LEI Nº 2.673, DE 24 DE AGOSTO DE Faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu, Prefeito Municipal, sanciono a
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- Sebastião Espírito Santo Gameiro
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1 LEI Nº 2.673, DE 24 DE AGOSTO DE 2010 CERTIDÃO Certifico e dou fé que esta Lei foi publicada no placard do Município no dia / / JANE APARECIDA FERREIRA =Responsável pelo placard= Altera a Lei nº 2.396, de 22 de fevereiro de 2008, no que se refere ao Banco de Lotes. O PREFEITO MUNICIPAL DE MORRINHOS, Faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu, Prefeito Municipal, sanciono a seguinte lei: Art. 1º Revoga-se o inciso XXV do art. 8º c/c inciso I, alínea a, número 1 do art. 54 da Lei 2.396, de 22 de fevereiro de Art. 2º Renumeram-se os incisos do art. 8º da Lei nº 2.396, de 22 de fevereiro de 2008, em ordem crescente, a partir do inciso XX. Art. 3º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Morrinhos, 24 de agosto de 2010; 164º de Fundação e 127º de Emancipação Política. CLEUMAR GOMES DE FREITAS =Prefeito= Aloizo Francisco do Nascimento WELDER RIBEIRO DE SOUZA =Secretário de Administração= Emerson Martins Cardoso
2 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS RELATIVOS AO PROJETO DE LEI Nº 2.329, DE 10 DE JUNHO DE 2010 Excelentíssimo Senhor Presidente, 01. Juristas condenam a proposta de Banco de Lotes em leis municipais, que obriga a doação de lotes para as prefeituras construírem casas populares. Com razão, pois em Goiás, no processo nº , SECOVI x Município de Goiânia (cópia de sentença em anexo), a proposta do Banco de Lotes foi julgada inconstitucional pelos motivos lá contidos, principalmente sob o alicerce do argumento do confisco público sobre a propriedade privada e a falta de competência municipal para legislar sobre o tema. Vejamos o entendimento de algumas personalidades jurídicas: a) Ovídio Martins, advogado: Essas propriedades urbanas serão confiscadas pelo Poder Público b) Jovenir Cândido, advogado: Não se pode obrigar ninguém a doar parte de sua propriedade 02. O Plano Diretor de Goiânia foi aprovado por unanimidade. Os 33 vereadores goianienses acabaram aceitando uma espécie de confisco que a Prefeitura de Goiânia impôs ao setor imobiliário a doação compulsória de 15 por cento dos imóveis dos novos loteamentos da capital. Mas a medida é claramente inconstitucional. O Sindicato da Habitação de Goiânia (Secovi), por intermédio de seu presidente Marcelo Baiocchi, ingressou com a referida ação judicial acima citada, questionando judicialmente a obrigatoriedade da doação de lotes. Para o Secovi, o banco de lotes é inconstitucional e significa a expropriação dos terrenos, uma vez que não prevê a indenização dos proprietários em caso de desapropriação dos imóveis. 03. O argumento defendido pelo presidente do Secovi tem total respaldo jurídico, segundo o advogado e professor Jovenir Cândido, doutor em direito constitucional pela USP e reitor da Uni-Anhangüera. Essa proposta é totalmente inconstitucional, porque não se pode obrigar ninguém a doar parte de sua propriedade. Se a prefeitura quer fazer a doação de lotes para famílias carentes, que ela compre as áreas que julgar necessárias e faça a doação dos lotes, enfatiza Jovenir Cândido. No entender do advogado e reitor da Uni-Anhangüera, não há no projeto do banco de lotes qualquer tipo de
3 lógica racional. Suponhamos que alguém seja proprietário de uma área num setor nobre da cidade e resolva fazer um loteamento de luxo. Devido a essa lei, ele seria obrigado a doar parte dessa área para a construção de casas populares. É uma idéia irracional, que não encontra respaldo na realidade, critica. 04. Constitucionalista e defensor convicto do Estado de Direito, Jovenir Cândido acredita que a proposta do banco de lotes é mais um arroubo de demagogia, entre as muitas medidas demagógicas que, segundo ele, estão tomando conta do país. A criação do banco de lotes, aparentemente, atende a histórica demanda por moradia popular no país, que se acumula desde os tempos do Banco Nacional da Habitação (antigo BNH), criado durante o regime militar. Apesar dos programas sociais de moradia criados depois do BNH e até da criação do Ministério das Cidades, a casa própria continua sendo um sonho de milhões de famílias no país. Mas o confisco de lotes não vai resolver o problema, segundo Jovenir Cândido: Ninguém é obrigado a doar lote para construir uma Vila Mutirão. Há áreas próprias para esse tipo de loteamento e meios legais para adquiri-las. Para o jurista, o banco de lotes é uma medida populista: Estamos vendo o Brasil se tornar um país surrealista. E o caso do banco de lotes em Goiânia é mais um sintoma desse surrealismo. Trata-se de uma inversão total do que é norma, do que é regra, acrescenta. 05. Com relação ao Direito de propriedade, o advogado Ovídio Martins de Araújo também considera a medida inconstitucional. O Poder Público não pode fazer uma intervenção dessa ordem contra a propriedade privada, sustenta. Segundo ele, se prevalecesse esse ponto de vista, 25 por cento das propriedades urbanas seriam confiscadas pelo Poder Público. Trata-se de confisco, sim, porque seus proprietários não vão ser indenizados, afirma Ovídio Martins. O advogado um dos mais conceituados do Estado lembra que a Constituição Federal protege a propriedade privada e vincula sua perda para o Poder Público à justa indenização. O que não ocorre na proposta do Plano Diretor que foi aprovada pela Câmara Municipal de Goiânia. 06. O ponto mais polêmico dos Planos Diretores aprovados Brasil afora, é
4 justamente a criação do banco de lotes para as prefeituras, aprovados com os mais variados percentuais Para se ter idéia, na capital, os condomínios fechados que seriam construídos em Goiânia a partir da aprovação do Plano Diretor também ficariam obrigados a doar 15 por cento de seus lotes na mesma região em que forem construídos. Em Morrinhos, tal valor pode ainda hoje ser substituído por valor pecuniário a ser revertido ao Fundo de Habitação por Interesse Social. Mas pela inconstitucionalidade do tema, tal assunto merece ser fulminado dos anais legais do Município. 07. Sob esse aspecto, a prefeitura de Morrinhos não está contrariando apenas interesses dos empreendedores imobiliários com o confisco dos lotes ela prejudica também a classe média baixa, que não se encaixa nos programas populares de moradia, mas que também luta com dificuldade para ter sua casa própria. Esse trabalhador que não invade lote e não constrói em área de risco vai ser obrigado a pagar mais por um lote na periferia, tornando muito mais difícil o seu sonho de construir casa própria. Porque, obviamente, os empreendedores imobiliários tendem a pulverizar nos demais imóveis do empreendimento o custo dos lotes que eles foram obrigados a doar para a prefeitura. Ou seja, com o banco de lotes, o município não estará tirando dos ricos para dar aos pobres, mas tirando a perspectiva de moradia exatamente de uma classe média baixa já sacrificada, que não conta com o apoio dos programas sociais do Poder Público e trabalha anos para conseguir comprar um lote na periferia. 08. Somente para se ter uma idéia, em Morrinhos, vários empresários já tiveram interesse em fazer empreendimentos de loteamentos, mas quando são surpreendidos pela notícia do Banco de Lotes, desistem da empreitada, pois não estão dispostos a literalmente doar 15% (quinze por cento) de seu patrimônio para o Município. Razão os atende. 09. Questão interessante há de ser ventilada no caso: Seria necessária audiência pública para alterar ou revogar dispositivos do Plano Diretor? Permissa concessia vênia, entendemos que não. É que a administração está vinculada ao Princípio da Legalidade (art. 37, caput, CF), devendo proceder somente dentro das balizas legais. E inexiste obrigação legal contida dentro do
5 próprio Plano Diretor, da Lei Orgânica Municipal e qualquer outra legislação atinente à matéria, vinculando alteração e revogação de suas matérias à prévia apreciação e discussão via audiência pública. 10. Podemos deduzir ainda, pela inteligência do art. 40, 4º, inciso I, da Lei , de 10/07/2001, o Estatuto da Cidade (transcrito abaixo), que a necessidade de consulta popular é exigida quando da ELABORAÇÃO do Plano Diretor, sem qualquer referência naquele ordenamento jurídico, quanto ao mesmo procedimento (a consulta popular), numa mera alteração de um artigo da Lei Municipal pertinente. Ademais disso, entendemos ainda que a exigência deverá ser obedecida, quando da REVISÃO da Lei Municipal que instituiu o Plano Diretor, o que não é o caso em voga. 11. Reafirmamos aqui, que, o propósito originário da Lei Municipal nº 2.396, de 22/02/2008, no tocante ao Banco de Lotes, tem causado incomensuráveis prejuízos à política de desenvolvimento e expansão urbana de Morrinhos, posto que NENHUM novo loteamento foi registrado em nossa cidade. E podemos afirmar ainda que, no interesse social de implantação de casas populares, poderá o Poder Público desapropriar áreas para construções de novas moradias, sem necessidade de se valer do banco de lotes, posto respaldada pela Lei , de 10 de julho de 2001: Art. 40. O Plano Diretor, aprovado por lei municipal, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana. 1o O Plano Diretor é parte integrante do processo de planejamento municipal, devendo o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamento anual incorporar as diretrizes e as prioridades nele contidas. 2o O Plano Diretor deverá englobar o território do Município como um todo. 3o A lei que instituir o Plano Diretor deverá ser revista, pelo menos, a cada dez anos. 4o No processo de elaboração do Plano Diretor e na fiscalização de sua implementação, os Poderes Legislativo e Executivo municipais garantirão: I a promoção de audiências públicas e debates com a participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade
6 12. Não que a audiência pública não possa ser realizada. Ao contrário. Mas esse evento fica condicionado à análise de conveniência e oportunidade a ser apreciada pelo Prefeito, bem como é assente, que a própria Casa de Leis pode submeter temas expostos à sua apreciação pela comunidade através de contato direto, mas isso é faculdade, não se transformado em uma obrigação, que seria exigível caso houvesse diploma legal que assim estabelecesse, o que não é o caso. 13. Em razão do exposto, submeto à elevada consideração de Vossa Excelência o Projeto de Lei nº 2.329, de 10 de junho de 2010, para apreciação pela Câmara Municipal de Morrinhos. Aloizo Francisco do Nascimento CLEUMAR GOMES DE FREITAS =Prefeito= Emerson Martins Cardoso
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