silvia (Amanda) e principalmente Maysa Santoro, que neste período se mostrou uma grande amiga. À minha família, que me possibilitou estudar nesta excelente universidade, vibrou a cada saída a campo que eu retornei para casa com brilho nos olhos (além do cansaço físico) e pacientemente apoiou meus estudos, nas fases mais estressantes e pouco sociáveis. Sem vocês eu não seria nada!

5 RESUMO O camarão sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri) é amplamente comercializado no Brasil, sendo o crustáceo mais capturado do estado de São Paulo. Apesar de ser a espécie alvo da pesca artesanal de arrasto, são capturados organismos indesejados, de diversos taxa. Estes animais compõem a fauna acompanhante do camarão e por não haver interesse comercial, são descartados causando prejuízo ambiental e desperdício de recursos. Essa pesca não é seletiva devido a rede de arrasto utilizada, capturando organismos jovens e adultos, e causando danos físicos aos bentos. É necessário maior conhecimento sobre os organismos que compõem a fauna acompanhante, bem como características das espécies, a fim de utilizar os dados para manejo sustentável. O objetivo deste estudo é identificar taxonomicamente a carcinofauna acompanhante da pesca artesanal de arrasto do camarão sete-barbas na região da Praia das Astúrias, Guarujá, SP, além de caracterizar a estrutura populacional dos braquiúros coletados em sexo e tamanho, a partir de dados de comprimento mínimo de maturidade sexual. Os dados obtidos foram comparados com estudos que descrevem o comprimento de maturidade sexual das espécies encontradas. Foram analisados 34 indivíduos, pertencentes a 6 espécies, 5 destas pertencentes a família Portunidae (siris). Do total analisado, 62% eram indivíduos da espécie Arenaeus cribrarius. Foram encontradas ainda, as espécies Callinectes danae, C. marginatus, C. ornatus, C. sapidus e 1 fêmea ovígera do caranguejo Hepatus gronovii, para o qual não há registros anteriores de presença na fauna acompanhante. Dos indivíduos coletados, 82,4% não haviam atingido tamanho reprodutivo, indicando que não foi permitida a reprodução destes espécimes, gerando grave prejuízo ao equilíbrio do ambiente marinho e comprometendo o futuro dos estoques pesqueiros, devido a importância destes animais na transferência de energia da cadeia trófica. Palavras-chave: fauna acompanhante, braquiúros, pesca de arrasto, maturidade sexual

6 ABSTRACT The seabob shrimp (Xiphopenaeus kroyeri) is widely marketed in Brazil, being the most captured crustacean at Sao Paulo state. Despite being the target specie of artisanal trawl fishery, undesired organisms are caught, from many taxa. These animals are shrimp bycatch and because there is no business interest, they are discarded causing environmental damage and waste of resources. This fishery is not selective because of the trawling net used, capturing young and adult organisms, and causing physical damage to the benthos. It is necessary more knowledge about bycatch fauna, as well as characteristics of the species, in order to use data for sustainable management. The aim of this study is to taxonomically identify crustaceans bycatch from seabob fishery in the region of Praia das Astúrias, Guarujá, SP, and characterize population structure of brachyuran captured in sex and size, from data of minimum length of sexual maturity. Data were obtained and compared with studies that describes length of sexual maturity of the species found. 34 individuals were analized from 6 species, 5 of them belonging to the Portunid family (swimming crabs). From total analized, 62% were individuals of the specie Arenaeus cribrarius. Moreover, were found the species Callinectes danae, C. marginatus, C. ornatus, C. sapidus and 1 ovigerous female crab Hepatus gronovii, for which there are no previous records of its presence in bycatch. From total sample, 82.4% had not reached reproductive size, indicating that reproduction of these specimens was not enabled, causing serious damage to marine balance and compromising future fish stocks due to the importance of these animals in energy transfer at trophic chain. Keywords: bycatch, brachyuran, trawling fishery, sexual maturity

7 Sumário 1. Introdução Material e Métodos Resultados Discussão Conclusões Referências Bibliográficas...28

8 1 1. Introdução Cerca de 60% da produção mundial de camarão é proveniente da pesca, o que representa aproximadamente 3,4 milhões de toneladas de camarão por ano, constituindo o mais importante produto da pesca comercializado em países tropicais em desenvolvimento, como o Brasil (GILLET, 2008; MATHIESEN, 2010). No Estado de São Paulo, séries históricas indicam que a produção total do camarão sete-barbas, Xiphopenaeus kroyeri (Heller, 1862) (Fig. 1), teve acentuado aumento até o final da década de 70, sofreu quedas nas capturas durante a década de 80, e a partir da década de 90 vem se mantendo em níveis baixos com oscilações anuais (KOLLING, 2011; NETO, 2011a). Figura 1. Camarão Xiphopenaeus kroyeri Fonte: Neto 2011a. Sua produção com intensa flutuação ao longo dos anos (Fig. 2) evidenciou sinais de sobreexplotação, que levou a inclusão da espécie na Lista Nacional das Espécies de Invertebrados Aquáticos Sobreexplotadas ou Ameaçadas de Sobreexplotação pelo Ministério do Meio Ambiente em 2004, ou seja, sua captura é tão elevada que reduz a biomassa, o potencial reprodutivo e a captura futura a níveis inferiores aos considerados seguros para a espécie (BRASIL, 2004). Segundo Duarte (2013), a região da baixada santista foi responsável pela captura de 8.550,064 toneladas de crustáceos, sendo 6.319,254 toneladas apenas de camarão sete-barbas. Entre os anos de 2010 e 2012, X. kroyeri constou na lista

9 2 de espécies de pescados mais capturados no litoral paulista, junto com a sardinhaverdadeira e a corvina, sendo portanto, o crustáceo mais explorado economicamente do estado. Figura 2. Variação da produção em toneladas (t) de camarão sete-barbas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, de 1977 a Fonte: Neto, 2011a. De acordo com Natividade (2006), a grande exploração do camarão sete-barbas na região sudeste e sul do Brasil, representando aproximadamente 48% da produção pesqueira nacional, alerta pesquisadores e órgãos de gestão devido ao impacto que promove sobre os ecossistemas costeiros. Kolling (2011) afirma que desde o estabelecimento das Áreas de Proteção Ambiental (APAs) Marinhas no Estado de São Paulo pelo decreto (SÃO PAULO, 2008), a regulamentação da pescaria da espécie tem sido tema central de diversas discussões. O camarão sete-barbas habita águas costeiras rasas e no litoral do estado de São Paulo é observado em locais com substrato de areia fina. Nos estuários geralmente estão concentradas as larvas e conforme o indivíduo vai se desenvolvendo, busca águas mais salinas. Não apresenta distribuição estratificada de sua população, fato este, que contribui para o declínio populacional devido ao método de pesca de arrasto (Fig. 3), pois mesmo quando o alvo da pesca é apenas a parcela de indivíduos adultos, tanto adultos quanto juvenis são capturados, por habitarem a mesma camada (DUARTE, 2013; NETO, 2011a).

10 3 Entre as medidas para restringir a elevada captura do camarão sete-barbas, prejudicial ao equilíbrio populacional da espécie, foram determinadas a regulamentação das embarcações e petrechos, sendo necessária permissão específica para o tipo de pescaria e espécie alvo; períodos de defeso compreendidos entre 01 de abril a 31 de maio para a área marinha compreendida entre os estados do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul e compreendido também entre 15 de novembro a 15 de janeiro para o estado do Espírito Santo, segundo a Instrução Normativa nº 189, de setembro de 2008; tamanho mínimo de captura dos camarões; remuneração através do seguro-defeso para os pescadores artesanais durante os meses em que o defeso estiver em vigência, além do subsídio ao óleo diesel com o objetivo de reduzir os custos da pescaria e evitar o falseamento da rentabilidade produtiva (IBAMA, 2008). Figura 3. Pesca através do método de rede de arrasto. Fonte: Neto, 2011a. Entretanto, parte da frota pesqueira não possui embarcação permissionada e apesar de saber da existência de legislação sobre o defeso do camarão, cerca de 80% dos pescadores não cessam as capturas durante os períodos determinados para que ocorra o recrutamento do estoque adulto, impedindo assim, que os juvenis atinjam a maturidade sexual tornando-se adultos sexualmente maduros e capazes de se reproduzirem para equilíbrio populacional da espécie (NETO, 2011a). Além disso, de acordo com Lokkeborg (2005), imediatamente após o arrasto, há decréscimo de mais de 68% na abundância de espécies de equinodermos, poliquetas, bivalves e crustáceos, além de considerável diminuição de invertebrados

11 4 sésseis como esponjas e corais, pois o instrumento utilizado na pesca do camarão, a rede de arrasto, promove impacto ambiental principalmente sobre a fauna bentônica devido a sua baixa seletividade, sendo controversas afirmações quanto a extensão e a reversibilidade destes danos (BRANCO, 2005). Como consequência imediata da pesca do camarão sete-barbas, está a captura de diversificada fauna acompanhante, composta majoritariamente pela ictiofauna e pela carcinofauna, para as quais não há bons preços de mercado, sendo vistos como um empecilho pelos pescadores, pois não viabilizam os custos de manutenção da embarcação, transporte e desembarque (BRANCO; VERANI, 2006; EAYRS, 2007; GRAÇA LOPES et al., 2002). Segundo Bail et al. (2009), as proporções camarão/fauna acompanhante obtidas nos arrastos são preocupantes. Em estudo realizado por Branco e Verani (2006) a proporção X. kroyeri/fauna acompanhante variou de 1/3,5 kg entre os anos de 2001 e 2002, a 1/19,4 kg entre os anos de 1997 e Especificamente para a carcinofauna acompanhante, foi observado que as menores proporções de captura por arrasto ocorreram nos meses de inverno (de 1,24 a 2,40 kg/arrasto) e as maiores entre os meses de primavera a verão (de 2,98 a 3,04 kg/arrasto). O total de descarte de todas as pescarias mundiais é de 7,3 milhões de toneladas anuais, sendo a pesca de arrasto do camarão e a pesca de arrasto de profundidade, responsáveis por 50% desta soma. O primeiro tipo, com 27,3% do total de descarte (aproximadamente 2 milhões de toneladas) representa a maior fonte de devoluções, com taxa de rejeito de 62,3% do total capturado no arrasto, sendo assim, o método de pesca com o maior desperdício de recursos marinhos (EAYRS, 2007; KELLEHER, 2004). Os espécimes que fazem parte do rejeito são devolvidos ao oceano mortos ou extremamente debilitados, pois esta maioria capturada é desconhecida do consumidor e portanto não há demanda capaz de suprir os gastos de desembarque (BRANCO; VERANI, 2006). Entre os problemas relacionados a captura da fauna acompanhante podemos citar a falta de identificação dos animais abatidos e rejeitados, sendo muitas vezes espécies vulneráveis ou ameaçadas; o impedimento de uma avaliação adequada do estado e tendências das espécies capturadas, inviabilizando ações diretas e

12 5 aumentando o risco de esgotamento ou extinção; os danos a estrutura das redes tróficas e habitats dominados pela macrofauna séssil; além da questão ética de descarte de animais mortos incidindo sobre o desperdício de produção natural (GILLET, 2008). Assim, conforme Alverson et al. (1994) apud Kelleher (2004) e Graça Lopes et al. (2002), a pesca da fauna acompanhante oferece grande risco ecológico ao equilíbrio do meio ambiente e dos estoques pesqueiros. Severino-Rodrigues et al. (2002) afirmam que as espécies de crustáceos Artemesia longinaris, Pleoticus muelleri, Sicyonia dorsalis, Acetes americanus, Exhyppolysmata oplophoroides, Hepatus pudibundus, Litopenaeus schmitti, Persephona punctata, Arenaeus cribrarius, Callinectes ornatus e C. danae, por serem encontradas frequentemente na fauna acompanhante, partilham o mesmo habitat que X. kroyeri ao longo de todo seu ciclo de vida ou ao menos na maior parte deste, compartilhando inclusive área de desova, podendo portanto, terem suas populações ameaçadas como consequência da pesca de arrasto. Os crustáceos braquiúra que compõem a carcinofauna acompanhante, apesar de apresentarem baixa importância econômica e não haver interesse comercial, exercem grande função ecológica na cadeia trófica. Esses crustáceos têm apenas parte de sua vida compondo o zooplâncton (fração animal do plâncton constituída por organismos heterotróficos), o que é denominado meroplâncton (temporariamente planctônico). Devido ao fato de apresentarem mudanças ontogenéticas, explorando diferentes recursos alimentares quando jovens (herbívoros) e/ou adultos (onívoros e detritívoros), os decápodos exercem influência em diferentes níveis tróficos, constituindo os primeiros elos da teia alimentar pelágica. Assim, alterações em sua composição e estrutura podem provocar modificações em todos os níveis tróficos (ANACLETO; GOMES, 2006). Silva e Cabral (2010) afirmam que devido a capacidade dos crustáceos de auxiliarem na ciclagem de compostos orgânicos e inorgânicos presentes tanto na coluna de água como nos sedimentos, são extremamente importantes para o equilíbrio ecológico. Desta forma, segundo Braga (1990) apud Peres (2004), a constante exploração e captura através da pesca de arrasto além de afetar a dinâmica populacional da espécie alvo também pode alterar ou até mesmo reduzir o ciclo de vida das espécies pertencentes a fauna acompanhante.

13 6 Com base na idade da maturidade sexual, foram determinadas regras para captura da pesca comercial de duas espécies que além de estarem presentes na fauna acompanhante, também podem ser espécie-alvo, Callinectes danae e Callinectes sapidus, sendo permitido apenas a captura de indivíduos de comprimento superior a 12,0 cm e no caso de fêmeas, apenas aquelas que não estejam ovígeras (SUDEPE, 1983). Segundo Ogawa e D Incao (2010) e Branco e Fracasso (2004), o tamanho do animal está relacionado com a maturação gonadal servindo como indicativo de maturidade, sendo este, importante para sabermos se a pesca está ocorrendo de modo sustentável permitindo que o espécime se reproduza antes de ser capturado, contribuindo desta forma para o equilíbrio ecológico. Assim, o objetivo desse estudo é verificar a composição da carcinofauna acompanhante da pesca artesanal do camarão sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri), realizada na Praia das Astúrias, com ênfase nos crustáceos pertencentes à infraordem Brachyura e caracterizar a estrutura populacional dos espécimes capturados em função do tamanho e sexo o que pode servir de subsídio para elaboração de planos de manejo no ordenamento da pesca da região.

14 7 2. Material e Métodos O material analisado foi obtido de arrastos realizados na plataforma continental rasa do município de Guarujá, litoral sul de São Paulo, inserido na APA Marinha do Litoral Centro, em 18 de fevereiro de 2011, por barcos que realizaram a pesca artesanal do camarão sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri). Os organismos foram coletados de desembarques realizados na Praia das Astúrias, próximo das coordenadas geográficas 24º00 30 S e 46º16 28 W (Fig. 4), onde a triagem de cada lance foi realizada juntamente com os pescadores durante os desembarques, sendo a fauna acompanhante, material rejeitado contendo organismos marinhos de diversos táxons, separada do camarão sete-barbas. No laboratório de Taxonomia e Ecologia do Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas da Universidade Presbiteriana Mackenzie, a fauna braquiurológica acompanhante foi separada do restante do rejeito da pesca e devidamente acondicionada em frascos contendo álcool 70%. Os espécimes foram identificados, com o auxílio de estereomicroscópio, até o maior nível taxonômico possível, através da consulta ao manual de identificação de Melo (1996) e a atualização sistemática foi realizada através do World Register of Marine Species - WoRMS (2014). Figura 4. Mapa da região do Guarujá, A. Praia das Astúrias. Fonte: Google Earth, A sexagem foi realizada através da observação da face ventral dos exemplares. Sabe-se que os machos possuem orifícios sexuais localizados nas coxas do quinto par de pereiópodos e as fêmeas possuem orifícios na altura do terceiro esternito torácico, além de machos apresentarem abdome geralmente alongado e estreito e gonópodos (Fig. 5A), enquanto que as fêmeas possuem abdome largo para incubação dos ovos e ausência de gonópodos (Fig. 5B) (MELO, 1996).

15 8 Figura 5. A. Macho B. Fêmea Além disso, foi realizada a medição da largura da carapaça com o auxílio de paquímetro, sendo que nos representantes da família Portunidae (siris) essa largura foi medida através da distância entre os espinhos laterais (Fig. 6), com exceção das espécies Arenaeus cribrarius (Fig. 7) e Callinectes ornatus, pois Andrade et al. (2013) e Mantelatto e Fransozo (1996) usaram a medida da carapaça sem os espinhos laterais para determinar o tamanho de maturidade dessas espécies, o qual foi utilizado para comparação de resultados. Para os caranguejos foi realizada medição com paquímetro, das extremidades mais distantes do comprimento do animal (Fig. 8). Figura 6. Medição com espinhos laterais. Callinectes danae (Portunidae)

16 9 Figura 7. Medição sem os espinhos laterais. Arenaeus cribrarius (Portunidae) Figura 8. Medição das extremidades mais distantes. Hepatus gronovii (Aethridae) Após a obtenção de dados de identificação e morfometria, os animais foram comparados quanto ao tamanho de maturação que consta na literatura especializada. Foram utilizados dados sobre comprimento de maturidade sexual indicando tamanhos de comprimento específico para fêmeas (Quadro 1) e para machos (Quadro 2) das espécies analisadas, encontrados em Andrade et al. (2013),

17 10 Mantelatto e Fransozo (1996), Marochi et al. (2013), Rodrigues e D'Incao (2014) e Willians (1974). Quadro 1. Tamanho mínimo de maturidade para fêmeas segundo literatura. Espécie Mínimo (cm) Autor Arenaeus cribrarius (Lamarck, 1818) 5,6 Andrade et al. (2013) Callinectes danae Smith, ,4 Marochi et al. (2013) Callinectes marginatus (A. Milne-Edwards, 1861) 7,0 Williams (1974) Callinectes ornatus Ordway, ,3 Mantelatto e Fransozo (1996) Callinectes sapidus Rathbun, ,5 Rodrigues e D'Incao ( 2014) Hepatus gronovii Holthuis, 1959 * * * Dado não encontrado Quadro 2. Tamanho mínimo de maturidade para machos segundo literatura. Espécie Mínimo (cm) Autor Arenaeus cribrarius (Lamarck, 1818) 5,0 Andrade et al. (2013) Callinectes danae Smith, ,4 Marochi et al. (2013) Callinectes marginatus (A. Milne-Edwards, 1861) * * Callinectes ornatus Ordway, ,0 Mantelatto e Fransozo (1996) Callinectes sapidus Rathbun, ,8 Rodrigues e D'Incao (2014) Hepatus gronovii Holthuis, 1959 * * * Dado não encontrado Foram elaborados gráficos de colunas e histogramas para melhor visualização dos resultados obtidos e sua comparação com os comprimentos indicados na literatura, para fêmeas e para machos, separadamente. Os histogramas representam a frequência de dados em um determinado intervalo, sendo determinado o número de classes e a amplitude do intervalo de acordo com a regra de Sturges k = 1 + 3,3 log 10 n, onde k representa o número de classes e n representa o número de observações. Utilizando a amplitude total (At - diferença entre o maior e

18 11 o menor valor observado da variável) e o número de classes podemos obter a amplitude do intervalo de classe (h). Portanto, após a determinação de k e de At, foi realizado cálculo h = At/k (FALCO, 2008).

19 12 3. Resultados Foram coletados e analisados 34 indivíduos (Tabela 1). Destes, 16 eram fêmeas e 18 eram machos, pertencentes a 6 espécies distintas, sendo apenas um destes indivíduos um caranguejo fêmea, da família Aethridae. Os demais pertenciam a família Portunidae (siris). Tabela 1. Número de machos e fêmeas por espécie analisados Família Espécie Machos Fêmeas Total Portunidae Arenaeus cribarius Callinectes danae Callinectes marginatus Callinectes ornatus Callinectes sapidus Aethridae Hepatus gronovii Total A espécie que teve maior número de exemplares identificados (Fig. 9) foi Arenaeus cribrarius (Lamarck, 1818) com 21 indivíduos, sendo 12 fêmeas e 9 machos, representando 62% do total analisado. Apenas um macho e uma fêmea (Fig. 10) entre os 21 indivíduos coletados haviam alcançado o tamanho de maturidade sexual (Quadro 3 e 4) determinado por Andrade et al. (2013). 14% 3% 3% 9% 9% 62% Arenaeus cribrarius Callinectes danae Callinectes marginatus Callinectes ornatus Callinectes sapidus Hepatus gronovii Figura 9. Porcentagem de indivíduos por espécie.

20 13 A espécie Callinectes ornatus Ordway, 1863 apresentou 4 machos (sendo apenas 1 adulto) (Fig. 11), além de uma fêmea adulta. Callinectes danae Smith, 1869 e Callinectes marginatus (A. Milne-Edwards, 1861) (Fig. 12) foram representadas por 3 indivíduos cada, todos juvenis. Entre os animais identificados como pertencentes a estas duas espécies, havia apenas uma fêmea da espécie C. danae, sendo os demais machos (Fig. 13). As espécies Callinectes sapidus Rathbun, 1896 (Fig. 14) e Hepatus gronovii Holthuis, 1959 (Fig. 15), contribuíram com apenas um indivíduo na amostragem realizada, ambas, fêmeas ovígeras. Figura 10. Fêmea de Arenaeus cribrarius Figura 11. Macho de Callinectes ornatus

21 14 Quadro 3. Fêmeas capturadas, por espécie e seu respectivo comprimento de carapaça. Espécie Indivíduo Tamanho (cm) Arenaeus cribrarius 1 3,1 2 3,3 3 3,6 4 3,7 5 3,8 6 3,8 7 4,1 8 4,2 9 4,4 10 5,4 11 5,4 12 6,0¹ Callinectes danae 1 3,6 Callinectes ornatus 1 5,7¹ Callinectes sapidus 1 12,6² Hepatus gronovii 1 4,3² ¹: Indivíduos que atingiram o comprimento mínimo de maturidade sexual ²: Fêmeas capturadas ovígeras Quadro 4. Machos capturados, por espécie e seu respectivo comprimento de carapaça. Espécie Indivíduo Tamanho (cm) Arenaeus cribrarius 1 2,8 2 3,2 3 3,6 4 3,6 5 4,0 6 4,2 7 4,5 8 4,9 9 5,2¹ Callinectes danae 1 5,9 2 6,6 Callinectes marginatus 1 3,4 2 4,9 3 5,8 Callinectes ornatus 1 3,5 2 4,6 3 4,8 4 6,7¹ ¹: Indivíduos que atingiram o comprimento mínimo de maturidade sexual

22 15 Figura 12. Macho de Callinectes marginatus Figura 13. Macho de Callinectes danae Figura 14. Fêmea de Callinectes sapidus A. Vista dorsal. B. Vista ventral.

23 16 Figura 15. Fêmea de Hepatus gronovii A. Vista dorsal. B. Vista ventral. Dos 12 indivíduos analisados do gênero Callinectes, apenas 2 fêmeas e 1 macho estavam sexualmente maduros segundo a literatura (Fig. 16 e 17) e dos 21 Arenaeus cribrarius analisados, apenas 1 fêmea e 1 macho haviam atingido o comprimento mínimo de maturidade sexual (Fig. 18 e 19). Figura 16. Comparação do comprimento da carapaça dos indivíduos fêmeas do gênero Callinectes analisados e o comprimento de maturidade sexual descrito na literatura.

24 17 Figura 17. Comparação do comprimento da carapaça dos indivíduos machos do gênero Callinectes analisados e o comprimento de maturidade sexual descrito na literatura. Figura 18. Frequência de fêmeas Arenaeus cribrarius por classe de comprimento (Intervalo de amplitude = 0,63)

25 18 Figura 19. Frequência de machos Arenaeus cribrarius por classe de comprimento (Intervalo de amplitude = 0,57)

26 19 4. Discussão A majoritária presença da família Portunidae no material estudado é corroborada por Bail et al. (2009), Mantelatto e Fransozo (2000), Roedel (2009), Scalco, Severino-Rodrigues (2008) e Severino-Rodrigues et al. (2002), sendo observado tanto no presente estudo quanto na literatura, maior riqueza de espécies e maior participação numérica na fauna acompanhante. A espécie Arenaeus cribrarius, representou 62% do total capturado, contrariando a ampla literatura que relata Callinectes ornatus como espécie de Brachyura mais capturada na fauna acompanhante do estado de São Paulo (MANTELATTO; FRANSOZO, 2000; SCALCO; SEVERINO-RODRIGUES, 2008; SEVERINO- RODRIGUES et al., 2002), bem como nos últimos 30 anos de observação no estado de Santa Catarina (ROEDEL, 2009). Dos 34 indivíduos analisados, apenas 6 espécimes estavam maduros sexualmente, incluindo as fêmeas ovígeras. Entre os espécimes de C. ornatus capturados, haviam 4 machos e 1 fêmea, sendo que destes, apenas 1 dos machos e a única fêmea representante da espécie eram adultos. O menor número de fêmeas coletadas pode estar relacionado a sua presença em áreas mais distantes da costa, pois suas larvas não toleram grandes variações de salinidade e temperatura de acordo com Keunecke et al. (2008). Sabe-se também, que características geográficas do local (predisposição à incidência de ventos, correntes marítimas e proximidade dos pólos) podem servir de indicativo da susceptibilidade a alterações na temperatura da água, o que pode induzir mudanças no tamanho mínimo de maturidade sexual, como é possível observar através de comparação de estudos realizados em diferentes latitudes. Carvalho et al. (2011) estimaram o tamanho de maturidade morfológica e fisiológica, na Bahia para a espécie Callinectes ornatus e compararam os resultados que obtiveram aos de outros pesquisadores em diferentes latitudes (Quadro 6), demonstrando que existem diferenças no tamanho de maturidade.

27 20 Quadro 6. Tamanho de maturidade fisiológica (LC, largura cefalotorácica), registrados para Callinectes ornatus em diferentes localidades do Brasil. Modificado de Carvalho et al. (2011) Ainda para a espécie C. ornatus, foram utilizados para comparação de comprimento de carapaça os valores determinados por Mantelatto e Fransozo (1996), referentes a Ubatuba, devido a influência de temperatura que pode atuar sobre os tamanhos de maturidade sexual dos braquiúros, assim no presente estudo, obteve-se apenas 1 macho adulto, com 6,7 cm e 1 fêmea adulta medindo 5,7 cm. Para a espécie Arenaeus cribrarius, Pinheiro e Fransozo (1998) estimaram dados de comprimento mínimo de maturidade de 6,3 cm para machos e 5,9 cm para fêmeas (sem espinhos laterais) em Ubatuba, SP. Após um intervalo de 15 anos, Andrade et al. (2013) realizaram estudo em Ubatuba e obtiveram como resultado 5,0 cm para machos e 5,6 cm para fêmeas (sem espinhos laterais), evidenciando ampla variação nos tamanhos mínimos determinados, ressaltados inclusive por queda considerável do comprimento mínimo para machos desta espécie e desenvolvimento de plasticidade reprodutiva devido ao declínio populacional, o que é evidenciado pelas fêmeas não se reproduzirem continuamente ao longo do ano (como a maioria dos portunídeos) e durante este período permanecerem crescendo para incubar maior número de ovos, além de liberá-los na água apenas em épocas que a produtividade de fitoplâncton é elevada, garantindo suprimento alimentar durante a eclosão dos ovos. Esse fato ainda pode estar relacionado com fatores abióticos locais como temperatura da água, salinidade e fotoperíodo (MAROCHI, 2013; ARAÚJO et al., 2012), ou ainda com competição interespecífica, como afirmado por Andrade et al.

28 21 (2013) e Mantelatto e Garcia (2001), já que a espécie exótica invasora Charybdis hellerii (A. Milne-Edwards, 1867) possui ampla distribuição geográfica no Brasil, presente inclusive em Ubatuba e compartilha o mesmo nicho ecológico que as espécies do gênero Callinectes, e que A. cribrarius no presente estudo. Apenas 1 fêmea (Fig. 18) e 1 macho (Fig. 19) da espécie haviam atingido os respectivos tamanhos mínimos de maturidade sexual. A segunda espécie mais capturada geralmente é Callinectes danae (MANTELATTO; FRANSOZO, 2000; SEVERINO-RODRIGUES et al., 2002; ROEDEL, 2009), diferentemente do observado nesta pesquisa. Obteve-se apenas 3 espécimes na amostragem deste estudo, ocorrida durante o verão, contradizendo o fato de no estado de São Paulo serem observados picos durante os meses de primavera e de verão, quando as temperaturas estão mais elevadas, o fotoperíodo é mais longo, e há aumento das taxas metabólicas e de gametogênese (PINHEIRO; FRANSOZO, 2002). As fêmeas ovígeras dessa espécie costumam se deslocar de águas estuarinas em direção a mares abertos para desova enquanto machos ficam próximos da costa e assim como as demais espécies de Callinectes spp., C. danae é muito capturada como espécie-alvo por pescadores artesanais para comércio de sua carne (MAROCHI et al., 2013; PINHEIRO et al., 1997), o que pode relacionar a sobrepesca como responsável pala quantidade pouco expressiva de indivíduos coletados e também, possivelmente está relacionado ao fato dos pescadores terem capturado apenas os maiores espécimes, comercialmente vantajosos. Em terceiro lugar, encontramos relatos tanto de Arenaeus cribrarius como Hepatus pudibundus, intercalando-se (MANTELATTO; FRANSOZO, 2000; SEVERINO-RODRIGUES et al., 2002; ROEDEL, 2009). A espécie Hepatus pudibundus apesar de habitar a área onde ocorre a pesca de arrasto, não foi encontrada na amostragem, entretanto, o foi a espécie de mesmo gênero, Hepatus gronovii, que assim como H. pudibundus, prefere locais com substrato arenosos e tem ampla distribuição pelo Brasil (do Amapá até Santa Catarina) segundo Melo (1996), mas que ainda não havia sido registrada sua captura na fauna acompanhante. Este fato pode ter sido um caso isolado, assim para sua confirmação sugere-se aumentar os esforços de amostragem na área.

29 22 Não foram encontrados dados para comparação do tamanho de maturidade sexual da fêmea da espécie Hepatus gronovii, mas podemos inferir que é adulta por ter sido capturadas durante o período de incubação dos ovos, assim como a fêmea Callinectes sapidus. Assim, registra-se aqui que H. gronovii fêmea já está madura sexualmente aos 4,3 cm de comprimento de carapaça. A fêmea ovígera de C. sapidus, com 12,6 cm já havia ultrapassado o comprimento mínimo de maturidade sexual segundo Rodrigues e D'Incao (2014), de 11,5 cm. Apesar de não terem sido encontrados dados na literatura do tamanho de maturidade sexual para os machos da espécie Callinectes marginatus, podemos inferir que os 3 indivíduos coletados são imaturos devido ao abdome ainda apresentar formato triangular aderido ao esternito torácico (Fig. 20), enquanto que machos maduros de braquiúros apresentam o abdome móvel, além de que no gênero Callinectes os machos possuem abdome em forma de T. Outra evidência que indica serem indivíduos sexualmente imaturos, é o fato de que todos os machos portunídeos atingem a maturidade sexual em tamanho maior do que as fêmeas, com exceção da espécie Portunus pelagicus (ANDRADE et al., 2013; MAROCHI, 2013; PINHEIRO; FRANSOZO, 1998). Os espécimes machos coletados no presente estudo apresentaram comprimento entre 3,4 cm e 5,9 cm, abaixo do comprimento de 7,0 cm estimado para fêmeas, por Williams (1974). Este padrão amplamente conhecido pela comunidade científica, de que machos apresentam comprimento maior que fêmeas, se deve ao trade-off (aumento de uma característica da história de vida em detrimento de outra), no caso entre o investimento energético das fêmeas para a produção de ovos em detrimento de crescimento corporal, e do investimento dos machos no crescimento para assegurar vantagem na cópula e em combates intraespecíficos (BAPTISTA et al., 2003; CARVALHO et al., 2011). Entre os animais que serviram de subsídio ao estudo, 82,4% do total, se encontrava abaixo do tamanho mínimo de maturidade, sendo considerados indivíduos jovens. Ainda assim, não é possível afirmar que a porcentagem de adultos (17,6%) que atingiu o comprimento esperado já havia participado de eventos reprodutivos, ou mesmo que suas gônadas estivessem maduras tendo em vista que os comprimentos mínimos encontrados na literatura foram determinados com base

30 23 no comprimento de largura da carapaça em que 50% dos indivíduos amostrados estavam maduros, além de que os dados para comparação foram obtidos de locais de estudo diferentes do que foi realizado o presente estudo. Figura 20. Callinectes marginatus, macho imaturo Segundo Marochi et al. (2013) e Carvalho et al. (2011), nem sempre o tamanho de maturidade morfológica está perfeitamente sincronizado com o tamanho de maturidade gonadal, pois alguns braquiúros podem apresentar características sexuais secundárias (externas) de indivíduos adultos. Severino-Rodrigues (2002) afirmou que as espécies que compartilham a área de ocorrência do camarão sete-barbas estão mais suscetíveis à redução de suas populações, havendo risco de desequilíbrio em decorrência da captura incidental. Todas as espécies encontradas no presente estudo: Arenaeus cribrarius, Callinectes danae, C. marginatus, C. ornatus, C. sapidus e Hepatus gronovii, tem seus indivíduos adultos habitando a área costeira (NETO, 2011a; PEREIRA, 2006; ROEDEL, 2009). Segundo Bail et al. (2009) a dominância de indivíduos imaturos é um indicativo de que a área em que é realizada a pesca do camarão é um local de crescimento para diversas espécies que estão sendo capturadas incidentalmente. Apesar da pesca de arrasto ter a fauna acompanhante constituída majoritariamente por uma comunidade não sexualmente madura, Neto (2011a) afirma que a maior incidência de larvas e juvenis está na região estuarina, a qual necessita de mais proteção pois

31 24 além de proteger os adultos e pré-adultos na área marinha, também é importante resguardar os estuários. De acordo com Silva e Cabral (2010), as espécies capturadas constituem um importante elo da cadeia trófica, tendo em vista que compõe o zooplâncton em parte de seu ciclo de vida, fazem a transferência de energia e biomassa para o próximo nível trófico, e durante a fase adulta apresentam hábitos onívoros e detritívoros, o que auxilia inclusive a ciclagem de compostos orgânicos. Segundo Bail et al. (2009), a maioria dos macroinvertebrados e peixes encontrados na fauna acompanhante são interpretados pelos pescadores como espécies predadoras do camarão apesar de obterem seus alimentos em contato com o substrato. Corroborando em parte esta afirmação, Bissoli (2014) analisou a dieta da ictiofauna acompanhante através de dados da literatura, e concluiu que além de se alimentarem de crustáceos como camarões e isópodas, também ocorre predação entre organismos presentes na própria fauna acompanhante. Desta forma, é imprescindível a implementação de dispositivos que aumentem a seletividade da rede de arrasto selecionando o tamanho dos camarões e inclusive, que permitam o escape de espécies que não são o alvo da pesca (BAIL et al., 2009; EAYRS, 2007; GILLET, 2008; LOKKEBORG, 2005). Eayrs (2007) e Kelleher (2004) afirmaram ainda que através da redução da captura da fauna acompanhante os pescadores serão beneficiados com o aumento da eficiência do arrasto, melhora na qualidade dos produtos (os camarões não serão lesionados pelos demais organismos), além de contribuírem para a proteção do ambiente marinho prolongando a vida útil da pescaria. O uso dos diversos tipos de Bycatch Reduction Devices (BRDs) - Dispositivos de Redução da Fauna Acompanhante e Turtle Excluder Devices (TEDs) - Dispositivos de Exclusão de Tartarugas podem selecionar o pescado em diferentes categorias, entre elas tamanho e comportamento natatório (EAYRS, 2007). Graça-Lopes (1996) experimentou espantadores na porta da rede de arrasto e observou diminuição de 50% da captura da fauna acompanhante na pesca do camarão sete-barbas e do camarão-branco. Vianna (2000) observou redução de 50% da captura da fauna acompanhante do camarão-rosa utilizando a rede modelo aviãozinho (formato

32 25 semelhante a rede de arrasto, mas fixada em águas rasas por diversas horas, capturando durante a vazante), sem perda na produção da espécie-alvo. Bail et al. (2009) também sugeriu que fossem utilizados tamanhos superiores de malha na porção superior da rede, que permitiriam o escape da ictiofauna, entretanto a maioria destes mecanismos, apesar de reduzir a captura da carcinofauna, é mais focada na redução da ictiofauna acompanhante, tendo em vista que os braquiúros não possuem uma excelente capacidade natatória. Outra alternativa seria a exploração econômica de espécies expressivas na captura incidental como os peixes da família Sciaenidae e os siris da família Portunidae, entretanto segundo Branco e Fracasso (2004) o preço de comercialização destas espécies não é rentável para os pescadores, apesar de os siris da família Portunidae, principalmente os do gênero Callinectes, serem capturados na entressafra da pesca do camarão. Para estimular a população a consumir estas espécies, seria útil a elaboração de mecanismos de educação ambiental como o Guia de Consumo Responsável da Unimonte ou o Good Fish Guide do Reino Unido, em locais em que ocorre o comércio pesqueiro e também em aquários expositivos, como no Aquário de São Paulo ou o Aquário Municipal de Santos. Segundo Bissoli (2014) e Castelo-Branco comm. pers. alguns chefes conhecidos internacionalmente, como Jamie Oliver, desenvolvem receitas com espécies menos conhecidas do público para tentar minimizar o esforço de pesca e utilizar o que seria descartado. A aquicultura é uma opção que vem sendo bastante empregada como método de reduzir a pressão da pesca devido a estagnação da captura e o crescente aumento da demanda nos últimos anos. Desde a década de 90 no Brasil, com a criação de moluscos, principalmente o mexilhão Perna perna, e após a introdução do camarão branco do Pacífico, Litopenaeus vannamei, a maricultura começou a ganhar espaço e criou-se inclusive a delimitação de áreas propícias para a prática, através do Programa Nacional de Parques Aquícolas (CAVALLI; FERREIRA, 2010). Para incentivar a aquicultura e como forma de conscientizar a população, seria interessante a adesão de selos de certificação de que o produto provém de cultivo e não de pesca predatória. A organização não governamental World Wide Fund for

33 26 Nature (WWF), junto ao Dutch Sustainable Trade Initiative (IDH) fundaram a Aquaculture Stewardship Council (ASC), um selo internacional de aquicultura que faz parte do programa Marine Stewardship Council (MSC) de certificação. Entre os países que possuem fazendas de aquicultura certificadas com o ASC estão: Noruega, Dinamarca, Itália, Vietnã, Taiwan, Malásia, Austrália, México, Costa Rica, Honduras, Equador, Chile e Colômbia (ASC, 2014). No Brasil, um acordo entre o governo do estado do Rio de Janeiro, o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016, a ASC e a MSC Brasil foi firmado com o objetivo de promover a certificação no país, servindo apenas pescados certificados pela ASC durante as Olímpiadas 2016, para a comissão técnica, atletas, organização, além do público nos estádios (LIMA, 2013). Outra iniciativa interessante é a da rede de supermercados Carrefour, que conta com o programa de certificação de origem para diversos produtos (carne bovina, suína, aves, frutas) e adicionou a este, produtos provenientes da aquicultura (peixes, moluscos e crustáceos), como tilápia, dourado, pacu, tambacu, pintado, truta, ostras, mexilhões e uma espécie de camarão (Aristeus varidens) (PANORAMA DA AQUICULTURA, 2014). De qualquer forma, é extremamente importante maiores conhecimentos através de maior esforço de coleta de dados sobre a maturidade sexual das espécies presentes na fauna acompanhante, para determinação e adesão de mecanismos BRDs compatíveis, que permitam o escape. É necessária proteção legislativa com regras para captura e comercialização, além de fiscalização, pois atualmente, está em vigência apenas períodos de defeso do camarão, proibição da captura de fêmeas de caranguejos e/ou siris ovígeras e período de defeso e tamanho mínimo de captura para algumas espécies de caranguejo encontradas em manguezais (NETO, 2011b). Também é essencial a criação de planos de gestão conjuntamente com os pescadores, para que o recurso pesqueiro seja utilizado de forma sustentável satisfazendo da melhor forma as necessidades da comunidade pesqueira e do meio ambiente, garantindo estoque pesqueiro futuro, proteção do ambiente marinho e atividade econômica das comunidades (NETO, 2011a).

34 27 5. Conclusões As espécies Arenaeus cribrarius, Callinectes danae, Callinectes marginatus, Callinectes ornatus e Callinectes sapidus encontradas na amostragem compõem a carcinofauna acompanhante e pertencem a família Portunidae. A outra espécie encontrada, Hepatus gronovii foi registrada pela primeira vez na fauna acompanhante de X. kroyeri. Dos indivíduos analisados somente 4 espécimes (17,6%) já estavam maduros sexualmente segundo comparação com tamanho mínimo disponível na literatura, e 2 fêmeas (Callinectes sapidus e Hepatus gronovii) encontradas eram ovígeras. A grande captura incidental de indivíduos sexualmente imaturos na fauna acompanhante pode prejudicar o recrutamento das espécies mencionas na região, bem como causar um impacto ambiental negativo afetando a cadeia trófica e consequentemente acarretar prejuízo aos estoques pesqueiros, assim, é necessário maior esforço de amostragem no local, mais estudos sobre a maturidade sexual dos organismos pertencentes a fauna acompanhante, além de pesquisas sobre a composição das populações presentes sazonalmente e inclusive amostragem com realização da pesca em diferentes horários, evidenciando possíveis diferenças qualitativas, quantitativas e/ou morfométricas.

35 28 6. Referências bibliográficas ANDRADE, L. S.; FRANSOZO, V.; BERTINI, G.; NEGREIROS-FRANSOZO, M. L.; LÓPEZ-GRECO, L. S. Reproductive plasticity in the speckled crab Arenaeus cribrarius (Decapoda, Brachyura, Portunidae) associated with a population decline. Disponível em: < >. Acesso em: 16 jun ANACLETO, E. I.; GOMES E. A. T. Relações tróficas no plâncton marinho em um ambiente estuarino tropical: Lagoa dos Patos (RS), Brasil. Saúde & Ambiente em Revista, v. 1, n. 2, p , ARAÚJO, M. S. L. C.; NEGROMONTE, A. O.; BARRETO, A. V.; CASTIGLIONI, D. S. Sexual maturity of the swimming crab Callinectes danae (Crustacea: Portunidae) at the Santa Cruz Channel, a tropical coastal environment. Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom, v. 92, n. 2, p , ASC. Certified farms. Disponível em: < Acesso em: 22 out BAIL, G. C.; BRANCO, J. O.; FREITAS JÚNIOR, F.; LUNARDON-BRANCO, M. J.; BRAUN, J. R. R. Fauna acompanhante do camarão sete barbas, na Foz do Rio Itajaí-Açú e sua contribuição na diversidade de crustáceos e peixes do ecossistema Saco da Fazenda. In: BRANCO, J. O.; LUNARDON-BRANCO, M. J.; BELLOTTO, V. R. Estuário do Rio Itajaí-Açú, Santa Catarina: caracterização ambiental e alterações antrópicas. Itajaí: Univali, p BAPTISTA, C.; PINHEIRO, M. A. A.; BLANKENSTEYN, A.; BORZONE, C. Estrutura populacional de Callinectes ornatus Ordway (Crustacea, Portunidae) no Balneário Shangri-Lá, Pontal do Paraná, Paraná, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, v. 20, n. 40, p , 2003.

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