Revista Educação Agrícola Superior ABEAS

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1 Revista Educação Agrícola Superior Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior - ABEAS V 24, N 02, ABEAS Presidente: Engenheiro Agrônomo: José Geraldo de Vasconcelos Baracuhy presidente@abeas.com.br / baracuhy@terra.com.br º Vice-Presidente Ricardo Antônio de Arruda Veiga - raaveiga@fca.unesp.br 2º Vice-Presidente Eugênio Nilmar dos Santos - eugenionilmar@ufmt.br º Secretário Geraldo Antônio de Andrade Araújo - garaujo@ufv.br 2 Secretário Moacir Cerqueira da Silva - moacir@amazon.com.br º Tesoureiro Pedro Roberto de Azambuja Madruga - madruga50@hotmail.com 2º Tesoureiro Raimundo Pinheiro Neto - rpneto@uem.br Secretário Executivo Engenheiro Agrônomo: Ronaldo Pereira de Sousa - abeas@abeas.com.br Coordenação Técnica deste Número Dermeval Araújo Furtado - dermeval@deag.ufcg.edu.br Editoração Eletrônica deste Número Elvis Andrade Soares - elvissoares@hotmail.com

2 Revista Educação Agrícola Superior Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior - ABEAS V 24, N 02, Sumário CINÉTICA DE DESLIGNIFICAÇÃO DO CAROÁ (NEOGLAZIOVIAVARIEGATA (ARR. CAM.) MEZ.)POR PROCESSO ORGANOSSOLVE 54 ANÁLISE DOS RISCOS DE SALINIDADE DO SOLO DO PERÍMETRO IRRIGADO DE FORQUILHA, CEARÁ APLICAÇÃO DO BAMBU NAS CONSTRUÇÕES RURAIS COMERCIALIZAÇÃO DO CALDO DE CANA-DE-AÇÚCAR NA AREA CENTRAL DO MUNICIPIO DE CAMPINA GRANDE, PB: ESTUDO DE CASO AVALIAÇÃO DA INTEGRIDADE DE UM CALORÍMETRO EM MULTI-CÂMARAS PARA ANIMAIS, CALIBRADO COM LAMPARINAS DE ETANOL DETERMINAÇÃO DE PROPRIEDADES FÍSICAS E DE FLUXO DE CAFÉ BENEFICIADO EM PÓ PARA PROJETOS DE SILOS RESÍDUO DE CAULIM: AGREGADO ALTERNATIVO PARA CONSTRUÇÕES RURAIS 9 AVALIAÇÃO DAS RESPOSTAS FISIOLÓGICAS EM FRANGOS DE CORTE CRIADOS EM GALPÕES COMERCIAIS CLIMATIZADOS AVALIAÇÃO DAS CONCENTRAÇÕES INSTANTÂNEAS DE MONÓXIDO DE CARBONO EM INSTALAÇÕES AVÍCOLAS ABERTAS, EM CONDIÇÕES DE INVERNO CRESCIMENTO INICIAL DE PINHÃO MANSO IRRIGADO COM ÁGUA RESIDUÁRIA SOB DOSES CRESCENTES DE COMPOSTO ORGÂNICO DESENVOLVIMENTO DE PINHÃO-MANSO EM FUNÇÃO DE DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO COM ÁGUA SUPERFICIAL POLUIDA 07 TIPOLOGIA DAS USINAS DE BENEFICIAMENTO DE LEITE NA MICRORREGIÃO DO CARIRI OCIDENTAL PARAIBANO 2 ANÁLISE COMPARATIVA DE COMPÓSITOS A BASE DE PEBD COM E SEM APLICAÇÃO DE FIBRA DE SISAL 8

3 Revista Educação Agrícola Superior Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior - ABEAS - v.24, n.2,p.xx-xx, CINÉTICA DE DESLIGNIFICAÇÃO DO CAROÁ (Neoglazioviavariegata (Arr. Cam.) Mez.)POR PROCES- SO ORGANOSSOLVE Robelsa F. Vasconcelos, 2 Gilmar T. de Araújo, 3 Ana Paula T. Rocha & 4 Marcela T. Rocha Mestranda em Engenharia Química/UFCG. 2 UAEQ/UFCG. Fone: (83) gilmartrindade@ufcg.edu.br 3 UAEAg/UFCG. 4 Iniciação Científica Voluntária LQB- UAEQ/UFCG. RESUMO A utilização de fibras naturais de origem vegetal tornou-se uma fonte potencial de obtenção de insumos, em razão da enorme variedade de espécies passíveis de serem utilizadas, entre elas, pode-se citar o caroá, uma planta endêmica da Caatinga, distribuída por todo o Semiárido do Nordeste brasileiro. Um processo ecologicamente correto e acessível por pequenas indústrias é o organossolve que usa solventes orgânicos como agentes de deslignificação e tem sido estudado como alternativa para a produção de polpa celulósica tanto para industria papeleira como para produção de biocombustíveis. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a utilização do caroá como fonte de material lignocelulósico, e o seu comportamento cinético, tendo como agentes de deslignificação solução a base de substâncias orgânicas como etanol/água (/:v/v), pela análise comparativa da extensão processo de polpação/deslignificação em isotermas variando de 40 C a 90ºC, em função do tempo de polpação. O processo organossolve etanol-água para a fibra de caroá apresenta um comportamento cinético coerente com os reportados na literatura, relativo às etapas cinéticas (inicial, principal e residual) e valores de energia de ativação, que indicam que a espécie se mostra mais quimicamente susceptível a este processo, apresentando um teor de lignina residual industrialmente aceitável, o que a viabiliza para uso industrial, como fonte de polpa celulósica, particularmente se comparado ao eucalipto. PALAVRAS-CHAVE: Polpação de caroá, polpação organossolve, cinética de deslignificação ABSTRACT The use of natural fibers of plant origin has become a potential source for obtaining supplies, due to the enormous variety of species that could be used, among them one can cite the caroá, a plant endemic to the Caatinga, which is distributed throughout the Semi-arid northeastern Brazil. A process environmentally friendly and accessible for small industries is the organosolv using organic solvents such as delignification agents and has been studied as an alternative for the production of pulp for paper industry so as to produce biofuels. This study aimed to evaluate the use of expensive as a source of lignocellulosic material, and its kinetic behavior, and as agents for delignification solution-based organic substances such as ethanol / water ( / : v / v), the comparative analysis extension of the pulping process / delignification in isotherms ranging from 40 C to 90 C as a function of pulping time. The process organosolv ethanol-water fiber caroá presents a kinetic behavior consistent with those reported in the literature concerning kinetic stages (initial, bulk and residual) and values of activation energy, indicating that the species appears more likely chemically this process, presenting a residual lignin content industrially acceptable, what viable for industrial use as a source of pulp, particularly if compared to eucalyptus. KEYWORDS: Pulping caroá, organosolv pulping, delignification kinetics

4 Cinética de deslignificação do caroá (neoglazioviavariegata (arr. cam.) mez.)por 55 INTRODUÇÃO Atualmente tem surgido um grande interesse mundial no desenvolvimento de tecnologias verdes que possibilitem a utilização de produtos de menor impacto ambiental (SILVA, 2009). A química verde, como um todo, implica no desenvolvimento de processos químicos e produtos que levem a um ambiente mais limpo, saudável e sustentável. O aumento exponencial de emissão de gases e o efeito climático causado pelo efeito estufa aumentam a necessidade de buscar novos materiais em substituição aos derivados do petróleo. Em busca pela sustentabilidade, algumas pesquisas e trabalhos na área foram, e estão sendo realizados para garantir a preservação ambiental e proporcionar um melhor padrão de vida a sociedade como um todo, como por exemplo: desempenho e durabilidade de fibras vegetais modificadas superficialmente e submetidas a meios ácido e alcalino (LOPES, 2009). Um grande destaque deve ser dado à utilização de fibras naturais de origem vegetal, em razão da enorme variedade de espécies passíveis de serem pesquisadas. Diversas fibras vegetais são produzidas em praticamente todos os países e usualmente são designadas como materiais lignocelulósicos (MARINELI, 2008). Dentre os recursos renováveis que podem ser utilizados incluem-se as árvores de reflorestamento, as gramíneas, plantas anuais como canade-açúcar e os subprodutos da agricultura intensiva. Esses vegetais, fonte universal de material lignocelulósico, podem também serem usados como fonte de obtenção de polpa celulósica para indústria papeleira e afins, como fonte de insumos de base aromática obtidas da lignina para produção de resinas fenol/formaldeído, ou como biomassa para uso na obtenção de biocombustível pela hidrólise dos polissacarídeos existentes. Diante desse contexto, a Assembléia Geral das Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO-ONU Food and Agricultur Organization of the United Nations) declarou o ano de 2009 como o ano internacional das fibras naturais (FAO, 2009). Essa medida teve como objetivo conscientizar e estimular a utilização de fibras naturais, encorajando políticas governamentais de incentivo ao setor e às ações empresariais sustentáveis, para a exploração dessas matérias-primas. Dentre as espécies fibrosas encontra-se o caroá (Neoglazioviavariegata (Arr. Cam.) Mez.) O caroá é uma espécie vegetal do grupo das bromeliáceas, endêmica da Caatinga, distribuída por todo o Semiárido do Nordeste brasileiro. Essa espécie já teve papel importante na economia nordestina, na primeira metade do século passado, pela produção de fibra por indústrias têxteis, porém sua exploração foi abandonada como surgimento das fibras sintéticas (RIBEIRO, 2007). Essas fibras nunca deixaram de ser uma das principais fontes de emprego e renda para diversas famílias nordestinas, com a fabricação artesanal de chapéus, bolsas, entre outros produtos (SAMPAIO et al., 2003). Logo, torna-se necessário o desenvolvimento de pesquisas que venham contribuir com o desenvolvimento de tecnologias ecologicamente corretas e acessíveis a empresas de pequeno porte que visem uma melhor agregação de valor comercial e industrial a essa fibra e, assim, contribuir para uma melhoria da renda e da qualidade de vida das famílias envolvidas no seu cultivo. O uso de solventes orgânicos como agentes de deslignificação tem sido estudado como alternativa para a produção de polpa celulósica tanto para industria papeleira como para produção de biocombustíveis, pois permitem um melhor aproveitamento de grande parte dos componentes das matérias-primas ligno-celulósicas e, uma compatibilização com a crescente exigência de preservação ambiental (ARAUJO, 996; ARAUJO, 997). O presente trabalho teve como objetivo avaliar a utilização do caroá como fonte de material lignocelulósico, e o seu comportamento cinético quando submetido a uma polpação organossolve, t endo com agentes de deslignificação a solução de etanol/água (/:v/ v), pela análise comparativa da extensão processo de polpação/deslignificação em isotermas variando de 40 C a 90ºC, em função do tempo de polpação. Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.54-6, 2009.

5 56 R. F. Vasconcelos et al. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO Preparação da Fibra Para o desenvolvimento do presente trabalho, as fibras do caroá foram coletadas em uma unidade de beneficiamento da fibra na cidade de Olivedos/PB. As fibras coletadas foram pré-beneficiadas, submetidas apenas ao processo de desfibramento mecânico por meio de dois rotores raspadores, que de forma automática extraem as fibras das folhas do caroá. As fibras foram lavadas em água a temperatura ambiente e posteriormente em água morna (±60 C), e secas em estufa até peso constante. Preparação da Fibra Foram determinados os teores de extrativos, lignina, de holocelulose, celulose e, cinzas de acordo com metodologia usada por Araujo (2000). Deslignificação da fibra de caroá em etanolágua As deslignificações foram realizadas em temperaturas de 40, 50, 60, 70, 80 e 90 0 C, em vários tempos. As reações foram realizadas em um sistema formado por reatores tubulares de aço inoxidável 36L com capacidade individual de 20 ml, com tampas roscável em aço 36L em uma das extremidades e um banho de óleo com controle de aquecimento. Cada reator foi carregado com 5,0 gramas de fibra pré-extraída seca de caroá e 50 ml de uma mistura etanolágua (/:v/v), proporção de solvente/fibra (na ordem de 0/: v/v) para garantir um excesso de solvente necessário para ocupar um volume no reator suficiente para não permitir uma grande variação na concentração da mistura deslignificante. Após a carga, os reatores foram imersos no banho de óleo préaquecido com uma temperatura um pouco acima da temperatura de trabalho, para facilitar o equilíbrio na temperatura de operação. Após atingir os tempos pré-estabelecidos, os reatores foram retirados do banho e resfriados em água corrente. A polpa resultante foi desintegrada sob agitação mecânica por 0 minutos, lavada com uma solução de etanol-água, filtrada para separar a polpa do licor negro e a polpa foi seca em estufa para se determinar o rendimento de polpa e, depois, o teor de lignina residual. RESULTADOS E DISCUSSÃO Composição química da fibra de caroá A composição química dos materiais lignocelulósicos fornece informações importantes a respeito da qualidade da biomassa para a produção de produtos a base de polpa celulósica. Assim, o teor de açúcares ou polissacarídeos totais, ou seja, a hemicelulose (polioses) e a celulose encontrada na espécie em estudo, chamado de holocelulose, foi de 80,92%. O teor de lignina encontrado foi de 4,64 % e o de extrativos de 8,3%. Numa comparação entre a composição do caroá com as de outras algumas espécies de bromeliáceas (Tabela ) pode-se observar que as suas fibras são caracterizadas pelo alto teor de holocelulose e, principalmente de lignina, bem maior que algumas fibras não madeiráveis como o sisal, o curauá e a cana de açúcar. Esse elevado valor de lignina indica a necessidade de um tratamento efetivo de deslignificação, caso o caroá venha a ser utilizado como fonte de polpa celulósica para a indústria papeleira e/ou química ou, como fonte de açúcar por hidrólise da holocelulose para indústria alcooleira. Como observado por Lopes (2009), para outras fibras lignocelulósicas obtidas também das folhas de bromeliáceas como o sisal e o curauá, Tabela. Comparação da composição química do caroá com a composição de algumas espécies de gramíneas Componente Sisal # Curauá Cana-de- açúcar # Caruá # Extrativos* 6,0 7,5 4,0 8,3 Celulose* 74,00 74,0 46,84 7,75 Polioses** 3,5 6,4 27,50 9,7 Lignina 9,5 4,9 26,27 4,67 Cinzas* 2,0 0,7,6 0,73 * Determinação realizada em relação às fibras livre de umidade; ** Determinação entre a diferença entre a holocelulose e a celulose; # Valores encontrados por Lopes (2009) Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.54-6, 2009.

6 Cinética de deslignificação do caroá (neoglazioviavariegata (arr. cam.) mez.)por 57 no caroá (Tabela ) a celulose foi o composto mais abundante. O conteúdo de holocelulose se mostra semelhante a das espécies sisal e curauá e superior a cana-de açúcar, espécie já largamente usada industrialmente. O teor de lignina, porém, mostra-se superior a das espécies sisal e curauá, mas praticamente metade do teor de lignina da cana-de açúcar que tem a sua biomassa largamente usada para a geração de energia e como base para a produção de derivados de lignina e celulose. Estudos cinéticos O entendimento teórico de processos extremamente heterogêneos como a polpação/ deslignificação da biomassa é necessário para um total controle de todas as etapas e, por conseguinte, da qualidade e gerenciamento energético envolvido neste processo cinético de pseudoprimeira ordem. Essa análise é importante para se determinar, com maior segurança, os parâmetros químicos e físico-químicos que ajudem a avaliar a utilização de espécies nativas na produção de insumos industriais. O uso destas espécies nativas cultivadas, além de não agredir o frágil ecossistema das regiões semi-áridas, possibilitaria a formação de pequenos pólos industriais, de base organossolve, encarregados de realizarem parte da etapa de obtenção de insumos como de polpa celulósica não branqueada destinada a produção de papel, ou usada para obtenção de glicose (hexose) para a produção de etanol combustível, de pentoses obtidos das polioses usados na produção de xilitol, furfural, etc.; e ainda de lignina que, devido a sua rica disponibilidade de estruturas aromáticas, poderá ser usada como fonte destas estruturas fenólicas para indústrias químicas (ARAÚJO, 2000). Rendimento de polpa O processo de polpação ou de obtenção de polpa vegetal é fortemente influenciado pela composição química da fibra, a qual é de grande importância para a eficiência do processo, influenciando no consumo de reagentes, no rendimento da celulose e na quantidade de sólidos gerados. O resultados das polpações das fibras do caroá, nas condições experimentais empregadas nesse trabalho, estão mostrados na Figura. Rendimento de Polpa (%) Tempo (min) Figura. Variação do rendimento percentual de polpa em relação ao tempo de polpação da fibra de Neoglaziovia variegata 40 C 50 C 60 C 70 C 80 C 90C Nas condições experimentais empregadas obteve-se uma variação de rendimento de polpa entre 95%, para o menor tempo de polpação na isoterma 40 ºC e 54% para o maior tempo de polpação na isoterma 90ºC. Dada a heterogeneidade das reações envolvidas na separação do complexo celulosepoliose-lignina, torna-se difícil associar os parâmetros cinéticos, determinados pelo tratamento, com a perda de massa do material, representada pelo rendimento de polpa, pois o material remanesceste não representa simplesmente a concentração da polpa. Logo a velocidade medida para o processo será a velocidade de perda de massa da matriz lignocelulósica e não a velocidade de decaimento da concentração do sistema homogêneo. Teor de lignina residual e deslignificação O processo de deslignificação inicia-se com a fragmentação da lignina, por meio de uma hidrólise aquosa. Posteriorment e há a solubilização dos fragmentos da lignina pelo solvente. Sendo assim, a etapa determinante na porcentagem de deslignificação é a hidrólise da lignina, em que a água atua como agente nucleofílico e com o aumento da temperatura há o aumento da permeabilidade da água nas fibras, permitindo uma maior extensão de Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.54-6, 2009.

7 58 R. F. Vasconcelos et al. deslignificação e consequentemente um menor teor de lignina. Observa-se que com o aumento da temperatura diminui o teor de lignina residual, o que é vantajoso para o processo de polpação, pois a polpa obtida terá um menor teor de lignina e, praticamente, toda hemicelulose é solubilizada da matriz lignocelulósica. É no processo de deslignificação que se associa de maneira mais efetiva o aumento da temperatura com a extensão da deslignificação da reação (Figura 2), podendo-se assim se prever as diversas fases do processo de deslignificação. Lignina Residual(%) Tempo (min) Figura 2. Variação do teor de lignina residual na polpa em função do tempo de polpação da fibra de Neoglaziovia variegata Nos processos de polpação em geral, o objetivo é remover a lignina do material lignocelulósico, para o aproveitamento da celulose e outros polissacarídeos presentes na biomassa. Assim, a análise da quantidade de polissacarídeos dissolvidos nos diferentes tempo e temperaturas de polpação pode trazer informações importantes sobre o processo. A extensão percentual de solubilização de polissacarídeos está representada graficamente na Figura 3. A remoção de polissacarídeos se dá em toda a extensão da reação de polpação. A extensão da degradação dos polissacarídeos foi de aproximadamente 47% no final do processo de polpação (nos maiores tempos de reação para a isoterma de maior temperatura). Polissacarيdeos Solubilizados (%) C 50 C 60 C 70 C 80 C 90 C Tempo de Polpaçمo (min) Figura 3. Polissacarídeos degradados em função do tempo de polpação Com o aumento da temperatura, observase um aumento da extensão de degradação das polioses de aproximadamente 3% (40 0 C) para 47,5% (90 0C). Logo, os valores da extensão da fase rápida, nas próximas isotermas, começarão a incorporar mais fortemente a degradação da celulose, uma vez que as polioses presentes na matriz já foram, teoricamente, extensivamente degradadas. Nas temperaturas inferiores a 60 0 C, mesmo há tempos muito elevados de reação, a degradação dos polissacarídeos mal ultrapassa os 20%. Acima de 60 0 C, a eficiência química dos regentes é bastante aumentada, possivelmente, devido à boa difusão dos reagentes pela matriz e, como consequência, leva a uma maior capacidade de ação hidrolítica pela exposição de um maior número possível de oxigênio glicosídico e, também, devido o aumento da temperatura que acelera a velocidade da hidrólise em toda a sua extensão, como proposto por Fengel e Wegener (984). Quando se analisa a solubilização de lignina em conjunt o com a degradação de polissacarídeos observa-se que para 0% de extensão de deslignificação tem-se 4% na extensão da degradação de polisacarídeos no tempo de polpação de até 50 minutos e, a degradação de polissacarídeos permanece proporcionalmente crescente, o que mostra que de 40 C até 70 C, até o tempo de 50 minutos o processo encontra-se praticamente na fase inicial Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.54-6, 2009.

8 Cinética de deslignificação do caroá (neoglazioviavariegata (arr. cam.) mez.)por 59 ocorrendo a difusão da solução deslignificante na matriz, uma fort e solubilização da hemicelulose e o início da deslignificação, onde se tem prioritariamente a retirada de fragmentos de frações fenólicas C 9 da macromolécula de lignina, ligados aos açúcares solubilizados. Velocidades das reações de deslignificação A cinética de deslignificação durante o processo de polpação das fibras de caroá, em função do tempo de cozimento, é mostrada na Figura 4. ln (Lignina Residual) 2,8 2,6 2,4 2,2 2,0,8, Fase inicial Fase principal 3 - Fase residual Para a deslignificação se observa na temperatura de 40 C apenas uma fase cinética, a fase inicial. Para as isotermas 50 e 60ºC podese identificar as fases iniciais e principais dos processos. Nas isotermas 70 e 80ºC observam-se as três fases da deslignificação inicial, principal e residual, porém para a isoterma 90ºC, a velocidade de deslignificação é tão 2 Tempo (min) Figura 4. Cinética de deslignificação da fibra de Neoglaziovia variegata ln40 ln50 ln60 ln70 ln80 ln90 grande que a etapa inicial foi incorporada pela etapa principal. Os valores das constantes de velocidades do processo de deslignificação são mostrados na Tabela 2. Energia de ativação As constantes de velocidade obtidas para o processo de deslignificação foram usadas para determinar as correspondentes energias de ativação para a etapa inicial, principal e residual do processo estudado. A energia de ativação foi calculada utilizando a equação de Arrhenius. O logaritmo natural da constante de velocidade, quando plotado contra o inverso da temperatura absoluta fornece, por determinação da inclinação da curva, a energia de ativação do processo (Figura 5). Quanto menor o valor da inclinação da reta, menor será a energia de ativação calculada. A Figura 5 representa o gráfico de Arrhenius para a reação de deslignificação da fibra em estudo. Os valores encontrados para a energia de ativação na reação de deslignificação, que corresponde à solubilização da lignina, foram de 79,9, 93,7 e 5,6 kj/mol para a fase inicial, principal e residual, respectivamente. Esses valores de energia de ativação, apresentam-se menores em relação aos valores encontrados por Araujo (2000) nas etapas inicial, principal e residual da madeira de Mimosa hostilis que foi de 05,4, 23,7 e 85,3 kj/mol, e por Araujo (995) para a polpação e deslignificação do Eucalyptus globulus na etapa principal que foi de05, 6 kj/mol e 08,4 kj/ mol. Esses parâmetros encontrados vêm confirmar a indicação da potencialidade do uso in- Tabela 2. Constantes de velocidade do processo de deslignificação etanol/água para a Neoglaziovia variegata. Tratamento linear dos dados experimentais Constante de velocidade de deslignificação T ( C) ki (min ) kp (min ) Kr (min ) Deslignificação (%) 40 0, ,2 7,9 50,23 0,56-3,4 24,0 60 2,44 0,84-6,7 30,2 70 4,84 2,03 0,87 6,8 40,6 80,8 3,05 2,9 8,6 57, 90-9,68 4,04 0,5 66,7 k i = fase inicial; k p = fase principal e k r =fase residual Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.54-6, 2009.

9 60 R. F. Vasconcelos et al. Ln k -4,0-4,5-5,0-5,5-6,0-6,5-7,0-7,5-8,0-8,5 2,0 2,5 2,20 2,25 2,30 2,35 2,40 2,45 T - x (0-3 ) (K - ) Figura 5. Gráfico de Energia de Ativação para a reação de deslignificação da fibra de Neoglaziovia variegata dustrial da espécie caroá como a fonte de materiais ligno-celulósicas tradicionais como é o caso de espécies como o Eucalyptus e Pinus, pois nas três etapas do processo de deslignificação a energia de ativação envolvida para a quebra das ligações da estrutura molecular da lignina apresentou valores menores, indicando uma maior facilidade na quebra das ligações á-o-4 e â-o- 4 e na solubilização dos fragmentos de lignina resultante, possivelmente devido a morfologia da espécie bromeliácea em estudo que é diferente das espécies coníferas ou folhosas comumente empregadas nas indústrias de polpa de celulose. CONCLUSÕES Inicial Principal Residual O processo organossolve etanol-água para a fibra de caroá apresenta um comportamento cinético coerente com os reportados na literatura, relativo às etapas cinéticas (inicial, principal e residual) e valores de energia de ativação, que indicam que a espécie se mostra mais quimicamente susceptível a este processo que fontes atualmente usadas, apresentando um teor de lignina residual industrialmente aceitável, o que a viabiliza para uso industrial, como fonte de polpa celulósica, particularmente se comparado ao eucalipto Os dados cinéticos correspondentes ao teor de lignina e ao processo de deslignificação mostraram que a efetividade da deslignificação ocorre em isotermas maiores que 60 C. Os valores de energia de ativação encontrados para as diferentes fases dos processos de polpação e de deslignificação podem ser comparadas de maneira satisfatória ao valor médio de energia de ativação encontrado para modelos de ligninas, para a quebra das ligações á-o- 4 e â-o-4. As etapas iniciais e residuais do processo não foram seletivos na remoção de lignina na fibra do caroá, na inicial porque houve pouca deslignificação e na residual uma alta taxa de degradação dos polissacarídeos. A faixa de melhor seletividade ocorre na temperatura de 80 C num tempo superior a 00 minutos. REFERÊNCIAS ARAÚJO, Gilmar Trindade ; CURVELO, A. A. S.. Estudo da cinética de deslignificação da Mimosa hostilis por processo organossolve.. In: IV Workshop de Pós-graduação do Instituto de Química de São Carlos-USP de Química Orgânica e Fotoquímica., 996, São Carlos-SP. Anais do IV Workshop de Pós-graduação do Instituto de Química de São Carlos- USP de Química Orgânica e Fotoquímica., 996. p ARAÚJO, Gilmar Trindade; CURVELO, A. A. S.. Organosolv Pulping of Mimosa hostilis Benth. Kinetics of ethanol-water delignification.. In: 9th Inter national Sumposium on Wood and Pulping Chemistry, 996, Montr éal. ISWPC - Poster Presentations. Montreal, Quebec, Canada : Publications Clerk Tecnical Section, CPPA, 997. p ARAÚJO, G.T. Estudo Químico e Físico-Químico da Mimosa hostilisbenth.. Tese de Doutorado. USP/São Carlos. São Carlos, FAO. Ano Internacional das Fibras Naturais. Disponível em: es/index.html. Acesso em: 7 de Set FENGEL, D.; WEGENER, G. Wood: Chemistry, ultrast ructure, reactions. Walter de Gruyter, 2 Ed.USA, p , 989. LOPES, F. F. M. Desempenho e durabilidade de fibras vegetais modificadas superficialmente e submetidas a meios ácido e alcalino. Tese de Doutorado. UFCG/ Campina Grande. Campina Grande, Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.54-6, 2009.

10 Cinética de deslignificação do caroá (neoglazioviavariegata (arr. cam.) mez.)por 6 MARINELLI, A. L.; MONTEIRO, M. R.; AMBRÓSIO, J. D. et al. Desenvolvimento de compósitos poliméricos com fibras vegetais naturais da biodiversidade: uma contribuição para a sustentabilidade amazônica. Polímeros, São Carlos, v. 8, n. 2, Jun RIBEIRO, M.B. Fibrocultura: o Semi-Árido é o paraíso das fibras vegetais. In: RIBEIRO, M.B. (Ed.). A potencialidade do semi-árido brasileiro. Brasília: Revan, p SAMPAIO, E. V. S. B., GAMARRA-ROJAS, C. F. L. G., ARAÚJO, M. S. B. Especificialização do uso da vegetação nativa no semi-árido nordestino. IX Seminário sobre a Viabilização do Semi-Árido. UFPE/ SEBRAE, SILVA, R. et al. Aplicações de fibras lignocelulósicas na química de polímeros e em compósitos. Quím. Nova, São Paulo, v. 32, n. 3, pag. 66, Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.54-6, 2009.

11 Revista Educação Agrícola Superior Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior - ABEAS - v.24, n.2,p.62-66, ANÁLISE DOS RISCOS DE SALINIDADE DO SOLO DO PERÍMETRO IRRIGADO DE FORQUILHA, CEARÁ Epitácio de A. Freire ; Eduardo M. O. Laime ; Navilta V. do Nascimento ; Vera l. A. de Lima 2; Joelma S. dos Santos 3 Alunos de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola. UFCG/CTRN, Campina Grande, PB. epitaciofreire@bol.com.br 2 Eng. Agrícola, Prof a da UFCG/CTRN, Campina Grande, PB. antuneslima@gmail.com 3 Eng. Agrícola, Prof a da UFCG/CDSA, Sumé, PB. joelma_salles@yahoo.com.br RESUMO O Perímetro Irrigado de Forquilha localizado no Vale do Rio Acaraú, no município de Forquilha - CE, com área total de 28 ha, é operado por gravidade que utiliza o método de irrigação por sulco, e vem apresentando problemas de salinização em vários lotes. O presente trabalho teve por objetivo verificar e avaliar os problemas de salinidade no solo através de análises químicas e físico-hídricas do solo em dois lotes do perímetro, que se apresentam em processo de salinização. Os resultados indicaram que há grande quantidade de silte no solo e que a densidade global se eleva com a profundidade no perfil. Por outro lado, os valores da velocidade de infiltração básica (VIB) e Ko sofreram redução nas áreas em que a condutividade elétrica (CE) apresentou maiores valores. PALAVRAS-CHAVE: Manejo de irrigação, condutividade elétrica RISK ANALYSIS OF SOIL SALINITY OF IRRIGATED PERIMETER OF FORQUILHA CITY, CEARÁ ABSTRACT The Forquilha Irrigation district in the Vale do Rio Acaraú located in the municipality of Forquilha - CE, with a total area of 28 ha is operated by gravity using the method of furrow irrigation, has presented problems of salinization in several lots. This study aimed to verify and evaluate the risk of salinity in the soil through chemical and physical-water analysis in two lots of the perimeter, which are in the process of salinization. The results indicated that there are lots of silt in the soil and the bulk density increases with depth in the profile, as well as the values of basic infiltration velocity (VIB), and Ko were reduced in areas where the electrical conductivity (EC) showed higher values. KEYWORDS: Irrigation management, electrical conductivity

12 Análise dos riscos de salinidade do solo do perímetro irrigado de Forquilha, Ceará 63 INTRODUÇÃO O crescimento, em larga escala, da agricultura irrigada nas regiões secas do globo promoveu a substituição de áreas com baixas taxas de evapotranspiração por altas taxas, em uma superfície de, aproximadamente, 0 milhões de hectares. (WICHELNS ET AL., 2002). Os solos salinos, segundo Santos (995), apresentam como características físico hídricas baixa permeabilidade, baixa condutividade hidráulica e instabilidade dos agregados. A salinização dos solos de áreas irrigadas ocorre principalmente, segundo Gheyi et al. (997), ao uso de água de irrigação com alta concentração salina, elevação do lençol freático por causa do manejo inadequado de irrigação, ausência ou deficiência de drenagem, elevação do lençol freático em decorrência da perda de água por infiltração nos canais e reservatórios e/ou acumulação de água de irrigação nas partes mais baixas do terreno. O Perímetro Irrigado de Forquilha - CE, cuja irrigação é por superfície, opera por gravidade, utilizando o sistema de sulcos. Tem área total de 28 ha beneficiando uma área aluvial situada a partir de 300 m à jusante do açude Forquilha, nas margens dos Rios Madeira e Sabonete, que são afluentes do Rio Acaraú, constituídos por solos de textura muito grossa a muito fina. Nos solos de textura leve, apenas em manchas de pouco extensão, a topografia é plana e francamente ondulada. Ao longo dos dois Rios, os solos aluviões são geralmente constituídos de solos médios e pesados. O objetivo deste trabalho foi verificar e avaliar os problemas de salinidade no solo pelo manejo da irrigação através de análises químicas e físico-hídricas do solo em dois lotes do perímetro, que se apresentam em processo de salinização. MATERIAL E MÉTODOS A área do experimento compreende os setores, 2 e 3 do Perímetro Irrigado de Forquilha, a fonte de água para a irrigação provém do açude Forquilha, que possui m 3 de armazenamento de água, que pertence a bacia Hidrográfica Acaraú. Os lotes são divididos em setores e foram escolhidos, aleatoriamente, dois lotes em cada setor para o estudo. Os lotes encontram-se distribuídos da seguinte forma por setor: Setor, lote 30 e 33; Setor 2, lotes 57 e 60; e Setor 3, lotes 80, 83. Cada lote foi dividido em três áreas,, 2, 3. O perímetro utiliza o sistema de irrigação por sulco nas áreas selecionadas. As atividades deram início a partir do reconhecimento de toda área do perímetro, ou seja, toda a extensão do perímetro foi percorrida incluindo-se os locais de captação e distribuição de água. Durante o percurso foram realizadas perguntas com alguns irrigantes e técnicos do perímetro a partir das quais pode se levantar os principais problemas físicos e químicos e em quais áreas do perímetro tais problemas eram evidenciados com maior ênfase. De acordo com as informações obtidas, foram selecionados para estudo dois lotes, 80 e 83, os quais foram subdivididos em área A, onde as plantas desenvolvem-se normalmente e crostas de sais não são visualizadas na superfície do solo, e área B onde as plantas não se desenvolvem e é possível a visualização de crostas de sais na superfície do solo. Nos lotes selecionados foram coletadas amostras de solo deformadas e indeformadas, nas profundidades de 0-20cm, 20-40cm e 40-60cm, as quais foram devidamente acondicionadas, identificadas e encaminhadas ao laboratório de Água e Solo da Faculdade Tecnológica do Ceará/FATEC, em Sobral, para análise química, determinação da condutividade elétrica, análise granulométrica e determinação da densidade global. Os testes de infiltração foram realizados através do método de infiltrômetro de anel com auxílio de sistema de bóias para controle do nível de água nos anéis, conforme metodologia proposta por Klar (99). Já a condutividade hidráulica foi determinada através do permeâmetro de Guelph, conforme metodologia descrita por Fuke & Bernardes (200). RESULTADOS E DISCUSSÃO A variação textural observada onde os teores de silte diminuem com a profundidade (Ta- Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.62-66, 2009.

13 64 E. de A. Freire et al. Tabela. Resultados da análise granulométrica, classe textural, e densidade global dos lotes do Perímetro Irrigado de Forquilha Lotes 80A 80B 83A 83B Profundidade (m) 0,0 0,20 0,20 0,40 0,40 0,60 0,0 0,20 0,20 0,40 0,40 0,60 0,0 0,20 0,20 0,40 0,40 0,60 0,0 0,20 0,20 0,40 0,40 0,60 FA franco arenoso e F franco Análise granulométrica(%) Areia Silte Argila 47,2 33,3 9,5 39,2 42,0 8,8 36,5 48,7 4,8 3,5 35, 33,4 28,6 40,6 30,8 25,5 46, 28,4 36,5 46,0 7,5 44,9 42,4 6,8 43,2 38,0 8,8 38,5 48,0 3,5 35,2 46,0 8,8 39,2 38,0 22,8 Classe Textural F F F FA FA FA F F F F F F Densidade Global (kg/dm 3 ),577,62,622,584,620,73,645,672,72,669,692,746 bela ) deve-se provavelmente ao fato de ter ocorrido deposição de materiais de origens diversas com vários estágios de intemperismo. Comparando-se as áreas A e B do lote 80, nota-se que os teores de areia e argila diminuem de acordo com a profundidade enquanto o de silte aumenta, ocorrendo o oposto nas áreas A e B do lote 83, Nas profundidades de cm a areia e argila não acompanham a translocação granulométrica, talvez indicando uma camada de impedimento ocasionada por mecanização. Nas áreas 83 A e B os valores de Areia e Argila possuem comportamento diferente do citado acima. Na área 80B, a predominância de argila ocorreu em todas as profundidades, no entanto na área 83A houve predominância de areia nos horizontes mais profundos (20-40 cm e 40-60cm). Com exceção da área 80B, cuja classe textural foi franco argilosa, as outras áreas foram classificadas como franco. A variação textural observada indica também que podem ocorrer diferenças na retenção de água no solo nas diferentes profundidades estudadas, principalmente devido ao elevado percentual de silte que também pode concorrer para a compactação da superfície e sub-superfície do solo (CARVALHO & FIGUEREDO, 999). Os resultados de densidade global (Tabela ) indicam que há uma tendência nítida da elevação desta com a profundidade em todos os lotes. Conforme sugere BRADY (989), isso ocorre provavelmente em decorrência da compacidade ocasionada pelo peso das camadas sobrejacentes ou ainda, pela diminuição do teor de argila. Contudo, os valores encontrados quando analisados isoladamente, não permitem inferir que o aumento da densidade global seja decorrente da formação de uma camada mais densa nas maiores profundidades provenientes da lixiviação de material desagregado por sais, como sugere MOREIRA & SILVA (987). Os resultados da condutividade elétrica (CE) e porcentagem de sódio trocável (PST) são apresentados na Tabela 2. As áreas 80 a e Lote 80A 80B 83A 83B Tabela 2. Resultados da condutividade elétrica (CE), porcentagem de sódio trocável (PST) e classificação nos lotes do Perímetro Irrigado de Forquilha Profundidade (m) 0,0 0,20 0,20 0,40 0,40 0,60 0,0 0,20 0,20 0,40 0,40 0,60 0,0 0,20 0,20 0,40 0,40 0,60 0,0 0,20 0,20 0,40 0,40 0,60 CE (ds/m) PST (%) Classificação 2,7 2,3 2,0 8, 7,2 8, 2,0 2,2,5 8,6 4,6 2,9 0,9 9,54 9,78 45,02 48,42 47,9 9,20 9,40 9,37 60,9 50,9 46,9 normal normal normal salino sódico salino sódico salino sódico normal normal normal salino sódico salino sódico salino sódico Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.62-66, 2009.

14 Análise dos riscos de salinidade do solo do perímetro irrigado de Forquilha, Ceará a apresentam valores de CE inferiores a quatro, valores de PST inferiores a quinze, conferindo-lhes a classificação como normal. Já as áreas 80B e 83B apresentam valores de CE superiores a quatro e PST maior que quinze, indicando serem salino-sódicos, conforme classificação proposta por RICHARDS (954). Podemos observar na Tabela 2 que os níveis de PST nos lotes 80 a e 83 a estão bem abaixo dos demais lotes, ocasionando problemas de infiltração. Um valor de PST = 5 pode ser prejudicial às propriedades físicas do solo quando água de boa qualidade for usada (água de chuvas, por exemplo). Sendo o efeito adverso do sódio trocável mais pronunciado com aumento do conteúdo de argila do tipo expansivo e a diminuição da concentração da solução do solo, uma PST = 0 pode ser tomada como limite para solos argilosos de baixa salinidade (CE=4) enquanto para solos moderadamente salinos (CE entre 6 e 8) uma PST = 5 pode ser tolerada (Molen & Van Horn, 978). Os valores apresentados na Tabela 3 quando comparados com os valores de CE apresentados na Tabela 2, indicam que nos lotes 80A e 83A os valores da VIB e Ko foram mais elevados do que nos lotes 80B e 83B, tal fato pode estar associado aos baixos valores de CE encontrados nos lotes 80A e 83A e aos maiores valores encontrados nos lotes 80B e 83B, onde é possível a visualização de crostas de sais na superfície do solo, demonstrando que nestes últimos a salinização está o movimento da água no solo. Na tabela 3 nota-se que no lote 80, a VIB na área A estabilizou após 5 horas do início do Tabela 3. Valores da condutividade hidráulica (Ko), velocidade de infiltração básica (VIB), equação da velocidade de infiltração, infiltração acumulada e estabilização da infiltração em lotes do Perímetro Irrigado de Forquilha LOTES 80A 80B 83A 83B K0 ( m/dia) 0,0079 0,0033 0,3 0,039 VIB (mm/h) 40,5 5,0 22,0 9,0 Equação da VI VI= 89,8t -0,594 VI= 7,28t -0,594 VI= 35,024t -0,594 VI= 7,049t -0,594 Infiltração (mm) Estabilização (h teste em 40,5 mm/h com acúmulo de água de 37 mm. Já na área B a VIB estabilizou após 3 horas do início do teste em 5 mm/h, acumulando um volume de água de 20 mm. A VIB no lote 83A atingiu a estabilidade aproximadamente 3 horas após o início do teste em 22 mm/h com acúmulo de água de 99 mm. No lote 83B a VIB foi de 9 mm/h e a infiltração acumulada de 42 mm, após 2 horas do início do teste. CONCLUSÃO De acordo com a avaliação de campo e laboratorial é possível ratificar que as características densidade global, condutividade elétrica (CE), percentagem de sódio trocável (Pst), condutividade hidráulica (Ko) e velocidade de infiltração básica são afetadas pela salinidade dos solos. REFERÊNCIAS BRADY, N. C. Natureza e propriedade dos solos. 7 ed. Rio de Janeiro : Freitas Bastos, 989. CARVALHO, E. J., FIGUEREDO, M. de S. Comportamento físico-hídrico de um Podzólico Vermelho amarelo câmbico fase terraço sob diferentes sistemas de manejo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília. v. 34, n. 2, p , fev FUKUE, A. J., BERNARDES, G. P. Influência do tipo de ensaio na determinação da taxa de infiltração no campo. In: IV SIMPÓSIO BRA- SILEIRO DE SOLOS NÃO SATURADOS. Anais...,Porto Alegre, 200. GHEYI, H. R., QUEIROZ, J. E., MEDEIROS, J. F. Manejo e controle da salinidade na agricultura irrigada. Paraíba : UFPB, 997. KLAR, A. E. Irrigação - freqüência e quantidade de aplicação. São Paulo : Nobel, 99. MOLEN, W. H. van der & VAN HORN, J. W. The salt balance and leaching requirement of irrigated soils. In: Drainage principies and applications I. L. R. I. Wageningen, 978. MOREIRA, J. A. A., SILVA, C. J. C. G. da. Características de retenção de água de um solo Podzólico Ver melho-amarelo de Goiana, Per nambuco. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília. v. 22, n. 4, p. 4-48, abr RICHARDS, L. A. Diagnostico y reabilitacion de suelos salinos y sódicos. México : Limusa, 954. Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.62-66, 2009.

15 66 E. de A. Freire et al. SANTOS, R. V. Correção de um solo salinosódico e absorção de nutrientes pelo feijoeiro Vigna (Vigna unguiculata L. Walp). Piracicaba, 995. (Tese de Doutorado) - ESALQ. WICHELNS, D., et al. Evaluating the impact of irrigation and drainage policies on agricultural sustainability. Irrigation and Drainage Systems, v.6, p.-4, Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.62-66, 2009.

16 Revista Educação Agrícola Superior Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior - ABEAS - v.24, n.2,p.67-77, APLICAÇÃO DO BAMBU NAS CONSTRUÇÕES RURAIS Jacob S. Pereira Neto ; Alexandre J. S. Miná 2 ; Dermeval A. Furtado 3 ; Jose W. B. Nascimento 3 ¹Mestrando em Construções Rurais e Ambiência. DEAg/UFCG, Av. Aprígio Veloso 882, Bodocongó, CEP , Campina Grande, PB. jacob_spn@yahoo.com ²Prof. Dr. Dep. de Gestão e Tec. Agroindustriais, Univ. Fed. da Paraíba, Campus III, Bananeiras PB. ³Professores Doutores da Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Campina Grande, Campus I, Campina Grande PB. RESUMO O objetivo do trabalho foi informar as possibilidades das aplicações das espécies de Bambu nas construções e instalações rurais. A metodologia adotada no trabalho consistiu em uma pesquisa bibliográfica em artigos científicos, livros e na internet sobre o Bambu e sua aplicação nas construções rurais. Os resultados demonstraram que ainda é pouco utilizado nas construções rurais e que existe um crescimento nas pesquisas sobre o Bambu relacionado ao meio rural. Apesar disto o Bambu possui inúmeras utilidades que pode ser empregada nas construções e instalações rurais como; uso em tubos para irrigação, estruturas para galpão e casa de vegetação, cercas, telhados, pequenas instalações para aves caipiras, piso para apriscos, estruturas para estábulos, cocho para os animais, porteira e pequenas moradias rurais. Com isso conclui-se que se deve incentivar estudos sobre o Bambu na área de Engenharia Agrícola e Florestal para promover novos conhecimentos sobre a planta aplicada em estruturas rurais. PALAVRAS-CHAVE: bioestruturas, desenvolvimento rural, engenharia agrícola APPLICATION OF BAMBOO IN RURAL CONSTRUCTIONS ABSTRACT The goal of the work was to inform the possibilities of applications of bamboo species in constructions and installations rurais. The methodology adopted at work consisted of a bibliographic search in scientific articles, books and on the internet about bamboo and its application in rural constructions. The results showed that there is still little used in rural constructions and that there is a growth in research on bamboo related to rural areas. Despite this bamboo has many utilities that can be employed in construction and rural installations; use in pipes for irrigation, structures to shed and greenhouse, fences, roofs, small installations for birds bumpkins, floor apriscos, structures for stables, cocho for animals, gate and small rural dwellings. With this it is concluded that should encourage studies on bamboo in the area of agricultural and Forestry Engineering to promote new knowledge about plant applied in rurais structures. KEYWORDS: bioestruturas, rural development, agricultural engineering

17 68 J. S. Pereira Neto et al. INTRODUÇÃO Os bambus são plantas herbáceas e lenhosas, pertencentes à família das Gramineae ou Poaceae, com mais de.250 espécies classificadas e distribuídas em cerca de 90 gêneros distintos. Desenvolvem-se em regiões com clima tropical e subtropical com temperatura moderada, adaptando-se tanto ao nível do mar quanto em altitudes próximas de quatro mil metros (LÓPEZ, 974). É um material leve, versátil, com adequadas características físicas e mecânicas. O bambu gigante (Dendrocalamus giganteus), por exemplo, é uma espécie entouceirante, com altura das hastes atingindo até 40 metros, comprimento dos internós de 40 a 50 cm, diâmetro dos colmos entre 0 e 25 centímetros e espessura da parede espessa variando de a 3 centímetros (PEREIRA; BERALDO, 2007). Nesse contexto, o bambu, material que apresenta boas características físico-mecânicas, baixo custo, facilidade de obtenção e trabalhabilidade, vem sendo utilizado, como material de construção em países asiáticos, e em alguns da América Latina, substituindo com eficiência algumas espécies de madeira em construções diversas (FREIRE; BERALDO, 2003; PAES et al, 2009). Essa planta esta sendo bastante apreciada por estudiosos do mundo todo e de diversas áreas do conhecimento, como alternativa na aplicação de estruturas nas construções e confecções de materiais, substituindo materiais convencionais que causa, na sua maioria, resíduos difíceis de ser decomposto pelo meio ambiente. Na extensa lista de usos reconhecidos dos bambus constam desde os mais comuns até os mais sofisticados ou de ponta. Ainda que possa ser reconhecida como uma planta de grande utilidade, o bambu sofre preconceito, por muitos considerarem como um material de segunda categoria. Em geral, no meio rural grande parte das construções possui características simples, quando falamos em tipologia de construções tanto para moradia como para criação de alguns animais, essas construções na grande maioria denominada de abrigos, devem exercer aspectos construtivos como; estruturas resistentes, bem estar, sanidade e viabilidade economia nas construções e instalações rurais. Grande parte do uso mais comum do bambú no Brasil decorre de tradição do meio rural, onde são empregados em cercas e em pequenas construções, como galinheiros, currais, pequenos abrigos rústicos, taperas, gaiolas etc. Este é um uso que se caracteriza como padrão para a população rural em relação aos bambus, por sua enorme disponibilidade e que resulta ser mais casual do que estratégico. Essa aparente falta de visão estratégica do homem do campo brasileiro em relação ao bambu fez vem à tona o interesse de investigar as principais aplicações do bambú nas construções rurais. Casualmente, o homem do campo brasileiro realiza obras utilizando bambus, mas não de forma sistematizada. Dentre as formas mais tradicionais de uso do bambu, a fabricação de varas de pesca, sem dúvida, é a mais antiga. O objetivo do presente trabalho é investigar e informar as possibilidades das possíveis aplicações das espécies de Bambú nas construções e instalações rurais, visando o desenvolvimento de tecnologias rurais alternativas para que o homem do campo trabalhe de forma mais sustentável. METODOLOGIA A metodologia adotada no trabalho foi de caráter investigativo, procurando informações sobre os principais aspectos físicos mecânico do bambu, sua aplicação na engenharia e na arquitetura, produtos gerados com a planta, os pesquisadores envolvidos no processo de construção do conhecimento sobre o bambú e as possibilidades do uso nas construções rurais. Foram realizadas pesquisas bibliográficas em sites relacionados à bioestruturas e estruturas de bambu, em periódicos nacionais e internacionais sobre as principais pesquisas realizadas com a planta, em livros de autores reconhecidos nacionalmente e internacionalmente, com o intuito de saber como esta a abordagem e aplicação do bambu no Brasil e no mundo. Iniciou-se a pesquisa no dia 30/06/200 e finalizou-se em 7/09/200. No começo foi fei- Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.67-77, 2009.

18 Aplicação do bambu nas construções rurais 69 ta uma pesquisa pela internet vasculhando sites relacionados ao bambú, artigos publicados na integra e imagens que retratasse a aplicações do bambú nas construções e instalações rurais. Logo após foram visitadas as bibliotecas da Universidade Federal de Campina Grande dos campi de Campina Grande e de Patos e as bibliotecas da Universidade Federal da Paraíba dos campi de Areia e Bananeiras, procurando arsenal de livros voltados para o bambú e suas aplicações no meio rural, o motivo de procurar livros nas bibliotecas desses campi e que na UFCG são inseridos os cursos de Engenharia Florestal e Engenharia Agrícola e nos campi da UFPB os cursos de Agronomia e Ciências Agrárias. Com todas as informação adquiridas foi feita uma avaliação das informações encontradas para poder expor no artigo de forma sistemática, onde todos que possam ler compreendam como o bambú poderá ajuda na elaboração de algumas edificações no meio rural. RESULTADOS E DISCUSSÕES Com relação aos possíveis usos do bambu, a planta possui aspectos bastante admiráveis na sua aplicação, que justificariam plenamente a atenção do setor produtivo em muitos países. Uma listagem de 903, publicada no Japão, apresentou.048 artigos de uso prático na época utilizando bambu (LIESE, 985). Hoje, apesar de se ignorar o número total de exemplos significativos de utilização do material, constata-se grande desempenho de aplicação, quer seja tradicional ou de potencial de uso industrial. A cada um deles, entretanto, pode ser referenciado um modo de produção específico, com características singulares. A seguir mostramse as principais utilidades do bambu em diversas áreas de aplicação reconhecidas no planeta e algumas espécies que são usadas em cada aplicação: Indústria de álcool - aproveita os cortes de talos de todas as idades e no Brasil, a Bambusa vulgaris é a mais utilizada; Indústria alimentícia - utilizando o broto de algumas espécies mais recomendadas, como a Phillostachys edulis; Indústria de celulose - na fabricação de papel, a grande maioria das espécies é utilizada. Construção civil - construção de casas, de grande importância na solução de problemas de moradia que, do tradicional uso rural até aos projetos de desenvolvimento social, o bambu pode ser aplicado na execução de elementos construtivos, tais como painéis de fechamento, tetos, forros, esquadrias, telhados, fabricação de compensados ou aglomerados e construções de pontes. Espécies utilizadas por ordem de preferência, a Bambusa guadua, Dendrocalamus giganteus, Bambusa tuldoides e Bambusa vulgaris; Conservação de ecossistemas utilizado como quebra-ventos, ajudando no aumento de água de nascentes, pela capacidade de retenção das raízes ou rizomas de todas as espécies e o combate à erosão, com o plantio em encostas de espécies de grande crescimento; Artesanato fabricação de cestos, esteiras, varas de pesca, pipas, bijuterias e objetos decorativos como trabalho artesanal em que o beneficiamento do material é executado. Utilizado também na fabricação de instrumentos musicais (flautas, componentes de instrumentos), utilizando o diâmetro pleno das hastes através do manuseio de espécies disponíveis, como a Bambusa tuldoides, Phyllostachys e Bambusa vulgaris; Movelaria fabricação de móveis (sofás, cadeiras, mesas, estantes etc), de hastes de vários diâmetros e com inúmeras operações de beneficiamento que incluem a dobradura a fogo, de espécies como a Bambusa tuldoides, B. vulgaris, Dendrocalamus giganteus; Irrigação e Drenagem utilizado na drenagem de terrenos, com a construção bastante simplificada de sistemas de redes de distribuição de água de grande durabilidade e de fácil manutenção. Na irrigação pode ser utilizado na construção de redes de irrigação, suportando pressão d água de grande intensidade, através do uso como encanamento para os mais diversos fins, com o uso das hastes das espécies disponíveis; Embarcações - feitas em feixes de hastes, utilizando a capacidade de sustentação na Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.67-77, 2009.

19 70 J. S. Pereira Neto et al. água, dada pelos vazios em todas as espécies, principalmente as de grandes dimensões; Medicinal - utilizada como febrífugo, anti-hemorrágico, calmante e para problemas digestivos, pelo uso do broto em sucos e em pedaços cozidos de Bambusa vulgaris; Ornamentação e paisagismo - pelo uso de espécies cuja touceira apresenta qualidades estéticas apreciadas, como Thyrsostachys siamensis, Phyllostachys nigra e Bambusa gracilis dentre outras; Todas essas utilizações do bambu se da pelas inúmeras características botânicas que as diversas espécies da planta oferecem como vantagens para o seu uso, como: Rápido Crescimento A velocidade de propagação de uma plantação de bambu, depois de estabelecida, é muito grande. O tempo de estabelecimento de uma plantação varia de cinco a sete anos, e o amadurecimento de um bambu acontece em três a quatro anos, mais rápido que a mais rápida árvore. A partir do terceiro ou quarto ano já se pode coletar colmos e brotos. A média de produção de biomassa num bambual é de 0 toneladas por hectare por ano. O bambu pode substituir a madeira em diversas aplicações, e com isso diminuir o impacto ambiental através da desflorestação. Facilidade de Estabelecimento, Manutenção e Colheita O bambu não exige técnicas complexas para o seu estabelecimento como plantação. A manutenção é feita através de irrigação, e não é necessária a aplicação de produt os agrotóxicos. A colheita fortalece o bambual e é feita com instrumentos manuais. O transporte é facilitado pelo seu peso leve em comparação às madeiras. Utilidades Adaptáveis O bambu pode ser utilizado como substituto agronômico em áreas marginais, para aperfeiçoar produções que recebem mais atenção do mercado externo, como o café. Seus variados potenciais industriais tornam o bambu um produto dinâmico, que pode ser alocado para um uso adequado ao momento. Pode ser usado como combustível, papel, material de construção, alimento, etc. Fins Ecológicos O bambu é um material responsável ecologicamente, pois sozinho ajuda na renovação do ar e substitui a madeira em diversos aspectos. Inserção Cultural O bambu já é um material muito explorado na Ásia, movimentando uma economia de sete bilhões de dólares americanos por ano. Cerca de um bilhão de pessoas moram em casas de bambu no mundo. Culturas utilizam o bambu em muitos aspectos da vida, música, cerimônias, alimentação, etc. O bambu é encarado como uma forma de desenvolvimento econômico por muitos países. No Nepal e nas Filipinas existem grandes projetos de reflorestamento de bambu, para estimular a economia local e produzir papel, comida e habitações. A China e a Índia têm grandes plantações há muitos séculos e continuam a reflorestar. O Havaí está tentando desenvolver um projeto de florestamento de bambu para empregar uma população desempregada com a decadência da economia do açúcar. A Colômbia, O Equador e a Costa Rica desenvolvem projetos nacionais de bambu, com reflorestamento e desenvolvimento de uma cultura de habitações populares de bambu, para substituir o uso da madeira. UTILIZAÇÃO DO BAMBU EM OBRAS DE ENGENHARIA E ARQUITETURA Tratamento do Bambu para Aplicação em Estruturas Através das pesquisas feitas para elaboração do trabalho identifica-se que o fator principal para se obter colmos resistentes de bambu é a forma e hora da colheita. A época do ano que o bambu guarda uma maior parte de suas reservas nas raízes (rizomas) é o inverno, o momento antes do aparecimento dos novos brotos. Colhendo nesta hora obtemos um bambu com menos açúcar, que é o alimento dos insetos e fungos que se alimentam do bambu, e estes aparecem menos no inverno. No Brasil e no Hemisfé- Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.67-77, 2009.

20 Aplicação do bambu nas construções rurais 7 rio Sul esta época acontece no meio do ano. Após este período começa a geração de novos brotos. Outra atenção especial a ser tomada é a idade do bambu. Para fins de construção devem-se usar os bambus maduros, mas não podres, com cerca de 3 a 4 anos, quando atingiram sua resistência ideal. Estando na época certa do ano deve-se escolher a fase adequada da lua, esta sendo a lua minguante. A razão científica para este fato ainda está sendo investigada, mas é corroborado pela cultura popular e pela experiência. Dentro da fase adequada da lua, escolhemse as horas antes do amanhecer como as ideais. Após o corte aconselha-se deixar o bambu em pé no local de colheita, ainda apoiado nos vizinhos, por cerca de 2 a 3 semanas. Neste tempo ele secará, mas ainda nos estados de temperatura, pressão e umidade em que sempre viveu. Secagem O colmo cortado ainda estará úmido por dentro, e, desejando utilizar-se o bambu para fins de construção de objetos ou estruturas devese secá-lo para obter resistência e durabilidade. Pode-se apoiar o bambu, ainda com as folhas, em um aposento arejado com chão e parede livres de umidade, sob proteção da chuva e do sol, e, dependendo da espécie e das condições climáticas, deixar a seiva escorrer e evaporar de duas a oito semanas. Outra forma de secagem com fogo é a utilização de uma fonte pontual de calor como o maçarico. Neste processo é importante utilizar fogo baixo, e obtém-se alta resistência e brilho. Porém é um método mais demorado e trabalhoso, por ser feito um a um. Podese também defumar o bambu, introduzindoo num compartimento com pouca saída de ar que tenha fogo e fumaça sob os colmos de bambu. As estufas são um meio muito eficaz de secar o bambu. Na Colômbia existem estufas verticais de muitos metros de altura, onde o bambu é colocado em pé. Geralmente as estufas são horizontais. As estufas devem coletar o calor dos raios do sol durante o dia, sem incidir diretamente sobre os bambus e sem causar calor excessivo, e manter seu interior quente durante a noite. Fervura e Cocção Um modo muito utilizado para tratamento de bambu é ferver o bambu em água. Aconselham-se períodos de 5 a 60 minutos para cada grupo. Os fornecedores de bambu da região serrana do Rio de Janeiro costumam passar um pano molhado de óleo diesel no bambu antes de ferver. A soda cáustica é outra forma recomendada de tratamento, e deve-se misturar à água na proporção de 0 (água) para (soda cáustica), mantendo o tempo de cocção de aproximadamente 5 minutos. Tratamento Químico O ácido bórico é o elemento mais utilizado no tratamento químico de bambu. Pode-se utilizar um produto pronto (como o BORAX) ou preparar uma solução, como a sugerida por Johan Van Lengen. Tabela. Concentração dos produtos químicos sugerido no Manual do arquiteto descalço pg Johan Van Lengen - Tibá Substância Kg sulfato de cobre ácido bórico 3 cloreto de zinco 5 dicromato de sódio 6 Para banhar os troncos na solução podese construir uma banheira com barris de ferro cortados ao meio e soldados, como na sugestão de Johan Van Lengen. Esta banheira pode ser adaptada para cozinhar os bambus, se afastada do chão para queimar lenha. Boucherie Um modo de tratar quimicamente o bambu é fazer passar, sob pressão, a solução química através dos colmos e fibras do bambu. Usa-se uma bomba de ar comprimido para dar pressão, e mangueiras adaptadas nas extremidades do bambu. É importante salientar que o uso indevido dessas substâncias químicas muito tóxicas pode Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.67-77, 2009.

21 72 J. S. Pereira Neto et al. ocasionar a intoxicação grave e até a morte do operador, além de contaminar o solo ou a água no local de despejo. Correntes ecológicas afirmam que os tratamentos naturais agridem menos o meio ambiente, portanto sendo mais ecologicamente responsáveis. Água O bambu pode ser tratado apenas pela permanência em água parada (piscina ou tanque) por algumas semanas, porém precisará passar por um processo de secagem demorado após o banho. Pode-se banhar também em água corrente (riachos). Aplicação do Bambu na Arquitetura e Engenharia Na Ásia temos os exemplos vivos mais antigos da arquitetura com bambu, em templos japoneses, chineses e indianos. O Taj Mahal teve sua abóboda estruturada por metal recentemente, quando substituíram a estrutura milenar de bambu. A construção de pontes de bambu na China é algo bem interessante, com vãos enormes e tensionados com cordas de bambu. Na África também se encontram muitas habitações populares construídas com bambu. Sítios arqueológicos no Equador mostram que o bambu é utilizado há cerca de 5000 anos na América do Sul, primeiramente pelos indígenas. O potencial socializador do bambu está cada vez mais sendo percebido como de importância vital no desenvolvimento de países pobres. Existem recentes programas de habitação que utilizam bambu nos países do Equador, Colômbia e Costa Rica. Esses programas são o resultado do esforço de arquitetos e engenheiros latino-americanos como Oscar Hidalgo Lopez, Simon Velez e Ana Cecilia Chaves, cujo trabalho é internacionalmente reconhecido. A facilidade de integração entre plantio corte transporte, manuseio e resistência levam este material a ser cogitado como a madeira do século 2. O bambu serve para muitas utilidades na construção. É usado na estruturação como coluna, viga e lastro entre outros. Serve como telha, forro e maçaneta. É adequado para determinados encanamentos de água. Figura. Telhas de bambu Fonte: W. Liese, 985 As casas construídas de bambu são resistentes a terremotos, como constatados nos terremotos da Colômbia. Nesta ocorrência a maioria das casas de concreto caiu, matando um número de pessoas. As de bambu resistiram. Figura 2. Habitações populares de bambu na Colômbia Fonte: Suas características estruturais tornam o bambu um material de excelente qualidade. Arquitetos e engenheiros de todo o mundo o utilizam para realizar criações únicas e modernas, com aspectos graciosos. Oscar Hidalgo Lopes da Colômbia escreveu verdadeiros tratados sobre as técnicas empregadas na construção com bambu. Inclusive já participou do primeiro seminário Regional sobre a Utilização do Bambu. Simon Velez, também colombiano, é responsá- Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.67-77, 2009.

22 Aplicação do bambu nas construções rurais 73 vel pela criação de muitas casas de fazenda e galpões, além do pavilhão da Colômbia na exposição do ano 2000 em Hannover. No Brasil o bambu começa a ser levado a sério pelos engenheiros e arquitetos. Apesar do trabalho sério de alguns arquitetos, como Cláudio Bernardes do Rio de Janeiro, o bambu ainda é reconhecido como madeira dos pobres. Lentamente o esforço de pesquisadores, engenheiros e arquitetos vão derrubando essa idéia retrógrada. O Professor Antônio de Barros Salgado, do Instituto Agronômico de Campinas, tem alguma experiência na construção com bambu, já tendo realizado uma casa com base de contravento no Estado de São Paulo. POSSIBILIDADES DA APLICAÇÃO DO BAMBU NAS CONSTRUÇÕES RURAIS Pela gama de informação fornecida ao decorrer do presente artigo sobre a temática do Bambu pode-se avaliar o grau de importância dessa planta nas diversas áreas de aplicação, não deixando despercebido as varias possibilidades do aproveitamento do Bambu no desenvolvimento rural de forma mais sustentável. Logo a seguir serão apresentadas algumas destas possibilidades do uso do bambu nas construções rurais. Irrigação Para a transformação de um colmo de bambu em um tubo que possa conduzir água, são necessários alguns passos descritos a seguir. Remoção e limpeza interna dos nós Uma ferramenta deve ser construída para a remoção e limpeza interna dos nós, a qual deve ser composta por um pedaço de cano de ferro com cerca de 30 cm de comprimento, tendo as suas extremidades recortadas e afiadas, o qual deve ser posteriormente soldado a outro cano de menor diâmetro e com cerca de 2 metros de comprimento para servir como cabo da ferramenta. O diâmetro da ferramenta deve ser inferior ao menor diâmetro dos colmos colhidos, garantindo assim a limpeza de todos os colmos. A limpeza e o acabamento dos nós são feitos pelo vai e vem da ferramenta que é introduzida e operada manualmente dentro dos colmos. Esta operação de limpeza e acabamento interno do colmo é fácil de executar e como é feita manualmente deve ser feita de modo a retirar o máximo possível dos diafragmas internos e assim garantir um bom funcionamento hidráulico do tubo de bambu quanto à perda de carga. Instalação dos aspersores A instalação dos aspersores nas tubulações de bambu é feita pela seqüência dos seguintes passos: Furar os tubos, fazer as roscas, fixar os adaptadores e as hastes de subida. Os furos nas tubulações são feitos com o uso de uma serra tipo copo de /2" (polegadas) de diâmetro, que é acoplada e acionada por uma furadeira manual. As roscas nos furos são feitas através de um adaptador de ferro de /2" para " que deve ser girado através de um grifo, executando as roscas internamente nos furos. A seguir, são instalados adaptadores semelhantes de ferro ou plástico (PVC) nestes furos, permitindo a instalação das hastes de subida de " com os aspersores. Tampão final O tampão final é feito simplesmente deixando-se sem limpar os dois últimos nós da extremidade dos tubos de bambu que forem destinados para este fim. Uniões Existem várias maneiras de se fazer a união entre os tubos de bambu, podendo-se utilizar desde materiais simples e baratos como a borracha de câmara de ar de pneu de carro ou caminhão, ou até se adaptar um pedaço de PVC como uma luva, caso se queira trabalhar com pressões mais elevadas. Uniões com luvas de borracha São feitas utilizando-se câmaras de ar de pneu de automóvel ou caminhão, com cerca de 50 cm de comprimento, que devem ser utilizadas como luvas para unir 2 tubos de bambu de diâmetros iguais ou diferentes. A seguir, esta união deve ser cuidadosamente amarrada com tiras do mesmo material as quais devem ser cortadas com cerca de 5 a 0 cm de largura, aproximadamen- Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.67-77, 2009.

23 74 J. S. Pereira Neto et al. te 2 metros de comprimento e amarradas firmemente superpondo-se cerca de 8 camadas destas tiras. Temos observado que estas uniões de borracha não se deterioram quando enterradas no solo, já tendo atingido 5 anos de funcionamento. Quanto à pressão de trabalho, recomendase seu uso para pressões máximas da ordem de 2,5 atm (25 mca). Esta união apresenta um custo extremamente baixo, já que a borracha de pneu usado é praticamente jogada fora pelos borracheiros, é fácil de manusear no campo e também muito fácil de ser trocada caso ocorra algum problema de manutenção. Uniões com luvas de bambu Devem ser feitas para tubos de diâmetros semelhantes, que são unidos internamente ou externamente por pedaços de bambu de diâmetros menores ou maiores e com cerca de 0 cm de comprimento, devendo tal luva de bambu, encostar-se ao primeiro nó de cada colmo unido. A vedação deve ser feita como no caso anterior. A desvantagem neste caso é que se trata de uma união rígida e, portanto sujeita a trincar ou rachar durante o manuseio. União com encaixe direto Pode ser usada para unir tubos de diâmetros diferentes pelo encaixe de um tubo dentro do outro. A vedação deve ser feita como nos casos anteriores. A desvantagem desta união é a maior perda de carga que vai provocar no escoamento. União com luva de PVC Deve ser utilizado quanto se pretende trabalhar com pressões superiores as indicadas para os casos anteriores, é seguramente melhor que as anteriores, porém, vai implicar também em alguma elevação de custos. Construções de galpões Outra aplicação que o Bambu poderá nos servir no meio rural é a construções de galpões que pode ter diversas utilidades, como; alojar animais, proteção para maquinários e equipamentos agrícolas e armazenar grãos e forragem. Na construção de um galpão pode-se ser feito desde modelo simples no processo construtivo aos mais complexos. O importante é que toda estrutura seja feita com todos os cuidados que se tem para qualquer construção. Figura 3. Galpão construído com estrutura de Bambu e conexões metálicas Fonte: Casa de Vegetação e Viveiro Uma das grandes possibilidades da aplicação do Bambu nas construções rurais é na utilização de estruturas para Casa de Vegetação ou Viveiros. Acredita-se que seja uma das mais promissoras aplicações, pois o alto custo na aquisição de estufas convencionais dificulta o acesso ao homem do campo a essa tecnologia. O importante papel da Casa de Vegetação em uma propriedade está na implantação de cultivos protegidos e na produção de mudas para interesse econômico (venda) e ambiental (reflorestamento). Essa bioconstrução pode ajudar ao homem Figura 4. Estufa Ecológica desenvolvida pelo CPRA Fonte: Centro Paranaense de Referencia em Agroecologia Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.67-77, 2009.

24 Aplicação do bambu nas construções rurais 75 do campo a produzir mudas de qualidade e como conseqüência ajudar na retomar de ambientes ecológicos em suas propriedades rurais. Figura 5. Viveiros para produção de mudas Fonte: Cercas A mais comum das aplicações do Bambu nas construções e instalações rurais está na construção de cercas. O Bambu possui diversas formas na elaboração desse tipo de construção. Podem-se construir na forma de quadriculas, losângulos, fileiras, etc. Outras possíveis utilidades do Bambu nas construções rurais Algumas construções e instalações rurais podem ser desenvolvidas no meio rural a baixo custo com a utilização do bambú. São elas; Instalações para galinhas caipiras galinhas criadas em sistemas rústicos, são manejadas com o mínimo de instalações na propriedade rural, a utilização do bambú nas construções de instalações bem elaboradas, podem melhorar esse tipo de produção de aves, podendo aumentar sua produtividade pela eficiência no manejo e pelo mínimo de conforto oferecido para as aves. Piso para apriscos de cabriteiros na caprinocultura é muito comum a utilização da madeira nos apriscos nas instalações para cabritos, sabendo escolher a espécie adequada de bambú e a maneira que possa utilizá-la seria uma nova alternativa para utilização em apriscos, evitando o uso da madeira retirada muitas vezes da própria propriedade rural. Estruturas para estábulos aplicados a pequenos animais animais de pequeno porte como caprinos e ovinos são animais muito bem adaptado as condições de clima quente como acontece no nordeste brasileiro, por isso e pelo seu tamanho, esses animais não precisa de grandes estábulos com tanta eficiência de conforto térmico. Pode-se fazer um estábulo para caprinos e ovinos todo de bambú desde os pilares usando Dendrocalamus giganteus, como as vigas e telhas feitas com a Bambusa vulgaris. Cocho para alimentação de pequenos animais cocho para pequenos animais podem ser feitos com a espécie Dendrocalamus giganteus pelo seu porte grande que cortada ao meio no seu comprimento poderá ser usada como cocho para oferecer sal mineral ou ração, alimentos não volumosos. Construção de porteiras as maiorias dos acessos aos cercados em uma propriedade rural são através das porteiras e os assim chamados cochetes. Para evitar o uso da madeira a Figura 6. Cerca em forma de losângulo; Cerca em forma de quadriculas; Cerca em forma de fileiras Fonte: Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.67-77, 2009.

25 76 J. S. Pereira Neto et al. utilização do bambú é bastante interessante por ser um recurso considerado renovável. Pequenas moradias rurais uma grande parte das casas construídas na zona rural do nordeste brasileiro foi construída de taipa e pau a pique. A substituição da madeira usada nessas construções pelo bambú ajudaria a conservar resquícios de matas das áreas onde estão inseridos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Como se pode observar no decorrer do artigo o bambú possui um potencial bastante interessante para aplicarmos em estruturas rurais obtendo um ganho econômico em algumas construções. É importante informa que apesar da sua vasta aplicação o bambú é uma planta que necessita de muita água e por isso em locais muito secos não é encontrada a planta, dificultando o acesso para alguns proprietários de terra que queiram utilizá-la. Apesar de alguns lugares não se encontrar o bambú, a planta por possuir no Brasil um caráter de material de segunda categoria, pode se adquiri a planta muitas vezes gratuitamente em áreas que a planta seja encontrada, pois os proprietários que possuem na sua propriedade rural um bambuzal, muitas vezes não cobram a retirada da planta. Sua aplicação como estrutura requer conhecimento de todo o processo, desde a escolha da espécie, colheita, tratamento até o seu uso como estrutura. A aparente falta de visão estratégica do homem do campo brasileiro em relação ao bambu faz com que ele não valorize a planta que lhe é tão disponível, chegando a considerá-la como mato o que representa, para seus padrões, algo que não mereça a atenção. REFERENCIAS CHINA NATIONAL BAMBOO RESEARCH CENTER (CBRC). Cultivation & Integrated utilization on bamboo in China. CBRC, Hangzhou, China, 200. FREIRE, W. J.; BERALDO, A. L. Tecnologias e materiais alternativos de construção. Campinas: Ed. da UNICAMP, p. GONÇALVES, M.T.T ; PEREIRA, M.A.dos R. Ensaios de resistência mecânica em peças laminadas de bambu. XXIX Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola Conbea, Fortaleza, HSIUNG, W. Prospects for bamboo development in the world. In : IBC 88, 988, Prafance. LENGEN, J. V. Manual do Arquiteto Descalço. Ed. Livraria do Arquiteto. UFGRS LIESE, W., Bamboos - Biology, silvies, properties, utilization. Eschborn, dt.ges.fur.techn. Zusammnarbeit (GTZ). 985, 32p. LOPÉZ, O. H. - Bambu, su Cultivo y Aplicaciones en Fabricacción de Papel, Construcción, Arquitectura, Ingenieria, Artesania, Estudios Tecnicos Colombianos Ltda, Cali, Colombia, 974. MARY, W.; KENMOCHI, C. S.; COMETTI, N. N.; LEAL, P. M. Avaliação de estrutura de bambu como elemento construtivo para casa de vegetação. Eng. Agríc., Jaboticabal, v.27, n., p.00-09, jan./abr PAES, J. B.; OLIVEIRA, A. K. F.; OLIVEIRA, E.; LIMA, C. R.. Caracterização físico-mecânica do laminado colado de bambu (Dendrocalamus giganteus). Ciência Florestal, Santa Maria, v. 9, n., p. 4-5, PAES, J. B.; OLIVEIRA, A. K. F.; LEAL, A. F.; NASCIMENTO, J. W. B. Caracterização e aspecto de um piso confeccionado com bambu (dendrocalamus giganteus Munro). Ciência da Madeira, Pelotas, v. 0, n. 0, p , Maio de 200. ISSN: PEREIRA, M. A. dos R. O uso do bambu na irrigação montagem de um sistema de irrigação por aspersão de pequeno porte, utilizando tubulação de bambu. Apresentado no Congresso Brasileiro de Engenharia CONBEA 997. PEREIRA, M. A. dos R., GARBINO, L. V. Desenvolvimento e produção do bambu gigante (dendrocalamus giganteus) cultivado na UNESP/campus de Bauru - SP, com vistas à sua utilização na engenharia agrícola. Escrito para apresentação XXXII Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola CONBEA de julho a 0 de agosto de Goiânia-GO. PEREIRA, M. A. D. R.; BERALDO, A. L. Bambu de corpo e alma. Bauru: Canal 6, p. PIMENTEL, M. A. O Bambu e os desafios no Brasil. Disponível em: brasileiro.com/arquivos/o%20bambu%20e %20os%20Desafios%20do%20Brasil%20- %20Pimentel.PDF acessado em 20/09/200. Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.67-77, 2009.

26 Aplicação do bambu nas construções rurais 77 RIBAS, R. P. Bambu: planta de grande potencial no desenvolvimento sustentável. Disponível em: ebct4snas56ztfg4uufdapm2vk7fmedw5tdeoexh uj2k5v77xsp7xt6xu7glaxgju6xxmoub3ihqbl/ Rodrigo%2BPinheiro%2BRibas%252e8.pdf acessado em 20/09/200. SILVA, J. C. B. V. Estufa Ecológica: uso do bambu em bioconstruções. Pinhais - PR, Centro Paranaense de Referência em Agroecologia CPRA. Sitio Bambu Brasileiro. Disponível em: acessado em 09/09/0. Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.67-77, 2009.

27 Revista Educação Agrícola Superior Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior - ABEAS - v.24, n.2,p.78-82, COMERCIALIZAÇÃO DO CALDO DE CANA-DE-AÇÚCAR NA AREA CENTRAL DO MUNICIPIO DE CAMPINA GRAN- DE, PB: ESTUDO DE CASO Ricardo P. Veras, Frederico C. Pereira, Anny K. V. de O. Lima 2, Josivanda P. Gomes 3, Nair B. Lira 4 Doutorando em Rec. Naturais, UFCG: rpveras@oi.com.br; fredcampos2000@yahoo.com.br 2 Doutoranda em Engenharia Agrícola, UFCG: annykellyv@hotmail.com 3 Prof. Doutora Deptº de Eng. Agrícola da UFCG:josivanda@gmail.com 4 Enfermeira Graduada pela UNESC: riany@hotmail.com.br RESUMO Com significativa presença na economia brasileira a cana-de-açúcar atualmente vem se destacando no cenário nacional colaborando de forma significativa para o crescimento do País, é um produto renovável que gera açúcar, álcool e energia, ou seja, praticamente tudo na cana-deaçúcar pode ser utilizado. O caldo de cana é comercializado não só em feiras livres mais também em estabelecimentos comerciais e vias públicas. Essa pesquisa foi realizada com o objetivo de diagnosticar a higienização dos comerciantes formais de caldo de cana-de-açúcar na área central do município de Campina Grande, PB. Com a aplicação de questionários, verificou-se que os estabelecimentos que fornecem caldo de cana possuem um adequado padrão de higiene fornecendo um bom produto para a população, promovendo uma melhor qualidade do caldo de cana e dificultando o processo de contaminação e proliferação de doenças de origem alimentar. PALAVRAS-CHAVE: comércio, consumidor, saúde ABSTRACT With significant presence in the Brazilian economy cane sugar has been increasing now in the national collaborating significantly to the growth of the country, is a renewable product that generates sugar, alcohol and energy, that is, practically everything in sugarcane can be used. The sugar cane juice is marketed not only in free markets but also in commercial establishments and public roads. This survey was conducted in order to diagnose the cleanliness of formal traders broth cane sugar in the central city of Campina Grande, PB. With the use of questionnaires, it was found that the establishments supplying sugarcane have a good standard of hygiene by providing a good product for the population, providing a better quality of sugar cane juice and inhibit the process of contamination and spread of foodborne diseases. KEYWORDS: trade, consumer, health

28 Comercialização do caldo de cana-de-açúcar na area central do municipio de 79 INTRODUÇÃO Nos dias de hoje, o Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, seguido pela Índia, China e Tailândia. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento, os estados do Centro-Sul são responsáveis pelo processamento de 90% da produção e os do Norte/Nordeste pelo restante. O estado de São Paulo continua liderando o ranking produtivo do país, com uma projeção que varia entre 360,4 e 367,7 milhões de toneladas. Esses números representam cerca de 60% da cana que será processada em todo o Brasil (UNICA, 2008). A agroindústria está em crescimento e desenvolvimento, e a cada dia as tecnologias veem surgindo para aumentar a eficiência dos processos industriais. Entre as culturas do setor, a canade-açúcar vem sendo alvo de pesquisas devido aos seus produtos de grande importância econômica como o álcool (biocombustível), o açúcar e a energia elétrica (cogeração). Com o crescimento econômico, busca-se o aumento do rendimento industrial e melhorias das tecnologias de produção (Dweck, 2008). O caldo de cana-de-açúcar conserva todos os nutrientes com destaque para o ferro, o cálcio, o potássio, o sódio, além das vitaminas C e do complexo B. Mas são os carboidratos que se destacam como os seus principais componentes tornando-o uma ótima fonte de energia (Chen & Chou, 993). Muito indicada para pessoas anêmicas, hipertensos e praticantes assíduos de atividades físicas. O caldo de cana é vendido formalmente e informalmente em carros no centro e nas feiras livres que tem maior risco de contaminação durante a manipulação, exposição e transporte, fato que pode afetar a saúde do consumidor. Esta pesquisa teve o objetivo de avaliar as condições higiênico-sanitárias dos estabelecimentos que promovem a venda de caldo-decana para o consumo humano, na área central do Município de Campina Grande, PB. METODOLOGIA Para a realização deste trabalho foi utilizada a metodologia de estudo de caso com a aplicação de questionários, adaptado de Nascimento (2009), e a metodologia de pesquisa bibliográfica com a revisão de literatura pertinente ao tema, com a intenção de verificar a higienização da cana comercializada na área central do município de Campina Grande-PB, no que diz respeito aos seguintes itens:. Grau de escolaridade; 2. Tempo de comercialização com caldo de cana; 3. Procedência da cana-de-açúcar; 4. Armazenamento da cana-de-açúcar; 5. Procedência do gelo; 6. Recipiente para venda ao consumidor; 7. Frequência da limpeza e produtos utilizados na limpeza da moenda; 8. frequência de higienização das mãos; 9. Frequência de despejo do lixo e o destino dos resíduos recolhidos; 9. Instrução da Vigilância Sanitária e conhecimento sobre doenças transmitidas por alimentos; 0. Quantidade de pessoas trabalhando no estabelecimento e a renda mensal com a venda de caldo de cana. RESULTADOS E DISCUSSÃO Com a aplicação de questionários com os proprietários dos estabelecimentos formais e informais, que trabalham com vendas de caldo de cana-de-açúcar na área central de Campina Grande, foram observados os resultados a seguir. Grau de escolaridade No que se refere ao grau de escolaridade dos proprietários de comércio de caldo de cana, observa-se (Figura ) que 40% possuem o ensino médio, 40% ensino fundamental e 20% dos proprietários possuem o ensino superior. Tempo de comercialização com caldo de cana Observa-se na Figura 2 que 20% dos proprietários comercializam a o caldo da cana de a 5 anos, 50% de 6 a 0 anos, e 30% dos co- Figura. Grau de escolaridade dos proprietários de caldo de cana Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.78-82, 2009.

29 80 R. P. Veras et al. Figura 2. Tempo de comercialização dos proprietários de caldo de cana merciantes trabalham com caldo de cana a mais de 0 anos. Procedência da cana-de-açúcar Em relação à procedência da cana-de-açúcar para a produção do caldo de cana nos estabelecimentos, 00% dos comerciantes tem conhecimento do local onde a matéria prima fora cultivada. Armazenamento da cana-de-açúcar Foi observado (Figura 3) no que se refere ao armazenamento da cana-de-açúcar, 40% dos entrevistados afirmam que armazenam a canade-açúcar em sua própria residência e 60% em depósitos. Figura 3. Armazenamento da canade-açúcar dos proprietários Procedência do gelo Observou-se a procedência do gelo utilizado no resfriamento do caldo de cana pelos comerciantes: 20% é produzido no local de preparo do caldo, 30% na residência dos comerciantes e 50% dos estabelecimentos compram o gelo de outros comércios (Figura 4). Recipiente para venda ao consumidor Quando questionados sobre o recipiente para o fornecimento do caldo de cana para ao Figura 4. Procedência do gelo dos proprietários de caldo de cana consumidor, apenas0% só usavam copos de vidro, 30% copos descartáveis e 60% dos estabelecimentos utilizavam copos descartáveis e de vidro (Figura 5). Figura 5. Recipiente para venda ao consumidor de caldo de cana Frequência da limpeza (dia) e os produtos utilizados na limpeza da moenda Foi observado que 20% dos comerciantes faziam a limpeza das moendas duas vezes ao dia, 30% em intervalos de moagem e 50% apenas uma vez ao dia. Os produtos utilizados para a limpeza da moenda foram 0% apenas água, 20% água e sabão e 70% água e detergente (Figura 6). Frequência de higienização das mãos (dia) Com relação à higienização das mãos dos comerciantes ao trabalharem com a produção do caldo (Figura 7, 0% lavam as mãos apenas uma vez, 30% de duas a cinco vezes e 70% dos entrevistados lavam as mãos entre os intervalos das vendas. Frequência de despejo do lixo (dia), e o destino dos resíduos recolhidos No que se refere à frequência de recolhimento do lixo nos estabelecimentos (Figura 8), 0% recolhe o lixo em intervalos de dias, 30% uma vez ao dia e 60% duas ou mais vezes ao dia, já para o destino desse resíduo ob- Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.78-82, 2009.

30 Comercialização do caldo de cana-de-açúcar na area central do municipio de 8 Figura 6. Frequência da limpeza e Produtos utilizados na limpeza da moenda de caldo de cana Figura 7. Frequência de higienização das mãos dos proprietários servou-se que 60% do lixo tem seu destino convencional, 30% reciclagem e 0% para queima. Instrução da vigilância sanitária e conhecimento sobre doenças transmitidas por alimentos No que se refere às instruções fornecidas sobre o trabalho com alimentos pela vigilância sanitária, apenas 0% dos comerciantes não foram instruídos corretamente já 90% receberam alguma orientação (Figura ). Quando questionados sobre o conhecimento de doenças que podem ser transmitidas através dos alimentos 90% dos comerciantes tem algum conhecimento sobre este tema, e apenas 0% afirmaram não ter nenhum conhecimento dobre o assunto. Quantidade de pessoas trabalhando e a renda mensal com a venda de caldo de cana Apenas 40% dos estabelecimentos possuem apenas um vendedor, 30% um vendedor e um ajudante e 40% um vendedor e mais de um ajudante. Em relação à renda mensal advinda da venda do caldo de cana nos estabelecimen- Figura 8. Frequência de lixo recolhido e destino dos resíduos recolhidos dos estabelecimentos de caldo de cana Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.78-82, 2009.

31 82 R. P. Veras et al. Figura 9. Instrução da vigilância sanitária aos proprietários de caldo de cana, e conhecimento sobre doenças transmitidas por alimentos Figura 0. Quantidade de trabalhadores nos estabelecimentos e renda mensal dos proprietários de caldo de cana tos, apenas 0% ganham abaixo de um salário mínimo, 20% tem renda equivalente a um salário mínimo e 70% dos proprietários afirmaram obter renda mensal de mais de um salário mínimo. CONCLUSÕES A vigilância sanitária tem um importante papel no que se refere à instrução dos comerciantes sobre doenças e na fiscalização da higiene do comércio de caldo de cana, em estabelecimentos formais e informais. As grandes maiorias dos estabelecimentos situados na região central do comércio de Campina Grande estão de acordo com os procedimentos de higienização impostos pelo ministério da saúde. REFERÊNCIAS CHEN, J. C. P.; CHOU, C. Cane sugar handbook. A manual for cane sugar manufacturers and their chemists. 2nd.ed. New York John Wiley & Sons, 993. DWECK, DENISE. O brilhante futuro da cana-deaçúcar. Portal Revista Exame: Disponivel em htpp:/ portalexame.abril.uol.com.br negócios financeiros e economia. Acesso em 27/07/2009. NASCIMENTO. M, C, S, do. Uma abordagem sobre a comercialização de caldo de cana nas feiras livres do município de Itaquaquecetuba estudo de caso Monografia (Tecnólogo em Logística) Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, SP UNICA União da Agroindústria Canavieira de São Paulo. Disponível em: < unica.com.br. Acesso em 28/07/2009. Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.78-82, 2009.

32 Revista Educação Agrícola Superior Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior - ABEAS - v.24, n.2, p.83-86, AVALIAÇÃO DA INTEGRIDADE DE UM CALORÍMETRO EM MULTI-CÂMARAS PARA ANIMAIS, CALIBRADO COM LAMPARINAS DE ETANOL Luciano B. Mendes ; Hongwei Xin; 2 Nerandi L. Camerini 3 ; Rafael C. Silva 4 ; Elvis A. Soares 5 Mestrando em Engenharia Agrícola e de Biosistemas - Iowa State University, Ames, IA - EUA, luckmendes_al2@yahoo.com.br 2 Professor de Engenharia Agrícola e de Biosistemas - IA EUA, hxin@iastate.edu 3 Doutorando em Engenharia Agrícola - Universidade Federal de Campina Grande - UFCG, nerandi@gmail.com 4 Graduando em Engenharia Agrícola - UFCG, rafael_brazil@hotmail.com 5 Graduando em Engenharia Civil - UFCG, elvissoares@hotmail.com RESUMO Garantir a integridade dos calorímetros indiretos no monitoramento da bioenergética animal é de extrema importância; assim, se obterá resultados satisfatoriamente precisos na determinação dos índices de conforto térmico. O objetivo desse trabalho foi verificar a integridade de um sistema calorimétrico em multi-camaras através da comparação dos valores teórico e experimental, do quociente de respiração (RQ) e dos recobrimentos de oxigênio e de dióxido de carbono (RO 2 e RCO 2 ) quando da combustão de uma lamparina de etanol a 00 %. Os resultados sugerem que o RQ é coerente com a teoria, mas RO 2 e RCO 2 foram subestimados em 5%. Nenhuma das variáveis analisadas foi afetada pelas diferenças inerentes as câmaras. PALAVRAS-CHAVE: Bioenergética, calorímetro indireto, quociente de respiração ASSESSING THE INTEGRITY OF A MULTI-CAMBER CALORIMETRIC SYSTEM THROUGH THE COMBUSTION OF AN ETHANOL LAMP ABSTRACT Ensuring the integrity of indirect calorimeters when monitoring animal bioenergetics is of extreme importance; thus, it ll be obtained satisfactory results in the precise determination of the thermal comfort index. The aim of this work was to verify the integrity of a multi-camera calorimetric system by comparing the theoretical and experimental values of the respiratory quotient (RQ) and the recoveries of oxygen and carbon dioxide (RO 2 and RCO 2 ) when burning 00% ethanol. The results suggest that the experimental RQ is consistent with the theory, but RO 2 and RCO 2 were underestimated by 5%. None of the variables analyzed was affected by chamber inherent characteristics. KEYWORDS: Bioenergetics, indirect calorimeter, respiratory quotient

33 84 L. B. Mendes et al. INTRODUÇÃO É bem sabido que prover animais confinados de um ambiente que melhor satisfaça as condições microclimáticas de sua espécie melhorara a sua produtividade. Assim, descobrir qual a melhor temperatura, umidade relativa do ar, ventilação e concentração médias de gases no ar é de singular importância para a quantificação do bem estar animal. Pesquisadores vêm trabalhando arduamente na caracterizacao de tais condições utilizando os mais diversos metodos. Em laboratório, experimentos tem sido realizados para a quantificação da bioenergética animal, de modo que produção total de calor e umidade, bem como calores sensível e latente podem ser caracterizados para cada espécie de interesse. Uma das técnicas para atingir este objetivo é a utilização de calorímetros indiretos. Através de um calorímetro indireto é possível monitorar a troca de calor entre o corpo do animal e o meio ambiente circundante, ele associa os produtos finais do metabolismo aeróbico dos ingredientes básicos do alimento com a produção de calor (SCOTT & HILLMAN, 983). Sendo assim, eh de suma importância que quando da utilização de calorímetros animais indiretos, que sua integridade seja totalmente garantida; em outras palavras, que nao haja vazamentos que possam resultar na contaminação das concentrações no interior das câmaras com o ar externo. Para verificar a integridade do calorímetro, foram testadas as seguintes hipóteses: - O quociente de respiração (RQ), o recobrimento de oxigênio (RO 2 ) e de dióxido de carbono (RCO 2 ) obtidos a partir da combustão de etanol a 00% no interior das câmaras são coerentes com os valores previstos pela teoria. 2 - Não existe diferença significativa para as variáveis acima mencionadas quando comparadas entre as quatro câmaras no sistema. MATERIAL E MÉTODOS Para testar as hipóteses, utilizou-se de um sistema calorimétrico em multi-câmaras para animais. O sistema (Figura ) consistia de quatro câmaras. Cada câmara possui dimensões de Figura. Sistema calorimétrico em multi-câmaras para animais 34" (86,36cm) de comprimento, 8" (45,72 cm) de largura e 26" (66,04cm) de altura (Figura ). Elas foram construídas em acrílico e instrumentados com um sensor de temperatura (VAISALA) e uma balança eletrônica com limite de 2000 g, para o monitoramento da massa de etanol consumida durante cada ensaio. O ar de cada câmara foi automaticamente e sequencialmente recolhido e sua composição foi analisada durante 0 minutos; sendo que os primeiros 8 minutos foram considerados para estabilização e os últimos 2 minutos para medição. Desse modo, um loop completo através das 4 câmaras teve duração de 50 minutos, incluindo mais 0 minutos para o ar ambiente. Um analizador multi-gas fotoacústico (INNOVA ) foi utilizado para medir as concentrações de CO 2, um analisador de oxigênio (Paramagnetic O 2 Analyzer ) foi utilizado para avaliar as concentrações desse gás. A temperatura de ponto de orvalho das amostras de ar foi medida por um analisador ponto orvalho (Dew Prime ). Os dados analógicos de saída dos analisadores de gás, sensores de temperatura, balanças eletrônicas, bem como o fluxo de ar no interior das câmaras foram registrados continuamente em intervalos de 0 s em um módulo de medição e controle (CR0), e armazenados num arquivo.doc, a cada minuto. Em cada ensaio, as lâmpadas foram preenchidas com etanol a 00%, e colocadas den- Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.83-86, 2009.

34 Avaliação da integridade de um calorímetro em multi-câmaras para animais, 85 tro das câmara sobre a balança eletrônica; a combustão do álcool foi permitida por um período de 300 minutos, porém, apenas os dados coletados nos ultimos 50 minutos foram considerados como leituras estabilizadas. Após a cada ensaio, os dados foram tratados e analizados segundo o algoritmo proposto por (SCOTT & HILLMAN, 983). De modo que no fim, valores experimentais foram obtidos para RQ, RO 2 e RCO 2 através das seguintes equações: CO2 RQ O2 VO2. T RO2 00% PVO2 VCO2. T RCO2 00% PVO Onde: RQ coeficiente de respiração (L/L) CO 2 volume de dióxido de carbono produzido (L) O 2 volume de oxigênio consumido (L) RCO 2 e RO 2 Recobrimentos de dióxido de carbono e oxigênio, respectivamente (%) VO 2 e VCO 2 Taxas de concumo de oxigênio e dióxido de carbono, respectivamente (l/ min) PVO 2 Volume estimado de oxigênio consumido durante a combustão (L) PVCO 2 Volume estimado de dióxido de carbono produzido durante a combustão (L) T Tempo utilizado para a combustão do etanol (min) Teoricamente, o valor do RQ para o etanol eh 0,667 (CHEPETE, 2002), e o valor esperado para RO 2 e RCO 2 e 00%, significando que ambos os termos da razão nas Equações 2 e 3 são iguais. Após realizar todos os cálculos, os valores obtidos para RQ, RO 2 e RCO 2 foram tratados estatisticamente através do teste-t e ANOVA. O t-teste (RANSEY & SCHAFER, 2002) foi utilizado para comparar os valores experimentais com aqueles previstos pela teoria, na prática, foram analisadas as diferenças entre os valores teórico e experimental, para 2 determinar se esta diferença é igual ou diferente de zero. O teste ANOVA foi utilizado para verificar se existe efeito das câmaras nos valores obtios. Para fins estatísticos, cada camara foi considerada como sendo um tratamento, de modo que a ANOVA possibilitou a verificação de diferença (significativa ou nao) entre os tratamentos. RESULTADOS E DISCUSSÃO Pode-se observar na Figura 2 os valores médios da diferença entre o quociente de respiração teórico para etanol a 00% de L/L e os valores experimentais obtidos nos ensaios. De acordo com o teste t o valor médio do quociente de respiração para o experimento é L/L. Os resultados do teste tambem sugerem que não existem evidencias da existência de uma diferença entre os valores experimental e teórico (Ðp-valorÐ = 0,77), um intervalo de confiança a 95% de probabilidade para a diferença é (- 0.02, 0.06) L/L. A ANOVA (Tabela ) sugere que nao existe diferença significativa para RQ entre câmara ( Ðp-valor > 0.). Difference (L/L) Figura 2. Diferenças médias para o RQ entre os valores experimental e teórico, para cada câmara Observa-se na Figura 3 os valores da diferença entre o valor teórico e o experimental para RO 2 e RCO 2. O teste-t sugeriu que os valores do RO 2 e RCO 2 para o experimento é 95 %; isso impica que existem moderadas evidências de que a diferença entre eles dois é diferente de zero (Ðp-valorÐ = 0,035). Por outro lado, embora haja possibilidade de uma diferença entre os valores teórico e experimental para RO2 e Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.83-86, 2009.

35 86 L. B. Mendes et al. Difference (% ) Tabela 3. Resumo da ANOVA para comparações dos valores para RCO 2 entre câmaras Fonte G.L. SQ QM F p-valor Tratamento >0. Erro Total RO2 RCO2 Figura 3. Diferenças médias para o RO 2 e RCO 2 entre os valores experimental e teórico, para cada câmara Tabela. Resumo da ANOVA para comparações dos valores para RQ entre câmaras Fonte G.L. SQ QM F p-valor Tratamento >0. Erro Total Tabela 2. Resumo da ANOVA para comparações dos valores para RO 2 entre câmaras Fonte G.L. SQ QM F p-valor Tratamento >0. Erro Total RCO2, a ANOVA (Tabelas 2 e 3) sugere que tais valores nao sao estatisticamente diferentes quando comparados entre câmaras (Ðp-valorÐ > 0.). CONCLUSÕES O quociente de respiração obtido através do experimento é estatisticamente igual ao valo r t eó r ico de 0,667 L/ L. Os recobrimentos de oxigênio e dióxido de carbono obtidos do experimento foram subestimados em 5% quando comparado com o valor teórico de 00%. As variáveis analisadas não foram afetadas por diferenças inerentes as câmaras. REFERÊNCIAS CHEPETE. H.J., H. XIN, M.C. PUMA, and R.S. GATES. Heat and moisture production of poultry and their housing systems: Pullets and layers. Transactions of the ASHRAE 0(2): FRED. L. Ramsey, SCHAFER. D. W., The statistical Sleuth: a course in methods for statistical analysis. 2nd Edition. Duxbury/ Thomson Learning. CA, USA. 2002, p.742. SCOTT. N. R. AND HILLMAN, P. E. Biomeasurements and Experimental Techniques for Avian Species, Cornell University Agricultural Experiment Station New York State, Notheast Regional Research Project, Ithaca, New York, 983. Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.83-86, 2009.

36 Revista Educação Agrícola Superior Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior - ABEAS - v.24, n.2, p.87-90, DETERMINAÇÃO DE PROPRIEDADES FÍSICAS E DE FLUXO DE CAFÉ BENEFICIADO EM PÓ PARA PROJETOS DE SILOS Maria B. G. Santos ; Natã M. Oliveira ; Ângelo S. Oliveira 2, Jaene F. S. Oliveira 2 José W. B. Nascimento 3 Professores, CCT/UFCG, Av. Aprígio Veloso, 882, Bodocongó, Campina Grande - PB, betaniagama@uaep.ufcg.edu.br, nata@acesseja.com 3 PPGEAG,/CTRN/UFCG, angelozoo@hotmail.com, jaenesouza@hotmail.com 5 UAEAG/CTRN/UFCG, wallace@deag.ufcg.edu.br RESUMO Este trabalho teve como objetivo a determinação de propriedades físicas e de fluxo de café beneficiado em pó, de três fabricantes diferentes, as quais poderão ser consideradas como parâmetros determinantes para a elaboração de projeto de silos e equipamentos de transporte de produtos, sendo estas: granulometria, teor de umidade, densidade consolidada, ângulo de atrito interno, efetivo ângulo de atrito interno e ângulo cinemático de atrito entre o produto e três tipos de materiais de parede (acrílico, alumínio e aço liso), fator fluxo, função fluxo, índice de fluxo e inclinação da tremonha. O equipamento utilizado para as determinações foi a célula de cisalhamento de Jenike. Com base nos resultados obtidos, conclui-se que o maior valor do teor de umidade foi encontrado para o café do fabricante 2 (5,0%) e o ângulo de atrito interno e o efetivo ângulo de atrito interno apresentaram-se num intervalo de 33,3º a 46,63º e 4,84º a 48,0º, respectivamente. PALAVRAS-CHAVE: Atrito, fluxo, tremonha DETERMINATION OF PHYSICAL PROPERTIES AND FLOW OF COFFEE BENEFITED IN DUST FOR PROJECTS OF SILOS ABSTRACT This work has as objective the determination of physical properties and flow of coffee benefited in dust, of three different manufacturers, which could be considered as determinative parameters for the elaboration of the project of silos and transport equipment of products, being these: grain size measurement, humidity, consolidated density, angle of internal attrition, effective angle of internal attrition and cinematic angle of attrition in between the three types of coffee and three types of wall materials (acrylic, aluminum and smooth steel), factor flow, function flow, index of flow and inclination of the hopper. The equipment used for the determination is the Jenike shear cell. On the basis of the obtained results, concluding that the biggest value of the humidity was found for the manufactory of coffee of 2 (5.0%) and the angle of internal attrition and the effective angle of internal attrition had presented in an interval of 33,3º 46,63º e 4,84º 48,0º. KEYWORDS: Attrition, flow, hopper

37 88 M. B. G. Santos et al. INTRODUÇÃO A cadeia agroindustrial do café vem passando por um processo de modernização do processo produtivo. Isto devido à necessidade de se aumentar a produtividade e melhorar a qualidade para atender o crescente mercado de cafés especiais. Dentro deste contexto, é importante destacar o armazenamento adequado deste produto, uma vez que a utilização de técnicas confiáveis pode reduzir custos e diminuir possíveis perdas na produção. Grande parte do café consumido no Brasil usa embalagem almofadada (cerca de 87%), e apresenta uma vida útil inferior (cerca de um mês) ao do café a vácuo (de até ano e 6 meses); isto resulta em uma grande rotatividade nos supermercados. A utilização de silos para armazenar o café em pó ainda é pouco utilizada, mas apresenta uma opção atrativa para a comercialização do produto devido ao volume armazenado. Diante desses pressupostos, o objetivo deste trabalho é a determinação de propriedades físicas e de fluxo, tais como, granulometria, teor de umidade, densidade consolidada, ângulo de atrito, efetivo ângulo de atrito interno, ângulo de atrito do café beneficiado com três tipos de materiais de parede de silo (acrílico alumínio e aço liso). Estas propriedades de fluxos são úteis para os profissionais que elaboram projetos de silos e desenvolvem máquinas transportadoras de produtos. MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa foi desenvolvidos no Laboratório de Construções Rurais e Ambiência (LaCRA) da Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola, do Centro de Ciências e Tecnologia, da Universidade Federal de Campina Grande, no período de maio a junho de Os produtos pulverulentos testados foram três cafés beneficiados em pó comercializados na Paraíba. Foram denominados café do tipo, 2 e 3, com referência apenas a fabricantes diferentes, sendo produtos destinados para a mesma finalidade e com o mesmo tipo de embalagem, em pacotes. O teor de umidade (w) dos cafés foi encontrado pela pesagem de uma amostra de 0 g de cada produto antes e após a secagem em estufa a 05 C por 24 h. As amostras foram analisadas para cada café sendo o resultado final expresso em base úmida (wb). O procedimento adotado para a determinação das propriedades de fluxo dos cafés foi o recomendado pela British Materials Handling Board (985), utilizando o Aparelho de Cisalhamento de Jenike permitindo construir gráficos de tensão normal versus cisalhamento (Figura ). Desta forma, foi possível traçar círculos de tensões de Mohr responsáveis por determinar a Tensão Principal de Consolidação (óm ) e a Tensão n.ão Confinada de Deslizamento (óc). Ainda na Figura foi possível determinar o ângulo de atrito interno, o ângulo efetivo de atrito interno (Ø) e a Coesão (C) dos cafés para os diferentes níveis de carga adotados (Tabela ). As superfícies utilizadas nos ensaios foram as paredes de aço liso, acrílico e alumínio por serem os materiais de maior possibilidade de uso na construção de silos. Para a obtenção do Índice de fluxo (ffc), utilizou-se o valor médio das razões entre (óm) e (óc), classificando cada produto ensaiado de acordo com estudos de Jenike (965). Figura. Círculos de tensões de Mohr utilizados para determinação das propriedades RESULTADO E DISCUSSÃO Os resultados obtidos para a determinação da umidade encontram-se na Tabela 2. Observa-se que o teor de umidade do café Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.87-90, 2009.

38 Determinação de propriedades físicas e de fluxo de café beneficiado em pó para 89 Tabela. Níveis de carga utilizados nos ensaio de cisalhamento instantâneo Pré-cisalhamento (kg) Cisalhamento (Kg) 7,0 5,0 3,5 2,0 5,0 3,5 2,0,0 3,5 2,0,0 0,7 Tabela 2. Valores do teor de umidade para o café dos três fabricantes Café em pó beneficiado Teor de umidade (%) Fabricante 4,2 Fabricante 2 5,0 Fabricante 3 4,7 do fabricante 2 é superior ao produto do fabricante e 3. Quanto a granulometria, foi verificado que os maiores percentuais retidos foram nas peneiras de malha 0,297 e 0,59 mm, conforme Tabela 3.Com base nos dados obtidos classificou-se o café como um produto pulverulento com característica coesiva, de acordo com a classificação de produtos armazenáveis em função do diâmetro das partículas, proposta por CALIL JR. (984). Na Tabela 4 encontram-se resumidos os resultados obtidos para os limites inferior e superior do ângulo de atrito interno, que foram de 33,3º a 46,63º, respectivamente. O mesmo foi verificado para o efetivo ângulo de atrito interno conforme pode ser observado na mesma tabela, onde os limites foram de 4,84º a 48,0º,demonstrando, assim uma diferença significativa entre os limites inferior e superior. Na Tabela 5, são apresentados os ângulos de atrito do café beneficiado com o tipo de material da parede de silo. Estes resultados serão de grande utilidade para o dimensionamento de equipamento de empacotamento de transporte, como também para o cálculo das ações nas paredes e fundo do silo, por que consta dos principais tipos de materiais possíveis para se empregar na construção silos. Não foi possível dimensionar o orifício mínimo de descarga pela equação proposta por Jenike (965), pois colocado de forma gráfica não houve interceptação entre o fator fluxo e a função fluxo. No entanto, como o fator fluxo da tremonha ficou acima da função fluxo, existe a indicação de fluxo do produto. Pode ser observado na tabela 6, os valores da inclinação da tremonha cônica para os três tipos de parede e do fator fluxo do café do fabricante. Tabela 6. Características da tremonha cônica para diferentes materiais de parede Material da parede Fator fluxo (ff) Inclinação da tremonha (º) Alumínio,32 6,54 Aço liso,34 57,23 Acrílico,26 73,23 Tabela 3. Granulometria do café dos três fabricantes Classificação Percentual do produto retido no peneiramento ABNT Peneira (mm) Café fabricante Café fabricante 2 Café fabricante ,59 75,6 20,0 78,2 50 0,297 22,4 53,0 4,0 00 0,49 2,0 27,0 7,8 Tabela 4. Ângulos de atrito interno, efetivo atrito interno e densidade do café Ângulo de atrito interno (º) Efetivo ângulo de atrito interno (º) Produto inferior superior inferior superior Densidade (Nm 3 ) Fabricante 39,49 46,63 43,3 47,96 490,4 Fabricante 2 33,3 42,68 4,84 46,6 406,2 Fabricante 3 4,29 46,4 44,5 48,0 409,9 Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.87-90, 2009.

39 90 M. B. G. Santos et al. Tabela 5. Ângulo de atrito (º) dos três tipos de cafés com diversos materiais de parede Aço liso Alumínio Acrílico Produto inferior superior inferior superior inferior superior Fabricante 7,05 8,39 2,82 3,78 7,24 7,94 Fabricante 2 3,0 25,6 7, 22,6 2,4 30,8 Fabricante 3, 23,3 6,4 20,9,4 28, CONCLUSÕES Nas condições em que foi realizado o trabalho, o café beneficiado em pó é um produto pulverulento com característica coesiva. Quanto a granulometria, ocorreu maior percentual retido (78,2%,) na peneira de abertura 0,59 mm para o café do fabricante 3, e o valor mais elevado para a inclinação da tremonha foi encontrado no café fabricante (73,23º) com a parede de acrílico.o maior valor de densidade consolidada foi encontrado para o fabricante 3 e o maior teor de umidade (5%) para o fabricante 2. REFERÊNCIAS CALIL Jr., C. (984). Sobrepreciones en las paredes de los silos para almacenamiento de productos pulverulentos cohesivos. São Carlos- SP. Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo. 84p. CALIL Jr., C. (997); NASCIMENTO, J. W.B.; Araújo, E. C. Silos metálicos multicelulares. ed.,são Carlos, SP,; Escola de Engenharia de São Paulo Universidade de São Paulo. 75p, v. JENIKE. A. W. (965). Storage and flow of silos. Bolletin on the University of Uthar. Bolletin n. 23 ofthe Utan Engineering Experimental Station. Salt Lake. Utah. Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.87-90, 2009.

40 Revista Educação Agrícola Superior Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior - ABEAS - v.24, n.2,p.9-94, RESÍDUO DE CAULIM: AGREGADO ALTERNATIVO PARA CONSTRUÇÕES RURAIS Maria. L.S. Rezende ; José. W.B. Nascimento 2 ; Gelmires A. Neves 3 Mestre em Engenharia Agrícola, doutorando em Engenharia Agrícola da UFCC. mluizarezende@hotmail.com 2 Professor Associado da UAEG/UFCG. wallace@deag.ufcg.edu.br 3 Professor Adjunto da UAEMa/UFCG. gelmires@dema.ufcg.edu.br RESUMO O grande volume de resíduo gerado pelo beneficiamento de caulim no estado da Paraíba e o seu descarte no meio ambiente, vem motivando pesquisas sobre a sua utilização como agregado alternativo para construção civil. Além de satisfazer as exigências tecnológicas, a influência nos custos é um fator preponderante na produção de habitações sociais e instalações rurais, onde a redução de custos é um dos fatores para obter maior lucro no mercado. Analisaram-se neste trabalho, os custos da utilização do resíduo de caulim como agregado alternativo tendo os resultados demonstrado ser possível a redução de,5% e,% no custo total das obras analisadas. O uso de blocos de vedação utilizando resíduo de caulim pode proporcionar redução de 6,8% na execução de alvenarias. PALAVRAS-CHAVE: habitação, custos, viabilidade WASTE OF KAOLIN: HOUSEHOLD ALTERNATIVE FOR RURAL BUILDINGS ABSTRACT The large volume of waste generated by the beneficiation of kaolin in the state of Paraíba and their disposal in the environment, has led research on its use as an alternative aggregate for construction. In addition to meeting the technological requirements, the influence on costs is a dominant factor in the production of housing and rural facilities, where cutting costs is one of the factors to obtain higher profits in the market. Analyzed in this work, the costs of using waste as an alternative aggregation of kaolin and the results can be shown a reduction of.5% and.% in the total cost of the works analyzed. The use of blocks of sealing using residual kaolin can provide reduction of 6.8% in the execution of masonry. KEYWORDS: housing, costs, viability

41 92 M. L. S. Rezende et al. INTRODUÇÃO As empresas de beneficiamento de caulim do estado da Paraíba estão concentradas nos municípios de Juazeirinho, Tenório e Junco do Seridó (SUDEMA, 2004), gerando mensalmente toneladas de resíduo que são geralmente descartadas em campo aberto e em várzeas de rios e riachos, causando prejuízos ao meio ambiente. A caracterização física e mineralógica deste resíduo indica a possibilidade da sua utilização como agregado alternativo em blocos de vedação (REZENDE, 2007), argamassas (RO- CHA et al., 2008) e concreto para pavimentação (COSTA, 2006). Além de opção na redução de custos nas construções rurais, o aproveitamento do resíduo de caulim favorece a diminuição dos impactos ambientais provocados por seu descarte indiscriminado no meio ambiente. O déficit habitacional brasileiro é constituído em sua maioria (90,3%) por famílias cuja renda familiar é inferior a três salários mínimos e, diferenciando das demais regiões onde a incidência é predominantemente urbana, nos estados nordestinos a parcela referente ao déficit em áreas rurais é bastante expressiva, 899 mil unidades, sendo unidades no estado da Paraíba (FJP, 2007). A utilização de sistemas construtivos que reduzam o custo na produção da habitação torna-se então prioritário e, entre eles, a execução de alvenarias com blocos de concreto vazados na vertical os quais proporcionam economia de até 30% no custo da obra. A avicultura de corte é o segmento que tem o maior potencial de evolução dentro da agropecuária brasileira, respondendo por 44% do comércio mundial de carnes avícolas em 2008 (AVISITE, 2009). No Nordeste o estado da Paraíba figura como 4 o maior produtor (IBGE, 2007) com a produção distribuída em galpões avícolas. Entre outras recomendações construtivas, a execução do piso merece atenção pela sua importância em proteger o interior do aviário contra a umidade e facilitar o manejo. Sendo geralmente executado em concreto, apresenta-se como possível opção para utilização do resíduo de caulim em substituição a areia no traço :4:8 (cimento, areia e brita). Este trabalho tem como objetivo estimar de maneira preliminar o percentual de redução de custos na execução de alvenarias em habitações rurais e de pisos em galpões avícolas utilizando resíduo de caulim como agregado alternativo, em comparação com o uso de agregados convencionais. MATERIAL E MÉTODOS Em se tratando de material descartado, o custo do resíduo será considerado 50% do custo da areia referente apenas as despesas de transporte. O bloco analisado tem dimensões nomi- A 6,99 0,09 3,6 0,09,0 0,09 2,37 0,09 QUARTO,9 0,09 0,86 WCB SALA QUARTO QUARTO 0,09 3,6 0,09 3,56 0,09 A CORTE A -A 2,0 0,50 0,5 2,60,39 0,09 2,86 0,09 2,86 0,09 5,99 Figura. Projeto casa popular: Planta Baixa e Corte Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.9-94, 2009.

42 Resíduo de caulim: agregado alternativo para construções rurais 93 nais de 9 x 9 x 39 cm, argamassa com traço: :6 (cimento, areia) com fator água cimento de,00. Nos blocos alternativos a areia será substituída em 70% resultando no traço :,8:4,2 (cimento, areia, resíduo de caulim) com igual fator A/C. Nas argamassas, além da substituição de 00% da areia, o volume de cal t er á 20% de subst it uição por resíduo.como referência para projeto será usado o projeto padrão para casas populares com 42 m 2 de área construída sendo proposto o acabamento considerado mínimo, ou seja, piso cimentado, alvenarias sem revestimento e pintura a base de cal (Figura ). O galpão avícola sugerido tem 2 m de largura por 25 m de comprimento, oitões em alvenaria, pé direito igual a 4,20 m, telhado com duas águas e inclinação de 25 o, segundo projeto e detalhes construtivos propostos por Azevedo & Nascimento (999). O piso tem 0,08 m de espessura e executado no traço :4:8 (cimento, areia e brita), sendo proposta as substituições descritas no parágrafo anterior tanto para blocos como argamassas. Serão levantados os custos dos itens alvenaria e do custo total da obra, não sendo considerados os itens relativos a instalações elétricas e hidrossanitárias. Os preços de referência foram obtidos através do ORSE Sistema de Orçamento de Obras de Sergipe, atualizados para abril/2009. RESULTADO E DISCUSSÃO Na Tabela estão descritos os custos para materiais convencionais e alternativos Tabela. Custos de materiais (incluindo serviços de execução) convencionais e alternativos ÍTEM UNID MATERIAL CONVENCIONAL MATERIAL ALTERNATIVO Concreto magro para fundação (Traço :4:8) m 3 R$ 209,4 R$ 90,74 Alvenaria blocos de concreto m 2 R$ 5,3 R$ 4,4 Alvenaria blocos cerâmicos m 2 R$ 7, Contra piso e= 6 cm(traço :5) m 2 R$ 4,09 R$ 3,26 Piso cimentado e= 2,5 cm (Traço :5) m 2 R$ 0,34 R$ 9,84 Concreto simples (Traço :4:8) para piso de aviários m 3 R$ 260,99 R$ 250,49 Tabela 2. Incidência (%) na redução de custos para a substituição dos agregados convencionais por resíduo de caulim Projeto Habitação Social Galpão Avícola Item Material Material convencional alternativo Redução Fundação R$ 84,04 R$ 67,85 8,8% Alv. (Bl. de concreto) R$.476,80 R$.389,99 5,9% Alv. (Bl. cerâmicos) R$.67,65 R$.389,99 6,8% Contra piso R$ 543,3 R$ 5,3 5,9% Piso cimentado R$ 398,7 R$ 379,43 4,8% Fundação R$.438,88 R$.32,29 7,8% Alv. (Bl. de concreto) R$ 2.066,85 R$.945,35 5,9% Alv. (Bl. cerâmicos) R$ 2.339,55 R$.945,35 6,8% Piso concreto simples R$ 3.38,80 R$ ,80 4% Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.9-94, 2009.

43 94 (incluindo mão de obra e encargos sociais para execução). A incidência na redução do custo para os projetos propostos está descrita na Tabela 2. Analisando os valores descritos na Tabela 2, pode-se verificar que é bastante representativa a redução de custos na utilização de blocos alternativos em substituição aos blocos cerâmicos convencionais. Com relação ao custo total da obra, considerando-se apenas os serviços de execução de infra e supraestrutura (não foram incluídos os it ens de inst alações elétricas e hidrossanitárias) os índices encontrados são os seguintes (Tabela 3): Tabela 3. Incidência (%) na redução dos custos totais da obra para execução de infra e supraestrutura Projeto Custo total Mat. Conv. Mat. Alt. Redução Habitação social R$ 0.8,08 R$ 0.026,79,5% Galpão avícola R$ ,08 R$ ,99,% CONCLUSÕES A partir dos resultados obtidos pode-se concluir que o uso do resíduo de caulim como agregado alternativo proporciona redução de custos em obras rurais bastante representativos. Apesar dos índices em relação ao custo total das obras analisadas serem bastante incipientes, não se pode deixar de considerar a valoração ambiental (ainda não quantificada) da retirada deste resíduo do meio ambiente, propondo assim uma utilização nobre para o que hoje em dia já se tornou um grave problema ambiental. M. L. S. Rezende et al. REFERÊNCIAS AZEVEDO, M. A.; NASCIMENTO, J. W. B. Estrutura de madeira para cobertura de aviários no estado da Paraíba. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental Campina Grande, v. 3, n. 3, p , 990. FJP - FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Déficit habitacional no Brasil Informativo CEI Belo Horizonte, p. Disponível em: Acesso em: 03/05/2009 GAVA, MARISTELA. Viabilidade técnica e econômica da produção de componentes construtivos para habitação social utilizando madeira serrada de pinus de terceira classe de qualidade p. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) Escola de Engenharia de São Carlos. São Carlos, IBGE. Censo Agropecuário Disponível em: Acesso em: 08 maio REZENDE, M. L. S. Estudo de viabilidade técnica da utilização do resíduo de caulim em blocos de vedação p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande ROCHA, A. K. A.; MENEZES, R.R.; NEVES, G. A.; FERREIRA, H. C.; MELO, W. A. Argamassas mistas para alvenaria utilizando resíduo de caulim: comportamento mecânico. REM: Revista Escola de Minas - Ouro Preto, v. 6, n. 4, Oct./Dec SUPERINTENDENCIA DE ADMINISTRA- ÇÃO DO MEIO AMBIENTE. Inventário de resíduos sólidos industriais do Estado da Paraíba. João Pessoa: SUDEMA, Sites consultados: AVISITE. Disponível em: Acesso em: 08 maio ORSE Sistema de Orçamento de Obras de Sergipe. Disponível em: Acesso em: 08 maio Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.9-94, 2009.

44 Revista Educação Agrícola Superior Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior - ABEAS - v.24, n.2,p.95-98, AVALIAÇÃO DAS RESPOSTAS FISIOLÓGICAS EM FRAN- GOS DE CORTE CRIADOS EM GALPÕES COMERCIAIS CLIMATIZADOS Flávio A. Damasceno ; Tadayuki Y. Junior 2 ; Raphaela C. C. Gomes 3 ; Renato R. Lima 2 ; Leonardo Schiassi 2 Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Engenharia Agrícola, Campus, CEP Viçosa, MG, Brasil, flavio.damasceno@ufv.br 2 Universidade Federal de Lavras, yanagi@ufla.br., rrlima@ufla.br, leoschiassi@yahoo.com.br 3 Universidade Federal de Goiás, raphachris@gmail.com RESUMO O objetivo principal desta pesquisa foi avaliar a resposta produtivas de aves criadas em dois galpões comerciais, situados no município de Itaberaí GO, equipados com dois sistemas de resfriamento diferentes: placas porosas umedecidas de celulose associadas à nebulização (SRPN) e placas umedecidas de sombrite associadas a nebulização (SRSN). O desempenho fisiológico foi avaliado pela temperatura retal (TR), temperatura da pele (TP) e freqüência respiratória (FR). De acordo com os resultados, conclui-se que as TP, FR e TR das aves nos galpões SRPN e SRSN, de forma geral, na maioria das semanas avaliadas, foram estatisticamente iguais, sendo que no caso da freqüência respiratória, os valores médios foram estatisticamente iguais ao longo do comprimento dos galpões avaliados, durante o período experimental avaliado. PALAVRAS-CHAVE: avicultura, produtividade, galpões avícolas EVALUATION OF PHYSIOLOGICAL RESPONSES IN BROILER CHICKENS PRODUCED IN TWO COMMERCIALLY CLIMATIZED BROILER HOUSES ABSTRACT The main objective of this study was to evaluate the productivity response of broiler chickens raised in two commercial facilities, located in the Itaberaí Country, Goiás, Brazil, equipped with two different cooling systems: wet cellulose pads associated with misting (SRPN) and wet black screen pads associated with misting (SRSN). Physiological performance was evaluated by rectal temperature (TR), skin temperature (TP) and respiration rate (FR). According to the results, it was concluded that TP, FR and TR for the birds in buildings with SRPN and SRSN were for the most part statistically equal for the majority of weeks evaluated. Average respiration rate was statistically equal throughout both facilities during the studied period. KEYWORDS: poultry, productivity, broiler housing

45 96 F. A. Damasceno et al. INTRODUÇÃO Uma das maneiras de se analisar a eficiência de um sistema de criação e o bem-estar das aves é através da avaliação das respostas fisiológicas, uma vez que estes parâmetros sofrem interferência direta do ambiente de criação (Silva, 200). Desse modo, as respostas fisiológicas podem ser avaliadas nas aves por meio da temperatura retal (TR), temperatura da pele (TP) e freqüência respiratória (FR). Durante o estresse calórico, as aves aumentam sua freqüência respiratória para incrementar a perda evaporativa de calor e manter o equilíbrio térmico corporal. Este aumento constitui a principal e mais eficiente forma de dissipar calor em aves submetidas a altas temperaturas e pode resultar em alcalose respiratória, provocando redução no desempenho zootécnico. O aumento da temperatura do ar (t bs ) e umidade relativa (UR) provoca também, o aumento da TR das aves, sendo este, um ótimo indicador de estresse (Marchini et al., 2007). Com base no exposto, objetivou-se, com a presente pesquisa, avaliar o ambiente térmico e o desempenho produtivo de frangos de corte criados em dois galpões climatizados. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado no município de Itaberaí - GO (6º0 S de latitude, 49º48 W de longitude, 722 m de altitude), entre os dias 7 de abril a 08 de maio de 2008, em dois galpões comerciais para a criação de frangos de corte: a) galpão equipado com ventilação em modo túnel (pressão negativa) e sistema de resfriamento evaporativo do tipo material poroso umedecido e nebulização (SRPN), cujo material poroso era composto por 2 placas de celulose (0,70 x,80 m), além de 6 linhas de nebulizadores distribuídos ao longo do galpão e b) galpão equipado com ventilação em modo túnel (pressão negativa) e com o sistema de resfriamento do tipo material umedecido, com 2 painéis cobertos por sombrite e umedecido por 47 nebulizadores (SRSN), distribuídos na região frontal às placas (0,84 x 2,00 m) associado com sistema de nebulização, composto por 7 linhas transversais, distribuídas ao longo do galpão. Ambos os galpões possuíam dimensões de 2 x 25 x 2,5 m e 3,65 x 25 x 2,5 m, respectivamente, com cobertura de telhas de cimento amianto, alvenarias de tijolo furado, as muretas laterais, piso de concreto, cama de palha de arroz reutilizada, cortinas laterais de cor azul, forro amarelo, 3 linhas de comedouros automáticos e 4 linhas de bebedouros do tipo nipple. Os galpões eram orientados na direção leste-oeste e possuíam como vegetação circundante bananeiras e coqueiros. Foram alojados nestes galpões, frangos de corte da linhagem Cobb, fêmeas, totalizando (SRPN) e (SRSN) aves. Os dois galpões foram monitorados continuamente do 2 ao 43 dia de vida das aves, sendo avaliadas as variáveis relacionadas ao ambiente térmico e as respostas fisiológicas. O ambiente térmico foi avaliado por meio das variáveis t bs, temperatura de globo negro (T gn ), UR e velocidade do ar (V), sendo que as três primeiras foram medidas por sensores / registradores (± 3 %) programados para coletar estas variáveis ambientais em intervalos de minuto. A T gn foi medida por meio de sensores de temperatura introduzidos no interior de globos de plástico pintados de preto fosco, previamente calibrados em relação a um globo de cobre padrão. Os sensores / registradores foram instalados em três seções a 0,3 m de altura, ao longo do comprimento de cada galpão, cujas distâncias em relação às placas de resfriamento foram 30, 62,5 e 95 m. Para V foi utilizado um anemômetro de hélice digital (± 3%). As respostas fisiológicas (TR, TP e FR) foram analisadas semanalmente, onde 20 repetições (aves) foram avaliadas na primeira região, 30 na segunda e 0 na terceira, respeitando as subdivisões adotadas pela granja. O experimento foi instalado seguindo o delineamento em blocos casualizados (DBC), em esquema de parcelas subdivididas. Na parcela, foi assumido um esquema fatorial 2 x 3 x 4 (2 galpões, 3 posições de coleta e 4 semanas avaliadas), sendo o fator tempo alocado na subparcela. Os dias de coleta foram considerados como blocos. As análises de variância e regressão linear das variáveis das Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.95-98, 2009.

46 Avaliação das respostas fisiológicas em frangos de corte criados em galpões 97 respostas fisiológicas foram processadas pelo software Sisvar 4.6 (Ferreira, 2000). RESULTADOS E DISCUSSÃO A Figura apresenta os valores médios para TP, TR e FR associados aos valores médios de índice de temperatura de glogo e umidade (ITGU), entalpia (H), carga térmica de radiação (CTR) e t bs, nos galpões SRPN e SRSN, em cada semana avaliada. Conforme se pode observar na Figura A, a TP nas 3ª e 6ª semana de vida das aves, no galpão SRSN foi estatisticamente menor (teste F, P<0,05), isso provavelmente ocorreu devido a eficiência do sistema de resfriamento promovido pelo sombrite ser menor que àquela ocorrida na placa de resfriamento de celulose. Os valores médios das TPs nos galpões SRPN e SRSN ocorridos nestes dias foram 35,2 e 34, C, respectivamente, para ITGU médio de 8,8, H média de 73,4 kj. kg de ar seco -, CTR média de 452,2 W m² e t bs média de 36,3 C. Estes valores são inferiores Figura. Valores médios semanais de temperatura da pele (A), temperatura retal (B) e freqüência respiratória das aves (C), nos galpões SRPN e SRSN, ao longo do período experimental Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.95-98, 2009.

47 98 F. A. Damasceno et al. aos valores encontrados por Yahav et al. (997), cujo estudo realizado com frangos de corte machos da linhagem Cobb determinou valores de 39,7 ± 0,2 C, quando a t bs externa foi de 26 ± C. Os valores médios de TR foram estatisticamente iguais (teste F, P<0,05) nos galpões SRPN e SRSN (Figura B) durante a 3ª, 4ª e 6ª semana de vida das aves, sendo que na média foram 40,8 C e 40,9 C, respectivamente, para ITGU médio de 83,2, H média de 75, kj. kg de ar seco -, CTR média de 475,3 W m² e t bs média de 36,8 C. Estes valores médios de TR estão ligeiramente inferiores aqueles dos intervalos de conforto térmico das aves, que é de 4,2 C a 42,2 C (Mount, 979). As FR nos galpões SRPN e SRSN (Figura C) foram estatisticamente iguais (teste F, P<0,05) somente na 4ª semana de vida das aves, sendo que o valor médio encontrado ao longo do período avaliado é 70, e 69,4 resp. min -, respectivamente, para ITGU médio de 80,9, H média de 74, kj. kg de ar seco -, CTR média de 468,9 W m² e t bs média de 35,2 C. Estes valores são superiores ao mencionado por Medeiros (200) que é de 40 resp. min. -, ao avaliar frangos de corte da linhagem Avian Farm em câmaras climáticas com a V igual a,5 m.s -, UR entre 35 e 85% e t bs em torno de 9 a 24 C. No geral, verifica-se que, apesar da TR média indica que os animais estavam em conforto, a FR revela que as aves já manifestavam algum sinal de estresse, depondo contra a sua condição de bem-estar. CONCLUSÕES Com base nos resultados obtidos, podese concluir que as temperaturas da pele e temperaturas retais das aves nos galpões SRPN e SRSN, de forma geral, na maioria das semanas avaliadas, foram estatisticamente iguais. No caso da freqüência respiratória, os valores médios foram estatisticamente iguais ao longo do comprimento dos galpões avaliados, durante o período experimental avaliado. AGRADECIMENTOS Os autores expressam seus agradecimentos ao CNPq e a FAPEMIG pelo financiamento do projeto e concessão de uma bolsa de mestrado. REFERÊNCIAS FERREIRA, D. F. SISVAR - Sistema de análise estatística para dados balanceados. Lavras: UFLA/DEX, MARCHINI, C. F. P.; SILVA, P. L.; NASCI- MENTO, M. R. B. M.; TAVARES, M. Freqüência respiratória e temperatura cloacal em frangos de corte submetidos à temperatura ambiente cíclica elevada. Archives of Veterinary Science, Curitiba, v. 2, n.2, p. 4-46, MOUNT, L. E. Adaptation to thermal environment. Baltimore: University Park, p. MEDEIROS, C. M. Ajuste de modelos e determinação de índice térmico ambiental de produtividade para frangos de corte p. Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola) Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG. SILVA, I. J. O. Ambiência na produção de aves em clima tropical. Piracicaba, v., v. 2, 200 p., 200. YAHAV, S.; STRASCHNOW, A.; PLAVNIK, I.; HURWITZ, S. Blood system response of chickens to changes in environmental temperature. Poultry Science, Savoy, v. 76, n. 4, p , Apr Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.95-98, 2009.

48 Revista Educação Agrícola Superior Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior - ABEAS - v.24, n.2,p.99-0, AVALIAÇÃO DAS CONCENTRAÇÕES INSTANTÂNEAS DE MONÓXIDO DE CARBONO EM INSTALAÇÕES AVÍCOLAS ABERTAS, EM CONDIÇÕES DE INVERNO Ricardo B. Vigoderis ; Ilda F. F. Tinoco 2 ; M. C. R. Holanda, H. Pandorfi, Juliana J. P. Lima ; Dermeval A. Furtado 3 UFRPE/UAG, Av. Bom pastor s/n Boa vista CEP , vigoderis@uag.ufrpe.br, holandamcr@yahoo.com.br, pandorfi@ufrpe.br, julianajoicelima@yahoo.com.br 2 UFV, iftinoco@ufv.br. 3 UFCG/UAEA, dermeval@deag.ufcg.edu.br RESUMO O objetivo deste trabalho foi avaliar as concentrações de monóxido de carbono no interior de galpões avícolas, durante o período inicial de criação. Foram usados três galpões similares, dotados com sistemas de aquecimento diferenciados, onde se obteve as concentrações instantâneas de CO em dois períodos. Para o presente trabalho pôde-se concluir que foram atingidas concentrações instantâneas de monóxido de carbono consideradas insalubres para trabalhadores e animais no interior dos galpões avícolas, sempre que as campânulas a gás eram acionadas, caracterizando a combustão incompleta do GLP. Porém, como o CO é menos denso que o ar, as concentrações baixavam assim que os mesmos eram desligados e as cortinas eram manejadas favorecendo a ventilação natural. PALAVRAS-CHAVE: ave de corte, monóxido de carbono, ambiente insalubre CURTAINS MANAGEMENT INFLUENCE IN AMMONIA CONCENTRATION FACILITIES IN POULTRY HOUSES ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the carbon monoxide concentrations inside poultry houses during the initial period of life birds. It was used three similar facilities, equipped with different heating systems, where it obtained the instant concentration of CO in the two periods. For this study it was concluded that concentrations were achieved instant carbon monoxide considered unhealthy for workers and animals inside the poultry houses, when the GLP gas burners were turned on, characterizing the incomplete combustion of GLP gas. However, as the CO is less dense than air, the low concentrations decreased when burners turned off and the curtains were managed by encouraging natural ventilation. KEYWORDS: broiler, carbon monoxide, unhealthy environment

49 00 R. B. Vigoderis et al. INTRODUÇÃO O ambiente de criação animal pode ser avaliado sob diferentes enfoques. Um deles enfoca a qualidade do ar disponível nas proximidades dos animais e a avaliação dos poluentes presentes que podem ser inalados e, eventualmente, causar danos á saúde humana e animal (NÄÄS et al., 2004). Para Miragliotta et al. (2002), um dos objetivos em avaliar a produção dos poluentes originados das instalações é considerar os efeitos desses poluentes sobre a saúde animal e dos humanos que adentram em tais instalações. Os poluentes gasosos mais significativos em instalações para animais são amônia (NH 3 ), dióxido ou gás carbônico (CO 2 ), monóxido de carbono (CO), metano (CH 4 ) e gás sulfídrico. No caso das instalações para frangos de corte, a NH 3, o CO 2 e o CO têm sido os gases mais significativos (SANTOS, 2008). Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar concentrações instantâneas do monóxido de carbono, verificando assim, se durante o período de aquecimento das aves, são atingidas concentrações insalubres para trabalhadores e animais. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi desenvolvido em um núcleo de produção avícola integrados a Perdigão Agroindustrial, que possuía três galpões similares, equipados com um sistema de aquecimento diferenciado em cada um deles (campânulas infravermelhas a gás, fornalha a lenha de aquecimento indireto do ar e tambores de aquecimento por radiação com aquecimento suplementar de campânulas infravermelhas a gás), os quais foram utilizados para a criação de fêmeas leves da linhagem Cobb, com peso médio de abate de até,450 kg, por galpão, durante dois ciclos produtivos completos, no município de Videira, Estado de Santa Catarina, durante o período de inverno. As medições de CO foram realizadas em horários matutino e vespertino, nos três galpões, durante todo o período experimental. Para a coleta de dados de CO, foi utilizado um sensor da marca Testo, modelo 35-2, de princípio eletroquímico, com resolução de ppm e acurácia de ±ppm (0-00ppm). RESULTADO E DISCUSSÃO Os valores das concentrações de monóxido de carbono (CO) detectados podem ser observados nas Figuras, 2 e 3. Wathes (999) citados por Vigoderis (2006), recomendam o limite de 0 ppm para monóxido de carbono como o máximo para exposição contínua dos animais nas instalações. Para o primeiro lote, período matutino, tais concentrações foram atingidas em 0 dias para o Concentração (PPM) Concentração (PPM) m m /7 7 /7 8 /7 0 Concentração de CO - lote /7 /7 2 /7 3 Dias Críticos - Matutino /7 4 /7 6 /7 7 /7 9 / Temperatura ( C) ( C) o r a tu r a e p m e T Figura. Concentração de CO (ppm) e temperatura do ar (ºC) detectados nos ambientes aquecidos por diferentes sistemas de aquecimento para o período matutino, durante o primeiro lote de criação /7 7 /7 8 Concentração de CO - lote /7 0 /7 /7 2 /7 3 Dias Críticos - Vespertino /7 4 / Temperatura ( C) ( C) o r a tu ra e p m e T Figura 2. Concentração de CO (ppm) e temperatura do ar (ºC) detectados nos ambientes aquecidos por diferentes sistemas de aquecimento para o período vespertino, durante o primeiro lote de criação Campânulas Fornalha Camp + Tambores T - camp T - forn T - camp+tamb Temp - Exterior Campânulas Fornalha Camp + Tambores T - camp T - forn T - camp+tamb Temp - Exterior Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.99-0, 2009.

50 Avaliação das concentrações instantâneas de monóxido de carbono em instalações 0 Concentração (PPM) m /8 8 /8 0 /8 2 /8 2 Concentração de CO - lote2 3 /8 2 4 /8 2 5 /8 2 Dias Críticos - Matutino 6 /8 2 sistema campânulas e em 9 dias para o sistema campânulas + tambor. No Brasil, a legislação pertinente ao trabalho com gases está regulamentada pela NR-5, que estipula o valor de 39 ppm para condição insalubre. Esta norma descreve que nas atividades ou operações nas quais os trabalhadores ficam expostos a agentes químicos, a caracterização de insalubridade ocorrerá quando forem ultrapassados os limites de tolerância para o homem, sendo de 39 ppm para o monóxido de carbono. Pode-se constatar que tais concentrações foram atingidas em 6 dias para o sistema campânulas e em 5 dias para o sistema campânulas + tambor. O maior valor encontrado para o sistema campânulas foi de 55 ppm para o dia 7/7. No dia 4/7 no ambiente aquecido pelo sistema tambor + campânulas, foi detectado um valor de 95 ppm, ocasionado por um entupimento da chaminé do tambor de aquecimento, que provocou uma rápida contaminação do ambiente interno da instalação com gases de combustão. Para o período vespertino, foram detectadas concentrações inferiores as observadas no período matutino, já que neste horário, dificilmente os sistemas de aquecimento foram acionados, com exceção dos dias em que as temperaturas ambientais eram baixas, como é mostrado na Figura 2. Para o segundo lote, no período matutino, as concentrações instantâneas detectadas nos ambientes de criação foram inferiores as do primeiro lote, fato esse explicado pelo aumento das 7 /8 2 8 /8 2 0 /8 3 /9 2 / Temperatura ( C) ( C) o ra tu r a e p m e T Figura 3. Concentração de CO (ppm) e temperatura do ar (ºC) detectados nos ambientes aquecidos por diferentes sistemas de aquecimento para o período matutino, durante o segundo lote de criação Campânulas Fornalha Camp + Tambores T - camp T - forn T - camp+tamb Temp - Exterior temperaturas médias externas, exigindo menos dos sistemas de aquecimento. As maiores concentrações foram detectadas no ambiente aquecido pelo sistema campânulas a gás, já que no galpão aquecido pelo sistema tambor + campânulas, as campânulas permaneciam desligadas, sendo, a temperatura interna, mantida apenas através dos tambores de aquecimento, que quando bem manejados, não apresentam problemas de contaminação por esse gás. Para o período vespertino, não foram detectadas concentrações que oferecessem perigo para humanos e animais. CONCLUSÕES Para o presente trabalho pôde-se concluir que foram atingidas concentrações instantâneas de monóxido de carbono consideradas insalubres para trabalhadores e animais no interior dos galpões avícolas, sempre que os sistemas de aquecimento campânulas a gás eram acionados, caracterizando a combustão incompleta do GLP. Porém, como o CO é menos denso que o ar, as concentrações baixavam assim que os mesmos eram desligados e as cortinas eram manejadas. REFERÊNCIAS MIRAGLIOTTA, M. Y. Avaliação das condições do ambiente interno na produção comercial de frangos de corte em alta densidade In: SEMI- NÁRIO SOBRE POLUENTES AÉREOS E RUÍDOS EM INSTALAÇÕES PARA PRO- DUÇÃO DE ANIMAIS. Anais...Campinas, SP, Brasil, NÄÄS, I. A. Categorias de poluentes do ar. In: QUALIDADE DO AR EM INSTALAÇÕES ZOOTÉCNICAS,., 2004, Viçosa. Anais...Viçosa, MG, CD-ROM SANTOS, P. A. Qualidade do ar, conforto térmico e desempenho de frango de corte em dois sistemas de aquecimento e de ventilação. Viçosa, MG: UFV, f. Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola) Universidade Federal de Viçosa. Viçosa. VIGODERIS, R. B. Sistemas de aquecimento de aviários e seus efeitos no conforto térmico ambiental, qualidade do ar e performance animal, em condições de inverno, na região sul do país. Viçosa, MG: UFV, f. Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola) Universidade Federal de Viçosa. Viçosa. Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.99-0, 2009.

51 Revista Educação Agrícola Superior Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior - ABEAS - v.24, n.2,p.02-06, CRESCIMENTO INICIAL DE PINHÃO MANSO IRRIGADO COM ÁGUA RESIDUÁRIA SOB DOSES CRESCENTES DE COMPOSTO ORGÂNICO Epitacio de A. Freire 2 ; Vera L. A. de Lima 3 ; José A. Santos Junior 4, Navilta V. do Nascimento 5 ; Napoleão E. de M. Beltrão 6 Trabalho extraído da Dissertação de Mestrado do primeiro autor. 2 Tecnólogo em Rec. Hídricos, Pós-Graduando, UFCG/Campina Grande, PB. epitaciofreire@bol.com.br 3 Prof a. Dr a. do Programa de Pós-Graduação da UFCG. 4 Eng o Agrícola, Pós-Graduando, UFCG. eng.amiltonjr@hotmail.com 5 Tecnóloga em Recursos Hídricos, Pós-Graduanda, UFCG. navilta@hotmail.com 6 Eng. Agrônomo, Dr., Pesq. EMBRAPA Algodão, Campina Grande, PB. nbeltrao@cnpa.embrapa.br RESUMO Objetivando oportunizar a produção de biodiesel em regiões semiáridas, buscando a ampliação da disponibilidade hídrica e utilização da adubação orgânica no cultivo de oleaginosas, o presente trabalho se propôs a estudar o crescimento do pinhão manso no seu primeiro ciclo, quando irrigado com água residuária e de abastecimento e submetido a doses crescentes de adubação nitrogenada proveniente da torta da mamona. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado analisado em esquema fatorial 4 x 2 com quatro repetições, totalizando 32 unidades experimentais. Foram testadas quatro doses de Nitrogênio (50, 00, 50, 200 kg ha - ) fornecidas em fundação, através da torta de mamona (cultivar BRS Nordestina). Verificou-se que a adubação com torta de mamona não afetou o crescimento da cultura no seu primeiro ciclo, porém a utilização da água residuária na irrigação apresentou melhores tendências de crescimento durante a fase inicial do pinhão manso. PALAVRAS-CHAVE: Jatropha Curcas L., reúso, adubação orgânica INITIAL GROWTH OF IRRIGATED JATROPHA WITH WASTEWATER UNDER ORGANIC COMPOST IN GROWING LEVELS ABSTRACT Aiming to provide an opportunity for biodiesel production in semiarid regions seeking to expand the water availability and use of organic fertilizers in the cultivation of oilseeds, the present study was aimed to study the growth of Jatropha Curcas L. in its first cycle, when irrigated with wastewater and municipal water supply and subjected to increasing levels of nitrogen coming from the castor bean pie. The experiment was analyzed in a completely randomized factorial 4 x 2 with four repetitions, totaling 32 experimental units. Four levels of nitrogen (50, 00, 50, 200 kg ha - ) in foundation provided by castor bean (Northeastern BRS). It was found that fertilization with castor bean meal did not affect crop growth in its first cycle, but the use of wastewater for irrigation showed better growth trends during the initial phase of Jatropha Curcas L. KEYWORDS: Jatropha Curcas L., reuse, organic fertilize

52 Crescimento inicial de pinhão manso irrigado com água residuária sob doses 03 INTRODUÇÃO Diante da preocupação atual com o efeito estufa, o aquecimento global e a escassez das reservas mundiais de combustível fóssil, a busca por fontes alternativas de combustíveis se tornou uma das prioridades de pesquisa agrícola. O cultivo de espécies oleaginosas tem despertado o interesse dos produtores, do governo e das instituições de pesquisa devido ao elevado potencial combustível do óleo obtido de algumas culturas. Dentre as oleaginosas que podem ser cultivadas para a produção de biodiesel destaca-se o Pinhão manso (Jatropha curcas L.), uma espécie nativa, da família das euforbiáceas, exigente em insolação e com forte tolerância a seca para sobrevivência, e que, segundo Carnielli (2008) produz, no mínimo, duas toneladas de óleo por hectare por ano e levam de três a quatro anos para atingir a idade produtiva, que se estende por 40 anos. Outro aspecto positivo da cultura é a boa conservação da semente colhida que pode ser armazenada por longos períodos de tempo, sem os inconvenientes da deterioração do óleo por aumento da acidez livre, que geralmente acontecem com os frutos de outras oleaginosas. Purcino & Drummond (986) afirmam que a cultura de pinhão manso pode se desenvolver em pequenas propriedades, utilizando-se da mão-de-obra familiar disponível, sendo mais uma fonte de renda para as propriedades rurais, além de gerar milhões de empregos na região nordeste. O objetivo do presente trabalho foi gerar conhecimentos sobre o manejo cultural do pinhão manso (Jatropha curcas L.) quantificando os efeitos isolados e conjuntos de duas qualidades de água de irrigação e doses crescentes de nitrogênio obtidas por meio de adubação orgânica com torta de mamona no crescimento de seu primeiro ciclo. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado em campo em área não coberta pertencente à Companhia de Água e Esgotos do Estado da Paraíba (CAGEPA) conforme mostra Figura. No local se situam a Estação de Tratamento Biológico de Esgotos Figura. Área Experimental de Pinhão Manso (EXTRABES) e o grupo de pesquisa do Programa de Pesquisas em Saneamento Básico (PROSAB), em Campina Grande PB. O clima da região, conforme a classificação climática de Köeppen, adaptada ao Brasil (Coelho & Soncin, 982), é do tipo Csa, que representa clima mesotérmico, subúmido, com período de estiagem quente e seco (4 a 5 meses) e período chuvoso de outono a inverno. O manejo da irrigação aconteceu diariamente com reposição da evapotranspiração da cultura. A ETo foi calculada pelo método do Tanque Classe A, a partir dos dados met eoro lógicos obt idos pela est ação meteorológica da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA Algodão. A exigência hídrica do pinhão manso foi calculada utilizando o coeficiente de cultivo (kc) por fase fenológica estimado por Bastos et al., (2008) tomando como base as exigências hídricas da mamoneira. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado analisado em esquema fatorial 4 x 2 com quatro repetições, totalizando 32 unidades experimentais. Foram testadas quatro doses de Nitrogênio (50, 00, 50, 200 kg ha - ) fornecidas em fundação, através da torta de mamona (cultivar BRS Nordestina) e dois tipos de água: de abastecimento, fornecida pelo sistema de abastecimento municipal, e residuária oriunda de esgoto doméstico tratada em reator UASB. Revista Educação Agrícola Superior - v.24, n.2, p.02-06, 2009.

Revista Educação Agrícola Superior Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior - ABEAS - v.24, n.2,p.62-66, 2009.

Revista Educação Agrícola Superior Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior - ABEAS - v.24, n.2,p.62-66, 2009. Revista Educação Agrícola Superior Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior - ABEAS - v.24, n.2,p.62-66, 2009. ANÁLISE DOS RISCOS DE SALINIDADE DO SOLO DO PERÍMETRO IRRIGADO DE ORQUILHA, CEARÁ

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