Rodrigo Mendes 2 M.Sc. Rosangela Mendanha da Veiga 3 RESUMO
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- Airton Casado Delgado
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1 Estudo de caso Levantamento dos resíduos sólidos gerados nos processos produtivos de Esponjas Sintéticas e Panos Não Tecido em uma unidade de um complexo industrial no Município de Goiânia 1 Rodrigo Mendes 2 M.Sc. Rosangela Mendanha da Veiga 3 RESUMO Este trabalho teve como objetivo estudar os resíduos sólidos gerados nas unidades de produção de Esponjas Sintéticas e Panos Não Tecidos de um complexo industrial localizado no Município de Goiânia. Assim, identificou-se e analisou-se de forma qualitativa e quantitativa os resíduos sólidos gerados a partir do processo industrial que lhes deu origem. Definiu-se também em qual classificação se encontram, propondo o correto destino final, seu correto gerenciamento com o intuito de promover a redução, a reutilização e a reciclagem evitando riscos ao meio ambiente e à saúde pública. Palavras-chave: Resíduos sólidos. Goiânia. Processo industrial. Meio ambiente. ABSTRACT: This study has as its objective the study of the solid waste generated in the production of synthetic sponges and artificial fabric in an industrial center located in the city of Goiânia. A qualitative and quantitative analysis of solid waste generated from the industrial process, identifying and proposing classification, pointing out its correct destination was aimed. Their correct classification proposing their proper management in order to promote the reduction, reuse and recycling avoiding risks to the environment and public health was defined.. Key-words: Solid waste. Goiânia. Industrial process. Environment 1 Artigo apresentado à Universidade Católica de Goiás como exigência parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Ambiental. 2 Bacharelando em Engenharia Ambiental pela Universidade Católica de Goiás. 3 Professora orientadora.
2 1 INTRODUÇÃO 1 Este trabalho se refere a um estudo de caso que foi realizado em um complexo industrial, localizado no Município de Goiânia, com área de aproximadamente ,00 m² localizado geograficamente na posição S O (elevação 2450 pés). Sua produção é baseada no segmento de produtos de limpeza e polimento composto por quatro unidades fabris, possuindo cerca de 500 colaboradores, entre efetivos e terceiros. 1 Figura 01: Imagem da indústria em estudo. Fonte Google Earth, 2008 Neste estudo será abordada apenas a unidade de produtos sintéticos (ver n 1 da figura 01) enfatizando uma descrição sucinta dos processos industriais e suas respectivas gerações de resíduos sólidos, conforme ABNT NBR 10004:2004, que trata da classificação e de resíduos. Será apresentado um panorama quantitativo dos resíduos gerados em todo o complexo industrial, destacando os principais resíduos sólidos, a fim de propor um eficiente gerenciamento, sendo necessário futuramente um estudo específico nas outras unidades fabris. A Agência Goiana de Meio Ambiente, (2008), publicou, em 2001, um inventário identificando as atividades industriais que geram resíduos sólidos e que necessitam ser gerenciadas adequadamente, a fim de garantir a preservação do meio ambiente e da saúde pública. O crescimento das atividades industriais e, conseqüentemente, da quantidade e diversidade de resíduos gerados, salienta o desafio a ser enfrentado pelas indústrias, já que este gerenciamento é de competência das mesmas.
3 2 De acordo com o projeto de lei que institui a política nacional de resíduos sólidos, em sua seção III artigo 17, compete ao gerador de resíduos sólidos a responsabilidade pelos resíduos gerados, compreendendo as etapas de acondicionamento, disponibilizarão para coleta, coleta, tratamento e disposição final ambientalmente adequada de rejeitos. O não cumprimento desta recomendação implicará em multas consideráveis e ações judiciais, podendo haver o embargo do empreendimento. Os resíduos sólidos provenientes das atividades industriais são principalmente, armazenados em depósitos, quando não são encaminhados para lixões ou depositados nas margens das estradas ou em terrenos baldios, enquanto que os efluentes são descartados nos rios e mares (KRAEMER, 2007). Este estudo, em particular, diante da necessidade de dar um destino responsável aos resíduos sólidos gerados no complexo industrial, buscando o atendimento da legislação vigente e fazendo exercer a função sócio-ambiental da empresa, apresenta a parte preliminar do levantamento quali-quantitativo dos resíduos sólidos. Para tanto realizou-se.: Identificação dos pontos de geração de resíduos sólidos nos processos produtivos; Realização da classificação dos resíduos sólidos identificados; Levantamento quantitativo dos resíduos sólidos em todo o complexo industrial de uma maneira mais ampla; Proposição de um gerenciamento adequado de acordo com o grau de periculosidade dos resíduos sólidos. 2 OS RESÍDUOS SÓLIDOS NA UNIDADE DE SINTÉTICOS Segundo a norma ABNT NBR 10004:2004, resíduos sólidos são substâncias nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, prestação de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICA, 2004 a). A mesma norma também recomenda que a classificação de resíduos envolva a identificação do processo ou atividade que lhes deu origem, e de seus constituintes e
4 3 características, e a comparação destes constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido. A identificação dos constituintes a serem avaliados na caracterização do resíduo deve ser criteriosa e estabelecida de acordo com as matérias-primas, os insumos e o processo que lhe deu origem, (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICA, 2004 a). O Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), 2001, ressalta em seu manual Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos a importância do acondicionamento adequado dos resíduos sólidos, evitando acidentes, proliferação de vetores, minimizando o impacto visual e olfativo, reduzindo a heterogeneidade dos resíduos (no caso de haver coleta seletiva), facilitando sua realização. No mês de julho de 2008 deu-se início ao levantamento dos resíduos sólidos gerados no processo produtivo e sua classificação. Para fazer a classificação dos resíduos sólidos gerados foi usada como referencial a ABNT NBR 10004:2004, identificando-os a partir de suas fontes geradoras no processo industrial, e fazendo a classificação em resíduos perigosos classe I e em resíduos não perigosos classe II. Não foi possível fazer a subclassificação dos resíduos não perigosos, pois para obter essa classificação é necessário realizar análises químicas que são feitas de acordo com a ABNT NBR 10005:2004 (Obtenção de Extrato Lixiviado de Resíduos Sólidos) e com ABNT NBR 10006:2004 (Obtenção de Extrato Solubilizado de resíduos sólidos). O ponto de estudo foi à unidade de sintéticos. A quantificação foi realizada por amostragens dos relatórios de perdas que as unidades fabris possuem no período de julho a setembro de Foram utilizadas, também, as notas de faturamento de resíduos sólidos no período de fevereiro a junho de 2008 e observações diretas. A fábrica de produtos sintéticos é dividida internamente por duas unidades fabris diferentes. A primeira é a unidade de Esponjas Sintéticas, composta por escritórios, depósito de matérias-primas, área de corte e embaladora de produto acabado (as esponjas sintéticas). A outra é a unidade de Panos Não Tecidos, composta por depósito de matérias-primas, linha de produção, área de corte e embaladoras.
5 A Figura 02 representa a planta da unidade de Sintético e como estão divididas suas unidades fabris. 4 UNIDADE ESPONJAS UNIDADE PANO NÃO-TECIDO Figura 02: Planta industrial da unidade de sintéticos. 2.1 UNIDADES DE ESPONJAS SINTÉTICAS O material a ser processado é recebido e armazenado no depósito de matérias-primas onde foi identificada a geração de resíduos classe II como o papel, papelão, sacos plásticos de polietileno de baixa densidade (PEBD) e o filme strech. Para a fabricação das esponjas usa-se espumas e mantas abrasivas de várias cores que são coladas para se obter o formato comercial. Neste processo ocorre sobras desta cola que, devido a sua composição, são classificados como resíduos classe I perigoso. Também foram identificados os recipientes que são utilizados na colagem, manutenção da linha e aplicação no produto. A reutilização na indústria destas embalagens é proibida, não sendo viável sua limpeza para este fim. O Quadro 01 apresenta lista dos produtos e seus respectivos recipientes descartados na unidade de Esponjas Sintéticas. Quadro 01: Recipientes descartados na unidade de Esponjas Sintéticas. RECIPIENTES PRODUTOS PERICULOSIDADE CLASSIFICAÇÃO Frasco Vidro 1l Catalisador Inflamável Classe I Tambor 150 kg Adesivo Spray Inflamável Classe I Latas 15 kg Solvente Inflamável Classe I Latas 5 kg Tinner Inflamável Classe I Barrica Bactericida Nocivo Classe I
6 5 As espumas passam para as cortadeiras obtendo seu formato comercial. Com o corte tem-se a sobra das espumas. Para alguns tipos de esponjas, é necessária uma raspagem, para caracterizar um outro tipo de produto, que gera um pó resídual classificado como classe II. Uma vez definido o formato, as esponjas seguem para as embaladoras, onde podem ocorrer algumas perdas de embalagens plásticas PEBD, classificado-as também como resíduos classe II. A Figura 03 apresenta alguns exemplos destes resíduos. Pó de raspagem Recipientes descartados Mantas Mantas Figura 03: Resíduos gerados na unidade de Esponjas de Sintéticos.
7 CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS GERADOS NA UNIDADE DE ESPONJAS SINTETICAS Para fazer a caracterização dos resíduos gerados na unidade de Esponjas Sintéticas foi feita a identificação das fontes geradoras, conforme demonstra o Quadro 02. Quadro 02: Identificação dos resíduos gerados na unidade de Esponjas Sintéticos. FONTE GERADORA Depósito de matéria-prima Preparação da resina Corte Embaladoras RESÍDUO GERADO Papel Papelão Plástico/PEBD/strech Resina Recipientes Vazios Mantas+espuma Fibra abransiva Mantas+espuma Manta ultra pesada Pó de raspagem Embalagens plásticas Foi proposta também a destinação correta para estes resíduos, levando em consideração suas características e classificação, a fim de promover segurança aos colaboradores e ao meio ambiente, conforme especificado no Quadro 03. Quadro 03: Classificação dos resíduos da unidade de Esponjas Sintéticas e sua correta destinação. RESÍDUO GERADO CLASSIFICAÇÃO DESTINAÇÃO CORRETA Papel/Papelão/Tubet Classe II Reciclagem Plástico/PEBD Classe II Reciclagem Resina Classe I Incineração/aterro industrial Recipientes Vazios Classe I Incineração/aterro industrial Retalhos das Mantas Classe II Reutilização Pó de Raspagem Classe II Reutilização Embalagens Plásticas Classe II Reciclagem Luvas/ panos/ máscaras Classe I Incineração/co-processamento
8 GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS GERADOS NA UNIDADE DE ESPONJAS SINTÉTICAS Os resíduos gerados no depósito de matéria-prima, como o papelão e o papel, são coletados separadamente dos plásticos PEBD e strech, ambos em latões identificados, obedecendo a resolução 275 de 25 de abril de 2001 (CONAMA), que define código de cores para diferentes tipos de resíduos. Na linha de produção no processo de colagem das mantas, os recipientes vazios gerados, depois de serem usados tomando-se o cuidado para não deixar sobras, são sobrepostos em paletes, de acordo com suas proporções físicas. Observa-se uma particularidade em relação aos recipientes de vidro que são acondicionados em uma caixa de madeira identificada. No processo de manutenção das linhas de produção e equipamentos, tem-se a geração de resíduos contaminados por óleo ou solventes. São eles: mascaras, luvas, panos, e a resina de colagem que sobra com limpeza dos aplicadores, considerados resíduos classe I. São coletados em latões identificados de acordo com a resolução conama 275. Os resíduos gerados com o corte dos materiais, como as diversas mantas e fibras, são acondicionados em racks e envolvidos com o filme strech, para evitar perdas no transporte. O pó gerado na raspagem do material é coletado em latões identificados. Nas embaladoras, os resíduos sólidos gerados, como plásticos PEBD e strech são coletados em latões identificados, segundo o código de cores. Após a segregação em suas fontes geradoras, propõe-se que estes resíduos sejam armazenados temporariamente em locais definidos diretamente na planta industrial, visando sua melhor retirada evitando danos operacionais e promovendo segurança aos colaboradores. Devem-se criar procedimentos para a coleta e retirada dos resíduos gerados. Todos os locais de armazenamento deverão ser identificados. Estes resíduos serão enviados à central de resíduos da empresa, mediante procedimentos a serem estabelecidos. A Figura 04 apresenta exemplos de recipientes que são utilizados para coleta e acondicionamento de resíduos sólidos.
9 8 Papel/ Papelão/Tubet Plástico Perigosos Racks Caixa de madeira Figura 04: Coleta e acondicionamento dos resíduos na unidade de Esponjas Sintéticos 2.2 UNIDADE PANO NÃO TECIDO Nesta unidade a matéria-prima é recebida e armazenada no depósito de matériasprimas. Ao ser enviada, para a produção tem-se a geração de resíduos como papel, papelão, plástico PEBD e filme strech, que são considerados resíduos não perigosos classe II. A matéria-prima básica para a fabricação do pano é a fibra de viscose, que vem em fardos de polipropileno, considerado o primeiro resíduo gerado no início da linha de produção. A fibra é introduzida nos abridores e posteriormente passa para as cardas 4. Nota-se que nas etapas de fabricação essa fibra escapa por vários pontos da máquina, não podendo ser retornada ao processo, pois o contato com o meio externo, em relação à máquina, ocasiona sua contaminação, sofrendo uma diferença granulométrica, podendo causar problemas operacionais. Essa fibra é considerada resíduo classe II. A fibra, então, passa pelas esteiras seguindo para o processo de furação, onde ocorre o tingimento do produto. Observa-se neste ponto do processo a geração de efluentes líquidos. O produto usado para esse tingimento é preparado na sala de mistura, onde se tem a geração de resíduos provenientes das embalagens vazias das matérias-primas descritas abaixo. 4 Cardas: Equipamento usado na fabricação de tecidos.
10 O Quadro 04 apresenta os recipientes descartados na unidade de pano não tecido sua periculosidade e respectiva classificação. 9 Quadro 04: Produtos usados no tingimento dos produtos. Embalagens Produto Periculosidade Classificação Bombas 25Kg Pigmento Tóxico Classe I Bombas 25Kg Bactericida Inerte Classe I Bobonas 50Kg Aerosol Inflamável Classe I Galão 20Kg Emulsão Inerte Classe II Tambor 200Kg Resina Tóxico Classe II Após o tingimento o material passa para as torres de secagem, que enviam o material já com as características comerciais para rolos localizados no final da linha. Logo após, é enviado para a área de corte para obter as dimensões e formatos comerciais. Neste ponto do processo, ocorre sobra do material acabado, em várias cores, dependendo do produto que se processou. Este resíduo é considerado classe II, não perigoso. No interior da fábrica localiza-se também a oficina de manutenção, onde há geração de sucatas, panos, luvas e máscaras CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS GERADOS NA UNIDADE DE PANOS NÃO TECIDO Acompanhando o processo produtivo de acordo com NBR 10004:2004 identificou-se os resíduos descritos no Quadro 05 Quadro 05: Resíduos gerados no processo produtivo de unidade Pano Não Tecido FONTE GERADORA Depósito de Matéria-prima Linha de Produção Sala de mistura Área de corte Sala de bombas Manutenção RESIDUO GERADO Papel Papelão /tubet Plástico/strech/PEBD Sacos polipropileno Refilo Viscose Fibras úmidas Recipientes Refugo Refilo Viscose Panos/luvas/máscaras Óleo Panos/luvas/máscaras Sucatas metálicas
11 Com a identificação dos resíduos gerados foi desenvolvida uma proposta de destinação final, levando em consideração suas características e classificação a fim de promover segurança aos colaboradores e ao meio ambiente, conforme apresentado no Quadro 06. Quadro 06: Classificação e correta destinação. Geração de Resíduos Classificação Destinação Correta Papel/papelão/plástico Classe II Reciclagem Sacos Polipropileno Classe II Reciclagem Refilo Viscose Classe II Reutilização Recipientes Classe I Incineração /aterro industrial Refugo Refilo Viscose Classe II Reutilização Panos/luvas/máscaras Classe I Co-processamento Sucatas Classe II Reciclagem 10 Nesta unidade ocorre uma grande geração de resíduos, principalmente do refugo refilo de viscose. Porém é um resíduo que, se bem gerenciado, não oferece periculosidade. Nota-se também a geração de efluente líquido proveniente dos processos de tingimento e manutenções da máquina e limpeza, que é encaminhado à estação de tratamento de efluentes. A Figura 06 mostra alguns exemplos dos resíduos gerados nesta unidade. Refilo Viscose Refugo Refilo Viscose Embalagem Embalagem Figura 06: Resíduos gerados na indústria de sintéticos.
12 GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS GERADOS NA UNIDADE PANO NÃO TECIDOS O papel, papelão, plástico e os fardos de polipropileno gerados no depósito de matériaprima são coletados em latões metálicos identificados segundo código de cores para diferentes tipos de resíduos, de acordo com a resolução conama 275 de 25 de abril de As fibras que escapam pela linha de produção, juntamente com as fibras úmidas, são acondicionadas em racks dentro da indústria. Essas fibras não possuem valor comercial e sua reutilização não é viável, é classificada como resíduo classe II podendo ser enviada ao aterro convencional. O refugo refilo de viscose, (nome dado ao resíduo do pano processado) gerado no corte, é acondicionado em racks e enviado posteriormente para a área externa da indústria. Os resíduos gerados no processo de manutenção e limpeza da linha de produção como as mascaras, luvas e panos são considerados resíduos classe I e são encaminhados para a incineração. Na sala de preparação dos pigmentos, os efluentes provenientes das lavagens dos tanques e algum derramento são encaminhados para a estação de tratamento de efluentes. Os recipientes vazios utilizados nesta fabricação são sobre postos em paletes e encaminhados para aérea externa da unidade. Propõe-se que defina, diretamente na planta industrial, um local para armazenamento temporário na área externa, levando em consideração a segurança dos colaborados e do meio ambiente. Deverá também ser identificado e disposto de acordo com as normas técnicas de segurança, e toda sua movimentação deverá ser feita mediante a procedimentos e instruções de trabalho a serem estabelecidos. Os resíduos provenientes da manutenção das linhas poderão ser destinados ao processo de co-processamento, sendo uma opção mais viável economicamente. A Figura 07 apresenta os recipientes que são utilizados para coleta e acondicionamento dos resíduos.
13 12 Papel/ Papelão/Tubet Plástico Perigosos Raques Figura 07: Recipiente utilizado para coleta e acondicionamento de resíduos na indústria de Pano Não Tecido. 3 QUANTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS RESÍDUOS GERADOS A amostragem dos resíduos foi realizada entre os períodos de julho a setembro de 2008, com uma particularidade, foram estudados os principais resíduos gerados em todo o complexo industrial, conforme demonstra o Quadro 05: Quadro 05: Principais resíduos sólidos gerados em todo complexo industrial. Origem Resíduos Gerados Quant./ mês Unidade Esponja Manta+espuma kg Pano Não Tecido Fibra 100% Viscose kg Pano Não Tecido Refilo de Viscose kg Demais fábricas Papelão contaminado 3.648,90 kg Demais fábricas Lã sem óleo ,90 kg Demais fábricas Lã com óleo ,20 kg Demais fábricas PET. 286,71 kg Demais fábricas Plástico contaminado 261,75 kg Geral Papelão 8.338,00 kg Geral Sucata Plástica de Polietileno kg Geral Sucata Plástica de Polietileno kg Geral Bombonas plásticas 50 lt 43 uni Geral Bombonas plásticas 200 lt 38 uni Geral Tambores metálicos 200 lt 37 uni
14 13 No Quadro 05 a primeira coluna relaciona as origens dos resíduos gerados. A terceira coluna demonstra o resultado da quantificação e na quarta coluna as respectivas unidades. A expressão demais fábricas se refere a unidades industriais distintas, enquanto que a expressão geral diz respeito a todo o complexo industrial. A Figura 08 representa graficamente os principais resíduos sólidos gerados. Residuos Solidos Quant./mês Lã sem oleo Lã com oleo Papelão Refilo de Viscose(PANO) Papelão Contaminado Sucata Plástica de Polietileno 2 Sucata Plástica de Polietileno 1 Manta+espuma Fibra 100% Viscose Pet Plastico Contaminado Bombonas Plásticas 50 lt Bombonas Plásticas 200 lt Tambores metalicos 200 lt Residuos Gerados Figura 08: Principais resíduos sólidos gerados em todo complexo industrial. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo faz parte do sistema de gestão ambiental a ser certificado pela empresa e será implementado nas outras unidades. Uma vez tendo conhecimento dos resíduos sólidos gerados, pode-se tomar medidas de controle e segurança e otimização dos processos produtivos obtendo a economia de insumos e matéria-prima. Atualmente, no complexo industrial, está implementado o processo de coleta seletiva nas unidades fabris, obtendo grande sucesso, aplicando treinamentos e criando procedimentos de segregação e armazenamento dos resíduos. Alem do cuidado de se fazer à destinação correta dos resíduos, exigindo que as empresas que fazem este recolhimento tenham as devidas licenças legais para suas operações. Os resíduos perigosos são encaminhados para incineração, e os não perigosos enviados para a reciclagem ou reutilização. A próxima etapa será a implantação deste estudo nas outras unidades fabris, conhecendo todas suas características, suas quantidades geradas e propondo a melhor maneira para seu gerenciamento, possibilitando assim, fazer o dimensionamento da central de armazenamento de resíduos de acordo com a legislação vigente e com todas as recomendações técnicas necessárias, demonstrando a responsabilidade e o interesse da indústria com as questões ambientais.
15 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 14 AGÊNCIA GOIANA DE MEIO AMBIENTE - AGMA. Inventário dos Resíduos Sólidos Industriais Gerados no Estado de Goiás. In: SEMINÁRIO DE GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Disponível em: < SeminaResiSolid_Palestras.html> Acesso em: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. Classificação de resíduos, NBR Rio de Janeiro, 2004 a. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. Obtenção de extrato lixiviado de resíduos sólidos, NBR Rio de Janeiro, 2004 b. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. Obtenção de extrato solubilizado de resíduos sólidos, NBR Rio de Janeiro, 2004 c. BRASIL, Projeto de lei n 1991/07 do Executivo, de 6 de setembro de 2007, Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução 275 de 25 de abril de Dispões sobre código de cores para diferentes tipos de resíduos. Presidente do conselho: José Sarney. Diário Oficial da União Seção I pág.80 INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL. Manual gerenciamento integrado de resíduos sólidos. IBAM, KRAEMER, M. E. P. A Questão Ambiental e os Resíduos Industriais. Disponível em: < em: 2008.
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