TribunaldeJustiçadeMatoGrossodoSul

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1 TribunaldeJustiçadeMatoGrossodoSul TJ-MS FL.:34 - N. -. Relator - Exmo. Sr.. Suscitante - Juiz de Direito da 2a. Vara Cível da Comarca de Dourados. Suscitado - Juiz (a) de Direito da 4ª Vara Cível da Comarca de Dourados. Intdo. - Assistenza Comércio e Representações Ltda. Advogado - Jefferson Antonio Baqueti. Intdo. - Ricardo de Quevedo Sgarbi. Advogado - Oldemar Lutz. E M E N T A CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA JUÍZES DE IDÊNTICA COMARCA COM A MESMA COMPETÊNCIA DISTRIBUIÇÃO POR EQUIDADE PROVIMENTO N. 194/2010 DO CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA FORMA DE COMPENSAÇÃO DOS FEITOS REMETIDOS AOS MAGISTRADOS EM RAZÃO DE SUSPEIÇÃO OU IMPEDIMENTO DOS MAGISTRADOS EQUIDADE NA DISTRIBUIÇÃO DOS FEITOS AOS JUÍZES QUE POSSUAM IDÊNTICA COMPETÊNCIA IMPROCEDÊNCIA DO CONFLITO. I - O disposto no art. 1º do Provimento nº 194/2010, do Conselho Superior da Magistratura deste Tribunal de Justiça, visa regularizar a forma de compensação dos feitos remetidos aos magistrados em razão de suspeição ou impedimento de outros magistrados e, bem assim, adequar essa realidade ao princípio da isonomia, por intermédio da compensação de processos, com foco no disposto no art. 252 do Código de Processo Civil. II - Os processos, cuja suspeição do Magistrado tenha sido acolhida pelo Conselho Superior da Magistratura, bem como aqueles em que o juiz se tenha declarado por impedido, serão redistribuídos sempre que o juízo substituto for de outra Vara com idêntica competência da mesma Comarca ou Foro. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os juízes da do Tribunal de Justiça, na conformidade da ata de julgamentos e das notas taquigráficas, por unanimidade e com o parecer, julgar improcedente o conflito, nos termos do voto do relator. Relator

2 FL.:35 R E L A T Ó R I O O Sr. Des. Marco André Nogueira Hanson O Juiz de Direito da 2ª Vara Cível da Comarca de Dourados, MS, suscitou conflito negativo de competência em face do Juiz de Direito da 4ª Vara Cível da mesma Comarca, ao argumento de que é incompetente para processar e julgar a ação de Execução n , originalmente distribuída ao juízo da 3ª Vara Cível de Dourados, que se declarou impedido porque a inicial está firmada por advogada que integra o escritório de advocacia do irmão deste magistrado e remeteu os autos ao titular da 4ª Vara Cível daquela Comarca (f ) que, por sua vez, com fundamento no Provimento nº 194, da Corregedoria-Geral de Justiça de Mato Grosso do Sul, determinou a redistribuição do feito a fim de propiciar a devida compensação (f. 11). Redistribuído o feito à 2ª Vara Cível da Comarca de Dourados, o magistrado titular desta suscitou o presente conflito negativo de competência, com fundamento no art. 79 do CODJ/MS e no art. 1º, IV do Provimento nº 113/2006, que disciplina a escala de substituição dos juízes. Alega, ainda, a impossibilidade de interpretação extensiva do art. 1º do Provimento nº 194/2010, sob pena de vulneração do princípio da legalidade. O juízo suscitado prestou informações à f , sustentando que as alterações procedidas pelo Provimento nº 208/2010 veio a confirmar a determinação de redistribuição do processo para a devida compensação. A Procuradoria-Geral de Justiça opinou pela competência do juízo suscitante (2ª Vara Cível) para o processamento e julgamento da ação de execução nº V O T O O Sr. Des. Marco André Nogueira Hanson (Relator) Cuida-se de Conflito Negativo de Competência suscitado pelo juízo da 2ª Vara Cível em face do juízo 4ª Vara Cível, ambos da Comarca de Dourados, MS, na ação de Execução De Título Extrajudicial n , originalmente distribuída ao juízo da 3ª Vara Cível de Dourados, que se declarou impedido porque a inicial está firmada por advogada que integra o escritório de advocacia do irmão deste magistrado e remeteu os autos ao titular da 4ª Vara Cível daquela Comarca (f ) que, por sua vez, com fundamento no Provimento nº 194, da Corregedoria-Geral de Justiça de Mato Grosso do Sul, determinou a redistribuição do feito a fim de propiciar a devida compensação (f. 11). Ultrapassado o juízo de admissibilidade, passo à análise do presente conflito de competência. Na lição de Fredie Didier Junior, a distribuição da competência, medida de jurisdição, faz-se por meio de normas constitucionais, de leis processuais e de organização judiciária, além da distribuição interna da competência nos tribunais, feita pelos seus regimentos internos 1. Como cediço, a distribuição visa dividir o trabalho entre juízes da mesma competência, a fim de evitar a sobrecarga de um relativamente aos demais, razão 1 DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil. Teoria Geral do Processo e do Processo de Conhecimento. Volume 1. 10ª edição. Editora jus Podivm, 2008, pág. 102.

3 FL.:36 pela qual essa divisão deve ser o mais equânime possível, segundo as normas do Código de Organização e Divisão Judiciária de Mato Grosso do Sul. Como se sabe, o substituto legal conserva a medida de jurisdição (competência) em relação ao feito que houver assumido enquanto não cessar o motivo que determinou a substituição. Diante desse cenário, o Tribunal de Justiça busca formas de amenizar possíveis desigualdades que esse fato pode ensejar aos magistrados substitutos. Assim, percebe-se que no caso dos autos, o cerne a ser resolvido cingese na interpretação do disposto no art. 1º do Provimento nº 194/2010, do Conselho Superior da Magistratura deste Tribunal de Justiça, que visa regularizar a forma de compensação dos feitos remetidos aos magistrados em razão de suspeição ou impedimento de outros magistrados e, bem assim, adequar essa realidade ao princípio da isonomia, por intermédio da compensação de processos, com foco no disposto no art. 252 do Código de Processo Civil, in verbis: Art Será alternada a distribuição entre juízes e escrivães, obedecendo a rigorosa igualdade. O Provimento n. 194/2010, alterado pelo Provimento n. 208 de 21/07/2010, contém a seguinte redação: O CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA, no uso de suas atribuições legais, especialmente aquelas previstas no artigo 165, inciso II, do Regimento Interno desta Corte. CONSIDERANDO a necessidade de estabelecer a forma adequada de compensação dos feitos remetidos a outros Magistrados em razão do acolhimento de suspeição; RESOLVE: Art. 1º Os processos, cuja suspeição do Magistrado tenha sido acolhida pelo Conselho Superior da Magistratura, bem como aqueles em que o juiz se tenha declarado por impedido, serão redistribuídos sempre que a designação do Juiz que substituirá o anterior recair em Magistrado de outra Vara de igual competência da mesma Comarca ou Foro. (Alterado pelo Provimento n. 208, de DJ-MS, de ) Como se percebe, a compensação visa equalizar os processos apenas entre os juízes vinculados à mesma Comarca ou Foro e que possuam idêntica competência. Dessa forma, considerando que o magistrado que se declarou impedido (3ª Vara Cível) e o magistrado suscitado (4ª Vara Cível) são titulares de varas da mesma Comarca e de igual competência a teor do que dispõe a alínea b do art. 6º da Resolução nº 221/94 deste Tribunal 2, observa-se que foi correta a redistribuição do feito nº ao juízo suscitante (2ª Vara Cível), por compensação, uma vez que o Provimento nº 194/2010 outorga esse direito ao juízo suscitado sempre que lhe recair, em razão de suspeição ou impedimento, processo oriundo de outra Vara de idêntica competência. 2 Art. 6º Fica assim fixada a competência dos juízes de direito da comarca de Dourados: (...) b) aos da 2ª, 3ª, 4ª e 5ª Vara Cíveis, processar e julgar, mediante distribuição, os feitos e incidentes cíveis e comerciais, à exceção dos mencionados nas alíneas a, c e d ; (alterada pelo art. 2º da Resolução n. 386, de DJ-MS, de )

4 FL.:37 Nesse sentido, inclusive, pertinente o voto exarado pelo e. Des. Oswaldo Rodrigues de Melo, no julgamento do Conflito De Competência n , in verbis: Assim, na comarca de Dourados, e naquilo que aqui importa, a jurisdição cível é exercida em sete (7) varas, sendo a 2ª, 3ª, 4ª e 5ª Vara Cíveis de competência residual, enquanto que a 6 a e 7 a Vara Cível, de competência especializada. RESOLVE: Desse modo, aplicando-se a Provimento n. 194, de , do CSM/TJMS, em havendo afastamento do processo, em razão de impedimento ou suspeição, dos Juízes titulares das varas de competência residual, deve ocorrer a redistribuição dos processos entre eles e não sua remessa, pura e simplesmente, ao substituto legal. Portanto, declarando-se suspeito o Juiz Titular da 5 a Vara Cível, de competência residual, da comarca de Dourados, o processo respectivo deve ser redistribuído entre os da 2 a, 3º e 4 a Varas Cíveis, de igual competência, compensando-se posteriormente, a teor do disposto no art. 252, do CPC. Sob outro vértice, a escala de substituição prevista no Provimento n. 113, de , também do CSM/TJMS, aplica-se aos demais casos de afastamento, como, por exemplo, de férias, licenças etc. Os casos de impedimento e suspeição, portanto, têm regras próprias e especiais. Em linhas gerais, assim é o procedimento no âmbito deste segundo grau de jurisdição. Se o desembargador se declara suspeito ou impedido, o feito é redistribuído (RITJ/MS, arts. 682 e 694), mediante compensação futura. Assim, considerando a disciplina regulamentada pelo Provimento nº 194/2010, com redação alterada pelo Provimento nº 208 de 23/07/2010, no que diz respeito à compensação dos feitos em caso de impedimento ou suspeição, bem como a idêntica competência dos magistrados atuantes no feito, a ação em comento deverá ser processada e julgada pelo juízo suscitante. Diante do exposto, de acordo com o parecer da Procuradoria-Geral de Justiça, julgo improcedente o conflito negativo, para declarar a competência do juízo suscitante, ou seja, da 2ª Vara Cível Residual da Comarca de Dourados, MS, para processar e julgar o feito n D E C I S Ã O Como consta na ata, a decisão foi a seguinte: POR UNANIMIDADE E COM O PARECER, JULGARAM IMPROCEDENTE O CONFLITO, NOS TERMOS DO VOTO DO RELATOR. Presidência do Exmo. Sr. Des. Rubens Bergonzi Bossay. Relator, o Exmo. Sr. Des. Marco André Nogueira Hanson. Tomaram parte no julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores Marco André Nogueira Hanson, Rubens Bergonzi Bossay e Oswaldo Rodrigues de Melo. Campo Grande, 28 de setembro de 2010.

5 FL.:38 mi