Formação de competências na gestão de resíduos sólidos urbanos

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1 Formação de competências na gestão de resíduos sólidos urbanos Um estudo com estudantes do ensino fundamental nos aglomerados de Contagem - Minas Gerais, Brasil. O valor da Educação Ambiental na Escola Estadual Nova Contagem Wanderley do Carmo Resumo Em um breve histórico delineia-se a necessidade de aquecer as discussões a respeito da Educação Ambiental compartilhada em questões ligadas aos Resíduos sólidos Urbanos com o objetivo de conscientizar alunos e adultos nesta comunidade da urgência de mudança no comportamento em relação ao consumismo e o meio ambiente. Para iniciar a intervenção realizamos observação e análise do comportamento de crianças, adultos e do saneamento básico na comunidade. Quero frisar neste momento, que com o desenvolvimento do projeto O valor da Educação Ambiental na E. E. Nova Contagem esperamos melhorar as ações educativas para atingir o equilíbrio nas relações da sociedade - natureza e assim evitar danos ao meio ambiente proporcionando à população uma melhor qualidade de vida. Palavras chave: Educação Ambiental; Resíduos Sólidos Urbanos; Escola; Comunidade 1

2 Introdução No mundo contemporâneo as questões ambientais vêm adquirindo maior relevância em função da crise de relações entre o homem e a natureza. Nas últimas décadas, ocorreram grandes avanços na sociedade através do aumento do conhecimento humano, proporcionando um amplo desenvolvimento das ciências e da tecnologia. Em contrapartida, com o surgimento dos processos industriais e o crescimento das cidades, aumentou utilização dos recursos naturais e a produção de resíduos. Estes fatos geraram profundas mudanças nos valores e modos de vida das pessoas, ocasionando em grandes problemas ambientais. Zacarias (2000) afirma que se vive hoje uma crise civilizacional e ambiental. Os sistemas naturais que sustentam a vida de uma população crescente no planeta encontram-se precários, marcados pelo atual estilo de desenvolvimento. Esta ordem econômica mundial, caracterizada pela produção e consumo crescentes, esgota e contamina os recursos naturais e leva a um questionamento profundo sobre o modo de produção industrial contemporâneo. Nesse contexto, tem-se uma doença da sociedade atual o consumismo apresenta como conseqüência o excesso de lixo. Esse problema se refere ao atual padrão de consumo baseado na idéia do descartável e não-sustentável. Esse consumismo elevado é fruto dos problemas relacionais das pessoas, das propagandas e da própria tecnologia, que juntos resultam em uma cultura do excesso. As pessoas consomem mais do que necessitam para se preencherem, para serem aceitas nos grupos. As propagandas atingem muito as pessoas principalmente quando não estão felizes, pois são mostrados na mídia conceitos e não produtos, o que leva os consumidores a associarem a aquisição de um produto a situações de bem-estar e alegria. Sendo assim, pode-se dizer que tecnologia resolveu muitos problemas, mas também tem criado demandas: o desejo se transforma em necessidade. As pessoas descartam produtos bons para trocar em outros novos, mais avançados e jogam no lixo o que não é lixo, o que 2

3 ainda tem serventia. O que permite fazer a seguinte associação: mais consumo - mais lixo (Oliveira, 2007). A questão do lixo urbano é hoje um dos maiores desafios a serem resolvidos pela sociedade moderna, resultante de um modelo de desenvolvimento e de cultura, que gerou um estilo de vida, cujo padrão e conforto basearam-se no excesso de consumo e de desperdício inconseqüente. Tal situação é agravada pela visão da natureza como fonte inesgotável de recursos com capacidade ilimitada de absorver resíduos(santos, 2000). Sendo assim, tem-se a educação ambiental, que visa modificar as relações entre a sociedade e a natureza, a fim de melhorar a qualidade de vida, propondo a transformação do sistema produtivo e do consumismo em uma sociedade baseada na solidariedade, afetividade e cooperação, ou seja, visando a justa distribuição de seus recursos entre todos. Sendo assim, para viver o dia a dia de maneira coerente com os ideais de uma sociedade sustentável e democrática, é preciso uma educação que repense velhas fórmulas de vida, propondo ações concretas para transformar o comportamento desta, seja em casa, na rua, no trabalho e na escola. Pois, se não houver uma postura e uma consciência ambiental, reparando os danos causados ao meio ambiente e evitando outros, a continuidade e a qualidade de vida estarão comprometidas. A problemática dos resíduos sólidos vem despertando um interesse crescente da sociedade brasileira, principalmente nos últimos anos. Novos e velhos lixos, produção que se avoluma e destino final, coleta seletiva, educação ambiental, indústria de reciclagem vários são os âmbitos das discussões atuais (Juncá, 2004). Nesta conjuntura, tem-se a cidade de Contagem MG. Ela se localiza na Região sudeste, estado de Minas Gerais. Segundo dados do IBGE (2009) o município possui habitantes e sua produção econômica se baseia, principalmente na indústria. A cidade tem passado por muitas mudanças, pois tem se desenvolvido economicamente e crescido em população. Em Contagem tem observado que as pessoas têm jogado lixo no chão, em locais públicos e pelas ruas. Além disso, muitos colocam o lixo para fora de casa em horários 3

4 muito distantes do horário de coleta pelo caminhão, o que ocasiona em sacolas destruídas e lixo espalhado pelas ruas por cães e gatos conforme mostram as fotos. Esse destino do lixo contribui para a poluição do solo e lençóis freáticos, proliferação de moscas e outros vetores de doenças. Nas ruas observamos lixeiras, lixeiras cheias, lixeiras vazias com o lixo todo no chão. Percebe que essa situação ainda não é de preocupação com a redução do consumo de embalagens, com a coleta seletiva ou com a reciclagem do lixo. Faltam ainda incentivos e trabalhos de Educação Ambiental voltados à etapa anterior, que enfatizem que lugar de lixo é na lixeira, para posteriormente se trabalhar questões voltadas à redução do excesso de consumo de embalagens, ao reaproveita-mento, a reciclagem das embalagens utilizadas. Com o constante desenvolvimento da cidade de Contagem, ressaltamos a Agenda 21 de Contagem e a impor tância de estudos que avaliem o que a população pensa e como age em relação ao lixo. Sendo assim, o presente trabalho é resultante de uma blites de caráter científico a ser utilizada no grupo de crianças na faixa etária de dez anos, estudantes do quinto ano de uma escola pública da cidade. Esse diagnóstico se insere nas atividades do projeto de educação ambiental denominado Projeto de Educação Ambiental e Resíduos Sólidos Urbanos na escola: O Valor da Educação Ambiental na Escola Estadual Nova Contagem. É compromisso da Educação Ambiental despertar a percepção do indivíduo para sua responsabilidade na manutenção dos espaços urbanos, tanto na proteção quanto na manutenção dos espaços naturais e construídos. De forma geral, busca-se analisar as representações sociais de crianças e adultos sobre o lixo para que se planejem melhor as ações educativas do projeto de educação ambiental. 4

5 Nas ruas se observa lixeiras cheias, lixeiras vazias com o lixo todo no chão. Contagem - Fotos de Jean Carlo F. Carmo Novembro /2011. Se observa lixeiras repletas. Não comportam tanto lixo. A produção de lixo é intensa Contagem - Foto de Jean Carlo F Carmo -novembro/

6 Bibliografia Conhecendo a realidade dos catadores de materiais recicláveis revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fass/article/view/6345/4644 Disponível em 20/12/2011. História De Minas Gerais, Disponível: 21/12/2011 Juncá D.(2004) Mais que sobras e sobrantes: trajetórias de sujeitos no lixo. Saúde Pública) Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 250p. Oliveira, S. de F. (s/d) Educação Ambiental: históricos e perspectivas. Disponible en: [Consultado en agosto de 2011] o lixo e coleta seletiva sob o olhar de crianças e adultos. Disponível em 20/11/2012 Santos, Rosely Ferreira. (2007). Planificación ambiental, teoría y practica. San Pablo: Editora Taller de textos. 1ª reimpresión. Zacarias R. (2000) Consumo, lixo e educação ambiental: uma abordagem crítica. FEME, 88p. 6