FUNDOS COLÉGIOS FOMENTO REGULAMENTO DE BOLSAS DE ESTUDO
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- Maria de Lourdes Morais Laranjeira
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1 FUNDOS COLÉGIOS FOMENTO REGULAMENTO DE BOLSAS DE ESTUDO O Fundo Colégios Fomento consiste num património de administração autónoma da Fundação Maria Antónia Barreiro, sem personalidade jurídica, destinado a promover o desenvolvimento e sustentabilidade do projecto educativo dos Colégios Fomento, em Portugal. De entre as actividades relevantes de apoio aos Colégios, ganha especial importância a atribuição de bolsas de estudos aos alunos do Planalto, Mira Rio, Cedros e Horizonte. Com efeito, perante a falta de apoio directo do Estado aos Colégios e a exígua comparticipação às famílias, a garantia da liberdade de educação só pode ser alcançada com a ajuda de pessoas e instituições da sociedade civil que, no exercício das suas liberdades cívicas, desenvolvam esforços de modo a garantir que a livre escolha dos pais por um projecto educativo de qualidade e em relação aos quais se sintam identificados, não fique irremediavelmente comprometida por uma incapacidade económica, momentânea ou estrutural. Esta necessidade torna-se tanto mais premente quanto a actual conjuntura económica acentuou a vulnerabilidade social e profissional de muitas famílias que elegeram, ou gostavam de eleger, os Colégios Fomento como o projecto educativo para os seus filhos. Face ao exposto, a administração do Fundo Colégios Fomento decidiu aprovar o presente Regulamento de Bolsas, que se ficará a reger pelas disposições seguintes: CAPÍTULO I Disposições gerais Artigo 1.º Natureza das Bolsas
2 1 As bolsas de estudo da Fundação Maria Antónia Barreiro são apoios financeiros destinados a suportar os encargos estritamente académicos devidos à Fomento pelos alunos beneficiários. 2 O valor das bolsas são diretamente entregues pelo Fundo à Fomento, por conta do aluno beneficiário. 3 Os pais dos alunos beneficiários não podem destinar as bolsas ao pagamento da escolaridade de outro educando ou de terceiro. 4 Salvo decisão excepcional devidamente fundamentada, não podem ser atribuidas bolsas a alunos que hajam reprovado no ano lectivo anterior àquele que a bolsa diz respeito. Artigo 2.º Tipos de bolsas 1 As bolsas a atribuir aos alunos dos colégios Fomento são do seguinte tipo: a) Bolsas gerais ou bolsas sujeitas a concurso, consoante sejam atribuídos à generalidade dos pais ou dependam de uma graduação em concurso especialmente organizado para o efeito b) Bolsas totais e bolsas parciais, consoante financiem a totalidade ou apenas parte dos encargos académicos; c) Bolsas sujeitas a reintegração e não sujeitas a reintegração, consoante o acto de atribuição de bolsa estabeleça ou não a obrigação dos pais reembolsarem o Fundo no todo ou em parte do valor atribuído. 2 A comissão de bolsas, em articulação com a administração do Fundo Colégios Fomento, pode promover a atribuição de bolsas plurianuais (bolsas de ciclo), mediante um processo de candidaturas especialmente organizado para o efeito. Artigo 3.º Comissão de bolsas 1 A promoção e condução dos processos tendentes à atribuição de bolsas está a cargo de uma comissão, nomeada pela administração do Fundo Colégios Fomento, por um período de três anos. 2 O número de membros da comissão é livremente definido pela administração do Fundo, não devendo ser inferior a três.
3 3 Não podem integrar a comissão de bolsas: a) Membros do Conselho de Administração Executivo da Fomento e da SOCEI; b) Professores e membros da Direcção dos Colégios; c) Casais ou encarregados de educação que estejam a beneficiar, ou tenham beneficiado nos últimos três anos, dos apoios financeiros previstos no presente regulamento, à exceção de bolsas gerais; d) Casais ou encarregados de educação que, embora não beneficiando dos apoios financeiros previstos no presente regulamento, que não tenham a sua situação financeira regularizada junto da Fomento; 4 Os membros da comissão de bolsas reconhecem o grave dever moral de guardar sigilo e confidencialidade sobre todas as informações que venham a ter acesso no exercício das suas funções. Artigo 4.º Competências e funcionamento da comissão de bolsas 1 Para além dos demais actos previstos no presente Regulamento, cabe à comissão bolsas, em especial: a) Organizar e conduzir o processo de atribuição de bolsas sujeitas a concurso; b) Suprir lacunas do presente Regulamento; c) Decidir dos casos duvidosos. 2 O presidente da comissão de bolsas é eleito de entre os seus membros. 3 Cabe ao presidente convocar as reuniões da comissão e coordenar os seus trabalhos. 4 A comissão reunirá com a periodicidade conveniente ao desempenho das suas funções, devendo ser lavrada acta das decisões mais relevantes. 5 As decisões da comissão são tomadas por maioria simples. CAPÍTULO II Programa 3+ Artigo 5.º Noção e Requisitos
4 1 O Programa 3+ consiste na atribuição de bolsas totais a todas as famílias dos colégios, a partir do 4 filho, inclusive, desde que os alunos tenham aproveitamento académico. 2 A comissão de bolsas, por solicitação da Direção dos colégios devidamente fundamentada, pode não excluir do Programa 3+ aqueles alunos sem aproveitamento académico, sempre que tal facto se fica a dever a circunstâncias particulares especialmente atendíveis. 3 Não há aplicação do Programa 3+ sempre que dos descontos aplicáveis ao agregado familiar resulte uma situação mais favorável quando comparada com o pagamento mínimo previsto no artigo seguinte e com as obrigações assumidas nos termos deste Regulamento. Artigo 6.º Pagamento mínimo 1 Os encarregados de educação abrangidos pelo Programa 3+ nunca poderão pagar à Fomento uma anuidade inferior à seguinte: a) ao custo académico de 2,7 filhos, sem a aplicação de qualquer desconto, tendo por referência as anuidades mais altas aplicáveis ao educandos, se em causa estiverem 4 filhos; b) ao custo académico de 3 filhos, sem a aplicação de qualquer desconto, tendo por referência as anuidades mais altas aplicáveis ao educandos, se causa estiverem 5 ou mais filhos. 2 Uma vez atingido esse valor, todo o excedente dos custos académicos será suportado pelas bolsas gerais do Programa 3+. Artigo 7.º Estatutos das bolsas 1 Para todos os efeitos deste Regulamento, nomeadamente quanto à aplicação do regime previsto para as contribuições solidárias, as bolsas gerais atribuídas ao abrigo do Programa 3 + são havidas como bolsas totais atribuídas em concurso.
5 2 Salvo deliberação em contrário, devidamente fundamentada, os agregados familiares que beneficiem do Programa 3+ não podem candidatar-se a bolsas sujeitas a concurso. 3 O não pagamento das contribuições solidárias devidas nos termos do presente Regulamento, importa a exclusão dos agregados familiares do Programa 3+. CAPÍTULO III Candidaturas Artigo 8.º Periodicidade 1 Em cada ano lectivo há uma época de candidaturas a bolsas, cabendo à comissão fixar o momento da sua realização e respectivo prazo. 2 A comissão de bolsas pode convocar uma segunda época de candidaturas no mesmo ano lectivo, desde que as bolsas atribuídas se destinem a apoiar financeiramente o pagamento dos encargos académicos do ano lectivo em curso. Artigo 9.º Critérios de classificação 1 Os candidatos são classificados de acordo com 4 critérios: a) Capacidade económica da família; b) Ciclo de estudos em que se encontra; c) Informação académica do candidato e identificação da família com o projeto educativo; e d) Estrutura do agregado familiar. 2 O júri atribui a cada uma das candidaturas uma pontuação de 0 a 5 referente a cada um dos critérios de classificação, sendo tanto mais alta a pontuação atribuída em cada critério quanto, à sua luz, se mostrar mais justificada a atribuição da bolsa. 3 De acordo com o critério previsto na alínea a) do n.º 1, o júri classifica os candidatos tendo em conta a maior ou menor insuficiência económica revelada, bem como a
6 sustentabilidade da situação económica familiar, tendo por base o impacto do custo da educação dos filhos na concreta estrutura financeira da família. 4 A comissão de bolsas fixa, em cada convocatória, a fórmula a utilizar na ponderação da capacidade económica da família, bem como os documentos exigidos na instrução do processo. 5 De acordo com o critério previsto na alínea b) do n.º 1, o júri privilegia os candidatos que mais avançados se encontrarem no ciclo de estudos que frequentam, tendo em vista a conveniência de que os alunos não sejam obrigados a interromper o seu percurso académico nos Colégios a meio de um ciclo. 6 De acordo com o critério previsto na alínea c) do n.º 1, os candidatos são classificados com base nas informações prestadas pelas direcções dos Colégios, nos termos previstos no artigo 12º. 7 De acordo com o critério previsto na alínea d) do n.º 1, são privilegiados os candidatos que tenham mais irmãos a frequentar os Colégios, de modo a que se favoreça a permanência de famílias inteiras no projecto educativo Fomento. 8 A ponderação relativa de cada um dos critérios é fixada pela comissão de bolsas em cada convocatória. 9 Sempre que conveniente, a comissão de bolsas fixa, em cada convocatória, o tratamento a ser dado a candidaturas de novos alunos. Artigo 10.º Pluralidade de beneficiários 1 Havendo mais do que uma candidatura na mesma família, em caso de atribuição de bolsa, o valor da bolsa atribuída ao primeiro educando melhor classificado é somado ao rendimento familiar para efeitos de ponderação do critério enunciado no art. 9.º/1 a) na candidatura do segundo educando melhor classificado, no critério enunciado no art. 9.º/1 c), e assim sucessivamente com todos restantes candidatos do mesmo agregado familiar. 2 A nenhuma família são atribuídas bolsas em número superior a metade das educandos que frequentam os Colégios Fomento. Se os educandos a frequentar os Colégios for em número impar, são atribuidas as bolsas correspondentes ao número inteiro imediatamente superior, em favor da família.
7 Artigo 11.º Processo 1 Na decisão que delibera a abertura de candidaturas, a comissão de bolsas fixa o prazo para a sua apresentação e respectiva decisão de atribuição de bolsas, e informa acerca dos critérios de classificação dos candidatos e do número de bolsas a atribuir naquele concurso e respectiva natureza. 2 As candidaturas são apresentadas à Comissão de Bolsas do Fundo Colégio Fomento nos termos definidos na convocatória e conjuntamente com os documentos nela solicitados. 3 Os encarregados de educação responsabilizam-se, sob compromisso de honra, pela exactidão da informação prestada no processo de candidatura, tendo o grave dever moral de informar a comissão de bolsasdas alterações que se verificarem nos pressupostos da candidatura. 4 São liminarmente indeferidas as candidaturas extemporâneas, salvo deliberação da comissão em sentido contrário. 5 Em cada processo de candidaturas, a comissão de bolsas define os meios convenientes para assegurar a confidencialidade no tratamento dos dados. 6 O resultado final do processo não pode ser nominalmente revelado à comunidade educativa. Contudo, a comissão de bolsas, querendo, pode revelar a identidade dos agregados familiares que se apresentam a candidaturas. Artigo 12.º Informação das direcções dos Colégios 1 Decorrido o prazo para a apresentação das candidaturas, a comissão de bolsas solicita às direcções dos colégios que, no prazo de 5 dias, prestem a informação pertinente sobre o curriculum dos candidatos, o seu aproveitamento académico bem como da identificação das famílias com o projecto educativo da Fomento. 2 As informações solicitadas são prestadas por escrito, em formulário criado pela comissão de bolsas, e integram os critérios de classificação dos candidatos nos termos previstos no art. 9.º/6.
8 3 As direcções podem, por sua iniciativa, prestar directamente à comissão qualquer outra informação que entendam relevante para a classificação dos candidatos e que não conste do formulário. Artigo 13.º Exclusão de candidaturas 1 São liminarmente excluídas: a) as candidaturas de agregados familiares abrangidos pelo Programa 3+, salvo o disposto no artigo 7.º/2 do presente Regulamento; b) as candidaturas dos alunos com sérios problemas de indisciplina, de acordo com a informação prestada pelas direções dos Colégios; c) as candidaturas dos alunos cujos encarregados de educação não tenham a situação financeira regularizada junto da Fomento; d) as candidaturas dos alunos do agregado familiar que, tendo beneficiado de bolsas nos anos lectivos anteriores, não tenha regularizado as contribuições solidárias devidas nos termos do presente regulamento. 2 Existindo dívidas junto da Fomento, entende-se para efeitos do disposto na alínea c) do número anterior, que a situação financeira se encontra regularizada junto da Fomento se existir um acordo de regularização de dívidas a ser executado. 3 Antes de decidir a exclusão da candidatura nos termos previstos nas alínea c) e d) do número 1, a comissão de bolsas pode notificar os interessados para regularizarem a situação, fixando prazo para o efeito. Artigo 14.º Classificação provisória e reclamações 1 Obtida a informação prevista no artigo 12.º, o júri tem 20 dias para decidir da classificação provisória dos candidatos. 2 A classificação provisória é directamente comunicada aos candidatos e publicitada nos locais de estilo dos Colégios, sem prejuízo da confidencialidade acerca da identidade dos participantes, com a identificação do tipo e condições da bolsa. 3 Os candidatos têm 5 dias a contar da comunicação prevista no número anterior para reclamar da classificação provisória.
9 4 As reclamações são decididas pela comissão de bolsas, no prazo de 10 dias. Artigo 15.º Impedimento de voto 1 Na decisão acerca da classificação dos candidatos e na decisão acerca das reclamações apresentadas, os membros da comissão não podem sempre que estejam em conflito de interesses. 2 Há conflito de interesses quando, designadamente, a atribuição de bolsa diga respeito: a) a familiares ou afins; b) a pessoas com especial relação, nomeadamente de ordem laboral; e c) a candidatos que estudem na mesma turma dos filhos dos membros que tomam a decisão. 3 Os membros da comissão de bolsas têm o grave dever moral de comunicar a existência de um conflito de interesses bem como de qualquer outra circunstância que possa pôr em causa a sua isenção e imparcialidade na decisão a tomar. 4 Independentemente do que entenda o visado, o presidente da comissão de bolsas deve impedir o voto de qualquer membro se entender justificadamente comprometida a sua isenção e imparcialidade na tomada da decisão em causa. Artigo 16.º Classificação definitiva 1 Decididas as reclamações ou decorrido o prazo previsto no número 3 do artigo 14.º sem que tenham sido apresentadas reclamações, é comunicada e publicada a classificação definitiva. 2 Qualquer desistência de bolsa ou qualquer outra vicissitude que impeça o candidato graduado em lugar elegível para bolsa de a receber, ocorrida após a publicação da classificação definitiva, não terá qualquer efeito no processo. Artigo 17.º Recusa da Fomento
10 1 A Fomento é livre de recusar a atribuição de bolsa, rejeitando receber qualquer valor por conta do beneficiário. 2 A recusa da Fomento importa a revogação automática da bolsa, sem que de tal possa haver reclamação. 3 Nos casos previstos nos números anteriores, a comissão de bolsas decide a atribuição da bolsa revogada a outro candidato, a repartição do valor da bolsa pelas bolas parciais atribuídas ou, simplesmente, a não atribuição da bolsa em causa. Artigo 18.º Contribuição solidária 1 Independentemente da obrigação de reintegração, por um imperativo de solidariedade e para ajudar à capitalização do Fundo Colégios Fomento, os encarregados de educação dos candidatos que beneficiem de bolsas realizarão todos os meses uma contribuição solidária, no valor fixado pela comissão de bolsas. 2 A contribuição prevista no número anterior será diferente consoante em causa esteja uma bolsa total ou parcial. 3 A comissão de bolsas pode, contudo, isentar da contribuição solidária os beneficiários das bolsas sujeitas a reintegração. 4 A contribuição solidária durará enquanto o educando receber bolsa e os durante 3 anos posteriores. CAPÍTULO IV Disposições finais Artigo 19.º Interpretação e lacunas 1 Tudo o que não se encontrar previsto no presente Regulamento ou nele seja insuficiente, é decidido pelo prudente juízo da comissão de bolsas. 2 Os casos de interpretação duvidosa são decididos pela mesma comissão.
11 Artigo 20.º Revisão do Regulamento Em cada três anos, a comissão de bolsas deve sujeitar à administração do Fundo Colégios Fomento uma proposta de revisão do presente Regulamento com base na experiência verificada.
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