MATERIAL E MÉTODOS RESULTADOS E DISCUSSÃO

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1 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO HERBICIDA CARFENTRAZONE-ETHYL, APLICADO EM MISTURA COM GLIFOSATO, EM PÓS-EMERGÊNCIA, NO MANEJO DA CULTURA DO ALGODÃO NO SISTEMA DE PLANTIO DIRETO. Fabiana Geni dos Santos 1, Luiz Lonardoni Foloni 2, Luís Pedro de Melo Plese 3,. (1) FMC Química do Brasil Ltda, Av. Dr. Moraes Sales, o andar, , Campinas, SP, fabiana_santos@fmc.com; (2) FEAGRI-UNICAMP, lfoloni@aol.com; Cidade Universitária Zeferino Vaz, CP 60111, , Campinas, SP; (3) FEAGRI UNICAMP, CAPES, lpmplese@yahoo.com RESUMO O objetivo do presente trabalho foi o de avaliar a eficiência e praticabilidade agronômica do carfentrazone-ethyl aplicado em mistura com glifosato, em pós-emergência, na operação de manejo em plantio direto na cultura do algodão. O ensaio foi realizado no município de São Gabriel D Oeste, em Latossolo Vermelho Amarelo, textura arenosa. O delineamento experimental adotado foi de blocos ao acaso com 6 tratamentos e 4 repetições. Os tratamentos utilizados foram: glifosato+2,4-d ( ), glifosato+flumioxazin (720+25), glifosato+carfentrazone (720+20; ; ) e testemunha sem capina. A aplicação de manejo foi efetuada no dia 12/11/01 e a semeadura do algodão, cultivar Coodetec 401, foi efetuada no dia 15/11/01. As avaliações de eficiência foram realizadas aos 7, 15 e 30 dias após a aplicação, utilizando-se escala percentual de controle. A fitotoxicidade foi avaliada aos 7, 15 e 30 DAA. O estande e altura do algodão foram avaliados aos 15 e 30 DAA, mediante a medição da altura de 10 plantas/parcela e contagem de 3 m lineares/parcelas. Concluiu-se que o carfentrazone em baixas doses em mistura com glifosato, em operação de manejo, foi seletivo a cultura do algodão, apresentado eficiência e praticabilidade agronômica no controle da C. benghalensis, B. pilosa e D. horizontalis, resultando-se uma nova opção de manejo. INTRODUÇÃO Antes da semeadura das culturas, eliminam-se as plantas daninhas com a chamada operação de manejo, em que se utilizam herbicidas de amplo espectro de controle. Da ação conjunta do não revolvimento do solo e da cobertura morta resulta que, em condições de bom controle das plantas daninhas, há tendência de se desenvolver menor população de infestantes nos campos submetidos a plantio direto, do que no convencional. Apesar do plantio convencional ter o inconveniente de apresentar densidade de infestação superior ao plantio direto, em igualdade de circunstâncias, tem-se a vantagem de, pela aração e gradagem, matar as espécies que escapam à ação dos herbicidas utilizados na cultura anterior e reduzir a sua proliferação. A eficiência do manejo da cobertura vegetal e o estabelecimento da cultura do algodão na ausência de plantas daninhas são fatores importantes para o sucesso no sistema plantio direto. Antes da semeadura das culturas, eliminam as plantas daninhas com a chamada operação de manejo, em que se utilizam herbicidas de amplo espectro de controle. Dentre as principais plantas daninhas que ocorrem no sistema de plantio direto, encontram-se a Combe, que segundo Lorenzi (2000) é uma invasora perene, herbácea, ereta ou semi-prostrada, muito ramificada, com reprodução por sementes e através de curtos rizomas. É de ocorrência comum em solos agrícolas, principalmente em lavouras conduzidas no sistema de plantio direto. Devido a sua tolerância ao glifosato, tem-se constituído em planta problema, exigindo alternativas para a operação de manejo. Foloni et al. (2000) avaliaram a influência da chuva na eficácia das misturas de glifosate com sulfentrazone ou carfentrazone no controle de 5 espécies de plantas daninhas (Chenchrus echinatus, Commelina benghalensis, Senna obtusifolia, Bidens pilosa e Ipomoea grandifolia). A simulação de chuva foi feita 2 horas após as pulverizações. Nos tratamentos com sulfentrazone +

2 glifosato e carfentrazone + glifosato, o nível de controle não foi afetado para CCHEC, COMBE, BIDPI, IQGRA. Para CASOB o controle foi melhor para as misturas aos 7 e 14 DAT e pós para o 2,4-D, mas aos 30 DAT houve reversão para o 2,4-D como melhor tratamento. Uma nova opção na operação de pré-plantio é o herbicida carfentrazone-ethyl (Aurora), descoberto e patenteado pela FMC Corporation. Além dos Estados Unidos, o carfentrazone está registrados outros países, incluindo o Brasil. MATERIAL E MÉTODOS O ensaio foi realizado no município de São Gabriel D Oeste, em solo classificado como Latossolo Vermelho Amarelo fase Cerrado, textura arenosa, com 2,5% de matéria orgânica, os resultados da análise física apresentam 29% de argila, 7% de silte e 65% de areia. Foi empregado delineamento experimental blocos ao acaso com 6 tratamentos e 4 repetições, com parcelas de 20 m 2. Os tratamentos utilizados com suas respectivas doses em g de equivalente ácido por hectare (g eq. ac./ha) e l/ha estão na Tabela 1. A aplicação de manejo (dessecação) foi efetuada no dia 12/11/01 e a semeadura do algodão foi efetuada no dia 15/11/01, no espaçamento de 0,9 m, utilizando a cultivar Coodetec 401, deixando-se 20 sementes/m linear de sulco, a uma profundidade média de 0,05 m. No momento da aplicação dos produtos a temperatura era de 22 o C, a umidade relativa era de 74%, com nebulosidade de 80% e vento fraco. Utilizou-se pulverizador costal pressurizado (CO 2 ) equipado com barra de 4 bicos TT , montados em corpos com antigotejador com os bicos espaçados a 0,5 m, a pressão de 278 KPa e volume de calda de 200 l/ha. As principais plantas daninhas presentes na área experimental e respectivas porcentagens de cobertura por ocasião da aplicação dos produtos eram: Commelina benghalensis L. (trapoeraba) - 30%; Bidens pilosa L. (picão-preto) 20% e Digitaria horizontalis (capim-colchão) 30%, em pleno desenvolvimento vegetativo. As avaliações visuais de eficiência foram realizadas aos 7, 15 e 30 DAA através de porcentagem de controle (comparada com a testemunha sem capina) e conceitos, segundo proposta da Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas (SBCPD). A fitotoxicidade aparente foi avaliada para a cultura aos 7, 15 e 30 DAA. O estande e altura do algodão foram avaliados aos 15 e 30 DAA, mediante a medição da altura de 10 plantas/parcela e contagem de 3 m lineares/parcelas. Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F e para verificar diferença entre médias utilizou-se o teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade, sendo que para a análise estatística, as avaliações de matocompetição foram transformadas em raiz quadrada de x + 0,5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os valores médios de controle de Commelina benghalensis e conceitos, encontram-se na Tabela 2. O carfentrazone-ethyl nas doses e misturas testadas apresentou controle satisfatório já a partir dos 7 DAA. Destaca-se que aos 7 e 15 DAA, os tratamentos com carfentrazone-ethyl não diferiram, estatisticamente, glifosato + flumioxazin, entretanto diferiram significativamente do glifosato + 2,4-D.Aos 30 DAA a mistura glifosado + carfentrazone (720+30) apresentou o mais eficiente controle da referida planta daninha; diferiu no entanto, apenas do tratamento glifosato + carfentrazone (720+15). Nas Tabelas 3 e 4 constam as médias referentes ao controle de B. pilosa e D. horizontalis. Aí pode-se verificar que os tratamentos com o carfentrazone apresentou bom controle das referidas plantas daninhas, não diferindoda mistura flumioxazin pelo teste de Tukey, vale ressaltar que nos tratamentos aos 30 DAA. com carfentrazone + glifosato o conceito registrado foi A que significa controle excelente ou total da espécie em estudo. As avaliações de fitotoxicidade encontram-se na Tabela e mostram que o carfentrazone não produziu efeitos de fitotoxicidade aparente à cultura do algodão, permitindo o conceito A que significa sem injúrias, sem efeito sobre a cultura. Destaca-se que o tratamento com glifosato + 2,4-D, provocou danos visuais que indicou o conceito C que traduz injúria moderada e/ou reduções de crescimento com lenta recuperação ou definitiva. Na Tabela 6 estão as

3 médias referentes as avaliações de estande e altura das plantas, onde os produtos e doses testadas não alterou estes parâmetros. CONCLUSÕES Do trabalho pode se concluir que o carfentrazone em baixas doses foi seletivo a cultura do algodão, apresentado eficiência e praticabilidade agronômica no controle da C. benghalensis, B. pilosa e D. horizontalis, na operação de manejo ou pré-plantio. Tabela 1. estudados. p.c. l ou kg/ha Formulação Concentração Glifosate + 2,4-D CS + SAC Glifosato + flumioxazin ,05 CS + PM Glifosato + carfentrazone ,05 CS + CE Glifosato + carfentrazone ,063 CS + CE Glifosato + carfentrazone ,075 CS + CE Testemunha sem capina aplicados em conjunto com óleo mineral a 0,5% v/v. Tabela 2. Avaliação em porcentagem e conceito do controle da Commelina benghalensis aos 7, 15 e 30 dias após aplicação dos herbicidas na cultura do algodão. Glifosate + 2,4-D ,0 B D 80,0 B B 98,0 AB A Glifosato + flumioxazin ,5 A B 93,3 A B 94,5 B B Glifosato + carfentrazone ,0 A B 93,8 A B 96,5 AB A Glifosato + carfentrazone ,0 A B 95,0 A B 98,0 AB A Glifosato + carfentrazone ,5 A B 95,0 A B 100,0 A A Testemunha sem capina - 0,0 C E 0,0 C E 0,0 C E Teste F 991,35** 5172,25** 4145,36** C.V.(%) 3,04 1,25 1,36

4 Tabela 3. Avaliação em porcentagem e conceito do controle da Bidens pilosa aos 7, 15 e 30 dias após aplicação dos herbicidas na cultura do algodão. Glifosate + 2,4-D ,5 B C 97,5 A B 999,5 A A Glifosato + flumioxazin ,8 A B 97,5 A B 100,0 A A Glifosato + carfentrazone ,5 A B 97,5 A B 100,0 A A Glifosato + carfentrazone ,0 A B 100,0 A A 100,0 A A Glifosato + carfentrazone ,0 A B 100,0 A A 100,0 A A Testemunha sem capina - 0,0 C E 0,0 B E 0,0 B E Teste F 2460,37** 1820,01** 39921,0** C.V.(%) 1,84 2,10 0,24 Tabela 4. Avaliação em porcentagem e conceito do controle da Digitaria horizontalis aos 7, 15 e 30 dias após aplicação dos herbicidas na cultura do algodão. Glifosate + 2,4-D ,0 B C 86,3 B B 98,8 A A Glifosato + flumioxazin ,0 A C 95,3 A B 100,0 A A Glifosato + carfentrazone ,0 A C 94,5 A B 100,0 A A Glifosato + carfentrazone ,5 A C 97,5 A B 100,0 A A Glifosato + carfentrazone ,0 A C 99,0 A A 100,0 A A Testemunha sem capina - 0,0 C E 0,0 B E 0,0 B E Teste F 1993,93** 1958,34** ** C.V.(%) 6,54 2,03 0 Tabela 5. Avaliação do conceito referente* a fitotoxicidade dos tratamentos aos 7, 15 e 30 dias após aplicação dos herbicidas na cultura do algodão. Conceito Glifosate + 2,4-D C C C Glifosato + flumioxazin A A A Glifosato + carfentrazone A A A Glifosato + carfentrazone A A A Glifosato + carfentrazone A A A Testemunha - A A A *Conceito segundo proposta da SBCPD.

5 Tabela 6. Avaliação do estande e altura das plantas aos 15 e 30 dias após aplicação dos herbicidas na cultura do algodão. Estande Altura (cm) 15 DAA 30 DAA 15 DAA 30 DAA Glifosate + 2,4-D ,8 A 4,4 A 14,0 A 32,0 A Glifosato + flumioxazin ,5 A 10,7 A 25,5 A 42,0 A Glifosato + carfentrazone ,3 A 11,5 A 28,3 A 44,0 A Glifosato + carfentrazone ,4 A 12,3 A 24,0 A 39,8 A Glifosato + carfentrazone ,6 A 10,8 A 27,3 A 40,8 A Testemunha - 10,2 A 7,5 A 22,0 A 37,5 A Teste F 4,96ns 1,58ns 2,15ns 0,39ns C.V.(%) 10,12 24,35 21,02 34,35 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LORENZI, H. Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas. 3. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, p. FOLONI, L.L. Influence of rainfall on the weed control efficacy of sulfentrazone and carfentrazone tank mixtures with glyphosate. In: INTERNATIONAL WEED SCIENCE CONGRESS IWSC. 3, Foz de Iguassu, PR, p.248