Digno Magistrado, louvável e urgente a iniciativa de reorganizar a estrutura do Poder Judiciário do Estado do Tocantins.
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- Geraldo Leandro Carvalhal Bento
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1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO SÂNDALO BUENO DO NASCIMENTO, DD. PRESIDENTE DA COMISSÃO ESPECIAL DE ESTUDOS E ELABORAÇÃO DO ANTEPROJETO DO NOVO CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO TOCANTINS. A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL - SECCIONAL DO TOCANTINS, pessoa jurídica com natureza de Autarquia Federal sui generis, inscrita no CNPJ sob o n.º / , com sede na 201 Norte, Conjunto 03, Lotes 01 e 02, Plano Diretor Norte, Palmas-TO, neste ato representada por sua Diretoria Estatuária, vem à elevada presença de Vossa Excelência, em resposta ao Ofício nº 07/2.014 GJ2VFFRP, e, especialmente, visando contribuir na elaboração dos estudos para apresentação de minuta substitutiva da nova Lei de Organização Judiciária do Estado do Tocantins, para de forma sucinta e objetiva, apresentar as seguintes sugestões a Lei em vigor (Lei n.º 10 de 11 de Janeiro de 1996). Digno Magistrado, louvável e urgente a iniciativa de reorganizar a estrutura do Poder Judiciário do Estado do Tocantins. Não existem dúvidas de que os desafios são imensos para garantir efetividade à prestação jurisdicional. Esse objetivo é comum a todas as carreiras jurídicas e somente poderá ser atingido com a união de ideias e forças. Nesse contexto de cooperação, após estudo e discussão com advogados militantes, juristas, serventuários da Justiça, Promotores e entusiastas da jurisdição, que conhecem e sentem os desafios da advocacia, resta apresentar algumas sugestões para redistribuição de competências, a fim de melhorar a prestação jurisdicional no Estado do Tocantins, tendo em vista que o Conselho Nacional de Justiça tem dificultado, senão impedido, a criação e ampliação de novas Varas.
2 Pois bem, em relação ao 1º grau de Jurisdição (Comarcas, Juizados e Unidades Judiciárias), a sugestão primordial que a Advocacia Tocantinense, por meio de seu Órgão exclusivo de representação faz, é a de equalizar a distribuição de processos entre os Juízes, e com esta medida, acelerar o trâmite processual, melhorando a vida dos Jurisdicionados, dos Advogados, da Magistratura, Ministério Público e Serventuários da Justiça. A análise feita pela OABTO, no curto tempo reservado, leva em conta que as Comarcas que terão varas "transferidas" (ou extintas diretamente), têm pouca movimentação processual, poucos advogados atuando, baixíssima população, movimento comercial irrisório e, especialmente, são muito próximas de outras Comarcas maiores, as quais podem facilmente agregar essa demanda, o que minimiza, senão anula, eventuais prejuízos. Como a intenção é otimizar o serviço sem aumentar custos, iniciativa que aliás é corolário da Emenda Constitucional n.º 45/2004, esclareça-se que a proposta não inclui criação nem extinção de Varas, mas transferência. Noutra senda, em relação ao Tribunal de Justiça, surge a necessidade de ampliação em seus assentos, como forma de corrigir a desigualdade na composição dos representantes do quinto constitucional, e, ao mesmo tempo, oxigenar a carreira da Magistratura, dando aos Magistrados titulares na 3ª entrância expectativa real de ascensão profissional na carreira. É que a composição atual do mais jovem Tribunal de Justiça do país, não satisfaz, plenamente, o comando normativo insculpido pelo artigo 94 da Constituição Federal, tendo em vista que embora os representantes do Ministério Público Estadual detenham aproximadamente 1/5 (um quinto) do total de vagas, a Advocacia não o está devidamente contemplada, posto que possui apenas 1 (uma) do total de 12 (doze) vagas existentes, o que é, inclusive, objeto de ação de arguição de descumprimento de preceito fundamental perante o Supremo Tribunal Federal, interposta pela Seccional do Tocantins da OAB. Se isso não bastasse, as 9 (nove) vagas destinadas à promoção dos Magistrados de carreira na 3ª entrância (para preenchimento os critérios de antiguidade e merecimento), representam cerca de apenas 10% (dez por cento) do número de Juízes habilitados à promoção, circunstância que torna improvável senão impossível a ascensão, tendo em vista a recente formação e/ou preenchimento das vagas na Corte, escorrendo para um cenário onde
3 ao menos quatro dezenas de Magistrados (ou metade de todos eles), com quase duas décadas de exercício na função judicante, serão aposentados sem ao menos terem integrado a lista para preenchimento de vaga. Importante observar que o cargo de Desembargador também é necessário para a oxigenação funcional, assim compreendida pela ascensão do Juiz, nos diversos níveis da judicância, desde sua nomeação como Substituto, passando pela titularização nas 1ª, 2ª e 3ª entrâncias até, quem sabe, alcançar a Desembargadoria. Por outro lado, buscando como referência a quantidade de processos, população e número de vagas de desembargador nos Tribunais de Justiça dos Estados brasileiros com população até dois milhões e meio de habitantes, observa-se que a tendência é de números bem maiores de vagas nos outros Estados, inclusive os que detém números semelhante no quadro de Magistrados, veja-se (fontes: IBGE, CNJ e TJ s): UF População DESEMBARGADORES Acre 0,75 milhão 12 Mato Grosso do Sul 2,5 milhões 31 Rondônia 1,5 milhões 21 Sergipe 2 milhões 13 Tocantins* 1,47 milhões 12 *O Tocantins é o Estado que possui a maior taxa de crescimento populacional dentre as UF s comparadas Então, no mesmo sentido da tão sonhada reforma/otimização do Judiciário, trazida pela EC n.º 45/2004, se faz imperiosa a majoração no número de vagas de desembargador no TJTO para 16 (dezesseis), corrigindo-se, inicialmente, e atendendo plenamente o comando oriundo do chamado quinto constitucional, reservando-se duas das novas vagas à Advocacia Tocantinense, e, igualmente, com o acréscimo de mais 2 (duas) vagas destinadas à Magistratura de carreira, aumentando vertiginosamente as chances reais de ascensão do Juiz titular na 3ª Entrância de assumir o posto neste Egrégio Tribunal. Em relação às Turmas Recursais dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, existe a sugestão de criação dos Juizados Especiais da Fazenda Pública nas 3 (três) maiores Comarcas do Estado, Capital, Araguaína e Gurupi, o que trará diminuição de processos no Tribunal de Justiça, mas, por outro lado, um aumento destes processos perante as Turmas Recursais.
4 Por isso, necessária a ampliação dos membros das Turmas Recursais para 5 (cinco) magistrados, posto que, na ausência de qualquer um deles, a Turma poderia funcionar normalmente, pois haveria o quórum mínimo, o que não é possível na atual composição. Finalmente, de forma bastante direta, no intuito de buscar a celeridade da jurisdição, e, igualmente, tornar mais justa e equânime a distribuição de processos entre os diversos Magistrados do Estado, eis as sugestões em relação às Comarcas: I - Na CAPITAL: a) redistribuir as competências (agregando-as à outras Varas com menor número processual) das Varas da Auditoria Militar, Precatórias, Falências e Concordatas, e Diretoria do Foro; b) Varas Criminais: redistribuição de competências, sendo que, a 1ª Vara resumir-se-ia aos crimes de competência do Júri Popular e à Execução Penal, e, as outras Varas, a distribuição de processos seria equânime; c) Varas Cíveis: a partir da transferência de Varas oriundas do interior e redistribuição de competências (em Comarcas cujos números não justificam a permanência...) a criação de mais 2 (duas) Varas Cíveis, sendo que as 7 (sete) que existirão então, adquirirão a competência de precatórias cíveis, falências e concordatas; d) Fazenda Pública: criação do Juizado Especial da Fazenda Pública, o qual, já na instalação, atrairia a competência de todos os feitos cujo valor da causa não exceda à 60 (sessenta salários) mínimos (com as exceções do 1º do artigo 2º da Lei n.º /09), medida que, inclusive, diminuiria o número de feitos do Tribunal de Justiça, uma vez que os recursos desta especializada, iriam para a Turma Recursal dos Juizados; e) Juizados Especiais Cível e Criminal: centralização no prédio do fórum, e, divisão equitativa dos processos, extinção da competência criminal ; f) Família e Sucessões: criação de uma nova Vara, redistribuindo-se numericamente os feitos entre as 4 (quatro) Varas. f) Juizado Especial Criminal: torná-lo o único da Capital, promovendolhe a aquisição da competência criminal dos três outros juizados (cuja competência criminal será extinta) e, também, agregando-lhe a competência da Vara de Combate à Violência Doméstica e Familiar
5 contra a Mulher (cuja Vara seria extinta, possibilitando a criação de uma das novas Varas); II - No INTERIOR: a) Aurora do Tocantins: transferir as competências desta Comarca para Taguatinga, mantendo ali tão somente uma Unidade Judiciária Avançada, com servidor(es) atendendo os Jurisdicionados, e, outrossim, possibilitando a transferência dessa Vara para outra Comarca, em uma das novas Varas que serão criadas; b) Figueirópolis: transferir suas competências para Gurupi-TO, permitindo-se que a criação de uma das novas Varas pelas Comarcas com maior demanda; c) Almas: transferir suas competência para Dianópolis, mantendo ali tão somente uma Unidade Judiciária Avançada, com servidor(es) atendendo os Jurisdicionados, permitindo-se a criação de nova Vara; d) Tocantínia: deslocar parcialmente as competências desta Comarca para Miracema do Tocantins e parcialmente para Novo Acordo (em relação aos Distritos que ali fazem divisa...), permitindo-se a criação das novas Varas propostas; e) Pium: transferência da Jurisdição para Cristalândia, permitindo-se a criação de uma Vara em Paraíso do Tocantins, desafogando-se a demanda ali existente; f) Deslocar a competências dos Distritos Judiciários de Araguanã, Aragominas e Carmolândia, que atualmente integram a Jurisdição da Comarca de Araguaína para Xambioá; g) Axixá: transferir a competência para a Comarca de Augustinópolis (ou de Itaguatins), mantendo ali tão somente uma Unidade Judiciária Avançada, com servidor(es) atendendo os Jurisdicionados, e, outrossim, permitir a criação de uma Vara em Araguaína-TO; h) Gurupi: redistribuição de competências da Vara de Precatórias, Falência e Concordatas (extinguindo a Vara exclusiva), criação de três Varas, sendo o Juizado Especial da Fazenda Pública (o qual, de imediato, atrairia a competência de todos os feitos cujo valor da causa não exceda à 60 (sessenta salários) mínimos (com as exceções do 1º do artigo 2º da Lei n.º /09)), e outra Vara de Família e Sucessões e outra Vara Cível;
6 i) Paraíso do Tocantins: criação de uma Vara da Fazenda Pública, Previdência, Falências, Concordatas, e Precatórias Cíveis, possibilitando desafogar as tumultuadas Varas Cíveis já existentes; j) Araguaína: redistribuição de competências da Vara de Precatórias, Falência e Concordatas (extinguindo a Vara exclusiva), criação de 3 (três) Varas, sendo, 01 (um) Juizado Especial da Fazenda Pública, (o qual, de imediato, atrairia a competência de todos os feitos cujo valor da causa não exceda à 60 (sessenta salários) mínimos (com as exceções do 1º do artigo 2º da Lei n.º /09)), 1 (uma) Vara Cível, e, 1 (uma) Vara de Família e Sucessões; k) Porto Nacional: criação de uma nova Vara Cível, distribuindo-se os feitos proporcionalmente, adequação da competência do Juizado Especial Cível, atribuindo-lhe também a competência da Juizado Especial da Fazenda Pública, (o qual, de imediato, atrairia a competência de todos os feitos cujo valor da causa não exceda à 60 (sessenta salários) mínimos (com as exceções do 1º do artigo 2º da Lei n.º /09)); Palmas-TO, em 27 de janeiro de POMPÍLIO MESSIAS LUSTOSA SOBRINHO Diretor Tesoureiro
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