COPA 2014 e projetos de MDL - Parceria entre o setor público e privado
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- Gabriela Barata Carvalho
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1 COPA 2014 e projetos de MDL - Parceria entre o setor público e privado ALICE DE MORAES FALLEIRO Universidade Federal de Santa Maria alice.falleiro@gmail.com MARIA DO CARMO CAUDURO GASTALDINI Universidade Federal de Santa Maria mcarmocg@gmail.com
2 COPA 2014 e projetos de MDL - Parceria entre o setor público e privado RESUMO Reconhecer os avanços ocasionados pelo MDL e conseqüentemente pelo mercado de carbono com o intuito de reduzir as emissões de GEE pode ser o primeiro passo para a transição rumo a uma economia de baixo carbono. Exemplo disso é o programa Iniciativa Baixo Carbono na Copa, lançado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) que visou compensar todas as emissões de GEE da Copa do Mundo de Futebol 2014, sediada no Brasil, a partir da doação de créditos de carbono (RCE) de projetos de MDL. Este artigo tem como objetivo realizar um paralelo entre essas duas iniciativas para mitigar as emissões de GEE (projetos de MDL e neutralização das emissões da COPA) e mostrar como juntos o setor publico e privado podem ajudar na continuidade desses projetos. Para isso, foram identificados os projetos de MDL registrados de energia renovável localizados no Brasil e as emissões de GEE previstas no inventário de emissões da COPA da FIFA e MMA. Os resultados mostram que os RCE estimados dos projetos de MDL podem compensar todas as emissões da referida COPA, apesar de até o presente momento as doações das empresas não ser suficiente para neutralizar o total de emissões desse evento. Palavras-chave: Créditos de carbono; Mecanismos de Desenvolvimento Limpo; COPA 2014; Inventário de Emissões de GEE. ABSTRACT Acknowledge the progress occasioned by the CDM and therefore the carbon market in order to reduce GHG emissions may be the first step in the transition towards a low carbon economy. Example is the Low Carbon Initiative Cup program launched by the Ministry of Environment (MMA) which aimed offset all GHG emissions in the World Cup 2014 Soccer, based in Brazil, from donated carbon credits (CER) of CDM projects. This article aims to conduct a parallel between these two initiatives to mitigate GHG emissions (CDM projects and neutralizing emissions COPA) and show how together the public and private sector can help in the continuity of these projects. For this, the CDM projects registered renewable energy located in Brazil and GHG emissions inventory provided for in the FIFA COPA and MMA were identified. The results show that the estimated CERs from CDM projects can offset all emissions of that COPA, although so far the donations of businesses not are enough to offset the total emissions for the event. Keywords: Carbon credits; Clean Development Mechanism; COPA 2014; GHG Emissions Inventory. 1. Introdução O embate entre os países em desenvolvimento, que se mostram resistentes a idéia de ter metas de redução obrigatória no período pós-kyoto e os países desenvolvidos, que sustentam a idéia dos países em desenvolvimento passarem a ter metas obrigatórias de redução de GEE se apresenta como a grande discussão que paira nas negociações que remetem a continuidade de um acordo climático global pós 2020, dentre eles, o MDL. A proposta do Brasil para o segundo período do Protocolo de Quioto se baseia nas responsabilidades (emissões) históricas dos países. O Brasil se posiciona em relação à mudança climática na busca da efetividade, integridade e justiça ambiental 1
3 e ao mesmo tempo evitar obstáculos ao desenvolvimento do País. Ao que tudo indica o País não abre mão da questão das responsabilidades comuns, porem diferenciadas. No entanto, existe forte resistência dos países do Anexo I em modificar essa clausula. Esse parece ser o maior impasse da Convenção até então. O Brasil, no Acordo de Copenhague e na COP 16, em Cancun reiterou seu compromisso com ações nacionais voluntárias de redução de emissões de GEE, com reduções entre 36,1% e 38,9% das emissões projetadas até Esse compromisso foi ratificado na Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) (IPEA, pag. 13). A necessidade de se adaptar a essas mudanças bem como atentar para o que ocorre em termos de regulação do mercado visando à mitigação de possíveis impactos é uma realidade a ser enfrentada por todos, porque atinge as empresas de diversos setores, direta ou indiretamente. Dessa forma, o mercado de carbono brasileiro seja na categoria regulada ou voluntária poderá se consolidar no país, já que ainda apresenta participações tímidas se comparado com outros países, bem como, poderá contribuir significantemente para o alcance das metas governamentais estabelecidas na PNMC já que os projetos brasileiros são potenciais redutores de emissão, contribuindo para estabelecer uma economia de baixo carbono no país (SOUZA, 2011). O Projeto Gestão das Emissões de GEE da Copa Projeto "Gestão das emissões de gases de efeito estufa da Copa do Mundo" é resultado dos debates que se produziram no Núcleo Temático sobre Mudança do Clima entre Governo Federal e Governos dos Estados e Cidade-sede Copa. De maneira geral, o Projeto engloba a elaboração do inventário das emissões de gases de efeito estufa (GEE) relacionados à Copa; os planos de mitigação e compensação; além de uma validação da metodologia utilizada e dos resultados obtidos. As projeções de emissões do evento constam em um inventário coordenado pelo MMA e outro pela FIFA. Segundo o estudo produzido pelo MMA, a Copa deve gerar emissões totais diretas e indiretas da ordem de 1,406 milhão de tco2e. Do total, 87,1% vêm do transporte aéreo internacional e 9,2%, dos vôos nacionais (emissões indiretas). O restante se divide entre hospedagem (1,8%), obras (0,5%) e operações (1,4%). Ao fim do campeonato, será concluído um inventário definitivo com a consolidação das emissões de GEE geradas pelo evento. A chamada pública do MMA busca empresas que queiram doar RCE provenientes de projetos brasileiros registrados no âmbito do MDL. A chamada pública é uma ação do governo federal alinhada à iniciativa privada, conforme prevê o Artigo 65 da Lei Geral da Copa. Com isso, companhias de todo o país doaram Reduções Certificadas de Emissões (RCE), os créditos de carbono, que são projetos de compensação de emissões certificados pela UNFCCC. A participação não envolve, portanto, qualquer tipo de transação financeira. Como contrapartida, os nomes das instituições serão veiculados nos relatórios de gestão e resultados do projeto e serão publicados em listagem organizada pelo poder público como doadores oficiais de créditos de carbono da Copa do Mundo FIFA Brasil As RCE doadas deverão ter sido canceladas das contas dos participantes de projetos para garantir que elas não sejam usadas futuramente para outros fins. A empresa interessada em doar deverá cancelar RCE emitidas em razão da compensação do evento. Em contrapartida, as empresas doadoras receberão o direito de utilizar o Selo Sustentabilidade - Baixo Carbono regido pela Portaria MMA n 70/2014 e terão seus nomes veiculados nos eventuais relatórios de gestão e resultados do Projeto e publicados no Diário Oficial da União. Dentro desse contexto e levando em consideração que o Brasil está entre os países com maior numero de projetos de MDL registrados na UNFCCC, este artigo tem como objetivo mostrar como poder público e o setor privado podem juntos incentivar a continuidade de projetos desse tipo. Foi realizado um paralelo entre as doações de RCE, as RCE geradas pelos projetos de energia renovável operantes do âmbito do MDL e as estimativas de emissão de GEE da COPA presentes 2
4 nos Inventários de emissões do MMA e da FIFA. Para isso, foi realizada identificação desses e o programa do governo federal que visou neutralizar as emissões de GEE advindas da realização da COPA do Mundo de Futebol realizada no Brasil entre Junho e Julho de Desenvolvimento Medidas de adaptação aos impactos da mudança do clima estão diretamente relacionadas ao contexto e a desafios de desenvolvimento específicos a cada país e até mesmo região. Um novo acordo sob a Convenção oferece oportunidade de promover a adoção de medidas de adaptação e sua integração a estratégias nacionais de desenvolvimento. Além disso, a cooperação internacional é importante para assegurar meios de implementação para ações de adaptação em países em desenvolvimento, em particular os mais vulneráveis, que não contribuíram para o problema e serão os mais impactados pela mudança do clima. Em âmbito mundial, os desafios associados às alterações climáticas vão exigir dos governos, dos cidadãos e das empresas atuação conjunta para reduzir as emissões de GEE, requerendo informações sobre níveis de emissões de GEE, riscos, oportunidades de redução, sobretudo depois da legitimação do Protocolo de Quioto, em 2005 (REID; TOFFEL, 2008; KOLK et al., 2008). Esforçar seu apoio ao governo, ao setor privado e à sociedade civil, visando ajudá-los a reduzir suas emissões de GEE e se preparar para as consequências de um clima alterado pode ser uma medida que ajude na consolidação de uma economia de baixo carbono. Um dos incentivos dos países em desenvolvimento para participar do MDL, especialmente os da América Latina é de que o MDL seja um instrumento de financiamento para captar investimentos para projetos sustentáveis (EGUREN, 2004). Assim, a maioria dos países espera que os projetos de MDL contribuam para o fortalecimento da economia local ou da região, para a geração de renda adicional as comunidades locais e a criação de oportunidades de emprego trazendo investimentos (SPALDING-FECHER, et. al., 2012). No Brasil a lei n , de dezembro de 2009 visa além de amparar as posições brasileiras nas discussões multilaterais e internacionais sobre combate ao aquecimento global é um marco legal para a regulação das ações de mitigação e adaptação no país. Logo, deve-se privilegiar ações que reduzam a taxa de crescimento das emissões, sem criar impedimento ao desenvolvimento econômico e social. Os benefícios coletivos de ações de mitigação superam eventuais perdas econômicas de setores específicos. A Estratégia de Sustentabilidade da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 tem como meta organizar e implementar o evento de um modo sustentável, reduzindo os aspectos negativos e incrementando os aspectos positivos do evento na sociedade e no meio ambiente. Um dos pilares dessa iniciativa é obter uma noção clara do volume de GEE causadas pela preparação e pela realização da Copa do Mundo da FIFA Brasil Dentro desse contexto, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) lançou no Diário Oficial da União de 15/04/2014, chamada pública para empresas interessadas na doação de créditos de carbono destinado a companhias detentoras de RCE advindas do MDL que pretendam participar das estratégias de compensação do governo federal para a COPA do mundo de futebol 2014, realizada no Brasil entre 12 de Junho e 13 de Julho de 2014 em 12 cidades brasileiras. São elas: Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP). Ao todo, 16 empresas aderiram à chamada pública de doação de créditos de carbono. A adesão não envolve qualquer transação financeira e as companhias que participarem da iniciativa receberão o Selo Baixo Carbono, além de serem incluídas em uma listagem organizada pelo poder público como doadoras oficiais de créditos de carbono da Copa do Mundo de As empresas 3
5 que aderirem à chamada receberão o selo de sustentabilidade Baixo Carbono. Abaixo, Campanha para doação de créditos de carbono e Selo Sustentabilidade - Baixo Carbono. Figura 1 - Campanha para doação de créditos de carbono e Selo Sustentabilidade Baixo Carbono Fonte: Adaptado pelos autores do Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2014). Por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), instituído pela Convenção- Quadro das Nações Unidas para a Mudança do Clima, foram doadas, até o momento, 535,5 mil toneladas de dióxido de carbono equivalente (tco2e), na forma de reduções certificadas de emissões (RCE), os chamados créditos de carbono. Abaixo as empresas que receberam o selo Baixo Carbono e a quantidade de RCE doadas pelas mesmas estão apresentadas na figura a seguir. Figura 2 - Empresas doadoras de créditos de carbono (RCE) e quantidade doada. Fonte: Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2014). 3. Procedimentos metodológicos Os procedimentos utilizados que foram norteadores deste estudo e que, portanto possibilitaram o desenvolvimento do estudo, a análise dos dados coletados bem como as considerações serão descritos a seguir. O desenvolvimento do trabalho foi realizado em etapas. Na primeira, foi realizada pesquisa sobre os temas que norteiam o vigente estudo, através da análise bibliográfica e documental, de caráter exploratório em relatórios técnicos e bases de dados nacionais e internacionais bem como na legislação nacional que trata do tema. 4
6 Na segunda etapa foi realizada análise do conteúdo dos Project Document Design (PDD) de cada projeto registrado na UNFCCC localizados no Brasil. Na terceira etapa foi concluída a comparação entre os dados levantados. Para realização da comparação da contabilização dos RCE gerados por esses projetos e o que a COPA do mundo de futebol 2014 emitiu em termos de GEE foram analisados o inventário de emissões da COPA 2014 elaborado pelo MMA e o inventário das emissões elaborado pela FIFA. Também foi contabilizada a representação do que foi doado diante do montante final de emissões ex-ante. Essa delimitação do estudo se justifica pela importância de mensurar as emissões de um evento de grande porte como a COPA do mundo de futebol e por outro lado identificar a quantidade de redução de GEE dos projetos de MDL de energia renovável localizados no Brasil. A partir desse método de estudo foi possível extrair os dados utilizados no vigente artigo. 4. Analise dos dados O Inventario de emissões ex ante da COPA do mundo de futebol 2014 teve como objetivo contabilizar as emissões geradas pelo evento e apresentar estratégias para redução, neutralização e compensação. O que se pretende com tal iniciativa é deixar como legado a incorporação, como política pública, da prática de redução de GEE na realização de grandes eventos e de grandes obras de infraestrutura em nível nacional, além da criação de capacidade para o desenvolvimento de políticas municipais de mudança do clima nas Cidades Sede. Logo, a partir da metodologia adota foi possível a realização da comparação entre o que foi estimado de emissões na COPA 2014 e o que foi reduzido com os projetos de MDL já registrados na UNFCCC e que, portanto estão aptos a comercializar seus créditos de carbono (RCE). A seguir, a tabela 1 apresenta a porcentagem do que foi doado para neutralizar as emissões da COPA com relação ao estimado pelo inventário de emissões do MMA. Observou-se que 39% das emissões já foram neutralizadas. Tabela 1 Relação entre a quantidade estimada de emissões de GEE na COPA e as doações de RCE. Emissões COPA 2014 (tco 2 e) de Porcentagem RCE doados (tco acordo com Inventario ex-ante 2 e) (%) Fonte: Inventário emissões ex-ante COPA 2014 (MMA, 2014). A seguir, a tabela 2 apresenta a porcentagem do que foi doado para neutralizar as emissões da COPA com relação ao estimado pelo inventário de emissões da FIFA. Observou-se que 22% das emissões já foram neutralizadas. Tabela 2 - Relação entre a quantidade estimada de emissões de GEE na COPA e as doações de RCE. Emissões COPA 2014 (tco 2 e) de acordo com FIFA 1 RCE doados (tco 2 e) Porcentagem (%) Fonte: FIFA (2014). 1 Este estudo de pegada de carbono baseia-se principalmente no GHG Protocol e incorpora orientações técnicas adicionais da norma ISO
7 A seguir, a tabela 3 apresenta a quantidade de RCE estimado dos projetos de energia renovável localizados no Brasil que estão aptos a operar no âmbito do MDL. O total de créditos de carbono desses projetos contabiliza tco 2 e, ou seja, um valor maior do que o esperado de emissões da COPA do mundo de futebol no Brasil. Os valores mostram que com os créditos de carbono desses projetos poderia ser neutralizada 10 COPAS do mundo de acordo com o inventário da FIFA e 18 de acordo com o do MMA. Tabela 3 Quantidade RCE estimado dos projetos de MDL localizados no Brasil. Período RCE no Brasil (tco 2 e) Primeiro Segundo Total Fonte: UNFCCC (2014). A figura a seguir apresenta a relação entre a quantidade de emissões inventariadas previstas para a COPA do mundo de Futebol 2014 no inventário realizado pelo MMA e pela FIFA e a quantidade de RCEs estimadas dos projetos de MDL de energia renovável registrados localizados no Brasil. Figura 3 - Redução Certificada de Emissões (RCE) dos projetos de MDL de energia renovável X Emissões da COPA do Mundo de Futebol Fonte: Elaborado pela autora a partir dos dados na FIFA, MMA e UNFCCC. Os valores mostram que com os créditos de carbono desses projetos poderia ser neutralizada 10 COPAS do mundo de acordo com o inventário da FIFA e 18 de acordo com o do MMA, conforme apresentado na tabela 4. 6
8 Tabela 4 Quantidade RCE estimado dos projetos de MDL localizados no Brasil. RCE no Brasil (tco 2 e) Emissões COPA FIFA Emissões MMA Porcentagem FIFA (%) Porcentagem MMA (%) Fonte: UNFCCC (2014). A diferença na quantidade de emissões estimadas entre os dois inventários realizados sobre as emissões da COPA se deve as metodologias escolhidas. Observa-se que o numero de créditos de carbono (RCE) gerados com os projetos de MDL localizados no Brasil é muito superior ao que foi emitido na COPA 2014 em ambos os inventários. Logo, iniciativas como esta podem ajudar a criar um novo tipo de mercado que inclui créditos de carbono, evento de grande porte, governos e setor privado. 5. Considerações finais Iniciativas como a neutralização de emissões de GEE oriundas da COPA do Mundo de Futebol 2014 a partir dos créditos de carbono obtidos com atividades de projeto de MDL registradas na UNFCCC mostra que é possível o setor publico (a partir de leis, decretos, planos e incentivos diversos) e o setor privado (a partir de projetos que reduzam as emissões de GEE) atuarem juntos com o intuito de mitigar as emissões de GEE. Em contrapartida, o fato de essa compensação ser realizada a partir de doações, ou seja, não envolver nenhuma transação financeira, aponta a desvalorização dos créditos de carbono. O preço variável dos créditos de carbono e a grande oferta dos mesmos, fez com que os proprietários dos projetos de MDL ficassem com seus RCE estocados. Sem políticas concretas em âmbito internacional e nacional para modificar essa situação, a doação de créditos se mostra como uma alternativa para, pelo menos, servir de marketing ambiental para essas empresas. No entanto, é preciso que ações que levem em conta transações financeiras, sejam implementadas, uma vez que os custos com os projetos de MDL bem como o processo de submissão dos mesmos ao MCTI e a UNFCCC são elevados. Assim, a sustentabilidade e permanência dos projetos de MDL no país passa primeiramente pela venda dos créditos de carbono e não somente por doações. A possibilidade de compensação total das emissões da COPA 2014 para os dois inventários a partir dos projetos de MDL mostra que é possível implementar uma economia de baixo carbono no país, no entanto a discrepância entre a quantidade de créditos gerada e a emitida mostra que os projetos de MDL são potenciais redutores de emissões de GEE, mas que para que se perpetuem necessitam de mais do que marketing, necessitam de retorno financeiro diante do que foi despendido para a concretização da construção, implementação e registro dos projetos de MDL. O relatório sobre a gestão das emissões de GEE das Copas, em nível nacional, considerando os inventários ex-post, as medidas de mitigação e eventual compensação deverá ser entregue em dezembro de Sugere-se que seja realizado um novo estudo com os dados do evento ex-post. Iniciativas como essas podem servir de referencia para outros eventos que serão sediados no país, como os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos em 2016, na cidade do Rio de Janeiro. REFERENCIAS 7
9 BRASIL. Lei , de 29 de dezembro de Institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima - PNMC e dá outras providências. Brasília, D.F, Disponível em < Acesso em: 30 maio BRASIL. Lei nº , de 5 de junho de Lei da COPA. Disponível em < Acesso em 14 de Julho de BUZZATTI, G.M. Elementos para uma ação de mitigação nacionalmente familiar no Brasil f. Dissertação (Mestrado em Planejamento Energético). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, CURNOW, P.; HODES, G. Implementing CDM projects: Guidebook to Host Country Legal Issues. UNEP Risoe Center &Baker Mackenzie FÉDÉRATION INTERNATIONALE DE FOOTBALL ASSOCIATION (FIFA). Inventário de Emissoes da FIFA. Resumo do inventário de emissões de gases de efeito estufa da Copa do Mundo da FIFA Brasil Acesso em: 10 de Jul de INSTITUTO CARBONO BRASIL. Disponível em < mudancas_climaticas1/noticia=736170>. Acesso em: 21 fev MICHAELOWA, A.; BUEN, J. The Clean Development Mechanism Gold Rush. In: Michaelowa, A. Carbon markets or climate finance? Low carbon and adaptation Investment choices for the developing world. Routledge, London, pp MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE. Diário Oficial da União. Disponível em < Compensacao_extrato_chamada_DOU_150414_lclv.pdf>. Acesso em: 29 Jun de MINISTÉRIO DA CIENCIA TECNOLOGIA E INOVAÇAO (MCTI). Protocolo de Quioto Disponível em: < Protocolo_de_Quioto.html>. Acesso em: 30 maio MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Chamamento Público para o setor privado para a doação de Reduções Certificadas de Emissão (RCEs) para Compensação de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) do Campeonato Mundial de Futebol de Acesso em: 30 jun MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Diário Oficial da União. Portaria n 70 de 19 de fevereiro de Dispõe sobre os critérios e procedimentos relativos à concessão e uso do Selo Sustentabilidade - Baixo Carbono aos participantes do Projeto de Compensação de Emissões de GEE do Campeonato Mundial de Futebol Acesso em: 10 jul MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Diário Oficial da União. Portaria n 223, de 15 de Junho de Acesso em: 10 jul
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