PARECER POSEUR FC AMPLIAÇÃO DO APROVEITAMENTO HIDROELÉTRICO DA CALHETA EMPRESA DE ELETRICIDADE DA MADEIRA, S.A.

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1 PARECER POSEUR FC AMPLIAÇÃO DO APROVEITAMENTO HIDROELÉTRICO DA CALHETA EMPRESA DE ELETRICIDADE DA MADEIRA, S.A. PARECER PRELIMINAR julho 2017

2 ÍNDICE 1 Introdução Objetivo do Financiamento Componentes do sistema Metodologia adotada na avaliação Análise Custo Benefício Apresentação do Contexto Conclusão do capítulo Definição dos objetivos Conclusão do capítulo sobre a Definição dos Objetivos Identificação do Projeto Atividades necessárias à implementação do projeto Localização das instalações Organismo responsável pela execução do projeto Capacidade institucional do Promotor do projeto Capacidade técnica do promotor Capacidade financeira do promotor Zona de impacto Conclusão do capítulo Identificação do Projeto Resultados dos estudos de viabilidade, incluindo uma análise da procura e das opções Análise da procura Análise da oferta Análise de opções alternativas ao Projeto Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC ii

3 4.4.4 Análise de Impacto Ambiental Desenho técnico, estimativas de gastos e calendarização Conclusões do capítulo Resultados dos estudos de viabilidade, incluindo uma análise da procura e das opções Análise Financeira Metodologia Taxa de Co Financiamento Fontes de financiamento Valor atual líquido financeiro do Capital Nacional VALF(K) Conclusões sobre a Análise Financeira Análise Económica Conversão para preços sombra Monetização dos impactos não relativos ao mercado Rentabilidade económica (Valor atual líquido económico VALE) Conclusão do capítulo de Análise Económica Avaliação dos Riscos Análise da sensibilidade Análise de riscos qualitativa Análise probabilística dos riscos Prevenção e mitigação do Risco Conclusão do Capítulo Avaliação dos Riscos Avaliação do formulário de candidatura Conclusões Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC iii

4 Preâmbulo O presente parecer diz respeito à avaliação de qualidade do grande projeto nos termos do disposto no artigo 18.º do Decreto-lei n.º 159/2014, de 27 de outubro, submetido pela Empresa de Eletricidade da Madeira, S.A. a apoio financeiro do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), registada com a referência POSEUR FC , relativa à Ampliação do Aproveitamento Hidroelétrico da Calheta, encomendado pela Agência para o Desenvolvimento e Coesão (ADC) à empresa PROMON, Engenharia e Planeamento Lda., tendo sido desenvolvido pelo Prof. Doutor Mário Augusto Tavares Russo, sócio da empresa, Engenheiro civil, mestre em hidráulica e doutorado em Engenharia Civil, A apreciação foi realizada em consonância com a metodologia para a realização da Análise Custo-Benefício nos termos do Anexo III do Regulamento de Execução (UE) 2015/207, da Comissão de 20 de janeiro, que pormenoriza as regras do Regulamento (UE) 1303/2013), com as orientações constantes no Guide to Cost-Benefit Analysis of Investment Projects, Economic appraisal tool for Cohesion Policy , assim como leva em consideração o estatuído na Parte II das especificações técnicas integrantes do contrato celebrado entre a ADC e a Promon, tendo sido avaliados um conjunto vasto de documentos apresentados pela EEM na candidatura a financiamento do POSEUR. Porto, 25 de julho de 2017 Prof. Doutor Mário Russo

5 1 Introdução A Região Autónoma da Madeira (RAM) faz parte integral da União Europeia com o estatuto de região ultraperiférica do território da União, constituída pelo Arquipélago da Madeira com duas ilhas povoadas, sendo a ilha da Madeira a que concentra a maioria da população com 98%. Sendo uma ilha de pequena dimensão e isolada, não beneficia da interligação do seu sistema energético com o do Continente para suprir de energia. A Empresa de Eletricidade da Madeira, S.A. (EEM), é uma empresa 100% pública detida pelo Governo Regional, tendo como principal missão assegurar o abastecimento elétrico à sua população e atividades económicas. A produção de eletricidade na Ilha da Madeira é maioritariamente de origem térmica (70,3%), recorrendo a combustíveis fósseis importados, colocando a ilha sob forte pressão e dependência externa no seu fornecimento, com eventuais repercussões futuras agravadas devido às consequências das alterações climáticas que podem conduzir a fragilidades e vulnerabilidades, pondo em risco a segurança de abastecimento, não só de energia, como mesmo de água. As fontes renováveis representavam 29,7% da emissão de energia elétrica em 2014, cabendo à hídrica 11,6% e à eólica 10,5%. Dadas as vulnerabilidades referidas e as orientações estratégicas da União Europeia em matéria de energia e clima, a RAM definiu a sua política energética para 2020, através do Plano de Ação para a Energia Sustentável da Ilha da Madeira (PAESIM), que estabelece como metas para a produção de energia: (i) aumentar para 20% a participação dos recursos energéticos renováveis na procura de energia primária e aumentar para 50% a participação de fontes renováveis na produção de eletricidade; e (ii) reduzir em 20% as emissões de CO 2 em relação a O sistema elétrico da RA da Madeira não interligando as várias fontes de produção de energia, perde a oportunidade de usar a energia eólica produzida de noite, período sem consumo, para realizar bombagens para montante das albufeiras ou câmaras de acumulação para posterior turbinamento em períodos de consumo de energia. Neste contexto, e tendo em conta os objetivos ambientais e para a energia, regional, nacional e comunitário, decidiu a EEM submeter uma candidatura a apoio do POSEUR para Ampliação do Aproveitamento Hidroelétrico da Calheta com esse objetivo. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

6 2 Objetivo do Financiamento O Projeto consiste na Ampliação do Aproveitamento Hidroelétrico da Calheta (AAHC), na Região Autónoma da Madeira, através da construção de uma Barragem no Pico da Urze, a Central Hidroelétrica designada Calheta III, o reservatório de restituição da Calheta, a Estação Elevatória da Calheta e restantes intervenções necessárias para o funcionamento desta infraestrutura energética de armazenamento de energia e reserva estratégica de água. O projeto AAHC, constituirá o maior aproveitamento reversível deste género na ilha da Madeira e assumirá um papel relevante na gestão do sistema electroprodutor da RAM, de reserva estratégica de água para tornar a ilha da Madeira mais resiliente às alterações climáticas, permite substituição de energia de origem fóssil por energia limpa, potencia o atual sistema de produção elétrica eólica intermitente e contribui para os objetivos nacionais e comunitários em matéria de energia e combate às alterações climáticas com a redução das emissões de carbono. Com este sistema hidroelétrico prevê-se uma produção hidroelétrica adicional de cerca de 15 GWh de energia elétrica de origem hídrica e potenciando a eólica em mais 61,0 GWh adicionais por ano. Por outro lado, a albufeira do Pico da Urze constituirá uma reserva estratégica de água de m3 de capacidade para ajudar a ilha a ter maior capacidade de enfrentar as consequências das alterações climáticas em termos de abastecimento de água e gestão da energia elétrica. 2.1 Componentes do sistema São componentes do sistema de Ampliação do Aproveitamento Hidroelétrico da Calheta as seguintes infraestruturas (esquematizadas na Figura 2.1): Construção da Barragem do Pico da Urze ( m 3 ). Construção do Reservatório de Restituição da Calheta ( m 3 ). Construção da Central Hidroelétrica da Calheta III (2x15 MW). Construção da Estação Elevatória da Calheta (3x5,9 MW). Construção da conduta elevatória/forçada (3,5 km). Construção da Estação Elevatória do Paul (2x90 kw). Remodelação e ampliação da Subestação do Lombo do Doutor 60/30kV. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

7 Ampliação da capacidade de transporte da Levada do Paul II (cerca de 10,6 km). Ampliação da capacidade de transporte da Levada Velha do Paul (cerca de 1,6 km). Remodelação da Levada do Lombo do Salão (cerca de 1,8 km). Figura 2.1 Esquema do Aproveitamento Hidroelétrico da Calheta após ampliação (Fonte: EEM/ACB) Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

8 3 Metodologia adotada na avaliação A elaboração do parecer baseou-se na apreciação crítica da documentação apresentada para análise, produzida pela EEM para a candidatura ao Programa POSEUR e do respetivo formulário da candidatura que deve exibir toda a informação solicitada com rigor e coerência com os documentos de suporte. O documento principal de análise foi a Análise Custo Benefício (ACB), que foi apresentado pela empresa e que se socorreu dos diversos documentos associados e que foram avaliados. A apreciação do Projeto Ampliação do Aproveitamento Hidroelétrico da Calheta (AAHC) foi realizada em consonância com a metodologia proposta nos termos do Anexo III do Regulamento de Execução (UE) 2015/207, da Comissão de 20 de janeiro, bem como com as orientações constantes no Guide to Cost-Benefit Analysis of Investment Projects, Economic appraisal tool for Cohesion Policy , de dezembro de 2014 pela Direção-Geral da Política Regional e Urbana da Comissão Europeia. De igual modo, a apreciação levou em consideração o método de cálculo da receita líquida atualizada de operações geradoras de receitas líquidas nos termos dos artigos 15.º a 19.º da secção III do Regulamento Delegado (UE) n.º 480/2014, de 3 de março, observando o disposto no artigo 61.º e n.º 8 do artigo 65.º do Regulamento (UE) n.º 1303/2013, de 17 de dezembro, tal como consta do nº 2 do ponto III das Especificações Técnicas do caderno de encargos relativo ao contrato celebrado para a realização do presente parecer. Seguiu, igualmente, o estipulado nos pontos III, IV e V das referidas Especificações Técnicas. Tendo em consideração que o parecer será objeto de consulta pública, considerou-se recomendável que se produza um breve resumo essencial à compreensão do objeto de financiamento sem ter de se recorrer aos documentos de base por parte do público interessado, ou pelo menos para a maioria. O parecer apresenta, por isso, para cada capítulo da ACB analisada um resumo do respetivo conteúdo, confrontado com os documentos de suporte e avaliado no que toca à exatidão e exaustividade, completude de informação apresentando-se no fim de cada capítulo uma conclusão sobre a conformidade ou não com os documentos e demais instrumentos legais. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

9 Foram realizadas reuniões com a ADC, cujas sugestões e ponderações foram incorporadas no presente parecer de avaliação. Os documentos que enformam a candidatura e suporte à ACB apresentados, estão organizados como se apresenta na Figura 3.1, a seguir: Figura 3.1 Raiz das pastas com os ficheiros apresentados para análise As pastas contêm subpastas com ficheiros analisados, conforme se apresenta na Figura 3.2 Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

10 Figura 3.2 Organização dos ficheiros em pastas e subpastas Nas Figuras a seguir apresentam-se os nomes dos ficheiros apresentados para cada uma das pastas e subpastas, que foram objeto de avaliação e apreciação para aferir da exaustividade e exatidão, assim como de coerência da informação prestada. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

11 Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

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13 Os documentos apresentados são os adequados à apresentação da candidatura e à sua avaliação. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

14 4 Análise Custo Benefício No presente capítulo faz-se uma avaliação do documento Análise Custo-Benefício do Projeto AAHC. O documento intitulado Análise Custo-Benefício - Projeto de Ampliação do Aproveitamento Hidroelétrico da Calheta, apresentado pela Empresa de Electricidade da Madeira (EMM), datado de Abril de 2016, está organizado nos seguintes capítulos: 1. Sumário Executivo 2. Descrição do contexto 3. Definição de objetivos 4. Identificação do Projeto 5. Viabilidade técnica e sustentabilidade ambiental 6. Análise de viabilidade financeira 7. Análise económica 8. Gestão de riscos 9. Anexos É referido no documento que foram utilizados métodos de análise incluídos no Guia Análise Custo/Benefício (ACB) recomendado pela Comissão Europeia para a análise de grandes projetos, baseando-se em informação operacional e financeira histórica da EEM, bem como em informação de mercado e pressupostos de evolução previsional e de resultados do projeto disponibilizados pela EEM. Relativamente ao que é recomendado no ponto 1.4 do Anexo III do Regulamento de Execução (UE) 2015/207 da Comissão, de 20 de janeiro de 2015 e especificações técnicas do contrato, a ACB deve ser organizada com os seguintes conteúdos: 1. Apresentação do contexto 2. Definição dos objetivos 3. Identificação do projeto 4. Resultados dos estudos de viabilidade, incluindo uma análise da procura e das opções 5. Análise financeira 6. Análise económica 7. Avaliação de riscos. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

15 Nos capítulos seguintes faz-se uma avaliação da conformidade de todos os aspetos relevantes da ACB e dos documentos isolados que fazem parte da candidatura do projeto de investimento e análise crítica à validade e/ou coerência do apresentado quanto à exaustividade, exatidão e coerência das informações, seguindo o índice recomendado no nº 1.4 do Anexo III do Regulamento de Execução (UE) 2015/207 e constante das Especificações técnicas (Parte II) do contrato para elaboração do presente parecer. 4.1 Apresentação do Contexto Na apresentação do contexto é esperado que a informação e descrição seja: Suportada na aferição da definição do contexto social, económico, político e institucional, designadamente na descrição das principais caraterísticas: das condições socioeconómicas do país/região relevantes para a candidatura; dos aspetos políticos e institucionais, incluindo as políticas económicas e os planos de desenvolvimento atuais e seus objetivos políticos; do nível atual de infraestruturas existentes e de prestação de serviços; e da perceção e das expectativas da população em relação ao serviço a prestar. O documento ACB apresentado pela EEM começa por apresentar o contexto geográfico, climático e ambiental da Região Autónoma da Madeira (RAM), realçando o facto de ser de origem vulcânica que, embora tenha terrenos férteis, porém também são porosos e têm dificuldade em reter volumes de água relevantes, que revela a importância de um projeto em que uma das vertentes é a constituição de uma reserva estratégica de água em albufeira para fazer frente ao combate às alterações climáticas. Por outro lado, a ilha depende de fontes exteriores de origem fóssil para a produção de energia, que revela a necessidade de alterar esta situação para a produção de energia através de fontes renováveis, nomeadamente a hídrica. Outro aspeto importante é que a RAM é constituída por 2 ilhas habitadas, em que a ilha da Madeira concentra cerca de 98% da população e logo dos problemas a serem resolvidos. No que concerne ao futuro, é apresentada a evolução da população desde 2000 a 2012, segundo dados do INE, que revela tendência de crescimento até 2010, quanto atingiu 268 mil habitantes, exibindo uma queda até 2013, de cerca de 0,8% ao ano. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

16 No capítulo seguinte são desenvolvidos os contextos políticos e institucionais, incluindo as políticas económicas e os planos de desenvolvimento atuais e seus objetivos políticos. A evolução económica medida pelo PIB per capita exibida pela RAM apresenta a mesma tendência da verificada em Portugal (Continente), observando-se os efeitos negativos das políticas de austeridade adotadas no país, evidenciando que de 2008 a 2013 a RAM está a divergir do Continente, pois as quedas são progressivamente superiores ao verificado no Continente. O PIB da RAM representa cerca de 2,4% do PIB nacional, segundo dados das contas regionais, INE. O VAB da RAM é de 84.8%, superior ao de Portugal (76,7%), cuja origem é no setor terciário em que o turismo tem um grande peso (30% do VAB, segundo a Câmara do Comércio e Indústria da Madeira). O desemprego na ilha da Madeira tem sido tradicionalmente inferior ao do Continente, justamente pela atividade turística intensa, cujo setor não foi afetado pela austeridade e crise económica dos últimos anos. No entanto, a situação experimentou uma inversão a partir de 2011, tendo-se verificado aumento da taxa de desemprego de cerca de 100% de 2010 para 2014 (passou de 7,4% para 15%). Em Portugal a taxa de desemprego em 2014 era de 13,9%. Mais recentemente as informações do INE dão conta de uma franca recuperação do emprego em Portugal, muito sustentado pelo forte crescimento do turismo, pelo início da recuperação do setor da construção civil depois de mais de uma década paralisado e pela evolução positiva das exportações. A taxa de inflação na RAM normalmente está alinhada com a de Portugal, apresentando no entanto, um comportamento anómalo em 2013 com uma subida para 5,2%, mais do dobro da verificada em Portugal continental, porém em 2014 e 2015 voltou a alinhar novamente com a tendência do resto do país. No capítulo dedicado à política de energia e clima a ACB apresenta as estratégias a nível comunitário (Plano Estratégico Europa 2020, de 17 junho de 2010), que enfatiza para o tema das Alterações Climáticas: (i) Reduzir as emissões de gases de estufa em 20% (ou em 30%, se forem reunidas as condições necessárias) relativamente aos níveis registados em 1990; (ii) Obter 20% da energia a partir de fontes renováveis; (iii) Aumentar em 20% a eficiência energética. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

17 Estes objetivos estão todos alinhados com os objetivos do projeto candidato a financiamento da UE, o AAHC apresentado pela EEM. Com particular relevo para a energia, no âmbito do Plano Estratégico Europa 2020 foi definido o plano específico Energia 2020 Estratégia para uma energia competitiva, sustentável e segura, COM(2010) 639 final, em que são definidas as prioridades para o setor da energia na Europa, como líder nas tecnologias energéticas e de inovação e as ações a encetar para atingir os objetivos definidos. A ACB faz referência à Diretiva Energias Renováveis 2009/28/CE, com objetivos a alcançar até 2020, fixando objetivos mínimos obrigatórios e para o período , o documento Energias renováveis: um agente decisivo no mercado europeu da energia, COM(2012) 271 final, reforçam a importância do projeto AAHC para a ilha da Madeira. Também é feita uma descrição da correspondente política energética a nível nacional e regional e o respetivo alinhamento com as políticas da UE. De facto, a Estratégia Nacional para a Energia 2020 assenta em 5 eixos, cuja estratégia encontra-se delineada no Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética (PNAEE) e no Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis (PNAER). Importa referir que o projeto AAHC está alinhado com os objetivos da política energética nacional, tendo inclusive sido incluído como uma das medidas previstas no PNAER 2010, in ACB. Pode ler-se ainda na ACB que a estratégia para o setor energético na Região Autónoma da Madeira é o contributo da RAM para as metas e compromissos nacionais e comunitários em matérias de energia e clima, consubstanciado no Plano de Ação para a Energia Sustentável da Ilha da Madeira (PAESIM). Plano este que foi desenvolvido no âmbito da adesão da RAM ao Pacto das Ilhas, que é uma iniciativa Europeia com objetivos a alcançar em matéria de energia e clima, que sugere a relevância do projeto AAHC para a consecução dos objetivos ali plasmados. O PAESIM prevê aumentar para 20% a procura de energia primária em fontes renováveis e para 50% a participação da energia renovável na produção de eletricidade, pode ler-se na ACB, entre outros objetivos importantes no domínio da energia. No que toca a ações, o PAESIM destaca o aumento das captações, da capacidade de armazenamento de água e da potência instalada de centrais hidroelétricas e centrais hidroelétricas reversíveis, que são objetivos do projeto AAHC. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

18 Nos objetivos definidos no Portugal 2020: Objetivos, Desafios e Operacionalização no que toca à energia e clima, Portugal já está a cumprir duas das três metas estabelecidas para 2020 no que concerne às emissões de GEE e para a eficiência energética (ACB). De acordo com a ACB, no caso da RAM, tendo especificamente em atenção os objetivos definidos no PAESIM e diretamente impactados pelo Projeto, como sejam : (i) (ii) Aumento para 50% da participação dos recursos energéticos renováveis na produção de eletricidade (sem o Projeto = 29,7%) e; Redução em 20% das emissões de CO 2 em relação a 2005 (atualmente redução de 22,5%). O projeto AAHC surge assim como uma infraestrutura fundamental para a consecução dos objetivos delineados para a Ilha da Madeira em Objetivos temáticos e fundos estruturais Pode ler-se na ACB o seguinte: o objetivo temático relevante para efeitos da presente análise do Projeto é o objetivo Economia assente num baixo nível de emissões de carbono, no qual estão previstos: A promoção da produção e distribuição de energia elétrica a partir de fontes renováveis; A melhoria da eficiência energética nas empresas e o apoio à gestão energética inteligente em edifícios públicos e no setor da habitação; A investigação e inovação em tecnologias assentes num baixo nível de emissões de carbono; O incentivo ao desenvolvimento de estratégias assentes num baixo nível de emissões de carbono em cidades e vilas, incluindo a promoção de uma mobilidade urbana sustentável e de redes elétricas inteligentes. Para Portugal, o Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR) é um dos 16 programas criados para a operacionalização da Estratégia Portugal 2020, sendo responsável pela atribuição dos fundos estruturais que visam promover a implementação das políticas comunitárias neste domínio, tendo definido três dos objetivos temáticos: 1. Economia assente em baixo nível de emissões de carbono; Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

19 2. Alterações climáticas e prevenção de riscos; 3. Ambiente e eficiência na utilização dos recursos. O projeto AAHC é uma das principais ações na RAM que se enquadra no âmbito da prioridade de investimento Fomento da produção e distribuição de energia proveniente de fontes renováveis, estando previsto no PO SEUR (in ACB). De facto o projeto AAHC candidato a financiamento da UE reúne os requisitos previstos para contribuir para os objetivos temáticos europeus e está alinhado com as políticas nacionais e regionais no domínio da energia e clima. Outras políticas relevantes A ACB apresenta com detalhe outras políticas setoriais e descrimina o seguinte: Plano de Gestão da Região Hidrográfica para a Madeira; Programa de Desenvolvimento Rural da Região Autónoma da Madeira ; Estratégia de Adaptação às Alterações Climáticas da Região Autónoma da Madeira; Plano de Ordenamento e Gestão do Maciço Montanhoso Central (POGMMC). Apoios específicos a regiões ultraperiféricas da UE. As condições particulares das Regiões Ultraperiféricas, como é o caso da RAM, de acordo com o artigo 349.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, determinam orientações específicas das políticas comunitárias para estes territórios, nomeadamente nos quadros regulamentares e de auxílios de estado, e na atribuição de fundos estruturais. Esta especificidade reconhecida da RAM confere-lhe estatuto especial no domínio da concessão de apoios financeiros para as políticas neste e outros domínios, de que o AAHC é um deles. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

20 Nível atual de infraestruturas existentes e de prestação de serviços Setor elétrico na RAM Neste capítulo da ACB é feita a descrição do Sistema Elétrico da Ilha da Madeira, a sua condição de sistema não interligado e de reduzida dimensão, característico de pequenas ilhas, como é o caso da RAM com duas ilhas sem possibilidades de interligação. O sistema electroprodutor da RAM, à semelhança de outros sistemas insulares isolados e sem oportunidade de interligação a uma rede continental, tem a sua produção baseada em centrais termoelétricas, mais especificamente a fuelóleo e gás natural, complementadas por centrais hidroelétricas, eólicas, solares e de resíduos sólidos urbanos. O principal operador do setor da energia na RAM e com responsabilidade na produção, transporte, distribuição e comercialização de eletricidade é a EEM, empresa pública detida a 100% pelo Governo Regional e que por isso se constitui em monopólio natural. Os pequenos operadores cingem-se à produção de energias renováveis. O setor é regulado pela ERSE. Na ACB pode observar-se detalhadamente a descrição do setor na RAM, de que se extrai uma ilustração e um resumo a seguir. Figura 4.1 Sistema electroprodutor da Ilha da Madeira Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

21 Apresenta-se na Tabela a seguir a potência elétrica instalada por fonte de produção e tipo de operadores, extraída da ACB cuja fonte de dados é o relatório online Caracterização da Rede de Transporte e Distribuição do SEPM. Tabela 4.1 Potência elétrica instalada por fonte e tipo de operador (fonte: autor) Tipo de energia Potência instalada (MW) Pública Privada Térmica Hidroelétrica Eólica Fotovoltaica Resíduos Urbanos 8 8 Total Como se pode constatar da Tabela precedente, a produção de energia pelas diversas fontes é maioritariamente de origem pública (77%), cabendo aos privados 23%, sendo destes cerca de 52% de fontes renováveis de energia. Segundo dados dos Relatórios e Contas da EEM de 2008 a 2014, chega-se à conclusão que em 2008 a potência instalada era de 262,3 MW e que o crescimento da potência instalada do setor para 325,1 MW em 2014 verificou-se sobretudo através de investimento privado na eólica e fotovoltaica, pelo que o contributo de operadores com capitais públicos, em particular a EEM, que tinha uma quota-parte de 84,0% em 2008, passou a deter 76,8% em O fornecimento de energia elétrica na Ilha da Madeira está muito dependente da produção em centrais térmicas (70,3% em 2014) e, portanto, depende muito de fontes de energia não renovável, baseadas em combustíveis fósseis, constituindo uma ameaça por depender de abastecimento exterior. Mais uma vez se pode concluir da pertinência da execução do projeto AAHC para colmatar a dependência da ilha da Madeira por fontes externas de energia de matriz fóssil. Potencial de produção de energia na RAM A ACB apresenta com clareza e exaustividade o potencial para maior utilização de fontes de energia renovável e consequente redução da dependência externa, elencando as seguintes alternativas, aqui resumidas: Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

22 Exploração hídrica decorre da topografia da Ilha da Madeira associada à pluviosidade elevada em certas áreas da ilha com diversos cursos de água. A exploração atual é feita através de mini-hídricas que aproveitam captações de água, existindo potencial para aumentar a sua capacidade em áreas específicas. De destacar o projeto de Ampliação do Aproveitamento Hidroelétrico da Calheta, e ainda outros projetos em fase de estudo pela EEM; Energia eólica a RAM apresenta potencial para a instalação de parques eólicos adicionais, embora a intermitência que caracteriza esta fonte de energia implique a necessidade de armazenamento de energia elétrica no sistema. A dotação do sistema elétrico com capacidade de armazenamento adicional vai permitir uma maior exploração deste recurso energético; Energia solar fotovoltaica a RAM apresenta boas condições de localização e exposição solar para este tipo de exploração, com níveis de insolação no Funchal entre 140 horas no inverno e 240 horas no verão. Esta tecnologia de produção elétrica ainda está limitada pelos elevados investimentos, mas a tendência é a sua diminuição no futuro, deixando sempre a porta aberta à sua produção. Os consumidores de energia na ilha da Madeira têm-se mantido quase constantes ao longo dos anos, não se prevendo, por isso, quebra na procura no que concerne ao número de consumidores. A diminuição de consumo de energia verificada no período recente de evolução económica negativa pelo programa de austeridade imposto ao país. Verificou-se crescimento da produção de energia elétrica na RAM nos últimos anos principalmente devido à energia eólica, e em menor escala, à fotovoltaica. Estas duas fontes adicionaram 54,7 MW no sistema de produção de energia elétrica renovável intermitente. Quanto ao peso das energias renováveis, a RAM apresenta um défice em relação a Portugal Continental muito elevado. Enquanto na RAM representava em 2013 (ACB) cerca de 29,2%, em Portugal já representava 62,7%. A ACB discorre sobre o efeito do petróleo nos preços da energia e a dependência que a RAM tem pelo seu fornecimento, assim como os montantes que despende com a importação de fuelóleo, que tem vindo a diminuir desde 2012 sobretudo fruto do aumento das energias renováveis. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

23 Dada a reduzida capacidade de armazenamento existente, a energia elétrica de fonte eólica não consumida é imediatamente desperdiçada, cuja produção ocorre geralmente em horas de vazio. No que concerne a energia solar fotovoltaica, a produção ocorre tipicamente durante horas de maior consumo, estando por isso menos sujeita a desperdício. Analisando os diagramas de carga, é possível estimar que em 2014 não terá sido possível utilizar MWh de produção de energia eólica, o que equivale a uma perda de 20,1% da produção eólica anual, por falta de armazenamento (ACB). O projeto em análise, AAHC é importante para o objetivo de incremento de energia por fonte renovável, potenciando o aproveitamento de energia eólica desperdiçada em horas de vazio. Perceção e as expectativas da população em relação ao serviço a prestar O sistema é avaliado pelos operadores e pela entidade reguladora ERSE, com base em diversos indicadores como referido e ilustrado na ACB e constante do Relatório da Qualidade de serviço Sistema Elétrico, da EEM. Pode constatar-se da leitura do referido relatório que a qualidade do sistema elétrico da Ilha da Madeira tem exibido uma evolução positiva desde 2010 pela análise dos principais indicadores de aferição, pelo que sugere que a perceção pela população também será progressivamente positivo Conclusão do capítulo A ACB descreve claramente o contexto social, institucional e económico e apresenta os mais importantes efeitos do projeto no contexto da ilha da Madeira, que concorrem para os objetivos da Estratégia Nacional para a Energia 2020, plasmada no Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética (PNAEE) e no Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis (PNAER) e o contributo da Região Autónoma da Madeira para as metas e compromissos nacionais e comunitários em matérias de energia e clima, através do Plano de Ação para a Energia Sustentável da Ilha da Madeira (PAESIM), que prevê um crescimento geral nas diversas fontes de energia renovável. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

24 No âmbito dos fundos estruturais também se pode identificar os pontos relevantes para o projeto como é o caso do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR). Além do setor energético, o AAHC enquadra-se no âmbito de outras políticas setoriais, nomeadamente: (i) Plano de Gestão da Região Hidrográfica para a Madeira; (ii) - Programa de Desenvolvimento Rural da Região Autónoma da Madeira e (iii) - Plano de Ordenamento e Gestão do Maciço Montanhoso Central (POGMMC). A ACB descreve o estado da arte no que toca às infraestruturas de produção de energia e de prestação de serviços na ilha da Madeira, de que se salienta a dependência do fornecimento de energia elétrica através da produção em centrais térmicas (70,3% em 2014) e, portanto, depende muito de fontes de energia baseada em combustíveis fósseis, constituindo uma ameaça devido à total dependência de abastecimento do exterior, que releva a importância do Projeto ora candidato a financiamento da UE. Na ACB explanam-se as possibilidades de produção de energia renovável (hídrica, devido a condições topográficas relevantes), eólica e solar fotovoltaica, assim como os desafios da sua implementação caso não haja interligação entre elas, com prejuízos e perdas por falta de armazenamento que poderia ser a hídria, de que o Projeto da AAHC é expoente ao potenciar as restantes alternativas, nomeadamente a eólica que produz muita da sua energia em períodos de vazio com perda por não uso imediato e que com o projeto AAHC poderia ser usada para bombeamento de jusante a montante para turbinamento em períodos de carência (diurno), visíveis nos diagramas de carga apresentados no documento. A perceção e expectativas das populações podem ser inferidas pelos relatórios sobre a qualidade dos serviços elaborados pela EEM, assim como pela avaliação dos operadores e pela entidade reguladora ERSE, mediante o acompanhamento de um conjunto de indicadores, que demonstram uma evolução positiva desde Este capítulo cumpre os requisitos de avaliação, pois está suficientemente descrito, contendo informação exaustiva, credível, utilizando fontes oficiais, como dados históricos registados pela EEM, ERSE e organismos públicos nacionais e comunitários. Exibe, pois, exaustividade, exatidão de informação, coerência com documentos de suporte e completude de informação, em conformidade com as especificações técnicas do contrato celebrado. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

25 4.2 Definição dos objetivos Na Definição dos objetivos solicita-se que a mesma seja: Suportada na aferição da explicação dos principais objetivos do projeto e da explicação da coerência do projeto com os eixos prioritários relevantes dos programas operacionais. Neste capítulo o documento ACB apresenta os objetivos do Projeto que é a ampliação do aproveitamento hidroelétrico da Calheta, na ilha da Madeira, que constituirá uma importante infraestrutura de produção e armazenamento de eletricidade, reserva de água em albufeira, constituindo um sistema reversível que potenciará a produção de energia elétrica de origem renovável intermitente, com relevo para a eólica, aproveitando a energia que se perde nas horas de vazio bombeando água de jusante para montante do sistema, reforçando a estabilidade do sistema elétrico existente e a segurança do fornecimento, concorrendo para os objetivos comunitários, nacionais e regionais em matéria de energia e clima, conforme explanado no capítulo precedente e concorrer para a adaptação da ilha da Madeira às alterações climáticas. São referidos no documento ACB os seguintes objetivos para o projeto: Aumentar a capacidade de produção de energia elétrica a partir de fontes de energia renováveis (PO-SEUR: indicador de resultado R411E; indicador de realização CO30); Aumentar a contribuição das fontes de energia renováveis na produção de energia elétrica na RAM (PO-SEUR: indicador de resultado R412E); Reduzir as emissões de gases com efeito de estufa (PO-SEUR: indicador de realização CO34); Fomentar a diversificação e o aproveitamento das fontes de energia renováveis e endógenas alternativas aos combustíveis fósseis; Garantir a ligação à rede elétrica das instalações produtoras de energia de origem renovável intermitentes, designadamente hídrica, eólica e oceânica, entre outras; Reduzir a dependência energética do exterior e a consequente vulnerabilidade da economia regional à variação dos preços dos combustíveis nos mercados internacionais; Reduzir as importações de combustíveis fósseis e criar valor acrescentado regional através da valorização de recursos endógenos; Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

26 Reforçar a resiliência da Ilha da Madeira à sazonalidade dos recursos hídricos e promover a adaptação às alterações climáticas, através do armazenamento de água. PRINCIPAIS OBJETIVOS DO PROJETO Os principais objetivos do projeto foram definidos anteriormente. Passando à sua quantificação, de acordo com o que é apresentado na ACB, importa saber a quantidade de energia produzida com a implantação do projeto e o contributo, assim como no que toca à redução de GEE. Quantificação da energia produzida com o AAHC O projeto AAHC contribuirá para os objetivos em matéria de energia definidos para a Ilha da Madeira até 2020, que são: (i) - aumentar para 20% a participação dos recursos energéticos renováveis na procura de energia primária, e (ii) aumentar a produção de eletricidade através de fontes renováveis para 50%. Segundo explanado na ACB, o projeto da AAHC vai permitir um aumento total de 76,0 GWh por ano de produção renovável no sistema, distribuídos entre energia hídrica direta com 15,0 GWh e energia eólica com 61,0 GWh (que seria desperdiçada sem o projeto). Nestas circunstâncias, com o funcionamento do projeto AAHC, a produção renovável passaria dos atuais 29,7% (2014) para 38,9%, correspondente a um crescimento de cerca de 31%, contribuindo assim com o aumento absoluto de 9,2% para o cumprimento do objetivo 50% de produção de energia elétrica com recursos renováveis, a atingir até 2020 (in ACB). Apresenta-se na Tabela a seguir um resumo da evolução da produção de energia por tipo e o contributo do projeto AAHC, com dados extraídos da ACB. Tabela 4.2 Evolução da Produção de energia por tipo (fonte:autor) Energia produzida c/ AAHC GWh % GWh % GWh % Energia renovável % % Energia renovável AAHC % Energia não renovável % % % Total Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

27 Da Tabela anterior pode constatar-se a evolução do peso da energia renovável na produção de eletricidade na ilha da Madeira, que passou de 16% em 2005 para 38,9% em Redução das emissões de CO 2 Como já referido, um dos objetivos para o setor da energia na ilha da Madeira é a redução da emissão de GEE em 20% até 2020, face ao observado em De acordo com a ACB, com base em fontes da empresa EEM, de 2005 a 2014, verificou-se uma redução de CO 2 de 22,5% (incluindo a ilha de Porto Santo) e estima-se que com o projeto AAHC esta redução seria de 32,3%. Com efeito, a ACB estima que o projeto AAHC possa contribuir com 51,8 mil toneladas de emissões de CO 2 eq evitadas, que representa uma redução de 9,8% adicionais face ao ano de Resumo da evolução das emissões gasosas e contributo do projeto AAHC, com dados constantes da ACB. Tabela 4.3 Emissões gasosas emitidas e reduzidas com a AAHC (fonte:autor) Emissões gasosas c/ AAHC Emissões de CO2 eq (t) Redução face a % -32.3% Os objetivos apontados estão alinhados com as políticas regionais, nacionais e comunitárias em matéria de energia e alterações climáticas e com o objetivo específico do PO-SEUR Diversificação das fontes de abastecimento energético de origem renovável, aproveitando o potencial energético endógeno, garantindo a ligação das instalações produtoras à rede, reduzindo assim a dependência energética da prioridade de investimento 4i, na qual se integra o presente projeto. (ACB). O projeto AAHC vai ter uma contribuição significativa para reduzir a produção de energia elétrica a partir de fontes com grande dependência do exterior através do aumento da participação dos recursos renováveis endógenos e em consequência também reduzir as emissões de dióxido de carbono. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

28 4.2.1 Conclusão do capítulo sobre a Definição dos Objetivos Em síntese pode concluir-se que a ACB apresenta uma consistente definição dos objetivos do projeto, quantificando o aumento de energia hídrica direta e adicionalmente a energia eólica potencialmente perdida em horas de vazio convertida em eletricidade útil com o bombeamento para armazenamento de água para produzir eletricidade em períodos de consumo. Também quantifica as emissões de GEE evitadas com a implementação do projeto e o enquadramento que o mesmo tem nas políticas regionais, nacionais e da UE em matéria de energia e clima, com ênfase no objetivo específico do programa operacional PO-SEUR enunciado. Com efeito, o projeto AAHC vai permitir um aumento total de 76,0 GWh por ano de produção renovável no sistema. Adicionalmente contribuirá para evitar a emissão de 51,8 mil toneladas de emissões de CO 2 equivalentes, que é um dos objetivos de redução de 20% das emissões de CO 2 na Ilha da Madeira até 2020, face aos valores verificados em Para além de constituir uma reserva estratégia de água necessária para que a ilha da Madeira tenha capacidade resiliente de combate às alterações climáticas, alinhadas com as políticas definidas nestes domínios. Do exposto, conclui-se que o presente capítulo cumpre os requisitos de avaliação, pois está descrito de forma exaustiva, credível, utilizando fontes oficiais, como dados históricos registados pela EEM, explanados com exaustividade, exatidão de informação, coerência com documentos de suporte e completude de informação. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

29 4.3 Identificação do Projeto A Identificação do Projeto deve ser: (i) Suportada numa descrição da candidatura (apresentando o seu objetivo, a situação atual, as questões que abordará, as instalações a construir, etc.), num mapa identificando a zona de implementação do projeto, nos dados georreferenciados e nas principais componentes do projeto com as respetivas estimativas de custos totais (sem repartição dos custos por atividades). (ii) De igual modo, suportada na aferição da explicação do contributo esperado para a realização dos indicadores de resultados no âmbito dos objetivos específicos desses eixos prioritários, bem como do contributo para o desenvolvimento socioeconómico da zona abrangida pelo programa operacional. A ACB apresentada pela EEM começa por fazer um enquadramento com descrição exaustiva dos elementos físicos da ilha da Madeira em que realça a sua dimensão, isolamento e relevo acidentado, decorrente da sua origem vulcânica com um solo poroso cuja retenção de águas é reduzida e que dificulta, por isso, o seu armazenamento. Descreve a constituição do atual aproveitamento hidroelétrico da Calheta (AHC) em que a ilustração a seguir na Figura 4.2 representa o esquema do Aproveitamento antes da implantação do presente Projeto. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

30 Figura 4.2 Esquema do Aproveitamento Hidroelétrico da Calheta antes da ampliação (Fonte: EEM/ACB) O atual Aproveitamento Hidroelétrico da Calheta (AHC) com potência instalada de 12 MW, está situado na encosta Sul da ilha a Madeira, nos concelhos da Calheta e Ponta do Sol, tem a seguinte constituição (ACB): Central Hidroelétrica Calheta I, com 4,7 MW está situada na margem esquerda da ribeira da Calheta, a cerca de 4 km a NE da Vila da Calheta na cota de 658 m. Central Hidroelétrica da Calheta II, com 7,3 MW, fica situada na vila da Calheta, na margem direita da ribeira, junto à foz, a uma cota de cerca de 13 m. Esta central funciona, sobretudo, durante o inverno, porque os caudais de verão servem sobretudo para abastecimento público e regadio. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

31 A Figura 4.3 é um esquema que reproduz bem o que será o Projeto da AAHC após a sua implantação. Figura 4.3 Esquema do Aproveitamento Hidroelétrico da Calheta após ampliação (Fonte: EEM/ACB) Componentes previstas no Projeto AAHC (ACB): Construção da Barragem do Pico da Urze ( m 3 ); Construção da Conduta forçada/elevatória desde a Barragem do Pico da Urze até à nova Central Hidroelétrica da Calheta III; Construção da Central Hidroelétrica da Calheta III (30 MW); Construção do Reservatório de Restituição da Calheta ( m 3 ); Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

32 Construção das estações elevatórias da Calheta (17.7 MW) e do Paul (0.18 MW); Ampliação da capacidade de transporte da Levada Velha do Paul e da Levada do Paul II; Remodelação da Levada do Lombo do Salão; Remodelação/ampliação da Subestação do Lombo do Doutor 60/30 kv. A ACB faz um resumo das características físicas de cada intervenção (localização, caudais, volumes, áreas, cotas, materiais, etc.) e os objetivos que conseguirá obter em matéria de energia produzida, volume de água armazenado como reserva estratégica e benefícios para o abastecimento público e rega, cumprindo metas das políticas regionais, nacionais e comunitárias para a energia renovável e combate às alterações climáticas. A descrição das intervenções acima identificadas estão mais detalhadas no capítulo de Viabilidade Técnica (subcapítulo 5.4) do relatório de Análise Custo-Benefício apresentado pela EEM. A ACB descreve o funcionamento do AAHC após a implementação das construções previstas, que aqui se faz um breve resumo dos aspetos principais: A Barragem do Pico da Urze forma uma albufeira com capacidade de m 3 que recebe e armazena água drenada das bacias hidrográficas do Paul, da Ribeira do Alecrim e da levada Velha do Paul que é remodelada. Da albufeira do Pico da Urze, a água é turbinada através da nova conduta forçada (e elevatória na reversibilidade do sistema) produzindo eletricidade na Central de Calheta III, parte substancial do caudal alimenta depois a levada do Lombo do Salão com o objetivo de abastecimento público e de rega, outra parte do caudal segue para o novo reservatório de restituição da Calheta através da câmara de compensação e de uma conduta reversível e ainda outra parte do caudal alimenta a levada do Arco da Calheta com extensão de 16,5km que abastece o sistema de rega das freguesias da Calheta, Arco da Calheta, Madalena do Mar, Canhas e Ponta do Sol (concelhos da Calheta e da Ponta do Sol). A Câmara de acumulação do Paul com m 3 de capacidade recebe e armazena água das levadas do Paul I e Paul II durante o dia, sendo elevada durante a noite através de energia eólica para a albufeira do Pico da Urze através da nova Estação Elevatória do Paul através de conduta forçada e elevatória. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

33 A água armazenada no reservatório de restituição da Calheta durante a noite é elevada através da Estação Elevatória da Calheta com energia eólica, para a albufeira do Pico da Urze através da conduta elevatória (forçada), constituindo assim a reversibilidade do sistema para de novo poder produzir energia elétrica ao ser turbinada durante o dia na Central da Calheta III através da conduta forçada/elevatória, em função da necessidade do sistema de abastecimento de eletricidade. A Câmara de acumulação da Calheta II com capacidade de armazenamento de m 3 recebe parte do caudal de água turbinada nas duas centrais (Calheta I e Calheta III) através da levada do Lombo do Salão para alimentar a Central da Calheta II que mantém a sua potência de 7.3 MW, porém deixa de funcionar apenas no inverno como acontece até aqui. A energia produzida nas centrais Calheta I e Calheta III passa a ser injetada na rede através da subestação do Lombo do Doutor 60/30 kv, cuja ampliação faz parte do projeto, e de 4 novas linhas de transporte de energia a ligar a Central da Calheta à Central da Vitória (Funchal), a Lombo de Meio, a Bica da Cana e interligação na Calheta 30kV 60 kv. De salientar o armazenamento de água como reserva estratégica em Pico da Urze que alimenta um sistema de produção de energia hídrica, potenciando o uso de energia eólica durante horas de vazio, que se perderia, para fazer a elevação da água, que seria perdida, para montante, podendo durante o dia voltar a ser turbinada e produzir energia necessária às atividades na ilha da Madeira. Reserva de água que serve para abastecimento público e regadio em diversas freguesias e fortalece a resiliência da ilha da Madeira no combate às alterações climáticas. A produção de energia elétrica renovável permitirá substituir fuelóleo, hoje uma commodity que a ilha da Madeira é dependente do exterior, reduzindo esta grave dependência. Estas duas vertentes estão em linha com as políticas regionais, nacionais e comunitárias em matéria de energia e clima (alterações climáticas) que relevam a importância estratégica deste projeto. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

34 4.3.1 Atividades necessárias à implementação do projeto A ACB descreve as atividades necessárias à implementação do projeto e respetivas componentes, nomeadamente o (i) Planeamento e Conceção (Projetos e Estudos de Impacto Ambiental); (ii) Aquisição de terrenos para implantação das diversas infraestruturas previstas; (iii) Construção (barragem do Pico de Urze, Reservatório de restituição da Calheta, Edifícios da Central e das Estações elevatórias, conduta forçada/elevatória, remodelação e ampliação da subestação do Lombo do Doutor e remodelação e ampliações das levadas); (iv) Fornecimento e Instalação de Equipamento Eletromecânico para a barragem, reservatório de restituição, central Calheta III, estações elevatórias, conduta forçada/elevatória e para a remodelação da subestação do Lombo do Doutor; (v) Publicidade (divulgação a nível nacional e internacional e publicidade obrigatória) e (vi) Supervisão (coordenação e fiscalização das empreitadas). A ACB descreve com pormenor o conteúdo de cada atividade, de que se pode extrair como resumo o seguinte: As atividades de Planeamento e Conceção encontram-se concluídas. O Projeto foi integralmente submetido ao procedimento de AIA e obteve a correspondente Declaração da Impacto Ambiental (DIA), favorável condicionada, à implementação do AAHC, mediante 32 condições estabelecidas pela Autoridade de Avaliação de Impacte Ambiental. Aquisição de terrenos está em curso, tendo sido adquiridos parte dos terrenos para as construções da subestação de Lombo do Doutor e do reservatório do Coruchéu e em fase de identificação ou de regularização pelos proprietários, para os restantes terrenos. Os terrenos para a implantação e construções da Central da Calheta III, da Conduta Forçada/ Elevatória, do Reservatório do Pico da Urze, da Estação Elevatória do Paul e área de Recuperação Biofísica, estão em fase de procedimento para expropriação por utilidade pública. A concretização do projeto foi materializada em 3 lotes técnicos selecionados com base na especificidade dos trabalhos e fornecimentos previstos: Empreitada 1 constituída pelas construções de: (i) - Central Hidroelétrica da Calheta III; (ii) - Estações elevatórias da Calheta e do Paul e (iii) Conduta forçada/elevatória da Barragem do Pico da Urze até à nova Central Hidroelétrica da Calheta III. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

35 Empreitada 2 constituída pelas construções de: (i) - Barragem do Pico da Urze; (ii) Reservatório de Restituição da Calheta; (iii) - Ampliação da capacidade de transporte da Levada Velha do Paul e da Levada do Paul II e (iv) - Remodelação da Levada do Lombo do Salão. Empreitada 3 constituída pela remodelação/ampliação da Subestação do Lombo do Doutor 60/30 kv. Ponto da situação do Projeto à data de elaboração da ACB; Empreitada 1 Contrato assinado e com visto do Tribunal de Contas (TC), encontrando-se em fase de elaboração do Projeto de Execução, após concurso limitado por prévia qualificação. Empreitada 2 Contrato assinado e projeto já executado. Aguarda Visto do TC, após concurso limitado por prévia qualificação. Empreitada 3 Contrato assinado, após procedimento de negociação, enviado ao TC para análise e aprovação Localização das instalações O Projeto de Ampliação do Aproveitamento Hidroelétrico da Calheta localiza-se na Ilha da Madeira, abrangendo áreas dos concelhos da Calheta e da Ponta do Sol, tal como se pode verificar na Figura 4.4 a seguir (ACB). Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

36 Figura 4.4 Mapa esquemático da localização do AHC (fonte: RECAPE) Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

37 Figura 4.5 Mapa cartográfico de localização do Projeto (fonte: RECAPE) Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

38 Figura 4.6 Mapa 3D de localização do Projeto (fonte: RECAPE) Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

39 Em anexo à ACB é apresentado um documento com 20 cartas de diversos descritores com a identificação exaustiva do projeto, nomeadamente: Cartas de implantação do projeto; carta geológica; de aquíferos; da vulnerabilidade de aquíferos à poluição; vulnerabilidade Drasil; rede hidrográfica; carta de solos e de ocupação atual de solos; sítios classificados; parque natural da Madeira; biótopos; áreas de maior relevância ecológica; síntese fisiográfica; carta base da paisagem; unidades de paisagem; carta de ordenamento do território; carta de condicionantes do PDM; interesse patrimonial; infraestruturas hidráulicas; carta de localização dos estaleiros e obras Organismo responsável pela execução do projeto A identificação do organismo responsável pela execução está bem definida nos vários documentos que instruem o processo. Com efeito, o proponente deste projeto é a Empresa de Electricidade da Madeira (EEM), sediada no Funchal, com Endereço na Av. do Mar e das Comunidades Madeirenses 32, 9000 Funchal, Ilha da Madeira. Telefone: Capacidade institucional do Promotor do projeto A EEM é uma empresa pública com capital detido a 100% pelo Governo da Região Autónoma da Madeira, assegura funções de produção e aquisição de energia e é a operadora vinculada de transporte e distribuição de energia elétrica, desde 1974, herdando o que era a então Comissão Administrativa dos Aproveitamentos Hidráulicos da Madeira (CAAHM), constituída em 1952 através do Decreto-Lei n.º , de 14 de abril). Em 1994 (através do Decreto Legislativo Regional n.º 14/94/M, de 3 de junho), a EEM, E. P. foi transformada numa sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos e, ao abrigo deste diploma, a EEM tem vindo a desempenhar de forma unitária e integrada, as atividades de produção, transporte e distribuição de energia elétrica em todo o arquipélago da Madeira (in ACB). A EEM tem responsabilidades de comercialização de energia elétrica à RAM em caráter de exclusividade, constituindo, por isso, um monopólio natural, garantindo a sua universalização.

40 4.3.5 Capacidade técnica do promotor A EEM é a principal responsável pelo desenvolvimento de projetos no setor elétrico da Madeira, detendo uma vasta experiência e competência na execução de projetos desta natureza, pode ler-se na ACB. Com efeito, a empresa está dotada de recursos humanos com vasta experiência provada ao longo dos anos e que permite que a RAM seja abastecida por energia elétrica, pois é a única entidade com capacidade para tal. A ACB apresenta um quadro com o nome dos responsáveis e integrantes dos diversos setores da empresa e correspondentes competências e responsabilidades, que evidencia o modelo organizativo da empresa em linha com o que é corrente em empresas semelhantes. Para ilustrar a experiência e capacidade técnica da empresa, é apresentada na ACB um conjunto representativo de projetos de centrais hidroelétricas desenvolvidos ao longo dos anos e que incluiu a construção e / ou operação, que evidencia uma longa experiência que vem de 1953 e atesta a capacidade técnica necessária para levar a cabo um projeto como o AAHC: Central da Calheta I (4,52 MW), em 1953; Central Serra de Água (5,2 MW), em 1953; Central da Ribeira da Janela (3,0 MW), em 1965; Central da Fajã da Nogueira (2,4 MW), em 1971; Central da Calheta II (7,0 MW), em 1992; e Central dos Socorridos, posteriormente dotada de capacidade reversível (24,0 MW), em 1994, com capacidade reversível, semelhante ao que é proposto com o projeto AAHC, constituindo por si só um relevante exemplo de experiência e capacidade técnica. Projeto financiado com apoio do FEDER em 17.3 milhões de euros Capacidade financeira do promotor A EEM assegura funções de produção e aquisição de energia e é a operadora vinculada de transporte e distribuição de energia elétrica na RAM. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

41 Apresenta-se na Tabela 4.4 um resumo da evolução recente das contas da EEM cujos dados foram extraídos da ACB, de relatório e contas da empresa. Tabela 4.4 Evolução recente das receitas e investimentos da EEM ( ) (fonte:autor) Vendas (1000 ) EBITDA (1000 ) Variação das vendas (%) -12.1% 26.4% 12.5% -8.3% -5.0% Margem EBITDA 28.9% 34.3% 28.4% 26.1% 28.3% 29.0% Investimento na Produção (1000 ) Outros investimentos (1000 ) % da Receita 33.0% 30.4% 12.6% 4.3% 6.3% 4.8% Variação do PIB Nacional (%) -7.09% -2.20% 3.91% % 3.72% 0.00% Constata-se que o volume de vendas sofreu variações de 2009 a 2014, com uma queda de 12,1% em 2010, frente ao ano anterior e de 8,3% em 2013 e 5% em 2014, tendo exibido crescimentos em 2011 e Porém, a margem EBITDA foi sempre crescente. Analisando os principais rácios apresentados pela EEM em 2014, iniciando pelo rácio autonomia financeira, rácio que varia entre 0 e 100% e que representa a percentagem dos ativos totais da empresa financiados por capitais próprios, a empresa apresenta o valor de 20%. Este rácio exprime a solidez financeira da empresa e a sua capacidade para solver os seus compromissos não correntes. Quanto maior o seu valor, menor o peso dos capitais alheios no financiamento dos ativos da empresa e menores os respetivos encargos financeiros (juros de empréstimos obtidos). O valor apresentado, 0.22, é baixo, confirmando que os ativos totais da empresa são financiados maioritariamente por capitais alheios (financiamentos). O rácio de solvabilidade total também permite avaliar a estrutura de financiamento da empresa, colocando em evidência o peso dos capitais investidos pelo acionista no total dos capitais alheios (provenientes de entidades externas). O rácio de solvabilidade total da EEM de 2014 no valor de 1.25, evidencia que a empresa está solvente do ponto de vista económico, pois apresenta um capital próprio que garante a liquidação do seu passivo. Por outro lado, sendo a EEM uma empresa pública de fornecimento de energia elétrica, constituindo um monopólio natural, tem expectativas de resultados futuros garantidos e por isso a sua sobrevivência futura não se coloca. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

42 A cobertura dos ativos não correntes é igual a 1.19, indica que os investimentos são financiados por capitais estáveis (capitais próprios e passivo não corrente). De facto, este rácio é conhecido por regra do equilíbrio financeiro mínimo e deve ser igual ou superior a 1 (ou 100%), isto é, a empresa EEM tem boa cobertura dos ativos não correntes. O rácio de liquidez proporciona informação sobre a capacidade de cumprimento das responsabilidades exigíveis a curto prazo da entidade, designadamente o pagamento das dívidas a fornecedores, ao Estado e a outros credores correntes, assim como a amortização de financiamentos com maturidade inferior a 1 ano. O rácio de liquidez geral da EEM referente a 2014 é de 1.77, traduz que as obrigações de curto prazo estão cobertas por ativos que se esperam vir a ser convertidos em meios financeiros líquidos num período correspondente ao do vencimento das dívidas correntes (a curto prazo). Este rácio deve assumir um valor superior a 1 (ou 100%), ou seja, a EEM cumpre com este rácio importante, sobretudo atendendo à sua condição de monopólio natural que afasta a incerteza deste rácio em casos superiores a 1 mas que não é sinónimo de inexistência de problemas de liquidez. Os rácios referentes à análise da situação económica permitem avaliar se uma empresa é rentável e qual é a eficiência dos recursos utilizados. A rendibilidade do ativo é uma medida da eficiência operacional dos ativos da empresa (correntes e não correntes) e permite avaliar o desempenho da totalidade dos capitais (próprios e alheios) investidos na empresa. Relativamente a 2014, este rácio da rentabilidade do ativo foi de 9,2%, que é um bom indicador. A margem do EBITDA, em percentagem do volume de negócios, é uma medida da rendibilidade da empresa mas também da capacidade da empresa gerar fluxos de caixa (cash-flows) a partir da atividade operacional. A EEM apresenta este rácio acima de 25% de há mais de 5 anos a esta parte, sendo em 2014 de 29%, que é um valor muito bom. Da análise das contas e situação da empresa, nomeadamente o facto de ser pública e um monopólio natural, constata-se que a empresa tem capacidade financeira para a execução do Projeto AAHC Zona de impacto O documento ACB apresentado pela EEM identifica bem qual é a área de influência do projeto, quais os beneficiários finais e as partes interessadas relevantes. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

43 Com efeito, na página 66 da Análise Custo/Benefício é apresentado um resumo bem sintetizado da zona de impacto e beneficiários finais. O Projeto é integralmente desenvolvido na Ilha da Madeira beneficiando cerca de 131 mil habitantes que corresponde a cerca de 50% da população da RAM e cerca de 800 produtores de energia elétrica de origem renovável, sendo este o universo de influência do projeto, beneficiando integralmente a sua população ao fornecer mais energia elétrica de qua a RAM é deficitária. Beneficia as populações e as atividades económicas. Também é um projeto que beneficia o ambiente ao reduzir o consumo de combustíveis fósseis, reduzindo por isso as emissões gasosas com efeito de estufa. Constitui uma reserva de água estratégica para múltiplos fins e uma melhoria importante ao nível da capacidade de resposta no combate a incêndios florestais, estando por isso, em linha com as estratégias de combate às alterações climáticas. O Projeto está em linha com os compromissos assumidos para alcançar as metas regionais, nacionais e comunitárias no âmbito das políticas de energia e clima, através da redução das emissões de gases com efeito de estufa, do aumento da participação das energias renováveis e da redução da dependência do exterior (in ACB). A capacidade de armazenamento de água na albufeira do Pico da Urze constitui-se também como uma importante reserva estratégica de água, sendo uma medida importante de enfrentamento das previsíveis alterações climáticas. Nesta vertente, os principais beneficiários são a população, regantes e restantes atividades socioeconómicas dos concelhos da Calheta e da Ponta do Sol. A albufeira do Pico da Urze também exercerá uma função de regularização / amortecimento das cheias na ribeira do Alecrim e na ribeira da Janela, reduzindo caudais de pico devido à capacidade de armazenamento reduzindo o efeito das inundações e aluviões na área de influência da barragem Conclusão do capítulo Identificação do Projeto A ilha da Madeira tem características físicas muito particulares decorrentes da sua génese vulcânica, acidentada e com baixa capacidade de reservas de água no solo devido à sua porosidade que compromete a resiliência da ilha no combate às alterações climáticas. A rede de levadas existentes na ilha é muito elevada, mas não é potenciada, perdendo-se muita da água não consumida em alguma das suas utilidades. O atual Aproveitamento Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

44 Hidroelétrico da Calheta (AHC) não aproveita o potencial que exibe na linha do que é estabelecido nas políticas para o clima e energia da UE. De facto o AHC tem potência instalada de 12,0 MW, sendo constituído pela Central Hidroelétrica Calheta I, com 4,7 MW e pela Central Hidroelétrica da Calheta II, com 7,3 MW, situado nos concelhos da Calheta e Ponta do Sol. A Central Hidroelétrica da Calheta I é datada de 1953 e a Central Hidroelétrica da Calheta II foi construída em 1992 para aproveitar os caudais já turbinados na Central Hidroelétrica da Calheta I e excedentários ao abastecimento público e regadio. O novo projeto AAHC inclui a execução de um conjunto de construções, como a barragem do Pico da Urze, a Conduta forçada/elevatória da Barragem à nova Central Hidroelétrica; a Central Hidroelétrica da Calheta III, o Reservatório de Restituição da Calheta; as estações elevatórias da Calheta e do Paul; a Ampliação da capacidade da Levada Velha do Paul e da Levada do Paul II; a Remodelação da Levada do Lombo do Salão e a Remodelação/ampliação da Subestação do Lombo do Doutor 60/30 kv O projeto permite o aumento da potência de 12 para 38,3 MW. Na produção de energia há um aumento de 26 GWh, sendo 11 GWh provenientes de água bombada que se perderia no oceano se o sistema não fosse reversível. Potencia também a produção da energia eólica em 61 GWh. Constitui uma reserva estratégica de água de m 3 na albufeira do Pico da Urze, fundamental para o combate às alterações climáticas, pois torna a ilha mais resiliente a efeitos extremos. Contribui para as estratégias regionais, nacionais e comunitárias em matéria de clima e energia. O projeto é corretamente identificando em diversos mapas com a zona de implantação do projeto, com dados georreferenciados (ficheiro kmz) e as principais componentes do projeto. As atividades necessárias à implementação do projeto estão bem identificadas e detalhadas, sendo 3 as etapas de realização do projeto que correspondem a 3 lotes distintos de empreitadas com coerência. O promotor é uma empresa 100% pública que explora um sistema que é um monopólio natural, que tem experiência técnica desde 1953, independentemente do facto dos nomes que ao longo do tempo tenha tido, apresentando um conjunto de empreendimentos semelhantes realizados, com destaque para a central dos Socorridos que é mesmo semelhante ao projeto aqui proposto, um sistema reversível construído a partir de um Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

45 existente, que confere ao promotor essa capacidade técnica necessária. As contas da empresa revelam a solidez da mesma e necessária para levar adiante o projeto. Conclui-se que, do exposto e justificado, o capítulo de identificação do projeto contém toda a informação com exaustividade, exatidão e coerência das informações. Por este motivo, o presente capítulo, formalmente cumpre com os objetivos de exaustividade e exatidão e é coerente com os objetivos estratégicos estabelecidos e também coerente com a informação contida nos documentos que suportam, pois a avaliação também é holística, não podendo desconsiderar a informação contida em outros capítulos da ACB. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

46 4.4 Resultados dos estudos de viabilidade, incluindo uma análise da procura e das opções Suportada na aferição da metodologia das projeções, dos pressupostos e dos cenários de referência (sem e com projeto), das projeções para as opções selecionadas (se aplicável), dos aspetos relativos à oferta, incluindo uma análise da oferta atual e do desenvolvimento esperado das infraestruturas e do efeito de rede (se for caso disso). De igual modo, suportada na aferição do custo total do investimento e dos custos operacionais das opções consideradas, das opções de escala (com base em critérios técnicos, operacionais, económicos, ambientais e sociais) e das opções de localização da infraestrutura proposta, das opções tecnológicas por componente e por sistema, dos riscos de cada opção (incluindo os riscos associados ao impacto das alterações climáticas e das condições meteorológicas extremas), dos indicadores económicos das opções consideradas (se for caso disso) e do quadro recapitulativo das vantagens e desvantagens de todas as opções consideradas De acordo com as recomendações do guia de avaliação de grandes projetos, a análise do custo-benefício deve ter em conta: os estudos de viabilidade, que cobrem, regra geral, os seguintes aspetos: análise da procura; análise das opções; tecnologia disponível; plano de produção; necessidades de pessoal, dimensão do projeto, localização, inputs físicos, calendário e execução, fases de expansão e planeamento financeiro; questões ambientais, mitigação dos efeitos das alterações climáticas (emissões de gases com efeito de estufa), eficiência dos recursos e resiliência aos impactos das alterações climáticas e às catástrofes naturais Análise da procura O Documento ACB apresentado pela EEM começa por apresentar uma análise da procura com base no consumo de energia de 2008 a 2014 na ilha da Madeira, que revela uma queda na procura a partir de 2009 até 2013, em média cerca de 2,28% ao ano, que coincide com a fase mais aguda da crise económica que se abateu sobre a economia portuguesa em particular. Porém observa-se uma recuperação do consumo de 2013 para 2014 de 1,08%, porque a evolução da economia foi positiva. Para evidenciar esta aproximação, é apresentada a correlação entre o consumo de energia e o PIB (fonte: contas regionais - INE) que confirma a relação entre ambas, como aliás esperado. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

47 É apresentada a projeção do PIB de com base em documentos oficiais (Estimativas de crescimento de acordo com o Documento de Estratégia Orçamental do INE e do Ministério das Finanças) que aponta um crescimento do PIB Português entre 1,2% e 1,8% para esse período. As projeções para o futuro, especialmente sobre o comportamento da economia são sempre sujeitas a reservas. Vejam-se as recentes projeções de organismos como o FMI, o BCE, a Comissão Europeia e o Governo Português para a evolução da economia portuguesa para o corrente ano de 2017 que já sofreram revisões sucessivas, sendo a última de 2,5%, quase 50% acima de previsões anteriores. Dada a correlação evidenciada, também se pode concluir que a procura por energia elétrica experimentará um crescimento e é isso que é apresentado com o estudo de 3 cenários usualmente utilizados em situações similares que evidencia a tendência de crescimento em qualquer dos cenários (expectável, otimista e pessimista) Análise da oferta Do lado da oferta, e com o objetivo de aferir a capacidade do sistema face às necessidades da procura, foram construídos dois cenários possíveis para as pontas com base em inverno seco e outro em verão, que são as situações críticas, para a atual potência instalada (energia térmica, hídrica, fotovoltaica, eólica e dos resíduos) justificados com base em pressupostos de base histórica, para os quais não foram consideradas as contribuições da energia dos resíduos da estação da Meia Serra, nem da energia eólica, que é intermitente, por não darem garantias de produção nas pontas. Os estudos evidenciam que o saldo de potência é quase nulo em 2020 no cenário expectável de inverno (3 MW) e verão (4.6 MW). Para o cenário otimista há o risco do sistema não ser fiável. De facto, a conclusão mais relevante é a de que o Projeto AAHC é fundamental para garantir com fiabilidade o abastecimento de energia à ilha da Madeira no futuro, tendo em conta o esperado crescimento da economia e por conseguinte da demanda por energia elétrica, assim como o contributo para o cumprimento das metas estabelecidas face às alterações climáticas com a contribuição para a redução da emissão dos gases de efeito de estufa. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

48 O AAHC vai contribuir para a consecução das metas definidas para a Ilha da Madeira, que prevê o incremento da produção elétrica renovável para 50% em 2020, ao potenciar a produção de energia elétrica de origem hídrica no sistema e também ao permitir um aumento do encaixe de energia eólica (renovável intermitente) na produção de energia elétrica, através do aumento de capacidade de armazenamento adicional no sistema. Os dados utilizados são credíveis, baseados em históricos observados pela EEM e dados do INE, assim como as projeções apresentadas na ACB foram baseadas em fontes credíveis, designadamente: Documento de Estratégia Orçamental do INE e do Ministério das Finanças ; Plano Referencial Estratégico para a Economia da RAM (PREE- RAM), no horizonte de 2020, abril 2014 e Termos de referência para a elaboração dos estudos necessários à preparação do relatório de monitorização de segurança dos sistemas elétricos da Madeira e do Porto Santo INESCTEC. Foram utilizadas metodologias de projeções usualmente utilizadas neste tipo de análise com os 3 tipos de cenários: usual, otimista e pessimista com pressupostos tecnicamente recomendáveis Análise de opções alternativas ao Projeto Tendo em conta os objetivos para a ilha da Madeira de aumentar para 50% a participação dos recursos energéticos renováveis na produção de energia elétrica e diminuir em 20% as emissões de CO 2, (relativamente a 2005), foi feita uma avaliação estratégica de alternativas de fontes renováveis (hídrica, eólica e solar fotovoltaica) e para armazenamento de energia (reservatório de acumulação e sistema hidroelétrico reversível, ou baterias). Resume-se na Figura 4.7, a seguir, as opções possíveis de fontes renováveis e sistemas hidroelétricos reversíveis avaliadas para a produção de energia, que a EEM explanou na ACB com exaustividade como se resume a seguir. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

49 Fontes de energia Renovável Hídrica Eólica Solar AH Calheta AH Socorridos AH Chão da Ribeira Figura 4.7 Alternativas de fontes renováveis para produção de energia e os sistemas hidroelétricos reversíveis estudados (fonte:autor) Quanto às fontes de geração de eletricidade não foi considerada a térmica porque não contribuía para os objetivos traçados a nível regional, nacional e da UE, em linha com as metas para a energia e clima (não reduz a emissão do CO 2, pelo contrário, é dependente de combustíveis fósseis do exterior e não potencia a produção de eletricidade a partir de fontes renováveis). Também não foram consideradas como opções estratégias de produção alternativa de energia, a energia das ondas, por imaturidade da tecnologia e a energia da biomassa, por não haver material em quantidade suficiente para ser rentável a sua recolha e por não contribuir para as metas ambientais de emissão de GEE. De facto, a não consideração no estudo das alternativas destas opções é correta. A energia das ondas está na infância da investigação, pelo que a sua consideração seria inútil pela falta de dados fiáveis, seja de produção, fiabilidade tecnológica e custos. Quanto à biomassa, a justificativa da sua exclusão é baseada em dados concretos regionais e não contribuição para os objetivos ambientais estabelecidos a nível nacional e comunitário e a térmica pelos argumentos atrás aduzidos, não são alternativas. Foram avaliadas as opções de acumulação de água e capacidade reversível para a ampliação do Aproveitamento Hidroelétrico da Calheta, a ampliação do Aproveitamento Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

50 Hidroelétrico dos Socorridos e a construção do Aproveitamento Hidroelétrico de Chão da Ribeira, todos sistemas reversíveis com reservas hídricas importantes (ACB). A ACB apresenta a justificação da opção pela fonte hídrica em detrimento da eólica e da solar fotovoltaica, dado que estas últimas são intermitentes e não podem responder com flexibilidade à procura de energia, assim como não se pode armazenar a energia que possam produzir em excesso (nas horas de vazio) a custos comportáveis. A opção pela energia hídrica como fonte renovável faz todo o sentido dadas as características de sistema isolado da ilha da Madeira que não é possível interligar com o Continente para suprir de energia, sendo a opção que melhor potencia o uso da energia produzida em horas de vazio pelas eólicas (à noite onde se observa menor consumo), energia essa utilizada no bombeamento da água acumulada nos reservatórios de restituição de jusante para montante (albufeira do Pico da Urze), constituindo verdadeiras reservas disponíveis para serem turbinadas em horários de maior procura de energia. É o sistema que responde mais rapidamente a flutuações de consumo de eletricidade. De facto, a opção por energia hídrica com armazenamento em albufeira e em depósitos de acumulação e restituição com possibilidade de turbinar água em períodos de menor produção de energia renovável de fontes intermitentes ou maior demanda por energia é a melhor opção, pois contribui para as metas de redução das emissões de GEE, redução da dependência do exterior e de combustíveis fósseis, além de constituir uma reserva estratégica de água para tornar a Ilha da Madeira mais resiliente a disponibilidades hídricas insuficientes e estratégico em termos de combate às alterações climáticas. Esta opção está em linha com as estratégias regionais, nacionais e da UE, designadamente a Estratégia Europa 2020, ENE2020, PNAER e PAESI-Madeira, relativas à energia e clima. Ao nível regional, em particular, está alinhada com o Plano de Gestão da Região Hidrográfica, a Estratégia Regional de Adaptação às Alterações Climáticas e o Plano de Ordenamento e Gestão do Maciço Montanhoso Central. O documento da EEM apresenta nas figuras 71, 72 e 73, a partir da página 79, a síntese dos critérios utilizados na análise: técnicos; institucionais/legais; económicos, ambientais e relativos às alterações climáticas e seu combate, para cada um das fontes de produção de energia renovável, com exatidão, exaustividade, baseados em informações coerentes e fontes oficiais credíveis, pressupostos tecnicamente utilizados e válidos neste domínio. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

51 Realça-se que no confronto dos diversos critérios a energia hídrica apresenta mais vantagens que a eólica e a solar fotovoltaica, desde logo pelo seu caráter intermitente. Sob o ponto de vista económico a opção eólica é a que exige menos investimento (41,8 M contra 58,1 M ), porém a que exibe maior custo operacional anual (1,1 M contra 0.94M da hídrica e 0,6M da solar fotovoltaica). No entanto, deve realçar-se que a hídrica apresenta o dobro da vida útil, que reduzirá muito a componente do custo do investimento, para além de ser a única que contribui adicionalmente para a constituição de uma reserva estratégia de água em albufeira, importante em tempos de alterações climáticas. Opções de armazenamento As opções de armazenamento de energia avaliadas foram a hídrica e por baterias, segundo os critérios anteriormente utilizados para as fontes renováveis. A opção de armazenamento hídrico é tecnicamente mais madura que a tecnologia por baterias, apesar de se encontrar em desenvolvimento acelerado. Em termos institucionais ambas cumprem de igual forma. Economicamente o armazenamento por baterias ainda é excessivamente elevado (768 M ), mais de 10 vezes superior ao investimento previsto para a opção hídrica (70.6 M ). Sob o ponto de vista ambiental ambas as opções têm impactos ambientais, sendo a hídrica mais relevante o impacto paisagístico moderado e possíveis alterações na flora, fauna e habitats. A opção por baterias terá um impacto ambiental significativo no fim de vida útil das baterias devido à sua constituição conter resíduos perigosos. De facto, numa avaliação geral a opção por armazenamento hídrico reversível é a melhor opção com destaque para o ponto de vista económico e ambiental, como é patente, porque constitui uma reserva estratégica de água que contribui para a ilha da Madeira ser mais resiliente às alterações climáticas e também potencia a energia eólica instalada. A localização da reserva hídrica reversível está muito condicionada à territorialidade da ilha da Madeira, tendo sido avaliadas 3 potenciais localizações: Calheta, Socorridos e Chão da Ribeira, onde já existem aproveitamentos hidroelétricos. As três localizações estudadas têm igual valia sob o ponto de vista dos critérios técnico, institucional e relativo às alterações climáticas. No que toca ao critério económico, a opção pelo Aproveitamento Hidroelétrico da Calheta é a que menos investimento exige, devido à localização numa das poucas zonas da Ilha da Madeira com condições para Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

52 criação de uma reserva hídrica em altitude, em Pico da Urze, no Paul da Serra, aproveitando a infraestrutura existente para a ampliar e torna-la reversível, beneficiando e ampliando os sistemas de captação e transporte de água existentes e com a construção de um reservatório de restituição e de um sistema de bombagem. O Projeto AAHC apresenta ainda as seguintes vantagens na seleção de prioridades de investimento em capacidade de armazenamento (in ACB): Existência de disponibilidades hídricas que permitem o aumento do caudal captado nas captações de água existentes; no caso do Aproveitamento dos Socorridos, as disponibilidades existentes já estão a ser integralmente exploradas, exigindo novas captações; Possibilidade de potenciar as infraestruturas existentes, nomeadamente o sistema de levadas, condutas e câmaras de acumulação de água; Maximização do aproveitamento da potência instalada na Central Hidroelétrica da Calheta II, atualmente subaproveitada devido à disponibilidade sazonal de recursos hídricos e capacidade reduzida de armazenamento de água. Deve referir-se que a realização do Projeto AAHC não impõe qualquer restrição à implementação dos outros dois projetos, os quais poderão ser encarados para reforço futuro do sistema electroprodutor da Ilha da Madeira. O documento ACB apresentado pela EEM no tocante à localização das alternativas avaliadas escalpeliza bem os critérios utilizados nas avaliações, apresentando um resumo na Figura 77 na página 86 e a síntese muito bem conseguida na página 87, com exaustividade e exatidão das informações e coerente com os documentos que suportam. Sob o ponto de vida ambiental a opção da Calheta é também a mais favorável das três localizações. Alternativas Técnicas A ACB apresenta os resultados dos diversos estudos e avaliações desenvolvidos com vista à análise da viabilidade e otimização técnica, económica e ambiental do Projeto. Esses estudos incidiram sobre o lay-out geral do sistema; a capacidade de encaixe da barragem do Pico da Urze; Reservatório de restituição; conduta forçada/elevatória; e Central Hidroelétrica e Estação Elevatória da Calheta, e encontram-se, na sua maioria, documentados em diversos relatórios relativos aos estudos de viabilidade técnica e Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

53 económica e projetos para a ampliação do Aproveitamento Hidroelétrico da Calheta, cuja síntese é apresentada no quadro da Figura 79 (página 89 do documento ACB da EEM) e apresentados os respetivos estudos de viabilidade técnica e económica. Com efeito, O lay-out geral do sistema começou por ser estudado em 2003 para avaliar a melhor opção para a nova conceção do AHC, com quatro alternativas, ainda sem considerar reversibilidade do sistema, executado pela empresa PROSESL Estudo de Viabilidade Técnico-Económica do Aproveitamento Hidroelétrico da Zona do Paúl da Serra. Sistema Alecrim-Calheta. Conceção e Dimensionamento e Avaliação dos Condicionantes Técnicos. (julho 2003), tendo-se chegado à conclusão que o edifício existente da central da Calheta I não apresentava condições, em termos de espaço disponível, para a instalação dos novos equipamentos, visando o desejado aumento de potência do aproveitamento. Foi proposta a construção da nova central Hidroelétrica de Calheta III, equipada com dois grupos turbogeradores de 15 MW cada, detalhado em Estudo de Viabilidade Técnico-Económica do Aproveitamento Hidroelétrico da Zona do Paul da Serra. Sistema Alecrim-Calheta. Conceção e Dimensionamento das Obras Propostas, executado pela PROCESL (abril 2005). A ACB apresenta as características principais deste estudo de viabilidade executado em 2005, cuja conclusão por parte da EEM levou à adoção da componente reversível no sistema para atender às necessidades do sistema elétrico da Ilha da Madeira e para o qual foram desenvolvidos os correspondentes estudos e projetos, cujo lay-out geral ficou constituído pelas seguintes componentes (ACB): Barragem do Alecrim e respetiva rede de açudes de captação; Ampliação da Levada do Paul II; Túnel de Restituição; Nova Central Hidroelétrica da Calheta; Estação Elevatória da Calheta; Estação Elevatória do Paul; Condutas Forçadas e/ou Elevatória. Soluções de localização da barragem de Pico da Urze (Alecrim) Foram estudadas 3 localizações para a barragem, sintetizadas no quadro da Figura 85 da ACB. Devido às vantagens económicas e maior capacidade útil de armazenamento, foi escolhida a solução 3, pois apresentava melhores resultados comparativos, tendo Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

54 sofrido alguns ajustes que redundaram em melhoramentos, sobretudo devido ao reconhecimento geológico de superfície realizado na zona de implantação da barragem do Pico da Urze, de acordo com a ACB (Nota Técnica do Consórcio Atkins/Planege, de fevereiro de 2009) que constatou não existir solos finos adequados à impermeabilização da barragem na zona proposta no Processo de Concurso, tendo sido proposta nova localização mais a montante, que permite reduzir em 40% o volume de aterros compactados a executar. Tipo de barragem Para a barragem do Pico da Urze foram desenvolvidas, a nível de Projeto, duas soluções quanto ao tipo de barragem (in ACB): Aterro de solos com perfil zonado e membrana de impermeabilização a montante (Consórcio Atkins/Planege em 2010); Aterro de enrocamentos com cortina de impermeabilização a montante (MECASOLOS em 2012). A característica dos solos locais (de média a elevada permeabilidade) não garantia a estanquidade necessária para a construção do aterro da barragem, cuja experiência evidenciou ser má solução para estes fins. Por outro lado, os fragmentos rochosos ensaiados em laboratório evidenciaram propriedades de resistência e deformabilidade de boa qualidade para a realização de estruturas de enrocamento. Face ao resultado dos estudos realizados a solução de barragem com corpo de aterro de enrocamento com cortina de impermeabilização a montante mereceu ser opção, com parecer favorável do Laboratório Nacional de Engenharia Civil. A ACB descreve as opções e a justificativa pela opção da solução do aterro de enrocamento dada a evidência da qualidade dos solos locais, de origem vulcânica e muito porosos, como aliás, já referido. Conduta forçada/elevatória O primeiro traçado para a conduta forçada/elevatória mereceu restrições em sede de AIA, num trecho de cerca de 530 metros a jusante da barragem do Pico da Urze, sendo recomendado a sua alteração pela Autoridade de AIA, dados os impactos ambientais negativos com a desmatação de uma faixa de 4 metros numa área sensível da serra. Assim, foi desenvolvido um 2º traçado que mereceu a aprovação da Autoridade de AIA. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

55 Reservatório de restituição Foram avaliadas 4 soluções para o reservatório de restituição dos caudais turbinados na central da Calheta III, a saber: Túnel; Barragem na ribeira da Calheta; Reservatório do Coruchéu; Reservatório da Malhada. A solução túnel de restituição com funções de armazenamento dos caudais turbinados na futura central da Calheta III para posterior bombagem foi a primeira solução da EEM. Posteriormente, para diminuir custos de construção, a EEM decidiu substituir a solução túnel por uma barragem com albufeira da mesma capacidade de armazenamento. Decidiu então a EEM encomendar o Estudo de viabilidade técnico-económico da Barragem da Calheta, pelo consórcio Atkins/Planege (março 2010), que apontou para a solução em barragem a ser erigida num local em que predominam materiais de resistência média a baixa, como já se fez referência, pondo em risco as populações da Calheta que se localiza no vale a jusante em caso de rotura da mesma e que levou a EEM procurar e analisar outras soluções alternativas. A empresa MECASOLOS, apresentou em abril de 2012 Aproveitamento Hidroeléctrico da Calheta. Estudo de Viabilidade para o Reservatório Reversível um estudo das alternativas de localização do reservatório de restituição, em dois locais, em Coruchéu e na Malhada, merecendo o local de Coruchéu a decisão de melhor localização. A ACB apresenta uma cuidada descrição de cada uma das opções e um quadro apresentado na Figura 92, com o resumo da análise comparativa nos seus aspetos técnicos e económicos, que se sintetiza na Tabela 4.5, a seguir apresentada, os seus aspetos mais relevantes para a tomada de decisão. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

56 Tabela 4.5- Síntese das soluções para o reservatório de restituição avaliadas Solução do reservatório de Custo ( ) Volume (m3) restituição Construção /m3 Túnel Barragem na ribeira da Calheta Reservatório do Coruchéu Reservatório da Malhada Da análise precedente, em que se apreciou a capacidade de armazenamento (volume de encaixe), volumes de escavação, custos totais e unitário de armazenamento e outros critérios, resulta que a melhor opção técnico-económica é o reservatório do Coruchéu (designado de reservatório de restituição da Calheta). Central Hidroelétrica e Estação Elevatória da Calheta Foram analisadas duas hipóteses para o equipamento de turbinas e bombas da Central da Calheta III (Estudo Técnico de Base (Atknis/Planege, 2009) (ACB): Hipótese 1 (2B+2T): 2 grupos de 2 unidades hidráulicas cada, Bomba + Turbina no mesmo eixo vertical, com 1 sentido de rotação; Hipótese 2 (4B+2T): 4 Bombas separadas de 2 Turbinas. O quadro da Figura 93 da ACB apresenta o resumo qualitativo da comparação das duas hipóteses, apresentado no referido Estudo Técnico de Base desenvolvido em 2009 e transposto para a ACB. No referido estudo chegou-se à conclusão que a opção mais favorável do ponto de vista técnico-económico seria a solução H2 constituída por quatro bombas de 5 MW e 2 Turbinas Pelton de 15 MW cada (e respetivos alternadores). Com efeito, justifica-se nomeadamente, devido o conjunto apresentar maior eficiência, menor CAPEX e menor OPEX, além de não pôr em causa a operação em caso de avaria de alguma das bombas ou a sua substituição, já que não é solução sob medida, como seria em H Análise de Impacto Ambiental De acordo com Regulamento (UE) 1303/2013, no artigo 101º, na sua alínea f) entre a informação requerida está uma análise de impacto ambiental, tendo em conta as necessidades de adaptação e mitigação das alterações climáticas e resiliência a desastres. Tal será possível através da Avaliação do Impacto Ambiental (AIA) do projeto, Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

57 precedido do correspondente Estudo de Impacto Ambiental (EIA), que a EEM providenciou. O Projeto de Ampliação do Aproveitamento Hidroelétrico da Calheta (AAHC) é constituído por diversas componentes e nem todas seriam objeto de um procedimento de AIA. No entanto, foi decidido pela EEM que só faria sentido se o projeto como um todo integrado fosse objeto do procedimento de AIA, tendo submetido o EIA integral do projeto AAHC à Direção Regional do Ordenamento do Território e Ambiente (DROTA), entidade licenciadora e Autoridade de Avaliação de Impacto Ambiental (AAIA), para análise global do EIA com o objetivo de: - Avaliar, de forma integrada, os possíveis impactos ambientais significativos, decorrentes da execução do projeto AAHC com as suas diversas componentes e das alternativas apresentadas, tendo em vista suportar a decisão sobre a sua viabilidade, que corresponde a avaliar a sua conformidade com o disposto no artigo 14º do Decreto-Lei nº 151-B/2013, de 31 de outubro, com a alteração introduzida pelo Decreto-Lei nº 47/2014, de 24 de março de 2014 e do anexo II da Portaria nº 330/2001, de 2 de abril. - Definir medidas destinadas a minimizar ou compensar os impactos negativos identificados no Estudo e durante o procedimento de Avaliação; - Definir os programas de monitorização ambiental. - Garantir a participação pública e a consulta dos interessados na formação de decisões que lhe digam respeito. Todo o procedimento cumpriu o estipulado na legislação atrás referida, como se pode verificar pelo resumo dessas ações que se apresenta a seguir. A EEM apresentou à DROTA a 5 de novembro de 2014 o EIA (Relatório Técnico, Resumo Não Técnico e um conjunto de anexos) acompanhado dos estudos e anteprojetos para dar início ao procedimento de AIA, considerado pela AAIA serem todos os elementos necessários à boa instrução do processo. De facto, o projeto da conduta forçada/elevatória e os projetos da Central Hidroelétrica da Calheta II e Estações Elevatórias encontravam-se em fase de Projeto Base. A DROTA nomeou a Comissão de Avaliação, fez uma visita ao local a 5/12/2014, emitiu Pronúncia sobre a conformidade do EIA a 17/12/2014, solicitou pareceres especializados a entidades externas e procedeu à abertura de consulta pública por 20 dias úteis, como Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

58 estabelecido legalmente, que decorreu de 24/12/2014 a 22/01/2015, sem qualquer contributo popular. Seguiu-se a Análise Técnica, em que a CA elabora um parecer técnico em que dá ênfase a um trecho do traçado de cerca de 530 metros da conduta forçada/elevatória que liga a barragem do Pico da Urze à Central Hidroelétrica da Calheta III, com atravessamento de áreas de elevada relevância ecológica cujos impactos foram considerados irreversíveis e não passíveis de aplicação de medidas de minimização e compensação. Redundou na suspensão do procedimento de AIA em 16 de maio de 2015 pela AAIA, por um período de 6 meses. A Empresa de Eletricidade da Madeira foi obrigada a proceder à alteração do traçado da conduta forçada/elevatória no troço que se desenvolve em vala (enterrado) por forma a evitar a área de atravessamento do Sítio de Importância Comunitária (SIC) da Laurissilva da Madeira, e à elaboração uma Adenda ao EIA, contendo a descrição da referida alteração de projeto e a avaliação dos principais aspetos ambientais da mesma, entregue em 23 de outubro de É aberta nova consulta pública desta vez por 10 dias (12 outubro a 23 de outubro), igualmente sem contributos populares. Após a receção e análise de pareceres de várias entidades, solicitados pela Comissão de Avaliação (CA), e levando em consideração que durante o período de consulta pública não foram recebidos quaisquer contribuições ou contestações, foi proposta pela CA um parecer final que incorporou as preocupações e sugestões das entidades que emitiram o seu parecer. A AAIA procede à preparação da proposta para a Declaração de Impacto Ambiental (DIA) com base no parecer da CA. Não houve contributos decorrentes das consultas públicas, caso em que teriam também de ser levados em conta na proposta de DIA. As principais preocupações e sugestões foram emitidas pela empresa Águas, Resíduos da Madeira SA, com a qualidade das águas para abastecimento público no sistema Levada Calheta Ponta do Pargo, em que as 4 ETAR podem não estar preparadas para remoção de alumínio proveniente das argamassas de betão das construções no reservatório de restituição da Calheta e de óleos e hidrocarbonetos. A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves identifica diversos perigos e impactos negativos para os habitats e propõe monitorização permanente e estudos complementares quantitativos Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

59 das aves em situação anterior ao projeto, durante a construção e 2 anos depois da conclusão do projeto. A CM de Ponta do Sol preocupada com o impacto da exploração de pedra basáltica para as obras no local previsto em projeto, considerado importante e sensível pela CM, recomenda a utilização da pedreira da Malhadinha em exclusividade para a extração de materiais de enrocamento para a barragem. O Parque Natural da Madeira refere que a barragem encontra-se implantada em área do Parque Natural e manifesta a sua preocupação com a destruição de alguns biótopos e danos paisagísticos. Também manifesta preocupação com a segurança, decorrente de eventos extraordinários excecionais que possam levar à rotura da barragem, sugerindo um plano de segurança. A Direção Regional de Florestas e Conservação da Natureza apresenta sugestões decorrentes das preocupações manifestadas, como seja, estender o plano de monitorização a outros grupos taxonómicos (flora e vegetação, aves e mamíferos). A Direção Regional de Infraestruturas e Equipamentos recomenda implantar um Plano de Monitorização Hidrológica na fase de exploração. Elaboradas as considerações para a decisão com base nos contributos dos pareceres, reconhecendo a importância do projeto para abastecimento público e regadio, bem como para a produção de energia renovável hídrica e potenciação da energia renovável intermitente eólica, redução das emissões de CO 2, contribuindo para as metas regionais, nacionais e da UE em matéria de clima e energia. De facto, o Pacto da Ilhas assinado pela ilha da Madeira obriga esta a cumprir com as metas de redução em 20% a emissão de GEE e cumprir os objetivos definidos pela UE para As razões de facto e de direito para justificar a decisão, reúne os pareceres das entidades externas que se pronunciaram. Por fim, a AAIA emite a Declaração de Impacto Ambiental concluindo a avaliação do Estudo de Impacto Ambiental e elementos anexos do projeto AAHC, em 25 de novembro de 2015, com decisão Favorável Condicionada e a lista das 32 condições a serem observadas e incorporadas em sede de projeto de execução e no correspondente RECAPE (Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução). A Figura 4.8 a seguir mostra a localização do empreendimento e o novo traçado da conduta forçada tendo em conta a reprovação do traçado original. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

60 Fonte: ACB/RECAPE Figura 4.8 Localização do empreendimento e traçados da conduta forçada (original e novo traçado) As principais condicionantes apresentadas na DIA referem-se à necessidade de aprovação pela CM da Ponta do Sol qualquer intervenção em troço da Levada do Paul II; a proibição da extração de pedra basáltica no local previsto no projeto, dada a sua localização em área sensível, sendo a pedreira da Malhadinha a escolhida para a extração desses materiais de enrocamento para a barragem; necessidade de garantir caudais mínimos definidos para cada caso particular em levadas, estabelecendo-se um Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

61 contrato entre a EEM e a ARM; a manutenção de qualidade da água para efeito de abastecimento público e de regadio; a proteção de paisagens com a minimização de obras e de instalação de estaleiros de obras, devendo privilegiar-se áreas já utilizadas; evitar a abertura de novos acessos, utilizando e melhorando os existentes; elaboração de um plano de segurança da barragem; planos de monitorização e estudos. Recomendado integrar no RECAPE todas as medidas de mitigação dos impactos identificados na DIA, bem como outros que vierem a ser definidos e aprovados. A ACB apresenta um resumo suficientemente exaustivo, baseado no EIA, dos impactos negativos do projeto e os impactos positivos do mesmo. Como se pode constatar do resumo precedente, a AIA foi desenvolvida em conformidade com as disposições legais com base no EIA e um conjunto vasto de documentos de suporte. Finalmente, e tendo em consideração verificar se o projeto de execução de facto incorporou as condicionantes impostas na DIA a EEM apresentou o Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução que confirma a incorporação das medidas Alterações climáticas A ACB apresenta uma descrição das vulnerabilidades da ilha da Madeira às alterações climáticas com base em estudos como o CLIMATT II e um documento da Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais intitulado Estratégia de Adaptação às Alterações Climáticas, que estimam que haverá défice hídrico no futuro e eventos extremos com secas e cheias, colocando em causa abastecimento público de água, regadio e abastecimento de energia elétrica, fruto das características dos aproveitamentos hídricos da ilha a fio de água, sem capacidade de reservas de água, inoperacionalidade de infraestruturas em casos de cheias e eventual danificação de infraestruturas portuárias que podem comprometer o abastecimento marítimo de combustíveis fósseis. Também o previsível aumento da temperatura esperado e estimado nos estudos, concorrem para a existência de fogos que poderão colocar em causa a integridade dos recursos sensíveis e importantes do Parque Natural da Madeira e da Rede Natura É precisamente este conjunto de vulnerabilidades que o Projeto AAHC tem como objetivo combater ao criar uma reserva estratégia de água em altitude para garantia de abastecimento público de água e de energia, mas também de regadio e de combate a fogos florestais. O facto do Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

62 sistema ser reversível potencia a utilização da energia eólica perdida em horas de vazio para bombar água do reservatório de restituição para montante, a albufeira do Pico da Urze e turbinar na Central da Calheta III para produção de energia elétrica para as pontas e horários de maior consumo. Com efeito, o projeto de AAHC permite contribuir para a meta de aumento para 50% da participação dos recursos renováveis na produção elétrica, produzindo 15,0 GWh de energia hídrica e potenciando 25 MW de potência eólica para a produção estimada em 61,0 GWh, totalizando 76,0 GWh de energia elétrica renovável que representa um aumento de 9,2% face aos atuais 29,7% de energia renovável em 2014, ao mesmo que evita a produção de 72,2 GWh de energia de fontes fósseis na Central Térmica da Vitória, correspondente à redução da emissão de GEE em 51,8 kt CO 2 eq, que representa 12,5% da meta de redução de 415,6 kt de emissões de GEE para 2020 na Ilha da Madeira, definida no Plano de Ação para a Energia Sustentável da Ilha da Madeira no âmbito do Pacto das Ilhas rubricado pelo Governo da RAM Desenho técnico, estimativas de gastos e calendarização É apresentada na ACB a localização do projeto identificando as diversas componentes em carta, que são as seguintes: Construção da barragem do Pico da Urze; Construção da conduta forçada/elevatória desde a Barragem do Pico da Urze até à nova Central Hidroelétrica da Calheta III; Construção da Central Hidroelétrica da Calheta III; Construção do Reservatório de Restituição da Calheta; Construção das estações elevatórias da Calheta e do Paul; Ampliação da capacidade de transporte da Levada do Paul II e da Levada Velha do Paul e remodelação da Levada do Lombo do Salão; Remodelação/ampliação da Subestação do Lombo do Doutor 60/30 kv. O Processo de aquisição dos terrenos está em curso, estimando-se em ,00. No capítulo 5.4 da ACB da EEM é apresentada uma síntese do projeto técnico com as diversas características das construções que fazem parte do projeto de AAHC, em consonância com os estudos e projeto apresentados, que dispensam maior Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

63 desenvolvimento, pelo que se apresenta um breve resumo no presente parecer, extraído da ACB. Barragem do Pico da Urze A barragem do Pico da Urze localiza-se na Ribeira do Alecrim, no Paul da Serra junto ao Pico da Urze, no concelho da Calheta na Madeira (ACB). Tipo de barragem: de enrocamento compacto com impermeabilização por geomembrana PEAD de 2,5mm, com altura de coroamento de m à cota m, e com volume de armazenamento de m³. A cota do nível de pleno armazenamento na albufeira é 1.352,00m e Área inundada de m². A barragem tem um desenvolvimento de 620m, com largura de topo de 8 metros. O descarregador de cheias é lateral com perfil Creager WES de 85 m de comprimento, que descarrega para um canal com 8 m de largura, localizado na margem esquerda da barragem. O canal de rejeição tem seção retangular e desenvolvimento de cerca de 290 m, estando prevista uma estrutura de dissipação de energia por rolo. A descrição e o detalhamento do projeto da barragem evidenciam os pormenores construtivos necessários à sua compreensão. A barragem será alimentada pelos caudais da ribeira do Alecrim e da Levada Velha do Paul, destinando-se à produção de energia hidroelétrica. Apresenta-se na Figura 4.9 a planta de implantação da barragem do Pico da Urze e órgãos principais. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

64 Figura 4.9 Planta de implantação da barragem do Pico da Urze, órgãos principais Fonte: Projeto da Barragem do Pico da Urze. MECASOLOS. Abril 2014 No quadro da Figura 103 (página 121) da ACB apresentada pela EEM, encontram-se os dados principais da barragem que estão em consonância com os elementos de projeto apresentados. Conduta Forçada / Elevatória Esta adutora funciona como conduta forçada durante a turbinagem nas horas de ponta ou como conduta elevatória durante o período de vazio, a partir das Estações Elevatórias da Calheta e do Paul até à albufeira do Pico da Urze. Por isso torna o sistema reversível. Material: aço com DN = mm a mm, desde a galeria de tomada de água na albufeira do Pico da Urze, até à bifurcação a montante da nova central de Calheta III. A conduta de ligação à albufeira do Pico da Urze, a instalar no interior da galeria de tomada de água, será em ferro fundido dúctil (FFD) com DN= mm. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

65 O comprimento total (em planta) é de aproximadamente m, dos quais, cerca de 150 m serão instalados no interior da galeria de tomada de água; cerca de m serão instalados em vala, no troço inicial, e cerca de m serão instalados à vista, no troço final de ligação à nova Central da Calheta III, com a tubagem apoiada em berços de betão (ACB). Os diâmetros das condutas são compatíveis com os caudais a transportar em ambos sentidos, Q=2m 3 /s na elevação e Q= 5m 3 /s conduta forçada, conforme dimensionamento efetuado. De salientar que a água elevada do reservatório de restituição à barragem em 8 horas corresponde a 3,2 horas de turbinagem. No quadro da Figura 105 da ACB (página 123) é apresentado o resumo dos dados principais da conduta forçada/elevatória, que estão em acordo com os elementos dos estudos e do projeto apresentado. Central Hidroelétrica da Calheta III A Central Hidroelétrica da Calheta III localiza-se na margem esquerda da ribeira da Calheta, implantada à cota m, junto à Central da Calheta I, e inclui um canal descarregador que encaminha a água turbinada para o reservatório de compensação, a partir do qual sai a conduta de ligação ao reservatório do Coruchéu. A central está equipada com 2 turbinas VOITH, Pelton horizontal, de 2 injetores, com um caudal nominal 2,5 m 3 /s e potência nominal de 15 MW cada. Reservatório de Restituição da Calheta O reservatório de restituição permite assegurar o armazenamento dos caudais turbinados na Central Hidroelétrica da Calheta III, para posterior bombagem para a albufeira do pico da Urze. Características do sistema Reservatório de Restituição da Calheta/Coruchéu (ACB): i) Capacidade de armazenamento de m³; ii) Câmara de compensação com 9000 m 3, situada na margem esquerda da ribeira da Calheta, que receciona o caudal turbinado na Central Hidroelétrica da Calheta III e que se encontra ligada ao reservatório do Coruchéu e, iii) Conduta de ligação da câmara de compensação / reservatório em PEAD com DN=1600mm, Q max = 3.55m 3 /s e L=280.00m. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

66 Na Figura 4.10 apresenta-se a planta de implantação e localização do reservatório de restituição. Figura 4.10 Planta de implantação do Reservatório de Restituição da Calheta Fonte: Projeto do Reservatório de Restituição da Calheta. MECASOLOS. Abril 2014 Estações Elevatórias Estações elevatórias previstas no projeto AAHC, descritas na ACB e que se resume: Estação Elevatória da Calheta, permite o sistema ser reversível, será implantada em edifício autónomo ao da Central Hidroelétrica da Calheta III à cota m, equipada com três bombas de eixo horizontal, de 2 andares e dupla aspiração, cada uma com uma capacidade nominal de m 3 /h, permitindo bombear numa só etapa para a albufeira do Pico da Urze, através da conduta forçada/elevatória, os volumes armazenados no reservatório de restituição da Calheta após terem sido turbinados a uma altura de elevação de 700m, correspondente à potência instalada de 17.7 MW; Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

67 Estação Elevatória do Paul, é uma pequena estação elevatória com m 2 de área, a implantar numa cota intermédia, m entre a estação de bombagem da Calheta e a barragem do Pico da Urze, em zona anexa à câmara de carga do Paul, equipada com dois grupos de eletrobombas de eixo horizontal de Q=270 m 3 /h cada, com potência total de 2x90kW, e altura de elevação de 78.00m que ligarão à conduta forçada/elevatória através de um troço de conduta, permitindo bombear os caudais captados pelas levadas do Paul I e Paul II para a albufeira do Pico da Urze, também em período noturno. O documento apresentado, ACB, contém pormenorizada descrição das EE e ilustrado com desenhos do projeto. Ampliação e remodelação das Levadas O projeto das levadas tem como objetivo aumentar a capacidade de transporte das mesmas ou evitar perdas de caudal no percurso. As intervenções serão as seguintes: Ampliação da Levada do Paul II, entre o início e o km 8+580m com alteamento dos muros laterais em 25 cm. Ampliação da Levada Velha do Paul (construção de um canal de secção variável, em betão, construído de raiz) e, Remodelação da Levada do Lombo do Salão (reforço em betão armado da laje de fundo e das paredes da levada e posterior regularização). Acréscimo paredes do canal das Canal existente Figura 4.11 Secção transversal do canal da Levada do Paul II com o acréscimo da altura da parede do canal (fonte:acb) Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

68 A reabilitação da Levada do Lombo do Salão tem objetivo de manter inclinação constante, de forma a diminuir as perdas de caudal no seu percurso. Figura 4.12 Secção transversal do canal da Levada do Lombo do Salão c/ reforço de fundo e paredes (fonte:acb) Estas obras terão impactos ambientais ao nível dos recursos hídricos/qualidade da água e na ecologia. Com efeito, a Condicionante C18 da DIA, refere a necessidade de pormenorizar a análise de impactos associados às atividades construtivas das 3 levadas englobadas no Projeto de Ampliação do Aproveitamento Hidroelétrico da Calheta, que estão bem descritas no anexo D relativo aos impactos das levadas, que descreve o objetivo das intervenções e sua contribuição para o Projeto; faz uma breve descrição dos projetos das Levadas e das atividades construtivas necessárias e apresenta uma análise dos impactos da fase de construção e consequências futuras, cuja conclusão é que os impactos são efetivos, mas são pontuais e estabelecidos no tempo, com recuperação da situação anterior. Remodelação / Ampliação da Subestação do Lombo do Doutor 60/30 kv Resumindo da ACB o essencial da remodelação e ampliação da subestação do Lombo do Doutor, na sequência da construção da Central Hidroelétrica da Calheta III, a subestação é do tipo interior, constituída por um edifício de comando com três celas de transformador de potência, anexas, com entradas e saídas subterrâneas. Todos os equipamentos elétricos de alta, média e baixa tensão, de proteção, comando e controlo e os sistemas de alimentação, são instalados no interior do referido edifício. Inclui a instalação de cabos subterrâneos entre a nova central e a subestação e a alteração de várias linhas: Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

69 Linha 60 kv: Calheta Vitória; Linha 60 kv: Calheta Lombo do Meio; Linha 30 kv: Calheta 30 kv Calheta 60 kv; Linha 30 kv: Calheta Bica da Cana. Plano de produção A central hidroelétrica Calheta III tem 2 turbinas VOITH de 15 MW de potência, totalizando potência de 30 MW com capacidade de acrescentar cerca de 26,0 GWh no AAHC, divididos entre 15,0 GWh de produção direta e 11,0 GWh de água previamente bombada. O aumento de 15,0 GWh de produção direta é conseguido através do aumento do volume captado e de um maior desnível geométrico. Atualmente as CH Calheta I e II injetam na rede 21,1 GWh de energia elétrica. No futuro, incluindo Calheta III, a produção passa a ser de 36,1 GWh. Estimativa de investimento Apresenta-se na Tabela 4.6 o resumo dos investimentos total na AAHAC na ilha da Madeira, incluindo o IVA (ACB). Tabela 4.6 Resumo dos investimentos totais do projeto de AAHC Componentes do investimento Valor Equipamento eletromecânico Barragem do Pico de Urze Reservatório de Restituição Subestação do Lombo Outros investimentos Sub Total IVA TOTAL c/ IVA Calendário de implementação A ACB apresenta um cronograma físico das atividades do projeto. De acordo com os dados apresentados, a data de início do Projeto considerada foi de novembro de 2015, iniciando-se a construção no 3º Trimestre de Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

70 A duração estimada para a construção é de aproximadamente 9 trimestres, prevendo-se portanto a conclusão do AAHC durante o 4º Trimestre de Conclusões do capítulo Resultados dos estudos de viabilidade, incluindo uma análise da procura e das opções O documento ACB apresentado pela EEM denominou o capítulo de Viabilidade técnica e sustentabilidade ambiental, uma tradução de Technical feasibility and environmental sustainability que é utilizado pelo Guide to Cost-Benefit Analysis of Investment Projects Economic appraisal tool for Cohesion Policy , tendo apresentado a Análise da oferta e da procura; a Análise de opções alternativas ao Projeto; Considerações ambientais e de alterações climáticas; e desenho técnico, estimativas de gastos e calendarização de forma exaustiva e fundamentada com documentos de suporte adequados, como se fez referência na análise. A metodologia das projeções utilizada com os 3 cenários: base, otimista e pessimista, é a usualmente utilizada, foram baseados em dados históricos fiáveis da EEM, Contas Regionais INE, relativamente ao consumo de eletricidade em correlação com a evolução do PIB (metodologia internacionalmente aceite) e de instrumentos legais, estratégicos e programas de apoio com fundos da UE. Foram utilizados critérios e pressupostos técnicos, institucionais, económicos, ambientais e relativos às alterações climáticos, nas avaliações das várias opções para a escolha das melhores soluções, utilizando dados de fontes fiáveis, oficiais e dados históricos, com exaustividade e exatidão das informações e coerentes com os diversos estudos de viabilidade apresentados. Pressupostos assumidos para a aferição da potência instalada de acordo com as boas práticas e experiência da EEM, tendo em conta necessidades energéticas da ilha da Madeira no futuro, bem como no cumprimento das metas estratégicas para a energia emanadas pela UE, a nível nacional e regional. Foram avaliadas as tecnologias disponíveis, tendo sido optado pela mais segura para a RAM, a produção de energia hídrica através de uma reserva estratégica de água em montanha, na albufeira de Pico da Urze, com reserva de m 3 de água pronta para produção de energia renovável, garantir abastecimento de água a populações e para Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

71 regadio, tornando a ilha da Madeira mais resiliente às alterações climáticas, utilizando uma infraestrutura existente (Calheta), potenciando a produção de energia elétrica com aumento de 12 MW para 38,3 MW. O projeto está em linha com as estratégias comunitárias, nacional e regional, contribuindo para a redução da dependência externa de energia, substituindo energia de origem fóssil por energia limpa e renovável. Foram tidos em linha de conta as necessidades de pessoal, pois o projeto contribui para a economia regional, criando emprego na fase de construção (300 postos de trabalho estimados) e depois em caráter permanente, em número de 7 efetivos, como é normal. A dimensão do projeto e sua localização tiveram em consideração critérios definidos para as demais opções, sendo avaliados com exaustividade e exatidão e fundados em estudos de viabilidade técnico económicos produzidos especificamente para este efeito segundo rigor técnico, cujos documentos foram apresentados para apreciação e elaboração do presente parecer. Sob o ponto de vista ambiental, o projeto, através do respetivo EIA, foi integralmente submetido a Avaliação de Impacto Ambiental, tendo sido emitida a DIA favorável condicionada, dadas as reservas apresentadas no parecer final da CA, que levou a EEM a apresentar novo traçado que foi aceite e a emitir a DIA favorável condicionada, tendo a EEM apresentado os projetos de execução e submetido o correspondente RECAPE que permitiu verificar que o proponente do projeto, desenvolveu um Projeto de Execução articulado com as condicionantes impostas na DIA. A principal conclusão da AIA é a pertinência ambiental e económica do projeto AAHC para a ilha da Madeira, concorrendo para as metas estabelecidas para a energia, a substituição de energia fóssil por energia renovável e contribuir para a capacidade da ilha da Madeira se fortalecer e capacitar para o combate às alterações climáticas com a constituição da reserva estratégica de água em Pico da Urze. É apresentado o calendário de execução e estimativa do investimento que se revelam concretizáveis, face às ações já desenvolvidas pela EEM, elencadas no documento, desde que a aprovação do financiamento pela UE não coloque em causa o referido prazo. O presente capítulo cumpre os critérios de exaustividade e exatidão das informações carreadas e exibe coerência com os diversos estudos de viabilidade, documentos e projetos apresentados, com completude de informação. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

72 4.5 Análise Financeira Em conformidade com o artigo 101º, nº 1, alínea e), do Regulamento (UE) nº 1303/2013, a ACB deve apresentar uma análise financeira que, de acordo com o ANEXO III do Regulamento de Execução 2015/207, deve, nomeadamente: (a) Avaliar a rentabilidade financeira do investimento e do capital nacional; (b) Determinar a contribuição (máxima) apropriada dos Fundos; (c) Verificar a viabilidade financeira (sustentabilidade) do projeto. A ACB apresentada pela EEM intitula este capítulo de Análise de Viabilidade Financeira, que se aprecia de seguida Metodologia A análise Financeira apresentada pela EEM foi elaborada de acordo o método dos Fluxos de Caixa Atualizados, o qual tem por base a determinação do potencial de geração de recursos financeiros no período de vida dos ativos operacionais, conforme o Regulamento Delegado (UE) 480/2014 da CE, de 3 de março de 2014, designadamente no que respeita à metodologia de cálculo da receita líquida e dos fluxos de caixa atualizados do Projeto, como se evidenciará a seguir. Pressupostos utilizados na análise financeira apresentada pela EEM: Foi considerado um período de referência de 25 anos, de acordo com o Regulamento Delegado (UE) n.º 480/2014, apesar do projeto ter uma vida útil de 50 anos, pelo que foi considerado o valor residual do projeto com continuidade de 29 anos adicionais ao período de referência (ano 2015, conforme Orientações relativas a auxílios estatais à proteção ambiental e à energia (2014/C 200/01 ). A taxa de atualização de fluxos de caixa de 4%, de acordo com o Guide to Cost-benefit Analysis of Investment Projects Economic appraisal tool for Cohesion Policy ). Considerados preços constantes (ano de referência 2015), não considerado IVA no cálculo do investimento inicial, mas considerando para efeitos de investimento elegível e IRC (apenas considerado para efeitos de sustentabilidade financeira). Também não foram considerados rendimentos e gastos de natureza puramente contabilística, como depreciações do exercício relativas a ativo tangível (CBA). Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

73 São apresentados na análise financeira integrante da ACB: 1) Custos de investimento, que inclui os investimentos fixos, variáveis, nomeadamente os custos de arranque, e as variações no capital circulante; 2) Custos de substituição e grandes reparações, estimado realizarem-se em 2038, tal como definido no artigo 17º, alínea a), do Regulamento Delegado (UE) nº 480/2014; 3) Custos de funcionamento (pessoal, manutenção e reparação, gestão e administração geral, e seguros) como definidos no artigo 17º, alíneas b) e c), do Regulamento Delegado (UE) nº 480/2014; 4) Receitas como definidas no artigo 16º, alínea a), do Regulamento Delegado (UE) nº 480/2014; e, 5) Fontes de financiamento comunitário, do Estado, incluindo o capital próprio do investidor, os capitais provenientes de empréstimo bancário que a EEM prevê contrair. O Investimento inicial previsto (ACB) é de ,00 a preços de 2015, sem incluir o IVA, como se mostra na Tabela 4.7. Tabela 4.7 Mapa do fluxo de investimentos no projeto AAHC a preços constantes (ACB) Estão incluídos os custos com as diversas componentes do projeto no cálculo do investimento inicial em conformidade com os dispositivos atrás referidos. Deste montante já foram gastos 6 milhões de entre 2010 e De referir que despesas de estudos e projetos foram realizadas entre 2010 e 2014, sendo que para efeito de análise financeira as despesas anteriores a 2014 não são consideradas. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

74 A concentração do investimento está prevista para 2017, de acordo com o cronograma da ACB, no valor de mil euros (caso se cumpra o calendário apresentado). O investimento previsto corresponde a 2,1 M /MW de potência instalada, que de acordo com Energy Technology Reference Indicator (ETRI) 2014 SETIS compara com o que se passa no mercado europeu, cuja média para aproveitamentos desta grandeza é de 3,3 M /MW. Apresenta-se a evolução do Cash-flow resumido do investimento a preços constantes na Tabela 4.8., constante da ACB apresentada pela EEM. Tabela 4.8 Resumo da evolução do cash flow do investimento do projeto a preços constantes (Anexo ACB) Designação Total Elegível Não Elegível Valores em Terrenos Pico da Urze, Corucheu e Levadas Equipamento Eletromecânico Subestação do Lombo do Doutor Fiscalização, segurança, ambiente Medidas Ambientais, Plano de Monitorização e medidas da DIA Publicidade Estudos e projetos Investimento excluindo revisões e contingências Revisão de preços Investimento s/ IVA IVA n.a. n.a Total de investimento inicial n.a. n.a Confirma-se a concentração dos investimentos em 2017, que poderá estar comprometido e transladar-se para 2018, caso a decisão de aprovação do financiamento da UE atrasar. Rendimentos e ganhos operacionais Teoricamente o Projeto não irá gerar receitas incrementais porque trata-se da substituição de energia de origem fóssil produzida pela Central Térmica da Vitória I e II, por energia renovável. A produção de energia servirá a mesma população, pelo que se admite que o Projeto não origine uma alteração da política tarifária. Os rendimentos estimados do Projeto correspondem a custos evitados na produção de energia térmica por energia hídrica. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

75 Gastos e perdas operacionais A estrutura de gastos do AAHC é composta por gastos variáveis e fixos: Gastos variáveis com aquisição de energia elétrica para bombagem (consumos); Gastos fixos com pessoal e fornecimentos e serviços externos. Gastos evitados Prevê-se que a partir de 2019 o projeto AAHC passe a injetar um adicional de energia renovável cujo montante deixará de ser produzido na Central Térmica Vitória I e II, que corresponderá a poupanças decorrentes das diferenças de preço de produção dos dois tipos de energia (estimada em 0,088 / kwh), estimado a favor da energia renovável, como se pode constatar na Tabela 4.9 (ACB). Tabela 4.9 Gastos evitados com a produção de energia renovável com o Projeto Os gastos evitados a preços constantes, no valor de ,00 são verificados a partir de 2019, interrompidos em 2038 devido à prevista substituição do sistema de impermeabilização em PEAD 2,5mm, por ter chegado ao fim de vida útil considerada neste projeto, pese embora os fabricantes e recomendações legais apontarem para 25 anos. Porém, a experiência existente de aplicação deste material em obras semelhantes é relativamente recente, data de 1994, mesmo estando em pleno funcionamento, foi considerado pela EEM um prazo de vida útil conservador de 20 anos. Gastos Operacionais Os gastos operacionais são os seguintes: Gastos variáveis do Projeto: referem-se à aquisição de energia eólica para bombagem de água durante o período de vazio. Gastos fixos do Projeto: referem-se a manutenção, fornecimentos diversos e serviços externos, gastos com pessoal, de acordo com a experiência que o promotor já detém. Parecer e avaliação da conformidade da ACB do projeto - POSEUR FC

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